UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

TEORIA SOCIOLÓGICA II

RESENHA CRÍTICA

NATAL/2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTE.

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

TEORIA SOCIOLÓGICA II – 3 PERÍODO

Max Weber: Classe, Estamento, Partido. (pg. 126 – 137)

Ensaios de Sociologia – Quinta Edição

Texto apresentado ao Professor Gilmar

Santana como requisito para avaliação da
terceira unidade na disciplina de Teoria
Sociológica II – 2018.

JOSEMIR MEDEIROS DA SILVA

LUAN GOMES DOS SANTOS OLIVEIRA

SÉRGIO LUIS BEZERRA TRINDADE

NATAL/2018
 A proposta de estratificação da sociedade em Max Weber divide-se em três
categorias de poder. Classes, Estamentos e Partidos. Podemos atribuir uma sequência
lógica e linear ao referido no enunciado, mas não é reprovável não seguir, pois não há
nenhuma ordem, até porque em Weber as relações estão para interdisciplinaridade assim
como em toda sua obra. Entretanto seguiremos esta breve resenha de acordo com o
disposto no livro “Ensaios de Sociologia” que trás o então professor Fernando Henrique
Cardoso como revisor desta obra onde encontramos o texto na parte “I Ciência e
Política”, no capítulo IV entre as páginas 126 e 137. Também se encontra, o texto,
subdividido em partes enumeradas que vão do número um (1) ao dez (10) nesta ordem
respectivamente: O poder determinado economicamente e a ordem social; determinação
da situação de classe pela situação de mercado; ação comunitária decorrente do
interesse de classe; tipos de luta de classe; a honra estamental; garantias da organização
estamental; segregação étnica e casta; privilégios estamentais; condições e efeitos
econômicos da organização estamental; partidos. Algumas anotações de sala na aula
realizada em 18/05 do corrente ano também serão enunciadas.

Para Max Weber a distribuição do poder está logicamente ligada a estas três esferas
da sociedade moderna. As classes (ECONÔMICO), o Estamento (HONRARIAS) e os
Partidos (EXERCÍCIO DO PODER) também considerados fenômenos dentro de uma
sociedade.

Quando tratamos das Classes Sociais em Max Weber estamos necessariamente

divergindo do conceito de Classes Sociais em Karl Marx. Para Marx a sociedade
estratifica-se em duas grandes classes, a Burguesia e o Proletariado, devido a divisão do
trabalho, justificando assim, um conflito direto entre estas. Para Max Weber não há
conflito de Classes como pensa Marx. As classes são móveis, onde e quando muda a
economia aí também muda a Classe. O que há são situações/condições de Classes. Onde
a lógica se resume à economia do sujeito. Quanto maior sua situação financeira melhor
classificado este estará. A própria propriedade ou a falta desta é a medida usada para
determinar a situação de Classe. A luta de classes em Max Weber se dá nas cidades onde
a plutocracia está instaurada. É o mercado que determina. A sociabilidade está
intrinsecamente ligada ao movimento do mercado, através deste, multiplicam-se as
situações de Classes, e é o mercado quem proporciona a mobilidade e o poder na classe
situada socialmente e economicamente. “Em geral, entendemos por “poder” a
possibilidade de que um homem ou um grupo de homens, realize sua vontade própria
numa ação comunitária até mesmo contra a resistência de outros que participam da
ação” (p. 126).

Ao tratar dos Estamentos Weber pensava não nas sociedades Feudais, mas na força
da honra, no prestígio. Uma atitude que distinguisse do pobre, o valor do grupo que
Simmel tratou. Assim como a nobreza se distingue dentro da própria nobreza na
ostentação. Estamento é diferente de casta. Para Bordieu é a educação que classifica
uma sociedade. Recorta o seu lugar social onde uma ética religiosa molda o espírito
capitalista. “Aqueles cujo destino não é determinado pela oportunidade de usar, em
proveito próprio, bens e serviços no mercado, isto é, os escravos, não são, porém, uma
“classe”, no sentido técnico da expressão. São, antes, um “estamento”. p. 128.

Pode-se compreender que os estamentos se estabelecem a partir de um princípio

étnico, localizado numa estrutura de poder semelhante a casta, organizadas
politicamente.

Mas a seleção está longe de ser a única forma, ou a predominante,

pela qual os estamentos são formados. A participação política ou
situação de classe foi, em todas as épocas, pelo menos frequentemente
decisiva. E hoje a situação de classe é, de longe, o fator
predominante, pois decerto a possibilidade de um estilo de vida
esperado para os membros de um estamento é, em geral,
economicamente condicionada” p. 133.

Os estamentos estão associados a um sistema de honrarias particulares que

definem um estilo de vida, como se fosse um tipo ideal que “significa que os estamentos
são os portadores específicos de todas as “convenções”. De qualquer modo que se
manifeste, toda “estilização” da vida se origina nos estamentos ou é pelo menos
conservada por eles” p.134. Tal compreensão estabelece privilégios estamentais, nos
quais as lutas de classes não são fixas e o poder sobre a propriedade dos bens
produzidos também não.

A última esfera abordada por Weber são os partidos. É importante retomar que se as
classes estão relacionadas à ordem econômica; estamentos, à ordem social. Estas esferas
podem influenciar umas às outras, estabelecem uma relação simultânea de autonomia e
dependência.

Mas os partidos vivem sob o signo do “poder, sua reação é orientada

para a aquisição do “poder” social, ou seja, para a influência sobre a
 ação comunitária”. Em contraposição às ações das classes e
estamentos em que isso nem sempre é o caso, as ações comunitárias
dos “partidos” sempre significam uma socialização, pois tais ações
voltam-se sempre para uma meta que se procura atingir de forma
planificada. (WEBER, p. 136-137)

Portanto, o modo de entendimento das três esferas, classes, estamentos e

partidos, nos oportunizaram conhecer as dimensões epistemológicas dessa pesquisa de
Max Weber. Por ora, estávamos confundindo muitas dessas categorias com conceitos da
teoria marxiana. E percebemos que ambos são propostas teóricas distintas, que apontam
para um lugar situado de classe também específico.