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A∴ R∴ L∴ M∴ Bandeirantes 103
Trabalho Espontâneo
“O Mito da Caverna e os cegos que não querem ver”
Por outro lado, desejando permanecer fora, ainda tem por opção a de
retornar apenas para libertar seus companheiros, reportando a eles o que havia
descoberto fora da caverna. Entretanto, muito provavelmente, talvez eles não viessem
a acreditar em seu testemunho, já que para eles verdade e realidade se manifestam
apenas através de sua frágil percepção e limitada vivência na caverna.
Resumidamente, com o ‘Mito da Caverna’, Platão almejou revelar a
importância da educação e da contínua aquisição do conhecimento, sendo esses os
únicos instrumentos que permitem aos homens ficarem a par da realidade da vida que
se encontra sob as aparências, chegando mais próximo da verdade, servindo-se da
reflexão e do pensamento crítico.
Saramago defende uma tese que ‘diante da pressão dos tempos, algo
se perdeu, algo que não tem nome; e essa coisa é a nossa essência, é o que somos’.
“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”, diz ele de forma sucinta,
mas precisa e esclarecedora, pois a espécie humana vem, paulatinamente, se tornando
cega, aparentemente de forma inexplicável e em progressão geométrica. E esse
crescimento segue acumulando, cada vez mais, pessoas oprimidas intelectualmente,
que precisam se adaptar a uma vida em que nada mais é visível, é real, ou seja, se
constituindo na pior espécie de cegos que possa existir, que é a dos que não querem
ver, ou o ‘Homem Medíocre’ como bem descreveu José Inginieros em sua excepcional
obra de 1948, na qual, resumindo seu pensamento, ele diz: “No verdadeiro homem
medíocre, a cabeça é um simples adorno”.
Essa nova espécie, mais do que nunca, para não perecer, escravizada,
carece de líderes que os orientem e os libertem de seus grilhões existenciais.
E esses líderes quem seriam? Tais líderes são todos aqueles que,
tendo a oportunidade de escapar de sua caverna simbólica, o fazem. Com esforço e
perseverança o fazem; aprendem, refletem, crescem e, mais do simplesmente isso,
estendem suas mãos aos que necessitam de auxílio para enxergar, para que deixem de
se constituir numa espécie de escravos e aleijados modernos.
Assim, entendo que seja esse o nosso dever, pois a nós nos é dada a
possibilidade de aprender e de transcender, libertando-nos de nossa ignorância e
preconceitos e, desta forma, não podemos continuar a fugir de nossa responsabilidade
de retribuição, pela oportunidade que recebemos e pelos juramentos que fizemos.
Nossa ação deve se dar, por primeiro, internamente, trabalhando para
que nossa Ordem reencontre o seu caminho de verdadeiro espírito transformador e
progressista, para que volte a preparar, hoje também, e adequadamente, os
construtores sociais de que tanto se orgulha ter tido no passado.
Ao contrário do que disse Niccoló Machiavelli n’O Príncipe, temos que
mudar, não para que a Ordem continue como está, mas para que volte a ser o que era.
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