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3.

Espécies de transporte

3.1 Transporte de coisas

Segundo Diniz:

“Transporte de coisas ou mercadorias é aquele em que o expedidor ou


remetente entrega ao transportador determinado objeto lícito para que,
mediante pagamento de frete, seja remetido a outra pessoa
(consignatário ou destinatário), em local diverso daquele em que a
coisa (móvel ou semovente) foi recebida. ” (2013, p.512)

As partes integrantes do contrato, segundo a autora, tratam-se de


pessoas capazes sendo tão somente o transportador e o que expede a coisa,
não integrando, portanto, o destinatário. Importante ressaltar que a figura do
destinatário pode ser o mesmo da do expedidor, quando o remetente encaminha
para si mesmo algo e tem os mesmos direitos de receber o que fora
convencionado e no local combinado.
O contrato de transporte de coisa, começa com a entrega da mercadoria
pelo remetente ao transportador em suas dependências, porto, estação
ferroviária, no veículo, armazém ou depósito em que a coisa aguarda para ser
transportada.

Segundo art. 744 do Código Civil de 2002:

Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a


menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei
especial.
Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente lhe
entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a
serem transportadas, em duas vias, uma das quais, por ele
devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do
conhecimento.

Existe a figura do comissário de transporte o qual o remetente o contrata


para que ele se encarregue de transportar a mercadoria por outra pessoa, ou
seja, ele utiliza o serviço de um transportador para cumprir o serviço.
Assim, ainda segundo Diniz (2013), a coisa é entregue para que seja
transportada ao condutor que provará que recebeu a mercadoria e para concluir
a contratação emitirá o documento conhecimento de frete, o qual é um título
negociável, suscetível de transferência por endosso simples.
De acordo com Gonçalves:

O recibo de entrega ou conhecimento de transporte é também


denominado conhecimento de frete ou de carga. Consiste em um
documento emitido pelo transportador para comprovação da conclusão
do contrato, do recebimento da mercadoria e das condições do
transporte. Constitui título de crédito, embora impróprio, gozando dos
princípios cambiários de literalidade, cartularidade e autonomia. Pode
ser transferido por simples endosso. A responsabilidade é “limitada ao
valor constante do conhecimento (CC, art. 750)”. (2014, p.492)

Este documento, geralmente contêm:

1) Nome comercial da empresa emissora do conhecimento;


2) Data da emissão do documento de conhecimento de frete;
3) Nome do expedidor e do destinatário por extenso;
4) Lugar em que a mercadoria deverá ser recebida para que seja
transportada;
5) Lugar do destino;
6) Especificações da coisa; (cor, valor, raça, quantidade, peso, marca,
volume etc.)
7) Importância, indicação do lugar e a forma de pagamento do frete;
8) Assinatura da empresa emissora, do transportador ou representante.

De acordo com Diniz (2013) o conhecimento de frete é de tal importância


pelo seu caráter probatório da entrega da mercadoria para o transportador, que
somente o destinatário o retira mediante sua apresentação. Se este o perder,
qualquer pessoa interessada poderá comunicar o extravio para que a
transportadora retenha a coisa a fim de que seja entregue ao seu verdadeiro
dono. Se tal comunicação for feita pelo remetente ou destinatário é importante
que a transportadora dê aviso público para imprensa por três vezes para se
resguardar de qualquer responsabilização, somente entregando a coisa a quem
a notificou caso não haja reclamação. Se houver reclamação, a coisa deve ser
retida e um procedimento especial deve ser realizado para que a mercadoria
seja realmente entregue ao verdadeiro dono.
Importante frisar, no entanto, que o contrato de transporte é consensual
e o conhecimento de frete será expedido apenas ad probationem tantum, ou
seja, apenas em hipótese de necessidade probatória.
Caso o título seja não negociável, a mercadoria será entregue ao
destinatário ou representante, mediante identidade e recibo de entrega. Neste
recibo, deverá ter cláusula de garantia para a empresa contra possível
apresentação do conhecimento de frete depois para reclamações de
divergências na mercadoria.
Assim, afirma Diniz (2013) que a entrega pode ser feita ao endossatário
ou ao destinatário e se houver dúvida a quem entregar a carga, deverá o
transportador, depositar em juízo se não conseguir obter instruções com o
remetente. Caso a carga seja perecível e houver demora que possa deteriorar a
coisa, o transportador deve vendê-la e depositar o saldo em juízo, conforme
consta no Código Civil de 2002,

Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o


transportador deve depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for
possível obter instruções do remetente; se a demora puder ocasionar
a deterioração da coisa, o transportador deverá vendê-la, depositando
o saldo em juízo.

O transportador receberá a título de pagamento, o frete, que será fixado pelo


volume, peso, quantidade da carga, etc. Podendo ser:

a) a vencer;
b) aberto;
c) ad valorem, pré-pago (pre-paid) ou no ato da entrega (payed on delivery);
d) básico;
e) morto ( dead freight);
f) de retorno (back freight);
g) pró rata;
h) global (lump sum freight);
i) vencido.

O frete a vencer é cobrado no estilo time-charter no qual as partes


pagam de tempos em tempos mediante faturamento. O tipo vencido, é aquele
que não é pago no tempo, e por isso, servirá como título de cobrança judicial
com direito a juros e correções que decorrerem da dívida.
No aberto, a coisa é difícil de manipular exigindo operações de estiva e
desestiva, ocorrendo assim despesas extras. No sistema global de frete já inclui
tais tarifas de estiva e desestiva.
No sistema pré pago, se a coisa for de alto valor, como por exemplo,
uma pedra preciosa, o frete pode ser pago antes ou mesmo no ato da entrega.
Já o frete básico é aquele que é estabelecido por conferências, ou seja, é
tabelado periodicamente de acordo com especificações de carga.
O frete morto é aquele que o afretador paga ainda que não embarque a
mercadoria no tempo estipulado.

3.1.2 Efeitos jurídicos: Obrigações

Devido ao seu caráter bilateral, o contrato de transporte gera deveres e


obrigações recíprocas.
3.1.2.1 Obrigações do remetente ou expedidor:

a) Entregar a mercadoria a ser transportada;


b) Pagar o frete combinado, nos moldes convencionados;
c) Custodiar a mercadoria e acondicioná-la para o transporte;
d) Indicar além do nome e endereço do destinatário, as especificações tais
como natureza, valor, peso, quantidade em embalagens lacradas
evitando que seja confundido ou se misture a outros objetos a serem
transportados;
e) Saber que se sujeita aos riscos de vícios próprios da coisa, caso fortuito
e força maior;
f) Responder por prejuízos causados à coisa;
g) Expedir delivery order;
Conforme Diniz (2013) a entrega da mercadoria marca a execução do
contrato. De acordo com ela, o frete deve ser ajustado entre as partes e é a
contraprestação pelo transporte da coisa e deve ser pago de acordo com o
convencionado. Em regra, o transportador fixa uma tabela de preços aprovada
pelos órgãos estatais, firmando o contrato de mera adesão ao serviço, já que o
contrato é consensual.
O acondicionamento da coisa entregue ao transporte é de responsabilidade
do remetente. O transportador deverá recusar o recebimento dela para se isentar
de responsabilização caso verifique mal condicionamento que posso danificar
demais mercadorias que irá transportar. (RT, 715:167,796:276; JTCASP,
159:208).
Segundo o artigo 746 do Código Civil de 2002:

Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja


inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas,
ou danificar o veículo e outros bens.

O que recebe a coisa para transportar será responsável por perda total ou
parcial, furto, avaria durante o transporte, por culpa presumida, exceto nos casos
previstos em lei. (dec.n.2681/12 e dec.n.1832/96)
O remetente deve detalhar a coisa para garantia do transportador conferindo
segurança à entrega da coisa e à indenização em caso de perda ou extravio.

Segundo Diniz (2013):

Com o intuito de evitar fraude do remetente, a lei impõe-lhe o dever de


declarar a natureza e o valor das mercadorias entregues em invólucros
fechados, permitindo ao condutor que presumir fraude na declaração a
verificação de sua exatidão, abrindo o pacote que contém os objetos.
Todavia, tal verificação deverá ser feita na presença do remetente ou
de pessoa por ele autorizada e de duas testemunhas. Se o conteúdo
do invólucro estiver conforme o declarado, o expedidor
reacondicionará a mercadoria por sua conta; em caso contrário, será
compelido a pagar ao transportador a importância correspondente ao
dobro da diferença de fretes, estando, ainda, sujeito a multa, se se
tratar de inflamáveis. (Dec.n.2681/12 art. 5º, Regulamento dos
Transportes Ferroviários, arts. 21§3º, 22, parágrafo único, 16 e 23, §
2º).” (p.520)

De acordo com o Código Civil (2002):

Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada


pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for
necessário para que não se confunda com outras, devendo o
destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endereço.

De acordo com Diniz (2013), o condutor está isento de responsabilização


pela coisa e cita o Dec.n.2681/12, art. 1ºe o Regulamento dos Transportes
1832/96 arts.31, parágrafo único, no qual vislumbra os casos de exceção de
culpa presumida do transportador:

Art. 1º - As estradas de ferro serão responsáveis pela perda total ou


parcial, furto ou avaria das mercadorias que receberem para
transportar.
Será sempre presumida a culpa e contra esta presunção só se
admitirá alguma das seguintes provas:
1ª - caso fortuito ou força maior;
2ª - que a perda ou avaria se deu por vício intrínseco da
mercadoria ou causas inerentes à sua natureza;
3ª - tratando-se de animais vivos, que a morte ou avaria foi
conseqüência de risco que tal espécie de transporte faz naturalmente
correr;
4ª - que a perda ou avaria foi devida ao mal acondicionamento
da mercadoria ou a ter sido entregue para transportar sem estar
encaixotada, enfardada ou protegida por qualquer outra espécie de
envoltório;
5ª - que foi devido a ter sido transportada em vagões
descobertos, em conseqüência de ajuste ou expressa determinação do
regulamento;
6ª - que o carregamento e descarregamento foram feitos pelo
remetente ou pelo destinatário ou pelos seus agentes e disto proveio a
perda ou avaria;
7ª - que a mercadoria foi transportada em vagão ou plataforma
especialmente fretada pelo remetente, sob a sua custódia e vigilância,
e que a perda ou avaria foi conseqüência do risco que essa vigilância
devia remover.
Art. 2º - Se nos casos dos n/s 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do artigo anterior
concorrer a culpa da estrada de ferro com a do remetente ou
destinatário, será proporcionalmente dividida a responsabilidade.
Art. 3º - A responsabilidade começará ao ser recebida a
mercadoria na estação pelos empregados da estrada de fero, antes
mesmo do despacho, e terminará ao ser efetivamente entregue ao
destinatário.
Art. 4º - Será presumida a perda total 30 dias depois de findo o
prazo marcado pelos regulamentos para a entrega da mercadoria.
Art. 5º - Será obrigatória, por parte do remetente, a declaração
da natureza e valor das mercadorias que forem entregues fechadas.
Si a estrada de ferro presumir fraude na declaração, poderá
verificar, abrindo o caixão, fardo, ou qualquer envólucro que a
contenha. Demonstrada, porém, a verdade da declaração feita pelo
remetente, a estrada de ferro, sem demora e a expensas suas,
acondicionará a mercadoria novamente tal qual se achava.

Art. 31. A Administração Ferroviária é responsável por todo o


transporte e as operações acessórias a seu cargo e pela qualidade dos
serviços prestados aos usuários, conforme disposto na Decreto nº
2.681, de 7 de dezembro de 1912, que regula a responsabilidade civil
nas Estradas de Ferro, e neste Regulamento, bem como pelos
compromissos que assumir no tráfego mútuo, no multimodal e nos
ajustes com os usuários.

Parágrafo único. A responsabilidade da Administração Ferroviária,


pelo que ocorrer de anormal nas operações a seu cargo, é elidida
diante de:

a) vício intrínseco ou causas inerentes à natureza do que foi


confiado para transporte;

b) morte ou lesão de animais, em conseqüência do risco natural do


transporte dessa natureza;

c) falta de acondicionamento ou vício não aparente, ou


procedimento doloso no acondicionamento do produto;

d) dano decorrente das operações de carga, descarga ou


baldeação efetuadas sob a responsabilidade do expedidor, do
destinatário ou de seus representantes;

e) carga que tenha sido acondicionada em contèiner ou vagão


lacrados e, após o transporte, o vagão ou contèiner tenham chegado
íntegros e com o lacre inviolado.

Para que as mercadorias que forem embarcadas com um único


conhecimento cheguem a vários destinatários, segundo Diniz (2013), o
remetente deve expedir o delivery order para que o capitão do navio possa
repartir a mercadoria fracionando a entrega às pessoas indicadas na ordem de
entrega.

3.1.2.2 Obrigações do transportador:

a) Receber, transportar e entregar as mercadorias no tempo e lugar


convencionados;
b) Transportar a mercadoria com cautela e cuidados;
c) Expedir o conhecimento de frete;
d) Seguir o itinerário a não ser que o caminho esteja intransitável ou
suscetível de riscos;
e) Aceitar a variação de consignação;
f) Assumir a responsabilidade pelas perdas, furtos, ou avarias nas
mercadorias transportados, excetuadas aquelas de vício próprio, caso
fortuito ou de força maior;
g) Não se eximir da responsabilidade de entregar as mercadorias que lhe
forem confiadas, mesmo havendo cláusula de não responsabilidade.
h) Solicitar as devidas instruções do expedidor;
i) Informar ao remetente se vier a vender ou depositar a coisa em juízo;
j) Não conceder comissões superior a cinco por cento às agências de carga
pela venda de fretes;
k) Responder pela guarda e conservação da coisa recebida e depositada em
seu armazém;
l) Avisar o destinatário, se assim convencionado com o expedidor da coisa,
do desembarque da mercadoria;

De acordo com o Código Civil de 2002:

Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, tomando


todas as cautelas necessárias para mantê-la em bom estado e entregá-
la no prazo ajustado ou previsto.

Assim, o transportador responde por perdas e danos que causar à coisa


transportada salvo as decorrentes de vício intrínseco, caso fortuito ou força
maior.

Em caso de perda, ou furto da coisa, deverá indenizar o equivalente ao preço


da mercadoria perdida/furtada, contida no conhecimento de frete no tempo e
lugar na qual deveria ser entregue. Se avariado, deverá haver o abatimento
proporcional de acordo com sua depreciação, deduzidos o valor do frete. Se
houve dolo, o transportador responde por todos os prejuízos causados pela
perda do objeto. (Dec.n.2681/12,art 6º)

Art. 6º - A indenização pelas estradas de ferro, nos casos de perda ou


furto, será equivalente ao preço corrente da mercadoria no tempo e no
lugar em que devia ter sido entregue; no caso de avaria, será
proporcional à depreciação por ela sofrida. Deverão ser deduzidas as
despesas que deixaram de ser feitas pelo fato da perda da mercadoria.
Excetua-se o caso de dolo, em que a estrada responderá por todos os
prejuízos que tenham diretamente ocorrido.

Conforme Código Civil de 2002:


Art. 750. A responsabilidade do transportador, limitada ao valor
constante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus
prepostos, recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário,
ou depositada em juízo, se aquele não for encontrado.

A responsabilidade objetiva do transportador começa quando do recebimento


da mercadoria finalizando com a entrega efetiva ao destinatário ou do depósito
em juízo para evitar assim a mora. Ele responderá pelo atraso, desvio de
itinerário etc. e demais prejuízos que causar ao remetente, destinatário ou a
terceiro sem limite de valor contido no conhecimento de frete.

Permite-se, no entanto, que seja inserido no contrato cláusula de limitação


de responsabilidade e fixe o máximo de indenização devida a danos causados
no transporte.

O transporte não pode sofrer longas interrupções, caso não possa ser feito
em razão de acidente, obstrução de estrada, ou seja, por circunstâncias alheias
a vontade do transportador, é necessário que seja feita comunicação com o
remetente e seja solicitada instruções sob pena do condutor responder por
perdas e danos, deterioração da coisa, com exceção de força maior.

Conforme consta no Código Civil de 2002:

Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa


interrupção, o transportador solicitará, incontinenti, instruções ao
remetente, e zelará pela coisa, por cujo perecimento ou deterioração
responderá, salvo força maior.

Não recepcionando as instruções do expedidor pode, o transportador,


depositar a coisa em juízo ou vendê-la de acordo com os mandamentos legais,
depositando o valor em juízo ou instituição financeira. Se o impedimento for culpa
do transportador, pode ele depositar o quantum em juízo em nome do remetente,
mas só poderá vendê-lo caso a coisa for perecível.

Conforme art.753, §1ºa 3º do CC/02:

§ 1o Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao


transportador e sem manifestação do remetente, poderá aquele
depositar a coisa em juízo, ou vendê-la, obedecidos os preceitos legais
e regulamentares, ou os usos locais, depositando o valor.
§ 2o Se o impedimento for responsabilidade do transportador, este
poderá depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só poderá vendê-
la se perecível.
§ 3o Em ambos os casos, o transportador deve informar o remetente
da efetivação do depósito ou da venda.

Responderá também, pelo armazenamento da coisa, pelos danos sofridos,


podendo ser remunerado por esta guarda que pode ser ajustada conforme
contrato e tipo de transporte.

(Ferroviário, aéreo, rodoviário ou aquaviário).


De acordo com o artigo anterior §4 do CC/02:

§ 4o Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus próprios


armazéns, continuará a responder pela sua guarda e conservação,
sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual
poderá ser contratualmente ajustada ou se conformará aos usos
adotados em cada sistema de transporte.

Cabe ao transportador, ainda, avisar o destinatário se assim combinado, do


desembarque e entrega no endereço constante do conhecimento de embarque.
Se não houver cláusula de aviso ou de entrega no conhecimento, o transportado
fica isento desta responsabilização.

3.1.2.3 Obrigações do destinatário:

a) Entregar o conhecimento ao transportador;


b) Pagar o frete se assim convencionado sob pena de não retirar a
mercadoria;
c) Pagar a taxa de armazenagem.

Em regra, a obrigação de retirar o objeto no local convencionado é do


destinatário, independente de aviso, sob pena de pagar o valor do depósito,
despesas de custódia e armazenagem além dos custos de notificação. Conforme
CC/02:
Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é
obrigado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi
convencionado, dependendo também de ajuste a entrega a
domicílio, e devem constar do conhecimento de embarque as
cláusulas de aviso ou de entrega a domicílio.

Cabe ao destinatário retirar a coisa no local e data convencionados, caso


contrário, poderá o transportador cobrar pela custódia ou armazenamento e até
a venda da mercadoria se houver prolongamento da inércia. De acordo com
artigo 753 do CC/02:

§ 4o Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus


próprios armazéns, continuará a responder pela sua guarda e
conservação, sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela
custódia, a qual poderá ser contratualmente ajustada ou se
conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte.

3.1.3 Efeitos jurídicos: Direitos


3.1.3.1 Dos direitos do remetente
a) Desistir da transportar o obter a coisa de volta ou variar a consignação ;
b) Receber a indenização por furto, perda ou avaria da coisa pelo
transportador, desde que provado que se verificou quando de seus
cuidados;
O remetente pode desistir até a entrega da mercadoria ao destinatário ou
variar os destinatários, pagando nos dois casos, as despesas eventuais
decorrentes do cancelamento, mais perdas e danos que houver.
De acordo com o artigo 748 do CC/02:

Art. 748. Até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do


transporte e pedi-la de volta, ou ordenar seja entregue a outro
destinatário, pagando, em ambos os casos, os acréscimos de
despesa decorrentes da contra-ordem, mais as perdas e danos
que houver.

3.1.3.2 Dos direitos do transportador:

a) Reter a mercadoria até receber o frete, podendo até vendê-la para se


pagar;
b) Ter o privilégio especial sobre as mercadorias em caso de morte do
remetente que deixou de pagar o frete;
c) Reajustar o frete, quando da variação de consignação;
d) Recorrer a serviços de outras transportadoras, se não possuir meios
próprios de fazer com que a coisa chegue ao seu destino;
e) Receber indenização caso venha a sofrer quaisquer prejuízos relativos a
informações falsas descritos no conhecimento feito pelo expedidor, pelo
princípio da boa-fé objetiva;
f) Recusar mercadoria cujo transporte ou comercialização não sejam
permitidos, ou que estejam sem a devida autorização ou documento
exigido por lei; que seja perigoso ou embalado em não conformidade;
g) Receber taxas adicionais que se fizerem necessárias.

O transportador terá direito sobre as mercadorias em caso de falência do


remetente que não pagou o frete conforme lei 11.101/05, art. 83, IV, b:

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à


seguinte ordem [...]
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo
disposição contrária desta Lei;

O transportador, por vezes, recorre aos serviços de outros


transportadores para que a mercadoria chegue ao seu destino, ou seja, um
conhecimento de frete tem vários transportadores. Ocorre o transporte
cumulativo. De acordo com Diniz:

No transporte cumulativo cada transportador se obriga a cumprir o


contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo,
solidariamente, com os demais pelos danos nele causados às
mercadorias. (p.526, 2013)

Segundo o artigo 756 do CC/02:

Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os


transportadores respondem solidariamente pelo dano causado
perante o remetente, ressalvada a apuração final da
responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento
recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles
em cujo percurso houver ocorrido o dano.

Assim, todos responderão solidariamente pelo dano que causar à coisa


naquele cujo percurso houver ocorrido o dano. Se aquele que não tiver culpa
ressarcir a coisa, poderá propor ação regressiva contra o culpado.
O transportador tem o direito de recusar mercadoria cujo transporte ou
comercialização não sejam permitidos ou perigosos, tais como materiais tóxicos,
inflamáveis, armas de fogo, animais silvestres ou em extinção, etc.
Segundo Diniz ( 2013), pode ainda deixar de receber coisa que não esteja
acompanhada da devida documentação necessária por lei, tais como as
autorizações, notas fiscais, permissões, etc.
Ainda, caso o produto a ser transportado seja diferente daquele descrito
no conhecimento de frete, poderá mover ação dentro do prazo de 120 dias a
contar do ato informativo, sob pena de decadência.

Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no


documento a que se refere o artigo antecedente, será o transportador
indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva ser
ajuizada no prazo de cento e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena
de decadência.
Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja
inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas,
ou danificar o veículo e outros bens.
Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo
transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha
desacompanhada dos documentos exigidos por lei ou regulamento.

3.1.3.3 Dos direitos do consignatário ou destinatário:

a) Protestar se necessário o transportador em caso de mercadoria


danificada ou com avarias;
b) Receber a mercadoria entregando ao transportador o conhecimento
endossado de carga;
c) Transferir a outrem o conhecimento por meio de endosso;
d) Pedir retificação de erros de peso e frete;
e) Acionar o transportador.

O destinatário ou endossatário tem o prazo de dez dias, após o


recebimento da mercadoria para reclamar perdas e danos, ou avarias não
havendo cláusula expressa de diminuição da tarifa. Deve o destinatário ou quem
detiver o conhecimento endossado receber a coisa conforme Código Civil de
2002

Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a


quem apresentar o conhecimento endossado, devendo aquele que as
receber conferi-las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de
decadência dos direitos.

Parágrafo único. No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível


à primeira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o
transportador, desde que denuncie o dano em dez dias a contar da
entrega.

O conhecimento de frete não à ordem, não poderá ser transferido por


endosso, somente pela venda ou cessão. As diferenças de peso e contagem
devem ser apuradas no lugar em que fora desembarcada a mercadoria, se
houver quantidade ou peso maior deverá o destinatário arcar com as despesas
de contagem ou pesagem realizadas.
3.2 Transporte de notícias

Segundo Diniz (2013), no transporte de coisas pode incluir o de pacotes


e de notícias, por cartas, cartões, porém a sua transmissão por correio e
telégrafos não é considerado meio de transporte tão somente uma modalidade
de prestação de serviços.
Com o progresso tecnológico os serviços de telégrafos têm se
aperfeiçoado e embora, ante a Convenção Internacional de Vársóvia e do
Regulamento Geral dos transportes e do de Telégrafos ( Dec 11.520/15, art. 17)
terem estabelecido a irresponsabilidade das empresas por danos oriundos a
perdas, demora na entrega dos telegrama e prejuízos em sua decorrência,
atualmente os julgados tem afastado esse entendimento. (Revista jurídica,
20:354). O STF e o Código de Comunicações vêm estabelecendo a obrigação
da reparação dos danos no transporte de notícias, inclusive a indenização por
danos morais.

De acordo com o artigo 43 do CC/02:

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são


civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
destes, culpa ou dolo.

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