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SUMÁRIO

SÉRIES INICIAIS.........................................................................................................................2

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DAS FORMAS DE ENSINAR ............................................2

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCN’S)...............................................................4

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN’S)...........................................................7

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ...............................................................................8

10 COMPETÊNCIAS CONTEMPLADAS NA BNCC................................................................. 10

PLANEJAMENTO ESCOLAR ................................................................................................... 11

O PLANO DE AULA..................................................................................................................15

ELABORANDO O PLANO DE AULA NA PRÁTICA ................................................................16

INTERDISCIPLINARIDADE NA SALA DE AULA..................................................................... 20

PEDAGOGIA DE PROJETOS NA PRÁTICA............................................................................21

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 1


1 SÉRIES INICIAIS

O que é o Ensino fundamental

O ensino fundamental consiste em uma dos níveis da educação básica, obrigatória no


Brasil. Ele tem duração de nove anos e é direcionado na maioria das vezes à pessoas com
idade entre 6 e 14 anos.
O objetivo principal do ensino fundamental é a formação básica do cidadão e desta
maneira, de acordo com o artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) no Brasil,
é necessário que o aluno já tenha o domínio da leitura e da escrita para o desenvolvimento e a
capacidade de obter novos conhecimentos através destas habilidades.
Também é necessário que o aluno tenha uma compreensão do ambiente social em que é
inserido e que consiga evoluir esta habilidade de sociabilidade e dos valores que fundamentam
a sociedade.
A obrigatoriedade da matrícula para este nível da educação básica tem uma
responsabilidade conjunta, pois cabe aos pais e responsáveis dos alunos a efetuação da
mesma, mas o Estado também precisa garantir a oferta de vagas nas escolas públicas.
Entretanto, este serviço também pode ser ofertado pelo ensino privado.
A duração obrigatória do ensino fundamental só foi ampliada para os nove anos devido ao
projeto de lei nº 3.675/04, transformado na Lei Ordinária 11.274/2006, que passou a incluir a
classe de alfabetização, que antecedia à primeira série e pertencia a chamada educação
infantil.

Divisão do ensino fundamental

Desta forma, a divisão do ensino fundamental se dá da seguinte forma: Os anos iniciais,


que correspondem as séries de 1º ao 5º ano, sendo que a criança ingressa no 1º ano aos 6
anos de idade e os anos finais, que compreendem as séries do 6º ao 9º ano.
Os sistemas de ensino também podem desdobrar o ensino fundamental em ciclos, desde
que a carga horária mínima anual de 800 horas, divididas em 200 dias letivos efetivos, seja
respeitada.

2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DAS FORMAS DE ENSINAR

Da Antiguidade até o início do século XIX, predomina na prática-escolar uma


aprendizagem de tipo passivo e receptivo. Aprender era quase exclusivamente memorizar.
Neste tipo de aprendizagem, a compreensão desempenhava um papel muito reduzido.
Esta forma de ensino baseava-se na concepção de que o ser humano era semelhante a
um pedaço de cera ou argila úmida que podia ser modelado à vontade. Na antiga Grécia
Aristóteles já professava essa teoria, que foi retomada frequentemente, ao longo dos séculos,
reaparecendo sob novas formas e imagens. A idéia difundida no século XVII, por exemplo, de
que o pensamento humano era como se fosse uma tabua lisa, um papel em branco sem nada
escrito, onde tudo podia ser impresso, é apenas uma variação da antiga teoria.
Ensinava-se a ler e a escrever da mesma forma que se ensina um oficio manual ou tocar
um instrumento musical. Por meio da repetição de exercícios graduados, ou seja, cada vez
mais difíceis, o discípulo passava a executar certos atos complexos, que aos poucos iam se
tornando hábitos. O estudo dos textos literários, da gramática, da História, da Geografia, dos

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teoremas e das ciências físicas e biológicas caracterizou-se, durante séculos, pela recitação de
cor.
Os conhecimentos a serem adquiridos eram, até certo ponto, reduzidos. E para que os
alunos pudessem repetí-los correta e adequadamente, o professor utilizava o procedimento de
perguntas e respostas, tanto em sua forma oral como escrita. Este era o chamado método
catequético, cuja origem remota, pelo menos cultura ocidental, aos antigos gregos. A palavra
catecismo provém do termo grego katechein, que significa "fazer eco". Este método era usado
por todas as disciplinas e consistia na apresentação, pelo professor, de perguntas
acompanhadas de suas respostas já prontas.
O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as
palavras e frases decoradas. A compreensão do que se falava ou se escrevia ficava relegada a
um segundo plano. Em conseqüência, o aluno repetia as respostas mecanicamente, e não de
forma inteligente, pois ele não participava de sua elaboração e, em geral, não refletia sobre o
assunto estudado.
Embora esse ensino de caráter verbal, baseado na repetição de fórmulas já prontas,
tenha predominado na prática escolar por muito tempo, vários foram os filósofos e educadores
que exortaram os mestres, ao longo dos séculos, a dar mais ênfase à compreensão do que a
memorização. Com isso pretendiam tornar o ensino mais estimulante e adaptado aos
interesses dos alunos e às suas reais condições de aprendizagem. Surgiram, assim, algumas
teorias que tentavam explicar como o ser humano é capaz de apreender e assimilar o mundo
que o circunda. Com base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos foram
formulados.
Alguns filósofos e educadores que refletiram sobre o conhecimento e elaboraram teorias
sobre o ato de conhecer, que repercutiram no âmbito da pedagogia. São eles:
Sócrates (século V a.C.) Para Sócrates a função do mestre, , é apenas ajudar o
discípulo a descobrir, por si mesmo, a verdade. Sócrates afirmava que os mestres devem ter
paciência com os erros e as dúvidas de seus alunos, pois é a consciência do erro que os leva a
progredir na aprendizagem.
João Amos Comenius (1592 – 1670) Segundo Comenius, dentre as obras criadas por
Deus, o ser humano é a mais perfeita. Dada sua formação cristã, Comenius acreditava que o
fim último do homem é a felicidade eterna. Assim, o objetivo da educação é ajudar o homem
atingir essa finalidade transcendente e cósmica, desenvolvendo o domínio de si mesmo
através do conhecimento de si próprio e de todas as coisas. Segundo ele, Ao ensinar um
assunto o professor deve:
 Apresentar o objeto ou idéia diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende
através dos sentidos, principalmente vendo e tocando.
 Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida
diária.
 Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas.
 Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes.
 Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando o aluno tiver
compreendido o anterior.
Como se pode ver, esses pressupostos da prática docente já era proclamados por
Comenius em pleno século XVII.
Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827) Defendendo a doutrina dos naturalistas, em especial a
de Rousseau, Pestalozzi acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um
homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Sustentava que era preciso tornar esse
ambiente o mais próximo possível das condições naturais, para que o caráter do individuo se
desenvolvesse ou fosse formado positivamente. Para ele, a transformação da sociedade iria se

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processar através da educação, que tinha por finalidade o desenvolvimento natural,
progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser humano.
Portanto, para Pestalozzi, a educação era um instrumento de reforma social. Ele pregava
a educação das massas e proclamava que toda criança deveria ter acesso à educação escolar,
por mais pobre que fosse seu meio que suas condições fossem limitadas.
Na teoria educacional de Pestalozzi podemos encontrar as sementes da Pedagogia
moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explicita o princípio de que a educação
deveria respeitar o desenvolvimento infantil.
Na concepção de Pestalozzi, o principal objetivo da educação era favorecer o
desenvolvimento físico, intelectual e moral da criança e do jovem, através da vivência de
experiências selecionadas e graduadas, necessárias ao exercício dessas capacidades.
Para Vygotsky (1991:65): A escola tem o papel de fazer a criança avançar em sua
compreensão do mundo a partir do seu desenvolvimento já consolidado e tendo como meta,
etapas posteriores ainda não alcançadas.
Vygotsky diz: Desde o nascimento, as crianças estão em constante interação com os
adultos, que ativamente procuram incorporá-las à sua cultura e à reserva de significados e de
modos de fazer as coisas que se acumulam historicamente. No começo, as respostas que as
crianças dão ao mundo são dominadas pelos processos naturais, especialmente àqueles
proporcionados por sua herança biológica. Mas, através da constante mediação dos adultos,
processos psicológicos instrumentais mais complexos começam a tomar forma.
John Dewey (1859 – 1952) A concepção que Dewey tinha do homem e da vida, e que
serve de base à sua pedagogia, é de que a ação é inerente à natureza humana. A ação
precede o conhecimento e o pensamento. Antes de existir como ser pensante, o homem é um
ser que age. A teoria resulta da prática. Logo o conhecimento e o ensino devem estar
intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência. O saber tem caráter
instrumental: é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida prática.
Embora vários outros filósofos e educadores tenham defendido a necessidade de se rever
os processos de ensino, os educadores aqui apresentados, por sua obra tanto teórica como
prática, tornaram-se verdadeiros marcos do pensamento educacional, e suas idéias
repercutiram diretamente no campo da Didática. Eles não só pregaram a reforma dos métodos
de ensino como também aplicaram, em suas práticas educativas, as idéias que defendiam.
Apesar de apresentarem concepções diferentes de educação, os educadores aqui
mencionados tiveram um aspecto em comum: tentaram fazer com que a reforma do ensino não
ficasse restrita a uma elite, mas fosse estendida a parcelas cada vez maiores da população.
Nesse sentido, eles acreditaram na educação popular e tentaram mostrar que qualidade e
quantidade não são termos indissociáveis, e que podem, num certo momento, andar juntos.

3 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCN’S)

São normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular
das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). As
DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que assinala ser
incumbência da União "estabelecer, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o
ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar
a formação básica comum.
A idéia das DCNs considera a questão da autonomia da escola e da proposta
pedagógica, incentivando as instituições a montar seu currículo, recortando, dentro das áreas
de conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação daquelas competências que
estão explicitadas nas diretrizes curriculares. Dessa forma, a escola deve trabalhar esses
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conteúdos nos contextos que lhe parecerem necessários, considerando o tipo de pessoas que
atende, a região em que está inserida e outros aspectos locais relevantes.
As DCNs se diferem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Enquanto as DCNs
são leis, dando as metas e objetivos a serem buscados em cada curso, os PCNs são apenas
referências curriculares, não leis.
De acordo com o CNE, as diretrizes curriculares contemplam elementos de
fundamentação essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou
profissão,visando promover no estudante a capacidade de desenvolvimento intelectual e
profissional autônomo e permanente.
Dessa forma, foram estabelecidas: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio; Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de
Professores.
As diretrizes definem uma política de Estado, que não depende das gestões de governo.
Os parâmetros são uma decisão de política educacional da atual administração que pode persi
stir ou não. As diretrizes são obrigatórias, os parâmetros não. Mas esperemos que as redes
públicas tenham maturidade para avaliar esses parâmetros e aperfeiçoá-los. As diretrizes
saíram do Conselho Nacional de Educação, que é um órgão de Estado e não de governo
(ASSIS, 1999).
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece como objetivos fundamentais do país a
construção de uma sociedade livre, justa e solidária, reduzindo as desigualdades sociais e
regionais, sem preconceitos e discriminação de qualquer ordem (Art. 3º).
Nesta direção, a LDB, de 1996, define como princípios fundamentais da educação
nacional a liberdade e a solidariedade humana (Art. 2º) e, como finalidade da educação básica,
o desenvolvimento do educando para o exercício da cidadania, fornecendo-lhe os meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.

A LDB e o Ensino Fundamental

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9394/96, em seu Art. 32 assim
preceitua, a respeito do Ensino Fundamental:
"Art. 32 - O Ensino Fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito
na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I. desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das tecnologias,das
artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV. o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social."

Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental

São as seguintes as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental:


I. As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas:
a. Os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito
ao bem comum.

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b. Os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criticidade e do
respeito à ordem democrática.
c. Os princípios estéticos da sensibilidade e da diversidade de manifestações artísticas e
culturais.
II. Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reconhecimento
da identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade de cada
unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino.
III. As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas na interação
entre os processos de conhecimento, linguagem e afetivos, como conseqüência das relações
entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado, através de
ações inter e intra-subjetivas; as diversas experiências devida dos alunos, professores e
demais participantes do ambiente escolar,expressas através de múltiplas formas de diálogo,
devem contribuir para a constituição de identidades afirmativas, persistentes e capazes de
protagonizar ações solidárias e autônomas de constituição de conhecimentos e valores
indispensáveis à vida cidadã.
IV. Garante-se, nesta Diretriz, o acesso de todos os alunos a uma base nacional comum e
abre-se a possibilidade a uma parte diversificada. Temos ainda que a "Base Nacional Comum
e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do Paradigma Curricular, que visa
estabelecer relação entre a Educação Fundamental” com:
a. A vida cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como:
1. A saúde 5. O trabalho
2. A sexualidade 6. A ciência e a tecnologia
3. A vida familiar e social 7. A cultura
4. O meio ambiente 8. As linguagens; com

b. As Áreas de Conhecimento de:


1. Língua Portuguesa 6. História
2. Língua Materna (para populações 7. Língua Estrangeira
indígenas e imigrantes) 8. Educação Artística
3. Matemática 9. Educação Física
4. Ciências 10. Educação Religiosa (na forma do
5. Geografia Art. 33, da LDB)

Objetivos Gerais do Ensino Fundamental

Que os alunos sejam capazes de estabelecer capacidades relativas aos aspectos


cognitivos, afetivo, físico, ético, estético, de atuação e inserção social, que devem ser adquirido
ao termino da escolaridade obrigatória:
• Compreender a cidadania como participação social, exercício dos direitos e deveres
políticos, civis e sociais; repudiando as injustiças.
• Posicionar-se critica, responsável e construtivamente nos conflitos e tomadas de
decisões;
• Conhecer características do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais;
• Conhecer e valorizar a pluralidade sociocultural brasileiro e outros países, sem
discriminação.
• Perceber-se integrante transformador do ambiente

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• Desenvolver conhecimento sobre si mesmo, cuidar do seu corpo, cognitiva, física,
afetivamente, responsabilizando pela sua saúde e da saúde coletiva;
• Utilizar diferentes linguagens;
• Utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos;
• Questionar a realidade criticamente, selecionando procedimentos, tomando decisões,
verificando adequações.

4 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN’S)

No Brasil, os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes elaboradas pelo


Governo Federal com o objetivo principal de orientar os educadores por meio da normatização
de alguns fatores fundamentais concernentes a cada disciplina. Esses parâmetros abrangem
tanto a rede pública, como a rede privada de ensino, conforme o nível de escolaridade dos
alunos. Sua meta é garantir aos educandos o direito de usufruir dos conhecimentos
necessários para o exercício da cidadania. Embora não sejam obrigatórios, os PCNs servem
como norteadores para professores, coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às
peculiaridades locais. Os PCNs nada mais são do que uma referência para a transformação
de objetivos, conteúdos e didática do ensino.
Por abrangerem inúmeros fatores, os Parâmetros Curriculares Nacionais podem ser
utilizados com objetivos distintos, conforme o contexto em que a escola está inserida. Além
disso, a forma como foi estruturado esse documento possibilita aos profissionais da
educação iniciarem a sua leitura por diferentes partes, sem seguirem uma ordenação. No
entanto, com o tempo, os educadores devem conhecê-lo, na íntegra, para poderem
compreendê-lo e se apropriarem de sua proposta.
Em suma, os Parâmetros Curriculares Nacionais devem fazer parte do cotidiano da
prática pedagógica, sendo transformados continuamente pelo professor. Com isso, cabe aos
PCNs a tarefa de rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das atividades,
expectativas de aprendizagem, maneiras de avaliar, além da orientação dos professores para
estes elaborarem um planejamento que possa, de fato, orientar seu o trabalho em sala de aula.
Tudo para posicionar os educadores como agentes essenciais nessa grande empreitada
que é o processo educacional.

Orientações Didáticas dos PCN’s

O eixo de formação no ensino fundamental é a formação de cidadão autônomo e


participativo. Os alunos constroem significados a partir de múltiplas e complexas interações. O
aluno é o sujeito da aprendizagem, o professor é o mediador entre o aluno e o objeto.
Os profissionais da educação devem levar em conta aspectos como:
• Autonomia – princípio didático, orientador das praticas pedagógicas, onde alunos
devem ser levados a refletir criticamente, participar eticamente e assumir responsabilidades,
valorizando tais ações, construindo seu próprio conhecimento valorizando seus conhecimentos
prévios, e interação professor-aluno. O desenvolvimento da autonomia depende de suportes
materiais, intelectuais e emocionais, por isso a intervenção do professor define esses suportes,
além disso, trabalhar coletivamente, responsabilizarem por suas ações, idéias, tarefas,
organização, envolve o objeto de estudo.
• Diversidade – há necessidade de adequar objetivos , conteúdos e critérios de
avaliação, forma a atender a diversidade no pais, além da especificidade de cada individuo,
analisando suas possibilidades de aprendizagem. O professor deve levar em conta fatores

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sociais, culturais, e a historia educativa de cada aluno, como características pessoais de déficit
sensorial, motor ou psíquico ou superdotação intelectual.
• Interação e cooperação – compreendem saber dialogar, ouvir, ajudar, pedir ajuda,
aproveitar críticas, explicar seus pontos de vistas. Essas interações têm caráter cognitivo,
emocional e afetivo, por isso interferem diretamente na produção do trabalho. Aprender a
conviver em grupo supõe um domínio de procedimentos, valores, normas e atitudes.
• Disponibilidade para a aprendizagem – tal disponibilidade depende do envolvimento
do aluno, das relações do que já sabe e o que está aprendendo, da motivação intrínseca, ou
seja, vontade de aprender, atitude curiosa e investigativa. A aprendizagem se torna significativa
a partir da intervenção do professor em garantir que o aluno conheça o objetivo da atividade,
situe a tarefa, reconheça o problema e tome decisões, de forma organizada e ajustadas às
possibilidades dos alunos. Além disso, aa relação professor-aluno deve ser com vínculos de
confiança, cooperativa e solidária.
• Organização do tempo - O professor deve orientar o trabalho, planejando e executando
junto aos alunos sobre o uso do tempo. O professor deve definir atividades, organizar grupos,
recursos matérias e definir período de execução, obedecendo tempo mínimo estabelecido pela
legislação.
• Organização do espaço - É preciso que as carteiras sejam moveis, que as crianças
tenham acesso aos materiais de uso freqüente, paredes utilizadas para exposição de trabalhos
. os alunos devem assumir responsabilidade pela decoração e limpeza da classe. A
programação deve contar com passeios e excursões, laboratórios, teatro, artes plásticas, etc. a
organização do espaço interfere diretamente na autonomia.
• Seleção de material – todo material é fonte de informação. Livros didáticos devem ser
coerentes, de qualidade e deve se estar atentos a eventuais restrições. O uso de materiais de
uso social, jornais, revistas, folhetos, calculadoras, computadores, atualizados estabelece
vínculos entre o que é aprendido na escola e o conhecimento extra-escolar.

Downloads dos PCN’s referente ao Ensino Fundamental


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5 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que


define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº


9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades
Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas
de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.

A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos


os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos,
políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a
Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana
integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Perguntas e Respostas Sobre a BNCC

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A chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem gerado muitas dúvidas desde
que começou a ser discutida em 2013. Como ela será implantada? O que muda no dia a dia
das escolas?
1 - O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina os conhecimentos
essenciais que todos os alunos da Educação Básica devem aprender, ano a ano,
independentemente do lugar onde moram ou estudam. Todos os currículos de todas as redes
públicas e particulares do país deverão conter esses conteúdos.
2 - Qual é o objetivo deste documento?
Como a BNCC define os conhecimentos essenciais para toda a Educação Básica e é
obrigatória, ela ajuda a diminuir as desigualdades de aprendizado: todos os alunos terão a
mesma oportunidade de aprender o que é fundamental.
3 - Quando ela começa a funcionar?
A fase de implementação começa após a homologação do documento pelo MEC, o que
deve ocorrer no segundo semestre deste ano para as etapas da Educação Infantil e Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio, em 2018. A implementação envolve várias frentes de
ação (que serão planejadas pelos estados e municípios, com apoio do MEC):
- Adequação dos currículos das redes e dos projetos políticos pedagógicos das escolas à
BNCC.
- Formação continuada dos professores e adequação dos materiais didáticos.
- O MEC calcula que a fase de implementação dure cerca de dois anos a partir da
homologação.
4 - Diferenças regionais, como linguagem e cultura, vão dificultar a implantação da
Base?
Não. Cada rede e cada escola poderá incluir em seus currículos e PPP as especificidades
regionais. Vale lembrar que a Base orienta os currículos com o que ensinar, ou seja, os
conhecimentos e habilidades essenciais para todos os brasileiros O como ensinar fica a cargo
de cada rede e cada unidade escolar. Assim, o direito a um aprendizado de qualidade para
todos fica garantido, e as diversidades regionais e a autonomia do professor também.
5 - Os municípios poderão definir a sua base curricular?
Cada município deve definir seu currículo. A BNCC trará o essencial que todos os
currículos, de todas as redes, deverão ensinar. Cada rede poderá incluir, além do que
determina a BNCC, os conhecimentos regionais que julgarem pertinentes.
6 - Como trabalhar a Base nas escolas, levando em consideração a realidade de
cada comunidade?
A BNCC não determina como ensinar, mas o que ensinar. Cada escola e cada rede
deverá, dentro de seu currículo e PPP, definir como irá trabalhar as diversidades locais.
7 - Os estados e municípios vão acompanhar a construção dos currículos e do PPP
das escolas?
Os estados e municípios serão, com apoio técnico do MEC, os responsáveis pela
elaboração e adequação dos currículos das redes de acordo com a BNCC. Segundo o MEC,
as estratégias para a implementação da Base – que envolvem, além dos currículos, a
capacitação dos professores em serviço e a adequação dos materiais didáticos – deverão ser
definidas em conjunto com as redes de ensino.
8 - Qual a diferença entre a Base e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e
as diretrizes curriculares (DCN) que existiam antes?

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 9


A BNCC foi elaborada à luz do que diz os PCNs e as DCN. No entanto, a Base é mais
específica, determinando com mais clareza os objetivos de aprendizagem de cada ano escolar.
Ela será obrigatória em todos os currículos de todas as redes do país, públicas e particulares,
ao contrário dos documentos anteriores, que devem continuar existindo, mas apenas como
documentos orientadores não obrigatórios.
9 - Os livros didáticos vão mudar?
Sim. Todos os materiais didáticos deverão passar por revisões, para garantir que seus
conteúdos contemplem o que pede a BNCC. Essa é uma importante etapa para que a Base, de
fato, chegue às salas de aula.
10 - O que vai acontecer com as crianças que não acompanharem o ritmo do
restante da sala?
A BNCC a não traz práticas didáticas ou indica procedimentos específicos a serem
adotados pelas escolas nas salas de aula. Isso ficará a cargo da equipe pedagógica de cada
rede e unidade escolar.
11 - Há alguma indicação para a inclusão de alunos com deficiência?
Não há determinações de procedimentos ou práticas didáticas para trabalhar com alunos
com deficiência. Isso ficará sob responsabilidade das redes e de cada unidade escolar.
12 - A Base fala algo sobre a relação da escola com a família?
Não. A BNCC trata dos conhecimentos essenciais que todos os alunos têm o direito de
aprender e que deverão constar, obrigatoriamente, em todos os currículos, de todas as escolas
públicas e privadas do país.
13 - Como coordenadores pedagógicos e diretores podem ajudar os professores no
dia a dia para a implementação da Base?
A equipe gestora será a responsável por apresentar a BNCC para o corpo docente,
ajudando-o a interpretar o documento e pensar conjuntamente como transformar os conteúdos
da Base e as propostas curriculares das redes em um currículo que esteja de acordo com a
realidade da unidade, além de reformular o PPP e auxiliar na estruturação do planejamento
diário dos professores de acordo com as novas diretrizes. Dentro desse contexto, outro campo
de atuação do coordenador pedagógico serão as formações continuadas dos professores para
colocar em prática a BNCC e os ajustes necessários no planejamento docente. Os gestores
também precisarão desenhar ações e estratégias para apoiar os alunos com defasagem em
relação ao que será exigido como conhecimento mínimo para aquela série de acordo com a
Base.
14 - Como os temas transversais serão abordados?
Na BNCC, esses temas foram classificados como áreas especiais, como culturas
indígenas e africanas, Educação financeira, Educação ambiental.

6 10 COMPETÊNCIAS CONTEMPLADAS NA BNCC

A base determina que, ao longo da educação básica, os estudantes devem desenvolver


dez competências gerais, tanto cognitivas quanto socioemocionais, que incluem o exercício da
curiosidade intelectual, o uso das tecnologias digitais de comunicação e a valorização da
diversidade dos indivíduos.
 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e
processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais),
colaborando para a construção de uma sociedade solidária.

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 10


 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar
soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
 Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas
manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
 Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ ou verbo-visual (como
Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para
expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
 Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas.
 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
 Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo
suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a
pressão do grupo.
 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se
respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade,
convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma
coletividade com a qual deve se comprometer.
 Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na
escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Download da Base Nacional Curricular referente ao Ensino Fundamental:


 basenacionalcomum.mec.gov.br/

7 PLANEJAMENTO ESCOLAR

Todo ser humano que sonha, imbui em sua vida o planejamento, a fim de que possa
realizar suas metas. Porém, nem sempre enfrentamos situações que requerem planejamento,
como em nossas atividades diárias, pois são tracejadas em etapas concretas da ação, uma vez
que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que
não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que
aspiramos.

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 11


Para Baffi (2002: 01), “as idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas
nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar parece ser
a compreensão de conceitos e o uso adequado dos mesmos”.
Assim sendo, o objetivo desta unidade é dar espaço para que se estabeleça a relação
entre planejamento a partir das experiências pessoais e profissionais. Contudo, apenas
abordaremos, neste breve capítulo, alguns níveis de planejamento, pois, de acordo com
Gandin (2001: 83):
"É impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade
humana. Sobretudo porque sendo a pessoa humana condenada por sua racionalidade, a
realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas
idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana
possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade, a propor ações
e atitudes para transformá-la."
Nesse bojo, é imprescindível que se busque uma nova organização para a escola,
partindo de uma ousadia não somente a partir dos educadores, mas com os pais, alunos e
funcionários, enfim, com toda a comunidade escolar.
Assim, como exigência política e social do novo século, a nova organização de trabalho
pedagógico está no planejamento; como nos afirma Candau (2000), ao esclarecer que é a
reflexão sistemática que busca alternativas para resolver os problemas da prática pedagógica,
isto é, sinalizar o verdadeiro papel da escola, a fim de que possamos construir uma educação
de fato para o exercício pleno de cidadania.

O Que é o Planejamento?

Para discorrermos sobre o assunto, citamos Padilha (2001: 30) que nos esclarece, de
forma sucinta, que planejamento: é o processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre
recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de
trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre
processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de
necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos)
disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas,
a partir dos resultados das avaliações.
Assim sendo, planejar, em sentido amplo, é um processo que “visa a dar respostas a um
problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir
objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro” (Ibidem: 63).
Nessa ótica, precisamos considerar as condições do presente, as experiências do
passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosóficos, culturais, econômicos e
políticos de quem planeja e com quem se planeja.
Logo, planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como
características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que
possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o
acompanhamento e a avaliação da própria ação. Sendo assim, é necessário que percebamos
que tanto o ato de planejar quanto o de avaliar andam de mãos dadas.

Tipos de Planejamento

Planejamento Educacional é processo contínuo que se preocupa com o `para onde ir` e
‘quais as maneiras adequadas para chegar lá’, tendo em vista a situação presente e

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 12


possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto às necessidades
da sociedade, quanto às do indivíduo” (PARRA apud SANT’ANNA et al, 1995: 14).
Segundo Vasconcellos (1999: 53), “o planejamento do Sistema de Educação é o de maior
abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao
planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal”, incorporando as políticas
educacionais.
Planejamento Curricular é o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação
escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Nessa perspectiva,
essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola,
pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola
deve oferecer ao estudante por meio dos diversos componentes curriculares (Idem, 2005).
Assim sendo, podemos afirmar que a previsão global e sistemática de toda ação a ser
desencadeada pela escola, em consonância com os objetos educacionais, tem que ter como
foco o aluno. Isso porque é a previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a
orientação da escola para atingir os fins da educação (LIBÂNEO, 1989).
Planejamento de Ensino “é o processo de decisão sobre atuação concreta dos
professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em
constantes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos” (PADILHA, 2001:
33).
Na opinião de Sant’Anna et al (1995: 19), esse nível de planejamento trata do “processo
de tomada de decisões bem informadas que visem à racionalização das atividades do
professor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem”.
Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de
reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da
instituição. “É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente,
articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social” (LIBÂNEO, 2005: 221).
Em nível de escola, a previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada
está presente no Plano Escolar, o qual envolve proposições amplas e gerais de aprendizagem
(o plano curricular), a fim de ultrapassar situações específicas do professor em sua classe (o
plano de ensino).
Para Mello (2007), o planejamento de ensino, alicerçado nas linhas mestras de ação da
escola, se constitui em uma especificação do Planejamento Curricular, por se tratar de um
meio utilizado pelo professor para adequar, à realidade de sua turma, as diversões proposições
contidas no plano curricular.
Planejamento Político-Social tem como preocupação fundamental responder às
questões “para quê”, “para quem” e também com “o quê”, cuja preocupação central é definir
fins, buscar conceber visões globalizantes e de eficácia; serve para situações de crise, em que
a proposta é de transformação, em médio prazo e/ou longo prazo. “Tem o plano e o programa
como expressão maior” (GANDIN, 2001: 55).
No Planejamento Operacional, a preocupação é responder às perguntas “o quê”, “como”
e “com quê”, tratando prioritariamente dos meios. Abarca cada aspecto isoladamente e enfatiza
a técnica, os instrumentos, centralizando-se na eficiência e na busca da manutenção do
funcionamento. Tem sua expressão nos programas e, mais especificamente, nos projetos,
sendo, sobretudo, tarefa de administradores, cuja ênfase é o presente, momento de execução
para solucionar problemas (Ibidem).
Dessa forma, a grande importância do planejamento do professor reside em:
• Evitar a rotina e a improvisação;
• Contribuir para a realização dos objetivos visados; Contribuir para a realização dos
objetivos visados;
• Prever e superar dificuldades;

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 13


• Promover a eficiência do ensino, porque é condição essencial para o êxito de todo e
qualquer empreendimento;
• Organizar, antecipadamente, o trabalho docente; Organizar, antecipadamente, o
trabalho docente;
• Garantir maior segurança na direção do ensino; Garantir maior segurança na direção do
ensino;
• Garantir economia de tempo e energia; Garantir economia de tempo e energia;
• Tornar o ensino ma Tornar o ensino mais atraente e adequado à realidade.

Como Definir o Método do Professor na Sala de Aula

- O que pretendo alcançar? - Estabelecendo os objetivos a atingir em


termos de ações a serem executadas pelos
alunos.
- Como distribuir bem o tempo? - Analisando: tempo disponíveis x atividades a
executar
- Como apresentar o assunto? - Adequando métodos e técnicas à situação de
aprendizagem.
- Como poderei enriquecer a minha - Selecionando meios auxiliares de acordo com
apresentação? a situação de aprendizagem.
- Que atividades deverão ser desenvolvidas - Selecionando atividades que levem a atingir
pelo professor? os objetivos estabelecidos.
- Como avaliar o trabalho desenvolvido? - Observando, medindo, formulando perguntas
constantemente.

Mello (2007) afirma, para que o professor possa planejar adequadamente sua tarefa e
atender às necessidades do aluno, ele carece considerar o conhecimento da realidade. Esse
conhecimento constitui o pré-requisito para o planejamento de ensino. Assim, o levantamento
de dados e fatos importantes de uma realidade devem ser interpretados, o que constitui a
SONDAGEM. Uma vez realizada a sondagem, o professor procede o estudo cuidadoso dos
dados coletados, obtendo um resultado. Essa conclusão a que o professor chega, após a
análise dos dados, constitui o DIAGNÓSTICO.

Componentes do Planejamento de Ensino: Etapas Básicas

Para quê? Objetivos - tomada de posição do professor quanto: à


natureza dos estudos referentes à disciplina;
às exigências sociais; à necessidade de auto-
realização dos alunos.
Para quem? População-Alvo - idade dos alunos;
- experiência anterior na sucessão do curso;
- motivação e interesse.

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 14


O quê? Seleção de - aspectos significativos do programa;
Conteúdos - conteúdos que atendam aos interesses dos
alunos.
Como? Modos Operacionais - métodos;
- técnicas;
- recursos didáticos.
O quê? Avaliação - conteúdo;
- hábitos;
- atitudes;
- habilidades;
- comportamentos.
Onde? Fontes de - livros;
Informações - revistas;
- publicações em geral.

8 O PLANO DE AULA

Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer,
como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer. Para existir plano, é necessária a
discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse
modo é que se respondem às questões indicadas acima.
O plano é a “apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à
ação a realizar” (FERREIRA, apud PADILHA, 2001: 36). Assim sendo, o plano tem a conotação
de produto do planejamento.
Nessa perspectiva, podemos afirmar que plano é um guia, cuja função é de orientar a
prática, partindo da própria prática, portanto não pode ser um documento rígido e absoluto. Ele
é a formalização dos diferentes momentos do processo de planejar que, por sua vez, envolve
desafios e contradições.
Plano Nacional de Educação é “o momento em que se reflete toda a política educacional
de um povo, inserido no contexto histórico, que é desenvolvida a longo, médio ou curto prazo”
(SANT’ANNA, 1999: 48).
Plano Escolar é local onde são registrados os resultados do planejamento da educação
escolar. “É o documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado,
as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos”
(LIBÂNEO, 2005: 225).
Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser ensinadas e
desenvolvidas em uma instituição educacional durante o período de duração de um curso.
Segundo Vasconcellos (2005: 117), esse tipo de plano é a “sistematização da proposta geral
de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada
realidade”.
Plano de Ensino “é o plano de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela
escola, professores, alunos ou pela comunidade. Situa-se no nível bem mais específico e
concreto em relação aos outros planos, pois define e operacionaliza toda a ação escolar
existente no plano curricular da escola” (SANT’ ANNA, 1999: 49).
Mello (2007: 15), sinaliza quais os tipos de plano de ensino e a característica de cada um.
FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 15
Tipos e Características de Plano de Ensino

Plano de... Características Gerais


Curso 1. Amplo, genérico, sintético, de largo alcance; previsão global de todo o
trabalho a ser realizado durante um determinado período, servindo de
linha-mestra para o trabalho do professor e composto por blocos de
conteúdos relacionados que se constituem em unidades didáticas.
2. Apresentam objetivos formulados em termos gerais, descrevendo o que
se espera do aluno no final do curso.
3. Descreve todos os meios de ensino (conteúdos, estratégias) que serão
desenvolvidos em função dos objetivos propostos.
Unidade 1. Objetivos e meios são relacionados ao tema central da unidade
(objetivos específicos), a natureza do tema determina a duração da
unidade.
2. Unidades muito longas devem ser evitadas para não levar ao
desinteresse.
3. Unidades e subunidades devem ser coerentes com as exigências
lógicas do conteúdo e psicológicas do aluno.
Aula 1. Roteiro de atividades que se destina a indicar, de forma bem mais
específica, os elementos contidos nos planos anteriores.
2. Objetivos traçados em termos de comportamentos observáveis.
3. Estratégias de apresentação, desenvolvimento, integração e fixação da
aula.

9 ELABORANDO O PLANO DE AULA NA PRÁTICA

“A maioria das pessoas não planeja fracassar, mas fracassa por não planejar” – John
Beckley.
“Planejar é decidir de antemão qual é, e como será a sua vitória” – Rhandy Stefano.
“É importante ter metas, mas também é fundamental planejar cuidadosamente cada
passo para atingi-las” – Bernardinho.
“Com o planejamento e esforço, o sucesso não é certo... Sem planejamento e esforço, o
fracasso é garantido” – Átila Real.
“É melhor estar preparado para uma oportunidade sem tê-la, do que ter uma oportunidade
e não estar preparado” – Whitney Young Jr.

O que Deve Constar na Identificação?

- Nome da Instituição;
- Nome da Disciplina;
- Ano escolar;
- Nomes dos Professores;
- Período;

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 16


- Carga Horária/Duração Atividade;
- Número de Alunos;
- Tema.

Por Que Estes Dados São Fundamentais Para o Planejamento?

A identificação auxilia previamente o professor no conhecimento, no planejamento e


decisão de etapas fundamentais do plano de aula, a exemplo do conteúdo, objetivos, método,
estratégias, recursos e avaliação. Auxilia, por exemplo, o professor objetivar e adequar o tema
ao perfil dos alunos, os objetivos e conteúdos a serem estabelecidos, o tempo disponível e os
recursos necessários a serem providenciados.

9.1 Objetivos Educacionais


O que são os objetivos educacionais?
Se o homem age, ele o faz em função de um propósito a ser alcançado. A ação para um
fim é definidora do objetivo. Portanto o objetivo "é a descrição clara do que se pretende
alcançar como resultado da nossa atividade". Só não podemos nos esquecer, que os objetivos
são voltados para aquilo que os alunos devem alcançar.
Não é errado pensar na construção de objetivos para a ação do professor. Mas nesse
momento, o enfoque do objetivo é voltado especificamente para a aprendizagem do estudante
- para aquilo que ele precisa desenvolver.

Quais os tipos de objetivos que um plano de aula deve contemplar?


Os objetivos podem ser classificados da seguinte forma:

- Objetivos e conteúdos conceituais – fatos, conceitos e princípios; - O que se deve


saber?
- Objetivos e conteúdos procedimentais – procedimentos, técnicas e métodos; - O que
se deve saber?
- Objetivos e conteúdos atitudinais – valores, atitudes e normas. - Como se deve ser?

Como formular os objetivos?


Os objetivos devem refletir os conceitos, habilidades e atitudes que se espera que os
alunos alcancem ao longo da atividade/aula. É importante iniciar a frase com o verbo no
infinitivo. Vamos ver alguns exemplos de verbos:

Conceitual – relacionar, explicar, interpretar, associar, comparar, definir, descrever,


diferenciar, distinguir, identificar, indicar, listar, nomear, reconhecer, redefinir, revisar, mostrar,
constatar, comentar, analisar.

Procedimental – manejar, calcular, demonstrar, empregar, estimar, dar um exemplo,


ilustrar, localizar, medir, operar, desempenhar, prescrever, registrar, montar, esboçar,
solucionar, traçar, usar.

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 17


Atitudinal – refletir, criticar, debater, decidir, defender, formular, inferir, organizar, propor,
recomendar, respeitar, apreciar, praticar, ser consciente de, agir, conhecer, perceber, estar
sensibilizado, sentir, prestar atenção a.

9.2 Conteúdos de Ensino


Com as mudanças ocorridas na função social da escola, o termo conteúdo vem se
modificando não mais sendo compreendidos somente como aquisição de conhecimentos. É
importante que você saiba que os conteúdos do ensino sofrem influência das questões
humanas, sociais, políticas e econômicas que permeiam a sociedade expressando-se nas
atividades práticas dos homens em suas relações com o ambiente natural e social.

O conteúdo deve estar relacionado com os objetivos propostos no planejamento de


ensino além de considerar o perfil do aluno. O professor deverá também considerar alguns
critérios como validade, relevância, gradualidade, acessibilidade, interdisciplinaridade,
articulação com outras áreas, cientificidade e adequação.

DICA: Lembre-se de que os conteúdos de ensino devem expressar todos os objetivos


estabelecidos no seu planejamento de aula. Após descrever os conteúdos do seu plano de
aula/atividade, volte nos objetivos que você descreveu e verifique se existem conteúdos
suficientes para atingir todos os objetivos que você propôs.

9.3 Métodos e Estratégias


Método de ensino é o caminho escolhido pelo professor para organizar as situações de
ensino-aprendizagem. Implica que façamos escolhas com base no que acreditamos que seja a
própria aprendizagem, nos fundamentos que guiam o professor.
- Abordagem tradicional
- Abordagem tecnicista
- Abordagem libertadora
- Abordagem construtivista
- Abordagem crítico-social dos conteúdos

A partir dessa escolha, partimos para a operacionalização do ensino. Aí entram as


diferentes técnicas ou estratégias de ensino. Para ensinar você precisa de um método?
Técnica? Dinâmica? Estratégia? Oficina? Será que é tudo a mesma coisa?

9.4 Recursos
A aplicação das técnicas implica em considerar os recursos a serem utilizados.

Como podemos escolher os recursos que serão utilizados na aula/atividade?

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 18


A observação das condições do local, dos alunos, e da própria aula auxilia na definição e
planejamento dos recursos, desde material básico, de papelaria, jogos, até material
tecnológico.

9.5 Avaliação
A avaliação está sempre presente em nossa prática e em nosso cotidiano. No que se
refere ao ensino, a avaliação da aprendizagem é necessária para que os professores e os
alunos possam pensar sobre si mesmos e analisar os objetivos de ensino propostos a fim de
perceber avanços e limites do processo ensino aprendizagem.
A avaliação da aprendizagem deve ter um caráter formativo, que tem como objetivo
acompanhar a aprendizagem do aluno para auxiliar na tomada de decisões sobre como ajuda-
lo a melhorar seu desempenho.

Como a Avaliação Formativa Acontece?


A avaliação formativa não pode ser pontual. Precisa ocorrer a todo o momento, ou seja,
ser processual. Pelo próprio caráter processual podemos também dizer que ela é dinâmica. A
dinamicidade permite que ao tomar as decisões pedagógicas o professor auxilie o aluno a
alcançar um novo estado de qualidade, que seja melhor e mais satisfatório e ao mesmo tempo
possa reformular o ensino quantas vezes sejam necessárias. A avaliação em processo, ou
seja, a avaliação formativa, prevê a inclusão dos alunos para assumirem com o professor os
riscos das decisões tomadas, porque o pacto pelas finalidades da aprendizagem é coletivo.

E então, quais os conteúdos que podemos avaliar?


Você deverá estudar, selecionar, organizar e propor as melhores estratégias para que os
alunos aprendam. Quando pensamos em formação integral é muito importante considerarmos
a avaliação de outros tipos de conteúdo como os procedimentais e atitudinais. Ou seja, é
importante avaliar também aspectos motores, de autonomia, de relação interpessoal e de
inserção social.

Como você pode fazer a avaliação da aprendizagem acontecer?


Para que a avaliação da aprendizagem aconteça é necessário que haja uma prática
pedagógica dialógica entre alunos e professores. A avaliação é democrática na medida em que
está a serviço de todos, ou seja, que todos aprendam e se desenvolvam.

O que isso significa?


Professores e alunos devem estabelecer alianças ou contratos de trabalho e estarem em
permanente interação.

DICA: A avaliação deve ser realizada de modo a motivar o aluno a seguir em frente, ao
invés de ameaçá-lo, amedrontá-lo ou puni-lo.

Como fazer isso? Somente com uma prova ou exame conseguimos avaliar a
aprendizagem na perspectiva formativa?
Muitos são os instrumentos de avaliação possíveis para além da prova ou exame. A
depender dos conteúdos você pode trabalhar com relatórios, seminários, atividades grupais,
exercícios, análise de casos, observação etc. Há uma infinidade de possibilidades de

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 19


instrumentos de avaliação que deverão estar de acordo com os objetivos propostos para a
aprendizagem.

DICA: Nem todas as técnicas de avaliação se aplicam a qualquer objetivo. Esteja atento
para avaliar aquilo que você propôs como objetivo.

Download de Material Adicional Sobre Plano de Aula:


 bit.ly/elaborando-plano-de-aula

10 INTERDISCIPLINARIDADE NA SALA DE AULA

A interdisciplinaridade surgiu no final do século passado a partir da necessidade de


justificar a fragmentação causada por uma epistemologia de cunho positivista. As ciências
foram divididas em muitas disciplinas e a interdisciplinaridade restabelecia, pelo menos, um
diálogo entre elas. Considerada pela ciência da educação como uma relação interna da
disciplina “matriz” e a disciplinada “aplicada”, a interdisciplinaridade passou a ser um termo
aceito na educação por ser vista como uma forma de pensamento.
Segundo Piaget, a interdisciplinaridade seria uma forma de se chegar à
transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas
alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas.
Pois bem, atualmente a interdisciplinaridade tem sido abraçada por grande parte dos
educadores, visto que tal postura garante a construção do conhecimento de maneira global,
rompendo com as fronteiras das disciplinas, pois apenas a integração dos conteúdos não seria
satisfatório. Geralmente aplicada já nas séries iniciais do Ensino Fundamental, os professores
devem incentivar os alunos a construírem relações entre os diferentes conteúdos presentes
nas diversas disciplinas do currículo.
É de suma importância levar em conta no momento da avaliação de um projeto didático,
as aprendizagens realizadas pelos alunos durante a realização desse. Um projeto é definido
como satisfatório com base nas aprendizagens que proporciona aos seus alunos, não pela
qualidade pontual de seu produto final.
Vale ressaltar aos educadores que a interdisciplinaridade quando voltada para a
educação, em especial aos projetos educacionais, baseia em alguns princípios, entre eles:
• Noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender. Não existe data marcada
para aprender. Ele aprende a toda hora e não apenas na sala de aula.
• Na crença de que é o indivíduo que aprende. Então, é preciso ensinar a aprender, a
estudar etc., estabelecendo uma relação direta e pessoal com a aquisição do saber.
• Embora adquirido individualmente, o conhecimento é uma totalidade.
• A criança, o jovem e o adulto aprendem quando possuem um projeto de vida e o
conteúdo do ensino é significativo para eles no interior desse projeto. O aprendizado envolve
emoção e razão no processo de reprodução e criação do conhecimento.

Objetivos da Metodologia do Trabalho Interdisciplinar

 Integrar os conteúdos;
 Passar de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do
conhecimento;

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 20


 Superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa a
partir da contribuição das diversas ciências;
 Ter o ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de
toda a vida, entre outros.

A ação pedagógica através da interdisciplinaridade propicia a construção de uma escola


participativa e decisiva na formação social do indivíduo, bem como uma prática coletiva e
solidária na organização da escola. Um projeto interdisciplinar de educação deverá ser
marcado por uma visão geral da educação, num sentido progressista e libertador.

11 PEDAGOGIA DE PROJETOS NA PRÁTICA

Projeto é também um documento em que o produto advém do planejamento. Isso porque


nele estão registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma
tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome indica, projetar é lançar
para frente, dando sempre a idéia de mudança, de movimento. Projeto representa o laço entre
o presente e o futuro, portanto é a marca da passagem do presente para o futuro.
Projeto Pedagógico será esclarecido à luz das palavras de Vasconcellos (2005: 143), que
afirma: “É um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o
que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a
ação de todos os agentes da instituição.”
O autor afirma ainda que se pode distinguir dois momentos:
a) O momento da concepção do projeto.
b) O momento da institucionalização e implantação do projeto.

Logo, podemos afirmar que a noção de projeto implica sobretudo tempo:


a) Tempo Político - define a oportunidade política de um determinado projeto.
b) Tempo Institucional – cada escola encontra-se em um determinado tempo de sua
história. O projeto que pode ser inovador para uma escola pode não ser para outra.
c) Tempo Escolar – o calendário da escola, o período no qual o projeto é elaborado é
também decisivo para o seu sucesso.
d) Tempo para amadurecer as idéias – só os projetos burocráticos são impostos, por
isso, revelam-se ineficientes em médio prazo. Há um tempo para sedimentar as idéias,
portanto um projeto precisa ser discutido, algo que leva tempo.

Assim, os elementos facilitadores para o êxito de um projeto são, a saber:


1) Comunicação – um projeto deve ter um enunciado facilmente compreendido.
2) Adesão voluntária e consciente ao projeto – todos devem estar envolvidos, a co-
responsabilidade é um fator decisivo no êxito de um projeto.
3) Suporte institucional e financeiro – que significa vontade política, pleno
conhecimento de todos, principalmente dos dirigentes e recursos financeiros claramente
definidos.
4) Controle, acompanhamento e avaliação do projeto – um projeto que não pressupõe
constante avaliação não consegue saber se seus objetivos estão sendo atingidos.

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 21


5) Credibilidade - as idéias podem ser boas, mas, se os que as defendem não têm
prestígio, ou seja, comprovada competência, a legitimidade do projeto pode ficar limitada.
6) Referencial teórico - vai facilitar encontrar os principais conceitos e a estrutura do
projeto, pois a falta desses elementos torna-se um obstáculo na elaboração e na implantação
do Projeto para a escola.

É fundamental saber que para implantação de um Projeto Pedagógico enfrenta-se sempre


a descrença dos que pensam que não adianta projetar para se ter uma boa escola.
Logo, enquanto não existir pressão dos “de baixo”, a vontade política e o pensamento da
prática dos “de cima” não se modificará (VASCONCELLOS, 2005).
Nessa percepção, podemos afirmar que o Projeto Pedagógico da escola deve se
constituir num verdadeiro processo de conscientização e de formação cívica, isto é, um
processo de recuperação da importância e da necessidade do planejamento da educação.
Tudo isso estabelece que deve haver uma educação voltada para a cidadania e
autonomia, por serem hoje duas categorias estratégicas de construção de uma sociedade
melhor em torno das quais há, freqüentemente, o consenso.
Em síntese, falar da construção do Projeto Pedagógico é discorrer o planejamento em um
contexto pelo processo participativo, em que o passo inicial é a elaboração do marco
referencial, e este deverá iluminar o fazer das demais etapas. Alguns autores que tratam do
planejamento, como Gadotti, referem-se ao marco referencial, mas outros, como Gandin e
Vasconcellos, distinguem nele três marcos: situacional, doutrinal e operativo.
Vasconcellos (2005: 170) nos afirma que o Projeto Pedagógico é composto, basicamente,
de três grandes partes, articuladas entre si, corroborando com Gandin.

Marco Referencial Diagnóstico Programação

O que queremos alcançar? O que nos falta para ser o O que faremos
que desejamos? concretamente para suprir
tal falta?

É a busca de um É a busca das necessidades, a É a proposta da ação. O que é


posicionament partir da análise da realidade necessário e possível para
• Político – visão do ideal de e/ou do juízo sobre a realidade diminuir a distância entre o
Político – visão do ideal de da instituição (comparação que vem sendo a instituição e
sociedade e de homem; com aquilo que desejamos que o que deveria ser.
seja).
• Pedagógico – definição sobre
a ação educativa e sobre as
características que deve ter a
instituição que planeja.

Apresentamos, sinteticamente, os possíveis passos para o processo de elaboração e


aplicação do Projeto Pedagógico, alicerçados em Vasconcelos (2005):

• Surgimento da Necessidade de Projeto


• Decisão Inicial de se fazer Decisão Inicial de se fazer
• Trabalho de Sensibilização e Preparação
• Decisão Coletiva
• Elaboração

FUNDAMENTOS DAS SÉRIES INICIAIS ̶ 22


• Marco Referencial
• Diagnóstico
• Programação
• Publicação
• Realização Interativa
• Avaliação; Atualização do Diagnóstico
• Reprogramação Anual
• Avaliação de Conjunto
• Reelaboração (parcial ou total)

Assim sendo, para a conclusão de um projeto, é fundamental que um grupo obtenha uma
adaptação ativa à realidade para adquirir insight, quando se torna consciente de certos
aspectos de sua estrutura dinâmica. Em um grupo operativo, cada sujeito conhece e
desempenha seu papel específico, de acordo com as leis da complementaridade.

Fatores Que Condicional a Implementação da Pedagogia de Projetos

Vários são os fatores que influenciam na hora de se implementar a pedagogia de projetos


como uma alternativa metodológica para a educação brasileira, uma delas é a formação do
professor; este deve ser qualificado para que possa lidar com as inovações que a
aplicabilidade da pedagogia trás, a pedagogia de projetos parece ser uma metodologia simples
mas na realidade ela requer um conhecimento amplo do contexto político e social em que nos
encontramos, e requer também um grande domínio de sala do professor para que este possa
conduzir o desenvolvimento do projeto a contento; outro fator que corresponde a uma
dificuldade de implementação da pedagogia de projetos é a política pedagógica das instituições
de ensino, muitas vezes algumas instituições nem possuem um plano político pedagógico o
que acaba por dificultar a implementação de inovações na escola, outras vezes algumas
instituições possuem uma política pedagógica tradicional o que acaba por podar a ação do
professor dentro de sala de aula.

A Formação Profissional do Professor

A exigência legal de formação inicial para a atuação no ensino fundamental nem sempre
pode ser cumprida, em função das deficiências do sistema educacional. No entanto, a má
qualidade do ensino não se deve simplesmente a não – formação de parte dos professores,
resultando também da má qualidade da formação que vem sendo ministrada.
Além de uma formação inicial consistente, é preciso considerar um investimento educativo
e sistemático para que o professor se desenvolva como profissional da área de educação. O
conteúdo e a metodologia para essa formação precisam ser revistos para que haja
possibilidade de melhoria no ensino. A formação não pode ser tratada como um acúmulo de
cursos e técnicas, mas sim como um processo reflexivo e crítico sobre a prática educativa.
Investir no desenvolvimento profissional dos professores é também intervir em suas reais
condições de trabalho.
A formação de professores pode ser considerada como um processo que se prolonga por
toda a vida profissional. Aprender a ensinar é um processo complexo que envolve fatores
afetivos, cognitivos, éticos de desempenho entre muitos outros.

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O Papel do Projeto Político Pedagógico na Pedagogia de Projetos

A ação pedagógica não ocorre de forma isolada, o educador é o profissional que se


dedica a atividade de, intencionalmente, criar condições de desenvolvimento de condutas
desejáveis, seja do ponto de vista do individuo ou do ponto de vista do grupamento humano.
O plano político pedagógico das instituições de ensino é que dão sustentação à atividade
do professor, dão as condições dos professores colocarem em prática suas idéias e formas de
trabalho.
Embora o Projeto Político Pedagógico seja apontado como um dos instrumentos
definidores de uma proposta de escola democrática, ele precisa ser cuidadosamente analisado
quando ao que se refere a sua execução.
O Projeto Político Pedagógico constitui-se em uma via possível para a modificação de
uma estrutura baseada na compartimentalização e na prática individualizada que se efetiva no
interior da escola, reorientando-as para uma unidade de objetivos que direcione e conduza a
diversidade da ação do docente.
A proposta de elaboração do Projeto Político Pedagógico traduz a busca de alternativas
que tem como foco a revisão de praticas estandizardas usuais na organização do trabalho
educativo, permitindo a estruturação de um espaço no qual o professor atue efetivamente
como um profissional com condições de domínio e direcionamento do processo em que está
inserido, dando maiores oportunidades do professor trabalhar com a pedagogia de projetos
como metodologia de ensino.

O Mestre do Novo Milênio

Hoje, espera-se que você, educador seja capaz de:


 Contextualizar os conteúdos e articula-los nas diferentes disciplinas;
 Diversificar as atividades, utilizando novas metodologias, estratégias e materiais de
apoio;
 Dominar tecnologias que facilitem a aprendizagem dos alunos;
 Acolher e respeitar a diversidade, utilizando-a pra enriquecer sua aula;
 Gerir a classe e saber lidar com o imprevisto;
 Administrar seu desenvolvimento profissional criando planos de estudo e trabalho;
 Envolver-se nas questões da escola, desempenhando outras funções alem das
tradicionais da sala de aula;
 Desenvolver projetos com a sua turma, tendo como ponto de partida a realidade local;
 Trabalhar em equipe com os outros professores;
 Estabelecer uma parceria constante com os pais e a comunidade.

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DISCENTES:
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TRABALHO AVALIATIVO / SEMINÁRIO

1) A prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como as que acontecem


na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de convivência social, por
construir uma ação:
a) planejada, intencional e ocasional. d) sistemática, ocasional e intencional.
b) espontânea, ocasional e assistemática. e) assistemática, planejada e espontânea.
c) sistemática, intencional e planejada.

2) Justifique as frases abaixo:


a) Todo professor precisa ter um trabalho pedagógico que leve seus alunos a terem a idéia
livre da opressão, pensando em si e no mundo que o rodeia. Esse professor está contribuindo
para que junto aos alunos?
b) A professora Maria entende que a escolarização é um meio de ascensão social. Diariamente
ela transmite aos seus alunos os conteúdos que seleciona de forma criteriosa, preocupa-se em
fazê-los anotar, em seus cadernos, toda a matéria. Os exercícios de casa são partes
importantes de sua prática pedagógica, pois considera que ajuda os alunos a assimilar e a
consolidar os conteúdos, além de torná-los responsáveis.

3) Do planejamento didático faz parte a seleção dos conteúdos a serem trabalhados.


Organiza-se o planejamento em torno das atividades preferidas dos alunos e
selecionam-se os conteúdos que tenham para os alunos:
a) significação e utilidade. d) sistematização e gradualidade.
b) organização e flexibilidade. e) coerência e integralidade.
c) ordenação e validade.

4) Aprender e ensinar são processos intimamente relacionados, nos quais o


planejamento tem um papel fundamental, que é:
a) direcionar o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno.

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b) direcionar a seleção de conteúdos que garantam o alcance dos objetivos definidos pelo
professor.
c) traduzir na prática as diferentes correntes teóricas relativas ao processo ensino-
aprendizagem.
d) favorecer a qualidade do trabalho docente, a fim de que o aluno desenvolva sua capacidade
intelectual.
e) garantir coerência e unidade do trabalho docente através da interligação dos elementos do
processo de ensino.

5) Ao planejar as atividades escolares é preciso ter sempre em mente: a aprendizagem


só acontecerá quando:
a) a motivação estiver presente. d) a memória trabalhar os dados.
b) a afetividade for amadurecida. e) a socialização se complementar.
c) a cognição puder estruturar-se.

6) Ao selecionar conteúdos significativos para o ensino, o professor deve valorizar os


seguintes critérios:
a) os conteúdos apresentados nos livros didáticos da série e as necessidades dos alunos.
b) Os conteúdos que ele próprio domina e as contribuições dos autores especializados.
c) As experiências de vida dos alunos e as contribuições de autores especializados.
d) Os conteúdos apresentados nos livros didáticos e a seqüência dos alunos.
e) A organização lógica dos conteúdos e os programas oficiais.

7) O planejamento de ensino realizado pelas ações docentes (professores) precisa estar


articulado entre si através das escolhas de atividades conscientes para a promoção
humana e social. Tal atividade, fundamentada em opções político-pedagógicas, deve ter
como referência permanente as situações didáticas concretas, a fim de desenvolver:
a) a pesquisa em sala de aula, despertando o interesse dos alunos em criar conhecimento.
b) a pesquisa de campo, que ajudará o ensino a ficar mais dinâmico.
c) uma prática pedagógica participativa, que permitirá o desenvolvimento da consciência para o
exercício da cidadania.
d) aumentar o nível de escolaridade.
e) uma prática pedagógica reprodutora.

8) PROFESSORA 1: A professora Sílvia organiza seu planejamento didático em torno das


atividades preferidas pelos alunos, as quais, constantemente, os estimulam e os encorajam.
Após algum tempo, fica visível o progresso de seus alunos.

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PROFESSORA 2: Elisa, professora da mesma escola de Sílvia, é indagada por que tal
progresso não ocorre com a sua turma, ela responde: “Meus alunos são pobres, têm muita
dificuldade e não vão conseguir aprender mesmo”.
O que distingue fundamentalmente essas duas professoras é:
a) a auto-estima pessoal e profissional.
b) a crença no potencial dos alunos.
c) a visão contextualizada de mundo.
d) a compreensão da realidade imediata.
e) a experiência profissional anterior.

9) a) O trabalho docente entendido como atividade pedagógica do professor, desenvolvido com


os alunos, busca assegurar o domínio mais seguro e duradouro possível dos conhecimentos
científicos.
b) Os aspectos que compõem a Didática, durante a caminhada da teoria até a prática, são
sociológicos, psicológicos e filosóficos.
c) Os objetivos são classificados quanto à especificação, em gerais e específicos.
d) Os fatores sociais, como os problemas familiares, não interferem na aprendizagem.
e) O planejamento de ensino deve prever os objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e
avaliação.
Estão corretas as afirmações das letras:
a) a, b, c d) a, b, c, e
b) a, b, d e) a, b, c, d, e
c) a, b, e

10) Um docente que pretende desenvolver uma prática educativa em sintonia com o
contexto sociocultural deve organizar sua ação educativa e pragmática junto aos alunos
com base:
a) na discussão de problemas culturais, éticos, étnicos e de gênero.
b) na mobilização política em favor da solução de problemas.
c) na análise das contradições culturais entre os povos.
d) na apresentação de narrativas sobre temas transversais.
e) nas aspirações sociais, interesses e motivação dos estudantes.

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