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CURSO : LOGICA DIALÉTICA

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.


1) C=E
2) C=E´ 1.E ... A) fora do T B) no T
2.T
3) C=T
4) C=T´

C Simboliza o conceito [...] T designa o tempo ou realidade temporal [...] E


representa o contrário do tempo, isto é, a eternidade, a realidade não temporal em
sentido positivo. E´ significa “eterno”, em oposição a “eternidade” [...] T´ é o
“temporal”, distinto do próprio tempo.
Primeira possibilidade: o Conceito é a eternidade [...] posição de Parmênides.
Terceira possibilidade: o conceito é o tempo, [...]posição de Hegel [...] a segunda
possibilidade se divide em duas [...] primeira, a variante antiga ou pagã [...]
enunciada por Platão e Aristóteles [...] e segunda, a variante moderna ou judeo-
cristã, claramente enunciada por Kant.” P320-321

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“A diferença entre o sistema teológico e o sistema hegeliano ateu é profunda. [...]


se tem um sistema teísta propriamente dito, isto é, francamente transcendentalista
e monoteísta, desde que se defina o conceito (isto é, o saber absoluto) como uma
entidade eterna que se refere a eternidade, esta última estando fora do tempo”
p.325

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Para Platão, o conceito é (primeiro) eterno (segundo) refere-se a eternidade, que


(terceiro) está fora do tempo. Ao aplicar essa definição do conceito ao ato livre,
chega-se pois ao seguinte resultado.
Assim como o conceito não se refere a realidade temporal na qual prevalece a doxa,
o ato livre também é impossível nessa realidade. No e pelo ato livre, o homem se
refere a algo que está situado fora do tempo. [...] se há escolha há liberdade. Mas
tal escolha se efetua fora da existência temporal, existência essa absolutamente
determinada em sua evolução. Platão adota em seu mito a idéia da metempsicose:
a escolha pode ser reiterada, e as escolhas podem divergir entre si. Mas, de fato,
essa hipótese não é coerente com o conjunto do sistema platônico, no qual o não-
temporal não admite variações. Chega-se logo à concepção (gnóstica e cristã) de
uma escolha única, estabelecida pela relação entre a eternidade extra-temporal (ou
Deus) e o agente livre.” P.328

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Aristóteles não vai além de Platão, Seu sistema é menos aceitável ainda que o de
Platão, porque exclui até o ato livre transcendente. De fato, se a eternidade está no
tempo, toda possibilidade de sair do tempo esta excluída. Só se poderá estar fora
do tempo quando se está no tempo. Uma existência temporal que pudesse ser
escolhida fora do tempo seria incognoscível conceptualmente, porque não seria
eterna no tempo, ao passo que o conceito só pode relacionar-se com uma
eternidade no tempo. Enfim: na medida em que o homem muda, ele não sabe; e
por não saber, ele não é livre (por definição); na medida em que ele sabe, não muda;
por isso, também não é livre, no sentido habitual do termo.” P.332

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Spinoza afirma que o conceito é a eternidade [...] O ser e o pensamento são a


mesma coisa, dizia Parmenides. O Pensamento (ou conceito) é o atributo da
substância, que não é diferente de seu atributo, diz Spinoza [...] não há reflexão
sobre o ser [...] é o próprio Ser que reflete sobre si em e por, ou - melhor ainda -
como conceito. Logo o saber absoluto que reflete a totalidade do Ser é tão fechado
em si mesmo, tão circular, quanto o Ser em sua totalidade: não há nada fora desse
saber, como não há nada fora do Ser [...] O Ser-conceito de Parmênides-Spinoza é
eternidade [...] Por conseguinte, também o saber absoluto de Spinoza deve ser a
eternidade. Quer dizer, deve excluir o tempo. Em outras palavras: não há
necessidade de tempo para realiza-lo; a Ética deve ser pensada, escrita e lida “num
piscar de olhos”. Aí está o absurdo.” P.334
KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“ Vejamos agora o que a concepção kantiana significa no plano antropológico. O


conceito é eterno, mas refere-se ao tempo. Se o conceito é eterno, há no homem
algo que o coloca fora do tempo: é a liberdade, ou seja, o “Eu transcendental”
considerado como “razão prática” ou “vontade pura”. Se há relação do conceito com
o tempo, há também aplicação da “vontade pura” à realidade temporal. Mas, na
medida que há conceito a priori (o que no caso significa ato de liberdade), a relação
com o tempo efetua-se “antes” do tempo. O ato de liberdade, embora se refira ao
tempo, está fora do tempo. É a famosa “escolha do caráter inteligível”. Essa escolha
não é temporal, mas determina toda a existência temporal do homem, na qual não
há portanto liberdade. Deparamos aqui de novo com o mito de Platão [...] que em
Kant se refere ao tempo. E essa diferença traduz se pelo fato de a escolha
transcendental não se efetuar, como em platão, em vista do que o homem é (ou “foi”
fora do tempo, mas em vista do que ele é (ou será) no tempo. Para Platão, trata se
de uma afirmação; para Kant, de uma negação; para o primeiro, consiste em
tornarmo-nos no tempo o que somos eternamente; para o segundo, consiste em
não sermos eternamente o que nos tornamos no tempo, no primeiro, aceitação da
natureza eterna; no segundo, negação da natureza temporal [...] O homem como
ser histórico, continua inexplicável: não se compreende nem o mundo das coisas
concretas onde ele vive, nem a história que ele cria por atos livres temporais” p.344

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“No plano fenomenológico, a filosofia [...] Hegel descreve a existência do homem do


homem que se vê viver em um mundo onde ele sabe que é um indivíduo livre e
histórico. No plano metafísico, essa filosofia diz qual deve ser o mundo onde o
homem pode aparecer assim. [...] No plano ontológico trata-se de ver qual deve ser
o próprio Ser para poder existir como tal nesse mundo. A resposta de Hegel é que
isso só é possível se o conceito real (ou seja, o Ser que se revela a si mesmo por
um discurso existente empiricamente) for tempo. P.346
KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Na Fenomenologia, Hegel é muito radical: afirma [...] que a natureza é o espaço, e
que o tempo é a história [...]Não há tempo natural, cósmico; só há tempo na medida
em que há história, isto é, existência humana, existência que fala. O homem que,
no decurso da história, revela o Ser por seu discurso é o “conceito existente-
empiricamente” [...] e o tempo nada mais é que esse conceito. Sem o homem, a
natureza seria espaço, e somente espaço. Só o homem está no tempo, e o tempo
não existe fora do homem; logo, o homem é o tempo e o tempo é o homem, isto é,
o “conceito que está na existência empírica” espacial da natureza.” P.347

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939. [...]

“No tempo de que Hegel fala, ao inverso, o movimento é gerado no futuro e vai para
o presente passando pelo passado [...] O movimento gerado pelo futuro é o
movimento que nasce do desejo [...] que se dirige a uma entidade que não existe
no mundo natural real e que nele nunca existiu. Só então é possível dizer que o
movimento é gerado pelo futuro: por que o futuro é precisamente o que (ainda) não
é o que (já) não foi. [...] O desejo não pode dirigir-se a uma entidade absolutamente
não existente a não ser que se dirija a um outro desejo considerado como desejo
[...] agir em função do desejo de um desejo é agir em função do que ainda não é,
isto é, em função do futuro [...] o desejo de reconhecimento que – ao opor o senhor
ao escravo – gera a história e a move. [...] Logo, ao realizar-se, o tempo no qual
predomina o futuro gera a história, que dura enquanto dura este tempo, e esse
tempo só dura enquanto dura a história.”p.348
KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Para se realizar, o desejo deve dirigir-se a uma realidade; mas não de maneira
positiva. Deve dirigir-se a ela negativamente. [...] a realidade do desejo vem da
negação da realidade dada. [...] O desejo determinado pelo futuro só aparece, no
presente, como uma realidade [...] se tiver negado um real, isto é, um passado. O
modo como o passado foi (negativamente) formado em função do futuro é que
determina a qualidade real do presente. Só é um presente humano ou histórico o
presente determinado assim pelo futuro e pelo passado. Logo, de modo geral, o
movimento histórico nasce do futuro e passa pelo passado para realizar-se no
presente ou como presente temporal. O tempo que interessa a Hegel é portanto o
tempo humano ou histórico: é o tempo da ação consciente e voluntária que realiza
no presente um projeto para o futuro, projeto esse que é formado a partir do
conhecimento do passado.” P.348-349

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“O tempo é o próprio conceito que “existe-empiricamente” isto é, que existe num


espaço real ou num mundo espacial. [...] o homem é desejo que se dirige a um outro
desejo; isto é, desejo de reconhecimento; isto é, luta sangrenta de prestígio; isto é,
relação senhor escravo; isto é, trabalho; isto é, evolução histórica que chega
finalmente ao Estado universal e homogêneo e ao saber absoluto que revela o
homem integral realizado em e por esse Estado. Enfim, dizer que o homem é tempo
equivale a dizer tudo o que Hegel disse do homem na Fenomenologia” p.351

KOJÉVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Paris. 1933-1939.

“Se o home é tempo, e se o tempo é o “conceito existente-empiricamente”, é


possível afirmar que o homem é o “conceito existente-empiricamente”. E ele é de
fato: por ser o único Ser que fala no mundo, ele é o logos (ou discurso) encarnado
[...] Logo, dizer que o tempo é o “conceito existente-empiricamente” equivale a dizer
que o tempo é o homem, sob a condição de conceber o homem como Hegel fez na
fenomenologia. Tudo o que Hegel diz do homem na Fenomenologia vale para o
tempo e vice-versa.” p.352

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