NA P O E S I A D E CECÍLIA M E I R E L E S
Nelly N. Coelho
N ã o h à passado
nem h á futuro.
T u d o que abarco
se faz presente." ( M a r A b s o l u t o , p . 4 4 ) .
* *
( V a g a Música, p . 5 6 ) .
" E u v i m de i n f i n i t o s caminhos,
e os meus sonhos c h o v e r a m l ú c i d o p r a n t o
pelo c h ã o .
(...)
E os que v i e r e m depois, pelos caminhos infinitos,
do p r a n t o que caiu dos meus olhos passados,
que e x p e r i ê n c i a , ou consolo, ou p r ê m i o a l c a n ç a r ã o ? "
(Viagem, p. 154).
" N Ã O M A I S A P E S S O A : o i n t e r s t í c i o do tempo
h a b i t a d o p o r ela,
o u t r o r a , quando a p r e s e n ç a era v i s í v e l e e s q u e c í v e l .
A m e m ó r i a padece
nesse l u g a r , que pertencia a a l g u m destino,
pelas coisas estranhas
e no entanto banais que representam a e x i s t ê n c i a . "
(Retrato Natural, p . 131).
"Sem que se m o v a a m i n h a m ã o
n e m se i n c l i n e a m i n h a c a b e ç a
n e m a m i n h a boca e s t r e m e ç a ,
— toda serei r e c o r d a ç ã o . "
(Viagem, p . 2 8 ) .
C a n ç õ e s . Rio, L i v r o s de P o r t u g a l , 1956.
C a n ç õ e s . Rio, L i v r o s de P o r t u g a l , 1956.