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AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003.51.05.

000973-3/RJ

RELATOR : JUIZ FEDERAL CONVOCADO ALUISIO GONÇALVES


DE CASTRO MENDES EM AUXÍLIO AO
DESEMBARGADOR FEDERAL ABEL GOMES
AGRAVANTE : LUIZ CARLOS BADINI
ADVOGADO : CARLOS ALBERTO CARNEIRO DE CARVALHO E
OUTROS
AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR: JOÃO FELIPE PONTES SINATTI

APELANTE : LUIZ CARLOS BADINI


PROCURADOR: CARLOS ALBERTO CANEIRO DE CARVALHO E
OUTROS
APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR: JOÃO FELIPE PONTES SINATTI
ORIGEM : JUÍZO DA 1ª VARA FEDERAL DE NOVA FRIBURGO/RJ

RELATÓRIO

Trata-se de agravo interno interposto pelo autor em face da decisão de


fls. 247/253, que, com base no caput do artigo 557 do CPC, negou
provimento à apelação cível da parte autora, mantendo, assim, a sentença de
1º grau, no sentido da não conversão do período de 07/07/1987 a 11/03/1996
para contagem especial do tempo de serviço.

A agravante pugnou pela reforma do julgado, alegando, em síntese, que


o Decreto 4.882/03, ao alterar o artigo 65 do Decreto 3.048/99, dispensou a
comprovação da permanência de exposição do empregado ao elemento
nocivo para a caracterização da atividade com risco permanente.

Não houve contra-razões.

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AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003.51.05.000973-3/RJ

É o relatório. Em mesa para julgamento.

ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES


Juiz Federal Convocado
Relator

VOTO

I – DO HISTÓRICO LEGISLATIVO DA APOSENTADORIA


ESPECIAL.

A aposentadoria especial foi instituída pela Lei nº 3.807 de 26 de


agosto de 1960, para o segurado que tivesse cinqüenta anos ou mais de idade
e quinze anos de contribuição, além de ter trabalhado durante quinze, vinte
ou 25 anos, pelo menos, conforme atividade profissional, em serviços que
fossem considerados penosos, insalubres ou perigosos. Posteriormente, o
Decreto nº 53.381/64 regulamentou o aludido diploma legal, criando o
quadro anexo que estabelecia a relação entre os serviços e as atividades
profissionais classificadas como insalubres, perigosas ou penosas, em razão
da exposição do segurado a agentes químicos, físicos e biológicos, com o
tempo de trabalho mínimo exigido, nos termos do art. 31 da mencionada
Lei, que determinava, ainda, que a concessão da aposentadoria especial
dependeria de comprovação, pelo segurado, do tempo de trabalho habitual e
permanente prestados em serviços dessa natureza.

Ressalte-se que a Lei nº 5.527/68, de 08 de novembro de 1968, veio a


restabelecer o direito à aposentadoria especial às categorias profissionais que
até 22 de maio de 1968 faziam jus à aposentadoria de que tratava o artigo 31
da Lei nº 3.807/60, em sua primitiva redação e na forma do Decreto nº
53.831 de 24 de março de 1964, que haviam sido excluídas do benefício por
força da nova regulamentação aprovada pelo Decreto nº 63.230 de 10 de
setembro de 1968, o que assegurou, naquela altura, a preservação do direito

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em tela.

Há que se mencionar, também, a Lei nº 5.890 de 08 de junho de 1973,


que estendeu às categorias profissionais de professor e aeronauta o direito de
serem regidas por legislação especial (art. 9º). Em seguida, sobreveio o
Regulamento dos Benefícios da Previdência Social – RBPS, aprovado pelo
Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979 que, além de fixar regras
atinentes à carência, tempo de serviço e conversão para fins de
aposentadoria especial (artigo 60 e seguintes), estabeleceu uma unificação
com o quadro do Decreto nº 53.831/64, criando, então, os anexos I e II, que
tratavam, respectivamente, da classificação das atividades profissionais
segundo os agentes nocivos, e da classificação das atividades profissionais
segundo os grupos profissionais, sendo que a inclusão ou exclusão de
atividades profissionais dos citados anexos seria feita por decreto do Poder
Executivo, e as dúvidas eventualmente surgidas sobre o enquadramento,
seriam dirimidas pelo Ministério do Trabalho.

Merece, igualmente, menção o Decreto nº 89.312, de 23 de janeiro de


1984, que expediu nova edição da Consolidação das Leis da Previdência
Social, dando ênfase às categorias profissionais de aeronauta, jornalista
profissional e professor, em especial os seus artigos 35 a 38.

Na égide da atual Constituição Federal, a Lei nº 8.213, de 24 de julho


de 1991, que dispõe sobre O Plano de Benefícios e Custeio da Previdência
Social, não inovou o seu texto original, quanto aos critérios relativos à
concessão da aposentadoria especial. O Decreto nº 611, de 21 de julho de
1992, reiterou o disposto nos anexos I e II do Decreto nº 83.080/79 e no
anexo do Decreto nº 53.813/64, conforme previsto em seu artigo 292, a
saber: “Para efeito de concessão das aposentadorias especiais serão
considerados os Anexos I e II do Regulamento dos Benefícios da
Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 83.080 de 24 de janeiro de
1979, e o anexo do Decreto nº 53.831 de 25 de março de 1964, até que seja
promulgada a lei que disporá sobre as atividades prejudiciais à saúde e à
integridade física”.

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Todavia, a Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, alterou de forma


conceitual a Lei nº 8.213/91, ao suprimir do caput do art. 57 o termo
“conforme atividade profissional”, mantendo, apenas o requisito das
“condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade físicas”.

Sobreveio, então, o Decreto nº 2.172, de 05 de março de 1997, que, em


seu artigo 62 e seguintes, dispôs sobre a necessidade de apresentação dos
formulários estabelecidos pelo INSS e emitidos pela empresa ou preposto,
com base em laudos técnicos de condições ambientais do trabalho,
expedidos por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho,
com o fim de demonstrar as condições especiais prejudiciais à saúde ou à
integridade física.

Nessa linha de acontecimentos, a Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de


1997, dando nova redação ao artigo 58 da Lei 8.213/91, estabeleceu que a
relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de
concessão de aposentadoria especial, seria definida pelo Poder Executivo.

Sucede que a Lei nº 9.711, de 20 de novembro de 1998, por seu artigo


28, revogou, tacitamente, o § 5º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, já com a
redação dada pela Lei nº 9.032/95, o que limitou a possibilidade de
conversão ponderada do tempo de serviço especial à data de 28 de maio de
1998.

Em outra perspectiva, visando a identificar a provisão necessária em


decorrência do custeio do benefício em questão, dispõe o artigo 57 da Lei nº
8.213/91 (redação dada pela Lei nº 9.732 de 11 de dezembro de 1998), em
seu § 6º, que o seu financiamento seria derivado dos recursos provenientes
da contribuição de que trata o inciso II do artigo 22 da Lei nº 8.212 de 24 de
julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos
percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da
empresa permita a concessão da aposentadoria especial após quinze, vinte ou

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vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

O mesmo diploma de 1998, – Lei nº 9.732 - tratou também de acrescer


ao artigo 53 da Lei 8.213/91, o § 7º, para estender aos segurados titulares de
aposentadorias especiais, a vedação antes somente dirigida aos titulares de
aposentadorias por invalidez, no sentido de proibir o retorno à atividade, sob
pena de ser efetivado o cancelamento do benefício.

Por fim, cumpre consignar que o artigo 1º da Medida Provisória nº 83,


de 12 de dezembro de 2002, convertida na Lei nº 10.666, de 08 de maio de
2003, dispôs sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de
cooperativa de trabalho ou de produção, dando outras providências.

II - DO MÉRITO

O que se pode concluir do relato histórico acerca da legislação que


disciplina a concessão de aposentadoria especial, é que até o advento da Lei
nº 9.032/95 era possível contar o tempo de serviço prestado em condições
prejudiciais e penosas à saúde, e também o exercido por uma determinada
categoria profissional, em virtude de presunção legal, conforme listagem
anexada aos Decretos que regulamentavam a matéria. Esse era, não só o
espírito da legislação que regia a questão, como parece ser também a mens
legislatoris de então.

A Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, contudo, inaugurou uma nova


concepção sobre o instituto da aposentadoria especial, quando suprimiu do
caput do art. 57 da Lei nº 8.213/91 o termo “conforme atividade
profissional”, deixando apenas o requisito das “condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física”. Essa alteração não está
restrita apenas ao fenômeno da sucessão de leis no tempo, a respeito de
determinado instituto, mas compreende uma nova forma de pensar o referido
instituto e concebe uma nova finalidade para a tutela das situações de fato,
por ele abrangidas. Não mais se tem por objetivo atender a toda uma

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categoria profissional pelo só fato de sua existência, mas sim contemplar


com aposentadoria especial aquelas situações de fato em que,
comprovadamente, haja o exercício efetivo de atividade especial.

Penso que, nesse aspecto, andou bem o legislador, pois o que importa
para fins de concessão de aposentadoria especial não é a presunção da
existência de condições especiais que causem dano à saúde ou à integridade
física de toda uma categoria, e muito menos a especificidade abstrata desta
ou daquela categoria, mas sim a demonstração concreta do trabalho em
atividade que esteja compreendida naquelas condições.

II – 1. Do direito relativo à matéria.

Há uma posição jurisprudencial assente, no sentido de que o tempo de


serviço especial deve ser comprovado de acordo com a legislação vigente à
data dos fatos. A Constituição Federal, por sua vez, no atual art. 201, § 1º,
ressalva a hipótese da aposentadoria especial, nos termos da lei
complementar, quando houver atividades prestadas em situações prejudiciais
à saúde e à integridade física.

No vácuo da necessária lei complementar, o que se tem hoje é uma


legislação que, a par de atender ao comando do disposto na Constituição,
acaba por regular a concessão da aposentadoria especial de acordo com o
tempo de sua vigência. Assim, não se perca de vista que, mesmo sob a égide
da Lei nº 8.213/91, posterior à Constituição de 1988, o Decreto nº 611/91,
que a regulamentou, acabou por ratificar os anexos do Decreto nº 53.831/64
e Decreto nº 83.080/79, os quais relacionavam as categorias profissionais
que faziam jus à aposentadoria especial, de forma abstrata, situação que só
foi alterada a partir da Lei nº 9.032, de 29 de abril de 1995. Desta para
frente, sim, a contagem especial do tempo de serviço passou a exigir a
comprovação concreta das condições que dão ensejo a esse tipo de
benefício, ainda que a categoria profissional esteja relacionada em Decreto
regulamentar.

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Mais adiante, inclusive, a partir do advento do Decreto nº 2.172, de 05


de março de 1997, passou a ser exigida a apresentação dos formulários
estabelecidos pelo INSS e emitidos pela empresa ou preposto, com base em
laudos técnicos de condições ambientais do trabalho, expedidos por médico
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

Vale dizer, conclusivamente, que, para a obtenção da aposentadoria


especial, com base em fatos anteriores à Lei nº 9.032/95 basta demonstração
de que a atividade profissional exercida pelo segurado era daquelas
relacionadas como perigosas, insalubres ou penosas em rol contido em
norma expedida pelo próprio Poder Executivo; com relação aos fatos
ocorridos entre a Lei nº 9.032, de 29 de abril de 1995 e a expedição do
Decreto nº 2.172/97, de 05 de março de 1997, o benefício só será concedido
se restar comprovado nos formulários SB-40 e DSS-8030, que o pretendente
desempenhou atividade profissional com efetiva exposição a agentes
nocivos e a partir daí, mediante a apresentação de laudo técnico.

A propósito, o eg. Superior Tribunal de Justiça já firmou sua


jurisprudência a respeito, conforme se infere da seguinte ementa
colacionada:

“PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.


CONVERSÃO. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS.
COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. PERÍODO ANTERIOR
À LEI 9.032/95. DESNECESSIDADE. RECURSO NÃO
CONHECIDO.

As Turmas que compõem a Egrégia Terceira Seção firmaram sua


jurisprudência no sentido de que é garantida a conversão, como
especial, do tempo de serviço prestado em atividade profissional
elencada como perigosa, insalubre ou penosa em rol expedido pelo
Poder Executivo (Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79), antes da
edição da Lei 9.032/95, independentemente de laudo pericial

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comprovando a efetiva exposição a agentes nocivos.


Quanto ao lapso temporal compreendido entre a publicação da Lei
nº 9.032/95 (29/04/1995) e a expedição do Decreto nº 2.172/97
(05/03/1997), e deste até o dia 28/05/1998, há necessidade de que
a atividade tenha sido exercida com efetiva exposição a agentes
nocivos, sendo que a comprovação, no primeiro período, é feita
com os formulários SB-40 e DSS-8030, e no segundo, com a
apresentação de laudo técnico.
3. Recurso não conhecido”. (STJ, RESP 411605/PR, Quinta
Turma, Rel. em. Min. Laurita Vaz, DJ de 28/04/2003, pg. 00239).

De qualquer forma, restou sedimentado o entendimento de que a


caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições
especiais deverá obedecer ao disposto na legislação da época da prestação do
serviço, merecendo destaque o seguinte precedente jurisprudencial:

“RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA. VIGILANTE BANCÁRIO. LEI VIGENTE
AO TEMPO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
ENQUADRAMENTO. ATIVIDADE ESPECIAL. ROL
EXEMPLIFICATIVO. POSSIBILIDADE.

A Egrégia 3ª Seção desta corte Superior de Justiça já pacificou


entendimento no sentido de que o tempo de serviço é regido pela
lei vigente ao tempo de sua prestação.
Desse modo, em respeito ao direito adquirido, se o trabalhador
laborou em condições adversas e a lei da época permitia a sua
contagem de forma mais vantajosa, o tempo de serviço assim deve
ser contado.” (STJ, RESP 441469, Sexta turma, Rel. Min.
Hamilton Carvalhido, DJ de 10/03/2003, p. 338).

II. 2. Conversão do tempo de serviço.

Deve ainda ser explicitado que, no tocante à conversão do tempo de

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serviço parcial prestado entre as atividades sujeitas à aposentadoria especial,


há de se obedecer a tabela de conversão que estabelecia fatores específicos
para as diferentes faixas de 15, 20 e 25 anos de serviço.

Assim, se o segurado desempenhou diversas atividades sujeitas a


condições especiais sem, contudo, completar o tempo necessário, poderia
converter tempo de uma para outra, considerando a atividade preponderante
que era a de maior tempo.

Acontece que o artigo 28 da Lei nº 9.711, de 20 de novembro de 1998,


ao revogar tacitamente o § 5º do artigo 57 da Lei 8.213/91, limitou a
possibilidade de conversão ponderada de uma determinada atividade em
tempo de serviço especial à data de 28 de maio do mesmo ano.

Nesse sentido:

“PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADES


INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS. CONVERSÃO
PONDERADA. TERMO FINAL. LEI Nº 9.711/98.
PRECEDENTES.

A teor do art. 28 da lei 9.711, de 20 de novembro de 1998, a


possibilidade de conversão ponderada do tempo de serviço
especial está limitada ao labor exercido até 28 de maio de 1998.
Precedentes das Egrégias Quinta e Sexta Turmas do STJ.
Recurso Especial conhecido e provido.” (STJ, RESP 507287/SC,
Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJ de 14/10/2003, p. 364).

Não obstante, o artigo 70 do Decreto nº 3.048/99 admite a contagem


diferenciada do tempo de serviço especial na conversão para tempo comum,
de acordo com tabela nele constante, do que se conclui que tal regra se
aplica ao trabalho prestado em qualquer período, inclusive às relações de
trabalho posteriores à Lei 9.711/98.

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III – DO CASO CONCRETO.

Depreende-se da análise do formulário (SB 40) de folha 16 que o autor,


no período de 01/07/8 a 06/03/96, realizava as seguintes tarefas: técnico de
segurança do trabalho – “percorre diariamente as sessões do setor fabril: -
Usinagem – Galvanoplastia – Lixadeira – Injetora – Extrusora –
Ferramentaria – Serigrafia – Tamboreamento – Carpintaria – Tratamento
de Efluentes – Canetas – Embalagem ; observando, fiscalizando,
identificando os riscos nos ambientes, acompanhando e adotando medidas
prevencionistas de modo a evitar acidentes, promover a saúde e preservar a
vida do trabalhador com os primeiros socorros e atendimento,
encaminhamento dos acidentados, quando necessário. Exposto a todos os
agentes agressivos dos setores acima citados. Exposição a esses agentes de
modo habitual e permanente.”

Portanto, as atividades acima não devem ser consideradas insalubres,


para fins de contagem especial do referido tempo de serviço, posto que,
conforme os documentos acostados, o autor não se encontrava em contato
direto e permanente com agentes agressivos, durante toda sua jornada de
trabalho, vez que apenas percorria os setores da empresa.

Por fim, observe-se, não procede a argumentação da parte autora de que


as alterações trazidas pelo Decreto 4.882/2003 ao artigo 65 do Decreto
3.048/1999 se aplicam ao caso concreto em análise. Isto porque a legislação
aplicável ao reconhecimento da natureza da atividade exercida pelo
segurado, se comum ou especial, bem como à forma de sua demonstração, é
aquela vigente à época da prestação do trabalho respectivo.

Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao agravo interno.

É como voto.

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ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES


Juiz Federal Convocado
Relator

EMENTA

DIREITO PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL –


CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO – PROVA DO EXERCÍCIO DE
TRABALHO EM CONDIÇÃO ADVERSA DE FORMA HABITUAL E
PERMANENTE – SOMENTE O TRÂNSITO PELAS ÁREAS DE RISCO
NÃO CONFIGURA ATIVIDADE PERMANENTE.

I – A jurisprudência de nossos tribunais pacificou o entendimento de


que a legislação aplicável ao reconhecimento da natureza da atividade
exercida pelo segurado, se comum ou especial, bem como à forma de sua
demonstração, é aquela vigente à época da prestação do trabalho respectivo.
II – Para a obtenção da aposentadoria especial, com base em fatos
anteriores à Lei nº 9.032/95 é necessária a demonstração de que a atividade
profissional exercida pelo segurado constava em rol contido em norma
expedida pelo próprio Poder Executivo. A categoria profissional de técnico
de segurança do trabalho não constava do quadro anexo do Decreto
53.831/64, não podendo ser considerada, para este período, como perigosa,
insalubre ou penosa.
III – No período posterior ao advento da Lei 9.032/95, a comprovação
da atividade especial é feita por intermédio dos formulários SB-40 e DSS-
8030, até a edição do Decreto 2.172/97, que regulamentou a MP 1523/96
(convertida na Lei 9.528/97), que passou a exigir o laudo técnico.
IV – O autor não se encontrava em contato direto e permanente com
agentes nocivos durante toda a sua jornada de trabalho, vez que apenas
percorria os setores da empresa. Portanto, suas atividades não poderiam ser
consideradas como insalubres para fins de contagem especial do tempo de

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serviço.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas;


DECIDE a Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da
2ª Região, à unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos
do Relatório e Voto, constantes dos autos, que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.

Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2008 (data do julgamento).

ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES


Juiz Federal Convocado
Relator

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