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Bretton Woods e o Euromercado
Compreende-se que o intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial foi caracterizado por intensas flutuações cambiais, provenientes, principalmente, do excesso de emissão monetária, da intensificação do uso de políticas protecionistas e por desvalorizações competitivas. Essa situação acabou por propiciar um sistema monetário instável e de não cooperação. Agregada a esses fatores encontra-se a tentativa frustrada de reconstruir o sistema do padrão-ouro. Desse modo, tornou-se necessário a estruturação de um novo conjunto de normas, políticas e instituições que pudessem orientar as transações monetárias internacionais.
Bretton Woods e o Euromercado
Compreende-se que o intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial foi caracterizado por intensas flutuações cambiais, provenientes, principalmente, do excesso de emissão monetária, da intensificação do uso de políticas protecionistas e por desvalorizações competitivas. Essa situação acabou por propiciar um sistema monetário instável e de não cooperação. Agregada a esses fatores encontra-se a tentativa frustrada de reconstruir o sistema do padrão-ouro. Desse modo, tornou-se necessário a estruturação de um novo conjunto de normas, políticas e instituições que pudessem orientar as transações monetárias internacionais.
Bretton Woods e o Euromercado
Compreende-se que o intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial foi caracterizado por intensas flutuações cambiais, provenientes, principalmente, do excesso de emissão monetária, da intensificação do uso de políticas protecionistas e por desvalorizações competitivas. Essa situação acabou por propiciar um sistema monetário instável e de não cooperação. Agregada a esses fatores encontra-se a tentativa frustrada de reconstruir o sistema do padrão-ouro. Desse modo, tornou-se necessário a estruturação de um novo conjunto de normas, políticas e instituições que pudessem orientar as transações monetárias internacionais.
Economia Internacional II 1º Semestre de 2012 - 3º C Catarina Rodrigues Duleba RA: 200910938 Diego Camargo RA: 200912035
Bretton Woods e o Euromercado
Compreende-se que o intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial foi caracterizado por intensas flutuações cambiais, provenientes, principalmente, do excesso de emissão monetária, da intensificação do uso de políticas protecionistas e por desvalorizações competitivas. Essa situação acabou por propiciar um sistema monetário instável e de não cooperação. Agregada a esses fatores encontra-se a tentativa frustrada de reconstruir o sistema do padrão-ouro. Desse modo, tornou-se necessário a estruturação de um novo conjunto de normas, políticas e instituições que pudessem orientar as transações monetárias internacionais.
A desarticulação do sistema monetário ocorrida no período entre-guerras
acabou por designar a necessidade de formular um padrão monetário internacional que fosse capaz de suportar três fatores: as tensões entre os divergentes objetivos de política econômica, a mobilidade internacional dos capitais, a qual já não se mantinha pelo sistema de convertibilidade e o deslocamento do centro hegemônico mundial, da Inglaterra para os Estados Unidos.
Contudo, duas semanas após o ataque de Pearl Harbor, no ano de
1941, os aliados já sabiam que era apenas uma questão de tempo para que a guerra estivesse ganha. Desse modo, começaram a pensar em como seria a nova ordem econômica vigente. Em julho de 1944, os representantes da Aliança das Nações Unidas reuniram-se em Bretton Woods com o intuito de estruturar um novo padrão monetário internacional. Durante a negociação, J. M. Keynes representou o lado dos interesses britânicos (devedores). Já o lado norte-americano (credores) foi representando por H.D.White.
De modo geral, o plano de Keynes abrangia uma política bilateral, uma
vez que tinha em vista o desejo dos Estados Unidos em alcançar uma ordem multilateral. Dessa forma, o plano keynesiano pretendia evitar os prejuízos que o multilateralismo causaria a Inglaterra, a qual se encontrava completamente endividada, principalmente com suas colônias. Ademais, propunha uma moeda mundial que não fosse o dólar (para tirar o poder dos EUA) e a formação de uma câmara de compensação, a qual permitiria que os países superavitários cedessem dinheiro para a câmara em moeda internacional, que seriam repassados aos países deficitários. Desse modo, além de reduzir o déficit da Inglaterra, evitaria o superávit dos Estados Unidos.
Por outro lado, o plano White visava à criação do banco mundial de
reconstrução (não autorizado pelo Congresso por inutilizar os bancos regionais) e do fundo de estabilização internacional (FSI), o qual não se consolidou, mas deu origem a parte do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ademais, os Estados Unidos possuíam praticamente 70% das reservas de ouro. Ou seja, só ele conseguiria sustentar o regime de convertibilidade. Somente o dólar teria lastro em ouro, e as demais moedas teriam paridade fixa em relação ao dólar e seriam conversíveis entre si. Essa situação acabaria consolidando a hegemonia financeira norte-americana no âmbito internacional, através do padrão ouro-dólar.
Compreende-se que os acordos finais de Bretton Woods tenderam muito
mais para os planos de White do que aos planos de Keynes. Ademais, BW apresentou cinco características determinantes: taxa de câmbio fixa, porém ajustável, criação do FMI, do Banco Mundial e da Organização Internacional do comércio (OIC) - não vigora, mas leva a criação do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) - entretanto, a característica mais importante e a qual diferencia BW dos demais padrões monetários refere-se ao controle de capitais. Esse mecanismo, além de ter sido o item que mais funcionou em Bretton Woods, favoreceu ambos os países, pois lhe permitia uma maior autonomia para a realização de políticas monetárias e fiscais. Além disso, o controle de capitais inibe a especulação, o que possibilita que os países mantenham estáveis as suas taxas de câmbio e de juros, que são fundamentais para a tomada de decisão do investidor. Dessa maneira, essa estabilidade permitiu um grande nível de investimento em diversos países, possibilitando o que se chamou de “milagre econômico” ao longo dos anos 50 e 60.
Durante o período em que Bretton Woods vigorava o dinheiro que
circulava no cenário internacional era apenas uma “moeda de conta”, que tinha como função permitir que a troca de mercadoria entre os países. Ou seja, o dinheiro envolvia a função de meio de troca da moeda. Assim, os países quando realizavam trocas comerciais não precisavam pagar suas dívidas imediatamente. Elas eram registradas num banco internacional e ajustadas conforme as transações realizadas pelos países de maneira que não eram os mercados que regulavam o fluxo monetário internacional.
Foi acordado que a partir de 1950 todas as moedas deveriam ser
conversíveis, exceto dos países em desenvolvimento. Porém isso não foi possível antes de 1959, já que as economias européias ainda não tinham se restabelecido do final da Segunda Guerra Mundial e, por isso, não conseguiam manter a paridade com o dólar, devido aos grandes movimentos de especulação. Dessa maneira, criou-se em 1949 a União Européia de Pagamentos, que instaurava a conversibilidade nos países europeus como uma tentativa de ir se adaptando à paridade monetária. Para Moffit, a Guerra Fria tem um papel essencial nessa questão. Devido às divergências entre os EUA, defensor do capitalismo, e a URSS, que visava à expansão do comunismo pela Europa, os norte-americanos se empenharam na realização de programas para a reconstrução de partes do continente europeu, para, de certa forma, conter a ação soviética, através, por exemplo, do Plano Marshall. Até que em 1959 a conversibilidade entre as moedas conseguiu ser instaurada.
A partir do momento em que a maioria dos países passou a se tornar
dependentes do dólar, os Estados Unidos se tornaram a nova hegemonia. Porém, diferentemente do que vinha acontecendo nos últimos quinze anos (de 1945 a 1960) os EUA começaram a demonstrar um déficit em seu balanço de pagamentos, o que fazia com que os países começassem a desconfiar da conversibilidade do dólar quanto ao ouro, uma vez que o mundo estava “inundado” de dólar, que, por sua vez, começou a fraquejar.
Assim, como os EUA vinham de um período político nacional turbulento
devido à pressão realizada pela população pela realização de políticas sociais, o que fazia com que os gastos públicos fossem maiores que sua arrecadação, pelo seu déficit comercial e pelos gastos que estavam tendo com a Guerra do Vietnã, um surto inflacionário começou a surgir no país. Dessa maneira, como as reservas dos países em geral eram dadas em dólar, com o problema da inflação, eles tiveram que começar a emitir moeda, o que fez com que essa crise cambial se espalhasse. Porém, os EUA não podiam valorizar o dólar, pois acabariam com Bretton Woods. Assim, Nixon, em 1971 argumenta que o sistema monetário vigente estaria prejudicando os EUA e dessa maneira, anuncia, unilateralmente, o fim de Bretton Woods e o fim da conversibilidade entre o dólar e o ouro.
Durante esse período entre 1968 e 1971, chamado de “crise do dólar”
vai se formando o Euromercado conforme a Inglaterra – visando seu objetivo de voltar a ser uma potência financeira internacional - foi concedendo, a partir de 1946, que fossem realizados no país depósitos e empréstimos em moedas que não fossem a libra, o que foi muito importante, principalmente, para a China e a URSS, que não podiam fazer aplicações nos bancos norte- americanos, pois eram vistos pelos EUA como ameaças comunistas. Além disso, o Banco da Alemanha apresentava altos superávits em seu balanço de pagamentos fazendo com que se acumulassem grandes quantidades de dólar, o que aumentava ainda mais o montante de capital do Euromercado.
Esse novo sistema correspondia a uma “democratização” dos negócios
financeiros de maneira “privatizada”. Ou seja, nesse período os países que precisavam de empréstimos não precisavam pedir ajuda aos países ricos, mas sim diretamente aos bancos, o que, de certa forma, facilitou a concessão dos empréstimos, uma vez que antes as negociações eram feitas por tecnocratas, o que as deixava mais difíceis e atenua, também, os choques entre centro e periferia. Além disso, ele ajudava de certa forma, a legitimar o papel do dólar como moeda internacional, uma vez que facilitava a sua circulação entre diversos países.
O “Choque do Petróleo”, que correspondeu a um imenso aumento do
preço do produto, a partir de 1973, foi um dos principais itens para o desenvolvimento do Euromercado. O que aconteceu foi que esse aumento dos preços, acabou propiciando uma recessão em vários países, o que fazia com que eles tivessem que pedir empréstimos. Por outro lado, foi se acumulando um grande montante de dinheiro nas mãos dos árabes (exportadores de petróleo) que acabava sendo direcionado aos empréstimos dos outros países que precisavam do dinheiro, para até mesmo, realizar a compra de petróleo. Essa abundância de capital fez com que muitos países, principalmente os em desenvolvimento, conseguissem o dinheiro necessário para manter os programas de crescimento que estavam sendo implantados, como foi o caso do Brasil.
Então, foi através dessa modificação do cenário internacional como a
formulação do Euromercado, a entrada de países na concorrência industrial e inovações financeiras – consórcio de bancos, formação de agências insulares e a adoção, pelos bancos, de taxas de juros variáveis – que acabou provocando uma abundância de capital em busca de rentabilidade, expondo a incapacidade do governo norte-americano em manter o antigo sistema. Principalmente porque a manutenção de Bretton Woods previa alguns mecanismos que não cabiam mais a essa nova ordem, que agora demandava um sistema mais liberalizado e sem tantas regulamentações, como por exemplo, as taxas de câmbio e o controle de capitais que vigoravam anteriormente. Esse conjunto de fatores acabou por finalizar o padrão dólar-ouro, ou seja, o sistema de Bretton Woods.
Foi só a partir de 1979 que os EUA conseguiram recuperar a sua
hegemonia no cenário mundial. Para recuperar o capital que fugia do país, em direção ao Euromercado, Paul Volcker triplicou as taxas de juros norte- americanas absorvendo o capital de volta para os EUA. Como resultado, todos os outros países tiveram que elevar suas taxas de juros, mas mesmo assim não conseguiram competir com a credibilidade que tinha o dólar, o que acabou gerando uma “recessão mundial”. Assim, grande parte dos países que detinham empréstimos no Euromercado acabou quebrando, e muitos, como Brasil, Venezuela e México chegaram a decretar sua moratória. BIBLIOGRAFIA
BELLUZZO, Luis Gonzaga. Os antecedentes da tormenta. Carta Maior.
Disponível em: <http://www.dombarreto.g12.br/aquivo/temporarios/zeitgesit/L.G.Belluzzo-Os %20antecedentes%20da%20tormenta.pdf>. Acesso em 28 de maio de 2009
EICHENGREEN, B. A Globalização do Capital. Uma história do Sistema
Internacional Monetário Internacional. São Paulo, Editora 34, 2000.
MOFFIT, M. O Dinheiro do Mundo, Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1984
De OLIVEIRA, Giuliano Contento; MAIA, Geraldo; MARIANO, Jefferson. O
Sistema de Bretton Woods e a dinâmica do sistema Monetário Internacional Contemporâneo. Pesquisa e Debate, SP, volume 19, numero 2 ( 34) pp. 195- 219, 2008.Disponível em: <http://www.pucsp.br/pos/ecopol/downloads/pesquisa_debate/05_24_07_def.p df >. Acesso em 28 de maio de 2009