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2008
Sumário
1) Introdução ........................................................................................................................ 4
1.2 O Trabalho
Bibliografia ....................................................................................................... 37
Anexos – Fotos................................................................................................. 40
2
Agradecimentos...
A todas as crianças, adolescentes e jovens, com quem já trabalhei, por tudo o que me
ensinaram, pelas reflexões que me proporcionaram, e pelos momentos de alegria que passo
todos dia.
Aos meus pais e meu irmão, por sempre acompanharem meus caminhos e apoiarem minhas
decisões.
Ao Fabio Silvestre, meu supervisor, guru, mestre... Muito Obrigado, por tudo o que me
ensinou e pelas “pulgas que colocou na minha orelha”.
As minhas amigas queridas, por estarem sempre por perto... compartilhando a vida!
3
1. Introdução
1
O Projeto Esporte Talento (PET) é um projeto de Educação pelo Esporte; uma parceria do Instituto Ayrton Senna, com a
Universidade de São Paulo (USP). A sede do PET em São Paulo localiza-se no Centro de Práticas Esportivas da USP
(CEPEUSP). O projeto atende crianças e jovens de 8 à 16 anos, que freqüentam as atividades quatro vezes por semana, das 8 às
11hs. Os educandos são divididos por faixas etárias.
4
e na importância dos contextos multi, inter e transdisciplinares. Realmente, o Esporte se mostrou
uma via privilegiada de educação, de cultivo à cidadania, de desenvolvimento pessoal e social.
Para trabalhar com pessoas é muito importante conhecermos o meio ambiente, as
potencialidades e demandas da comunidade onde estão inseridas. É preciso levar em conta a
cultura, as regras que regem as relações as quais estas pessoas estão imersas. Por isso, como é
citado no “Ideário do Programa de Educação pelo Esporte do Instituto Ayrton Senna” 2 (2000:10)
uma relação essencial a ser estabelecida, é o que eles chamam de “trinômio Família-Escola-
Comunidade como um importante fundamento para uma ação social bem sucedida”. Desta forma
as ações e estratégias do cotidiano dos projetos devem estar em acordo com as características
socioeconômicas e culturais da região, o que torna essencial a aproximação e a apropriação do
projeto pela comunidade e vice-versa.
A experiência profissional que mais me proporcionou esta vivência de aproximação com
as comunidades, agregando conhecimento teórico e prático, foi no CEDECA- Interlagos como
psicóloga do Projeto Futebol Libertário3. Por dois anos, estudei a fundo o projeto (elaborei
trabalho de Conclusão de Curso da PUC), e depois tive o prazer de executá-lo, aprendendo muito
com a seriedade e a ética da organização social que o mantém.
Hoje, ocupo a função de Coordenadora Pedagógica de um projeto de ação sócio-
educativa com gerenciamento pedagógico do Instituto Sou da Paz. Tal projeto é realizado em um
Centro Esportivo e Educacional municipal da cidade de São Paulo (CEE Oswaldo Brandão). Tive
a oportunidade de desenvolver a metodologia de atendimento direto das crianças, adolescentes e
jovens, e implementar o projeto. Esta experiência tem sido muito enriquecedora, apresentando
grandes desafios, e exigindo criatividade e competências de gestão, parcerias, organizações
sociais, relações políticas, políticas públicas, dentre muitas outras.
Desta forma, o tema do presente trabalho é fruto de uma semente que vem sendo regada
ao longo da minha graduação, e que ainda tem muito a se desenvolver. É uma construção que tem
como pilares temas que me motivam e me impulsionam: a educação, crianças, adolescentes e o
esporte como meio capaz de contribuir decisivamente na “formação integral do educando, na sua
preparação para a cidadania e na sua qualificação para o trabalho” (artigo 2º. da Lei de Diretrizes
e Bases, 1996).
2
Conjunto de idéias que norteiam as ações educativas dos projetos de educação pelo esporte deste Instituto.
3
Projeto de pesquisa para dissertação de Mestrado do Prof. Ms Fabio Silvestre da Silva. Tal projeto, pioneiro no
Brasil, propõe o cumprimento da medida sócioeducativa de Liberdade Assistida por meio do esporte.
5
A educação é um processo continuo de transformação e crescimento. É o que nos dirige
ao caminho dos ideais de paz, liberdade e justiça social. É um processo rico, de desenvolvimento,
tanto individual, quanto coletivo. “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um
mundo complexo e constante agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através
dele” (Unesco, 2003:89)
Para tal precisamos estabelecer
1.2 O Trabalho
Neste trabalho procuro demonstrar como podemos utilizar a olimpíada como instrumento
pedagógico no processo de ensino-aprendizagem, apresentando a teoria de educação pelo esporte
e em seguida descrevendo um projeto de Olimpíada como Espaço de Aprendizagem que ocorreu
no projeto que coordeno.
A Educação pelo Esporte é temática pouco difundida; apesar de assistirmos propagandas e
entrevistas, não temos produção acadêmica suficiente sobre o tema. Em 2004, foi lançado o livro
“Educação para o desenvolvimento humano pelo Esporte”, no qual o Instituto Ayrton Senna
(IAS) expõe seu programa de educação pelo esporte. O instituto criou e sistematizou a tecnologia
da Educação pelo Esporte para o Desenvolvimento Humano como metodologia para o
desenvolvimento dos potenciais das crianças e dos adolescentes.
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Já se observa interesse de algumas organizações não-governamentais (ONGS), como o
CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e a Ação
Educativa, em desenvolver bibliografia referente à área. Também se observa que a Psicologia do
Esporte entende que a área aplicada aos projetos sociais contribui com a produção de idéias e
experiências viabilizando conhecimento. Desta forma encontramos alguns poucos textos nos
livros de Psicologia do Esporte.
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Fluxograma 1
Contexto Institucional
4 ESPAÇOS Pastoral da
50 Projetos CRIANÇA Criança
em todo ESPERANÇA
Fluxograma 2
Contexto Institucional
INSTITUTO SOU
DA PAZ
PREFEITURA CIDADE
DE SÃO PAULO
Subprefeitura
Freguesia/
Brasilândia
REDE
GLOBO
Secretária de
Participação
e Parceria
Secretaria
Municipal
de Esportes
UNESCO
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2. O Esporte como Instrumento Educacional/Transformador
9
no processo de aprendizagem, mais uma vez isentando o ensino de qualquer influência e
“patologizando” a pobreza. As práticas educacionais não tentam entender a realidade e nem a
demanda social com a qual se deparam, não atendendo, assim, as necessidades reais das
diferentes camadas da população (Bock, 2001).
As crianças e os adolescentes vão para a escola ou para projetos sociais levando tudo que
possuem, tudo o que os constitui; levam suas vivências familiares, seus pais, suas dificuldades
sociais, em fim, levam suas vidas, tudo o que já viveram; suas memórias, sua cultura, sua raça,
seus traumas, suas conquistas (Bock e Aguiar, 2002). Ao pensarmos especificamente nas
camadas mais desfavorecidas da população, estes aspectos, muitas vezes, estão ligados á
vivências negativas, de dificuldades em casa, na família e na comunidade. Desta forma,
precisamos perceber e respeitar que instituição educacional (projetos sociais, ongs, escolas) é
lugar para aquele educando e considerar que educando tem vida vivida (Bock e Aguiar, 2002).
Por isso, quando um educando revela dificuldades no aprendizado, o educador precisa saber
perceber qual a melhor forma de lhe facilitar a aprendizagem. Não há dificuldades de
aprendizagem, mas sim dificuldades na relação ensino-aprendizagem.
No pensamento de Vygotsky a relação entre processo de desenvolvimento e o processo de
aprendizagem tem um papel muito significativo. “Dada à importância que Vygotsky atribuiu à
dimensão sócio-histórica do funcionamento psicológico e à interação social na construção do
ser humano, o processo de aprendizagem é igualmente central em sua concepção sobre o
homem” (Oliveira, 1997:55). Segundo o autor, para Vygotsky a aprendizagem está relacionada
ao desenvolvimento desde o início da vida humana, e representa um aspecto necessário e
universal deste processo e das funções psicológicas. A aprendizagem possibilita o despertar de
processos internos de desenvolvimento que afloram do contato do indivíduo com determinado
ambiente cultural. Segundo Oliveira (1997), o homem já nasce com certas características que são
próprias da espécie, como: o olfato, a audição, a visão, e a capacidade de receber e processar
todas as informações, porém as funções psicológicas superiores, que evolvem a consciência,
planejamento, intenção, dependem do processo de aprendizagem para se desenvolverem.
O processo de aprendizagem pressupõe, necessariamente, uma relação entre indivíduos,
porém “do mesmo modo que o desenvolvimento não é um processo espontâneo de maturação, a
aprendizagem não é fruto apenas de uma interação entre o indivíduo e o meio. A relação que se
10
dá na aprendizagem é essencial para a própria definição desse processo, que nunca ocorre no
indivíduo isolado.” (Oliveira, 1997:56).
Segundo Vygotsky, a aprendizagem está inserida em uma situação de ensino-
aprendizagem, que inclui quem ensina, quem aprende e qual a relação estabelecida entre ambos.
A partir deste ponto de vista, tanto educadores como instituição e educando, devem estar
incluídos na busca de soluções dos problemas de aprendizagem. Porém, esta relação não se refere
necessariamente a um educador fisicamente presente, mas “a presença de um outro social pode
se manifestar por meio dos objetos, da organização do ambiente, dos significados que
impregnam os elementos do mundo cultural que rodeia o indivíduo.” (Oliveira, 1997:57).
Desenvolvimento e aprendizagem são processos intimamente ligados, que dentro de um
contexto cultural, servem de “matéria-prima” do desenvolvimento e do funcionamento
psicológico. A instituição educacional precisa estar atenta à realidade do aluno, e as práticas
pedagógicas devem sempre ser pensadas a partir deste referencial. É necessário valorizar o
conhecimento do aluno e suas experiências cotidianas. Para ilustrar, Bock e Aguiar (2002:9)
citam Paulo Freire:
“Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Por isso mesmo pensar
certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só
respeitar os saberes com que os educandos, sobre tudo os das classes
populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na prática
comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo,
discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação
com o ensino dos conteúdos... Por que não discutir com os alunos a realidade
concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a
realidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das
pessoas é muito maior com a morte do que com a vida? Por que não
estabelecer uma necessária ‘intimidade’ entre os saberes curriculares
fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como
indivíduos?”
11
Para Vygotsky, o desenvolvimento psicológico deve ser enxergado de maneira
prospectiva, isto é, além do que está postulado no aqui e agora. “A idéia de transformação, tão
essencial ao próprio conceito de educação, ganha particular destaque em uma concepção que
enfatiza o interesse em compreender, no curso do desenvolvimento, a emergência daquilo que é
novo na trajetória do indivíduo, os ‘brotos’ ou ‘flores’ do desenvolvimento, ao invés de seus
frutos”. (Vygotsky apud Oliveira, 1997:61).
A partir da concepção da psicologia sócio-histórica, “temos de um lado o processo
histórico nos oferecendo os dados sobre o mundo e visões sobre ele e, de outro lado, permitindo
a construção de uma visão pessoal sobre este mesmo mundo." 4
Desta forma, considerar o educando como ser em formação, constituído de vivência
anterior é condição para o início da experiência educativa. A participação ativa na construção do
conhecimento, pode fazer com que a apropriação da sua trajetória de desenvolvimento viabilize
sentimentos de pertença e valorização, além de lidar com capacidades e limites.
Veremos a seguir como o esporte pode ser um meio, um instrumento para educar; como o
esporte pode auxiliar na aprendizagem e, portanto, no desenvolvimento de crianças e
adolescentes.
O esporte é um fenômeno social que tem mobilizado muitas pessoas nestes tempos
modernos, independente da classe social. Além disso, revela-se como tema de recentes pesquisas
científicas nas mais diversas áreas.
O esporte representa uma forma de expressão humana, seja ela emocional ou cognitiva. O
esporte voltado ao rendimento, à performance, tem sido cada vez mais assistido, acompanhado e
principalmente, se tornado motivo de orgulho cívico; o esporte como forma de lazer tem
conseguido cada vez um número maior de adeptos; o esporte como promoção de saúde já é fato
nos programas de saúde pública; e o esporte educação? Está é uma abordagem que vem
crescendo e se desenvolvendo, tomando espaço em centros de estudos e pesquisas, e se tornando,
aos poucos, uma prática pedagógica. Trata-se de um novo conceito, um novo ponto de vista sobre
4
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=002. Texto de João Carlos Martins: Vygotsky e o papel das
interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo. Consultado em 10/03/2008.
12
o tema, que possibilita às atividades esportivas terem como eixo a cidadania. “O esporte faz
parte da sociedade, tanto quanto a sociedade faz parte do esporte.” (Silva, 2003:5).
Como relatado anteriormente, com quase 07 anos de experiência na área educacional, o
esporte se apresenta como um meio para se trabalhar inúmeros conteúdos e conceitos de extrema
importância para o desenvolvimento de pessoas, de cidadãos conscientes e trabalhadores. O
esporte atua com as dimensões cognitivas, afetivas, psicomotoras e sociais do ser humano; a
corporeidade, a relação das pessoas com elas mesmas, a relação entre as pessoas, a relação das
pessoas com o processo educacional; o desenvolvimento da inclusão e o entendimento da
exclusão.
A formação de profissionais responsáveis, conscientes da importância do respeito mútuo,
da dignidade e da solidariedade, observadores de manifestações corporais, e com uma postura
ativa de “reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma” (Darido e Rangel-
Betti, 2001:19) é fundamental para a qualidade da autonomia no processo educacional.
O autor assinala que a Educação Física como área teórica, precisa entrar em crise, precisa
questionar criticamente seus valores, precisa procurar sua identidade, falar sobre a necessidade de
13
um sentido mais humano da cultura do corpo, da cultura física, visando recuperar o sentido
humano do corpo e entendê-lo em todas as suas dimensões.
“Não é sensato achar que com apenas discursos e idéias sejamos capazes de
destruir o errado, o antiquado, o absurdo, e substituí- los pelo certo, pelo
moderno, e pelo coerente. As mudanças mais radicais não ocorrem
espontaneamente, sem revoluções. Mas é preciso, antes de mais nada, se
dispor a assumir um compromisso consigo mesmo, com os outros e com a
vida. O resto começará a acontecer a partir daí.” (Medina, 1983:40)
Entendo o esporte como uma linguagem do movimento que através do corpo pode
desenvolver um processo educativo que contribua para o desenvolvimento humano; entendo o
esporte como espaço que propicie a construção de subjetividade e assim do indivíduo; como
prática e vivência propiciadora de aprendizagem e assim de desenvolvimento pessoal e social,
tendo em vista as competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas, elementos essenciais
para se viver, relacionar, aprender, trabalhar e participar da vida em sociedade.
O Instituto Ayrton Senna (IAS) vem desde 1995 desenvolvendo um trabalho de Educação
pelo Esporte em parceria com algumas universidades espalhadas por todo país. Em São Paulo,
funciona o Projeto Esporte Talento com sede na USP. A partir desta experiência, o instituto, criou
e sistematizou a tecnologia de Educação pelo Esporte para o Desenvolvimento Humano, como
um caminho para o desenvolvimento do potencial da população infanto-juvenil.
O conceito de “Desenvolvimento humano”, criado por Amartya Sen e pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento, e os Quatro Pilares da Educação, tratados no Relatório
da Comissão Internacional sobre Educação (Jacques Delors) da Unesco, consistem nos ideais que
norteiam e direcionam as ações de educação pelo esporte (IAS, 2004). “A idéia fundamental do
desenvolvimento humano está na realização plena dos direitos humanos, na promoção da
liberdade e na oferta eqüitativa de oportunidade para a pessoa desenvolver seus potenciais”
(IAS, 2004:8). Esta proposta de educação deve ser capaz de realizar as potencialidades que cada
educando traz consigo, e no decorrer do processo, transformando-as em “competências,
capacidades e habilidades para conhecer, criar, trabalhar e participar, e também para ser e viver
toda a humanidade de que somos capazes” (IAS, 2004:8). A proposta é a
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“educação pelo esporte para o desenvolvimento humano como um caminho de
desenvolvimento do potencial de crianças e jovens brasileiros. A proposta
reúne princípios e metodologias especialmente elaboradas para transformar
potenciais em competências cognitivas, produtivas, relacionais e pessoais. Em
outras palavras, a aplicação da tecnologia da educação pelo esporte para o
desenvolvimento humano contribui para a viabilização de todas as dimensões
da vida, tornando crianças e jovens capazes de compreender a sua realidade,
realizar os seus sonhos, participar da sociedade como cidadãos e contribuir
com idéias e ações para a transformação da própria vida e de suas
comunidades.”(IAS, 2004:10).
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O Aprender a ser
O Aprender a viver juntos
O Aprender a conhecer
O Aprender a fazer
Partindo dos quatro pilares da educação, o IAS relacionou cada pilar a uma competência
que cada aprendizagem deveria gerar nos educandos, a fim de facilitar o trabalho dos
educadores. Desta forma:
Aprender a ser Competências pessoais
Aprender a conviver Competências relacionais
Aprender a conhecer Competências cognitivas
Aprender a fazer Competências produtivas
16
conhecimento e usá-los para o bem comum”; No aprender a fazer é: “Atuar produtivamente,
facilitando o ingresso e a permanência no novo mundo do trabalho” (IAS, 2004:48).
A aprendizagem é considerada, aqui, “como um processo por meio do qual o educando
apreende, compreende, significa e domina um determinado conteúdo cognitivo, afetivo ou de
conduta, no relacionamento consigo mesmo, com os outros, com o ambiente onde vive e com
tudo aquilo que confere significado e sentido a sua existência.” (IAS, 2004, :49).
As competências estão relacionadas à capacidade do educando em utilizar o que
aprendeu para conduzir sua vida nos aspectos, pessoal, interpessoal, social, cultural. As
atitudes se referem ao modo como o educando age e se coloca frente as variadas situações.
As atitudes são diretamente influenciadas ao modo como a pessoa compreende e significa o
contexto que está inserida. E por fim, as habilidades “como o domínio pelo educando do
processo de realização dos atos necessários para o desenvolvimento de uma atividade, a
consecução de uma tarefa ou o desempenho de um determinado papel nos campos pessoal,
interpessoal, social, produtivo ou cognitivo.” (IAS, 2004:49).
Os pilares representam o fio condutor que orienta o trabalho de educação pelo esporte. Estes
são aplicados ao cotidiano das atividades, orientando tanto as relações educador – educando,
quanto educando – educando, e educador – educador. A proposta é aprender ensinando e ensinar
aprendendo, desta forma todos “se colocam na condição de eternos aprendizes”(IAS, 2004: 51). O
esporte é a atividade central, e os pilares da educação representam ferramentas que transformam
suas potencialidades e riquezas em competências e capacidades de agir sobre suas vidas e sobre o
mundo que os cerca. Desta forma, ao participar das atividades de educação pelo esporte, as
17
crianças e jovens tomam conhecimento de atividades que lhes permite desenvolver saberes e
habilidades intelectuais (Competência cognitiva), aplicar conhecimento sobre o mundo
(Competência produtiva), relacionar-se consigo mesmo e com os outros (competência social), e
construir seu próprio caminho na vida (competência pessoal).
Para ilustrar o trabalho prático, vamos ver como cada um dos quatro pilares são desenvolvidos
na educação pelo esporte. É importante salientar que estas aprendizagens são intimamente ligadas
entre si, por este motivo, ao trabalharmos conteúdos, estaremos, muitas vezes, trabalhando mais
de uma aprendizagem.
O aprender a conhecer por meio da educação pelo esporte. O aprender a conhecer não se
baseia na simples aquisição de uma grande quantidade de conhecimento, mas sim a
capacidade da pessoa expandir e aprofundar os conhecimentos já adquiridos ao decorrer de
sua vida. É importante aqui, que o educador saiba não só o que ensinar, mas também o como
ensinar, para assim estimular no educando um desejo de aprender. Todos aprendem tudo o
que lhes é interessante. Por isso, podemos abordar conhecimentos dos mais diversos, como
meio-ambiente, artes, saúde, esporte, enfim, qualquer conteúdo que motive os educandos. No
esporte, os jogos trazem importantes conteúdos para compartilhar e proporcionar uma troca de
idéias, além de permitir a aplicação de conhecimentos já adquiridos em outras áreas. Desta
forma, o educando tem a oportunidade de construir conhecimentos a partir da própria
experiência, aprendendo com os erros, acertos e dificuldades além de poder associar as
vivências do jogo aos fatos da vida cotidiana.
O aprender a fazer por meio da educação pelo esporte. O aprender a fazer está diretamente
ligado ao aprender a conhecer, pois nada mais é do a aplicação dos conhecimentos adquiridos.
“Trata, portanto, da formação para o trabalho, do desenvolvimento de competências para ser
produtivo na vida” (IAS, 2004:76). O esporte, visando as competências produtivas, pode
fornecer o estímulo de habilidades e atitudes para que os jovens possam participar do mundo
do trabalho, construir um projeto de vida e exercer uma cidadania plena.
18
atitude solidária, cooperativa e democrática; da busca de soluções para
problemas comuns; da autonomia em organizar as próprias atividades a
de flexibilidade para mudá-las e aprimorá-las” (IAS, 2004: 82).
Estas são características próprias, inerentes ao esporte, que a educação pelo esporte amplia e
potencializa.
O aprender a conviver por meio da educação pelo esporte. A convivência entre as pessoas é
um pré-requisito para as atividades esportivas. As relações são baseadas em regras e
combinados5 explícitos ou implícitos. Quando pensamos na educação pelo esporte para o
desenvolvimento humano, as regras podem ser trabalhadas, modificadas e adaptadas,
construídas coletivamente com o intuito de adaptá-las ás demandas dos grupos específicos.
Para uma construção conjunta, pressupomos um diálogo e uma capacidade de trabalhar em
grupo. Com o trabalho de grupo, estamos trabalhando o desenvolvimento de competências da
convivência interpessoal e social: Saber ouvir, saber a sua vez de falar, argumentar e contra-
argumentar; além de experimentar a vivência de alguns valores éticos, como o respeito, a
responsabilidade e a cooperação.
É importante ressaltar que as atividades esportivas, muitas vezes, podem criar um clima de
disputa e competição, fazendo aflorar agressividade e descontentamento. É importante
5
Combinados são as regras que o grupo formula para a realização das atividades. Por exemplo o horário de início
das atividades, o uniforme, as faltas, etc.
19
trabalhar com estas questões, conversar sobre o que acontece e sobre os sentimentos que
surgem. Estes podem servir de importantes e significativos elementos de reflexão,
impulsionando o autoconhecimento, o trabalho com o autocontrole e até mesmo, levando á
superação de padrões de atitudes negativas, por intermédio dos educadores. Mais uma vez
temos um exemplo de como trabalhamos mais de uma aprendizagem, do quão ligadas elas
estão. O autoconhecimento e o autocontrole estão intimamente ligados ao aprender a ser,
porém sem estas duas habilidades não é possível a convivência em grupo.“Ao propor essa
reflexão, a educação pelo esporte está, em primeiro lugar, criando oportunidades para que
crianças e adolescentes aprendam a ser, desenvolvendo um conhecimento sobre si mesmos e
importantes competências pessoais” (IAS, 2004: 105).
O aprender a ser por meio da educação pelo esporte. Aprender a ser integra as outras três
aprendizagens. Significa tornar-se tudo aquilo que você é capaz, fazendo florescer as
potencialidades humanas nas dimensões cognitiva, produtiva social e pessoal. Aprender a ser
é caminhar ao encontro de si mesmo e transformar as próprias potencialidades em realidade.
Esta aprendizagem é inerente às outras três, e por isso permeia as ações educativas voltadas
para a formação integral do ser humano. A prática esportiva apresenta um significativo
diferencial das demais atividades que realizamos. O esporte é uma ação integrada entre corpo,
mente e emoção. A resposta por meio do movimento corporal exige prontidão, rapidez de
raciocínio e de decisão, desta forma, ficamos mais vulneráveis a possíveis erros. O jogo é,
portanto, uma forma de trabalhar o erro como uma conseqüência natural e sempre presente no
processo de aprendizagem, possibilitando a vivência do poder lidar com os erros, e assim, até
mesmo, podendo perder o medo de errar no jogo e no dia-a-dia. O aprender a ser encontra no
esporte um aliado natural no caminho para o desenvolvimento humano de competências
pessoais que são imprescindíveis para que as crianças e jovens possam construir a sua
identidade e o seu projeto de vida.
A prática do esporte permite, avaliarmos nosso desempenho, aperfeiçoá-lo e desenvolver
novas competências. Acima de tudo, a prática esportiva, permite o autoconhecimento, ponto
de partida para conhecer os outros e o mundo. Isto é, o esporte seria um método pedagógico,
uma via privilegiada de acesso à educação.
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“O esporte articula as ações educativas e possibilita a expansão do
pensamento e da criatividade, a formação do espírito crítico, a
valorização da vida em sociedade e o desenvolvimento pessoal. Em
outras palavras, utilizar o esporte como método pedagógico é ensinar
mais que esportes, num ambiente de participação, de cooperação e de
solidariedade. Para tanto, é necessário ultrapassar o limite das
atividades esportivas em si olhando o esporte como um fenômeno
sociocultural, que, além de ser praticado, pode e deve ser investigado,
criticado e reinventado” (IAS, 2004: 163).
No dia-a-dia, a educação pelo esporte deve estar baseada em atividades que facilitam e
promovem interações construtivas e ricas entre os educandos e entre eles e os educadores. São
momentos de trocas, conversas, através das quais eles, participam do planejamento,
estabelecem regras e atitudes, e aprendem a avaliar tanto as atividades como a sua
participação. São procedimentos pedagógicos baseados nas idéias de que é na relação e no
contato com outras pessoas e com o mundo que as crianças desenvolvem o pensamento e a
linguagem, ao mesmo tempo que formulam pensamentos sobre si mesmas, sobre os outros e
sobre a realidade social. Por isso a participação do educando no trabalho pedagógico faz com
que ele aprenda a se organizar, a assumir responsabilidades e a desenvolver uma
independência cada vez maior para poder planejar sua vida.
A fim de garantir este espaço de conversas, trocas e combinados, as atividades diárias
iniciam e terminam com uma roda. A roda inicial, realizada no começo do dia de atividades, é
um espaço para os combinados, para recados, para coisas que os educandos queiram contar, e
principalmente para definir as atividades que serão realizadas naquele dia. A roda final é o
momento de pensar, conversar e avaliar as atividades do dia. Um espaço para trocas,
resolução de problemas, dicas, elogios e reclamações. É muito importante que o educando
saiba avaliar tanto as atividades propostas e realizadas, quanto a sua postura frente as
atividades.
21
interpessoais, pode oferecer a seus praticantes e mediadores, algumas
alternativas para lidarem com os desafios que são e serão apresentados durante
a prática esportiva, como também com os que possam surgir ao longo de suas
vidas. A educação desveladora-transformadora é aquela capaz de proporcionar
que educador e educando, ao realizarem no ato pedagógico, experiências de
produção, construção e socialização de conhecimentos, também construam e
vivenciem projetos alternativos de convívio em sociedade, criticando e
transformando valores conservadores, casando com o ideal de vida melhor
individual e coletivamente de cada pessoa”( Marques e Kuroda apud, Silva,
2003)
22
Segundo Darido e Rangel-Betti (2001) os PCNs entendem a escola como um dos espaços
possíveis para a formação de cidadãos críticos, reflexivos, sensíveis e participativos. Com o
objetivo de garantir tal formação, foram identificados temas considerados geradores de realidade
social para serem problematizados e refletidos pelos educandos. Estes temas foram denominados
“Temas Transversais”, pois devem cruzar as diferentes áreas, devem ser trabalhados em todas as
disciplinas escolares, possibilitando ao aluno o entendimento da realidade social, para assim
poder interpretá-la e até mesmo criticá-la, o que propicia em uma reflexão ética. Alguns
exemplos destes temas transversais são: Ética; Meio Ambiente; Trabalho; Sexualidade;
Diversidade cultural; Saúde; Drogas, além de quaisquer outros temas que possam surgir como
demanda de um grupo.
Medina (1983:45) afirma que a educação é um “processo de promoção do ser humano
que, no caso, significa tornar o homem cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua
situação para intervir nela, transformando-a no sentido de uma ampliação da comunicação e
colaboração entre os homens”. Isto é, um processo em que os seres humanos desenvolvem todas
as suas potencialidades, indo ao encontro de uma auto-realização. Desta forma, à finalidade do
processo educacional é tornar as pessoas cada vez mais humanas.
Realizar atividades esportivas que visem o desenvolvimento pessoal e social destes
jovens, fomenta a prática esportiva como veículo de educação procurando estimular a
transformação; o desenvolvimento/crescimento e o auto-conhecimento dos educandos, além de
oferecer a eles um espaço para debates e discussões de alternativas dos modos de convivência em
grupo.
23
3. A Experiência de uma Olimpíada como Espaço Educativo
A Olimpíada do Espaço Criança Esperança ocorreu no mês de julho de 2007 e foi pensada
pela equipe de esportes do Espaço Criança Esperança (ECE) São Paulo, juntamente com a
coordenação pedagógica.
Respeitando a proposta pedagógica de trabalho do espaço, foram planejadas ações
específicas para cada faixa etária, levando em conta as fases do desenvolvimento psicomotor,
social e cognitivo dos participantes.
Foram convidadas algumas escolas e organizações da região para participar do evento. As
escolas não puderam participar, pois estavam em recesso. Desta forma, contamos com a
participação de dois núcleos sócio-educativos6 da região. Enviamos, com antecedência o projeto
da Olimpíada, para que pudessem se organizar.
É importante salientar que as atividades foram realizadas em equipes mistas.
Para esta faixa etária tínhamos como objetivo utilizar jogos e brincadeiras como forma de
integração, socialização e aprendizagem dos educandos.
O público participante foi de 70 Educandos do ECE São Paulo (35 ECE/ 35 SEME) e 30
crianças do NSE Tijolinho.
As atividades realizadas foram: salto em distância (3/4); arremesso de peso (3/4); corrida
de revezamento (3/4 bateria); futsal (misto 4 golzinhos); câmbio ( misto); jogo dos 10 passes
(basquete).
Para a execução das atividades as estratégias utilizadas foram:
• As instituições convidadas fizeram as inscrições dos educandos (no máximo 30) e
entregaram no ECE.
6
Núcleos- sócio educativo é uma inciativa da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal Assistência e
Desenvolvimento Social (SMADS), que formula parceria com Ongs, para o atendimento de crianças e jovens de 8 a
18 anos .
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• O educando pode escolher qual atividade gostaria de participar; as equipes foram
separadas no início de cada atividade, misturando as crianças das diferentes organizações.
• O educando recebeu um PASSAPORTE (FIG.1), onde estavam descritas todas as
atividades em que ele poderia participar. No final de cada atividade o educador
responsável dava um visto no cartão.
• O educando teve que passar por todas as atividades sem repeti-las.
• Todas as organizações/escolas convidadas e os educandos do ECE deveriam cumprir
horário de chegada.
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equipes onde cada equipe defendeu dois gols e pode atacar chutando em dois gols
dispostos formando um quadrado nas laterais da quadra. Ganhou quem fez o maior
numero de gols.
• Jogo dos dez passes: Podia ser realizado com bola de basquete ou com bola de handebol.
O objetivo do jogo é a equipe fazer dez passes entre eles. Quando completado o décimo
passe a equipe marcava um ponto. O jogo ocorreu dentro de uma quadra normal, sendo
que se a bola ultrapassasse a linha de fundo ou a lateral, a bola seria do adversário. A
equipe que não estivesse com a posse da bola, poderia tentar interceptar o passe da equipe
que estivesse com bola, tentando assim recuperá-la.
NOME ORGANIZAÇÃO:
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3.2 Faixa etária 11-12; 13-15.
Tínhamos com objetivo para esta faixa etária utilizar o jogo e a competição esportiva como
forma de integração, aprendizagem e auto- avaliação dos educandos.
Apesar de termos um mesmo objetivo para estas duas faixas etárias, a equipe pensou em
estratégias diferentes que respeitassem as diferentes fases do desenvolvimento psicomotor que se
encontram os participantes.
Participaram 48 educandos do ECE São Paulo (24 ECE/ 24 SEME), 24 educandos do NSE
Morro Grande e 24 do NSE Tijolinho .
As atividades propostas foram: rei do garrafão; vôlei-lençol; futsal – caixote; salto em
distância; corrida de revezamento.
Tivemos algumas regras importantes para a execução da atividades. As organizações fizeram
as inscrições por equipes na Olimpíada, sendo que deveriam trazer 2 equipes obrigatoriamente
por organização com no mínimo 6 e no máximo 12 educandos em cada equipe. A equipe recebeu
um cartão (FIG. 2), onde estavam descritas todas as atividades. Antes de iniciar, eles escolheram
a ordem das mesmas. No final de cada atividade o educador responsável pela modalidade deu um
visto e marcou a pontuação feita pela equipe no cartão.
As equipes, obrigatoriamente, jogaram todas as modalidades; o capitão de cada equipe teve
que escolher qual a ordem das modalidades que sua equipe gostaria de jogar. Caso houvesse mais
de duas equipes querendo disputar a mesma modalidade no mesmo horário o educador
responsável teve que mediar a escolha. As equipes se enfrentaram em jogos cooperativos, onde as
regras foram adaptadas e explicadas no início de cada jogo.
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um Rei (que pode ser trocado ao longo do jogo) para ficar dentro do garrafão adversário, e
somente ele pode arremessar na cesta. Os demais, sem poder entrar no garrafão, deviam
fazer com que a bola chegasse até o Rei de sua equipe. O objetivo era fazer o maior
número de cestas.
Material: 2 Bolas de Basquete e dois Jogos de Coletes (8).
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FIG. 2 – instrumento de Acompanhamento das modalidades
TABELA JOGOS E HORÁRIOS
• Trabalho em equipe;
• Respeito aos colegas;
• Respeito ao adversário
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Cada equipe recebeu um cartão (FIG. 3) onde foram avaliados os itens anteriormente citados.
Desta forma, a pontuação foi conquistada pela boa performance no jogo e também pelas boas
atitudes em quadra. Mediadores avaliavam as equipes nestes quesitos para posteriormente, junto
com as equipes, discutir a pontuação que lhes foi atribuída. Após o término da partida, a equipe
teve um tempo determinado (5 min) para fazer uma auto-avaliação do seu desempenho, tendo
como base os três quesitos. No segundo momento, as equipes novamente se encontravam, para
juntas discutirem a pontuação que lhes foi atribuída pelos mediadores e a sua própria auto-
avaliação. Juntos tinham que entrar em consenso sobre a pontuação final. No sistema de
pontuação geral, constou os pontos da partida mais a pontuação complementar dos quesitos.
Venceu a equipe que conquistou um maior número de pontos no decorrer do campeonato.
Pontuação do Jogo
0 1 3
0 0,5 1
Fonte: Equipe Pedagógica do ECE/ SP, julho, 2007.
Cada partida teve duração de 40 minutos, dois tempos de 20 minutos, com 1 minuto de
intervalo, podendo ser alterado dependendo do número de equipes inscritas. O tempo reservado
para a roda de mediação das notas dos quesitos foi de 35 minutos.
1º JG – 09:00 H AXB
2º JG – 10:30 H CXB
3º JG – 12:00 H AXC
Fonte: Equipe Pedagógica do ECE/ SP, julho, 2007.
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FIG. 3 – instrumento de mediação
INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO
Trabalho em equipe Respeito ao colega Respeito ao adversário total
1º JOGO
2º JOGO
Fonte: Equipe Pedagógica do ECE/ SP, julho, 2007.
FUTSAL
I. As equipes teriam que obrigatoriamente realizar três substituições durante o tempo
corrido de jogo.
VOLEIBOL
I. O número de substituição foi livre.
II. A substituição deveria ocorrer entre os mesmos jogadores, ou seja, quando um jogador foi
substituído, o mesmo só poderia retornar ao jogo no lugar do jogador que o substituiu.
BASQUETE
I. As equipes tiveram que obrigatoriamente realizar três substituições durante o tempo
corrido de jogo.
Todos foram premiados de acordo com a colocação de cada equipe. A organização recebeu um
troféu de acordo com a colocação da equipe.
A proposta para os jovens foi completamente diferente das anteriores, pois com eles nosso
objetivo era efetivar uma participação diferenciada dos jovens na Olimpíada do ECE,
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promovendo a integração, a cooperação, o senso de responsabilidade e a autonomia dos
educandos.
Nesta faixa etária participaram somente os educandos do ECE.
Os educandos participaram da Olimpíada desempenhando funções como as de árbitros,
mesários, cronometristas e assistentes de educador nas atividades das faixas etárias de 8 a 15
anos. Posteriormente, promoveram oficinas de saberes que foram criadas por eles, utilizando os
conhecimentos prévios que eles adquiriram durante as aulas.
Os educandos participaram da organização do evento junto com os educadores. Os
educadores passaram todas as orientações relativas à arbitragem e ao cronograma do evento
previamente. Os educandos foram divididos em equipes de organização, que realizou o trabalho
de montagem da estrutura do evento, responsáveis pelos materiais, arbitragem e composição da
mesa. No último dia do evento, os educandos estiveram à frente das atividades, propondo
oficinas dos saberes aos outros participantes das olimpíadas. As oficinas não ocorreram todas ao
mesmo tempo, promovendo a participação coletiva de uns nas oficinas dos outros. Esta
preparação/ planejamento começou a ser realizada um mês antes do evento.
TABELA DE OFICINAS
9:00 HS 10:00 HS 11:00 HS 12:00 HS 13:00
1ª. OFIC. 2ª. OFIC. 3ª. OFIC. 4ª. OFIC. 5ª. OFIC.
Com o objetivo de integrar as diferentes linguagens do ECE São Paulo, cada uma teve um
importante papel na construção deste evento.
Os grupos de artes e graffiti ficaram responsáveis pela fabricação dos troféus e pela
decoração da abertura e da Olimpíada em geral.
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As medalhas foram confeccionadas na atividade de orientação educacional.
O grupo de dança fez a apresentação de uma coreografia com o tema: futebol na abertura e
a turma de capoeira fizeram uma apresentação no encerramento do evento.
No decorrer do evento tiveram vários momentos em que os educandos passaram por
mediações. Estas foram realizadas pelos educadores das áreas de Comunicação e Expressão,
Orientação Educacional, Meio Ambiente e Educação Comunitária, que puderam contar também
com a ajuda dos coordenadores. Os educadores das linguagens de Dança e Capoeira também
ajudaram nos momentos de mediação com os educandos.
O jovens do Núcleo Multimídia foi responsável pela cobertura do evento, com fotos
filmagens e entrevistas em geral. E, no encerramento, os educandos apresentaram um vídeo com
as imagens gravadas durante os 4 dias.
SEGUNDA
TERÇA
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08:30 – 09:00 Escolha das modalidades
13:00 Premiação
QUARTA
08:30 – 09:00 Chegada dos educandos e organizações
13:00 Premiação
QUINTA
10:00 2ª oficina
11:00 3ª oficina
12:00 4ª oficina
13:00 5ª oficina
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4. Considerações Finais
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que os espaços de mediação foram muito importantes para a efetivação do processo de ensino-
aprendizagem.
Outro dado importante na avaliação da proposta é a repercussão deste modelo de
competição nas instituições participantes e também nas que infelizmente não puderam participar,
mas tiveram acesso ao projeto da olimpíada. As organizações que participaram nunca haviam
experenciado uma Olimpíada com estes moldes antes e se interessaram muito pela metodologia.
As escolas que receberam o projeto, mas não puderam participar, se mostraram interessadas em
realizar algo parecido em parceria com o projeto; já está sendo planejado para o ano de 2008 uma
ação de Educação pelo Esporte, com os educadores do projeto, dentro de uma Escola Municipal
com um grupo específico adolescentes. A equipe pedagógica avalia que atingiu o objetivo do
projeto da Olimpíada ao observar transformações comportamentais significativas nos
participantes e ao disseminar a metodologia e iniciar uma nova fase na forma de se pensar a
prática das atividades esportivas.
Desta forma concluo que a Olimpíada se mostrou um espaço educativo em potencial, um
instrumento privilegiado para efetivar a educação para o desenvolvimento humano e para
experiênciar a relação ensino-aprendizagem.
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Referências Bibliográficas
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• SILVA, S. DA, Fabio. Relato de experiência da intervenção em grupo para adolescentes
inserido na medida socioeducativa de Liberdade Assistida da capela do socorro. São
Paulo, 2003. 52p. Monografia (Conclusão do curso de Psicologia do Esporte) – Instituto
Sedes Sapientiae.
• TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. As histórias de Ana e Ivan: Boas experiências em
liberdade assistida. Coleção dá pra resolver. Fundação Abrinq, 2003.
• UNESCO. Educação: Um tesouro a descobrir. “ Relatório para a UNESCO da
Comissão Internacional sobre educação para o século XXI”. Autor: Jacques Delors. São
Paulo: Cortez, 8a ed.; Brasília, DF : Mec : UNESCO, 2003.
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Referências Bibliográficas de Apoio
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ANEXOS
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