Os dois sistemas jurídicos contemporâneos – o common law e o da Europa continental – e um caso especial: a bioética Negação ao fundamento axiológico do Direito. Necessidade de retomar os fundamentos do Direito no que diz respeito aos paradigmas da racionalidade moderna, a fim de renunciar, total ou parcialmente, aos seus propósitos e, desse modo, substituí-los por paradigmas novos, mais congruentes com a situação das sociedades contemporâneas. Contemporaneidade – Modernidade – Secularização – com o avanço da racionalidade como princípio organizacional da vida em sociedade, em detrimento da religiosidade. A racionalização e a secularização, para o autor, permitiram a emergência do indivíduo, ou melhor, do sujeito, em relação a Deus. E, com a emergência do indivíduo, surgiram as noções de dignidade do homem, autonomia da vontade, liberdade e responsabilidade. A bioética remete, primeiramente, a um conjunto de procedimentos e práticas que colocavam em dúvida os avanços das técnicas biomédicas. A bioética, ademais, é uma realidade e ela diz respeito a todos os setores da atividade humana: o início e fim da vida, a engenharia genética, a biotecnologia moderna, a medicina e os medicamentos, etc. Por conta disso, o desafio do Direito é saber como devemos nos conduzir para uma adequada utilização destas inovações e ter a consciência que cabe à bioética tratar dos problemas atuais e futuros de ordem ambiental e ética que, fundamentalmente, dizem respeito às liberdades individuais. Trânsito da bioética para o biodireito – segunda metade do séc. XX; Movimento dialético entre direito e ética é fundamental para para que haja uma melhora na relação com os dh’s, no sentido da universalização. As linhas de pensamento acerca da bioética podem ser divididas em dois dualismos: o liberal-conservador, ou americano-europeu, aqui relacionados com a diferença de sistema jurídico de cada região. Bioética europeia: inspiração kantiana. Inviolabilidade do corpo. Dignidade da pessoa humana. Exercício individual da liberdade não pode conflitar com o exercício da razão, que é universal (autonomia da razão). Bioética americana: inspiração de Locke. O corpo de uma pessoa é produto do seu próprio trabalho, do cuidado que a pessoa com ele despendeu, motivo pelo qual ela pode, livremente, dispor dele assim como dos demais bens que a sua atividade laboral lhe permitiu adquirir, desenvolver. Assim, os sistemas jurídicos, para o autor se dividem em: a) europeu- conservador, em que o Estado se interfere diretamente nos rumos e diretivas da pesquisa e avanço das técnicas de saúde e meio-ambiente; b) americano-liberal, voltado para questões pragmáticas de mercado e do progresso que as novas tecnologias propiciam ao gênero humano;