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a rtigot écnico

Análise de projeto
de torres metálicas treliçadas
autoportantes, utilizando software
de perfis tubulares de aço
TIAGO LUÍS DUARTE FORTI – fortiago@labmec.fec.unicamp.br
NADIA CAZARIM SILVA FORTI – nadiacazarim@yahoo.com.br
JOÃO ALBERTO VENEGAS REQUENA – requena@fec.unicamp.br

Apresentaremos neste artigo uma análise de projeto de torres metálicas treliçadas autoportantes, utilizando software de
perfis tubulares de aço. As torres, em especial as de telecomunicações, serão abordadas com ênfase na análise das ações
estática e dinâmica de vento que incidem nesta categoria estrutural e que requerem atenção cuidadosa dos calculistas.
Para possibilitar essa análise foi desenvolvido um software de automação de projeto de torres treliçadas autoportantes.
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Mecânica Computacional — LabMeC — do Departamento de Estruturas
da F aculdade de Engenharia Civil, Ar
Faculdade quitetur
Arquitetur a e Urbanismo (FEC) da Unicamp. TTrrabalhar
quitetura am neste pr
abalharam ojeto os alunos de
projeto
mestr ado TTiago
mestrado iago F orti e Nadia Cazarim da Silva F
Forti orti, sob orientação do Pr
Forti, of. Dr
Prof. Dr.. João A. V
V.. Requena e colabor ação dos
colaboração
professor
professor es Dr
ofessores Dr.. F
Frrancisco Menezes e Dr Dr.. Philippe De vloo. O tr
Devloo. abalho foi fr
trabalho uto de par
fruto ceria de pesquisa e desenvolvi-
parceria
mento - P&D, entr
entre e a empr esa V&M do Br
empresa asil e a FEC/UNICAMP
Brasil FEC/UNICAMP,, tendo como coor denador
coordenador
denadores es o Engº Afonso Henrique
M. de Ar aújo pela V&M e o Pr
Araújo of. Dr
Prof. Dr.. João A. VV.. Requena pela UNICAMP
UNICAMP..
O objetivo do software é auxiliar e facilitar o desenvolvimento de projeto estrutural de torres utilizando-se as normas
brasileiras para o cálculo das ações de vento estática e dinâmica e para o dimensionamento das barras. Assume-se
que os cálculos de ações de vento, obtenção dos esforços e dimensionamento das barras envolvem esforço repetitivo
e por isso devem ser automatizados, dando ao calculista maior tempo para reflexão geral do projeto.
Para o desenvolvimento do programa foi utilizado o ambiente Delphi5 seguindo a filosofia de programação orientada a objetos.

2) Roteiro de cálculo modelos. O software automatiza a geo- Esse travamento é feito entre os módulos,
O projeto de uma torre via progra- metria de torres de seção transversal os diafragmas da torre.
ma é dividido em seis etapas: quadrada ou triangular eqüilátera. Além O software aceita apenas forças
1. Geração da geometria automática disso, a silhueta da torre é dividida em nodais nos diafragmas. Essa simplifica-
da torre módulos, em que cada módulo tem a ção é imposta pela interface gráfica e
2. Aplicação automática dos carregamentos mesma dimensão vertical com exceção não por suas rotinas de cálculo que per-
3. Obtenção dos esforços nas barras dos módulos do topo da torre que podem mitem a aplicação de forças em qual-
4. Dimensionamento das barras ter a metade dessa dimensão. Entre os quer nó ou barra. Nos diafragmas são
5. Cálculo do modo de vibração da torre módulos existe uma região denominada normalmente colocados os patamares
6. Dimensionamento final das barras de diafragma (ou patamar) da torre. Em de descanso e de trabalho. Além disso,
da torre torres de seção quadrada, é necessário é a região em que os esforços de vento
A geração da geometria automática um travamento horizontal de modo a evi- sobre as antenas encontrarão uma es-
da torre é automatizada para alguns tar a torção sobre o eixo vertical da torre. trutura treliçada para suportá-los.
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As torres triangulares não necessi- 3) Descrição do programa tura da torre, o software apresenta
tam de travamentos visto que sua se- outras duas facilidades: o cálculo do
ção transversal já é travada e funciona As torres de telecomunicações va- vento na escada e demais acessórios
como diafragma. De qualquer modo, a riam principalmente quanto à geome- e em antenas.
torre triangular segue, na interface tria e ao material utilizado. São bastan- De fato, o vento na escada repre-
gráfica, os mesmos procedimentos da te comuns as torres estaiadas, autopor- senta o vento aplicado a uma estrutura
seção quadrada. tantes e as torres poste. As torres au- contínua ao longo da torre, em que sua
Os carregamentos podem ser apli- toportantes são compostas de uma par- área de obstrução de vento é dada em
cados nos diafragmas. Alguns carrega- te reta superior e uma parte piramidal m2/m. Assim, como uma escada tem
mentos são automatizados pelo progra- na base. São formadas por módulos área constante ao longo da altura da
ma: vento nas antenas, vento na estru- treliçados. São objetos deste estudo as torre, aqui a força é imposta através
tura da torre, vento em escadas e o peso torres autoportantes de seção trans- dessa área distribuída (m2/m) e seu co-
próprio da estrutura. As ações de vento versal quadrada e triangular eqüilátera. eficiente de arrasto.
são aplicadas como forças nodais, sem- Os módulos que a compõem podem ser Para o vento em antenas deve-se
pre nos nós de diafragmas. O peso pró- em triângulo ou losango. A figura 01 ilus- fornecer a área de antena (m 2) em
prio é aplicado diretamente nas barras tra alguns exemplos de torres geradas cada nó dos diafragmas da torre e seu
da estrutura como força gravitacional. pelo programa. A diferença ente torres coeficiente de arrasto para cada ân-
A obtenção dos esforços segue o com perfis tubulares e com perfis em gulo de incidência de vento. Em tor-
princípio de análise matricial de es- cantoneiras é a quantidade de barras. res quadradas deve-se fornecer a
truturas através do método dos des- Por terem melhor comportamento com área e o coeficiente de arrasto de
locamentos. A análise é em regime respeito a estabilidade, os perfis cada antena para ventos a 0º e 45º.
elástico linear. O esquema estático tubulares dispensam, ou requerem
Para torres triangulares deve-se for-
adotado no software é o de barras de menos, barras redundantes para dimi-
necer os dados para ventos a 0º, 30º e
pórtico tridimensional, em que os nós nuir o comprimento de flambagem das
60º. A força de arrasto nas antenas
transmitem esforços axiais, cortantes, barras principais. Isso produz uma es-
será dada pelo produto da pressão de
de momentos fletores e torção. As trutura mais limpa, com menor área
vento pela área de antena e pelo seu
condições de apoio são apoios fixos exposta ao vento e, por conseqüência,
coeficiente de arrasto (F = Q A Ca),
nos nós da base da torre. Essa condi- mais leve.
para cada ângulo de incidência de
ção de apoio pode ser facilmente vento. As antenas podem ser
modificada via arquivo texto de en- posicionadas nos nós dos diafragmas.
trada de dados. Uma vez definidos os dados de en-
O dimensionamento das peças se- trada das ações de vento, o software
gue a norma NBR8800/86. São previstos calcula essas ações e aplica as for-
perfis circulares e quadrados. As barras ças nos nós da estrutura. A NBR6123,
são dimensionadas à flexão composta. em sua tabela 15 (figura 02 deste ar-
A quinta etapa é o cálculo do perío- tigo), define valores para aplicação
do fundamental de vibração da torre. das forças de arrasto nos nós con-
O software dispõe de um módulo de forme o ângulo de incidência do ven-
análise modal. A implementação cal- to e a face da torre. Os valores dessa
cula o período fundamental da estru- tabela são utilizados para aplicação
tura não amortecida e livre de forças do vento na estrutura, conforme ori-
Figura 01 – Exemplos de geometria
externas. O período de vibração é in- entação da norma. Para o vento na
formação importante da torre e pode As ações de vento são automati- escada, optou-se por utilizar esses
ser utilizado para o cálculo das ações zadas pelo software. Dois métodos de mesmos valores. Em torres quadra-
de vento dinamicamente. cálculo são disponíveis: análise está- das e vento a 0º é necessário o cálcu-
A última etapa consiste em redimen- tica, conforme item 7.7 da NBR6123, e lo do coeficiente de proteção η.
sionar a estrutura sob efeito das ações análise dinâmica simplificada, confor- Utiliza-se η = 1.0 para o vento na
de vento considerando o período de vi- me item 9 da mesma norma. Além do escada. Com η= 1.0, a força de arras-
bração fundamental calculado. cálculo das ações de vento na estru- to é aplicada ¼ em cada nó.
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Outro algoritmo compreende ainda -
além das etapas acima - a atualização
das ações de vento. Como a ação do ven-
to nas barras da torre é função da área
efetiva das barras, a mudança nos perfis
implica em mudança de área exposta ao
vento e conseqüentemente em mudan-
ça do coeficiente de arrasto e da força de
arrasto. O vento é atualizado, bem como
Figura 03 – Verificação das barras
o peso próprio e a matriz de rigidez, até a
O método de resolução do problema convergência do problema.
modal é um método iterativo. Os campos
Figura 02 – Valores da tabela 15 da NBR6123
número de iterações e erro da solução in- 4) Análise comparativa
dicam o número de iterações e o erro
O software dispõe do cálculo au- máximo desejado. O primeiro critério en- Nesta seção será analisada uma torre
tomático dos fatores S1, S2, S3 e os contrado finaliza o método iterativo. Ao fi- submetida a ações de vento primeiramen-
de análise dinâmica. Um último dado nal da resolução esses campos são pre- te calculadas via análise estática e em se-
diz respeito ao tipo de perfil das bar- enchidos com o número de iterações rea- guida via análise dinâmica. Os dados de
ras da torre: quadrado (cantos vivos lizadas e o erro alcançado (figura 04) e o projeto da torre são elencados a seguir:
ou levemente arredondados) ou cir- campo período encontrado é preenchido. • 60m de altura total, sendo 20m da par-
cular. Para cada um dos casos exis- te reta superior
tem tabelas separadas na norma • base inferior de 8m e base superior de 3m
NBR6123 para obtenção dos coefici- • módulos de 5m cada, perfazendo um
entes de arrasto. Como o software total de 12 módulos
permite a utilização de perfis circu- • ângulo máximo de inclinação das
lares e quadrados na mesma torre, diagonais de 60º
cabe ao projetista optar por quais • escada com coeficiente de arrasto (Ca)
tabelas deseja obter os coeficientes de 1,2 e área exposta (Ae) de 0,30 m2/m
de arrasto. Para cada módulo da es- • antenas no topo da torre com Ae = 8
trutura é calculado um coeficiente m2, Ca = 1,2 e peso total de 1kN
de arrasto. • antenas a 2/3 da altura (40m) com Ae
São disponíveis dois tipos de análi- = 20,36m2, Ca = 1,4 e peso total de 1kN
se. A análise linear da estrutura para • sobrecarga de 2 kN em cada patamar
Figura 04 – Solução do método iterativo
obtenção dos esforços e a análise de carga permanente e 4,6kN no topo
modal da estrutura para obtenção do O dimensionamento final compreen- da torre de sobrecarga.
modo fundamental de vibração. de algumas características extras ao • Combinações:
O software gera o carregamen- processo de verificação da estrutura. - 1.4 (Peso própria + permanente +
to de peso próprio da estrutura, cal- Nele, a estrutura é verificada e caso al- sobrecarga + peso de antenas + ações
cula os esforços para todas as com- guma barra não suporte os esforços é de vento a 0º)
binações existentes e verifica todas substituída por um perfil, disponível para - 1.4 (Peso própria + permanente +
as barras quando solicitadas aos o grupo ao qual a barra pertence, que sobrecarga + peso de antenas + ações
esforços dessas combinações. Ao suporte as solicitações. Como a estrutu- de vento a 45º)
final, os resultados de deslocamen- ra muda, o processo de verificação re- • Perfis tubulares laminados sem cos-
tos nodais e esforços em todas as começa com a atualização do peso pró- tura circulares
barras são mostrados em tabelas. prio e a construção da nova matriz de Dimensionando-se a torre utilizando a
A taxa de uso das barras é mostra- rigidez. Se alguma barra não passa na análise estática de ações de vento obtém-
da na coloração das barras (figura verificação dos esforços o processo re- se 13232 kg (figura 05) de peso final.
03). Barras vermelhas e rosas não começa. Esse processo se estende até a Uma vez que a torre está dimensio-
passaram na verificação. convergência do problema. nada, pode-se calcular seu período de
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fundamental de vibração e redimensio- A figura 07 mostra as diferentes Conclui-se também que o período
ná-la para os esforços dinâmicos de ven- pressões de vento calculadas via aná- fundamental de vibração da torre deve
to. O período encontrado pela análise lise estática e dinâmica. ser calculado via análise modal. A fór-
A Revista Construção Metálica comunica que os Artigos Técnicos enviados para esta Seção deverão conter informações técnicas gerais, configurando propaganda. E-mail: imprensa@abcem.org.br

modal do programa é de 0.42 s. Esse va- mula proposta pela norma (tabela 19
5) Conclusões
lor é bastante diferente do valor sugerido da NBR6123) é insatisfatória.
pela norma. Utilizando-se a fórmula da A análise de projeto de torres auto- O software desenvolvido tem como
tabela 19 da NBR6123, T = 0.29 Sqrt( H ) – portantes permitiu identificar a importân- principal objetivo auxiliar estudantes e
0.4 obtém-se 1.846 s. cia da análise dinâmica das ações de engenheiros calculistas no projeto de
Redimensionando a torre com as vento. Observou-se que a análise estáti- torres metálicas treliçadas autoportan-
ações dinâmicas de vento, obtém-se o ca, a qual é uma simplificação, conduz a tes com perfis tubulares. A escolha de
peso final de 14730 kg (figura 06). O pe- resultados contrários à segurança da es- perfis tubulares conduz a uma estrutu-
ríodo utilizado no cálculo das ações di- trutura. Utilizando-se a análise dinâmica ra mais limpa que as usuais torres em
nâmicas de vento foi 0,42 s o qual foi obteve-se 14,7 toneladas contra 13,2 to- cantoneiras, aproveitando-se do me-
obtido pela análise modal. neladas utilizando-se a análise estática. lhor comportamento dos perfis
tubulares com respeito à estabilidade.
As torres em perfis tubulares dispen-
sam ou requerem menos as barras
redundantes cuja função é a de dimi-
Figura 05
Peso da estrutura nuir o comprimento de flambagem das
ações estáticas de vento
barras principais, usuais em torres em
cantoneiras. Isso faz com que as torres
em perfis tubulares possuam menor
área exposta ao vento minimizando sua
ação, além de constituir menor núme-
ro de barras a serem fabricadas, trans-
Figura 06 portadas e montadas, reduzindo o peso
Peso da estrutura
ações dinâmicas de vento
total de aço na torre.
O programa, em sua atual fase de
desenvolvimento, está disponível “free”
no site www.fec.unicamp.br/~requena

6) Agradecimentos

Figura 07 Agradecemos ao LabMeC e à Fa-


Pressão de culdade de Engenharia Civil, Arquite-
vento estática
e dinamicamente tura e Urbanismo da Unicamp pela es-
calculada
trutura acadêmica e tecnológica e
oportunidade de desenvolver este tra-
balho. Agradecemos à V&M do Brasil
pela parceria e pelo apoio financeiro.

BIBLIOGRAFIA
1) J. BLESSMANN, “Introdução ao Estudo das Ações Dinâmicas do Vento”, Editora da Universidade-UFRGS, Porto Alegre, 1998
2) M. GÉRADIN, D. RIXEN. Mechanical Vibrations: Theory and Application to Structural Dynamics. Ed. Wiley, Bélgica, 1994.
3) TIAGO FORTI, RENATO BRANCO, J. A. V. REQUENA. Automação da geometria das ações estáticas e dinâmicas devidas
ao vento em torres metálicas autoportantes. Revista Construção Metálica, ano 12, no. 57. nov/dez 2002 e no. 58 jan 2003.
4) FERNANDA O. D. AMADIO NASCIMENTO. Análise de estruturas metálicas de torres treliçadas autoportantes para
telecomunicações. Dissertação de Mestrado, orientador João A. V. Requena, Unicamp. Campinas, fevereiro de 2002.

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