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Grosso
Mortes foram provocadas por problemas de saúde, diz Conselho Indigenista.
Índios da etnia Xavante foram as principais vítimas em 2010.
No ano passado, 92 crianças indígenas morreram por falta de cuidados médicos ou por
problemas de saúde das mães na hora do parto, enquanto 60 índios adultos foram
assassinados e outros 152 estão sob ameaça de morte, afirma um relatório do Cimi relativo a
2010 e divulgado parcialmente nesta quarta-feira.
Na maioria dos casos, o Cimi indica que as causas das mortes são a desnutrição, os
problemas respiratórios e diversos tipos de doenças infecciosas.
O relatório também cita, embora não precise onde ocorreram, 33 casos de “invasões” de terras
indígenas por parte de pessoas alheias a essas comunidades e dedicadas “à exploração ilegal
de recursos naturais”.
Segundo o bispo Erwin Kräutler, presidente do Cimi, os índios brasileiros “continuam cravados
na cruz, são violentados e assassinados ou expulsos de suas terras ancestrais, reduzidos a
párias da sociedade e tratados como animais ou vagabundos”, “sem as mínimas condições de
sobrevivência física e muito menos cultural”. O Cimi afirmou que o estudo se apoia em
informações da Polícia Federal e do Ministério Público, embora tenha esclarecido que “não
estão contemplados todos os casos”, por isso que o conteúdo do relatório “indica apenas uma
tendência”. Fonte: O Estado de São Paulo Online
O governo lança neste mês um programa destinado a realizar testes rápidos de HIV, sífilis e
hepatites B e C em todas as aldeias indígenas do Brasil.
A ação pretende examinar, até o fim de 2012, todos os índios brasileiros com mais de dez anos
– idade média para o início da vida sexual no grupo – e encaminhar para o tratamento os que
obtiverem resultados positivos.
A prevalência de sífilis na população indígena avaliada foi de 1,43%, inferior à média do resto
do país (2,1%), ao passo que a de HIV foi de 0,1%, ante 0,6% da média nacional.
Para Souza, ainda que inferiores aos índices nacionais, ambos os dados exigem atenção por
demonstrar que há transmissão dos vírus mesmo em populações isoladas, o que indica que
seus integrantes mantêm contato com pessoas contagiadas fora das aldeias.
– Qualquer índio que obtenha resultado positivo numa aldeia é motivo de preocupação.
Em gestantes indígenas, a prevalência de sífilis foi de 1,03%, mais baixa que as taxas
encontradas em gestantes nos centros urbanos (1,6%). O índice de HIV em indígenas
gestantes foi de 0,08%.
Segundo o IBGE (Instituto de Geografia Estatística), há cerca de 650 mil indígenas em aldeias
no Brasil.