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Professor do Departamento de Educação do Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro.
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Discente do curso de Educação Física do Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro.
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Discente do curso de Educação Física do Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro.
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Discente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade do Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro.
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Discente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade do Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro.
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Diretora da E.M.E.I.E.F. “Maria Apparecida de Luca Moore”, Limeira – SP.
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INTRODUÇÃO
“Eu estava quase entrando para a Filarmônica da Polônia...
Eu tinha arrasado na audição, mas não entrei.
Adivinha quem entrou?
O primo da mãe do regente...
Que nepotismo!!!
Bom... acabei desistindo de mim mesmo...
e virei professor... porque aqueles que não sabem fazer...
ensinam...
e os que não sabem ensinar... dão Educação Física.
Não é isso?
Eu só estou brincando!!!”. (SCHOLL OF ROCK, 2003)
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Trata-se de orientações do Conselho Federal de Educação.
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Embora tenha havido estes esforços novas denúncias, criticando o “verniz
pedagógico” que foi dado aos cursos de formação: expressão essa que se refere, nos anos 1980 e
1990, à dita necessidade de se ter uma base comum nacional de formação de educadores,
articulada com as disciplinas de conteúdo específico e as integradoras, na formação do professor
das áreas específicas. Reivindicava-se a definição de um corpo fundamental de conhecimentos; a
formação pedagógica sólida e não fragmentada; o desenvolvimento do conteúdo específico na
ótica do ensino; a valorização da relação "prática-teoria-prática" - articulação entre a teoria e a
prática desde o começo do curso – a revisão do modelo curricular adotado; o acompanhamento e
a supervisão permanente nos estágios curriculares; a prática pedagógica; a interdisciplinaridade; a
delimitação dos saberes da docência; a autonomia pedagógica, a constituição de uma identidade
profissional do docente
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A DOCÊNCIA COMO PROFISSÃO: A IDENTIDADE PROFISSIONAL EM QUESTÃO
- obrigação moral – tendo como componentes a preocupação com o bem estar dos
alunos e com a ética, perpassando as relações de afetividade e motividade;
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Dessa leitura vem o questionamento de que na construção dessa profissionalidade
precisamos saber:
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No processo de formação, a autonomia, responsabilidade e a capacitação são
características tradicionalmente associadas a valores profissionais que deveriam ser indiscutíveis
na profissão docente (CONTRERAS, 2002).
Contreras (2002) afirma que acima das conquistas acadêmicas, o professor deve
estar comprometido com todos os seus alunos em seu desenvolvimento como pessoas, bem
como, precisa atender o avanço na aprendizagem dos alunos, enquanto que não se pode
esquecer das necessidades e do reconhecimento do valor que, como pessoas, lhe merece todo o
alunado. Este aspecto moral do professor e do ensino está ligado também à dimensão emocional
presente em toda ação educativa, pois compromisso moral é também um impulso emotivo, um
sentimento e inclusive uma paixão.
Gimeno Sacristán apud Papi (2005) afirma que para que haja um entendimento
sobre a profissionalidade docente, é necessário que se entenda o conceito de prática educativa, a
qual deve ser entendida de forma ampla e não apenas delimitada pela prática didática dos
professores. A educação envolve outras esferas, sejam elas de determinações políticas,
econômicas ou culturais e isso faz com que os professores não tenham domínio total sobre a
prática, uma vez que tais setores interferem na vida escolar.
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contexto pedagógico, que constitui o cotidiano da sala de aula e define o que mais diretamente diz
respeito ao professor; o contexto profissional dos professores, que expressa um comportamento
próprio dos profissionais, desenvolvendo um saber técnico que legitima sua prática; e, ainda, o
contexto sociocultural, que propõe conteúdos e valores considerados relevantes.
De acordo com estudos de Pimenta (2002), a identidade não pode ser considerada
um dado imutável, nem externo que possa ser adquirido, mas é um processo de construção do
sujeito historicamente situado. A profissão de professor, como as demais, emerge num dado
momento e contexto histórico como resposta às necessidades que foram postas pelas sociedades,
adquirindo estatuto próprio e legalidade.
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O papel docente pode ser definido pelas dimensões que compreendem a identidade
docente. Zabalza (2004) identificou três grandes dimensões: a primeira dimensão a ser observada
é a dimensão profissional que enfoca: quais são as necessidades de formação inicial e
permanente? Quais são as exigências? Quais são os principais dilemas que caracterizam o
exercício profissional? A segunda é a dimensão pessoal que consiste no tipo de envolvimento e
compromisso pessoal característico da profissão docente, como os ciclos de vida dos professores
e situações pessoais que os afetam (sexo, idade, condição social, etc) e os problemas de ordem
pessoal que costumam acompanhar o exercício profissional (burn out, estresse, desmotivação,
etc). Por fim, tem-se a dimensão administrativa que situa os profissionais diante dos aspectos mais
claramente relacionados com as condições contratuais, com os sistemas de seleção e promoção,
com os incentivos e com as condições (carga horária, horários, obrigações vinculadas ao exercício
profissional, etc). Para reforçar esta última dimensão proposta Pimenta e Lima (2004) também
assinalaram que a construção e o fortalecimento da identidade e desenvolvimento de convicções
em relação à profissão estão ligados às condições de trabalho e ao reconhecimento e valorização
conferida pela sociedade à categoria profissional.
No âmbito desse processo, Tardif (2002) vai falar que o saber docente é um saber
plural constituído por um arcabouço de diferentes saberes, tais como: saberes da formação
profissional que consiste no conjunto de saberes transmitidos pelas instituições de formação de
professores; saberes disciplinares que correspondem aos diversos campos do conhecimento que
se encontram nas universidades e faculdades sob forma de disciplinas; saberes curriculares que
correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos que se apresentam sob a forma de
programas escolares e por fim os saberes experienciais ou práticos que são os saberes que
brotam da experiência.
De acordo com o pensamento desse autor, o professor ideal é alguém que deve
conhecer a sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos
relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua
experiência cotidiana com os alunos. Porém, visando aprofundar o que foi arrolado escolheu-se
como trabalho de campo uma escola municipal da cidade de Limeira, visando levantar junto ao
corpo de professores a compreensão que eles têm do magistério, visando resegnificar a própria
profissão.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO8
(2) Nas suas aulas você sempre segue um mesmo esquema de aula, rotina? Você
poderia apresentar uma descrição de como organiza a sua aula?
(3) Qual a relação que você estabelece entre o conteúdo da sala de aula e o
conteúdo das aulas de Movimento/Educação Físico? Você explora a dimensão conceitual desse
conteúdo ou estabelece relações?
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A titulo de esclarecimento, a estrutura apresentada desses dados foi organizada por Aline Steckelberg Cardozo, podendo, também,
uma parte desses dados serem encontrados em trabalhos da bolsista com a autorização Prof. Dr. Samuel de Souza Neto e/ou de
comum acordo com o coordenador do projeto.
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Neste estudo não abordaremos a pesquisa ação.
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Trata-se de questionários com questões abertas que foram elaborados com o envolvimento da equipe de trabalho, cabendo ao
coordenador do projeto a orientação desse processo.
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As observações foram realizadas pelos bolsistas Aline Steckelberg Cardozo e Delmar Benelli da Silva e pela colaboradora Juliana
Cesana, visando fazer um cruzamento das fontes de informação ao se observar um mesmo participante.
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O material relativo a fonte documental foi obtido junto a direção da escola e coordenação do projeto.
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As entrevistas foram organizadas tomando como referência as observações realizadas, visando aprofundar o que havia sido
encontrado em sala de aula no âmbito da prática pedagógica.
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(4) Na prática pedagógica da sala de aula você estabelece algum tipo de relação
com os eixos temáticos: quem ama conheci a si mesmo e exerce a cidadania, quem ama respeita
o seu espaço; quem ama valoriza o meio ambiente e a cultura; quem ama sonha e realiza?
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A partir destas reuniões foi elaborado e desenvolvido um projeto de intervenção na
escola no ano de 2002 (primeiro momento), tendo a sua continuidade no ano de 2003 (segundo
momento), bem como em 2004, 2005 e 2006.
Para Souza Neto (2005), na segunda etapa desse projeto, no âmbito das atividades
corporais, o corpo, presente nas escolas, tem sido estudado tanto na esfera da Educação Física
quanto da própria escola. Na Educação Física, enquanto objeto de estudo desta área que
vislumbra no movimento corporal humano o seu objeto de estudo e os indicativos de uma cultura
corporal de movimento ou, simplesmente, uma cultura de movimento. Na escola, o corpo, como
objeto de disciplina escolar, foi caracterizado sob o enfoque da infância, da pré-adolescência e
adolescência, das relações sociais, enfim do desenvolvimento humano e/ou mesmo numa
perspectiva da “linha de montagem do homem do sistema” – o que caracterizaria a instituição
escolar apenas como uma “fábrica” e não como um centro de formação humana dos quais todos
nós somos co-responsáveis. No que se refere ao trabalho com as docentes, e outros profissionais
da escola, foram evidenciados, no desenvolvimento do projeto, como já foi colocado
anteriormente, dois tipos de resistências: o primeiro relacionado à questão do corpo no sentido de
se valorizar as atividades cognitivas em detrimento das atividades físicas e, o segundo, na
conscientização do corpo docente de que embora considere importante a atividade física na escola
ele não sabe como empreendê-la.
Dentro desse contexto Souza Neto (2005b) também assinalou que o problema da
escola, da intervenção relacionada com o comportamento motor de alguns escolares, era
significativo, mas mais significativo era esta situação no âmbito das relações interpessoais,
professor-professor, professor-aluno, bem como de falta de atenção no processo de
aprendizagem.
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atividades físicas, à questão da atenção e da cooperação (visando diminuir a agressividade
latente). Porém, ao se fazer esta opção também se sabia o risco da intervenção não obter o
sucesso desejado, pois se tratava também de um trabalho colaborativo e de parceria, visando a
promoção desse professores como sujeitos desse processo.
Dessa forma, como consta nos relatórios desse trabalho, a intervenção teve como
meta fornecer subsídios para o planejamento de atividades físicas dessas classes e,
possivelmente, de outras classes.
(2) DOCÊNCIA
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Questão 1
6%
10% 23% afetividade
socialização primária
10% questao de gênero
transformação social
genérico
19%
16% socialização secundária
opção espiritual
16%
Questão 2
11%
dimensão afetivo-social
14%
dimensão pessoal-
profissional
54% dimensão social
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- dimensão experiencial relaciona-se à prática pedagógica e à viabilização de
projetos.
- não respondeu.
Questão 3a
6%
10% dimensão afetivo-social
dimensão cognitiva-moral
13% 45%
dimensão cognitiva
dimensão experiencial
não respondeu
26%
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Questão 3b
3%
3%
7% gestão escolar
7% dimensão cognitiva
dimensão pessoal
dimensão motora
67%
genérico
- Não respondeu.
- Prática Pedagógica.
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Questão 4
3% 3% disciplinas humanas
6%
genérico
10%
não respondeu
46%
prática pedagógica
ética
32%
disciplinas do núcleo
comum
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Questão 5
3%
10%
saberes da formação
genérico
não respondeu
32%
A décima segunda questão também faz parte deste bloco e diz: “Se não fosse a
docência, em qual campo de atuação você gostaria de estar trabalhando? Por quê?”
- Área de humanas II. Outros campos das humanas, priorizando o trabalho com
pessoas. Foram destacadas as seguintes atividades: direito, comércio, serviço social e psicologia.
- Área de humanas III. Dentre esta categoria as respostas que emergiram são:
trabalhar em outros campos como escritora, decoradora e designer, arquitetura, administração,
gastronomia e artes.
- Área de exatas. De forma geral também gosta de trabalhar com pessoas e gostaria
de ser bancária.
Com relação a esta pergunta houve um predomínio da área das Humanidades 77%
do total das respostas.
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Questão 12
3% 3%
27% área de humanas I
17%
área de humanas II
área de humanas III
área da saúde
área de exatas
23%
voluntariado
27%
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diferentes componentes que foram assinalados nos saberes pedagógicos, conhecimento e
saberes da experiência.
A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Para este tópico foram considerados os aspectos que mais se destacaram por
ocasião do período de observação, como: esquema de aula, estilos de ensino, relação com o
movimento corporal e o desenvolvimento da dimensão atitudinal por parte dos professores. Foram
observadas um total de 10 aulas, no entanto, apenas quatro aulas serão levadas em consideração
visto que estas abrangem a quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. No Ensino Infantil
foram observadas duas aulas (Pré-II) mas que não serão consideradas neste momento pelo fato
de que as professoras deste nível de ensino estarem na escola há apenas um ano, não
participando assim desde o início do projeto.
Foi possível perceber que as professoras (P1, P2, P3, P4) que tomam as decisões,
ou seja, são elas que organizam os alunos (lugar onde sentam, como sentam e como formar a fila
são alguns exemplos), os conteúdos (o que será dado em cada momento), a distribuição do tempo
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de aula (hora de fazer a lição, hora de cantar, hora de prestar atenção, hora de falar, etc) e os
equipamentos (lápis, giz, papel, apostilas, cadernos são todos distribuídos pela professora).
Outro fator observado em algumas aulas (3as. e 4as. séries) foi que as professoras
(P3 e P4) gostam de trabalhar com músicas, então utilizam-se delas para transmitir diferentes
conteúdos, desde uma mensagem até uma tarefa. Por exemplo: a professora 3 estava trabalhando
o conteúdo hidrografia, com isso trouxe a música “Planeta Água” (de Guilherme Arantes) para
fazer uma relação do conteúdo com a música, além disso, pediu para os alunos posteriormente
cantarem a música todos juntos, seguindo a letra que ela distribuiu a cada um e ainda pediu para
que eles grifassem as palavras na música relacionadas à hidrografia.
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participativo. As professoras (P3 e P4) também incentivam os trabalhos em duplas ou em trios
favorecendo assim o trabalho em grupo e a cooperação entre os alunos.
Este grupo tem duas professoras com cinco anos, uma com sete anos e uma com
oito anos, ou seja, podendo se dizer que todas se enquadram na fase da estabilização.
(b2) Nas suas aulas você sempre segue um mesmo esquema de aula, rotina?
Você poderia apresentar uma descrição de como organiza a sua aula?
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entendeu! Depende do que tá planejado pra dia, o que foi acertado continuidade do dia
anterior.” (Professora 1).
“... Eu procuro realizar uma oração, procuro colocar as regras ah.. daquela
aula, eu procuro contar pra eles o que nós vamos fazer naquele dia, porque eu venho
aprimorando isso, porque eu acho que isso ajuda com que eles prestem atenção nas aulas
e participem mais, porque eu vou dizendo pra eles que existe um tempo que a gente tem
que terminar aquilo, então eu acho que isso ajuda nas aulas, pelo menos nas minhas eles
tem apresentado um bom rendimento” (Professora 3).
(b3) Qual a relação que você estabelece entre o conteúdo da sala de aula e o
conteúdo das aulas de movimento/Educação Física? Você explora a dimensão conceitual
desse conteúdo ou estabelece relações?
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No que diz respeito a esta pergunta, as docentes relataram que têm dificuldades de
relacionar o conteúdo de aula com o conteúdo da educação física, mas todas acham muito
importante estar se trabalhando de forma integrada com a questão corporal.
“Bom, acreditando assim que as crianças aprendem mais, é... ela aprende
através de seu corpo né, não separando sua mente do corpo, a criança como um todo,
então a gente procura integrar as brincadeiras os jogos, as atividades mais lúdicas e
também de Educação Física como conteúdo, então ah..assim não é uma ordem fixa, as
vezes a gente começa com jogo na sala de aula mesmo e depois procura alguma atividade
que possa ser dada na Educação Física que se encaixe naquele eixo temático que a gente
tá trabalhando, então como nós temos a apostila O Corpo, nós procuramos mais atividades
pra dar certo com esse tema agora né,então a gente leva pra aula de Educação Física. Ou
então na aula de Educação Física, primeiro começa lá, faz atividade, daí parte pro
conteudo na sala de aula. É essa a relação.” (Professora 1).
“Eu penso que é um complemento, porque na sala de aula é.. eu não deixo
que eles fiquem mecanizados, eles podem se levantar, eles podem se locomover, a hora
de ir a lousa, levantar pra ver os mapas de uma forma organizada, de uma forma regrada,
mais todos tem ...ah..eles podem ficar na sala de aula e se movimentarem. Nas aulas de
artes, por exemplo, é..eles podem dentro do ambiente fechado, que a gente pensa como
aula de movimento sempre na quadra, pátio, não a gente faz atividade na sala de aula de
bater palmas, ou então, quando vamos fazer uma oração algum aluno vem, se locomove e
muitas vezes puxa a oração, ou então no finalzinho da aula eu deixo com que eles possam
brincar, em alguma atividade que eles já terminaram podem ficar sentar no fundo da sala
pra ficar brincando, então o tempo todo o corpo ta em movimento.(Professora 3)”.
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acho que mesmo assim a gente constrói um conhecimento legal com toda essa
movimentação. Eu procuro respeitar muito essa idéia do corpo mas não penso
especialmente nele.”(Professora 4)
De forma geral, as docentes afirmaram que estabelecem uma relação dos eixos
temáticos logo no planejamento de ensino, sendo que posteriormente estes são trabalhados de
forma individualizada.
“Eu acredito que eles funcionam, porque nós organizamos todo o
planejamento anual dos conteúdos que precisam ser atingidos, inclusive pra eles não
esquecerem, nós organizamos nesses eixos temáticos. Então, ah... tem o primeiro Quem
ama conheci a si e exerce cidadania então trata de identidade, aí nós procuramos todos
os conteúdos que se relacionam com esse tema identidade para o ano de escolaridade,
então a gente faz essa aglutinação. O que não dá certo é o tempo, porque o ultimo como
são quatro eixos, o ultimo a gente não consegue chegar lá. Entendeu? Mas eles funcionam
sim.” (Professora 1).
“Eu lembro que o primeiro ano que eu trabalhei aqui tava separado quem
ama conhece a si e exerce a cidadania, mas quando a gente ia começar o exerce a
cidadania a gente repetia muito de quem conhece a si, então a gente sugeriu pra direção
estar unindo estes dois temas. Eu gosto do tema, principalmente aqui nessa realidade, que
as crianças se agridem demais, são muito violentos, só que eu a única coisa ruim é que eu
vejo é que fica muito repetitivo, que nem todas as séries, todos os anos trabalha quem ama
conhece a si e exerce a cidadania.” (Professora 2).
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o tema pra cidadania, vai fazer uma avaliação sempre tem o tema cidadania, então a gente
consegue sim porque o planejamento ele é aberto, ele é flexível.” (Professora 3).
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gente vai fazer o planejamento anual de acordo com os conteúdos para cada ano de
escolaridade. “(Professora 1).
“Na verdade nós somos um grupo né, enquanto a gente pega o ..., logo que
a gente entra na escola, a gente vê lá que ao invés de ser a direção em 1º luigar , nós
temos os alunos, logo os professores, logo os funcionários, logo os pais e por ultimo a
direção, então nós somos uma equipe, então no planejamento a gente considera ah.. da
onde essas crianças vem, a gente considera a direção fazendo o planejamento com a
gente, os professores, os professores novos, os professores antigos, os professores que já
trabalharam com escolaridade, e a gente consegue...nós fazemos esse planejamento
juntos.” (Professora 3).
“A decisão nunca é individual, pelo menos nas parceiras que eu estive até
agora dos 4º anos de escolaridade ela é sempre coletivo, então a gente reúne, discute,
pega o eixo, pega os textos, seleciona que tipo de texto nós vamos trabalhar, escolhe os
textos de acordo com o tema e daí nós começamos a destrinchar isso nas outras áreas,
porque daí os textos são as chaves (ou achados ?), né, das outras áreas ,é.. então é um
processo por inteiro, eu acho que em geral as professoras do ano de escolaridade ah...
mesmo que seja só de um período, mais geralmente é as duas porque é a mesma apostila
pros dois períodos, ah...nós temos apoio da coordenação e apoio da direção da escola
sem..sem pensar. E assim quando eu penso: ah não tem uma participação efetiva do
aluno? Não tem mesmo nessa elaboração. A participação do aluno ela tá colocada no
histórico dele quando a gente decidiu os temas e ela tá colocado no levantamento que a
gente fez ano passado, no final do ano retrasado, que seria...nós perguntamos pra todas as
crianças quais os assuntos elas gostariam de queriam de discutir e aprender na sala de
aula e onde nós poderemos descobrir esses assuntos que elas gostariam. (Professora 4)”
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- compromisso com a comunidade – estabelecendo, inicialmente, com os
professores e, a seguir, com a sociedade como um todo intervenção nos
problemas sociais e políticos, e compreendendo a escola como um local de
preparação para a vida futura, como agente regulador da sociedade (liberdade,
igualdade, justiça);
Com relação aos esquemas de aulas adotados pelas docentes no que diz respeito a
parte inicial, parte principal e parte final de uma aula, as professoras seguem uma rotina muito
próxima uma das outras. Destaque deve ser dado a dimensão conceitual e dimensão
procedimental dos conteúdos no saber e saber fazer das professoras. A dimensão atitudinal ficou
vinculada nos procedimentos relacionados ao exercício de uma determinada espiritualidade
(podendo ser vinculada a religião), exploração do lúdico na dimensão de se trabalhar as relações
interpessoais, a afetividade e a sociabilidade e na postura educativa que o professor assume em
sala de aula relacionada ao saber ouvir e conhecer um pouco da vida cotidiana dos escolares.
590
podendo se constituir um grande eixo temático e fomentar a perspectiva de uma “pedagogia do
corpo”.
CONCLUSÃO
Com relação ao que se propôs apresentar foi observado que a dimensão reflexiva
do docente se realizou através das compreensões apresentadas no que diz respeito à docência,
bem como através da exploração dos eixos temáticos presentes no projeto político pedagógico da
escola em temas e conteúdos de aulas.
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vem sendo desenvolvido, na forma de projetos integrados (Núcleo de Ensino) em todos esses
anos verificou-se também que esta visão docente está sendo mudada, pois favoreceu um outro
olhar para com a disciplina Educação Física, enxergando-a como necessária para a formação dos
alunos e como uma possível forma de se trabalhar interdisciplinarmente.
AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente e discente da E.M.E.I.E.F. “Maria Apparecida de Luca Moore”, pela participação.
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