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pessoa caminhava na calçada com um carrinho de bebê, quando outra parou e elogiou: - como é lindo seu
bebê. A primeira, sem se fazer de rogada, retrucou: - você não viu nada, espere até ver a fotografia.
(Autor desconhecido)
Na modernidade artística, isto é, entre o final do século XIX e o início do XX, as formas
de atribuição de valor às obras de arte deixaram de ter relação com a capacidade
narrativa e a representação realista do mundo. Surgiram sucessivamente novas formas
de expressão, cada uma procurando maneiras inusitadas de retratar realidades
subjetivas, representativas de um indivíduo criador. As qualidades estéticas dos
artefatos artísticos passaram a ser medidas frente a novos critérios, expressivos de uma
sensibilidade emergente que considerava o dom de forma laicizada, como a capacidade
inata do criador de produzir coisas autênticas.
Um dos autores mais importantes para a reflexão acerca desse período e suas
especificidades é Georg Simmel, que procurou compreender a ideia de singularidade
como uma das dimensões do indivíduo, fundamentando o mundo do contrato, na
subjetividade e no individualismo em oposição às variadas formas de coletividade.
Foi na arte abstrata que a ideia de autonomia artística, baseada em um discurso sobre
estética que não levava em conta a prática da percepção sensível aos fenômenos
artísticos (Cf. Campbell, 2010), chegou ao seu auge. Como afirma Schapiro (1937), a
arte abstrata tinha “o valor de uma demonstração prática” das propostas modernistas. A
ausência aparente de relação com a realidade empírica tornava ainda mais concebível a
ideia de que o pensamento e os sentimentos estéticos fossem anteriores ao mundo
representado.
Ainda segundo a autora, as ideias subjacentes à arte abstrata penetraram profundamente
todas as teorias artísticas, mesmo as de seus adversários. A linguagem dos absolutos e
das fontes puras, seja de sentimento, razão, intuição ou do subconsciente, apareceram
mesmo nas escolas que renunciavam à abstração. Os pintores "objetivos" se esforçavam
em ser "objetivamente puros", prezando pela "essência" e completude de seus objetos,
supostamente sem um ponto de vista. Os surrealistas, por exemplo, pretenderam derivar
suas imagens de um pensamento teoricamente puro, liberado das perversões da razão e
da experiência cotidiana.
Uma das principais características desse período histórico foi seu a-historicismo. A
própria história do período era apresentada como interna, um processo imanente aos
artistas. A ideia do talento como algo inato foi potencializada pelas experiências com
“loucos” e crianças. No Brasil, Osório César iniciou por esse caminho, mas foi Nise da
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Silveira, em parceria com Mário Pedrosa, que pavimentou o caminho para os valores da
modernidade artística a partir das experiências estéticas entre os “insanos”. No mesmo
período, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresentava os resultados das
aulas que o artista Carlos Scliar dava para crianças em exposições pelo Brasil, Japão e
EUA. Paradoxalmente, o modernismo artístico pretendia que a arte fosse modificar a
própria realidade da qual se desvinculava.
Esse mesmo modernismo foi marcado por uma contínua ruptura com as hierarquias do
que era considerado ou não arte. Foi próprio desse período a tentativa de totalizar a arte
nos ismos, generalizando suas prerrogativas. A partir da segunda metade do século XX,
vimos serem desenvolvidas novas articulações entre as experiências pessoais e as
representações do mundo. Esses novos desenvolvimentos vieram a ser denominados
“arte contemporânea”.
A ideia de arte contemporânea, surgiu também como uma forma elusiva de tentar
abarcar certa totalidade que lhe escapava. Toda a arte produzida contemporaneamente é
contemporânea? Ou a arte contemporânea é um estilo? Essas são perguntas colocadas
por diversos autores (Smith, 2012, Heinich, 1993).Heinich (1993) pensa a arte
contemporânea a partir da reiteração dos valores artísticos consagrados no começo do
século XX, isto é, a transgressão de fronteiras de forma a trazê-las à tona e torná-las
visíveis. Vera Zolberg (2009) já utiliza a incerteza como critério para definir o estatuto
da arte e do artista contemporâneo. No entanto, a própria expansão da ideia de arte para
novos e variados contextos resulta em uma multiplicidade de propostas que torna
qualquer forma de totalização reducionista. Como coloca Terry Smith, o
“contemporâneo” significa também “múltiplas formas de ser com, em e fora do tempo,
junto e ao mesmo tempo separado, com outros e sem eles” (1993:21).
Uma das vertentes dessa arte produzida na contemporaneidade é uma volta renovada ao
social. Questionamentos, provocações e proposições fazem com que artistas apresentem
propostas que se relacionam com tempos, lugares e pertencimentos diversos. Superada a
era dos grandes relatos, essa arte contemporânea engajada no social coloca desafios à
prática e à interpretação do mundo rechaçando certas afirmações simbólicas. No
entanto, essa produção, para ser reconhecida, precisa que a subjetividade seja
apresentada de forma a superar a particularidade individual, constituindo os
fundamentos de um acordo comum. É assim que vemos esses artistas se apoiarem no
potencial dos diferentes meios materiais e das redes de comunicação virtual para captar,
algumas vezes com humor, a natureza plural das formas do desejo e da afetividade para
questionar valores tidos por muitos como fundamentais e familiares.
Neste número dedicado à discussões de gênero, apresentamos trabalhos de diversas
formas, gêneros, mídias, estilos: poesia, vídeo, colagem, densenho, pintura, fotografia,
performance etc. Elas abordam discussões sobre o feminino, a masculinidade, ser
mulher, ativismos, sexualidades (heteronormativas e dissidentes) e apontam para
diversas interseccionalidades de gênero, raça e classe. Vemos diferentes corporalidades:
homens, mulheres, hermafrodita, pessoas jovens, idosas, brancas, negras, corpos
adequados e desviantes aos padrões sociais.
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plasticidade é contorcida até o seu limite, ético e estético, passando a habitar o mundo
concreto e não mais estando fora dele.
A performance Re-banho de Tales Frey é uma crítica incisiva ao movimento reacionário
e aos moralismos e conservadorismos que crescem no país, tentando controlar os
comportamentos e corpos, definindo uns como “normais” e outros como “desviantes”,
“abjetos”. Neste trabalho, cinco pessoas se banham em frente a uma igreja em Portugal,
tentando alcançar cada pedaço do próprio corpo se movendo entre vestimentas que
camuflam quase tudo. Já em “8M”: Visibilidades e diferenças, Kita Pedroza documenta
uma manifestação do dia da mulher no Rio de Janeiro em 2017, ano em que foi
convocada uma greve internacional de mulheres. A foto apresenta diversas mulheres,
faixas, símbolos, frases pintadas nos corpos, cartazes, seus punhos cerrados, também
apontando uma diversidade geracional. O texto aponta para o contexto e dados de
pesquisas sobre violências contra as mulheres e desigualdades as quais estão
submetidas: com corte de raça e classe, impacto nos salários, da educação, nos acessos
são algumas questões trazidas. O ensaio de Kita Pedroza também reflete os movimentos
de mulheres na fotografia e no audiovisual, as ocupações das ruas com marchas e
protestos, luta pela manutenção de direitos historicamente conquistados e a emergência
de novos campos de visibilidade.
Nomes do Amor, de Simone Rodrigues, apresenta algumas imagens de um projeto mais
amplo (multiplataforma) de documentação de casais LGBTQ que teve início em 2014.
O objetivo da fotógrafa é aumentar a visibilidade em torno das experiências familiares,
contribuindo com a diversidade não apenas dos dircursos e experiências, mas também
de suas representações. De Cris Cabus vemos dois desenhos que abordam fronteiras
entre o masculino e o feminino. Em Fronteiras do Corpo e o Desejo, a artista busca
realçar subjetividades que ultrapassem as fronteiras do sexo. Seu desejo é que elas
sejam compreendidas andrógicamente como forma de transceder os conceitos de
sexualidade e gênero, a fim de diluir as fronteiras do corpo e, por consequência, dos
desejos.
A série de fotografias Por trás das Portas, de Ana Paula Silva e Thadeus Blanchette,
chama a atenção para os impactos dos megaeventos esportivos, em especial no mercado
do sexo. As portas, que sozinhas dizem muito pouco ou quase nada sobre as atividades
desenvolvidas em seu interior, assim como sobre o público e as profissionais que as
frequentam, apenas ganham sentido através do texto. É através dele que a dimensão do
silêncio é sentida. Suely Farhi se propõe e nos convida a termos Motivos para
Casamentos Grupais, projeto que incita reflexões sobre casamento e monogamia como
eixos fundamentais para as relações afetivo-sexuais em nossa sociedade.
Uma pichação é mote para o trabalho de Neli de Almeida, Fêmeas Agressivas, onde a
própria artista apresenta uma leitura interpretativa para os escritos em um muro da
cidade; temos aqui as “muitas coisas” que o escrito lhe diz e faz pensar, e como os
muros das cidades têm sido um suporte sempre presente das mulheres e suas relações
com os espaços de circulação. Amanda Sarmento e Lene Gil explodem com a unicidade
representativa com o projeto Menina Mulher da Pele Preta, onde objetivaram fotografar
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Volume 1, n.5, 2018.
Referências bibliográficas
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Rio de Janeiro, Edição Elfos, Lisboa,
Edições 70, 1995
BOLTANSKI, Luc e Laurent De la justification. Les economies de la grandeur. Galimard,
Paris, 1991.
CAMPBELL, Shirley. A estética dos outros In Revista Proa, n°02, vol.01, 2010.
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Alice Miceli
Projeto dízima periódica. 2007, 1’47” https://vimeo.com/251714759
Carine Caz
Mulheres que têm seus corpos murados por uma padronagem de azulejos portugueses
e cujos rostos não podemos ver por causa de um feixe de luz que, ao invés de iluminá-
-las, ofusca suas identidades: assim são os trabalhos da série chamada Ofuscadas, da
artista visual Carine Caz. Seu trabalho traz justamente à tona a questão de como a
mulher parece estar sempre em evidência: basta ver a grande quantidade de nus que
foram pintados na história da arte ou como a figura feminina é abundantemente explo-
rada na publicidade. Entretanto, o que podemos pensar com as ofuscadas é que esta
evidência é incompleta, pois o que se salienta são os corpos femininos e não a mulher
enquanto sujeito histórico; ofuscam nossas identidades e transformam-nos em simples
objetos de contemplação.
Ao mesmo tempo, o azulejo português, símbolo da fachada da casa e da hierarquia
patriarcal que existe nela por excelência, fronteira entre o público e o doméstico, toma
outros significados quando é colocado na rua e com uma linguagem urbana como o
lambe-lambe: ao invés de aprisionar esses corpos femininos, propõe-se a discutir o
papel da mulher enquanto agente de transformação social.
Deste modo, mais do que ilustrar as questões da mulher-objeto e do papel doméstico,
ao qual a mulher foi relegada, Ofuscadas questiona essas ideias preestabelecidas. E
enquanto arte no espaço público tem a possibilidade de gritá-las e agir sobre todas,
todos e todes que se depararem com suas figuras femininas no cotidiano da cidade.
* Estudante de graduação em História da Arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro e (EBA/ UFRJ) e
licenciada em História pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal).
Ofuscadas 1, Série Ofuscadas, 2017
Catu Rizo
O que pode um corpo?
Este ensaio aconteceu em 2016, no canto de um quarto. As pessoas fotografadas não são
modelos. Em uma janela buraco, três peças de roupa eram ofertadas e funcionava como
um disparador para a performance do corpo diante da câmera. A roupa serviu como más-
cara. Mais como um objeto e menos como vestuário. A proposição desejava uma investi-
gação poética do corpo no espaço e da presença que tal corpo emana. Se alguém ‘é’ uma
mulher, isso certamente não é tudo o que esse alguém é (...)Tal afirmação feita por Butler
me colocou no movimento de compreender as interseções que nos constituem e a
potência do entre-lugar que nosso corpo, enquanto expressão, assume.
Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018
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Mulher Sanduíche
Silvana Andrade
https://www.youtube.com/watch?v=333-ZX6ClWA
Mulher – Sanduíche
Júnia Azevedo
Diogofotografias
Calilde
Simone Rodrigues
Cris Cabus
As obras ora apresentadas – dois desenhos da série Andróginos e o pastel seco Tirésias
– fazem parte de uma coletânea de imagens que buscam estabelecer novas interpreta-
ções, formas de ver e sentir o corpo como protagonista de experiências geradoras de
subjetividades que transcendem as fronteiras do sexo propriamente dito. Transcendên-
cia abre espaço para conhecimentos de naturezas múltiplas e, assim como no mito de
Tirésias, aquele que vivenciou os dois sexos como um andrógino, adquirindo sabedoria
pela transformação, podemos compreender e ampliar os conceitos de sexualidade para o
de gênero ao sermos capazes de conceber o corpo diluindo as fronteiras dele mesmo.
Nesse sentido, quando os conteúdos teóricos de feminilidade e masculinidade tornam-
-se incertos, quando se dissolvem esses estereótipos, amplia-se a consciência do sujeito
em se re-conhecer dentre as tantas possibilidades de gênero, transcendendo inclusive as
formas variadas e disponíveis de desejo dessa condição.
Manipulação digital.
Tamanho A4.
2010 / 2018
Neli de Almeida
Menina Mulher da pele preta é um projeto que quer mostrar a diversidade de mulheres
negras que existem. Numa sociedade onde a mídia impõe um padrão estético a ser segui-
do, as mulheres negras são as mais atingidas por não preencherem esse estimado padrão.
É importante que todas as mulheres negras possam se ver representadas com essas fotos,
se reconhecer, se espelhar, e perceber que há beleza na diversidade e que precisamos
descontruir essa bobagem que “toda preta é igual” porque nós somos únicas e somos
bonitas, sim! Não precisamos nos encaixar em nenhum padrão. Cada uma com seus
traços, seu peso e seu estilo de lidar com o mundo.
Cerca de trinta mulheres negras participaram das fotos que foram expostas, poucas delas
se conheciam de fato. O que as uniu durante a execução do projeto foram suas experiên-
cias de vida semelhantes. A mesmas inseguranças com a aparência, as mesmas crises
durante a infância...
Cada vivência contada unia e fortificava as mulheres que estavam envolvidas nesse
projeto, um laço foi criado, de repente todas pareciam amigas intimas. As fotos foram
feitas de maneira amadora e em um estúdio improvisado, porém já se via o objetivo do
projeto sendo alcançado durante o processo de fotografia.
O reconhecimento de que não estamos sós na luta é um instrumento importante para o
empoderamento feminino. Serve como espelho, reflexo, inspiração do que somos e do
que podemos ser não só esteticamente, como também intelectualmente e de diversas
outras formas.
artistas
Giorgia Narciso
Beatriz Lopes
Mateus A. Krustx
Bia Kalutor
Victor Oliveira
Nelson Almeida
.
L2 udere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018 109
Hermaphroditus, 2015, Giorgia Narciso
Lápis sobre papel, Coleção da Artista
Não dá
Fui expulsa da escola por desobediência
Mas ainda assim sei ler e escrever
Sou inteligente e aprendo rápido
Por isso ainda estou viva
Viva
Vivaaaaaa-
aaaaaaaaa Obrigada pela atenção
Sem Título, 2018, Bia Kalutor
Poesia. Coletivo Xíca Manicongo
Nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, Brasil, onde atualmente mora e trabalha. O trabalho de Miceli se
aplica a viagens investigativas e pesquisas históricas para traçar as manifestações virtuais, físicas e cultu-
rais dos traumatismos infligidos nas paisagens sociais e naturais. Seu trabalho foi amplamente divulgado
em locais que incluem a Bienal de São Paulo, a Galeria Nara Roesler, em São Paulo e a Galeria Max
Protetch, em Nova York. Miceli expôs no Japan Media Arts Festival, em Tóquio, o festival TRANSI-
TIO_MX, na Cidade do México, o Transmediale Festival, em Berlim e o Centro ZKM, em Karlsruhe. Foi
ganhadora de prêmios, como o Prêmio PIPA, no Rio de Janeiro e o Prêmio Cisneros Fontanals Grants and
Comissions Award, em Miami. https://alicemiceli.works/
Amanda Sarmento
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Amanda Sarmento é gradu-
anda em Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Co-fundadora do
primeiro coletivo de mulheres negras da UFRRJ – Coletivo de Mulheres Negras Alice Bruno. Produziu e
dirigiu o Documentário “Mama África” e atualmente participa da pesquisa O Personagem Negro na
Literatura Infanto Juvenil Afro-Brasileira. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/
Ana Kiffer
Professora Associada da Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio,
escritora, colunista da Revista Pessoa, curadora da Exposição ‘Cadernos do Corpo’ (CCJF, 2016), uma
das fundadoras da Revista DR, pesquisadora da obra do francês Antonin Artaud, vem desenvolvendo há
muitos anos uma investigação dos diversos modos de relação entre os corpos e a escrita. Autora dos livros
A punhalada [poesia], (7Letras, 2016, coleção Megamini), Antonin Artaud (EDUERJ, 2016), A Perda de
Si (org.) (Rocco, 2017) e das coletâneas Sobre o Corpo (7Letras, 2016), Expansões Contemporâneas –
literatura e outras formas (UFMG, 2014), Experiência e Arte Contemporânea (Ed. Circuito, 2013), entre
outros artigos e ensaios
Cris Cabus
Nasceu no Rio de Janeiro em 1994. Artista-pesquisadora, graduanda do curso de Artes Visuais da Escola
de Belas Artes da UFRJ, desenvolve uma pesquisa que se refere à ocupação dos espaços pelas mulheres,
articulando-se de modo a subverter a ideia do corpo feminino como um território de livre ocupação.
https://www.facebook.com/Atelier-Cris-Cabus-252157507961/
Fotografo, Diretor de Arte e de Criação, formado em Belas Artes pela USP, desenvolveu sua carreira na
área de publicidade. Com passagens em agências de médio e grande portes de São Paulo, veio para o Rio
de Janeiro após um período de um ano em Arraial d'Ajuda, como proprietário e "chef de cuisine" de um
pequeno bistrô. No Rio de Janeiro, juntou-se à equipe de criação da RedCafé Comunicação, emprestando
o seu tempero criativo. Instagram: @diogocalil
Junia Azevedo
Formada em comunicação social pela PUC-RJ, Júnia Azevedo trabalhou com criação publicitária por 11
anos, em diversas agências de publicidade no Rio de Janeiro. Depois migrou para as áreas de Marketing
e de Comunicação. Atualmente, é assessora de imprensa na área de cultura e arte. Em 2014, publicou seu
primeiro romance, O Ser-se, que descreve o processo de remontagem da identidade de uma mulher, a
partir de um profundo processo de psicanálise. O livro desdobrou-se em um projeto artístico, no qual a
personagem ganhou corpo a partir de intervenções em bonecas.
Kita Pedroza
Fotógrafa e cientista social, formada em Jornalismo (UFRJ, 1995), com pós-graduação em Fotografia
como Instrumento de Pesquisa nas Ciências Sociais (UCAM, 2001) e mestrado em Sociologia e Antropo-
logia (UFRJ, 2005). Atualmente, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UERJ,
2015). Como fotógrafa independente, concentrou sua atividade entre o fotojornalismo, a fotografia
institucional e a documentação de temáticas sociais, manifestações culturais e artísticas. Ao longo de treze
anos, dedicou-se à coordenação de projetos de comunicação e Direitos Humanos em favelas cariocas.
http://kitapedroza.com/
Lene Gil
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Lene Gil é graduanda em
Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Produziu e dirigiu o Docu-
mentário “Mama África” e trabalha como arte-educadora voluntária no Teatro Mário Lago, localizado na
Vila Kennedy. É produtora de eventos e DJ. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/
Martha Niklaus
Artista Visual com formação em Arte Educação, trabalhou 30 anos nos museus do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, na área educativa e de exposições. Criou e dirigiu por 10 anos a Galeria do
Lago, no Museus da República (RJ). Deste os anos 80 participa de mostras no Brasil e no exterior. Ganhou
uma série de prêmios, sendo o último, Redes de Artes Visuais da Funarte - 12ª edição, em 2015.
https://www.marthaniklaus.com/
Neli de Almeida
Formada pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é Mestre em Psicologia
Social e das Organizações pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE - Lisboa,
Portugal, e doutora em Serviço Social da PUC-Rio. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio de Janeiro. Coordenadora do Projeto de Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares - ITCP/campus Realengo-IFRJ, apoiado pelo edital 89/2013-MTE/Senaes-CNPq. Atua nas
áreas de Política Educacional de Extensão, Reforma Psiquiátrica brasileira, direitos humanos dos pacien-
tes psiquiátricos e pessoas com deficiência, saúde mental e economia solidária através da arte e do artesa-
nato. Fotógrafa nos tempos vagos.
Artista visual e professora. Doutora em História pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/CPDOC desenvol-
vendo pesquisa sobre gênero e Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pela mesma instituição.
Graduada em Administração de Empresas pela UFRRJ. Autora do livro “Eu sou uma Pessoa de Tremendo
Sucesso” sobre trajetórias e representações de mulheres executivas.
https://silvanarandrade.wixsite.com/arte
Simone Rodrigues
Artista visual, historiadora e curadora independente. Mestre em História Social da Cultura (PUC-Rio),
diretora na NAU Editora e professora na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Trabalha há mais de 20
anos com projetos que articulam ensino, produção e mostras de arte e fotografia. Realizou pesquisa e
curadoria da exposição A Pintura em Pânico – fotomontagens de Jorge de Lima. É autora do projeto
Nomes do Amor – o amor que ousa dizer seu nome, com retratos e histórias de casais LGBTQI. www.si-
monerodrigues.com.br
Sueli Fahri
Artista e arquiteta, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua pesquisa abrange o espaço com as suas multifce-
tadas abordagens: territorialidades, escrita dos objetos, objeto-escrita e, objetos relacionais. Realizou
trabalhos em instituições culturais, museus e na rua. Organiza vários grupos de pensamento e de ações em
seu atelier, como o Leilão do Vade Retro Abacaxi e os in}ventos. Recebeu prêmios tal como no X Vitor
Meirelles em Santa Catarina e o prêmio Projetéis Artes Visuais da FUNARTE. Realizou sete exposições
individuais e mais de 150 exposições coletivas no Brasil e no exterior, tais como Bienal MercoSul, TRIO
– Bienal Tridimencional, Antologia de Poesia Visual Latino-Americana em Cuba, Obra Nome em Portu-
gal e tem publicações em revistas brasileiras e internacionais. www.suelyfarhi.com
Tales Frey
Artista transdisciplinar, vive e trabalha entre Portugal e o Brasil. Realiza obras amparadas tanto pelas artes
visuais como cênicas, sendo que o ritual, o corpo e a performatividade são motes de especulação tanto nas
suas pesquisas acadêmicas em âmbito de suas formações (graduação, mestrado, doutorado e pós-doutora-
do) como nas suas práticas criativas apresentadas em mais de vinte países. Tales é membro fundador da
Cia. Excessos e da eRevista Performatus. www.ciaexcessos.com.br e www.performatus.net
Artista, curadora, pesquisadora e travesti. Nascida em São Gonçalo, seus trabalhos dialogam com
questões de gênero, instituições e identidades. Aluna da Escola de Belas artes da UFRJ, já integrou expo-
sições coletivas como BA Photo/Tijuana em Buenos Aires (2017), Esquenta para Jack Smith (Capacete,
curadoria de Andreas Valentim e Marcos Bonisson 2017), Carpintaria para Todos (Fortes D`Aloia e
Gabriel, 2017), PEGA – encontro de alunos de artes do Rio de Janeiro (Centro Municipal Hélio Oiticica,
2017). Como pesquisadora já participou Do Seminário Contingências promovido pelo PPGARTES-UERJ
(2017) e do XII Congresso de História da Arte da Unicamp (2017).
Beatriz Lopes
Essa jovem carioca, estudante de Gravura na UFRJ, trabalha com autopublicação desde 2014. Em 2017
começou uma pesquisa com performance de gênero em ambientes virtuais interativos. Utilizando selfies
e informações descartáveis de plataformas sociais procura criar uma mitologia a partir de clichês contem-
porâneos. Além de zines trabalha também com gravura, pintura e intervenção urbana.
Bianca Kalutor
Mulher trans, negra e poeta. Integrante do Coletivo Xica Manicongo, coletivo trans de reafirmação da
cultura nordestina que se apresenta a partir de uma ocupação LGBT interseccional da Feira de São Cristó-
vão
Giorgia Narciso
Essa jovem travesti carioca é graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Corpo,
imagem, beleza, gênero, dinâmicas de relações, resgastes sociais, políticas, moda e afetos são as formas
através das quais usa sua arte para se colocar no mundo.
Mateus A. Krunstx
Nascido em Mutum, interior de Minas Gerais e residente no Rio de Janeiro desde 2001, sempre teve
grande aptidão para arte. Ainda assim, sua produção artística começou a tomar forma somente em 2015,
quando já cursava Artes Visuais na UERJ. Nesse período, junto com alguns amigos deram forma ao
Coletivo de “ações estético-políticas”, “Seus Putos”. Essa experiência, resultou em algumas produções
coletivas para, depois, se tornar uma espécie laboratório de pensamento e discussão sobre os processos
individuais.
Nelson Almeida
Estudante de artes visuais, esse jovem carioca usa das provocações do seu corpo no mundo para materiali-
zar produções em diversas possibilidades na arte. Esse corpo, permeia entre o medo de estar presente e a
vontade de holofote. A pressão da vitória, os problemas na academia e a curiosidade do marginal imagéti-
co, estão inseridos numa categoria maior nessas relações, a negritude como necessidade, junto com o
medo da limitação desse espaço.
Victor Oliveira
graduando em Dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atua como intérprete-bailarino da
Companhia de Dança Contemporânea da mesma universidade. Sua trajetória se deu na investigação e
criação em dança, através da pesquisa em linguagens coreográficas, buscando redimensionar o lugar do
corpo que dança. Seus trabalhos mais recentes são: Missa do Corpo, Mycobacterium e Camélia, que
investigam questões de gênero, o corpo andrógeno e a possibilidade de criar novos corpos alterando a
própria imagem corporal.