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COMO FAZER Projetos

Relatórios

Monografias

Dissertações

Teses
MARIA MARLY DE OLIVEIRA

COMO FAZER Projetos

Relatórios

Monografias

Dissertações

Teses

5a Edição Ampliada e Atualizada


segundo Nova Ortografia e Normas da ABNT
© 2011, Elsevier Editora Ltda.
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Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da Editora, poderá ser reprodu-
zida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos,
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Revisão: Bruno Barrio


Editoração Eletrônica: Abreu’s System Ltda.
Elsevier Editora Ltda
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ISBN 978-85-352-3942-3

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encaminhar a questão.
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou
perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

O45c
5.ed.
Oliveira, Maria Marly de
Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses /
Maria Marly de Oliveira. - 5.ed. [rev.] - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

Apêndices
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-352-3942-3

1. Redação técnica. I. Título.

10-3880. CDD: 808.066


CDU: 001.818
Dedicatória

Com carinho e sensibilidade freireana, dedico esta obra


em sua 5ª edição aos leitores em geral, colegas, estudantes e
pessoas interessadas na produção de novos conhecimentos. Em
especial, aos que se encontram estudando e/ou pretendem in-
gressar em cursos de graduação e pós-graduação lato e stricto
sensu nas universidades/faculdades, em busca de uma formação
acadêmica de qualidade, para melhor competir no mercado de
trabalho. Desejamos a todos muito sucesso, e que juntos possa-
mos contribuir para o avanço do conhecimento e para uma edu-
cação de maior qualidade, visando uma melhor humanização de
nossa população jovem e maior responsabilidade social.
Agradecimentos

Aos leitores desta obra, que nos permitiram chegar a esta


nova edição. Aos meus alunos e ex-alunos que muito contribuem
e me incentivam a publicar livros e textos que sejam didáticos e
de fácil leitura.
Aos estudantes universitários e aos colegas professores
que venham a utilizar esta obra como instrumento de referên-
cia, na construção e reconstrução de novos conhecimentos.
Quanto mais me capacito como profissional, quanto
mais sistematizo minhas experiências, quanto mais
me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio
de todos e ao qual todos devem servir, mais aumen-
ta minha responsabilidade com os homens.
Paulo Freire, 1983, p. 20
Prefácio

Os universitários, em sua maioria, deparam-se com difi-


culdades no momento em que lhes são exigidos relatórios de
disciplinas ou resultados de pesquisas.
As dificuldades aumentam quando eles tentam a obtenção
de bolsas de estudos, sendo-lhes exigida a confecção de projetos.
Além do mais, em alguns cursos de graduação, há exigência de
elaboração de monografia, obrigatória para a conclusão do cur-
so. Essas dificuldades geralmente estão associadas à ausência de
roteiro predeterminado. Nesse caso, o aluno busca copiar algo
preexistente, nem sempre dentro das normas científicas.
No caso dos cursos de pós-graduação, em nível de
mestrado ou doutorado, os pós-graduandos já apresentam maior
experiência na produção de relatórios e, portanto, maior facili-
dade com a escrita. Mas nem sempre os programas de pós-gra-
duação seguem um mesmo modelo, embora a maioria das
sequências de informações seja semelhante.
Desse modo, é importante ressaltar que este livro vem aten-
der tanto ao estudante de graduação como ao de pós-graduação.
Nesse aspecto, o livro Como fazer projetos, relatórios,
monografias, dissertações e teses visa a preencher uma lacuna nes-
te campo. Elaborado e desenvolvido pela professora Maria Marly
de Oliveira, este trabalho se deve em grande parte à sua experiên-
cia construída, sobretudo, ao longo do tempo em que leciona as
disciplinas “Metodologia da Pesquisa Científica” e “Metodologia
do Ensino Superior”, em diferentes programas de pós-graduação.
Portanto, é com inusitado prazer que felicito a autora deste
livro, o qual preenche uma lacuna, agora sanada pela educadora
Profª Drª Maria Marly de Oliveira, ex-diretora do Departamen-
to de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE).

Professor Valmar Corrêa de Andrade


Reitor da UFRPE
Apresentação

Ao apresentar esta 5ª edição revista e ampliada segundo


as atuais normas da ABNT (NBR 14724, 2005), agradecemos
aos leitores das edições anteriores. Informamos aos novos leito-
res que o diferencial desta obra está na forma didática e na leve-
za como abordamos normas e técnicas para construção de tra-
balhos científicos, cujo objetivo é oferecer pistas para a produ-
ção de novos conhecimentos.
Esta obra visa a oferecer subsídios aos estudantes de gra-
duação e de programas de pós-graduação, para a construção de
projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Elabora-
mos este livro de forma didática, apresentando os principais
referenciais de base na produção desses trabalhos científicos.
O que justifica nossa proposta é o fato de lecionarmos as
disciplinas Metodologia da Pesquisa Científica e Metodologia do
Ensino Superior em diferentes programas de pós-graduação, e de
termos acatado as constantes solicitações dos nossos alunos quan-
to à elaboração de um “manual” para facilitar a padronização de
trabalhos acadêmicos. Portanto, este livro foi criado com apoio
de mestrandos e doutorandos que participaram ativamente das
discussões em sala de aula, apresentando sugestões para uma
possível unificação da forma de construção de projetos e apre-
sentação de relatórios, monografias, dissertações e teses.
Esta obra consta de seis capítulos. No primeiro deles, apre-
sentamos, noções básicas, que vão desde a escolha do papel até
os critérios de apresentação de tabelas, gráficos, quadros e ilus-
trações. No segundo capítulo, abordamos a metodologia do tra-
balho científico. No terceiro capítulo, há uma abordagem no
que diz respeito aos elementos essenciais no processo de
estruturação de um projeto de pesquisa e de relatórios. No quarto
capítulo, trabalhamos os referenciais básicos para a redação de
monografias, TCC, TGI, dissertações e teses, para, logo a se-
guir, no quinto capítulo, apresentarmos as diretrizes gerais para
elaboração e apresentação de trabalhos científicos, técnicos e
didáticos.
Finalmente, atendendo a inúmeras sugestões de nossos
leitores(as), apresentamos, no sexto capítulo, as normas da
ABNT com comentários, objetivando a utilização correta da ci-
tação dos autores(as), de documentos e de todo material
pesquisado e citado na elaboração dos trabalhos acadêmicos.

Professora Maria Marly de Oliveira, Ph.D.


marly@academiadeprojetos.com.br
Capítulo

1
...............................................................

Noções básicas

1.1 Estrutura de trabalhos acadêmicos


Segundo as normas da ABNT (NBR 14724, 2005), a estru-
tura para elaboração de um trabalho acadêmico (monografia,
dissertação e tese) compreende elementos: pré-textuais, tex-
tuais e pós-textuais. Entendam-se como elementos pré-textuais to-
dos aqueles que antecedem o texto com informações que aju-
dam na identificação e utilização do trabalho; os elementos tex-
tuais compreendem a parte do trabalho em que é exposta a ma-
téria de estudo; e os elementos pós-textuais significam os elemen-
tos que complementam o trabalho (Quadro 1).

1.1.1 Elementos textuais


Os elementos textuais são constituídos de três partes fun-
damentais: introdução, desenvolvimento e conclusão.

1.1.1.1 Introdução
Esta é a parte inicial do texto, em que deve constar a deli-
mitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros ele-
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

mentos necessários para bem situar o tema que será estudado.


Recomendamos observar atentamente o terceiro capítulo deste
livro, no qual apresentamos os elementos essenciais para elabo-
ração de projetos, cuja estrutura é apresentada no Apêndice L.

1.1.1.2 Desenvolvimento
É a principal parte do texto, na qual deve constar a expo-
sição minuciosa do assunto tratado, fazendo-se uma contex-
tualização e uma fundamentação teórica, cuja estruturação di-
vide-se em seções e subseções que sofrem variações, segundo a
forma de abordagem de cada autor(a).

1.1.1.3 Conclusão
É a parte final do texto, na qual se apresentam as conclu-
sões do estudo realizado, segundo os objetivos propostos no
início do trabalho. É recomendável a apresentação de suges-
tões, com os desdobramentos que o estudo permitiu, e possí-
veis encaminhamentos para os atores sociais que foram envolvi-
dos no processo da pesquisa.
Outros trabalhos acadêmicos similares para conclusão de
curso (TCC), trabalho de graduação interdisciplinar (TGI), tra-
balhos de conclusão de cursos de especialização e/ou aperfeiçoa-
mento, sob a coordenação de um(a) orientador(a), poderão se-
guir também essas recomendações.
Assim, para facilitar a compreensão, apresentamos, no
Quadro 1, a disposição dos elementos essenciais a um trabalho
acadêmico.

2
Capítulo 1: Noções básicas

em

1.1.2. Papel e formato


O papel utilizado, tanto para a elaboração de projetos e
relatórios, como para monografias, dissertações e teses, deve
ser de cor branca, opaco e de boa qualidade e ter formato A4
(21 cm x 29,7 cm). Para os trabalhos acadêmicos que exigem
cópias, o papel deve ser idêntico ao do texto original.
Todos os textos, quadros, tabelas, legendas e figuras de-
vem ser apresentados em posição vertical. Excetuam-se crono-
gramas e, em casos excepcionais, quadros e tabelas com várias

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

colunas, ou, ainda, apêndices com ilustrações que necessitem


de uma apresentação em sentido horizontal (configuração da
página em paisagem). Um trabalho científico requer sobriedade,
por isso, o texto digitado deve ser impresso em tinta preta, sem
moldura ou linhas nas bordas laterais.

1.1.3. Folha-guia para digitação


A recomendação da ABNT (ibid., p. 5) para digitação é a
seguinte: fonte de tamanho 12 para o texto e de tamanho menor
(em regra geral, tamanho 10) para citações de mais de três linhas,
notas de rodapé, paginação e legendas de ilustrações e tabelas.
Para citações de mais de três linhas, deve-se observar também o
recuo de 4 cm da margem esquerda.

1.1.3.1 Margem
A configuração das folhas deve apresentar margem esquer-
da e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm.

1.1.3.2 Espacejamento
A ABNT, no já citado documento, recomenda que todo
texto seja digitado com espaço 1,5, informando que:
As citações de mais de três linhas, as notas, as referên-
cias, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha cata-
lográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da
instituição a que é submetida e a área de concentração
devem ser digitados ou datilografados em espaço sim-
ples (NBR 14724, 2005, p. 8).

1.1.3.3 Títulos e subseções


Os títulos das subseções devem ser separados do texto
que os precede ou que os sucede por dois espaços com entre-

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Capítulo 1: Noções básicas

linhamento 1,5. Na folha de rosto e na folha de aprovação, a


natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é
submetida e a área de concentração devem estar alinhados do
meio da mancha para a margem direita (ibidem, p. 8).
Os títulos ou itens devem ser digitados em letras maiús-
culas e somente os subtítulos devem estar em negrito com le-
tras minúsculas. Após a numeração de cada título ou item, deve-
se colocar um ponto no final. Na numeração dos subtítulos,
não se usa ponto final, como se pode observar na construção
deste livro.

1.1.3.4 Alinhamento do texto


O texto deve ser digitado em alinhamento justificado. O
início da primeira linha do parágrafo deve ter o deslocamento
de um centímetro (1 cm).

1.1.3.5 Linhas solitárias


Na digitação de um texto, não é recomendável deixar um
título, uma frase ou um subitem isolado no final de uma página.
Essas frases ou linhas solitárias devem ser transferidas para a
página seguinte, dando-se continuidade ao texto.

1.1.4 Paginação
A capa e as páginas em branco, que são colocadas no iní-
cio e no final do trabalho, não são numeradas. A recomendação
é de que todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto,
devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A
numeração é colocada a partir da parte textual, em algarismo
arábico, no canto superior direito da folha, a 2 cm de sua borda
superior. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um
volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

de folhas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e


anexo, suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e
sua paginação deve dar seguimento à do texto principal (ibidem,
p. 6).
As páginas que dão início aos capítulos e itens próprios
são contadas, mas não aparecem com o numeral que figura nas
demais páginas.

1.1.5 Elementos obrigatórios


Para os trabalhos acadêmicos (monografias, dissertações
e teses), são elementos obrigatórios: capa, folha de rosto, folha
de aprovação, resumo na língua vernácula, resumo em língua
estrangeira e sumário.

1.1.5.1 Capa
Os elementos essenciais para identificação de um traba-
lho acadêmico devem constar na capa, começando pelo nome
da instituição, seguida pela identificação do departamento e/ou
centro, programa, título, subtítulo, se houver, número de volu-
me (se houver mais de um), autor(a), local e ano de entrega ou
depósito.
Esses trabalhos devem ser encadernados, com uma capa
em plástico transparente, para proteção da folha digitada, no
caso de projetos e monografias. No caso de dissertações e teses,
usa-se capa dura de papelão, na cor determinada pela coorde-
nação do programa de pós-graduação. Todas as informações de-
vem ser formatadas com parágrafo centralizado, sendo a identi-
ficação da entidade do programa e o título do trabalho digitados
em fonte 14, com espaço simples e em negrito (Apêndice A).

6
Capítulo 1: Noções básicas

1.1.5.2 Folha de guarda


A folha de guarda refere-se à folha em branco, que é
inserida logo após a capa e ao final do texto. Excetuando-se a
apresentação de projetos, as folhas de guarda devem constar
em monografias, dissertações e teses.

1.1.5.3 Folha de rosto


É um elemento obrigatório. Deve constar, na borda supe-
rior, o nome do autor e, no centro da página, o título da obra e
subtítulo, se houver, evidenciando a sua subordinação ao título
principal. O subtítulo deve vir precedido de dois-pontos. Na bor-
da inferior, colocar local e data da entrega ou depósito do traba-
lho (Apêndice B).

1.1.5.3.1 Verso da folha de rosto


O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica,
conforme o código de catalogação anglo-americano vigente. Na
Academia, essa ficha é elaborada com o apoio da Biblioteca Cen-
tral (Apêndice C).

1.1.5.4 Folha de aprovação


Nesta folha, deve ser digitado, no alto, o nome por exten-
so da instituição e, logo abaixo, a identificação do Centro/De-
partamento e Programa. Sendo elemento obrigatório, a folha de
aprovação é colocada logo após a folha de rosto. Na referida
folha, devem constar: nome do(a) autor(a), título do trabalho e
subtítulo (se houver), natureza, objetivo, nome da instituição a
que é submetido, área de concentração, data de aprovação e
assinaturas dos membros componentes da banca examinadora
(Apêndice D).

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

1.1.5.5 Resumo na língua vernácula


Trata-se da apresentação concisa do texto, em que se des-
tacam os elementos de maior importância, tais como: proble-
ma, objetivos, hipótese(s), metodologia, amostra, resultados
alcançados, conclusões e recomendações.
É constituído de uma sequência de frases concisas e obje-
tivas — e não de uma simples enumeração de tópicos — não
ultrapassando 500 palavras, seguida, logo abaixo, das palavras
representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave
e/ou descritores, conforme a NBR 6028.
O resumo/abstract deve ser digitado em um só parágrafo,
com espaço simples, sendo aconselhável a utilização de uma só
página. É uma parte extremamente útil para que o leitor possa
rapidamente tomar conhecimento do conteúdo da obra.

1.1.5.6 Resumo em língua estrangeira (abstract)


Tendo as mesmas características do resumo em língua
vernácula, este elemento é digitado ou datilografado em folha
separada (em inglês, abstract; em espanhol, resumen; em francês,
résumé, por exemplo). Deve ser seguido das palavras represen-
tativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou
descritores.

1.1.5.7 Sumário
Contém a numeração de todas as divisões, seções e outras
partes do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no tex-
to, indicando o número inicial da página de cada divisão, seção
ou outras partes. Após a numeração de cada item, coloca-se um
ponto e, nos subitens com dois ou mais dígitos, um ponto após
o primeiro e o segundo (ou terceiro) números, mas não se colo-
ca ponto no final da numeração desses subitens.

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Capítulo 1: Noções básicas

É elemento obrigatório, cujas partes são acompanhadas do(s)


respectivo(s) número(s) da(s) página(s). Havendo mais de um vo-
lume, em cada um deve constar o sumário completo do trabalho,
conforme a NBR 6027. O sumário deve ser digitado logo após o
abstract ou, no caso de se optar pelas folhas liminares facultativas,
vir logo após a lista de abreviaturas e siglas e/ou lista de símbolos.
Ainda conforme a NBR 6027 (2003), o sumário, sendo a enumera-
ção das divisões, seções e outras partes de uma publicação, deve ser digitado
segundo a ordem dos itens e dos subitens do trabalho acadêmico.
As principais regras para construção de um sumário são:
a) A palavra “sumário” deve ser centralizada em letra ta-
manho 14, em negrito, seguindo o mesmo tipo de letra
que se optou para o texto (Arial ou Times New Roman).
b) Os indicativos das seções que compõem o sumário de-
vem ser alinhados à esquerda, conforme a NBR 6024.
c) Os títulos e os subtítulos sucedem os indicativos das seções.
d) Se o documento for apresentado em mais de um idioma,
recomenda-se um sumário separado para cada idioma.
Para construção do sumário, sugerimos ao leitor observar
os apêndices L, M e N que são apresentados nesta obra.

1.1.6 Páginas liminares facultativas


As páginas liminares são opcionais e, quando utilizadas, de-
vem ser concisas, evitando-se as imensas listagens de pessoas, gru-
pos ou santos(as) de devoção do(a) autor(a). A sobriedade é sempre
bem-vinda em qualquer trabalho científico, técnico ou didático.

1.1.6.1 Errata
Elemento opcional que deve ser inserido logo após a folha
de rosto, constituído por referência do trabalho e texto da errata,
disposto conforme exemplo a seguir:

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

ERRATA
Folha Linha Onde se lê Leia-se
48 4 Desenvovimento Desenvolvimento

1.1.6.2 Dedicatória
A dedicatória é uma homenagem que o(a) autor(a) presta a
uma ou várias pessoas do convívio familiar, amigos(as), colegas ou
pessoas ilustres, cuja contribuição científica esteja relacionada ao
texto. Aparece logo depois da folha de aprovação, nas dissertações
e teses; em outros trabalhos, vem logo depois da folha de rosto.

1.1.6.3 Agradecimentos
Os agradecimentos também devem ser concisos e discre-
tos. Trata-se de um reconhecimento para com o(a) orientador(a),
os professores e as pessoas que, de forma direta ou indireta,
contribuíram para a realização e concretização do trabalho ci-
entífico. Elemento opcional, colocado após a dedicatória.

1.1.6.4 Epígrafe
Diz respeito à escolha de frase ou pensamento de cunho
filosófico, poético ou socioeducacional, que esteja relacionado
à construção do trabalho científico ou, ainda, que tenha um for-
te significado pessoal para o(a) autor(a). Elemento opcional,
colocado após os agradecimentos (Apêndice E).

1.1.6.5 Lista de ilustrações


Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem apre-
sentada no texto, com cada item designado por seu nome específi-
co, acompanhado do respectivo número da página. Quando neces-
sário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de

10
Capítulo 1: Noções básicas

ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,


mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros).

1.1.6.6 Lista de tabelas


Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem
apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da página.

1.1.6.7 Lista de abreviaturas e siglas


Elemento opcional, que consiste na relação alfabética das
abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras
ou expressões correspondentes, grafadas por extenso. Recomen-
da-se a elaboração de lista própria para cada tipo.

1.1.6.8 Lista de símbolos


Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com
a ordem apresentada no texto, com o devido significado.

1.1.7. Lista de tabelas, quadros, gráficos e figuras


Quando um texto apresenta mais de três tabelas, quadros, grá-
ficos e ilustrações, deve-se elaborar folhas com os títulos: Lista de
Tabelas, Lista de Quadros, Lista de Gráficos e Lista de Ilustrações.
Essas listas devem ser colocadas logo após o sumário, especificando-
se os títulos e as páginas em que se encontram os dados de tais listas.
As tabelas devem ser bem construídas para apresentação
rápida de dados, mas não dispensam a construção do texto. Nas
tabelas, trabalhamos uma combinação de palavras e números. Tan-
to as tabelas como os quadros e as figuras devem apresentar títu-
los e ser numerados em ordem crescente ao longo do texto, com
algarismos arábicos. Em tabelas e cronogramas, as laterais são aber-
tas; enquanto nos quadros, todos os lados são fechados.

11
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

A inserção desses elementos tem como principal finalidade o


esclarecimento da apresentação dos dados de uma pesquisa. Em
regra geral, a inserção de tabelas, quadros, gráficos e figuras é apre-
sentada no interior do texto e não deve ultrapassar uma página.
As siglas e abreviaturas devem ser digitadas primeiramen-
te por extenso (significado completo), por exemplo, Instituição
de Ensino Superior, e, logo a seguir, deve ser colocada entre
parênteses a sigla ou abreviatura (IES). Quando se explica uma
primeira vez o significado das siglas ou abreviações, pode-se, a
partir de então, apenas utilizá-las.
Ao se transcrever tabelas, quadros e gráficos, deve-se
mencionar, logo abaixo, a fonte, com indicação de autor(a),
ano e página. As tabelas devem ser apresentadas logo abaixo
do texto, evitando-se as expressões “na tabela abaixo” ou “na
tabela acima”, devendo-se usar de forma explícita as expres-
sões “os dados da tabela 2” ou “da tabela 3”. Recomenda-se a
digitação das categorias em negrito, conservando-se a fonte ta-
manho 12; para as unidades de análise, a fonte deve ser tama-
nho 10. Também a indicação da fonte de tabelas, quadros, grá-
ficos e ilustrações deve ser digitada em fonte de tamanho 10.

Gráfico 1
Nível de escolaridade da Comunidade Bom Clima

8,04
22,41
9,59
Analfabeto
Ensino fundamental completo
Ensino fundamental incompleto
Ensino médio completo
18,96
Ensino médio incompleto

45,97

Fonte: OLIVEIRA, 2001, p. 9.


12
Capítulo 1: Noções básicas

Os gráficos trabalham palavras e números com represen-


tações de figuras e, necessariamente, devem trazer os percentuais
dos números trabalhados graficamente.
As tabelas, por sua vez, também trabalham números e
palavras. Quando representam os dados a respeito de uma úni-
ca variável são chamadas de tabelas univariadas.
Vejamos outro exemplo de tabela que faz alguns cruza-
mentos entre variáveis, para complementar aspectos de inter-
pretação que, no exemplo a seguir, tem a denominação de tabe-
la bivariada.

RESPOSTAS

100,00

Quando se trabalha com mais de duas variáveis, temos a


tabela multivariada.

13
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Tabela 2
Grupos familiares de migrantes carentes
Situação Registro de Sim Não TOTAL
de Nascimento
Trabalho dos Filhos Respostas % Respostas % Respostas %

Regular 78 78,79 21 21,21 99 100,00


Irregular 12 26,09 34 74,91 46 100,00

TOTAL 90 62,07 55 37,93 145 100,00

Fonte: LEHFELD, N. Tese de Mestrado, 1999, p. 68.

Os quadros devem apresentar apenas palavras, fazendo


uma síntese das informações de determinado conteúdo. Veja-
mos alguns exemplos:

14
Capítulo 1: Noções básicas

Quando as tabelas e os quadros não são construídos


pelo(a) autor(a) de monografias, dissertações e teses, utilizam-
se encimados os títulos e, logo abaixo, a fonte. Para os gráficos, a
própria legenda já explica todo o conteúdo dos dados. Como
figuras, entenda-se o agrupamento de fotografias, fotos, mapas
geográficos e diferentes imagens que facilitam a compreensão
do texto.

1.1.8 Lista de abreviaturas e siglas


A utilização de abreviaturas e siglas tem a finalidade de
tornar o texto mais leve, eliminando-se algumas notas de
rodapé. Entenda-se por abreviatura o conceito encontrado no
Dicionário Aurélio (1988, p. 599): “representação de uma pa-
lavra por meio de alguma(s) de suas sílabas ou letras: art.
por artigo; Dr. por doutor”. Os estados do Brasil e outros
países também são apresentados em forma de abreviaturas:
PE, BA, CE, RJ.
A sigla, também conhecida como acrônimo, é definida na
mesma obra como sendo a reunião das letras iniciais dos vocá-
bulos fundamentais de uma denominação ou título, sem arti-
culação prosódica. Ex: EFCB = Estrada de Ferro Central do
Brasil.
O critério para utilização de abreviaturas e siglas é
apresentar, em um primeiro momento, o título completo
do que se pretende abreviar e, a seguir, colocar entre pa-
rênteses a sigla. Ex: Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE). Nas demais citações no corpo do
texto, utiliza-se simplesmente a sigla, sem especificar o tí-
tulo completo. No caso da utilização de várias abreviatu-
ras e siglas, deve-se apresentar uma lista completa, em
ordem alfabética, dando-se-lhes o significado.

15
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

FPE

1.1.9 Índice
Segundo a norma NBR 6034 (2004), o índice é a relação
de palavras ou frases, ordenadas segundo um determinado cri-
tério que permite ao leitor uma fácil localização de assuntos de
seu interesse que estão contidos no texto. É importante obser-
var que existe uma diferença entre índice e sumário, visto que o
índice deve constar no final do texto, e o sumário antecede o
texto, ressaltando-se que aquele é opcional, enquanto este é um
elemento obrigatório na construção de trabalhos acadêmicos.
Enquanto o sumário apresenta toda estrutura do texto
em divisões por meio de itens e subitens, o índice detalha
determinado conteúdo com frases curtas, que facilita o aces-
so do leitor à informação com indicação precisa ao longo do
texto. Para melhor entendimento desta diferença, remetemos
o leitor ao subitem 1.1.5.7 deste capítulo, que trata especifi-
camente do significado e da importância do sumário.

1.1.10 Lombada ou dorso


É a parte lateral da encadernação onde fica a costura das
folhas. Deve conter o nome do autor e o título da obra impresso
em sentido horizontal. Caso exista mais de um volume, fazer a

16
Capítulo 1: Noções básicas

identificação na parte inferior da lombada colocando apenas V.1;


V.2... Para mais informações, recomenda-se a leitura da norma
da ABNT/CB-14–NBR 12225 Informação e Documentação-Lom-
bada-Apresentação, que foi publicada em 30/06/2004.

1.1.11 Glossário
É uma lista, em ordem alfabética, de palavras ou termos
técnicos que não são utilizados com frequência, e, por isso, cada
termo é acompanhado de explicações. Sendo elemento opcional,
o glossário é pouco utilizado.

17
Capítulo

2
...............................................................

Metodologia, métodos
e técnicas
Entenda-se por “metodologia” o processo que implica na
utilização de métodos e técnicas. Portanto, desde a fase inicial
em que se escolhe o tema de pesquisa até a fase final com a
análise dos dados coletados e as considerações finais, com possí-
veis recomendações, é o que se pode denominar de metodologia.
Evidentemente, este processo requer a opção por um método
para operacionalização da pesquisa que se pretende realizar e a
utilização de técnicas para coleta e análise de dados.
Tomando como referencial Maren (1995), podemos afir-
mar que a metodologia trata de estudos e pesquisas através da
utilização de métodos, técnicas e discursos, sendo um conjunto
de operações sistematizadas e racionalmente encadeadas.

2.1 Método (s)


Dentre as diversas definições de métodos, vamos considerar
o que existe de mais objetivo para se entender que o método é o
caminho que se deve percorrer para atingir os objetivos predeter-
minados e a busca de possíveis respostas para os questionamentos
iniciais ao se delinear a problematização e/ou objeto de estudo.
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Assim, vamos encontrar em Turato (2003, p. 149) a se-


guinte definição:
O método científico é o modo pelo qual os estudiosos cons-
troem seus conhecimentos no campo da ciência, sendo com-
preensível que, na realidade, o método seja basicamente
(filosoficamente) único para todos os saberes (idem, p. 149).
Em se tratando de construção do conhecimento, é bom lem-
brar que a opção por um método qualitativo não invalida a utili-
zação de alguns dados quantitativos, uma vez que, dependendo
do objeto de estudo, é importante que se reforce a análise dos
dados em termos comparativos por meio de números que repre-
sentem com clareza a realidade estudada.
Desta forma, com base em Oliveira (2007, p. 49-59) no
capítulo 2 da obra Como fazer pesquisa qualitativa, passamos a
transcrever com pequenos acréscimos o que já trabalhamos de
forma sistematizada na obra citada, que é uma referencia reco-
mendável ao leitor(a).
Assim, vamos encontrar em Chauí (1994, p. 354) uma defi-
nição bem mais precisa: “o método significa uma investigação que
segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para
conhecer alguma coisa; procedimento racional para o conhecimento
seguindo um percurso fixado”. Nesse sentido, o método pressupõe
um planejamento, com a utilização de instrumentos adequados (téc-
nicas), para consecução dos objetivos predeterminados.
Em pesquisa, é possível a aplicação de um ou mais méto-
dos para facilitar a compreensão da realidade. Isto, porque a
metodologia de pesquisa necessita analisar de diferentes formas
os dados pesquisados. Logo, é possível a utilização de mais de
um método, bem como a aplicação de vários instrumentos ou
técnicas para realização de um determinado estudo e/ou levan-
tamento de dados na pesquisa de campo.

20
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas

Para melhor entendimento do que venha a ser método, é


importante entender que tanto a dedução como a indução são for-
mas de raciocinar, argumentar e refletir (CRUZ; RIBEIRO, 2003).

2.2.1 Método dedutivo


De acordo com os estudos clássicos, o método dedutivo é
sempre definido como sendo o procedimento de estudo que vai do
geral para o particular ou, melhor dizendo, parte-se dos princípios
já reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis para se chegar a
determinadas conclusões. Tomemos como exemplo a premissa:
Todo homem é mortal. Antônio é homem. Logo, Antônio é mortal.
Esse tipo de raciocínio é meramente formal, tendo sido
utilizado pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, que
afirmavam ser a razão a única forma de se chegar ao conheci-
mento verdadeiro. Para esses filósofos, o conhecimento decorre
de princípios a priori, evidentes e irrefutáveis.
A utilização do método dedutivo nos leva a partir do que
já é conhecido para o desconhecido. Pode-se afirmar que, nesse
caso, a margem de erro é quase nula, uma vez que a conclusão
do estudo não deve extrapolar as premissas.
O método dedutivo é bastante utilizado na Física e na
Matemática, cujos princípios são anunciados como leis. Tome-
mos como exemplo o que nos diz Gil (1999, p. 28) ao falar da
lei da gravitação universal: “a matéria atrai matéria na razão pro-
porcional às massas e ao quadrado da distância”. Logo, a partir
dessa afirmativa, podemos chegar a inúmeras conclusões e difi-
cilmente levantaremos alguma dúvida.
A maior crítica que se faz ao método dedutivo se refere ao
caráter apriorístico do seu raciocínio, cuja aplicabilidade no
domínio das ciências sociais é de uso bastante restrito.

21
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

2.2.2 Método indutivo


A aplicação sistematizada do método indutivo é atribuída a Francis
Bacon (1596 -1680); o método compreende a observação e a experi-
mentação dos fenômenos estudados. Mas, segundo Izequias Santos (2003,
p. 179), o método indutivo é um processo que ocorre em três fases:
A observação dos fenômenos, a descoberta da relação e a
generalização da relação. Na primeira fase é feita a obser-
vação dos fatos ou fenômenos, a análise para descoberta e
explicação das causas de sua ocorrência. A fase seguinte a
da descoberta da relação é feita entre conhecer a relação
entre fatos ou fenômenos. Na terceira fase, generaliza-se o
que existe de comum entre fenômenos iguais, inclusive
daqueles que não foram observados.
Nesse sentido, pode-se verificar que a indução vai do parti-
cular para o geral para se tirar conclusões. Levando-se em conside-
ração que a ciência está em constante evolução, o método indutivo
é muito importante, visto que seu ponto de partida é a observação
dos fatos e dos fenômenos da realidade objetiva. Nessa perspecti-
va, Silvio Oliveira (2000, p. 61) afirma que o indutivo é o método
fundamental das ciências naturais e sociais: “A indução não é um
raciocínio único: ela compreende um conjunto de procedimentos,
uns empíricos, outros lógicos e outros indutivos”.
Portanto, o método indutivo é uma ferramenta que con-
duz o pesquisador(a) a observar a realidade para fazer seus ex-
perimentos e tirar suas conclusões, sendo por isso um método
bastante usado nas ciências em geral.

2.2.3 Método hipotético-dedutivo


Esse método foi desenvolvido por Karl Popper (1975, p.
307-308) a partir da crítica que ele fez ao método indutivo, por
acreditar que a indução não se justifica, visto que as observa-

22
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas

ções de fatos isolados devem levar ao infinito, o que não é pos-


sível. Segundo esse autor, todo problema deve ser investigado
de maneira crítica e racional através de conjecturas e hipóteses.
Daí se explica o método hipotético-dedutivo, para cuja utiliza-
ção, segundo Kaplan (1972, p.12), é necessário que:
[...] o cientista através de uma combinação de observa-
ção cuidadosa, hábil, antecipações e intuição científica,
alcança um conjunto de postulados que governam os
fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as
consequências por meio da experimentação e, dessa
maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando
necessário, por outros e assim prossegue.
Isso significa que o método hipotético-dedutivo parte de
um problema da realidade empírica e levanta hipótese(s) ou
conjecturas que, por sua vez, são testadas pela experimentação,
para chegar a determinadas conclusões.

2.2.4 Método dialético


A dialética entendida como movimento, processo, diálo-
go existe desde os primórdios da civilização nas colônias gre-
gas, a partir dos filósofos pré-socráticos nos séculos VI e V a. C.
Merece destaque Heráclito, ao afirmar que ninguém se banha
na mesma água após sair e entrar no mesmo rio. Portanto, a
dialética é um processo em constante movimento e transforma-
ção, em que nenhum caso está “acabado”, mas encontra-se sem-
pre em vias de se transformar e de se desenvolver; é sempre
começo e não há nada de definido, de absoluto, nada existe além
do processo ininterrupto do devir, do vir a ser.
Mas, em se tratando de pesquisa, a dialética nos fornece
os fundamentos para realização de um estudo em profundidade,
visto que o método dialético requer o estudo da realidade em seu

23
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

movimento, analisando as partes em constante relação com a totali-


dade. Nessa perspectiva, queremos dizer que, em pesquisa qua-
litativa, além de ser recomendável a utilização dos fundamentos
da dialética, é preciso ter uma visão holística e sistêmica da re-
alidade em estudo.
Também é interessante entender que, ao optar pela utili-
zação do método dialético, é preciso levar em consideração a
característica essencial a que se refere Richardson (1999, p. 46-
47) quando afirma que “o materialismo dialético é a corrente de
interpretação dos fenômenos sociais que apresenta princípios,
leis e categorias de análise”. Assim, na aplicação do método
dialético, temos como principais fundamentos:
 Princípio da conexão universal dos objetos e fenômenos
Nenhum objeto existe isolado, o homem não se basta a si
mesmo, tudo está conectado, visto que os fenômenos da nature-
za estão interligados e se determinam mutuamente. O surgimento
de um fenômeno, o seu desenvolvimento e a sua mudança, só
são possíveis através das interações e conexões com outros fa-
tos e fenômenos.
 Princípio de movimento permanente e do desenvolvimento
Tudo que existe no universo está em movimento. São as
contradições internas que determinam o movimento de obje-
tos e fenômenos. O desenvolvimento se dá na luta dos contrá-
rios, sendo resultado de acumulação de mudanças, tanto qua-
litativas como quantitativas, que ocasionam as transformações
qualitativas.
Para melhor aprofundamento desses pressupostos,
recomendamos uma leitura cuidadosa da obra: Ideologia
Alemã de Engels e Marx, que consta nas referências deste
livro.

24
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas

2.2.5 Método do estudo de caso


Segundo Huberman (1991); Yin (2005); Mucchielli (1996),
o estudo de caso é uma estratégia metodológica do tipo
exploratório, descritivo e interpretativo. Como bem nos asse-
gura Maren (1995, p. 239), o método de estudo de caso é eclético.
Por essa razão, ele pode ser trabalhado através das mais varia-
das técnicas e de métodos que facilitam a compreensão do fenô-
meno a ser estudado.
Para Yin (2005, p. 20), o método de estudo de caso facili-
ta a compreensão de fenômenos sociais complexos e em geral
se aplica com mais frequência às áreas das Ciências Humanas e
Sociais, destacando-se a psicologia, a sociologia, a ciência polí-
tica, a economia e a administração. Para esse autor:
O método de estudo de caso permite uma investigação
para se preservar as características holísticas e significati-
vas dos acontecimentos da vida real, tais como: ciclos de
vida individuais, processos organizacionais e administra-
tivos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações
internacionais e a maturação de setores econômicos.
Como se pode verificar nessa citação, o estudo de caso é um
método eclético e se aplica em diferentes áreas de conhecimentos,
incluindo-se também as Ciências Naturais. Evidentemente a apli-
cação do método de estudo de caso deve ser utilizada para atender
aos objetivos preestabelecidos pelos pesquisadores(as), como for-
ma de estudo aprofundado a fim de buscar fundamentos e explica-
ções para determinado fato ou fenômeno da realidade empírica.
É preciso distinguir estudo de caso como método de pesquisa e
estudo de caso como estratégia didático-pedagógica, ou ainda como sim-
ples registro de casos na medicina, no direito e no trabalho social.
Como método de pesquisa acadêmica, o estudo de caso deve ser
aplicado dentro do rigor científico através do estabelecimento de objeti-

25
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

vos, levantamento de hipóteses e delineamento do procedimento


metodológico, com a utilização de técnicas para coleta e análise de dados.
Segundo Mucchielli (1996, p. 79-80), existem três diferentes
tipos para se utilizar o método de estudo de caso: estudo de caso
intrínseco ou estudo de caso único (fato, objeto, fenômeno), estudo de
caso instrumental (definido dentro de um modelo teórico) e o estudo
de caso múltiplo (estudo entre duas ou mais realidades ou situações).
O estudo de caso intrínseco ou único trata de uma única reali-
dade que pode ser estudada exaustivamente, na tentativa de se
buscar novos elementos que possam explicar o objeto de estudo. O
estudo de caso instrumental fundamenta-se em um determinado
modelo teórico, no qual se pretende analisar diferentes fenômenos
que possam corroborar ou não o modelo preestabelecido.
Para o estudo de caso múltiplo, a pesquisa utiliza mais de
uma realidade para confrontar dados, visando buscar explica-
ções e fundamentos para os fenômenos que caracterizam o ob-
jeto de estudo. Cita-se, como exemplo, o estudo de caso entre
duas ou mais empresas de informática, ou um estudo entre es-
colas situadas em áreas urbanas e rurais.
Ainda para Yin (2005, p. 33), “o estudo de caso como estratégia de
pesquisa compreende um método que abrange tudo – tratando da lógica
de planejamento, das técnicas de coleta de dados, e das abordagens espe-
cíficas à análise dos mesmos”. Nesse sentido, o estudo de caso é um méto-
do abrangente que permite chegar a generalizações amplas baseadas em
evidências e que facilita a compreensão da realidade.
Logo, é importante compreender que o método de estudo
de caso é eclético, pois, além de ser uma estratégia de pesquisa,
também é utilizado como prática pedagógica. Nesse sentido,
vamos exemplificar o estudo de caso como estratégia didático-
pedagógica para realização de um trabalho interdisciplinar.

26
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas

Citamos como exemplo, o fenômeno das pirâmides do


Egito, a partir das quais se pretende trabalhar matemática, quí-
mica e história. Os referenciais para a integração dessas disci-
plinas são: altura, lateralidade, utilização de máscaras (cosmé-
ticos), preservação dos corpos (múmias) e civilizações. Deixa-
mos à imaginação dos leitores(as) o que seria possível realizar
em termos de estudos e atividades escolares. Outro exemplo,
seria na área do Direito, no qual é frequente a utilização da
técnica de júri simulado através da análise de casos.

2.2.6 Tipos de abordagens


Partimos do pressuposto de que o discurso sobre a dicotomia
entre abordagem e/ou pesquisa quantitativa e qualitativa já está
superado, uma vez que ambas não são excludentes. Em pesquisas
que privilegiam a abordagem qualitativa, a análise de dados ficará
mais consistente se houver a apresentação de gráficos e tabelas, em
que os percentuais de alguns dados são analisados de forma com-
parativa, tendo como parâmetro a amostra do universo pesquisado.

2.2.6.1 Abordagem quantitativa


O método quantitativo significa quantificar dados obtidos atra-
vés de informações coletadas por meio de questionários, entrevis-
tas, observações, assim como “o emprego de recursos e técnicas es-
tatísticas desde as mais simples como porcentagem média, moda,
mediana e desvio padrão, até as de usos mais complexo como coefi-
ciente de correlação, análise de regressão” (OLIVEIRA, 1997, p. 115).
Apesar de essa abordagem permitir maior precisão quan-
to à explicação quantitativa dos fenômenos e correlação de va-
riáveis, a principal crítica que se faz a esse tipo de abordagem,
segundo Richardson (1999, p. 79), diz respeito à separação en-
tre fatos e seus contextos, característica básica do positivismo.

27
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

2.2.6.2 Abordagem qualitativa


São muitas as interpretações que se tem dado à expressão
pesquisa qualitativa e atualmente se dá preferência à expressão abor-
dagem qualitativa. Entre os mais diversos significados, conceituamos
abordagem qualitativa ou pesquisa qualitativa como sendo um pro-
cesso de reflexão e análise da realidade através da utilização de
métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estu-
do em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação. Esse
processo implica em estudos segundo a literatura pertinente ao
tema, observações, aplicação de questionários, entrevistas e análi-
se de dados, que deve ser apresentada de forma descritiva.
Para uma abordagem qualitativa, recomenda-se, aos
iniciantes em pesquisa, reflexão quanto à necessidade de se
adentrar em estudos que permitam diagnosticar em profun-
didade a realidade a ser pesquisada. Para realizar esse estu-
do, é importante que já se tenha clareza quanto ao objeto de
pesquisa, ou seja, quanto ao tema a ser estudado. Para isso,
apresentamos um quadro conceitual (veja a figura 2), no qual
se pode verificar que é importante conhecer o contexto his-
tórico através da análise de documentos, seguindo-se de ob-
servações sistemáticas, seguida de entrevistas e aplicação de
questionários.

Figura 2.Quadro conceitual para abordagem qualitativa

28
Capítulo 2: Metodologia, métodos e técnicas

Em pesquisas de abordagem qualitativa, todos os fatos e fenô-


menos são significativos e relevantes, e são trabalhados através das
principais técnicas: entrevistas, observações, análise de conteúdo,
estudo de caso e estudos etnográficos1 (MARTINELLI, 1999, p. 24).

2.2.6.2.1 Principais características


Segundo Godoy (1996, p. 62), a pesquisa qualitativa apre-
senta quatro principais características:
1. Ambiente natural como fonte direta de dados, e o pes-
quisador como instrumento fundamental;
2. caráter descritivo;
3. significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida,
que deve ser uma preocupação do investigador;
4. enfoque indutivo.
Por isso, para se fazer uma pesquisa dentro de uma aborda-
gem qualitativa, é preciso delimitar espaço e tempo ou, mais preci-
samente, faz-se necessário o corte epistemológico para realização do
estudo segundo um corte temporal-espacial (período, data e lu-
gar). A análise descritiva é recomendável desde a definição do ob-
jeto de estudo, passando pela delimitação do lugar, tempo, revisão
de literatura e coleta de dados. Para melhor entendimento da abor-
dagem qualitativa, no Capítulo 6 fazemos um detalhamento atra-
vés de exemplificações, em que tratamos especificamente da
metodologia interativa como uma nova proposta metodológica.

2.2.6.3 Interatividade entre dados qualitativos e


quantitativos
Adotar a prática de combinar técnicas de análise quanti-
tativa com técnicas de análise qualitativa proporciona maior ní-
1
Entenda-se etnografia como estudo descritivo de grupos de pessoas quanto as
suas características antropológicas, sociais, políticas, econômicas e educacionais.

29
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

vel de credibilidade e validade aos resultados da pesquisa evitan-


do-se, assim, o reducionismo por uma só opção de análise. Por
isso Duffy (1987, p. 59) apresenta os seguintes benefícios quan-
to ao emprego conjunto de técnicas quantitativas e qualitativas:
“esses dados são considerados mais ricos, completos, globais e
reais”.

30
Capítulo

3
...............................................................

Projetos e relatórios

3.1 Projetos acadêmicos – estrutura


O projeto de pesquisa pode ser considerado o planejamen-
to, ou melhor, a estruturação de A a Z de todo processo para
construção de uma monografia, dissertação e/ou tese. Seguramente
podemos afirmar que um projeto de pesquisa bem estruturado
(em que se observe um encadeamento lógico entre os objetivos,
problematização e/ou hipóteses, questionamentos à realidade que
se pretende pesquisar, uma consistente fundamentação teórica
do tema e boa delimitação do procedimento metodológico) asse-
gura entre 20 a 50% do trabalho acadêmico.
Isso se dá porque a versão final de uma monografia, dis-
sertação ou tese representa o relatório da pesquisa realizada,
em que se apresenta o resultado da análise dos dados, infor-
mando se os objetivos foram atingidos ou não, e se foram en-
contradas ou não as respostas aos questionamentos e/ou hipó-
teses pertinentes ao planejamento do projeto inicial. A seguir,
apresentamos a estrutura básica de projeto acadêmico (cursos
de graduação e pós-graduação) e/ou projetos de pesquisa para
produção de artigos científicos.
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

O projeto acadêmico, mais conhecido como projeto de


pesquisa, de acordo com a norma NBR 15287 (2005), tem a
seguinte estrutura:
a) Elementos pré-textuais: capa, lombada (opcional), folha
de rosto, lista de ilustração (opcional), lista de tabelas
(opcional), lista de símbolos (opcional) e sumário.
b) Elementos textuais: segundo a norma da ABNT-15287
(2005, p. 3):
Esses elementos devem ser constituídos de uma parte
introdutória, na qual devem ser expostos o tema do pro-
jeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), se hou-
ver, bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e
a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o
referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser
utilizada, assim como os recursos e o cronograma neces-
sários à sua execução.
c) Elementos pós-textuais: compreendem referências, glos-
sário (opcional), apêndice (opcional), anexo (opcional)
e índice (opcional).
Vamos então ao detalhamento desses elementos aponta-
dos pela norma supracitada para construção de um projeto aca-
dêmico/projeto de pesquisa, cuja estrutura geral é:
Introdução
1. Objetivo geral
1.1 Objetivos específicos
2. Hipótese (s) e/ou questão central da pesquisa
3. Fundamentação teórica
4. Metodologia
4.1 Método(s), materiais e técnicas
4.2 Instrumentos de pesquisa
4.2.1 Observação
4.2.2 Questionário
32
Capítulo 3: Projetos e relatórios

4.2.3 Entrevista
4.2.4 Formulários e planilhas
5. Universo e amostra
6. Orçamento
7. Cronograma de atividades
Referências
Apêndices
Anexos

O projeto acadêmico requer a realização de pesquisa, vi-


sando à construção de trabalhos científicos. Para isso, é neces-
sário muita disciplina, reflexões sistemáticas sobre a realidade
empírica a ser pesquisada, fazendo-se frequentes anotações
sobre a evolução do pensamento, as leituras realizadas e as
observações do fenômeno, relativamente ao objeto de estudo.
Antes de formular o projeto de pesquisa, é importante tentar
responder mentalmente as questões: O QUE FAZER? POR
QUÊ? PARA QUEM? ONDE? COMO? QUANDO?
Assim, após mencionar os itens e subitens da estrutura de
um projeto acadêmico e/ou projeto de pesquisa, passamos a des-
crever, de forma concisa, o significado e a forma de como deve
ser trabalhado cada um dos itens e subitens desse tipo de projeto.

3.1.1 Introdução
Todo projeto de pesquisa deve começar situando, no tem-
po e no espaço (contextualização), o problema ou a questão
central do estudo. O problema de pesquisa é uma questão que
envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica e prática, para
a qual se busca resposta ou solução do problema que se esco-
lheu como tema de estudo.

33
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

É recomendável que, logo na introdução, o(a) autor(a)


comece pela fundamentação do seu objeto de estudo, fa-
lando da escolha e importância do tema, objetivos,
hipótese(s), uma rápida menção sobre a(s) teoria(s), au-
tores mais importantes que estudam o tema, metodologia,
amostra e a possível contribuição que possa ser dada ao
avanço do conhecimento.
Um problema de pesquisa está ligado a um problema de
conhecimento, e pressupõe a elaboração de um projeto para nor-
tear a construção de uma monografia, dissertação ou tese. A
elaboração cuidadosa de um projeto de pesquisa facilita a apre-
sentação final dos resultados obtidos na pesquisa de campo ou
laboratório.
Enfim, monografia, dissertação e tese nada mais são do
que o relatório detalhado da execução do projeto inicial. A fun-
damentação e a importância de um problema de pesquisa têm
como objetivo principal responder ao questionamento: por que é
importante estudar este problema?
Entenda-se que um problema de pesquisa ou um proble-
ma em ciência requer um questionamento da realidade; é algo
que nos inspira a buscar uma resposta para aprofundar nossa
própria prática e contribuir para o avanço do conhecimento.
Na introdução do projeto acadêmico, após a
contextualização do problema de pesquisa no tempo e no es-
paço, é importante que se coloque este problema em termos
de questionamento. Daí porque se recomenda levantar uma
questão central de pesquisa ou questão de partida, e construir
entre duas a três questões suplementares que estejam
visceralmente relacionadas com a questão central de pesqui-
sa em temos de ação.

34
Capítulo 3: Projetos e relatórios

Assim procedendo, seguramente essas questões, quando


bem focadas no problema de estudo e consequentemente bem
formuladas, facilitam a construção dos objetivos do estudo que se
pretende realizar. Em síntese, a introdução do projeto acadêmico
pressupõe:
• Análise e delimitação da situação inicial em que se apre-
senta o problema a ser pesquisado (contextualização).
• Delineamento do problema de pesquisa segundo sua im-
portância e motivação do pesquisador para realizar o
estudo.
• Levantamento do problema de pesquisa em termos de
questionamentos.1
É importante lembrar que um projeto acadêmico, ou sim-
plesmente um projeto de pesquisa, requer o tempo todo um
cuidado especial para que, na construção de cada item e subitem,
exista um encadeamento lógico, em que todo texto esteja per-
feitamente conectado. Dessa forma, um projeto bem elaborado
se constitui um referencial seguro para a construção de traba-
lhos acadêmicos.
Por tudo isso, é possível afirmar que esses trabalhos aca-
dêmicos nada mais são do que a operacionalização do projeto de
pesquisa pré-elaborado, ou seja, um projeto de pesquisa bem
construído significa um grande avanço para a apresentação do
relatório final, em termos de monografia, dissertação ou tese de
boa qualidade.

1
Dependendo da opção do autor da pesquisa e do orientador, e, mais precisamente,
para estudos que privilegiam a abordagem quantitativa em vez de questões de
pesquisa, são construídas hipóteses e variáveis.

35
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Quando dizemos operacionalização, estamos nos referindo


à pesquisa de campo com posterior apresentação da análise dos
dados coletados e considerações finais.
Finalmente, definir um problema de pesquisa significa
especificá-lo com detalhes precisos e exatos, demonstrando cla-
reza, concisão e objetividade.

3.1.2 Objetivo geral


A construção de um objetivo de pesquisa precisa ser efe-
tuada de forma clara e concisa, expressando apenas uma ideia.
Em termos gramaticais, deve incluir apenas um sujeito e um
complemento. O objetivo geral precisa dar conta da totalidade
do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo
de precisão, evitando ao máximo uma possível distorção na in-
terpretação do que se pretende pesquisar.
Tanto os objetivos gerais como os específicos devem ser
construídos com o verbo no infinitivo (diagnosticar, analisar,
estudar, identificar). A elaboração do objetivo geral deve ser
direcionada à pesquisa que se vai realizar e jamais deve envol-
ver explicações teóricas, discussões ou análise do que se pre-
tende alcançar como resultado final do estudo. Os objetivos es-
pecíficos detalham o enunciado do objetivo geral, definindo o
que se pretende pesquisar.
Vejamos um exemplo de objetivo geral, cujo problema de
pesquisa está centrado nos fatores que ocasionam o alto índice
de evasão escolar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, na
Zona da Mata, em Pernambuco:

36
Capítulo 3: Projetos e relatórios

• identificar os fatores que determinam o alto índice de


evasão nas escolas rurais do município de Surubim, lo-
calizado no Estado de Pernambuco.

3.1.2.1 Objetivos específicos2


Os objetivos específicos fazem o detalhamento do obje-
tivo geral e devem ser iniciados com o verbo no infinitivo. É
recomendável a utilização de, no máximo, quatro objetivos
específicos.
Retomando o exemplo dado para construção do objetivo
geral, apresentamos dois exemplos de objetivos específicos:
• diagnosticar o perfil socioeconômico das famílias situa-
das na zona rural de Surubim, que têm filhos matricu-
lados nas séries iniciais do Ensino Fundamental;
• analisar os fatores que contribuem para o alto índice
de evasão escolar.
Ainda para facilitar a elaboração de objetivos, apresenta-
remos a seguir uma pequena lista de alguns verbos que são mais
utilizados para elaboração de objetivos gerais. Os verbos apre-
sentados no quadro 5 oferecem uma noção mais contundente
em termos de dimensão macro (geral).

2
Chamamos a atenção para não se confundirem objetivos específicos com metas,
visto que estas dizem respeito ao que se pretende estudar em termos de números,
que são imbricados com a determinação de tempo. Por exemplo: selecionar, em
cinco municípios da zona rural de Petrolina, 25 vacas leiteiras, verificando-se a
produção durante os meses de maio a julho de 2003.

37
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Para os objetivos específicos que requerem ação, os ver-


bos mais comuns são apresentados no quadro 6.

A título de sugestão, apresentamos uma lista mais com-


pleta de verbos no Apêndice H, lembrando que muitos outros
poderão ser utilizados, desde que sejam mais precisos para a
elaboração dos objetivos gerais e específicos.

3.1.3 Hipótese(s) e/ou questão central da


pesquisa
Qualquer investigação pressupõe o levantamento de
hipótese(s), muito embora, nos estudos de caráter meramente

38
Capítulo 3: Projetos e relatórios

exploratório ou descritivo, seja opcional sua explicitação for-


mal. Como bem assinala Oliveira (2000, p. 156), “a utilização
de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente re-
sultados úteis, atinja níveis de interpretação mais altos, princi-
palmente nas dissertações e teses”.
Entenda-se como hipótese de um trabalho científico a su-
posição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece
e o que se pretende demonstrar, testando variáveis que poderão
legitimar ou não o que se quer explicar ou descobrir. A princi-
pal função de uma hipótese é sugerir explicações para os fatos.
Sendo uma suposta resposta ao problema que se vai estudar, a
hipótese conduz a uma verificação empírica. Essa antecipação
do conhecimento, que é provisória, após a realização da pesqui-
sa, poderá ser confirmada ou rejeitada.
Em um trabalho científico, trabalhar com mais de qua-
tro hipóteses é bastante complicado, daí por que é recomen-
dável trabalhar com uma, duas ou, no máximo, três hipóteses.
Segundo Tukan (1972, p. 24) e Kerlinger (1980, p. 38), as hi-
póteses apresentam características importantes e são classifi-
cadas em três níveis: 1) deve ser um enunciado de redação
clara, sem ambiguidade e em forma de sentença declarativa;
2) deve estabelecer relações entre duas ou mais variáveis; 3)
deve ser testável.
Toda hipótese deve ser testada para chegar-se a uma verdade
factual. Portanto, se não for possível testar uma hipótese, não é
possível desenvolver uma pesquisa, construir um conhecimento.
Levando-se em consideração que nas últimas décadas as
pesquisas em Ciências Sociais e Humanas vêm demonstrando
inúmeras mudanças, é possível observar novas tendências quanto
às análises interativas entre dados qualitativos e quantitativos.

39
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Dessa forma, novos formatos estão surgindo quanto à constru-


ção de questões de pesquisa em substituição ao levantamento
de hipóteses.
Assim, a elaboração de uma questão central de pesquisa,
também chamada de questão de partida, pode facilitar o traba-
lho do pesquisador na busca de explicações de fatos, objetos e
fenômenos, ou, melhor dizendo, pode ajudá-lo a encontrar res-
postas para o objeto de estudo. É importante ressaltar que a
construção de uma questão central de pesquisa demanda a ela-
boração de questões subsidiárias que visam direcionar a elabo-
ração dos objetivos de pesquisa.

3.1.4 Fundamentação teórica


Também chamada de marco teórico, quadro teórico, qua-
dro referencial ou, ainda, revisão de literatura, a fundamenta-
ção teórica trata da literatura pertinente ao tema da pesquisa
(objeto de estudo). É um trabalho criterioso e crítico que re-
quer muita leitura para fazer uma construção ou reconstrução
teórica, que servirá de fundamentação para a análise dos dados
coletados na realidade pesquisada.
Recomenda-se boa articulação ou conexão entre os parágra-
fos, evitando-se a fragmentação. O referencial teórico, bem como
toda construção de monografia, dissertação ou tese, exige uma
“construção lógica do pensamento ou síntese, que é a coordenação
inteligente das ideias, conforme as exigências racionais da sistema-
tização própria do trabalho” (SEVERINO, 2000, p. 81-82).
Também é recomendável utilizar palavras ou pequenas
frases que facilitem as conexões entre os parágrafos, como, por
exemplo: portanto, daí por que, neste sentido, entretanto, ain-
da que, estudando, além disso, encontramos no autor etc.

40
Capítulo 3: Projetos e relatórios

3.1.5 Metodologia
Entenda-se metodologia como processo no qual se aplicam
diferentes métodos, técnicas e materiais, tanto laboratoriais como
instrumentos e equipamentos para coleta de dados no campo.
A metodologia engloba todos os passos realizados para a cons-
trução do trabalho científico, que vai da escolha do procedimento
para obtenção de dados, perpassando a identificação de método(s),
técnica(s), materiais, instrumentos de pesquisa e definição de amos-
tra/universo, à categorização e análise dos dados coletados.
É fundamental que o(a) pesquisador(a) mencione qual o
tipo de pesquisa que pretende desenvolver, explicando se a op-
ção é por uma pesquisa empírica com trabalho de campo ou de
laboratório; se vai realizar uma pesquisa de análise teórica, uma
pesquisa teórico-empírica, uma pesquisa histórica, um estudo
de caso ou, ainda, uma combinação de dois tipos de pesquisa.
Para o levantamento dos dados, podem ser empregados
os seguintes procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bi-
bliográfica, contatos diretos e observações de fatos e fenôme-
nos, mediante a utilização de planilhas ou equipamentos especí-
ficos para coleta e análise de dados do objeto de pesquisa.
A escolha da metodologia ou do procedimento meto-
dológico de pesquisa deve estar adequada aos objetivos e à justi-
ficativa, além de coerente com a formulação do problema que vai
ser investigado. Nessa direção, Denker (1998, p. 85) enfatiza que:
O detalhamento dos procedimentos metodológicos in-
clui a indicação e a justificação do paradigma que orien-
ta o estudo, etapas de desenvolvimento da pesquisa,
descrição do contexto, processo de seleção dos partici-
pantes, os procedimentos e o instrumental de coleta e
análise dos dados e os recursos utilizados para maxi-
mizar a precisão de resultados.

41
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Daí por que o procedimento metodológico de um projeto


de pesquisa pressupõe descrever com precisão os seguintes ele-
mentos:
• estudos exploratórios já realizados ou que serão reali-
zados e que justifiquem a escolha do tema;
• construção dos objetivos e/ou hipóteses;
• delimitação da amostra;
• procedimentos que serão adotados para levantamento
dos dados;
• definição das técnicas que serão utilizadas para trata-
mento e análise dos dados coletados;
• limitações e delimitações das variáveis a serem contro-
ladas;
• estratégias para análise dos dados coletados e divulga-
ção dos resultados.

3.1.5.1 Método(s), materiais e técnicas


A escolha de métodos e técnicas está relacionada à defini-
ção precisa de um problema de pesquisa que, sendo uma difi-
culdade teórica ou prática, requer a busca de explicações para
encontrar-se uma resposta. Em regra geral, não se aplica apenas
um método ou uma técnica na realização de uma pesquisa; é
possível fazer-se uma combinação entre dois ou mais métodos e
técnicas, desde que sejam adequados ao problema, ao objeto de
estudo, conforme nos informa Sílvio (2000, p. 163):
A seleção do instrumental metodológico está diretamen-
te relacionada com o problema a ser pesquisado; a esco-
lha dependerá dos vários fatores relacionados com a pes-
quisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o objetivo da
pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e
outros elementos que possam surgir no campo da inves-
tigação.

42
Capítulo 3: Projetos e relatórios

Assim, é importante entender que “os métodos são proce-


dimentos mais amplos de raciocínio, enquanto técnicas são pro-
cedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, me-
diante emprego de instrumentos adequados” (SEVERINO, 2000,
p. 162).
Segundo Richardson (1999, p. 70), “o método em pesqui-
sa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a des-
crição e explicação de fenômenos”. Assim, em sentido amplo,
podemos afirmar que em pesquisa temos dois grandes métodos:
o quantitativo e o qualitativo. Para melhor compreensão dessa clas-
sificação, há uma explicação no segundo capítulo deste manual,
onde trabalhamos, no item 2.2.6.1, a abordagem quantitativa e,
no item 2.2.6.2, a abordagem qualitativa.
Quanto à escolha e coleta do material para cada pesquisa,
depende da habilidade do pesquisador, visando à garantia da
confiabilidade nos resultados que serão apresentados.

3.1.5.2 Instrumentos de pesquisa


Para o levantamento dos dados, é preciso selecionar ins-
trumentais adequados que preencham os requisitos de validez,
confiabilidade e precisão. Os mais utilizados são entrevistas e ques-
tionários, além de formulários e planilhas, que são elaborados
para se realizar pesquisas com animais, plantas e outras espe-
cificidades de cada objeto de estudo.
Um instrumento de pesquisa é considerado válido quando
consegue medir com precisão o que se deseja conhecer. A
confiabilidade é pertinente ao instrumento que, repetidas vezes,
é aplicado a um mesmo grupo de pesquisa e demonstra o mes-
mo resultado. A precisão diz respeito à segurança que se pode
obter com a aplicação do instrumental, segundo a demonstra-
ção da validez e da confiabilidade que foram testadas.

43
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

3.1.5.2.1 Observação
A observação é a base da investigação científica, permi-
tindo o registro dos fenômenos da realidade para se planejarem
e sistematizarem os dados que serão coletados.

3.1.5.2.2 Questionário
O questionário é considerado um importante instrumen-
to de pesquisa por fornecer subsídios reais do universo ou da
amostra pesquisada. A elaboração de um questionário requer
que o(a) pesquisador(a) conheça a realidade a ser pesquisada,
sendo recomendável que o tempo para as respostas não ultra-
passe meia hora. A elaboração das questões deve estar funda-
mentada no problema formulado, na hipótese e teoria pertinen-
tes ao tema pesquisado, devendo estar em relação direta com a
realidade da pessoa que vai responder ao questionário.
Para a elaboração de questionários, utilizam-se duas cate-
gorias de questões: as abertas e as fechadas. As questões aber-
tas permitem respostas livres, como, por exemplo: qual sua opi-
nião sobre os efeitos da globalização na economia brasileira? Já
as questões fechadas delimitam as respostas: você é a favor do
racionamento de energia? Sim ( ) Não ( ).
É recomendável que, na aplicação do questionário, não
conste a identificação da pessoa que o responde, deixando-se,
assim, maior liberdade para o fornecimento das respostas.

3.1.5.2.3 Entrevista
A entrevista diferencia-se do questionário por estabelecer
uma relação direta entre pesquisador(a) e entrevistado(a) e pela
utilização do registro das respostas em gravadores ou anota-
ções manuais.

44
Capítulo 3: Projetos e relatórios

Em uma entrevista, é possível aplicar um questionário ou


simplesmente utilizar um roteiro com itens que exijam respos-
tas livres. Em ambos os casos, o(a) entrevistador(a) deve ater-
se ao que está escrito, evitando questionamentos “fora” do que se
pretende pesquisar.

3.1.5.3 Formulários e planilhas


O formulário diferencia-se do questionário, pois aque-
le é preenchido pelo(a) pesquisador(a), enquanto neste, é
o(a) próprio(a) entrevistado(a) que escreve as respostas.
A planilha é um instrumento de pesquisa no qual o(a) pes-
quisador(a) faz anotações sistemáticas sobre observações
de um determinado fenômeno, reação de comportamento
ou alterações, segundo a manipulação de produtos quími-
cos, crescimento de plantas, animais e outras característi-
cas, de acordo com as especificidades de cada objeto de
pesquisa.

3.1.6 Universo e amostra


Em pesquisa, nem sempre é possível coletar informações
da totalidade de um grupo de pessoas, objetos, plantas ou ani-
mais. Por isso há a necessidade de investigar apenas parte dessa
população ou universo, tendo-se o cuidado de escolher uma
amostra representativa que dê confiança e sustentabilidade à
análise dos dados coletados.
Para Oliveira apud Marcondi (2000, p. 159-160), universo
ou população é um conjunto de seres animados ou inanimados
que, pelo menos, apresenta uma característica em comum. Ain-
da segundo esse autor, a amostra é uma parcela ou porção con-
venientemente selecionada do universo ou população:

45
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

O problema da amostragem é, portanto, escolher uma


parte (amostra), de tal forma que ela seja a mais repre-
sentativa possível do todo e, a partir dos resultados obti-
dos relativos a essa parte, poder inferir, o mais legitima-
mente possível, os resultados da população total, se essa
fosse verificada.

3.1.7 Orçamento
É opcional e aplica-se aos projetos que são financiados. O
orçamento, fruto de fontes financiadoras, deve ser digitado em
forma de tabela, com detalhamento das despesas pelos itens:
recursos humanos, recursos financeiros, recursos materiais,
material de consumo, serviços de terceiros, viagens, diárias e
outras especificidades inerentes a cada projeto de pesquisa.

3.1.8 Cronograma de atividades


Compreende o elenco de todas as atividades e deve ser
digitado com a configuração da folha em paisagem (sentido ho-
rizontal). Os nomes dos meses devem ser abreviados em apenas
três letras minúsculas e com ponto final. Excetua-se apenas o
mês de maio, que deve ser escrito com as quatro letras e sem
ponto final, conforme modelo apresentado no Apêndice G.

3.1.9 Referências
Entenda-se por referências textuais todo material bibliográfico
pesquisado e citado no interior do texto de monografias, disserta-
ções, teses, artigos científicos, livros, relatórios. A forma de apresen-
tação deve seguir a formatação da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), conforme detalhamento no Capítulo 6 desta obra.
Segundo a ABNT (NBR 14724, 2005, p. 8): “As referências,
ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espa-
ços simples.”

46
Capítulo 3: Projetos e relatórios

3.1.10 Apêndices/Anexos
Os anexos e apêndices devem ser apresentados em ordem
alfabética, logo após as referências, conforme as normas da ABNT
que estão explicitadas no Capítulo 6 desta obra.

3.2 Projetos técnicos


A construção de um projeto técnico para realização de
uma assessoria e/ou “venda de uma ideia e/ou produto”,3 geral-
mente demanda uma introdução para situar com precisão o que
se pretende apresentar como proposta técnica, visando à ob-
tenção de recursos financeiros, ao pagamento pela aquisição de
produtos e/ou à prestação de serviços. Os outros elementos para
esse tipo de projeto são: objetivos (geral e específicos), metas,
estratégias, orçamento, cronograma, avaliação e bibliografia.
Sabendo-se que o objetivo geral apresenta a totalidade do
que se pretende trabalhar ou estudar, recomenda-se que o mes-
mo tenha uma elaboração consistente e não ultrapasse mais do
que duas construções. Em termos ideais, recomenda-se que seja
elaborado apenas um objetivo geral e, usualmente, dois a três
objetivos específicos. Tanto os objetivos gerais quanto os espe-
cíficos devem iniciar sua elaboração com o verbo no infinitivo.
A elaboração de um projeto técnico requer:
• capa de identificação (no alto do papel, digitar, de for-
ma centralizada, o nome da empresa e/ou IES, ONG,
associação, cooperativa);
• título da proposta (no meio da folha de papel, digitar o
título de forma centralizada);

3
Entenda-se que realizar uma assessoria, vender uma ideia ou um produto
diferencia-se de uma proposta de pesquisa acadêmica, a qual é exigida como
critério de avaliação. O relatório acadêmico, necessariamente, implica a elaboração
de monografia, dissertação ou tese.

47
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

• local (endereço completo);


• período;
• equipe técnica (se houver);
• coordenador(a);
• público-alvo (clientela).
Todos esses itens devem ser digitados abaixo do título do proje-
to, deixando-se em média uma distância de 3 cm, com recuo à esquer-
da de 8 cm. O local e a data do dia em que for entregue o projeto
devem ser digitados no final da folha de papel e de forma centralizada.
A estruturação geral do projeto é apresentada no Apêndice F.

3.2.1 Projetos de intervenção


O chamado projeto de intervenção poderá ter duas conotações: ser
um projeto meramente técnico, solicitado por uma empresa ou uma
ONG, configurando-se, nesse caso, como um trabalho de assessoramento
ou consultoria. Em regra geral, esse tipo de projeto requer a assinatura
de um contrato, que deve ser assinado pelo cliente ou representante da
instituição ou empresa que solicitou este tipo de trabalho.
Na academia, o projeto de intervenção também se confi-
gura como uma proposta de assessoria ou consultoria, mas se
diferencia de um projeto meramente técnico, por exigir uma
consistente fundamentação teórica. Nas Instituições de Ensino
Superior (IES), o projeto de intervenção demanda um trabalho
acadêmico como requisito para obtenção de créditos educativos,
que resulta de trabalhos realizados em forma de estágios, asses-
soria ou consultoria em empresas, ONGs, cooperativas, associa-
ções e diferentes organizações produtivas ou educacionais.
Para esse tipo de projeto, as recomendações são as mes-
mas que para os projetos acadêmicos (Apêndice L), acrescen-
tando o item contrato. No caso de o projeto de intervenção ser

48
Capítulo 3: Projetos e relatórios

proveniente da solicitação de uma empresa, as orientações são


as mesmas sugeridas para os projetos técnicos.
Em qualquer uma dessas modalidades, o trabalho do
interventor deve ser bastante ético e anteceder uma sondagem,
uma pesquisa de mercado ou, ainda, estar calcado em cima de da-
dos provenientes das necessidades do cliente, das empresas, das
ONGs e das diferentes organizações produtivas e/ou educacionais.

3.2.2 Projeto de intervenção em educação


No âmbito da educação, é preciso entender, antes de tudo,
o significado de intervenção, para, logo a seguir, fazermos uma
reflexão do que venha a ser uma intervenção educativa e, final-
mente, o real sentido de projeto de intervenção. No Dicionário
Aurélio (1988, p. 367), intervenção quer dizer “ato de intervir”;
”interferência”. Segundo Legendre (1993, p. 756), a palavra in-
tervenção quer dizer “ação de agir conscientemente e voluntari-
amente dentro de um contexto preciso com o objetivo de influen-
ciar ou provocar mudanças”. No que se refere à intervenção
educativa, esse mesmo autor diz que esse tipo de intervenção
“visa a melhorar hábitos ou performances, onde existem dificul-
dades para evitar o agravamento dessas dificuldades no futuro”.4
Quanto ao projeto de intervenção, é quase inexistente uma
referência bibliográfica,5 uma vez que a literatura existente se
reporta aos projetos de intervenção como requisito acadêmico
para trabalho de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu.

4
Tradução livre do Dictionnaire actuel de l‘éducation, 2a edição, de Renald Legendre,
1993.
5
Essas afirmações são baseadas na experiência da autora dessa obra, quando
no exercício da função de Diretora do Projeto Internacional Université de Sherbrooke
(U.S.) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) no período de
1989-1995. Tomamos como base uma obra canadense intitulada La function de
conseil auprès des organizacions, da autoria de Lescarbeau, Pyaetti e St-Arnoud.

49
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Esses projetos implicam a realização de consultorias para


efetivação de um trabalho de pesquisa, visando a oferecer asses-
soria a uma determinada entidade, seja ela educacional ou não,
empresa, cooperativa ou uma simples associação econômico-pro-
dutiva ou não.
No entanto, o que nos interessa é sistematizar uma
prática já existente de projetos de intervenção e que, a
bem da verdade, não recebe essa denominação. Para isso,
vamos retomar o significado de intervenção educativa, na
tentativa de dar uma maior precisão quanto ao projeto de
intervenção no âmbito escolar. Tomando como base nos-
sas experiências junto aos mestrandos do ensino das ciên-
cias, vamos sugerir alguns referenciais para construção de
projetos de intervenção.

3.2.3 Estrutura do projeto de intervenção


Um projeto de intervenção apresenta uma ligeira diferen-
ça da estrutura do projeto de pesquisa, uma vez que recomenda
trabalhar conteúdo programático e estratégias. Porque conteú-
do programático em vez de fundamentação teórica? A resposta é
simples: nos projetos de intervenção, o tema trata especifica-
mente de uma situação-problema.
Enquanto que, no projeto de pesquisa, o ponto de partida
e de chegada do projeto é trabalhar apenas um tema que exige
um exaustivo levantamento bibliográfico para a construção da
fundamentação teórica, além dos instrumentais para pesquisa
de campo e/ou bibliográfica; por sua vez, no projeto de inter-
venção, o conteúdo programático de cada disciplina é trabalha-
do na sua totalidade na busca de alternativas e/ou soluções para
problemas existentes no processo ensino-aprendizagem, cuja es-
trutura é apresentada logo a seguir.

50
Capítulo 3: Projetos e relatórios

Estrutura do projeto de intervenção

3.3 Relatório: conceito e importância


Segundo Ferreira (1988, p. 560), “relatório é a descrição
minuciosa de forma escrita ou oral daquilo que se viu, ouviu ou
se observou”. Quando se operacionaliza um projeto, é funda-
mental que se apresentem os resultados de forma escrita, atra-
vés de um relato em forma de texto. Nos casos de projetos aca-
dêmicos, o relatório se configura como sendo a descrição deta-
lhada da pesquisa realizada, que é apresentada em forma de
monografia, dissertação, tese, ou ainda artigo científico.

3.3.1 Como construir relatórios


O relatório de um projeto de pesquisa requer uma reda-
ção aprofundada que implica uma análise dos dados coletados,
ou das observações, através da utilização de técnicas e da fun-
damentação teórica pertinentes ao tema da pesquisa aplicada.
Nesse caso, o relatório acadêmico, além de descrever a
consecução ou não dos objetivos e hipótese(s) do projeto inici-
al, deve apresentar de forma consistente o detalhamento de todo
o procedimento metodológico, utilizando toda argumentação à
luz dos estudos realizados (fundamentação teórica). É recomen-
51
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

dável que esse tipo de relatório seja apresentado em forma de


capítulos, conforme sugestão no Anexo K.
Os relatórios dos projetos escolares e de intervenção de-
vem ser apresentados com fundamentação para cada item do
projeto inicial, tendo como referencial o detalhamento dos da-
dos obtidos na pesquisa realizada. No Ensino Superior, são exi-
gidos relatórios, como o trabalho de conclusão de cursos ou o
estágio supervisionado. Em regra geral, as instituições têm mo-
delos próprios para esses relatórios, que objetivam o aperfeiço-
amento do processo ensino-aprendizagem através de uma
interação entre a teoria e a prática. Por convenção, os trabalhos
de conclusão de cursos (TCC ou TGI), e são exigidos com a
finalidade de:
• possibilitar aos estudantes o desenvolvimento de um
trabalho de pesquisa com temas relevantes dentro de
suas áreas de interesse;
• familiarizar o aluno quanto às normas técnicas para
elaboração de trabalhos científicos;
• proporcionar aos estudantes a utilização de referenciais
teóricos das disciplinas com estudos de problemas rele-
vantes em suas áreas específicas (MENDES, 2000, p. 59).

Finalmente, lembramos que a qualquer espécie de relató-


rio antecede a construção e apresentação de um projeto. Por-
tanto, em qualquer um dos casos aqui citados, o relatório impli-
ca numa descrição detalhada dos resultados obtidos quanto a
proposta inicial do trabalho.

52
Capítulo

4
...............................................................

Redação de monografias,
TCC, TGI, dissertações
e teses
A redação de um trabalho acadêmico requer fidelidade
aos dados obtidos com organização, lógica e elegância de esti-
lo. Para melhor escrever um trabalho científico, Richardson
apud Litton (1999, p. 305) recomenda observarem-se atenta-
mente dez itens:
1. Variar a extensão das frases. Dar preferência às ora-
ções curtas e simples.
2. Eliminar toda palavra supérflua.
3. Usar tom impessoal na redação. Cultivar um estilo for-
mal, sem se mostrar pedante ou afetado.
4. Empregar corretamente o idioma.
5. Familiarizar-se com os sinais de pontuação e a função
que desempenham.
6. Dar a devida importância a cada palavra. Conhecer o
significado das palavras, antes de usá-las. Evitar os fal-
sos sinônimos, o nome vulgar ou familiar das coisas.
Nunca empregar gíria.
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

7. Resistir a toda tentação de utilizar terminologia com


significado subjetivo.
8. Abster-se do uso de aumentativos, superlativos e dimi-
nutivos.
9. Usar, de preferência, expressões e termos castiços, e
não vocábulos vulgares ou mal-informados.
10. Ler bons autores. Aproveitar o melhor dessa leitura
para desenvolver seu próprio estilo, que deve ser o re-
flexo da personalidade culta de um universitário e de
um profissional.

4.1 Níveis de pesquisa


É possível encontrar uma grande variedade de classifica-
ção de pesquisas. No entanto, a mais usual é a catalogação em
três níveis: estudos exploratórios, estudos descritivos e estudos
explicativos. Adotando esses três níveis de pesquisa, passamos a
descrever cada um deles.

4.4.1 Pesquisa exploratória


Este tipo de pesquisa desenvolve estudos que dão uma
visão global do fato ou fenômeno estudado. Em regra geral, um
estudo exploratório é realizado quando o tema escolhido é pou-
co trabalhado, sendo difícil a formulação e a operacionalização
de hipóteses. Muitas vezes, este tipo de estudo constitui-se em
um primeiro passo para a realização de uma pesquisa mais apro-
fundada. Portanto, uma pesquisa exploratória requer um estu-
do posterior e, normalmente, esse tipo de estudo tem um plane-
jamento mais flexível, que envolve levantamento bibliográfico,
análise de documentos, observação de fenômenos e estudo de
casos.

54
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

4.4.2 Pesquisa descritiva


A pesquisa descritiva é abrangente, permitindo uma aná-
lise aprofundada do problema de pesquisa em relação a aspec-
tos sociais, econômicos, políticos, percepções de diferentes gru-
pos, comunidades, entre outros aspectos. Também é utilizada
para a compreensão de diferentes comportamentos, transfor-
mações, reações químicas, para explicação de diferentes fatores
e elementos que influenciam um determinado fenômeno.
Uma pesquisa descritiva exige planejamento rigoroso
quanto à definição de métodos e técnicas para coleta e análise
de dados. É recomendável que se trabalhe a pesquisa descritiva,
utilizando-se de informações obtidas pelos estudos exploratórios.
Elas não só explicam a relação entre variáveis, como também
procuram determinar a natureza dessa relação, fundamentando
com precisão o objeto de estudo. Daí por que Oliveira (1997,
p.114) afirma:
O trabalho descritivo possibilita abranger aspectos ge-
rais e amplos de um contexto social, como salário e con-
sumo, mão de obra ativa, população economicamente
ativa, situação social, econômica e política das minorias
e opiniões comunitárias, entre outros.
Esse mesmo autor ainda assegura que, sendo o estudo
descritivo bastante amplo, este permite o desenvolvimento de
uma análise, para identificação de fenômenos, explicação das
relações de causa e efeito dos fenômenos ou, mais precisamen-
te, a análise do papel das variáveis que, de certa forma, influen-
ciam ou causam o aparecimento dos fenômenos.

4.4.3 Pesquisa explicativa


Este tipo de pesquisa é ainda mais aprofundado, tendo
como principal objetivo a identificação dos fenômenos, buscan-

55
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

do explicações para os fatores que contribuem para sua ocor-


rência. Como bem nos assinala Gil (1999, p.44):
O conhecimento científico está assentado nos resultados
oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa,
porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas te-
nham menor valor, porque quase sempre constituem eta-
pa prévia indispensável para que possam obter explica-
ções científicas.

4.2 Procedimentos técnicos e metodológicos


A utilização de métodos em pesquisa, em sentido ge-
nérico, significa a escolha de procedimentos sistemáticos
para descrição e explicação de fenômenos. Esses procedi-
mentos implicam dois tipos de abordagem do fenômeno que
se pretende estudar: a abordagem quantitativa e a abordagem
qualitativa.
Os métodos quantitativos e os qualitativos apresentam
uma abordagem específica no tratamento dos dados coletados,
sendo o primeiro voltado para dados mensuráveis, por meio
da utilização de recursos e técnicas estatísticas. O segundo,
mais voltado para o âmbito social, caracteriza-se por abor-
dagens complexas relacionadas aos problemas sociopolíticos,
econômicos, culturais, educacionais e peculiaridades não-
quantificáveis.
Esses dois tipos de abordagem não são excludentes, visto
que, na opção por uma pesquisa qualitativa, pode-se recorrer a
dados quantitativos para melhor análise do tema em estudo e
vice-versa.

56
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

4.3 Monografia
Antes de adentrarmos nos diferentes níveis de monografias,
é importante que se entenda o significado do termo
“monografia”, visto que se percebe uma certa confusão conceitual
quanto aos trabalhos científicos que são exigidos como critério
de avaliação final em cursos de graduação e pós-graduação, lato
sensu e stricto sensu.
Do ponto de vista etimológico, a palavra monografia é de
origem grega: monos (um só) e graphein (escrever). Assim sendo,
é comum definir-se monografia como “um estudo por escrito de
um só tema exaustivamente estudado e bem delimitado”
(HÜLNE, 1999, p. 249).

4.4 TCC – TGI


O trabalho de conclusão de curso (TCC), também deno-
minado de monografia, refere-se à apresentação de um traba-
lho de encerramento, seja ele de graduação (licenciatura e ba-
charelado) e/ou de pós-graduação em nível de especialização
lato sensu.
O TCC requer do aluno estudo aprofundado de um de-
terminado assunto, em que deve demonstrar criatividade e ca-
pacidade de análise crítica para trabalhar os fundamentos teó-
ricos do tema delimitado pelo professor e/ou pela coordena-
ção de curso.
Para avaliar uma determinada disciplina em cursos de gra-
duação, é comum a solicitação de um trabalho monográfico,
mais comumente chamado de TGI, que quer dizer “trabalho de
graduação interdisciplinar”. O TGI também é solicitado em al-
guns cursos de pós-graduação lato sensu.

57
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Chamamos a atenção do leitor para o entendimento de


que tanto o TCC quanto o TGI são estruturados conforme a
recomendação da ABNT em termos de elaboração de um traba-
lho acadêmico, em que deve constar: introdução (descrição do
tema de forma contextualizada); desenvolvimento (fundamenta-
ção teórica) — trabalhado em seções e subseções, ou melhor,
em itens e subitens, e, finalmente, apresentar uma conclusão,
que nada mais é do que uma apreciação geral sobre o estudo
realizado.

4.5 Tipos de monografias


Dependendo dos objetivos pertinentes a cada curso e
dos critérios de avaliação final, o trabalho científico exigido
como requisito de conclusão de curso pode ser apresentado
de diferentes maneiras: monografia, memória científica, dis-
sertação, tese doutoral e outras modalidades de trabalhos
científicos.
A monografia é classificada em três tipos: análise teórica,
análise teórico-empírica e estudo de caso.

4.5.1 Monografia de análise teórica


Este tipo de monografia caracteriza-se como um trabalho
teórico conceitual sobre determinado tema, que requer exaus-
tiva pesquisa bibliográfica. Para Mendes, apud Tachizana (2000,
p. 32), a monografia de análise teórica pode ser classificada em
três níveis:
1. organização coerente de ideias extraídas de uma pes-
quisa bibliográfica de alto nível;
2. análise crítica ou comparativa de uma obra, teoria ou
modelo já existente, a partir de um esquema conceitual
bem definido;

58
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

3. trabalho inovador, com base em pesquisas exclusiva-


mente bibliográficas.
Em síntese, uma monografia de análise teórica apre-
senta sistematização coerente de uma pesquisa bibliográfi-
ca, por meio de uma análise crítica ou um estudo compara-
tivo entre autores que tratam do tema escolhido como ob-
jeto de pesquisa.

4.5.2 Monografia de análise teórico-empírica


É o tipo mais usual de trabalho acadêmico, por ser um
estudo que requer uma pesquisa de campo, tomando-se como
respaldo teórico a revisão de literatura pertinente ao objeto de
pesquisa. Esse tipo de monografia também pode ser classificado
em três níveis:
1. análise interpretativa de dados primários em torno de
um tema, com apoio bibliográfico;
2. teste de hipóteses, modelos ou teorias, a partir de da-
dos primários e secundários;6
3. trabalho inovador, a partir de dados primários, com
pesquisa de campo ou laboratorial.
A monografia de análise teórico-empírica requer um
planejamento cuidadoso quanto à delimitação do problema
a ser pesquisado, com objetivos, hipóteses e metodologia
bem delimitados.

6
Os dados primários são informações obtidas diretamente no campo ou que têm sua
origem nos eventos pesquisados. Os dados secundários são obtidos nas obras
bibliográficas e/ou relatórios de pesquisas anteriores ao estudo que se pretende realizar.

59
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

4.5.3 Monografia de estudo de caso


Este tipo de monografia requer um estudo detalha-
do de um caso real, com definição e teste de hipótese(s),
e uma fundamentação teórica. Com base em Yin (1981,
p.23), o estudo de caso deve ser entendido como estudo
empírico que investiga um fenômeno em seu contexto
real. Quando as fronteiras entre um fenômeno e o seu
contexto não são claramente definidas, o estudo de caso
utiliza várias fontes de evidência para compreensão do
objeto de estudo.
Daí porque Maren (1995) considera o estudo de caso
um método eclético, em que se podem utilizar diferentes
técnicas e métodos que facilitem a compreensão do objeto
ou fenômeno em seu contexto. Nesse sentido, Gil (1999,
p.73) define o estudo de caso como estudo profundo e exaus-
tivo que permite o conhecimento amplo do objeto de pes-
quisa. Esse autor sintetiza o estudo de caso em três princi-
pais finalidades: exploração da vida real, cujos limites não
estão bem definidos; descrição da situação do contexto do
fenômeno em estudo; e explicação de variáveis causais de
determinados fenômenos em sua complexidade e em situa-
ções nas quais não é possível a utilização de levantamentos
e experimentos.

4.6 Estilo de redação técnico-científica


A redação de um trabalho científico tem como parâmetro
quatro elementos básicos: clareza, objetividade, consistência e
sobriedade.
Uma redação é clara quando não deixa dúvidas ou não
apresenta ambiguidades que deem margem a outras interpre-

60
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

tações. Por exemplo, devem-se evitar expressões, tais como:


“nem todos”, “praticamente todos” e “vários deles”. É aconse-
lhável a substituição dessas expressões por “cerca de 75%”,
“20%”. A linguagem deve ser elegante, sem sofisticação; nada
de termos rebuscados: querer falar bonito só desvia a atenção
do leitor. Cada palavra, termo ou frase deve traduzir exata-
mente o que se quer dizer, o pensamento que se quer transmi-
tir e informar.
A objetividade diz respeito à utilização correta dos ter-
mos técnicos, que devem ser explicados com clareza, in-
formando sua utilização popular, se for o caso. Entre um
parágrafo e outro, manter a coerência na organização ló-
gica das frases, dando continuidade ao assunto e, em al-
guns casos, utilizar termos ou expressões, tais como: “daí
por que”, “é possível concluir”, “conforme autor citado”,
“ainda que”, “mesmo que”, “entretanto”, “assim”, “dando
continuidade”, “segundo o autor”, “como vimos”, “pode-
mos constatar que” etc.
O critério da objetividade também diz respeito à con-
sistência na forma de expressar-se corretamente. Trata-se
do uso adequado da linguagem, por meio da pontuação e
da sequência lógica, para uma boa compreensão do lei-
tor. Portanto, a consistência requer clareza na linguagem,
e cada assunto deve ser trabalhado de maneira direta e
com simplicidade.
Quanto à sobriedade, recomenda-se uma linguagem direta,
sem rebuscamentos na forma de apresentação do texto, ou seja,
a não-utilização de molduras ou linhas para enfeitar determina-
das páginas, gráficos ou tabelas.

61
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

4.6.1 Conectores para construção de parágrafos


em trabalhos acadêmicos
A redação de um trabalho científico requer uma lingua-
gem simples, sem afetação, com frases curtas e diretas.
Preferencialmente usar o tratamento impessoal e o verbo na voz
ativa, como por exemplo: “com base nos dados analisados, acre-
dita-se que...”; “parte-se do pressuposto...”.
Para facilitar a redação de um trabalho acadêmico de for-
ma “enxuta”, em que se apresentem conexões entre os parágra-
fos dentro de uma sequência lógica, presenteamos nossos leito-
res com uma lista de conectores (autor desconhecido) que deve
ser usada para dar continuidade à linha de raciocínio e dar leve-
za à redação.

pressupostos...

62
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

63
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

64
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

4.7 Estrutura de monografias, dissertações e teses


Os elementos essenciais para a estruturação de trabalhos
acadêmicos para obtenção de títulos de bacharel, graduação,
especialista, mestre e doutor são chamados de elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais, cuja explicação é apresentada logo
no item 1 do Capítulo 1 deste livro.
Nos Apêndices L e M, disponibilizamos a estrutura para
elaboração de projetos acadêmicos, construção de monografias,
dissertações e teses. Para facilitar a redação do trabalho acadê-
mico, fazemos ainda algumas considerações quanto aos seguin-
tes itens: construção de capítulos, citações, notas de rodapé,
abreviaturas, coleta de dados, análise de dados, conclusões/re-
comendações e depósito do relatório final.

4.7.1 Construção dos capítulos


A construção dos capítulos de um estudo
monográfico pressupõe um planejamento dos detalhes de
cada item da estruturação da pesquisa realizada. Em re-
gra geral, a quantidade de capítulos é determinada pelo(a)
autor(a) ou por sugestão do(a) orientador(a). É essencial

65
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

que, além da justificativa, sejam garantidos quatro capí-


tulos fundamentais: fundamentação teórica, metodologia,
análise dos resultados, e o capítulo final das conclusões, com
recomendações e/ou sugestões.
É importante que o estudo realizado seja bem fundamen-
tado em cada capítulo, evitando-se repetições e longas retoma-
das históricas. O trabalho científico, como bem assinala Severino
(2000, p. 152), consiste em uma “exposição lógica e reflexiva
em argumentação rigorosa, com alto nível de interpretação e
julgamento pessoal”.

4.7.2 Citações
As regras gerais de apresentação de citações encontram-
se no texto da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
NBR 10520, de agosto de 2002, as quais aconselhamos o(a)
leitor(a) a consultar para maiores detalhes que não estão
elencados nesta obra. É de muita importância registrar as
recomendações básicas para trabalhar-se com citações, tais
como:
As chamadas pelo sobrenome do autor e pela instituição
responsável ou título incluído na sentença devem ser feitas em
letras maiúsculas e minúsculas. Por exemplo: muitos estudiosos
têm escrito sobre a construção do conhecimento e, dentre eles,
destacamos o grande educador Freire (1974, p. 42), que assim
se expressou em sua obra Uma educação para a liberdade: “não
posso ser apenas o narrador de alguma coisa que eu consideras-
se como um ‘fato dado’; devo ter uma mentalidade crítica, curi-
osa e sem repouso, constantemente vigilante, consciente tam-
bém dos leitores que têm de refazer o próprio esforço de minha
pesquisa”.

66
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

Quando o sobrenome do(a) autor(a) e o nome das ins-


tituições forem colocados entre parênteses, a recomenda-
ção da ABNT é colocar em letras maiúsculas, como, por
exemplo: “a representação comanda o modo de ser da lin-
guagem, dos indivíduos, da natureza e da própria necessi-
dade. A análise da representação tem, portanto, valor
determinante para todos os domínios empíricos”
(FOUCAULT, 2002, p. 288).
Segundo Köche (1997, p. 155), as citações podem ser
efetuadas sob a forma de transcrição, que reproduz o texto origi-
nal, e em forma de paráfrase, em que se usa a citação livre de um
texto, sem reprodução. As citações que reproduzem o texto ori-
ginal são chamadas diretas; quando se faz uma citação retirada
de uma fonte intermediária (autor que cita outro autor), utiliza-
se a expressão apud.
As transcrições de até três linhas são inseridas no próprio
texto, entre aspas, e as que ultrapassam três linhas passam a ser
um parágrafo, que deve ser digitado com recuo à esquerda de
4 cm, em letra menor (fonte 10) e com espaço simples, confor-
me citações apresentadas neste livro. No dizer de O’Neil apud
Brynne e outros (1977, p. 102), “as teorias dão um quadro coe-
rente dos fatos conhecidos, indicam como são organizados e
estruturados, explicam, preveem e fornecem, assim, pontos de
referência para a observação de fatos novos”.

Por um lado, a prática não se restringe à aplicação


concreta dos conhecimentos teóricos, por mais que
isto seja parte integrante. Prática, como teoria, per-
faz um todo, e como tal está na teoria, antes e de-
pois. Sobretudo, prática não aparece apenas como
demonstração técnica do domínio conceptual, mas
como modo de vida em sociedade a partir do cien-
tista (DEMO, 1999, p. 59).

67
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Quando várias citações referem-se a uma mesma obra, de


um mesmo autor, variando apenas os números das páginas, usa-
se a expressão latina abreviada ibid. Por exemplo: (DEMO, 2000,
p. 145; ibid., p. 156; ibidem, p. 209).
Em se tratando de uma transcrição que é apenas
parcial, ou seja, parte de um parágrafo, colocam-se três
pontos entre colchetes [...] e faz-se a citação, seguindo-se
os mesmos critérios já descritos. De acordo com a norma
NRB 10520, as citações devem ser indicadas no texto, seja
por um sistema numérico ou seja por autor-data, e devem
ser uniformes em todo o texto. Neste livro, utilizamos o
sistema autor-data, com indicação da página da obra ci-
tada.
Para outras referências, segundo KÖCHE (1997, p. 157),
utilizam-se expressões latinas, em conformidade com cada caso:
apud (citado por, conforme, segundo);
et al. (e outros);
ibidem ou ibid. (na mesma obra);
idem ou id. (igual à anterior);
opus citatum ou op. cit. (obra citada);
passim (aqui e ali);
sequentia ou seq (seguinte ou que segue).

É recomendável utilizar tais expressões em casos ex-


cepcionais, sem exagerar no número de vezes, para que o
texto fique leve, sem sofisticações. Ex: Silva, op. cit., p.
140.
Quando não se dispõe de dados sobre data, editora e
local de publicação, ou ainda, para citação de capítulos,
páginas, numeração de fascículos e tradutor(a), obra do

68
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

mesmo autor, recomenda-se a utilização das seguintes


abreviaturas:
n. (número ou fascículo);
n.p. (não-paginado);
org. (organizador(a);
p. (página);
s.d. (sem data);
s.ed. (sem editora);
s.l. (sem local de publicação);
s.n.t. (sem local, editora e data);
trad. (tradutor(a);
v. (volume);
ed. (edição).

As citações diretas de até 3 linhas devem estar contidas


entre aspas duplas, por exemplo: “a observação é uma das técni-
cas de coleta de dados imprescindível em toda pesquisa científi-
ca. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um ob-
jeto para dele adquirir um conhecimento claro e preciso” (BAR-
ROS, 1999, p. 53).
As aspas simples são utilizadas para indicar citação no in-
terior da citação: “interpretar significa buscar o sentido mais
explicativo do resultado da pesquisa. Significa ‘ler através dos
índices’, dos percentuais obtidos, a partir da meditação e
tabulação de dados” (idem, p. 63).
As citações diretas com mais de três linhas devem ser des-
tacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letras
menores que a do texto utilizado e sem aspas.

69
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

4.7.3 Notas de rodapé


Também chamadas de notas explicativas, as notas de
rodapé são utilizadas para fazer-se um esclarecimento ou
comentário em complementação ao texto. São, portanto,
“informações que não puderam ser incluídas no próprio
texto, por provocarem uma quebra de sequência no dis-
curso” (TARGINO, 1998, p. 188). As notas de rodapé são
digitadas em fonte tamanho 10 e espaçamento simples en-
tre linhas.
O editor de texto Word (ícone inserir/notas) já se encar-
rega automaticamente de numerar a sequência das citações
em algarismos arábicos. Em casos especiais, deve-se utilizar
o asterisco (*) para fazer uma chamada sobre um breve cur-
rículo do(a) autor(a) de um trabalho científico. Portanto, as
notas de rodapé são numeradas com algarismos arábicos ou
asteriscos, e devem ser utilizadas após o ponto final de uma
frase. Para Severino (2000, p. 109), as notas de rodapé têm
tríplice função:
1. permitem uma eventual comprovação por parte
do leitor e fornecem pistas para uma retomada
do assunto;
2. inserem, no trabalho, considerações complemen-
tares que, por extenso, onerariam desnecessaria-
mente o desenvolvimento do texto, mas que po-
dem ser úteis ao leitor, caso queira aprofundar o
assunto;
3. trazem a versão original de alguma citação traduzida no
texto.
Quando for utilizada a citação bibliográfica como
nota de rodapé, é preciso que ela contenha apenas a refe-

70
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

rência do autor, o título da obra e o número da página da


obra citada, conforme pode-se observar na construção
deste livro.

4.7.4 Abreviaturas dos meses


Segundo as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), os meses devem ser digitados com apenas
três letras e um ponto final, excetuando-se o mês de maio,
que deve ser escrito com as quatro letras, sem utilizar o pon-
to final.

4.7.5 Sistema internacional de unidades numéricas


Qualquer documento, seja de ordem técnico-admi-
nistrativa, sejam monografias, artigos, dissertações e te-
ses, deve respeitar o padrão internacional de unidades
numéricas.

71
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

algarismos.

4.7.6 Construção de dissertações e teses por artigos


Este tipo de trabalho acadêmico é opcional, cabendo a
cada programa analisar caso a caso, utilizando como critério a
construção de três artigos científicos publicados em revistas de

72
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

alto nível científico. Cada artigo deverá conter de vinte a trinta


laudas, sendo digitado em português, com a fonte tamanho 12,
espaço simples, sem intervalo entre parágrafos. Tudo o mais se-
gue a mesma formatação indicada neste livro, conforme modelo
apresentado no Apêndice J.

4.7.7 Coleta de dados


Esta fase inicia-se com a aplicação dos instrumentais de pes-
quisa que foram definidos no projeto, tais como: entrevistas, ques-
tionários, observações, registro em planilhas específicas a cada
objeto de pesquisa e outros critérios predefinidos. A coleta de da-
dos exige habilidade, paciência e perseverança do(a) pesquisador(a).

4.7.8 Análise dos resultados


A categorização de dados é a fase preliminar, logo após a coleta
de todos os dados, onde se faz a apuração das informações, elencando
as respostas dadas a cada questão do questionário formulado, ou de
cada item das entrevistas. No caso de pesquisa de laboratório, esta fase
requer a apuração dos dados que foram anotados nas planilhas de
observação e de controle do fenômeno, do objeto de estudo.
Em um segundo momento, tem início a análise dos dados, onde se
classificam em blocos os dados obtidos através de questões ou itens
de entrevista, ou pela observação ou ainda manipulação de produtos
químicos e de técnicas, formando-se colunas de respostas ou reações
convergentes. Uma vez formados esses blocos, faz-se o enxugamento
da resposta ou das reações e procura-se dar um título, surgindo assim
a construção das categorias com suas unidades de análises.
Segundo Seltzer (1960), Mayer e Oulet (1991) e Bardin
(1997), a categorização de dados é um processo que exige o má-
ximo de atenção na codificação dos dados e na revisão rigorosa
quanto à classificação das categorias e suas unidades de análises.
73
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Portanto, faz-se necessário o máximo de rigor científico, segundo


o método e as técnicas adotadas para análise dos resultados,
minimizando-se o viés da subjetividade para assegurar a confiabi-
lidade e fidedignidade às informações obtidas, tanto na pesquisa
de campo como em trabalhos de pesquisa em laboratórios.
No exemplo do Quadro 11, a denominação da categoria ensi-
no-aprendizagem só foi possível após análise de várias respostas que
estudantes e professores forneceram, mediante quatro questões for-
muladas sobre a estrutura e o funcionamento de um curso de pós-
graduação. Nesse caso, foi pesquisado um total de treze pessoas,
sendo que, na apuração inicial, tivemos cinquenta e duas respostas
(13 x 4). No entanto, o estudo cuidadoso das respostas levou-nos à
catalogação em um só bloco de respostas, segundo as informações
similares, e assim ficaram reduzidas a sete unidades de análise.

Uma vez realizada a categorização de dados, o passo se-


guinte é a análise de cada bloco de categorias, considerando-se
cada unidade de análise e interpretando-a à luz da fundamen-
tação teórica.

4.7.9 Considerações finais/Recomendações


Após cuidadosa análise de todas as informações obtidas,
recomenda-se criar um capítulo, ou simplesmente um item, para
74
Capítulo 4: Redação de monografias, TCC, TGI,
dissertações e teses

um posicionamento pessoal quanto aos resultados em direção


ao avanço do conhecimento referente ao tema pesquisado. As
recomendações e/ou sugestões devem ser colocadas de forma
elegante, apontando possíveis soluções para os problemas
detectados.

4.7.10 Depósito final do documento


Para a análise da comissão de avaliação, seis exemplares
da monografia, dissertação ou tese devem ser entregues na co-
ordenação do programa de pós-graduação a que o estudante
estiver vinculado. Como esses exemplares são provisórios, a
encadernação deve ser simples (capa plástica com espiral).
Após as observações da comissão e os comentários do(a)
orientador(a), autorizando a versão final com as sugestões apre-
sentadas, o(a) aluno(a) deverá fazer o depósito de dez exem-
plares com encadernação rígida (papelão), na cor padronizada
por cada programa de pós-graduação.

75
Capítulo

5
...............................................................

Diretrizes para elaboração


e apresentação de
trabalhos científicos,
técnicos e didáticos
Este capítulo é um apoio complementar para atender à
demanda dos mestrandos que, após várias discussões em sala
de aula, sugeriram que fosse também apresentada, neste livro,
alguma sugestão quanto aos procedimentos técnicos e didáticos
para apresentação de trabalhos científicos.

5.1 Artigo científico


Para construção de um artigo científico, seguir as orienta-
ções apresentadas no modelo do Anexo J.

5.1.1 Resumo
O resumo de um artigo científico, bem como de uma
monografia, dissertação e tese, deve ser “enxuto” e demonstrar
capacidade de síntese para oferecer ao leitor uma visão geral do
texto, possibilitando uma contextualização rápida do problema
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

de pesquisa, dos objetivos do estudo, da metodologia, e das con-


siderações finais (conclusão), que, em síntese, apresenta a aná-
lise dos resultados com algumas sugestões e/ou recomendações.
O resumo de artigo científico deve conter em média de
100 a 250 palavras. Em regra geral, esse é o padrão recomenda-
do. No entanto, é preciso também se adequar a outros tipos de
critérios que são criados e determinados pela coordenação de
revistas e periódicos, para aceitação e possível publicação.
Para monografias, dissertações e teses, o resumo deve ser
digitado em um só parágrafo, não ultrapassando uma lauda (pá-
gina), em espaço simples. No final do resumo, dar um intervalo
(= um “enter”) para colocar as palavras-chave, que serão
explicadas no subitem a seguir.

5.1.2 Sinopse
A sinopse é um trabalho que consiste em apresentar por
escrito a compreensão de uma obra de forma bastante resumi-
da. Para Santos (2007, p. 42):
A sinopse é um pequeno texto de 25 a 50 linhas, geral-
mente redigido pelo autor ou pelo editor de uma obra.
A característica essencial da sinopse é a apresentação con-
cisa dos traços gerais, das ideias maiores, das grandes
linhas da obra. É um trecho normalmente inserido no
início dos textos publicados, e é muito útil para a reali-
zação de levantamentos bibliográficos.
É importante assinalar que existe uma diferenciação en-
tre sinopse e resumo, visto que a sinopse trata de um texto bas-
tante reduzido e que permite o posicionamento pessoal, e/ou
impressões de quem a redige. Já o resumo exige total fidelidade
ao pensamento do autor da obra, e em média representa uma
síntese entre 10 a 25% da obra original.

78
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

5.1.3 Palavras-chave
Tanto no resumo de artigos científicos, como em mono-
grafias, dissertações e teses, as palavras-chave se constituem
elementos obrigatórios (NBR 6022, 2003, p. 4). Elas devem ser
digitadas logo abaixo do resumo, sendo separadas entre si por
ponto e finalizadas também por ponto, por exemplo:
Palavras-chave: Construtivismo. Ensino Médio. Linguagem.

5.1.4 Resumo expandido


O resumo expandido é um termo que foi criado pelo CNPq,
e significa uma comunicação escrita de forma resumida para
processos de seleção a serem apresentados em eventos de cará-
ter científico.
É uma simulação da construção de artigo científico,
diferenciando-se apenas pelo número de páginas, que os-
cila entre duas a cinco. Esse limite de páginas inclui o tex-
to em si, tabelas e ilustrações. Tanto o artigo científico
como o resumo expandido devem relatar com discussões e
análises dos dados de uma pesquisa, por meio da
especificação de metodologia, métodos, técnicas e resultados
(NBR, 6022, 2003).

5.1.5 Memorial
O memorial trata da apresentação da trajetória acadêmi-
ca e profissional do autor, e deve ser apresentado de forma con-
cisa por análise crítica e reflexão de suas atividades ao longo de
sua vida. Com base em Caldas et al. (2006), passamos a apre-
sentar os elementos essenciais para construção e apresentação
de um memorial.

79
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Em primeiro lugar é importante entender que o memorial


é um texto narrativo e crítico, com destaque dos fatos marcantes
no percurso acadêmico-profissional do autor. Em regra geral, o
memorial é solicitado em processos seletivos, concursos para
premiação de honra ao mérito e promoções na carreira
profissional.
Por se tratar de um documento técnico e acadêmico,
sua estrutura segue a recomendação geral da ABNT (NBR,
14724, 2005) quanto aos elementos básicos: elementos pré-
textuais (capa, folha de rosto, sumário); elementos textuais
(introdução, desenvolvimento, conclusão) e elementos pós-
textuais (anexos).

5.1.6 Resenha
A resenha apresenta o conteúdo de uma obra de forma
sucinta por meio de uma análise crítica. Em se tratando de um
resumo detalhado da obra, proporciona ao pesquisador ou ao
leitor interessado no assunto uma visão geral do tema que se
pretende estudar.
Inicialmente, coloca-se na borda superior a referência
bibliográfica, para, logo a seguir, apresentar o resumo da
obra por uma análise crítica. No final, coloca-se o nome do
autor da resenha, com uma rápida síntese do seu curriculum
vitae (CV).
Em trabalhos acadêmicos, muitas vezes, é solicitada aos
estudantes de pós-graduação a resenha de um livro, de um capí-
tulo ou mesmo de um texto. Para tais casos, o critério é o mes-
mo adotado na elaboração de uma resenha de livro, conforme o
exemplo:

80
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

FREIRE, Paulo. Educação como Prática de Liberdade.


Nessa obra, Paulo Freire expõe, de forma detalhada, o Méto-
do de Alfabetização de Adultos, fazendo uma contextualização his-
tórica de sua proposta e apresentando os pressupostos filosóficos e
políticos. O livro está organizado em quatro capítulos.
Capítulo 1: A Sociedade Brasileira em Transição. Nesse
capítulo, FREIRE faz uma análise da situação política do Brasil,
no início da década de 1960.
Capítulo 2: Sociedade Fechada e Inexperiência Democrática.
O autor explica o golpe de Estado, a “Revolução de 1964”, fazendo
um resgate de vários momentos da história da sociedade brasileira.
Capítulo 3: Educação versus Massificação. FREIRE expli-
ca sua postura pedagógica da dialogicidade, fazendo uma análi-
se da “pedagogia bancária”.
Capítulo 4: Educação e Conscientização. O autor faz um
detalhamento das experiências de alfabetização de adultos que
foram realizadas no país, antes do golpe militar de 1964.

Comentário crítico:
A obra Educação como Prática de Liberdade reflete as ideias
de Paulo Freire, em um determinado período da História do
Brasil. Apesar de o autor centralizar suas análises na década de
1960, é possível afirmar que a contribuição de Freire não se
limita tão somente a esse período, visto que ele nos remete à
perspectiva de uma nova postura pedagógica para a Educação
no Brasil e em diferentes países do mundo.

7
Entenda-se como bibliografia todo material pesquisado para construção de um texto,
projeto ou relatório, sem haver citações no interior desses trabalhos. As referências
bibliográficas são pertinentes aos estudos realizados para construção de monografias,
dissertações e teses, com citações e transcrições de frases que fundamentam a
construção do conhecimento, no interior dos trabalhos acadêmicos/científicos.

81
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

5.1.7 Texto didático


Texto didático é a elaboração de um trabalho acadêmi-
co, exigido como critério de avaliação em determinada disci-
plina. Esse texto serve como subsídio para ministrar uma aula
e deve conter de três a cinco páginas, apresentando os seguin-
tes elementos: título da aula, identificação do autor ou da equi-
pe, com um breve resumo do currículo em nota de rodapé;
esquema do conteúdo, que é desenvolvido em títulos e subtí-
tulos; conclusão com análise crítica (posicionamento pessoal
ou do grupo face ao tema abordado); e bibliografia.7 Conside-
ramos o texto didático um instrumental de apoio à realização
de seminários.
O esquema do texto didático deve evidenciar uma orga-
nização lógica das leituras realizadas, com encadeamento das
ideias em forma de tópicos (títulos e subtítulos). Quanto a esta
sistematização, cada estudante ou grupo deve escolher sua pró-
pria forma de apresentação, desde que contenha uma introdu-
ção que faça a contextualização do tema no tempo e no espa-
ço, demonstrando entendimento do assunto, por meio do de-
senvolvimento de cada item e subitem do esquema. A conclu-
são deve ser de fato uma apreciação crítica, para fechamento
do estudo realizado.

5.1.8 Fichamento
As técnicas de fichamento visam a registrar as leituras
pertinentes ao assunto que se quer trabalhar, seja para a cons-
trução de artigos, monografias, dissertações, teses, seja simples-
mente como referenciais para ministrar cursos ou fundamentar
uma palestra. As duas técnicas mais utilizadas são as fichas bi-
bliográficas e as fichas de conteúdo.

82
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

5.1.8.1 Ficha bibliográfica


Para Hühne (1999, p. 85-87), a ficha bibliográfica visa a
dar informações básicas sobre um livro ou qualquer publicação,
e é apresentada de duas maneiras: por assunto e por autor. A
ficha por assunto requer uma síntese do pensamento do autor.

5.1.8.2 Ficha por autor


Nesta ficha coloca-se, na primeira linha, o nome do autor
e, na linha seguinte, o título da obra, com os dados sobre edi-
ção, publicação, ano e número de páginas.

5.1.8.3 Ficha de conteúdo


Uma ficha de conteúdo requer um comentário sobre a ar-
gumentação do autor (HÜHNE, 1999, p. 64). Em uma só ficha,
é possível colocar os dados bibliográficos, fazer um resumo (sín-
tese da obra) e apresentar ideação (destaque das novas ideias
que surgem na leitura reflexiva). O padrão mostrado a seguir
deve ser mantido – todas as fichas, as tabelas e os quadros de-
vem ser apresentados em uma só folha.

83
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

Modelo de ficha de conteúdo

Fonte: HÜHNE, 1987, p. 66.

84
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

5.1.8.4 Ficha-resumo
Este tipo de ficha consiste em fazer a síntese de um livro, de um
capítulo ou de trechos de livros, revistas e enciclopédias. Cada resumo
varia segundo a necessidade da pessoa que deseja sistematizar o conteú-
do de um determinado assunto de seu interesse. Na elaboração de uma
ficha-resumo, é preciso levar em conta três aspectos principais: indicação
bibliográfica, síntese das principais ideias e comentários ou críticas.
Para Hühne (1999, p. 47), a elaboração de uma ficha-re-
sumo deve levar em conta os seguintes critérios:
1. um resumo deve caracterizar-se pela fidelidade às ideias do
autor. A interpretação deve ficar ao nível da objetividade;
2. deve apresentar uma estrutura orgânica capaz de revelar
o plano lógico da redação (introdução, desenvolvimento,
conclusão), isto é, o fio condutor traçado pelo autor;
3. deve expressar capacidade de síntese, de tal modo que
possam ficar em destaque conceitos fundamentais do texto;
4. deve ser de cunho pessoal, permitindo mostrar a assi-
milação individual.

85
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

5.1.8.5 Ficha bibliográfica e de conteúdo


Este tipo de ficha é usado para fazer anotações de diver-
sos tipos de leitura, conferências, reuniões e outras. Também
chamada de ficha mnemônica (auxiliar de memória), a ficha de
conteúdo pode ser apresentada de duas maneiras: cópia (cita-
ção) e resumo (recensão).
Na elaboração dessa ficha, coloca-se em destaque, na pri-
meira linha, o título do assunto e, a seguir, entre aspas, o con-
teúdo de uma frase ou pensamento do autor estudado. Sendo
cópia de um trecho de livro ou periódico, coloca-se a indicação
bibliográfica conforme modelos das fichas anteriores. Em se tra-
tando de resumo, coloca-se em primeiro lugar o título do assun-
to e principais anotações do que despertou mais interesse na
leitura ou conferências e reuniões.

5.1.8.6 Apresentação de trabalhos acadêmicos


Para exposição de um trabalho acadêmico, é fundamental
a preparação de recursos audiovisuais, como: transparências,
slides, cartazes, utilização de PowerPoint (data-show) ou, mes-
mo, de recursos naturais, minerais, plantas, aves, animais e, ainda,
de objetos diversificados que facilitem a compreensão do tema
em estudo.

86
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

A confecção de cartazes, transparências e digitação em


PowerPoint requer objetividade e sobriedade, o que significa
dizer: utilizar frases curtas e poucas imagens. O mais importan-
te é que os expositores utilizem tais recursos apenas como pon-
tos de referências e demonstrem domínio do conteúdo.
A comunicação científica é realizada em simpósios, seminá-
rios, reuniões e grupos de estudos, por uma síntese das pesquisas
e/ou estudos realizados. Essa comunicação não deve ser longa, para
abrir espaço para debates, nos quais são feitas as complementações
necessárias para um melhor aprofundamento do tema abordado.
Toda comunicação deve ser clara, com explicações de termos téc-
nicos que não são do domínio do público. Essas explicações evitam
erros de interpretação e não deixam margem para dúvidas.
Quanto aos recursos audiovisuais utilizados em comuni-
cações de trabalhos científicos, vejamos alguns exemplos nos
Apêndices I e K, os quais se aplicam tanto para transparências,
cartazes ou apresentações em data-show.

5.1.8.7 Seminário
Entre as diferentes estratégias utilizadas para a apresenta-
ção de trabalhos científicos, destacamos a técnica de seminário,
por ser a mais usual nos diferentes programas de pós-graduação.
O seminário caracteriza-se como uma ferramenta indis-
pensável para a divulgação de pesquisas e estudos detalhados
sobre temas que são abordados em diferentes disciplinas
curriculares. Essa técnica, em sentido mais amplo, compreende
a realização de eventos que contam com a participação de di-
versos segmentos da comunidade acadêmica e de pessoas da
comunidade, que se interessam por temas trabalhados no con-
texto das Universidades, Entidades e Departamentos Institu-
cionais, ou, ainda, em diferentes grupos.

87
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

A realização de seminários requer um cuidadoso planeja-


mento para definição da temática central do evento, a fim de
formar mesa diretora, grupos de trabalhos, oficinas e acompa-
nhamento dos debates, realização de minicursos, estudos em
grupos, equipes de recepção e apoio logístico. Inicialmente, para
conferência de abertura do seminário, é importante convidar
uma pessoa especialista no tema proposto e que seja reconheci-
da nos meios acadêmicos. Os demais expositores também de-
vem ser escolhidos pelo domínio de conteúdo e pela identifica-
ção com a clientela-alvo do seminário que se pretende realizar.
A duração do seminário não deve ser longa; em média, dois a
três dias e, no máximo, uma semana.
A técnica de seminário também pode ser realizada como
finalidade didática dentro da programação de um curso, obje-
tivando um estudo aprofundado de um tema ou problema de
pesquisa, análise de textos, pesquisas bibliográficas e de campo.
Em regra geral, a escolha do tema está estreitamente ligada ao
conteúdo programático de uma disciplina da grade curricular.
Portanto, a sugestão parte do(a) professor(a) e a operacionali-
zação deve ser discutida com os estudantes, para definição de
cronograma e técnicas que serão utilizadas ao longo do estudo.
Nessa técnica, o importante é que professor(a) e alunos(as) es-
tejam sintonizados(as) quanto ao aprofundamento da análise
de textos e discussões coletivas. Segundo Santana e Menegolla
(1997, p. 98), o seminário tem dois objetivos precisos:
• oportunizar situações que permitam o encaminhamento
de soluções para problemas colocados em discussão;
• propiciar condições de trabalho que induzam os mem-
bros do grupo a tomarem iniciativas e participarem
efetivamente.

88
Capítulo 5: Diretrizes para elaboração e apresentação de
trabalhos...

Na prática, o seminário deve levar todos os participantes


a uma reflexão aprofundada de determinado problema, a partir
de textos e em equipes. O(a) professor(a) da disciplina discute
com os estudantes a escolha do tema e dos critérios para um
estudo aprofundado. Após a leitura prévia do texto, a turma é
dividida em pequenos grupos, sendo aconselhável que cada um
deles aprofunde um aspecto do tema. O(a) professor(a) sugere
que os(as) alunos(as) escolham o(a) coordenador(a), o(a)
moderador(a) e o(a) relator(a) do seminário.
A seguir, é delimitado o tempo de exposição para cada
membro das equipes e o tempo disponível para debates. O(a)
professor(a) deverá acompanhar atentamente o debate, fazen-
do intervenções quando necessário. Após o fechamento do
tema pelos expositores, o(a) professor(a) faz a sistematização
do tema abordado e procede à avaliação coletiva, incentivan-
do os expositores e demais participantes a continuarem o
aprofundamento dos estudos. Os(as) alunos(as) responsáveis
pelo seminário deverão entregar ao(à) professor(a) um rela-
tório do trabalho realizado, em forma de resumo, com análise
crítica do tema estudado.

89
Capítulo

6
..................................................................

Normas da ABNT

6.1 Definição e normalização


Levando-se em consideração as dificuldades dos estudantes
e até de alguns pesquisadores(as) quanto à citação correta de toda
revisão de literatura que é trabalhada durante a produção de traba-
lhos acadêmicos, procuramos oferecer subsídios que possam
minimizar ou até sanar essas dificuldades. Para maior segurança ou
mesmo a total credibilidade dos leitores(as) que buscam se pautar
nas normas da ABNT, elaboramos este capítulo nos atendo ao rigor
que se faz necessário, em se tratando de produção científica.
Daí por que este quinto capítulo foi elaborado, procuran-
do-se manter o máximo de fidedignidade ao que prescreve as
normas da ABNT para trabalhos acadêmicos. O leitor(a) terá
acesso à transcrição literal das atuais normas (NBR 14724/2005;
NBR 6023/2002) vigentes, alguns comentários e exemplos para
melhor instrumentalização técnica e didática.
De acordo com a última versão das normas da ABNT (NBR
6023, 2002, p. 2), referência significa um “conjunto padronizado

Projetos-01.pmd 91 1/9/2010, 14:32


Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

de elementos descritivos, retirados de um documento, que per-


mite sua identificação individual”. A referência permite a identi-
ficação minuciosa de publicações, no todo ou em parte, e desti-
na-se a orientar a preparação e compilação de referências de
material utilizado para a produção de documentos, e para a in-
clusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros
(idem, p. 1).
É importante lembrar que nos trabalhos acadêmicos usa-
se a palavra referências; para os trabalhos onde não existe trans-
crição de frases, expressões e comentários sobre as citações,
deve-se usar a palavra Bibliografia. Nestes últimos casos, tome-
se como exemplos de Bibliografia: programa de diferentes disci-
plinas, seja para o ensino fundamental, médio ou superior; pla-
nos didáticos; resumo de palestras e conferências; projetos e
relatórios técnicos. Para facilitar o entendimento do leitor(a),
passamos a fazer alguns pequenos comentários ao transcrever
as recomendações da ABNT.
Atualmente, não se deve usar recuo na citação das refe-
rências, e nem destaque com marcadores ou numeração. O mes-
mo se aplica na produção do texto acadêmico (monografia,
dissertação e tese). Quanto ao recuo em cada parágrafo, exce-
tua-se a construção de livros e a elaboração de artigos cientí-
ficos, que, em regra geral, não utilizam intervalo (= um enter)
entre parágrafos.

6.1.1 Elementos essenciais de referências


A referência contendo as informações essenciais para iden-
tificação da fundamentação teórica dos textos acadêmicos é
constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acres-
cida de elementos complementares. Como elementos essenciais,
entenda-se as informações indispensáveis à identificação do do-

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Capítulo 6: Normas da ABNT

cumento. As informações complementares são aquelas que permi-


tem uma melhor caracterização do documento.
Prioritariamente, recomenda-se que as referências sejam
elencadas no final dos trabalhos, e como notas de rodapé de
forma esporádica, visto que nas notas de rodapé são dadas ex-
plicações e/ou esclarecimentos sobre termos, conceitos, dife-
rentes localizações e situações em que se insere o objeto de
texto. Em síntese, a referência pode ser digitada:
a) em notas de rodapé;
b) no fim de texto ou de capítulo;
c) em lista de referências;
d) antecedendo resumos, resenhas e recensões.

6.1.2 Regras gerais de apresentação


As referências devem ser apresentadas em ordem alfabé-
tica, sendo alinhadas à margem esquerda sem recuo.
a) Cada referência deve ser digitada em espaço simples e
separada por espaço duplo, conforme exemplo a seguir:

OLIVEIRA, Claudionor dos Santos. Metodologia cien-


tífica, planejamento e técnicas de pesquisa: uma visão
holística do conhecimento humano. São Paulo: LTR Edi-
tora Ltda., 2000.

VASCONCELOS, Maria José Esteves de. Pensamento


sistêmico: o novo paradigma da ciência. 3. ed. São Pau-
lo: Papirus, 2003.

b) O título da obra deve ser em negrito, grifo ou itálico.


Em qualquer uma dessas opções, o uso desses
recursos deve ser o mesmo da primeira até a última
referência.

93

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

c) A pontuação segue padrões internacionais e também


deve ser uniforme para todas as referências.

6.1.2.1 Ordenação das referências


Segundo a NBR 6023 (2002), as referências dos documen-
tos citados em um trabalho devem ser ordenadas de acordo com
o sistema utilizado no texto. Os sistemas mais utilizados são:
alfabético (ordem alfabética de entrada) e numérico (ordem de
citação no texto).

6.1.2.2 Sistema alfabético


Neste caso, as referências devem ser reunidas no final do
trabalho, seja do artigo ou capítulo, em uma única ordem alfabética.

6.1.2.3 Sistema numérico


Deve-se seguir a ordem numérica utilizada no texto. Para
os autores com duas ou mais obras publicadas e documentos, é
aconselhável utilizar as referências em ordem crescente (Cf. as
referências nesta obra quanto às normas da ABNT).

6.1.3 Modelos de referências

6.1.3.1 Monografia no todo


Compreende livro e/ou folheto (guia, catálogo, enciclopé-
dias, dicionários, etc.) e trabalhos acadêmicos (monografias,
dissertações, teses, artigos científicos). A citação do número de
páginas na referência de livros é opcional. Entretanto, é aconse-
lhável que, em dissertações e teses, seja colocado o número de
páginas no final de cada referência.
• Elementos essenciais: autor(a), título, edição, local, edi-
tora e data de publicação.

94

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Capítulo 6: Normas da ABNT

Exemplo:
CHIZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e
sociais. São Paulo: Cortez, 2003.
• Elementos complementares: quando se faz necessário para
melhor indicar o documento pesquisado.
Exemplo:
IBICT. Manual de normas da editoração do IBCIT. 2.
ed. São Paulo: FUNDAP, 317 p. Inclui índice. ISBN 85-
7285-026-0.
MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Museu da
Imigração – S. Paulo: catálogo, São Paulo, 1997. 16 p.

6.1.3.2 Parte da monografia


Inclui capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma
obra, com autor(a) e/ou títulos próprios. Os elementos essenci-
ais são: autor(a), título da parte seguido da expressão “In”, e da
referência completa da monografia no todo. No final da referên-
cia, deve-se informar a paginação ou outra forma de individuali-
zar a parte referenciada.
Exemplo:
ROMANO, Giovani. Imagens da juventude na era moder-
na. In: LEVI, G.; SCHIDT, J. (org.). História dos jovens. 2. ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

6.1.3.3 Folhetos
ASSOCIAÇÃO RIO-GRANDENSE DE EMPREENDIMENTOS DE
ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL. Situação e pers-
pectiva da produção ovina no Brasil. Porto Alegre, 1979. 30 p.

95

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.3.4 Separatas
MAKAU, A. B. Esperanza de la educacion hoy. Lisboa; J. Piaget,
1962. Separata de:
MOORE, W. (Ed.). Construtivismo del movimiento educacio-
nal: soluciones. Córdoba, AR: [s.n.], 1960. 309-340.

6.1.3.5 Relatórios
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Relatório anual
de Secretaria Geral 1993-1994. Washington, DC, 1994. 158 p.

6.1.3.6 Teses/Dissertações
CARVALHO, Jussara Maria J. Jung e a educação: uma aborda-
gem no âmbito do ensino superior. Curitiba, 1998. 94 p. Disser-
tação (Mestrado em Educação). Centro de Teologia e Ciências
Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 1998.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Formação em associativismo e de-
senvolvimento local no Nordeste do Brasil: a experiência de
Camaragibe, 1999. 320 f. Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade de Sherbrooke, Quebec, Canadá, 1999.

6.1.3.7 Publicação seriada


POMMER, C. V. et al. Variedades de videira para o estado de
São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1977. 59 p. (Bole-
tim Técnico, 166).

6.1.3.8 Publicação periódica no todo


REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1998.
SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL. São Paulo: Associação
Paulista de Medicina, 1941. Bimensal. ISSN 0035-0362.

96

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.3.9 Partes de revista, boletim, etc.


Inclui volume, fascículo, números especiais e suplemen-
tos, entre outros, sem título próprio. Nestes casos, os elementos
essenciais são: título da publicação, local de publicação, editora,
numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, infor-
mação de períodos e datas de sua publicação.
Exemplo:
DINHEIRO. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun, 2000.
Para dar mais precisão, quando houver necessidade, acres-
centam-se elementos complementares à referência para melhor
identificar o documento.
Exemplo:
DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três,
n.148, 28 de jun. 2000. 98 p.

6.1.3.10 Artigo e/ou matéria de revista, boletim, etc.


Inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos,
números especiais e suplementos, com título próprio), comunicações,
editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros.
Os elementos essenciais são: autor(es), título da parte,
artigo ou matéria, título da publicação, local de publicação, nu-
meração correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou nú-
mero, paginação inicial e final, quando se tratar de artigo ou
matéria, data ou intervalo de publicação e particularidades que
identificam a parte (se houver).
Exemplos:

As 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura econômica, Rio


de Janeiro, v. 38, n. 9, set, 1964. Edição especial.

97

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

MÃO-DE-OBRA e previdência. Pesquisa Nacional por Amostra


de Domicílios, Rio de Janeiro; v. 7, 1983. Suplemento.

COSTA, V. R. A margem da lei. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 12,


p. 131-148, 1998.

GURGEL, O. Reforma do Estado e segurança pública. Política e


Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex, Brasília,


DF, ano 1, n. 1, p. 18-23, fev. 1997.

MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y


particularismo en la filosofia de la cultura. Revista Latinoame-
ricana de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1988.

SEKEFF, Gisela. O emprego dos sonhos. Domingo, Rio de Janei-


ro, ano 26, n. 30-36, 3 fev. 2002.
Havendo necessidade, acrescentam-se os elementos com-
plementares à referência para melhor identificar o documento.
Exemplo:
COSTA, V. R. À margem da lei: o Programa Comunidade Solidá-
ria. Em Pauta: revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ,
Rio de Janeiro, n. 12, p. 131-148, 1998.

6.1.3.11 Livro – Capítulo com autoria própria


Exemplo:
PARK, R. D.; LEBEL, J. L. Radiologia nos equinos. In: ADAMS,
O. R.; STAHAK, T. S. Claudicação em equinos segundo Adams.
4. ed. São Paulo: Roca, 1994. cap. 4, p. 160-192.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.3.12 Livro – Capítulo sem autoria especial


Exemplos:
CARLSON, B. M. Preparando-se para a gravidez. In: ______.
Embriologia humana e biologia do desenvolvimento. Rio de Ja-
neiro: Guanabara Koogan, 1994. cap. 1, p. 3-20.
Enciclopédias e Dicionários – verbetes.
ANTICONCEPÇÃO. In: ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional.
São Paulo: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1995. v. 3, p. 622-624.

6.1.3.13 Eventos – trabalhos apresentados


Exemplo:
BRAYNER, A. R.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em
SGBD orientados a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
BANCOS DE DADOS, 9., 1994, São Paulo: Anais... São Paulo:
USP, 1994. p. 16-29.

6.1.3.14 Periódico – artigos de revista


Exemplo:
DORNELLES, A. L. C. et al. Avaliação simultânea para tolerân-
cia ao alumínio e sensibilidade ao ácido giberélico em trigo
hexaploide. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 32,
n. 9, p. 893-896, set. 1997.

6.1.3.15 Jornal – artigo


Exemplo:
BELFORT, A. Nordeste importa açúcar do Centro-Sul. Jornal do
Commércio, Recife, 25 out. 1998. Economia e Negócios, p. 1-2.

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.3.16 Legislação
Compreende a Constituição, as ementas constitucio-
nais e os textos legais infraconstitucionais (lei complemen-
tar e ordinária, medida provisória, decreto em todas as suas
formas, resolução do Senado Federal) e normas emanadas
das entidades públicas e privadas (ato normativo, porta-
ria, resolução ordem de serviço, instrução normativa, co-
municado, aviso, circular, decisão administrativa, entre
outros).
Os elementos essenciais são: jurisdição (ou cabeçalho da
entidade, no caso de se tratar de normas), título, numeração,
data e dados da publicação. No caso de Constituições e suas
emendas, entre o nome da jurisdição e o título acrescenta-se a
palavra Constituição, seguida do ano de promulgação, entre pa-
rênteses.
Exemplos:
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Fede-
rativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.
SÃO PAULO (Estado) Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de
1989. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo,
v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.
BRASIL, Medida provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de
1997. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, 14 dez., 1997. Seção 1, p. 29.515.
BRASIL, Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex;
coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v. 7, 1943. Su-
plemento.
BRASIL. Código civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

100

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Capítulo 6: Normas da ABNT

BRASIL. Congresso. Senado, Resolução nº 17, de 1991. Coleção


de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p.
1.156-1.157, maio/jun. 1991.
BRASIL. Constituição (1988). Ementa constitucional nº 9, de 9
de novembro de 1995. Lex: legislação federal e marginalia, São
Paulo, v. 59, p. 1.966. out./dez. 1995.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complemen-
tares à referência para melhor identificar o documento.
Exemplos:
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de
1989. Dispõe sobre a desativação da unidade administrativa de
órgãos da administração direta e das autarquias do Estado e dá
providências correlatas Lex: coletânea de legislação e jurispru-
dência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.
BRASIL, Medida provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de
1997. Estabelece multa em operações de importação, e dá ou-
tras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, 14 dez., 1997. Seção 1,
p. 29.515.
BRASIL, Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a
consolidação das leis do trabalho. Lex; coletânea de legislação:
edição federal, São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.
BRASIL. Código civil. Organização dos textos, notas remissivas
e índices por Juarez de Oliveira, 46 ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
BRASIL. Congresso. Senado, Resolução nº 17, de 1991. Autoriza
o desbloqueio de Letras Financeiras do Tesouro do Estado do Rio
Grande do Sul, pela revogação do parágrafo 2º, do artigo 1º da
Resolução nº 72, de 1990. Coleção de Leis da República Federati-
va do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1.156-1.157, maio/jun. 1991.

101

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

BRASIL. Constituição (1988). Ementa constitucional nº 9, de 9


de novembro de 1995. Dá nova redação ao art. 177 da Consti-
tuição Federal, alterando e inserindo parágrafos. Lex: legisla-
ção federal e marginalia, São Paulo, v. 59, p. 1.966. out./dez.
1995.

6.1.3.17 Jurisprudência (decisões judiciais)


Compreende súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e
demais decisões judiciais. Os elementos essenciais são: jurisdição
e órgão judiciário competente, título de natureza da decisão ou
ementa) e número, partes envolvidas (se houver), relator, local
data e dados da publicação.
Exemplos:
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. In: ___.
Súmulas. São Paulo: Associação dos advogados do Brasil, 1994.
p. 16.
BRASIL. Superior Tribunal da Justiça. Habeas corpus nº 181.636-
1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal da Justiça do Estado de São
Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex: jurisprudência
do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103,
p. 236-240, mar. 1998.
BRASIL. Tribunal Regional Federal (5ª Região) Apelação civil nº
42.441-PE (94.05.01629-6). Apelante: Edilemos Mamede dos
Santos e outros. Apelada: Escola Técnica Federal de Pernambuco.
Relator: Juiz Nereu Santos. Recife, 4 de março de 1997. Lex:
jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Pau-
lo, v. 103, p. 558-562. mar. 1998.
Quando necessário, acrescentam-se os elementos comple-
mentares à referência para melhor identificar o documento.
Exemplos:

102

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Capítulo 6: Normas da ABNT

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. Não é


admissível por ato administrativo restringir, em razão de idade,
inscrição em concurso público. In: ___. Súmulas. São Paulo:
Associação dos advogados do Brasil, 1994. p. 16.
BRASIL. Superior Tribunal da Justiça. Processual Penal. Habeas
corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994.
Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São
Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.
BRASIL. Tribunal Regional Federal (5ª Região). Administrati-
vo. Escola Técnica Federal. Pagamento de diferenças referen-
te a enquadramento de servidor decorrente da implantação de
Plano único de Classificação e Distribuição de Cargos e Em-
pregos. Instituído pela Lei nº 8.270/1991. Predominância da
lei sobre a portaria. Apelação civil nº 42.441- PE (94.05.01629-
6). Apelante: Edilemos Mamede dos Santos e outros. Apelada:
Escola Técnica Federal de Pernambuco. Relator: Juiz Nereu
Santos. Recife, 4 de março de 1997. Lex: jurisprudência do
STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 103, p. 558-
562. mar. 1998.

6.1.3.18 Doutrina
Inclui toda e qualquer discussão técnica sobre questões
legais (monografias, artigos de periódicos, papers, etc.), re-
ferenciada conforme o tipo de publicação.
Exemplo:
BARROS. Raimundo Gomes de. Ministério Público: sua legi-
timação frente ao Código do Consumidor. Revista Trimestral de
Jurisprudência dos Estados, São Paulo, v. 19, n. 139, p. 53-72,
ago. 1995.

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.3.19 Documento jurídico em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões indicados
para documento jurídico, de acordo com o item anterior,
acrescidas das informações relativas à descrição física do meio
eletrônico (disquetes, CD-ROM, on line etc.). Quando se tra-
tar de obras consultadas on-line, proceder-se-á conforme o
item 5.
Exemplos:
LEGISLAÇÃO brasileira: normas jurídicas federais, bibli-
ografia brasileira de direito. 7. ed. Brasília, DF: Senado
Federal, 1999. 1 CD-ROM. Inclui resumos padronizados
das normas jurídicas editadas entre janeiro de 1946 e
agosto de 1999, assim como textos integrais de diversas
normas.
BRASIL. Regulamento dos benefícios da previdência social. In:
SISLEX: Sistema de Legislação, Jurisprudência e Pareceres da
Previdência e Assistência Social. [S.I.]: DATAPREV, 1999. 1
CD-ROM.
BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a
legislação tributária federal. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível
em:<http://www.in.gov.br?mp.leis/leis_texto.asp? =LEI
%209887>
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. Não é
admissível por ato administrativo restringir, em razão de ida-
de, inscrição em concurso para cargo público. Disponível em:
<htt://www.truenetm.com.Br/jurisnet/sumusSTF.htm>. Acesso
em: 29 nov. 1998.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.3.20 Decreto
Exemplo:
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de
1988. Dispõe sobre a desativação de unidades administrativas
de órgãos da administração direta e das autarquias do Estado e
dá providências correlatas. Lex: Coletânea de Legislação e Ju-
risprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.

6.1.3.21 Documento cartográfico


Exemplo:
ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopédia Bri-
tânica do Brasil, 1981.

6.1.3.22 Mapa
Exemplo:
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ES-
TATÍSTICA. Mapa de vegetação do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro,
1995. 1 mapa, color., 1,08 cm x 1,19 cm. Escala: 1:500.000.

6.1.3.23 Fotografia aérea


Exemplo:
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Pro-
jeto Lins Tupã: foto aérea. São Paulo, 1986. Fx28, n. 15. Escala 1:35.000.

6.1.3.24 Disquete – artigo de periódico


Exemplo:
SILVA-ALMEIDA, M. F.; AMOROSO, M. C. M. Medicina popular
no distrito de Ferraz, município de Rio Claro, SP. Revista Brasilei-
ra de Ecologia, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 36-46, 1996. 1 disquete.
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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.3.25 Imagem em movimento – videocassete


Exemplo:
OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos
de Andrade. Coordenação de Maria Izabel Azevedo. São
Paulo: CERAVI, 1983. 1 fita de vídeo (30 min.), VHS, son.,
color.

6.1.3.26 Documento iconográfico


Compreende pintura, gravura, ilustração, fotografia, de-
senho técnico, dispositivo, diafilme, material estereográfico,
transparência, cartaz entre outros.
Os elementos essenciais são: autor, título (quando não exis-
tir, deve-se atribuir uma denominação ou a indicação sem títu-
lo, entre colchetes), data e especificação do suporte.
Exemplo:
KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complemen-
tares à referência para melhor identificar o documento.
Exemplo:
KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia, color.,
16 cm x 56 cm.
FRAIPONT, E. Amílcar II. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 30
nov. 1988. Caderno 2, Visuais. p. D2. 1 FOTOGRAFIA, PP&B.
Foto apresentada no Projeto ABRA?Coca-Cola.
O QUE acreditar em relação à maconha. São Paulo: CERAVI.
1985. 22 transparências, colo., 25 cm x 20 cm.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

O DESCOBRIMENTO do Brasil. Fotografia de Carmem Souza.


Gravação de Marcos Lourenço. São Paulo: CERAVI, 1985, 31
dispositivos, color. + cassete sonoro (15 min), mono.
SAMU, R. Vitória, 18, 35 horas, 1997. 1 gravura, serigraf., color.,
46 cm x 63 cm. Coleção particular.
MATOS, M. D. Paisagem – Quatro Barras. 1987. 1 original de
arte, óleo sobre tela, 40 cm x 50 cm. Coleção particular.
LEVI, R. Edifício Columbus de propriedade de Lamberto
Ramengoni à Rua da Paz, esquina da Avenida Brigadeiro Luiz
Antonio. N. 1930-33. 1997. 108 f. Plantas diversas. Originais
em papel vegetal.

6.1.3.27 Documento sonoro no todo


Inclui disco, CD (compact disc) cassete, rolo, entre outros.
Os elementos essenciais são: compositor(es), título, local, grava-
dora (ou equivalente), data e especificação do suporte.
Exemplos:
ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor, p. 1988. 1
disco sonoro.
MPB especial. (Rio de Janeiro): Globo: Movieplay, c1995, 1 CD.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complemen-
tares à referência para melhor identificar o documento:
ALCIONE. Ouro e cobre. Direção artística: Miguel Propschi.
São Paulo: São Paulo: RCA Victor, p. 1988. 1 disco sonoro.
SILVA, Luiz Inácio Lula da. Luiz Inácio Lula da Silva, depoimen-
to [abr. 1991]. Entrevistadores. V. Tremel e M. Garcia. São Pau-
lo: SENAI-SP, 1991.2 cassetes sonoros. Entrevista concedida ao
Projeto Memória do SENAI-SP.

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

FAGNER, R. Revelação. Rio de Janeiro: CBS, 1988. 1 cassete


sonoro (6 min), 33/4 pps, estéreo.
SIMONE. Face a face. [S.I.]: Emi-Odeon Brasil, p. 1997. 1 CD
(ca 40 min). Remasterizado em digital.

6.1.3.28 Documento sonoro em parte


Inclui partes e faixas de documentos sonoros. Os elemen-
tos essenciais são: compositor(es) intérprete(s) da parte (ou fai-
xa de gravação), título seguido da expressão “In.”, e da referên-
cia do documento sonoro no todo. No final da referência, deve-
se informar a faixa ou outra forma de individualizar a parte
referenciada.
Exemplos:
COSTA, S., SILVA. A. Jura secreta. Intérprete Simone. In: SIMO-
NE. Face a Face. [S.I.]: Emi-Odeon Brasil, p. 1977. 1 CD. Faixa 7.
GINO. A. Toque macio. Intérprete: Alcione. In: ALCIONE. Ouro
e cobre. Direção artística. Miguel Propschi. São Paulo: RCA
Victor, P. 1988. 1 disco sonoro (45 min), 331/3 rpm, estéreo, 12
pol. Lado A, faixa 1 (4 min 3 s).

6.1.3.29 Partitura
Inclui partituras em suporte ou meio eletrônico. Os ele-
mentos essenciais são: título, local, editora, data, designação
específica e instrumentos a que se destina.
Exemplo:
BARTOK, bela. O mandarim maravilhoso. Wien: Universal, 1962.
1 partitura. Orquestra.
GALLET, Luciano (Org.). Canções populares brasileiras. Rio de
Janeiro: Carlos Wehns, 1851. 1 partitura (23p.). Piano.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.4 Documentos em meio eletrônico


Exemplo:
MARTINS, E. Manual de redação e estilo. São Paulo: O Estado
de São Paulo, 1994. Disponível em: <http://www1.estado.com.br/
redac/manual.htm1>. Acesso em: 13 set. 1999.

6.1.4.1 Parte de monografia


Exemplo:
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e
organizações ambientais em matéria de meio ambiente. In:
______. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1
Disponível em: <http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/
atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.

6.1.4.2 Periódico – artigo de revista


Exemplo:
VICCINI, L. F.; SARAIVA, L. S.; CRUZ, C. D. Resposta de semen-
tes de milho à radiação gama em função do teor da água. Bragantia,
Campinas, v. 56, n. 1, p. 1-8, 1997. Disponível em: <http:/
www.scielo.br/Cgi-bin/fbpe/fbtest?...0006-8705-0016&nrm=isso
& Sss=1&out=71981947>. Acesso em: 9 set. 1999.

6.1.4.3 Matéria de revista não assinada


Exemplo:
WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC-World,
São Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível em: <http://
www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.4.4 Jornal – artigo


Exemplo:
LIMA SOBRINHO, B. Como entender Getúlio Vargas, Jornal do
Brasil, Rio de Janeiro, 29 ago. 1999. Disponível em: <http.//
www.jb.com.br/> Acesso em: 5 set. 1999.

6.1.4.5 Matéria de jornal não assinada


Exemplo:
ARRANJO tributário. Diário do Nordeste On-line. Fortaleza, 27
nov. 1998.
Disponível em: <http://www.diariodonordeste.com.br>.
Acesso em: 28 nov. 1998.

6.1.4.6 Evento no todo


Exemplo:
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPE, 4., 1996,
Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPE, 1996. Disponível em:
<http://www.popesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan.
1997.

6.1.4.7 Evento em parte


Exemplo:
SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do
paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRES-
SO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPE, 4., 1996, Reci-
fe. Anais eletrônicos... Recife: UFPE, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/educ/ce04.htm>. Acesso
em: 21 jan. 1997.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.4.8 Legislação
Exemplo:
BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legis-
lação tributária federal. Diário Oficial [da] República Federal
do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em: <http://
www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?Id=LEI%209887>.

6.1.4.9 Súmula em homepage


Exemplo:
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. Não é
admissível, por ato administrativo, restringir em razão de ida-
de, inscrição em concurso para cargo público. Disponível em:
<http://www.truenet.com.br/jurisnet/sumusSTF.htm1>.
Acesso em: 29 nov. 1998.

6.1.4.10 Mensagem eletrônica – via lista de discussão


Exemplo:
PEREIRA, M. M. P. P. Localização de artigos. In: Comut-on-line.
Brasília, DF, IBICT, 1999. Disponível em: <comut-on-line@ibict.br>.
Acesso em: 24 ago. 1999.

6.1.4.11 Dois ou mais autores


Na existência de dois ou três autores, mencionam-se to-
dos, na ordem em que aparecem na publicação, separando-os
por ponto e vírgula.
Exemplo:
TEIXEIRA, F.; DANTAS, J.;
SCHNEIDER, J. O.; LENZ, M. M.; PETRY, A.

111

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.4.12 Mais de três autores


Neste caso, indica-se apenas o primeiro autor, seguido da
expressão et al.
Exemplo:
DAVIES, D. D. et al.

6.1.4.13 Monografia no todo em meio eletrônico –


CD-ROM
Segue a mesma recomendação adotada para
monografia no todo, seguindo-se a descrição física do meio
eletrônico.
Exemplo:
KOOGAN. André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e di-
cionário digital 98. Direção geral de André Koogan Breikman.
São Paulo: delta; Estadão, 1998; 5. CD-ROM.

6.1.4.14 Parte da monografia em meio eletrônico


As referências seguem os padrões já citados em todo o
item 3, acrescentando-se as informações relativas à descrição
física do meio eletrônico.
Exemplo:
POLÍTICA. In DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa
Priberam Informática, 1998. Disponível em <http://
www.priberam.ptdlDLPO>. Acesso em: 8 mar. 1999.
MORFOLOGIA dos artrópodes. In: ENCICLOPÉDIA
multimídia do seres vivos [S.L.]: Planeta DeAgostini. c12998.
CD-ROM 9.

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.5 Autores com o mesmo sobrenome


Quando temos dois ou mais autores com o mesmo so-
brenome, estabelecer a diferenciação utilizando para o se-
gundo autor o acréscimo do prenome abreviado ou por exten-
so; o mesmo procedimento deve ser utilizado para um tercei-
ro ou quarto autor com o mesmo sobrenome. Como por
exemplo;
SOUZA. Antonio de Lima.; SOUZA M. M. Andrade de.

6.1.6 Bíblia
Sendo a Bíblia dividida em duas partes: Velho e Novo
Testamento, em que o Velho Testamento compreende 46
livros e o Novo Testamento 26. Segundo Caldas et al (2006,
p. 332), “cada livro recebe uma denominação e é dividi-
do em capítulos e versículos”. A referência deve ser apre-
sentada sem autoria conforme é explicitado no subitem a
seguir.

6.1.6.1 Bíblia no todo


Quando a Bíblia é citada no todo, as referências devem
começar pela palavra BÍBLIA seguida de ponto. Após,
explicitar o idioma em que estão citadas no texto (portugu-
ês, francês...); edição (32. ed.); tradução (trad. de...); cidade
da publicação seguida de dois-pontos; editora e ano.
Exemplificando:
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. 32. ed. Tradução
da Sociedade Bíblica. Rio de Janeiro: Alternativa, 2002.
1200 p.

113

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.6.2 Partes da Bíblia: livro, capítulo


Ainda com base no autor supracitado, transcrevemos o
exemplo citado por esta autora:
BÍBLIA. A.T. Título da parte. Idioma. Título: subtítulo.
Tradução ou versão. Edição. Local de publicação: Editor(a), ano
de publicação. Páginas inicial e final. Vejamos um exemplo:
BÍBLIA. N.T. Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios.
Português. A Bíblia Sagrada: Velho Testamento e Novo Testa-
mento. Versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida,
de acordo com os melhores textos em grego e hebraico. São
Paulo: Hagnos. Rio de Janeiro: JUERA, 2007. p.165-178.

6.1.7 Enciclopédias e Dicionários


Nas referências para enciclopédias e dicionários, pode-se
ter um só autor ou dois a mais, como, por exemplo, a Comissão
Editorial.

6.1.7.1 Com autor pessoal


Segue a mesma recomendação para as demais referências
para um só autor. Como por exemplo:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Au-
rélio Básico da Língua Portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1988. 987 p.

6.1.7.2 Com autor coletivo


A recomendação é seguir a seguinte estrutura: Título da
enciclopédia e/ou dicionário; subtítulo. Edição. Local de publi-
cação; Editor(a), ano de publicação.
Exemplos:

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Capítulo 6: Normas da ABNT

NOVA Enciclopédia Barsa macropédia. 6. ed. São Paulo:


Barsa. São Paulo: Barsa Planeta Internacional, 2002.
DICIONÁRIO de especialidades farmacêuticas. 32. ed. Rio
de Janeiro: Publicações científicas, 2003.

6.1.8 Exceções da Norma Geral

6.1.8.1 Pessoa física


Em coletâneas de vários autores, existindo indicação de
responsabilidade da obra, a entrada deve ser feita pelo nome do
responsável. Em seguida, no singular, a abreviatura de editor,
coordenador, compilador, organizador ou adaptador, aquele
(apenas um deles) que estiver indicado na publicação.
Exemplo:
ROCHA, P. A. (Ed.).
OLIVEIRA, L. L. (Coord.).

6.1.8.2 Designativos de parentesco


Os sobrenomes Filho, Júnior, Neto e Sobrinho são consi-
derados parte integrante do sobrenome.
Exemplo:
VASCONCELOS SOBRINHO, J.
MELLO NETO, U. P. de.

6.1.8.3 Pseudônimo
A entrada far-se-á pelo próprio pseudônimo. Conhecendo-se o au-
tor, o nome dele deve ser indicado entre colchetes, após o pseudônimo.
Exemplo:
TUPINAMBÁ, M. [Fernando Lobo].

115

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dissertações e teses

6.1.8.4 Sobrenomes
Quando os sobrenomes estão ligados por hífen ou após-
trofo são considerados nomes compostos.
Exemplo:
DUQUE-ESTRADA, O.
SANT’ANNA, S.

6.1.8.5 Autores de nome em língua espanhola


A entrada é feita pelo penúltimo sobrenome.
Exemplo:
DIAZ PLAJA, J.

6.1.8.6 Exceções
a) Quando a palavra que antecede o último sobrenome é um
artigo ou contração, faz-se a entrada pelo último
sobrenome.
Exemplo:
CASAS, J. de las.
b) se o sobrenome é antecedido apenas de um artigo, este de-
terminará a entrada.
Exemplo:
LAS HERAS, M. A.
c) Os títulos de formação profissional, de cargos ocupados e de
ordens religiosas não são incluídos na referência.
d) As preposições simples de, d’ não determinam a
entrada.
Exemplo:
MELO, C. A. B. de.

116

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Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.8.7 Pessoa jurídica


Na indicação de duas ou mais entidades coletivas como
coautores, deve-se observar o estabelecido para dois, três ou
mais autores, nas alíneas a, b, e c do item 3.1.1.
A forma de apresentar a autoria depende do tipo de enti-
dade coletiva.
a) Entidades independentes (empresas privadas, autarquias,
etc.). A entrada se faz diretamente pelo nome da entidade,
todo em letras maiúsculas.
Exemplo:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
b) Órgão subordinado a determinada instituição. Deve-se en-
trar pelo nome da instituição, seguindo-se a designação do
órgão subordinado.
Exemplo:
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO. Bi-
blioteca Central.
c) Entidades homônimas. Nos casos em que possa haver
ambiguidade, coloca-se, entre parênteses, ao final, o nome
da unidade geográfica a que pertence.
Exemplo:
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil).
BIBLIOTECA NACIONAL (Portugal).
d) As obras de entidades (órgãos governamentais, empresas, as-
sociações, congressos, seminários, etc.) têm entrada pelo seu
próprio nome, por extenso.
Exemplo:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DO-
CUMENTAÇÃO, 10., 1979, Curitiba.
117

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.8.8 Título da publicação


É transcrito tal como figura no documento, devendo ser
destacado, seja em negrito ou grifado. As letras maiúsculas
só são usadas na inicial da primeira palavra ou em nomes
próprios.
Exemplo:
MOTA, F. S. da. Meteorologia agrícola.
a) O subtítulo é obrigatório e não requer grifo ou negrito. Se for
muito extenso, pode-se suprimir as últimas palavras, usan-
do-se reticências, desde que não altere o sentido.
Exemplo:
GONÇALVES, P. E. (Org.). A criança: perguntas e respostas:
médicos, psicólogos, professores, técnicos, dentistas.
b) Se houver mais de um título, ou se o título aparecer em mais
de uma língua, registra-se o título que estiver em destaque
ou em primeiro lugar.
c) A denominação de título de periódico será também destaca-
da tipograficamente. Tendo o periódico título genérico, in-
corpora-se o nome da entidade autora ou editora, que se liga
ao título por uma preposição entre colchetes.
Exemplo:
BOLETIM MENSAL [da] Bolsa de Valores do Paraná...

6.1.8.9 Edição
A edição, quando mencionada na obra, é indicada em al-
garismos arábicos, seguido de ponto e da abreviatura da palavra
“edição”, no idioma da publicação.
Exemplo:

118

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Capítulo 6: Normas da ABNT

1. ed.
5. Aufl.
a) Emendas, revisões, acréscimos à edição são indicados de for-
ma abreviada.
Exemplo:
2. ed. rev.
2. ed. rev. aum.

6.1.8.10 Imprenta
A imprenta, também chamada de notas tipográficas, é com-
posta dos seguintes elementos: local, editor e data.
a) Local de publicação: indica-se o nome da cidade como local
de publicação. Será transcrito tal como figura na publicação
referenciada.
– No caso de homônimos, acrescenta-se o nome do país, esta-
do, etc.
Exemplo:
Viçosa, MG.
Viçosa, RN.
– Mais de um local e um só editor, indica-se o primeiro ou o
mais destacado.
– Local não mencionado na publicação: quando identifi-
cado em outra fonte, aparecerá na referência entre col-
chetes.
Exemplo:
LAZZARINO NETO, S. [São Paulo]: SDF Editores, 1994.
– impossibilidade de se identificar o local: indica-se, entre col-
chetes, a abreviatura da expressão “sine loco” [s.l.].

119

Projetos-01.pmd 119 1/9/2010, 14:32


Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.8.11 Editora
a) O nome da editora será transcrito como aparece no docu-
mento, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se os ele-
mentos que designam a natureza jurídica ou comercial da
mesma, desde que não dificulte sua identificação.
Exemplo:
J. Olympio e não José Olympio Editora.
b) Havendo mais de uma editora, citar a primeira ou a que esti-
ver em destaque.
c) Quando a editora não é identificada, usa-se a expressão “sine
nomine”, abreviada, entre colchetes [s.n.].
d) Sendo impossível determinar o local e o nome da editora,
utilizam-se ambas as expressões abreviadas e entre colche-
tes [s.l: s.n.].
e) Não se indica o nome da editora, quando este já constar da
entrada como autor.
Exemplo:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de gradua-
ção 1994 – 1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.

6.1.8.12 Data
a) A data de publicação deve ser indicada em algarismos arábi-
cos. Para a referência, a data é um elemento essencial e deve
ser sempre indicada, seja a da publicação, a da impressão ou
a do “copyright”. Caso nenhuma data possa ser determinada,
registra-se uma data aproximada, entre colchetes.
Exemplo:
[1971 ou 1972] um ano ou outro;
[1981?] data provável;

120

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Capítulo 6: Normas da ABNT

[ca.1960] data aproximada;


[197-?] década provável;
[197-] década certa;
[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20 anos;
[18--] século certo;
[18--?] século provável.
b) Listas, catálogos e coleção de periódicos. Indica-se o ano,
seguido de hífen, para as monografias e periódicos em curso
de publicação: 1978.
Exemplo:
GLOBO RURAL. São Paulo: Rio Gráfica, 1985-. Mensal.
c) No caso de publicação encerrada, o primeiro e o último ano
aparecem ligados por hífen: 1969-1975.
Exemplo:
BOLETIM INFORMATIVO DA BIBLIOTECA REGIONAL DA
MEDICINA. São Paulo: BIRENE, v. 17, 1969-1975.
d) Fascículo de periódicos: os meses devem ser abreviados no
idioma original da publicação. Não se abreviam os meses cujos
nomes são compostos por até quatro letras.
Exemplo:
LEITÃO, D. M. A informação como insumo estratégico. Ci-
ência da Informação, Brasília, DF, v. 22, n. 2, p. 118-123,
maio/ago. 1989.
e) Quando em vez dos meses forem mencionadas as divisões do
ano (bimestre, trimestre, semestre) ou as estações do ano,
estas serão mencionadas.
Exemplo:

121

Projetos-01.pmd 121 1/9/2010, 14:32


Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y


particularismo en la filosofia de la cultura. Revista Latino-
americana de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera
1998.
f) Tendo a publicação duas datas, ambas podem ser indicadas,
desde que seja mencionada a relação entre elas.
Exemplo:
CHAVE bíblica. Brasília, DF: Sociedade Bíblica do Brasil, 1970
(impressão 1994). 511 p.

6.1.8.13 Paginação
Critérios para anotação de páginas, folha ou volumes:
Publicação em um só volume: indica-se o número de
páginas, seguido da abreviatura “p” ou “f”. A abreviatura “f”
é usada em trabalhos como teses e dissertações, que são
impressos no anverso da folha, ou seja, apenas em um lado
da folha.
Exemplo:
AZEVEDO, M. R. da. Viva a vida: estudos sociais, 4. São Pau-
lo: FTD, 1994. 194 p.
TABAK, F. A lei como instrumento de mudança social. Forta-
leza: Fundação Waldemar Alcântara, 1993. 17 f.
b) publicação em mais de um volume: indica-se o número deste
e a abreviatura de volumes “v”. Ex.: 3 v.
Exemplo:
TOURINHO FILHO, F. C. Processo penal. 16. ed. São Paulo:
Saraiva, 1994. 4 v.

122

Projetos-01.pmd 122 1/9/2010, 14:32


Capítulo 6: Normas da ABNT

c) páginas enumeradas em algarismos romanos: só serão


indicadas (grafadas em letras minúsculas), quando contive-
rem matéria relevante. Ex.: xxii, 438 p.
Exemplo:
JAKUBOVIC, J.; LELLIS, M. Matemática na medida certa, 8.
série: livro do professor. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1994.
208, xxi p.
d) se o número de volumes bibliográficos for diferente do nú-
mero de volumes físicos, registra-se primeiro o número de
volumes bibliográficos, seguido do número de volumes físi-
cos, 8 v. em 4.
Exemplo:
SILVA, D. P. Vocabulário jurídico. 4. ed. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 1996. 8 v. em 4.
e) parte de publicações ou artigos de periódicos: os números das
páginas inicial e final da parte referenciada ou do artigo de perió-
dico são precedidos da abreviatura da palavra página, p. 25-52.
Exemplo:
ROCHA, J. S. Prefácio. In: SANTOS, J. A.; MELO, M. R. Diag-
nóstico médico-veterinário: colheita de material. 3. ed. São
Paulo: Nobel, 1976. p. 7-25.
f) publicação não paginada ou com paginação irregular: anota-
se “não paginada ou com paginação irregular”.
Exemplo:
MARQUES, M. P.; LANZELOTTE, R. G. Banco de dados e
hipermídia: construindo um metamodelo para o Projeto
Portinari. Rio de Janeiro: PUC, Departamento de Informática,
1993. Paginação irregular.

123

Projetos-01.pmd 123 1/9/2010, 14:32


Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.8.14 Séries e coleções


As notas de séries e coleções são mencionadas, entre pa-
rênteses, após as descrições físicas da referência. Os títulos das
séries e coleções são transcritos como estão no documento.
Exemplos:
LIMA, U. de A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W.
Biotecnologia: tecnologia das fermentações. São Paulo: E.
Blucher, 1975. (Biotecnologia, 1).
ARBEX JÚNIOR, J. Nacionalismo: o desafio à nova ordem
pós-socialista. São Paulo: Scipione, 1993. 104 p. (História
em aberto).
MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo:
Aquariana, 1993. 20 p. (visão do futuro, v. 1).

6.1.9 Ordenação em forma de lista


A organização das referências em lista, pode ser em ordem
numérica (ordem de citação no texto) ou alfabética (sistema au-
tor-data). Em se tratando de publicações históricas ou geográfi-
cas, essa lista pode ser ordenada por datas (cronológica) ou por
locais (geográfica).

6.1.9.1 Sistema numérico


As referências devem ser ordenadas seguindo a numera-
ção contida no texto, em ordem crescente.
Exemplo:
No texto:
O crescimento da Internet é um fato consumado nas univer-
sidades,1 apesar de ainda representar um abismo entre os plugados2
e os não plugados, pois apenas 3% da população está ligada à rede.

124

Projetos-01.pmd 124 1/9/2010, 14:32


Capítulo 6: Normas da ABNT

6.1.9.2 Na lista de referências


1. TEIXEIRA, C. A. Agruras do mundo on-line. O Globo, Rio de
Janeiro, 23 ago. 1999. Informática etc., p. 19.
2. CARVALHO, I. M. O desafio da automação nas universida-
des. Campinas: Papipus, 2000.

6.1.9.3 Sistema alfabético


a) As referências podem ser ordenadas no final do capítulo, do
artigo ou do trabalho. Serão em ordem alfabética, sem consi-
derar a ordem em que foram citadas no texto.
Exemplo:
No texto:
BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Rede Ferroviária Federal. Rio de
Janeiro, 1965. p. 20.
CRETELLA JÚNIOR, J. Do impeachement no direito brasileiro.
[São Paulo]: Rua dos Tribunais, 1992. p. 107.
b) Várias obras referenciadas sucessivamente podem ter o nome
do autor substituído por um traço e ponto. O traço equivale
a seis espaços.
c) No caso de um documento referenciado sucessivamente, com
edições variadas, o autor e o título podem ser substituídos
por dois traços, separados por ponto. O traço obedece ao
tamanho acima citado.
Exemplo:
FREYRE, G. Casa grande & senzala: formação da família brasi-
leira sob regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: J.
Olympio, 1943. 2 v.
____. Sobrados e mocambos: decadência do patriarcal rural no
Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1938. 410 p.
____. 2. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1938. 410 p.
125

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Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

6.1.10 Referências
Segundo as normas da ABNT (NBR 6023, 2002, p. 2), refe-
rência é a expressão correta para citar os(as) autores(as) e do-
cumentos que foram trabalhados na construção de trabalhos
acadêmicos (artigos científicos, monografias, dissertações e te-
ses). Portanto, é preciso evitar a expressão referências bibliográ-
ficas, vez que as normas atuais recomendam apenas colocar no
final desses trabalhos a palavra referências.

6.1.11 Apêndices/Anexos
Entenda-se por apêndice toda construção individual do
autor(a) de trabalhos acadêmicos, tais como: questionários,
roteiro de entrevistas, planilhas, fotografias, produção de par-
tituras, desenhos, e todo e qualquer outro material necessário
para legitimar os estudos realizados para construção e recons-
trução de um novo conhecimento. Segundo as normas da ABNT
(NBR 14724, p. 5) “o apêndice é opcional” e deve ser colocado
no final do trabalho acadêmico, após as referências. Ainda se-
gundo essas normas, recomenda-se a identificação por letras
maiúsculas, seguidas da sequência em ordem alfabética, tra-
vessão e os respectivos títulos, como por exemplo:
APÊNDICE A – Perfil dos Professores(as) da Escola
Alternativa.
APÊNDICE B – Roteiro das entrevistas.
O anexo também é opcional e está relacionado a todo e
qualquer material técnico e didático construído por terceiros, e
que é necessário para complementação e melhor fundamenta-
ção do trabalho acadêmico (idem, p. 5).

126

Projetos-01.pmd 126 1/9/2010, 14:32


Referências
...............................................................

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR


6023. Informação e documentação. Referências - Elaboração.
Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 10520: informação e documentação – Citações
em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 10719: informação e documentação – Apresenta-
ção de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 10550: informação e documentação – citações
em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
_______. NBR 6022: informação e documentação – Artigo em
publicação periódica científica impressa – Apresentação. Rio de
Janeiro, 2003.
______. NBR 6027: informação e documentação – Sumário –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 6028: informação e documentação – Resumo –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 6024: informação e documentação – Numeração
progressiva das seções de um documento escrito – Apresenta-
ção. Rio de Janeiro, 2003.
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

______. NBR 6027: informação e documentação – Sumário –


Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 15287: informação e documentação – Projeto de
pesquisa – Apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR 6034: informação e documentação – Índice – Apre-
sentação. 2 ed. Rio de Janeiro: 2004.
______. NBR 1225: informação e documentação – Lombada –
Apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 6034: informação e documentação – Índice – Apre-
sentação. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 12225: informação e documentação – Lombada –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 14724: informação e documentação – Trabalhos
acadêmicos – Apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR 6029: informação e documentação – Livros e fo-
lhetos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2006.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70,
1977. 223 p.
BARROS, Aidil de Jesus Oaes de.; LEHTEL, Neide Aparecida de
Sousa. Projeto de Pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1988. 102 p.
BASTOS, Aidil de Jesus Paes de.; LEHFELD, Neide Aparecida
de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis:
Vozes, 1999. 102 p.
BERVIAN, Pedro Alcindo.; CERVO, Amado Luiz. Metodologia
científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1996. 160 p.
CALDAS, Maria Aparecida Esteves et al. Documentos acadêmicos:
um padrão de qualidade. Recife: Editora da UFPE, 2006. 467 p.

128
Referências

CARVALHO, Maria Cecília de. Construindo o saber: técnicas de


metodologia científica. São Paulo: Papirus, 1988. 180 p.
CASTRO, Claudio de Moura. Estrutura e apresentação de publi-
cações científicas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil, 1996. 70 p.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia dos pré-
socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994.
CRUZ, Otávio Neto; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2003. 185 p.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 6. ed.
São Paulo: Cortez, 1992. 120 p.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva,
2000. 170 p.
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. A ideologia alemã. São Paulo:
Hucitec, 1987.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São
Paulo: Atlas, 1999. 206 p.
GODOY, Arilda S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas pos-
sibilidades. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 2,
São Paulo, mar./abr. 1995.
HENRY, John. A revolução científica e as origens da ciência
moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. 149 p.
HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins
Fontes, 2000. 177 p.

129
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

HUBERMAN, A Michel; MATTHEW, Milles. Analyse de données


qualitatives: Recueil de nouvelles méthodes. Bruxelas: De Boeck
Université, 1999.
HÜHNE, Leda Miranda. Metodologia científica. Cadernos de
textos e técnicas. Rio de Janeiro: Agir, 1999. 263 p.
KAPLAN, Abraham. A conduta na pesquisa: metodologia para
as ciências do comportamento. São Paulo: Herder, 1972.
KERLINGER, Fred N. Metodologia da pesquisa em ciências so-
ciais: um tratado conceitual. São Paulo: EPU/Edusp, 1980.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica:
teoria da ciência e prática da pesquisa. 14. ed. Petrópolis: Vo-
zes, 1977. 180 p.
LEGENDRE, Renald. Dictionnaire actuel de l´éducation. 2. ed.
Montréal: Guérin, 1993.
LUNA, Sérgio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa. São
Paulo: Educ, 1999. 108 p.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Metodologia interativa: um processo
hermenêutico-dialético. Interfaces, Porto Alegre, n. 1, p. 67-78, 2001.
______. Como fazer pesquisa qualitativa. 2. ed. Petrópolis: Vo-
zes, 2007. 191 p.
______. Projetos, relatórios e textos na educação básica: como
fazer. Petrópolis: Vozes, 2008. 209 p.
________. Formação em associativismo e desenvolvimento lo-
cal no Nordeste do Brasil: a experiência de Camaragibe. 1999.
320 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de
Sherbrooke, Quebec, Canadá, 1999.

130
Referências

OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de metodologia científica:


projetos de pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e
Teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. 320 p.
OLIVEIRA, Claudionor dos Santos. Metodologia científica, pla-
nejamento e técnicas de pesquisa: uma visão holística do conhe-
cimento humano. São Paulo: LTR, 2000. 122 p.
MARTINELLI, Maria Lúcia (Org.). Pesquisa qualitativa: um
instigante desafio. São Paulo: Veras Editora, 1999.
MAREN, Jean-Marie Van. Méthodes de recherche pour l’éducation.
Montréal: Les Presses de l‘Université de Montréal, 1995. 506 p.
MENDES, Gildásio; TACHIZANA, Tareshy. Como fazer
monografia na prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio
Vargas, 2000. 138 p.
MUCHIELLI, Alex (Org.). Dictionnaire des méthodes qualitatives
en sciences humaines. Paris: Armand Colin, 1996.
OUELLET, André. Processus de recherche: une approche
systémique. Québec, CA: Les Presses de l‘Université du Québec,
1985. 245 p.
PEREIRA, M. J. Normas para referências bibliográficas NBR 6023
e apresentação de citações em documentos 10520. Recife:
UFRPE, 1991. 33 f.
POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1975.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técni-
cas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 334 p.
RUDIO, Franz Victor Rudio. Introdução ao projeto de pesquisa
científica. Petrópolis: Vozes, 1985. 121 p.

131
Como fazer projetos, relatórios, monografias,
dissertações e teses

SÁ, E. S. de (Coord.) Manual de normalização de trabalhos técnicos,


científicos e culturais. 4. ed. rev. atual. Petrópolis: Vozes, 1998. 189 p.
SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a cons-
trução do conhecimento. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora,
2001. 139 p.
SANTOS, Izequias Estevam dos. Métodos e técnicas de pesquisa
científica. 4. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.
SEVERINO, Joaquim Antonio. Metodologia do trabalho científi-
co. 21. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2000. 279 p.
SELTZ, C. et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São
Paulo: Herder, 1975. 314 p.
SILVA, L. H. R. da. Modelos de referência bibliográfica. Recife:
UFRPE, 1999. Não-paginado.
TARGINO, Maria das Graças. Citações bibliográficas e notas de
rodapé: um guia para elaboração. Nova versão. Teresina: UFPI,
1998. 42 p.
TURATO, Egberto Ribeiro. Tratado da metodologia da pesquisa
clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica discussão
comparada e aplicação nas áreas da saúde humana. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2003. 685 p.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO ESPÍRITO SANTO.
Biblioteca Central. Normalização e apresentação de trabalhos
científicos e acadêmicos: guia para alunos, professores e
pesquisadores da UFES. 4. ed. Vitória, 2000. 34 p.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO ESPÍRITO SANTO. O
que mudou na NBR 6023. Vitória, 2000. 8 p.
YIN, Robert, K. Case study research: desing methods. 2. ed.
Londres: Sage Publications, 1994. 146 p.

132
...............................................................
Apêndice A
Capa de monografias,
dissertações e teses

135
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE
PERNAMBUCO – UFRPE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM….
DEPARTAMENTO…

PAULO JOSÉ DA SILVA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS


PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
OLINDA – PERNAMBUCO

Recife
2008
...............................................................
Apêndice B
Folha de rosto

139
Paulo José da Silva

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS


PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
OLINDA – PERNAMBUCO

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Ensino das Ciências,
(PPGEC) da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, para obtenção do título de
Mestre em Ensino das Ciências.

Orientadora: Profª Drª Emília Albuquerque Silva

Recife
2008
...............................................................
Apêndice C
Ficha catalográfica

143
Catalogação na Fonte
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE

048m Oliveira, Maria Marly de

Manual para elaboração de projetos,


Monografias, dissertações e teses / Maria Marly
de Oliveira – Recife: UFRPE, Imprensa
Universitária, 2008.
120 f.: il

Inclui bibliografia e anexo.

CDD 001.42

1. Pesquisa – Metodologia
2. Redação técnica
3. Referências
4. Citações bibliográficas
5. Teses
6. Projetos
7. Publicações científicas
8. Título
...............................................................
Apêndice D
Folha de aprovação

147
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO…..
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO …….

Título da Dissertação (ou Tese) e, logo


abaixo, o nome do(a) autor(a)

Dissertação (ou Tese) defendida e aprovada pela Banca Exa-


minadora composta pelos(as) seguintes professores(as):

_____________________________________________________
José Maria da Silva, PhD
Orientador

_____________________________________________________
Maria José Campos, Doutora em…
Examinadora externa – UFRJ

_____________________________________________________
Miguel Antonio, PhD
Examinador UFRPE

_____________________________________________________
Daniela Silva, Doutora em...
Examinadora UFRPE

Dissertação (ou Tese) aprovada no dia / / 2008, no


Departamento de Educação da UFRPE.
...............................................................
Apêndice E
Epígrafe

151
A primeira condição para que um
ser possa assumir um ato compro-
metido está em ser capaz de agir
e refletir.
Paulo Freire
...............................................................
Apêndice F
Estrutura de um
projeto técnico

155
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................

1. Objetivo geral ...................................................................


1.1 Objetivos específicos ........................................................
2. Metas ................................................................................
3. Estratégias ........................................................................
4 Orçamento ........................................................................
5. Cronograma ......................................................................
6. Avaliação ..........................................................................
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................
ANEXOS/APÊNDICES (se for necessário) ................................

Obs.: Nos itens 3 e 4 abrir itens e subitens, tantos quantos se fizerem


necessários, como, por exemplo, no item 4:

4. Orçamento

4.1 Material de expediente


4.2 Viagens: passagens e diárias
4.3 Recursos humanos: Pessoal técnico
4.3.1 Serviços de terceiros
4.4 Viagens
...............................................................
Apêndice G
Cronograma

159
2010 2011
...............................................................
Apêndice H
Lista de verbos

163
Sugestões de verbos para elaboração de objetivos

Analisar Efetuar Relacionar


Articular Equilibrar Pesquisar
Avaliar Enumerar Produzir
Agrupar Escolher Planejar
Aplicar Esquematizar Propor
Assinalar Entender Reunir
Arquivar Esboçar Realizar
Categorizar Estimar Reconsiderar
Conceituar Expressar Recuperar
Confeccionar Experimentar Reformular
Confrontar Examinar Resumir
Considerar Equilibrar Ratificar
Compreender Enumerar Retirar
Classificar Esquematizar Refazer
Comparar Estabelecer Reduzir
Construir Estudar Retificar
Contrastar Formular Redimensionar
Coordenar Fornecer Registrar
Criticar Grifar Relatar
Criar Identificar Recuperar
Compor Interpretar Resgatar
Calcular Indicar Reconhecer
Definir Inserir Riscar
Desenhar Inventariar Respeitar
Desenvolver Ilustrar Situar
Diagnosticar Julgar Selecionar
Debater Localizar Sentir
Determinar Listar Sublinhar
Dirigir Medir Traduzir/Transcrever
Discutir Montar Taxar
Diferenciar Marcar Validar
Distinguir Nomear Valorizar
Demonstrar Organizar Urbanizar
Descrever Refletir Utilizar
...............................................................
Apêndice I
Apresentação de
trabalhos acadêmicos

167
ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÊMICOS

I. ASPECTOS TÉCNICOS, DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

1. INTRODUÇÃO

♦ Apresentação pessoal do(a) Orientador(a)


♦ Situação do tema no tempo e no espaço (contextualização)
♦ Escolha do tema: facilidades e dificuldades

2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA

♦ Descrição dos passos básicos do trabalho (metodologia –


amostra)
♦ Fundamentação teórica (teorias, autores)
♦ Pesquisa de campo e/ou observações em laboratórios
♦ Categorização e análise dos dados

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS/RECOMENDAÇÕES

♦ Contribuições para o avanço do conhecimento


♦ Conclusões/Recomendações

Obs.: Recomenda-se a utilização correta dos equipamentos


(retroprojetor, computador, cartazes, projetor de
slides...), sempre olhando para as pessoas presentes e
nunca ficar de costas para a banca e a platéia.

Confecção e utilização de transparências, cartazes e/ou apre-


sentação em PowerPoint (usar frases curtas, lembrando-se de
que o importante é expor o tema). As transparências e os slides
são apenas pontos de partida para o aprofundamento na exposi-
ção.
...............................................................
Apêndice J
Artigo científico

171
DA ACADEMIA AO CONTEXTO POPULAR

Maria Marly de Oliveira*

RESUMO

Este trabalho é resultado de uma pesquisa diagnóstico-


colaborativa, realizada em um contexto popular, situado em
Guabiraba, no bairro de Casa Amarela-Recife-PE, denomi-
nado Bom Clima. A pedagogia crítica, perpassando a análise
do capital social em direção ao desenvolvimento local, é o
parâmetro teórico que norteia esse estudo. Discute-se o tra-
balho interativo entre os três segmentos básicos da Universi-
dade: Ensino, Pesquisa e Extensão.

Palavras-chave: Criticidade. Parceria. Pesquisa.

INTRODUÇÃO

Face à crescente desigualdade social ocasionada pelas


políticas neoliberais, a globalização vem provocando um gran-
de contingente de desempregados, deixando inúmeras famílias
na marginalidade, ocasionando uma escalada vertiginosa de vio-
lência. Daí por que é comum encontrar-se, nas comunidades
mais carentes, novas formas de organização, na busca de alter-
nativas para melhoria da qualidade de vida em busca do desen-
volvimento local.

* PhD em Educação pela Universidade de Sherbrooke (Quebec), Canadá.


Professora da UFRPE – Departamento de Educação.
Na tentativa de minimizar os efeitos dessas desigualdades
sociais na comunidade de Bom Clima, assumimos o compromis-
so de colaborar com o Centro de Pesquisa e Apoio Comunitário
de Pernambuco (CEPAC), para a realização de uma pesquisa
diagnóstica nessa comunidade, com a participação voluntária
de estudantes de graduação da UFRPE.

1. DAS INTENÇÕES À AÇÃO


Trabalhar o processo de formação universitária, por meio
de uma pedagogia crítica, facilita a construção de novos conhe-
cimentos e a análise do contexto social em que nos inserimos e
dos trabalhos que exercemos com diferentes grupos de alunos
em contextos populares. Adotando-se essa postura, é possível
fazer-se a interface entre o saber acadêmico, que é estudado e
construído, e o saber popular, que exige criticidade e intercâm-
bio de experiências.

1.1 Pedagogia crítica


Na concepção de Freire (1997), a pedagogia crítica está
alicerçada no diálogo, que é uma relação horizontal, onde pro-
fessor e aluno são sujeitos que fazem e refazem a história. Ao se
respeitarem as experiências dos alunos, por constante diálogo,
e oferecerem-se chances de um trabalho em contextos popu-
lares, está se acreditando no potencial e nas expressões de uma
prática pedagógica que valoriza o social e que deve ser instigada
e trabalhada sistematicamente no processo ensino-aprendi-
zagem.
Ainda nos apoiando em Freire, essa prática dialógica re-
mete-nos ao processo de pesquisa, visto que o ensino exige pes-
quisa e “pensar certo em termos críticos” (p. 32).
2. METODOLOGIA
Para a execução desse projeto, foi utilizada a prática da
metodologia participativa, por intermédio de constantes diálo-
gos, reuniões sistemáticas entre a coordenadora do projeto, téc-
nicos do CEPAC e líderes da comunidade, realização de entre-
vistas e aplicação de questionários por estudantes da UFRPE.
Foram aplicados os seguintes procedimentos metodológicos:
 realização de entrevistas com lideranças da comunida-
de, para resgate da própria história de formação da
comunidade quanto às suas formas de organização;
 aplicação de um questionário com 10 questões abertas;
 identificação das necessidades prioritárias junto à po-
pulação;
 reuniões sistemáticas para discussão, orientações e
avaliações de cada etapa do trabalho;
 realização de palestras, segundo as necessidades da
comunidade;
 treinamentos e cursos sobre o método de Paulo Freire,
para alfabetização de adultos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como resultado das entrevistas realizadas, foi possível
resgatar a trajetória da formação inicial da comunidade de Bom
Clima e suas atuais formas de organização, em busca da melhoria
da qualidade de vida. Essa comunidade, que hoje conta com
524 moradores, teve início em 11 de setembro de 1996, com um
pequeno grupo de pessoas que se instalou, em barracas cober-
tas de plásticos, em volta de um terreno baldio, que servia de
“campo de futebol” para os moradores da favela “Bola na rede”,
situada em área vizinha à atual localidade de Bom Clima, em
Guabiraba.
Depois de incansáveis lutas, a comunidade já conta com
energia elétrica e água encanada. A maior preocupação dos
moradores é com a falta de saneamento básico, visto que a
água do consumo doméstico e os dejetos são colocados em
pequenas valas construídas em frente a cada casa ou barraco e
que têm, como única proteção, coberturas precárias de plásti-
cos e telhas.
A comunidade ainda não possui escolas, e uma minoria de
crianças e jovens desloca-se para estudar em escolas situadas
em comunidades vizinhas. Já como resultado concreto dessa pes-
quisa, foi ministrado na UFRPE um treinamento sobre o méto-
do de Paulo Freire (1980) para três técnicos do CEPAC e três
estudantes do Departamento de Educação. Também foi realiza-
do um outro treinamento na própria comunidade de Bom Clima
para a preparação de três jovens da comunidade, os quais, jun-
tamente com os três estudantes da UFRPE, ministraram um
curso de alfabetização de adultos, que teve uma frequência mé-
dia de 12 alunos, sendo que 8 foram alfabetizados.
Em parceria com o Departamento de Economia Domésti-
ca da UFRPE, foram realizadas palestras sobre doenças sexual-
mente transmissíveis, orientações para gestantes e dois cursos,
sendo um sobre alimentação alternativa e outro sobre doces e
compotas.
Os dados dessa pesquisa foram fundamentados nos traba-
lhos de Demo (1996), Seltz (1974), Minayo (1996), para
categorização e análise dos dados coletados; para análise das
entrevistas e observações participantes, fomos buscar suporte
teórico em Freire (1980) e Brandão (1994), entre outros.
A análise dos dados obtidos conduziu-nos ao delineamen-
to do perfil socioeconômico da comunidade Bom Clima, cujos
dados são aqui apresentados de forma compacta. Das 136 resi-
dências pesquisadas, que totalizam 524 pessoas, 72% são do
sexo feminino, 24,3% do sexo masculino, e cinco pessoas deixa-
ram o questionário em branco. Pode-se observar que a popula-
ção está concentrada na faixa etária de 21 a 40 anos, com pou-
cas crianças e idosos.
No que se refere ao estado civil, 48,5% são casados, 42,7%
solteiros e quatro pessoas deixaram de responder. Dentre as
pessoas que se disseram casadas, a quase-totalidade não possui
documentação quanto ao vínculo oficial de casamentos no civil
ou no religioso, bem como o registro dos filhos.
Em relação ao nível de escolaridade, 22% da população é
analfabeta, e apenas 17% têm o Ensino Fundamental completo,
47,8% não completaram o Ensino Fundamental e 7,4% cursa-
ram o Ensino Médio.
O nível de profissionalização das pessoas apresenta uma
concentração em empregos domésticos (34,6%), enquanto
12% são donas de casa, 4,4% são pedreiros e 3% professores.
O percentual das pessoas empregadas que têm carteira assi-
nada situa-se na faixa de 10%. Os demais percentuais estão
diversificados entre as profissões de serventes, biscateiros e
manicures.
Em relação à renda mensal, 52% ganham um salário mí-
nimo, 25% ganham mais de um salário mínimo, 15% estão de-
sempregados e o restante não respondeu. Somente uma mino-
ria, que não ultrapassa 10%, tem carteira de trabalho assinada.
Observou-se que 79,5% desejam fazer um curso profis-
sionalizante, enquanto apenas 6,6% dos moradores disseram não
necessitar de cursos; o restante deixou de responder. Os cursos
mais procurados são na área da construção civil, como pedrei-
ros e serventes; as mulheres desejam fazer cursos de cabeleirei-
ra e manicure.

CONCLUSÃO
Esse estudo demonstra-nos que a população de Bom Cli-
ma é extremamente carente, observando-se que somente a Ong
CEPAC vem dando apoio para fazer alguns encaminhamentos
ao Poder Público, para que o Estado assuma suas responsabili-
dades, quanto à garantia da qualidade de vida às comunidades.
É evidente a ausência de uma política social, na qual a popula-
ção de Bom Clima possa ter o mínimo de retorno ao seu proces-
so de luta para ter acesso a vantagens sociais (DEMO, 1996,
p.19). Vantagens essas que, para a população pesquisada, estão
restritas a um patamar mínimo para garantia de uma vida mais
humana, na qual possam existir saneamento básico, escolas e
qualificação para o mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Manoel Correia de. A terra e o homem no Nordes-
te. São Paulo: Brasiliense, 1973.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método de Paulo Freire.
19. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
DEMO, Pedro. Pobreza política. São Paulo: Cortez, 1996.
DEMO, Pedro. Participação é conquista: noções de política so-
cial participativa. São Paulo: Cortez, 1988.
FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Editora Moraes,
1980.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento:
pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo: Hucitec-Abrasco,
1996.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Formação em associativismo e de-
senvolvimento local no Nordeste do Brasil: a experiência de
Camaragibe. 1999. 320 f. Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade de Sherbrooke, Quebec, Canadá, 1999.
SELTZ, Jahoda; COOK, Deutsch. Métodos de pesquisa nas rela-
ções sociais. São Paulo: EPU, 1974.
TEIXEIRA, Elenaldo. O local e o global: limites e desafios da
participação cidadã. São Paulo: Cortez, 2001.
...............................................................
Apêndice K
Modelo de slide em
PowerPoint
(Apresentação de trabalhos acadêmicos)

181
INTERDISCIPLINARIDADE: é um trabalho interativo
entre os conteúdos de diferentes disciplinas, fazendo-se
uma articulação com a realidade sociocultural, política e
econômica.

TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA:
conhecimento adaptado ao nível do grupo
com o qual se trabalha. Esse conhecimento
deve ser trabalhado segundo o nível de
dificuldade dos alunos.

ENGENHARIA DIDÁTICA: articulação do SABER, pela utilização de


técnicas (atividades), para facilitar a aprendizagem dos alunos.

OBSTÁCULOS EPISTEMOLÓGICOS: são as dificuldades encontradas na


evolução do conhecimento.

CONTRATO DIDÁTICO: resultado de uma negociação


entre o professor e o aluno.
...............................................................
Apêndice L
Estrutura para
apresentação
de projetos de pesquisa

185
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. Objetivo geral
1.1 Objetivos específicos
2. Hipótese(s) e/ou questão central de pesquisa
3. Fundamentação teórica
4. Metodologia
4. 1 Método(s), materiais e técnicas
4.2 Instrumentos de pesquisa
4.2.1 Observação
4.2.2 Questionário
4.2.3 Entrevista
4.2.4 Formulários e planilhas
5. Universo / Amostra
6. Cronograma de atividades
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
ANEXOS

Obs.: para os item 3. Fundamentação Teórica


abrir itens e subitens, tantos quantos se fizerem necessários.
...............................................................
Apêndice M
Estrutura para
apresentação de
monografias,
dissertações e teses

189
ESTRUTURA PARA APRESENTAÇÃO
DE MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E TESES

Capa ...........................................................................................
Página de rosto ..........................................................................
Dedicatória .............................................................................. 1
Agradecimento ......................................................................... 2
Sumário .................................................................................... 3
Resumo Abstract ........................................................................... 4
Lista de tabelas ........................................................................ 5
Lista de quadros ...................................................................... 6
Lista de gráficos ...................................................................... 7
Lista de abreviaturas e siglas ................................................... 8

INTRODUÇÃO ....................................................................... 1
1. Fundamentação teórica (Capítulo I) ....................................
Obs.: Segundo a literatura pesquisada, utilizar os subtítulos que se
fizerem necessários. O mesmo se aplica a todos os capítulos.
2. Metodologia (Capítulo II) .....................................................
Obs.: É recomendável utilizar os subtítulos para cada procedimento
realizado (por exemplo: Amostra, Instrumentais de pesquisa…)
3. Análise dos resultados (Capítulo III) ....................................
(Analisar os dados pesquisados com respaldo na fundamentação
teórica.)
4. Conclusões/Recomendações (Capítulo IV)...........................
REFERÊNCIAS ..........................................................................
ANEXOS ....................................................................................
APÊNDICES ...............................................................................

Obs.: Esta se trata apenas de uma sugestão para elaboração


dos capítulos de monografias, dissertações e teses.
Evidentemente que, dependendo do tema de pesquisa
de cada autor(a), a denominação de cada capítulo deve
ser pertinente ao estudo das pesquisas realizadas.
...............................................................
Apêndice N
Estrutura para
apresentação de
relatórios técnicos

193
Obs.: A estrutura para apresentação de um relatório técnico
é uma descrição de cada item do projeto inicial que foi
negociado. Portanto, é um detalhamento do que foi
vivenciado na prática, e, havendo necessidade, outros
itens deverão ser acrescidos. No relatório técnico, é
muito importante que, na introdução, seja colocado o
diagnóstico da situação encontrada e a evolução du-
rante o processo de implantação ou implementação.
No final, deve ser feita uma análise geral da opera-
cionalização do projeto, apresentando sugestões e/ou
recomendações. Conforme Anexo F deste livro, a es-
trutura do relatório deve seguir este roteiro:

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................
1. Objetivo geral ...................................................................
1.1 Objetivos específicos ........................................................
2. Recursos ...........................................................................
2.1 Recursos humanos (pessoal envolvido no projeto) ....................
2.2 Recursos materiais (local, equipamentos, material
de expediente) .......................................................................
2.3 Recursos financeiros (orçamento detalhado com
planilha de custos: pessoal, viagens, diárias, material de expediente,
serviços de terceiros e outros) ....................................................
3. Metas ................................................................................
4. Estratégias ........................................................................
5. Cronograma ......................................................................
6. Avaliação ..........................................................................
7. Sugestões/Recomendações ...............................................
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................
ANEXOS (documentos, recibos, fotos e outros) ....................................
APÊNDICES ...............................................................................
...............................................................
Apêndice O
Abreviaturas dos meses

197
Quadro 17
Abreviaturas dos meses
Português, Espanhol, Italiano

Português Espanhol Italiano


Janeiro jan. Enero ene. Gennaio gen.
Fevereiro fev. Febrero feb. Febbraio feb.
Março mar. Marzo mar. Marzo mar.
Abril abr. Abril abr. Aprile apr.
Maio maio Mayo mayo Maggio mag.
Junho jun. Junio jun. Giuglino giug.
Julho jul. Julio jul. Giuglio giul.
Agosto ago. Agosto ago. Agosto ago.
Setembro set. Septiembre sep. Settembre set.
Outubro out. Octubre oct. Ottobre ott.
Novembro nov. Noviembre nov. Novembre nov.
Dezembro dez. Diciembre dic. Dezembre dic.

Quadro 18
Abreviaturas dos meses
Francês, Inglês, Alemão

Francês Inglês Alemão


Janvier jan. January Jan. Januar Jan.
Février fév. February Feb. Februar Feb.
Mars mars March Mar. Marz Mar.
Avril avr. April Apr. April Apr.
Mai mai May May Mai Mai
Juin juin June June Juni Juni
Juillet juil. July July Jule Jule
Août août August Aug. August Aug.
Septembre sept. September Sept. September Sept.
Octobre oct. October Oct. October Oct.
Novembre nov. November Nov. November Nov.
Decembre dez. December Dec. Dezember Dez.

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