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TOMAZETTE, Marlon. ​Curso de direito empresarial.​ 8 ed. São Paulo: Atlas, 2017.

DIREITO COMERCIAL
Como se sabe, em um período antecessor ao sistema-mundo capitalista, a viabilização
da subsistência das sociedades havia superado o aspecto nômade, perdurava naquele momento
a limitação ao usufruto de produtos cultiváveis, desembocando no exercício da troca de
produtos. Neste tempo, inexistia objeto comum capaz de proporcionar o acesso a qualquer
bem, tal condição fazia com que determinados produtos fossem produzidos em quantidade
superior a necessária, inviabilizando a sua troca, pois todos já o detinham. Assim, surge a
moeda.
Trocas isoladas não caracterizam o comércio, este emerge-se a partir do momento em
que existe um conjunto de atos entre o produtor e o consumidor final, perpetrados com objeto
de auferir lucros.
Com a evolução do âmbito econômico das sociedades, o qual ocorreu de forma
assustadoramente rápida com a queda do sistema feudal, e concentração populacional nos
grandes centros urbanos, operou-se uma insuficiência dos ditames morais para a regulação do
comércio. Aliado a isto, os comerciantes tornavam-se cada mais poderosos, formando grandes
corporações, nas quais vigiam alguns ditames com caráter normativo. A existência destas
corporações não satisfazia a grande gama de possibilidades de problemas que envolviam o
comércio, ainda mais, pelo fato das regras das corporações serem aplicadas, tão somente, aos
seus membros. Nesta realidade, operou-se uma busca pela regulação, tanto dos comerciantes
entre si, quanto em relação aos comerciantes e não comerciantes.
Neste ponto emerge-se as codificações comerciais, com o objeto de objetivar a
complexidade econômica que se desenvolveu como sistema-mundo capitalista.
Para a compreensão da extensão do objeto do Código Comercial brasileiro, convém
anotar o conceito de ato de comércio, é ele: ​o ato de comércio é o ato jurídico, qualificado
pelo fato particular de consubstanciar aqueles destinados à circulação da riqueza mobiliária,
e, como tal, conceitualme2nte voluntário e dirigido a produzir efeitos no âmbito regulado
1
pelo direito comercial.
Três tipos de ato de comércio: ato de comércio por natureza – aqueles em que são
feitos negócios jurídicos referentes diretamente ao exercício normal da industrio mercantil,

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P. 35.
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marcados pelo intuito de lucro e intermediação; habitualidade -, atos de comércio por
conexão – nestes o objeto da aquisição não é a revenda, mas a utilização para viabilizar o
exercício do próprio comércio –, e atos de autoridade por força de lei – e.g., construção civil -.
A concepção objetiva dos atos de comércio sofreu dura decadência em meados do
século XXI, com o advento do CC/02 e do CDC, deslocou-se o centro de atenção do direito
comercial, unindo-se a ideia do ato de comércio e do comerciante numa realidade dinâmica, o
objeto da tutela deste ramo do direito deixa de ser o comerciante, deslocando-se para a
satisfação das necessidades do mercado de bens e serviços, especificamente, à empresa. Neste
ponto, emerge-se o direito comercial subjetivo, cujo ator principal é o ​empresário, aquele que
exerce a atividade econômica de forma organizada para a produção ou circulação de bens ou
serviços para o mercado.
Em razão da diversidade de fontes normativas e dificuldades na delimitação do objeto
de incidência, o direito comercial é caracterizado por ser fragmentado. Para tanto, propõem-se
a seguinte subdivisão do direito empresarial:
● Teoria geral do direito empresarial;
● Direito societário;
● Direito cambiário;
● Direito familentar;
● Contratos empresariais.

Fontes do Direito empresarial

Não se deve mais falar na distinção entre leis civis e leis comerciais, na medida em que não importa a natureza
da lei, mas sim o âmbito de sua aplicação. Se a norma se aplica à atividade
empresarial ela é fonte do direito empresarial, não tendo qualquer influência o nome
que se dê à lei.

-Direito consuetudinário;
-Princípios gerais do direito;
-Leis em sentido estrito;
-Constituição Federal.

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Uma das partes não pode se encontrar em qualquer das extremidades da cadeia de produção, nem no início,
nem no fim da mesma, não podendo ser produtor nem consumidor.
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL

O direito privado é o sobre-ramo do Direito que regula as relações entre particulares,


esteiando-se na igualdade jurídica (salvo casos de hipossuficência) e a sua autodeterminação.
Como já dito anteriormente, o surgimento do direito comercial se deu a partir do
fortalecimento das classes de comerciantes, que criaram corporações específicas, e, destas, em
razão da necessidade de abrangência e unicidade de tratamentos, os códigos comerciais.
Portanto, não há que se confundir o CC com o Código Comercial, aquele regula as relações
privadas, que são uma parte da atividade comercial, contudo, inserem-se neste fluxo com o
objeto de consumo, além de outras matérias, como a família; hipótese diversa, ocorre com o
direito comercial, este destina-se ao regramento de atividades econômicas voltadas para a
circulação de bens.
A doutrina que trata do direito comercial encontra-se em intenso debate, discutindo-se
a autonomia deste ramo do direito. Duas são as correntes teóricas, a que admite a autonomia e
a que trata o Direito Comercial como ramo especial do direito civil. A segunda corrente, a
partir de uma interpretação histórica, assevera que o direito comercial se emergiu em
situações específicas em que os interessados – comerciantes -, induziram a criação de regras
jurídicas que os beneficiassem. Além disso, suscitam a ausência de delimitação do objeto
deste ramo, confundindo-se quase que totalmente, ao direito civil. O autor desta obra
adequa-se à corrente teórica da autonomia do direito empresarial, justificando tal concepção
em três pilares básicos e distintivos desta matéria: ​a necessidade de reforço do crédito, a
rapidez das operações comerciais e a necessidade de publicidade​.

PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL

SIMPLICIDADE DAS FORMAS – ​a celebração de negócios jurídicos no ramo do direito


empresarial ocorre de forma instantânea e massiva, impedindo-se, assim, que seja imposto
pelo direito solenidades excessivas.
A ONEROSIDADE – ​lucro; individualismo.
PROTEÇÃO DO CRÉDITO – ​o direito empresarial se desenvolve mediante a concessão e a
obtenção de créditos, razão pela qual, deve-se garantir a este imprescindível instrumento uma
peculiar proteção, de forma que se possibilite a sua imediata satisfação em caso de
inadimplementos – ao contrário na necessidade que perpassa os demais títulos executivos
extrajudiciais, que devem ser reconhecidos pelo judiciário para a adoção de medidas
satisfativas.
COSMOPOLITISMO –

A EMPRESA

ÂMBITO DO DIREITO EMPRESARIAL

O direito empresarial não se restringe mais às hipóteses fáticas pre-delineadas como


atos de comércio, sua condição subjetiva, apesar de se adequar à nova complexidade do
sistema econômico, são acaba por abarcar aqueles que não empresários mais praticam atos, ou
valem-se de instrumentos empresariais (como o título de crédito, p.ex.). Nesse sentido, o
objeto do direito comercial é o exercício de atividade econômica organizada, voltada para a
obtenção de lucro.
-Conceito de empresa: unidade produtora cuja tarefa é combinar fatores de produção
com o fim de oferecer ao mercado bens ou serviços, não importa qual o estágio da produção.
Trata-se de atividade, isto é, do conjunto de atos destinados a uma finalidade comum, que organiza os fatores da
produção, para produzir ou fazer circular bens ou serviços. Não basta um ato
isolado​, é necessária uma sequência de atos dirigidos a uma mesma finalidade​, para
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configurar a empresa

Sobre a constatação de objeto fático que se adeque aos ditames do direito empresarial,
necessário se faz destacar os ​elementos constitutivos da atividade empresarial​, são eles: O
empresário, a economicidade, a profissionalidade, a organização e a produção e circulação de
bens ou de serviços. EOPECBS
Alguns destes elementos merecem especial atenção, como no caso da organização.
Nem toda atividade econômica organizada constitui uma empresa, mas sim aquela que
destina-se a padronizar e objetificar uma atividade econômica, exercitando organização de
bens ou capitais , ou até mesmo o trabalho alheio.
No que se refere ao objeto da empresa, ou seja, da atividades consideradas como
aquelas características da atuação empresarial, tem-se a produção – transformação de
matéria-prima -, circulação – intermediação na negociação de bens -, e a atividade em favor

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P.72.
de terceiros apta a satisfazer uma necessidade qualquer, desde que não consistente na troca de
bens.
Em relação a disposição do parágrafo único do art. 966, tem-se que as atividades de
profissionais liberais, mesmo que no exercício da atividade econômica valham-se de
auxiliares e colaboradores, não são consideradas preenchedoras da hipótese normativa de
incidência das disposições específicas do direito empresarial. Contudo, se o exercício de tais
profissões destinar-se a produção de bens e serviços, passa a se caracterizar como empresa.

Essa exclusão decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades e não apenas de um
caráter histórico e sociológico. Nelas o essencial é a atividade pessoal, o que não se
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coaduna com o conceito de empresário.
EMPRESÁRIO

São elementos característicos do empresário: ​a economicidade; a organização; a


profissionalidade; a assunção de risco; e, o direcionamento ao mercado​. O primeiro dos itens,
a economicidade, possui uma ideia ligada a lucratividade, assim, caracteriza a função de
empresário a existência de uma ideia abstrata da obtenção de lucro com o desenvolvimento da
atividade econômica planejada. A organização se refere a capacidade do sujeito empresário na
escolha de bens, intuição, entre outros dados. A profissionalidade apesar de geralmente estar
ligada a habitualidade, existem casos em que a estabilidade da adoção de condutas voltadas
para a organização da atividade econômica, se dá de forma estável. A assunção de risco é
inerente a atividade do empresário, haja vista, lidar com variáveis concretas acerca da
lucratividade da atividade negocial que planejou. Por fim, o empresário deve desenvolver
atividade econômica destinada a produção ou circulação de bens, ou serviços para o mercado,
não para si próprio.

EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Neste modelo de pessoa jurídica voltada para a produção de capital, o empresário tem
seus bens confundidos com os da empresa, exercendo-a em seu próprio nome, e assumindo
os riscos ao desenvolvimento da atividade econômica. O enunciado 5 da I Jornada de Direito
Comercial, opinou pela alienação dos bens relativos ao desenvolvimento da atividade
econômica, suscitando, que neste caso, não seria necessária a outorga conjugal. Por certo, tal
compreensão demonstra-se violadora das disposições do CC acerca da empresa individual,

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P.83.
nesta não há qualquer primazia para a satisfação das obrigações aos credores, como já dito, os
bens de confundem.

SOCIEDADES: NOÇÕES GERAIS

As pretensões ao exercício de determinadas atividades econômicas nem sempre são


passíveis de ser exercidas por pessoas físicas, isoladamente. Muitas vezes, a efetivação da
pretensão ao exercício da atividade econômica perpassa pelo acúmulo de pessoas e de capitais
para que se efetive.

As sociedades são conceituadas no art. 981 do CC, podendo-se destacar como


elementos necessários para a sua caracterização legal os seguintes: a) existência de duas ou
mais pessoas; b) reunião de capital e trabalho; c) atividade econômica; d) fins comuns; e)
partilha dos resultados. A ausência de menção à constituição da sociedade se deve ao fato da
existência de reconhecimento das chamadas sociedades de fato e, por tratar-se este título de
noções gerais acerca das sociedades, excluiu-se tal elemento como caracterizador.

Terminologia - ​Empresa é um atividade econômica, sociedade um sujeito de direitos.


A compreensão acerca do termo sociedade assemelha-se ao do empresário, pois ambos são
sujeitos exercentes da empresa.

Elementos de uma sociedade - ​independentemente da natureza jurídica nas variantes


modalidades de sociedades, é necessário compreender que estas são constituídas por atos
jurídicos, submissas, portanto, aos elementos gerais do artigo 104, quais sejam; agente capaz,
objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei.
Especificamente, tal ato jurídico constitutivo quando pretende dar forma à sociedade
empresária, demanda; a contribuição dos sócios para o capital social, participação nos lucros,
perdas e ​affectio societatis.5

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A ​affectio societatis​ vai além da mera manifestação de vontade no ato jurídico constitutivo da sociedade, de
fato, este requisito subjetivo é um plus da manifestação da vontade e exprime o sentido de que há uma vontade
comum de cooperação e confiança mútua. Este elemento é essencial para a atividade da sociedade, de tal forma
que, inexistindo a ​affectio societatis​ a sociedade pode ser extinta, ou, até mesmo, excluído o sócio desafeto.
Agente capaz - Todos os elementos necessários e integrantes da
manifestação de vontade são aplicáveis na constituição de sociedades.
Grande controvérsia se refere a possibilidade de incapazes ingressarem
em sociedades, haja vista, a antiga previsão do art. 308 do Código
comercial, limitar tal situação. Com o advento do CC de 2002, tal
regramento foi disciplinado pelo artigo 1.691, estabelecendo que os
pais, representantes de menores integrantes de sociedades, não podem
contrair obrigações que ultrapassem a mera administração, salvo se for
pelo interesse da prole, desde que com prévia autorização judicial.
Assim, parece evidente a posição assumida pelo legislador ordinário na
busca da proteção do menor incapaz diante esta modalidade de sujeito
de direitos que pode acarretar grandes responsabilizações patrimoniais,
razão pela qual, afirma o autor que o entendimento jurisprudencial deve
continuar no sentido de que os menores incapazes não pode integrar
sociedades de responsabilidade ilimitada.

Objeto lícito - ​A compreensão não deve recair sobre a contribuição dos


sócios, mas o fim que a sociedade tem em si, sendo este elemento
necessário até mesmo para a sua plena constituição e prática de
arquivamento (Art. 35, III, da lei 8.934/94). O alcance do termo objeto
lícito aqui é amplo, devendo estar de acordo com a lei, a moral e os
bons costumes (art. 35, I, da lei 8.934/1994)

Forma - ​Não se exige forma escrita do ato constitutivo, podendo o


mesmo ser comprovado posteriormente, se existente controvérsia
judicial. A necessidade de escrita do ato jurídico constitutivo só é
demandada para a obtenção de certas vantagens tributárias e mercantis
(REQUIÃO, TOMAZETTE).

→ A contribuição, característica da formação da sociedade (capital social), pode ser


dar por meio de dinheiro, bens ou até mesmo trabalho, geralmente, o feito nesta útlima
modalidade, quando o sócio possui conhecimentos específicos na atividade a ser
desenvolvida, não podendo neste caso, estabelecida sua contribuição por meio do trabalho,
prestá-la a outras empresas, salvo disposição em contrário (art. 1.006, CC), sob pena de perda
de sua quota-parte dos lucros.

→ É nula de pleno direito (​ipso jure​) a cláusula contratual que estabeleça conteúdo
que exclua sócio dos resultados da atividade econômica, seja relacionada ao lucro ou a perda
patrimonial (art. 1.008, CC).

Exceções ao elemento pluralidade de partes - ​Apesar do termo sociedade exprimir o


sentido da existência de uma pluralidade de sujeitos que se comprometem, mediante
transferência de capital, a atingir um fim comum econômico, existem situações excepcionais
no direito brasileiro em que são admitidas à unipessoalidade nas sociedades. É o caso da
sociedade subsidiária integral (art. 251 da lei 6.404), a unipessoalidade temporária nas
sociedades anônimas (art. 206 da lei 6.404), e nas demais sociedades (art. 1.033, IV, do CC).
Ainda mais, nos termos da lei 13.247/2016 e 8906/84, admite-se a sociedade unipessoal de
advocacia, seja originariamente constituída dessa forma, ou resultante de concentração de
quotas por um dos sócios.

A PERSONALIDADE JURÍDICA DAS SOCIEDADES

O direito pátrio abriga diversas espécies de sociedades, atribuindo-lhes, comumente,


personalidade jurídica para melhor atingirem o fim para o qual são constituídas. Contudo,
certo é que existem sociedades, que pelas suas peculiaridades não possuem personalidade
jurídica. As sociedades que não possuem personalidade jurídica são entes despersonalizados,
o contrário também é verídico. Ressalte-se, os entes despersonalizados6 podem praticar atos
jurídicos, mas só o podem fazer para integralizar a sua função ou o expressamente autorizado.

→ Personalidade jurídica; aptidão genérica em contrair obrigações e


adquirir direitos.

A razão de ser da pessoa jurídica é a possibilidade da convergência de pretensões de


pessoas individuais, que sozinhas não poderiam atingir a realização destas pretensões, i.e., dos
seus objetivos comuns. Para além disso, a pessoa jurídica possibilita maior segurança na

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Ao contrário dos entes personalizados, estes não podem, ​a priori, ​figurar como parte processual,
excepcionalmente, contudo, admite-se como partes processuais a massa falida e o espólio (art.75, CPC).
atuação na área econômica, na medida em que constitui sujeitos de direitos e obrigações, com
patrimônio próprio, distinto dos seus membros. Elementos caracterizadores da pessoa
jurídica; a) vontade humana criadora; b) finalidade específica; c) o substrato representado por
um conjunto bens ou de pessoas; d) a presença do estatuto e do respectivo registro (art. 985,
CC).

→ Domicílio da sociedade é o local de funcionamento dos órgãos ou onde o estatuto


fixar (art. 75, IV, do CC).

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

→ Personificadas (arts. 997 a 1.141) e não-personificadas7 (arts. 986 a 996).

Classificação de acordo com a responsabilidade dos sócios - ​Ilimitada, limitada e


mista. Os efeitos da ausência de limitação da responsabilidade dos sócios alcançam, para além
do patrimônio da sociedade, subsidiariamente, alcance sobre todos os bens dos sócios. São as
sociedades ilimitadas: a)sociedade em nome coletivo; b) sociedade em comum; c) sociedade
simples pura; e, eventualmente as sociedades cooperativas.

Os efeitos da limitação da responsabilização da sociedades, permite que somente a


contribuição ou o valor do capital social, seja objeto obrigação. São as sociedades limitadas;
a) Sociedades anônimas; b)Sociedades limitadas; e, eventualmente, as cooperativas.

O aspecto distintivo da sociedade mista é que em relação à alguns sócios a


responsabilização é limitada, e em relação à outros, é ilimitada. São exemplos: sociedades por
comandita simples, em comandita por ações e em conta de participação.

Classificação em sociedades civis e comerciais - ​São sociedades comerciais aquelas


que exerçam atividades de intermediação na linha produtiva da economia com a finalidade de
lucro. Atividades de lucro, transporte e indústria também são comerciais (em sentido amplo),
pois facilitam, complementam e se agregam às primeiras.

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Sociedades constituídas por ato jurídico não-escrito ou, não registrado, ou, por que o registro não produz
qualquer efeito. São elas; sociedades em comum e sociedades em conta da participação.
→ As sociedades anônimas, independentemente da atividade
econômica exercida, sempre são comerciais, por força do disposto no art.1º, §2º, da lei 6.404.

São sociedades civis as atividades econômicas primárias (​e.g., ​pecuária, indústria


extrativista, etc.).

As sociedades empresárias são aquelas exercidas de forma organizada, com o fim de


auferir lucros mediante a prática de produção de bens ou serviços, necessitando de registro em
órgão competente (art. 982, CC). As sociedades simples são aquelas que exercem atividade
econômica de natureza intelectual, científica ou artística (art.966, CC). É facultativo aos
empresários rurais o registro da empresa (art. 971, CC).

SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS

As Sociedades despersonificadas são aquelas que não possuem ato constitutivo escrito
ou, sendo escrito, não o registraram, razão pela qual, é inexistente personalidade jurídica
própria, sendo reconhecido, tão somente, a condição de sujeito de direitos (art.986 a 990). A
partir do conceito, pode-se perceber que as sociedades em formação, i.e., já existente o ato
constitutivo e ainda não registrado, são sociedades comuns, excepcionando-se a esta regra, as
sociedades anônimas regidas por lei especial.

Os bens destinados à sociedade em comum, enquanto esta não adquire personalidade


jurídica, ficam em condomínio, composse, pelos sócios (art. 988). Em assim sendo, por
tratar-se de sujeito de Direito, não detendo personalidade jurídica, a responsabilização
patrimonial recai sobre o patrimônio dos sócios, solidariamente e subsidiariamente ao
patrimônio em condomínio (art.990).

Sociedade em conta de participação - São sociedades ocultas, caracterizadas pela


existência de dois grupos de sócios, os ostensivos, que aparecem perante terceiros e se
vinculam obrigacionalmente, e os participantes, ocultos, que só tem obrigação perante o
ostensivo, nos termos do ajustado entre eles. Em razão de suas peculiaridades, a sociedade
oculta sequer se submete ao registro em órgão competente, sendo facultativo fazer tal
inscrição, contudo, em ambas as possibilidades, não irá adquirir personalidade jurídica (art.
992, CC). Apenas é reconhecido uma condição especial ao patrimônio transferido pelo sócio
participante e o ostensivo, submetendo-o a situação de condomínio (art. 994).

SOCIEDADES SIMPLES

O aspecto caracterizador da sociedade simples é a inexistência de atividade


empresarial no seu objeto social, i.e., nestas modalidades societárias a importância da
atividade econômica recai sobre elementos pessoais, mais do que sobre elementos do
estabelecimento empresarial. Da mesma forma, são sociedades simples as rurais que não se
registram na junta comercial.

Constituição

→ Requisitos (art. 997); a) qualificação dos sócios; qualificação da


sociedade; c) capital social, sua divisão e formação; d) participação nos
lucros e nas perdas;8 e) responsáveis pela administração da sociedade e
os limites de seus poderes;9 f) se os sócios respondem ou não,
subsidiariamente, pelas obrigações sociais10.

→ Após a constituição, em até 30 dias, dever-se-á promover a inscrição


da sociedade simples no Cartório de Registro de Pessoas jurídicas. Os
elementos não constantes no ato constitutivo não poderão ser opostos à
terceiros (art. 997, pr. único).

→ A denominação da sociedade simples se equipara ao nome empresarial (art. 1.155,


CC).

→ Modificação do ato constitutivo mediante deliberação, a ser aprovada


unanimemente (art. 999, CC).

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A ausência de previsão específica acerca da participação no lucro e nas perdas não invalida o ato constitutivo,
na medida em que se garante aos sócios, de forma supletiva, a participação dos lucros na medida de sua
contribuição, e no caso de contribuição por serviços, nos limites da proporção da média do valor das quotas.
9
Sendo omisso, cada um dos sócios serão responsável pela administração (art.1.013), com poderes inerentes à
gestão da sociedade (art. 1.015)
10
Ausência de disposição contratual nesse sentido, a responsabilidade será ilimitada e subsidiária (enunciado 479
jornada de Direito Civil).
SOCIEDADES EM NOME COLETIVO E EM COMANDITA SIMPLES

As sociedades em nome coletivo se caracterizam pela simplicidade e subsidiariedade


em relação às demais. Em geral, originam-se de laços familiares e se prolongam até formar
uma sociedade de indivíduo ligados insitamente pelo companheirismo e confiança. Esta
formação da sociedade decorre da assunção de autonomia patrimonial em relação aos sócios
que a integram, adquirindo, inclusive, personalidade jurídica.

A razão social das sociedades em nome coletivo pode ter expressamente a pluralidade
dos nomes dos sócios ou, se for optado a presença de só um dos nomes, deverá vir
acompanhado de expressões que demonstrem a existência de outros sócios (e.g., & cia, e
companhia, e outros).

Todos os sócios são responsáveis subsidiariamente, solidariamente e ilimitadamente.

As sociedades em comandita simples são originárias do século X e XI, principalmente


identificadas no mercantilismo, onde um comanditário alienava capital social ao comanditado,
que exercia em própria responsabilidade a atividade negocial, participando, ao final, ambos
dos lucros.

No direito brasileiro o regramento das sociedades por comandita simples encontram-se


nos dispositivos 1.045 a 1.051.

→ A presença de pelo menos dois sócios nesta modalidade de sociedade é de tal


relevância, que se ausente uma das categorias dos sócios pelo período de 180 dias, a
sociedade é dissolvida (art. 1.051, II,CC).

O comanditado é aquele que exerce a atividade econômica de forma direta, praticando,


da mesma forma, privativamente, os atos de gestão negocial, possuindo responsabilidade
subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações contraídas. Só é relevante aos credores
conhecer o nome do responsável ilimitado, razão pela qual, somente o nome do comanditado
pode ser inscrito na razão social da empresa.
O comanditário possui responsabilidade limitada ao capital social pelo qual contribuiu
para o exercício da atividade econômica, possuindo mitigada relevância sua condição pessoal
para o exercício das atividades econômicas da sociedade, podendo, em razão desta
peculiaridade que lhe é própria (mero prestador de capitais), ser sucedido pelo herdeiros no
caso de morte (art. 1.050).

SOCIEDADES LIMITADAS

SOCIEDADES ANÔNIMAS: NOÇÕES GERAIS

As sociedades anônimas são um importante instrumento legal para a viabilização do


desenvolvimento do sistema-mundo capitalista, na medida em que viabiliza uma quantidade
exrbitante de capitais para a consecução de atividades comerciais, promovendo tanto os
interesses dos fundadores, como dos acionistas, que auferem dupla possibilidade lucrativa; os
valores percebidos pelos lucros periódicos e a negociação dos títulos no mercado mobiliário.

Esta modalidae de sociedades é caracterizada pela inexistência de qualquer relevância


das condições pessoais dos sócios, interessando, tão somente, o capital disposto para integrar
o grupo societário, tanto que no caso de morte os títulos integram a herança do respectivo
sócio, sem a extinção da sociedade, como em outros casos. Em razão de tais considerações, as
ações são de negociação livre, eventualmente restringida (art.35, da lei 6404/76), mas nunca
suprimida. Para além disso, outro elemento atrativo e caracterizador das anônimas é que a
responsabilidade dos sócios é limitada ao preço da emissão da ação11. ​In fine, ​as sociedades
anônimas são sempre de natureza mercantil/empresarial (art. 2º, §1º, da lei 6404/76).

11
Não se deve confundir o preço de emissão da ação com o valor nominal da ação, o segundo é elemento
invariável e mínimo a ser pago pelo título, o primeiro resulta de uma conjunção de elementos essencialmente
variáveis.
Nome - ​A sociedade anônima só pode usar denominação, a razão social é elemento
característico de sociedades que possui o caráter pessoal dos sócios como elemento nuclear.
Eventualmente, conforme expressa autorização do art. 1.160, pode-se utilizar o nome de
fundador, ou outra pessoa que tenha concorrido para o bom êxito da empresa. A expressão
adotada como denominação deve vir acompanhada de termo que expresse a condição
anônima dos sócios.

Ato constitutivo - ​Existem duas compreensões distintas acerca do ato constitutivo das
Sociedades Anônimas; como contrato plurilateral - negócio jurídico com pluralidade de partes
e interesses conflitantes, consubstanciador de instrumento comum - e ato institucional - as
SA’s não são mera ficção jurídica destinada à promoção de interesses subjetivos, existe um
conjunto de interesses sociais depositados nestas pessoas jurídicas, razão pela qual, assume
esta a forma de instituição atuante para o bem comum do meio em que exerce sua atividade
econômica, conforme expressa dicção legal, art. 116, pr. únic., lei das SA’s. O ordenamento
jurídico brasileiro assume a concepção da sociedae anônima constituída mediante ato
institucional, é o que se extrai do artigo mecncionado acima.

→ O objeto social da SA não pode ser genérico, deverá ser expresso o


gênero e espécie da atividade econômica desenvolvida (art. 53, §1º.
decreto 1800/96).

Sociedades anônimas de pessoas - ​A utilização do modelo societário anônimo,


hodiernamente, atingiu patamares elevados, inclusive, o sendo adotado por empresas de
pequeno e médio porte. Em razão das peculiaridades que estas empresas com capital médio e
pequeno possuem, como a famigerada ​affectio societatis, ​tem-se reconhecido a natureza
pessoal das sociedades anônimas, também denominadas como SA de capital fechado.

SOCIEDADES ANÔNIMAS E O MERCADO DE CAPITAIS

O artigo 4º da lei 6.404 delineia duas principais variações da Sociedade Anônima; a


aberta - a empresa submete suas negociações ao mercado de capitais -, e a fechada - a
negociação é restrita aos próprios membros da sociedade.
Pela amplitude da movimentação de capitais das SA’s abertas, com o objetivo de
manter a lisura e os fins econômicos que regem tais formas de negociação, a lei institui a
necessidade das SA’s abertas serem inscritas no Conselho de Valores Mobiliários, o qual tem
competência, além da fiscalização destas transações, de fixar instruções a serem observadas
pelas categorias de sociedades anônimas abertas clivadas, modulando, portanto, a depender da
caracterização da SA aberta, os requisitos a serem observados (art. 4º, §3º)

Valores mobiliários -

títulos ou contratos ofertados publicamente que gerem direito de


participação, parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação
de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de
terceiros.

São os valores mobiliários no direito brasileiro: ações, debêntures, bônus de


subscrição, cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento
decorrentes de tais títulos, os certificados de depósito de valores mobiliários, cédulas de
debêntures, cotas de fundos de investimento, os “commercial papers”, os contratos de
investimento coletivos e os contratos derivativos (art. 2º, da lei 6385/76)

A importância que assume esta forma de negociação tão difundida, decorre,


principalmente, do atingimento da possibilidade de satisfação de ambos os interesses das
partes contratantes, para a sociedade anônima é forma de captação maciça de capitais, de
forma ampla, rápida e flexível, aos investidores, uma forma de obtenção de lucro de duas
vias: tanto pela valorização do valor mobiliário, quanto pelo lucro periódico que oferece.

Mercado de valores - ​A captação de recursos pretendida pela sociedade anônima


aberta pode se dar por duas vias: mercado financeiro e o mercado de valore mobiliários. O
primeiro dos instrumentos, em geral, se mostra desinteressante, eis que a negociação se dá
com instituições financeiras, e seus consequentes e famigerados interesses de lucratividade.
O segundo dos instrumentos possibilita uma melhor satisfação dos interesses da empresa,
sendo este, o mercado de valores mobiliários, o resultado do conjunto de instituições e de
instrumentos que possibilita realizar a transferência de recursos entre os tomadores e os
aplicadores.

O mercado de valores se subdivide em bolsa de valores - entidades privadas


constituídas sob forma de associações civis ou sociedades anônimas, funcionando como
provedores de sistema de negociação - e mercado de balcão - tal conceito legal abrange toda
forma de negociação feita fora da bolsa de valores -.

→ o principal aspecto distintivo dos modelos de mercado de valores, é


a inexistência de formação compulsória e centralizada dos preços dos
títulos mobiliários no mercado de balcão, eis que as negociações são
fechadas.

→ Mercado de balcão organizado; criado pela CVM (instrução


normativa 243/96).

Em relação à bolsa de valores, por exercer uma função pública, está sujeita a
fiscalização da CVM.

CVM (Comissão de valores mobiliários) - ​é entidade autárquica em regime especial,


vinculada ao Ministério da Fazendo, contudo, sem a existência de subordinação, i.e., detêm
autoridade administrativa independente (art. 5º, da lei 6385/76). É composta por um
presidente e quatro diretores, escolhidos pelo PR, e submetidos à aprovação pelo Senado
Federal. O mandato dos membros é de cinco anos, devendo a cada ano ser substituído um
membro.

→ Os membros gozam de estabilidade, evitando-se, assim, que


influências políticas interfiram no exercício de suas incumbências.

→ Funções: consultiva, fiscalizadora, registrária, de fomento e


regulamentar.

→ Controvérsia acerca do poder regulamentar da CVM. Luis César


Amad Costa sustenta a inconstitucionalidade da atribuição de poder
regulamentar às autarquias, eis que tal competência, a de emitir
instruções normativas, seria restrita ao PR (art. 84, IV da CF). Noutra
posição, Leila Cuéllar aduz que a competência para emitir instruções
normativas é preponderantemente do PR, contudo, não é desalinhado
com a ordem jurídica possibilitar, mediante lei, que agências
reguladoras emitam instruções normativas com intuito de
regulamentação de disposições normativas. Seria inconstitucional que
fosse conferido à agência a possibilidade de criar e suprimir direitos.

Fechamento do capital social - ​A forma aberta da sociedade anônima não assume


forma autoritária e imutável, a condição de submissão dos valores mobiliários da sociedade
anônima ao mercado de capitais não a tornará aberta ​ad eternum. ​Para tanto, em razão do
conjunto de interesses envolvidos no fechamento do capital de determinada empresa, é
regulada pela CVM o fechamento do capital social da sociedade anônima.

Como se sabe, o aspecto caracterizador da sociedade anônima é a submissão de seus


valores mobiliários ao mercado de capitais. Assim, os investidores que adquirirem tais títulos,
possuem interesses, ao menos, de que estes mantenham seu valor de compra. Se fosse
possibilitado à sociedade anônima fechar seu capital social, sem que houvesse o dever de
adquirir os títulos emitidos, a perda do interesse na aquisição destes promoveria a ausência de
qualquer valor. Em razão disso, o art. 4º da lei da SA, em mudança legislativa que caracteriza
o fechamento em branco de SA como ilegal, estatui que ao momento do fechamento o
controlador deverá fazer oferta para a aquisição dos títulos, mediante apresentação de laudo
demonstrativo do valor justo destes (valor patrimonial contábil ou real; valor econômico;
valor de mercado apurado nos últimos 12 meses, ou outro critério). Apresentado a oferta, os
investidores deverão se manifestar acerca da aceitação ou recusa, podendo estes, ainda, pedir,
no prazo de quinze dias, nova avaliação do valor da oferta pública. Títulos remanescentes que
totalizam 5% do total anterior, serão adquiridos compulsoriamente.

CONSTITUIÇÃO E CAPITAL SOCIAL DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

A complexidade como elemento caracterizador das sociedades anônimas, já é


identificada em sua constituição sucessiva, passando por três fases até a sua plena efetivação,
são elas: providências preliminares, constituição propriamente dita e providências
complementares.
Providências preliminares - ​Requisitos estabelecidos pelo art. 80 da lei 6.404.
Primariamente, para a constituição do capital social da Sociedade Anônima é necessário que
ao menos duas pessoas subscrevam o capital social, i.e., se comprometam, mediante adesão
ao contrato apresentado pelo fundador, com o pagamento de todo o capital social. Duas são as
formas de se concretizar a subscrição; pela via pública (exige prévia autorização da CVM12) -
procedimento caracterizado pelo oferecimento da subscrição como forma de investimento,
necessitando da intervenção de instituição financeira como intermediária13 no processo de
subscrição (​under writing) (artigos 82 a 87 lei 6.404) e pela via particular - o ato constitutivo
forma-se entre presentes, os fundadores são os próprios subscritores - (art. 88, lei 6.404).

Após o comprometimento dos subscritores com o valores do capital social, com o fim
de promover a corporificação da SA, exige-se que seja procedido o pagamento de no mínimo
10% do valor total pelos subscritores (50% no caso de instituição financeira), a ser depositado
em qualquer banco comercial pelos fundadores, no prazo de cinco dias.

Após a sua constituição e, consequente, surgimento da personalidade jurídica, a


sociedade anônima terá acesso aos valores depositados. Se não for constituída no prazo de
seis meses, os subscritores farão ​jus ​à restituição dos valores.

A constituição da Sociedade anônima pode se dar de duas formas: quando escolhida a


forma pública de subscrição, por assembleia pública, e quando adotada a forma particular de
subscrição, por assembleia geral dos subscritores, celebrada a constituição por meio de
escritura pública.

A forma particular de constituição não demanda maiores tratativas. Em relação à


forma pública de constituição, os fundadores deverão convocar assembleia pública, com a
presença mínima de subscritores titulares da relação obrigacional de metade do capital social.
Se na primeira convocação não for atingido o ​quórum mínimo de subscritores, promover-se-á
uma segunda assembleia, sendo nesta suficiente qualquer número de subscritores. Exposto o
estatuto, não havendo discordância de mais da metade dos subscritores, o presidente da

12
estudo da viabilidade econômica do empreendimento, o projeto do estatuto e prospecto organizado e assinado
pelos fundadores.
13
A intermediação pode ser dar pela subscrição do capital social pela própria instituição financeira e, posterior
negociação; pela simples prestação de serviço de intermediação; e pela forma de comprometimento de
subscrição residual do capital social.
assembleia declarará constituída a sociedade, promovendo-se, nesta mesma oportunidade a
eleição dos administradores.

As ​providências complementares são condição de eficácia ​para o pleno exercício


das funções da sociedade anônima, e consistem em: arquivamento e publicação dos atos
constitutivos.

Capital social - ​representa apenas uma pequena parcela do patrimônio da sociedade,


na medida em que estes valores se referem tão somente àqueles destinados à consecução do
objeto social desta. Por exemplo, na forma de captação de recursos denominada emissão de
ações, o valor pago pela ação, para além de sua quantia nominal, representativa da parcela do
capital social, pode existir valores superiores, os quais serão destinados à reserva de capital
(art. 14 da lei 6.404).

O capital social deverá ser formado em moeda nacional (art. 5º, da lei 6404), por
dinheiro ou quaisquer bens úteis para a promoção do objeto social da sociedade anônima. Para
a integralização do capital social em bens, para além da vinculação da utilidade deste com o
objeto social, dever-se-á promover a sua avaliação por três peritos ou empresa especializada,
escolhida mediante manifestação em assembleia geral, sem a participação do interessado na
integralização.

Este conteúdo mínimo patrimonial deflagrador da atividade econômica da empresa,


possui três funções: a função de produtividade, a de garantia e determinação da posição dos
acionistas. A primeira das funções, se justifica por este se destinar, inicialmente, ao custeio de
ações necessárias para o desempenho da atividade econômica da empresa. Secundariamente,
em razão da limitação da responsabilidade dos acionistas ao preço de emissão da ação, o
capital social serve aos credores como garantia. Por fim, o montante que integra o capital
social servirá para determinar a participação dos acionistas em algumas faculdades lhes
conferidas, a depender das ações titularizadas.

Princípios que regem o capital social da SA: ​efetividade (o valor do capital social
deve corresponder a um patrimônio mínimo real da companhia), estabilidade (o capital social
só pode ser alterado se observadas algumas condições) e determinação (o capital social da SA
deve ser certo, não se admitindo capital social variável, portanto).
Aumento do capital social - ​O aumento do capital social da sociedade pode se dar de
duas formas: emissão de novas ações ou remanejamento patrimonial (aumento gratuito).

Para que seja possível a emissão de novas ações, no mínimo, o capital social deverá ter
sido integralizado no ​quantum ​de 75% (art. 170, da lei 6404) do total previsto inicialmente,
para só então emitir novas ações a serem subscritas pelos próprios acionistas (ordem de
preferência) ou por terceiros. Este aumento depende de deliberação da assembleia geral, e,
caso o seja aprovado, de alteração do próprio estatuto constituidor da Sociedade Anônima,
não se admite a livre fixação do valor das ações, devendo ser observados critérios que melhor
expressem o valor econômico das ações da empresa.

Há a possibilidade do aumento do capital social se dar de forma mais simplificada,


mediante prévia existência de previsão estatuária para tanto, é o que se chama de Sociedade
anônima de capital autorizado, e possibilita, por previsão regulatória (deverá prever o limite
do aumento, condições e elementos a serem observados) que o conselho de administração
promova o aumento do capital social.

Em relação ao aumento gratuito do capital social, este ocorre quando o patrimônio


não-integrante do capital social é remanejado para se caracterizar como tal.

Redução do capital social - ​Existem algumas situações que ensejam a redução do


capital social, estas se dividem em dois grupos principais: imperativas e facultativas.

Na classe das formas redutórias imperativas, o elemento comum é a ocorrência de


desfalque no capital social por situações de risco da vida econômica. Na primeira das formas,
a situação que enseja o desfalque é indeterminada, é torna imperativa a redução do capital
social quando o acionista exerce seu direito de retirada, fazendo jus, portanto, ao reembolso
dos valores nominais. Não possuindo a empresa ativos suficientes para lhe reembolsar,
elemento este constatada em ata de assembleia geral, terá 120 dias para substituir o acionista,
ou, inviabilizada possibilidade, deverá reduzir seu capital social. Secundariamente, no caso de
acionista remisso, i.e., que não tenha contribuído no momento adequado, no exercício dos
instrumentos de satisfação desta pretensão da empresa (execução forçada e leilão
extrajudicial), deparando-se com a inefetividade, o acionista remisso será excluído, devendo a
empresa integralizar o valor do capital social correspondente às ações do excluídos ou, não o
sendo possível, reduzir o capital social.
No que se refere à redução voluntária do capital social, é possibilitada em duas
situações: no caso de perdas substanciais e quando o capital social é reputado excessivo. As
perdas substanciais só ensejará a redução do capital social se os lucros e reservas não forem
suficientes para integralizar o capital social. Assim, ocorrendo a perda substancial e não
havendo valores suficientes para promover esta compensação, deverá ser procedida com a
redução do capital social. Vale destacar, nesta forma de redução do capital social, não há
variação do patrimônio da empresa, na medida em que os valores perdidos da saíram do
patrimônio social; é meramente nominativo.

AÇÕES

O termo ação fora otado para se referir a esta espécie de valores mobiliários, por
existir pronta pretensão de exigir o pagamento do dividendo.

O valor da ação pode ser apurado por diferentes critérios: valor nominal, patrimonial,
de emissão, de mercado e econômico.

O valor nominal pode ou não ser expresso no título, contudo, sempre a sua soma
deverá corresponder ao total do capital social da sociedade anônima. Este é o valor mínimo
pago pela ação. Vale destacar, a ausência de valor nominal na ação não retira-lhe a vinculação
com o ​quantum ​do capital social, apenas omite tal informação, na medida em que no estatuto
da SA será previsto tão somente o valor do capital social e a quantidade das ações, assim, seu
valor nominal omitido será o resultante da divisão do valor do capital social pela quantidade
das ações14.

O valor de emissão pode ou não corresponder com o valor nominal, haja vista, a
possibilidade de ser considerados nestes elementos que elevem o valor da nominal da ação.

Os demais critérios dispensam comentários.

14
Está prática é utilizada com o intuito de evitar que o valor pago pelas ações no mercado se limite ao valor
nominal.
Natureza jurídica - ​Como se sabe, a ação é valor mobiliário de ampla
negociabilidade, que confere ao aquisitor faculdades e imposições relacionadas à atividade
econômica da sociedade anônima que a emitiu. A natureza jurídica das ações é controvertida,
mas, a observância dos dispositivos do ordenamento jurídico permitem superar esta antiga
controvérsia.

Pois bem. O elemento controvertido acerca das ações é se esta seria uma espécie de
título de crédito. O artigo 887 do CC conceitua o título de crédito da seguinte forma: ​o título
de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. ​Deste conceito legal extrai-se os
seguintes elementos caracterizadores do título de crédito: autonomia das obrigações (o titular
do direito é quem possui o título), literalidade e cartularidade. Em relação aos primeiros dois
elementos, pode-se afirmar que as ações são autônomas na obrigação, pois a obrigação
estabelecida entre a SA e o sócio é autonôma; literais no conteúdo dos direitos e deveres
(complementado os teores da ação pelo estatuto da empresa), contudo, não detentora de
cartularidade, na medida em que, apesar da existência de documento que comprove a
titularidade da ação, existe livro de transferência das ações nominativas, não sendo, portanto,
o detentor do direito de acionista àquele detentor do documento, mas, tão somente, àquele
constante no livro de transferência das ações.

In fine, ​no direito brasileiro as ações não são títulos de créditos.

Ações nominativas cartulares - ​instituída a forma nominativa das ações cartulares,


extinguindo-se, por consequência, a velha discussão acerca da condição de espécie de título
de crédito da ação, pela lei 8021/90, em seu artigo 20, sendo necessária para a transferência
registro no livro de transferências da SA, com assinatura do cedente e cessionário.

Ações escriturais - Inscritos na classe de bens incorpóreos, pois independentes de


titularização documental, podem ser adotadas por previsão estatuária, atribuindo os deveres de
armazenamento e registro das transações à instituições financeiras, que o fazem numa espécie
de conta-corrente onde são lançados valores de débito ou crédito dos acionistas.

Classificação das ações - Diversos são os interesses que influenciam sujeitos a


tornarem-se sócios de uma empresa, em razão disso, diferentes subtipos de ações são criados
pela legislação de forma a modular os direitos e deveres dos sócios de acordo com seus
interesses. São os tipos de ações; ordinárias, preferenciais e de fruição.

As ações ordinárias são de emissão obrigatória, e compreendem direitos comuns de


acionistas sem privilégios, possuindo, obrigatoriamente dentre estes, o direito ao voto.

Por sua vez, as ações preferenciais são caracterizadas pela vantagem patrimonial
conferida, quando comparada com as demais. A razão de ser desta vantagem patrimonial é a
redução ou extinção do direito de voto do acionista proprietário da ação. As vantagens
patrimoniais que a ação preferencial pode conferir ao acionista são: prioridade no recebimento
dos dividendos, ou a prioridade no reembolso, com ou sem prêmio - as vantagens podem ser
cumulativas -.

O limite atual de emissão de ações preferenciais corresponde a 50% do capital social


da empresa, haja vista, a exacerbação da emissão de tais ações possibilitar que uma minoria
dos acionistas exerçam total influências nos atos da empresa.

→ Se não existir contraprestação pecuniária a ação preferencial


será tratada como ordinária.

Ações de fruição - ​resultam da amortização das ações ordinárias e preferenciais, e só


garantem ao acionista o valor do seu investimento.

Negociação de ações -

Limitação sociedade aberta → a lei 6.404 exige, no mínimo, a


integralização de 30% do capital social para que as ações possam ser negociadas no mercado.
Em princípio, a SA não pode negociar com suas próprias ações, salvo exceções
expressamente previstas em lei (art. 30, §1º, da lei 6.404): amortização, resgate e reembolso.
A amortização é pagamento antecipado do que caberia ao sócio se a sociedade fosse
dissolvida, há duplo pagamento, uma verdadeira bonificação, na medida em que lhe é
devolvido integral, ou parcialmente, o valor investido, sem abandonar a condição de acionista.
15
. O resgate é forma compulsória de aquisição das ações em circulação, o é feita pela própria
sociedade, mediante prévia previsão estatutária ou convocação de assembleia especial, que
logo em seguida promoverá a extinção das ações extraídas de seus titulares. O critério para a

15
TOMAZETTE, afirma que o critério a ser utilizado para apurar o valor da ação no caso de amortização, é o
patrimonial, haja vista, a legislação se referir ao valor que o sócio teria direito no caso de dissolução da SA.
definição de quais ações serão resgatadas deve ser objetivo, ou por sorteio, ou em relação a
determinada classe. O reembolso é operação na qual a sociedade anônima paga ao acionista o
valor de suas ações, quando exercem seu direito de retirada. Se o direito de retirada for
efetuado até 60 (sessenta) dias após o segundo balanço patrimonial da sociedade, receberão os
valores da ação em até 40 dias. Se o fizer em prazo distinto, terá direito ao recebimento de
80% do valor das ações em até 40 dias e, em razão da necessidade de realização de balanço
especial, receberá eventual montante remanescente em até 120 dias. Efetuado o reembolso,
cujos valores pagos ao acionista retirado sejam provenientes de lucros ou reservas não-legais,
as ações ficarão em tesouraria, podendo ser canceladas ou recolocadas no mercado. Se o valor
do reembolso provier do capital, a empresa terá até 120 dias para substituir o acionista, ou terá
que diminui seu capital social.

→ O acionista que recebeu o reembolso pode ser demandado


em ação revocatória para a declaração de ineficácia do
reembolso e consequentemente, restituição dos valores pagos
pela ação no caso de insuficiência da massa falida.

OUTROS TÍTULOS EMITIDOS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

Partes beneficiárias - ​São títulos de créditos não nominativos, não representativos do


capital social da empresa, conferindo aos titulares direito de crédito eventual contra a
sociedade, apurado a partir dos lucros anuais (no máximo 10%) conferidos aos acionistas.
Atualmente, o direito brasileiro só admite as sociedades fechadas a possibilidade de emissão
de partes beneficiárias. Estes títulos são emitidos sempre de forma onerosa, haja vista a
necessidade de alguma contraprestação à companhia.

→ O prazo fixado para a duração do título de parte beneficiária não poderá exceder 10
anos, se violar este limite temporal imposto por lei, será extinto automaticamente sem
qualquer direito à contraprestação ao ex-titular.
→ Podem ser convertidos em ações.

→ Ocorrendo a liquidação da companhia, cessam os direitos dos titulares das partes


beneficiárias.

Debêntures - ​Debêntures são título representativo de empréstimo público lançado pela


sociedade, caracterizado por ser forma de obtenção de capital externo sem interferir nos
direitos e influências estabelecidas pelos acionistas da empresa. Quem subscreve debênture
empresta dinheiro à sociedade anônima, recebendo proventos anuais e/ou, no mínimo, o valor
emprestado.

A competência para a deliberação acerca da emissão de debêntures é, salvo dicção em


contrário constante no estatuto, da assembleia geral.

Procedimento para a emissão dos debêntures:a) registro na CVM, se for pública, ou


comunicação no caso de negociação particular; b) registro e publicação da ata da assembleia
geral; c)inscrição da escritura na junta comercial; d)constituição das garantias reais, se
houver.

Entre os credores titulares dos debêntures, inscritos em contrato de mútuo único, pois
representativo de uma única dívida, é estabelecida uma comunhão, transformando-se em
verdadeiro grupo organizado.

→ Agente fiduciário representa de forma orgânica os debentuarios.

Como já se disse, a debênture é uma espécie de empréstimo público, e por tal razão,
logo se identifica que os particulares só farão tal empréstimo se pelas condições de
contratação e da empresa, houver expectativa de devolução. As debêntures podem se tornar
mais atrativas aos investidores que buscam segurança em suas expectativas, por meio da
constituição de garantias dos debêntures emitidos. Tais garantias podem ser reais ou
flutuantes. No segundo caso, os titulares dos debêntures terão preferência em relação aos
debenturistas quirografários (sem garantia) no recebimento de sua parte do patrimônio líquido
da sociedade. No primeiro caso, tratando-se de garantia real, o valor do empréstimo será
garantido por algum ou alguns bens da sociedade. Por fim, ainda em relação às variações de
especificidades para a atração de determinados investidores, tem-se o debênture subordinado,
caracterizado pela sua submissão a uma relação de subordinação aos debêntures
quirografários, i.e., estes credores só receberão após o pagamento da classe dos
quirografários.

→ A certidão de emissão da debênture deverá fixar a data do vencimento, i.e., quando


tornar-se-á exigível a devolução do valor emprestado pelo investidor. Exemplificativamente,
há a possibilidade de determinar o vencimento da debênture no caso de dissolução da
companhia (art.55, §4º, da lei 6.404)

Bônus de subscrição - ​São valores mobiliários emitidos pelas S.A’s que conferem o
direito prioritário na subscrição de ações futuramente emitidas pela empresa. Tal espécie de
valor mobiliário não se confunde com os conversíveis em ações, na medida em que neste, tão
somente, se confere o direito prioritário de subscrição, devendo, portanto, o subscritor
bonificado pagar pelo valor da emissão.

commercials papers - ​Esta espécie de valor mobiliário se consubstancia numa nota


promissória, conferindo ao credor uma promessa de pagamento pela companhia. Se assemelha
em muito com os debêntures, mas algumas diferenças elementares lhe dão característica de
valor mobiliário distinto, uma própria espécie. Em geral, estes valores são emitidos pela
companhia para satisfazer demandas rápidas de capitais, assim, o vencimento é de curto
prazo, no máximo 360 dias; situação esta que não ocorre nos debêntures. A circulação de
notas promissórias deve se dar por endosso preto, devendo, obrigatoriamente, constar o termo
“sem garantia” pelo endossante. A transferência opera-se por depósito escriturário
centralizado.

ACIONISTA

Acionista controlador - ​A caracterização legal do acionista que exerce o poder de


controle na sociedade anônima, encontra-se expresso no artigo 116 da lei 6.404, podendo ser
pessoa física ou jurídica, ou grupos de pessoas vinculadas por acordo de acionistas, que
possuam preponderância nas assembleias (vitória por maioria absoluta ou preponderância de
no mínimo três assembleias) e o poder de eleger a maioria dos administradores.
A atuação como controlador da S.A, por certo, interfere num conjunto inimaginável de
interesses, sejam eles majoritários ou minoritários, aliado este fato à concepção
institucionalista desta forma de empresa, não poder-se-ia permitir que tal atuação de controle
fosse feita somente com o intento de lucratividade, razão pela qual, o artigo 117 da lei 6.404
elenca, exemplificativamente atuações abusivas do controlador, são elas:

A. orientar a sociedade para fim estranho ao objeto social, de forma lesiva;


B. favorecer outra sociedade em detrimento dos minoritários;
C. liquidar companhia rentável;
D. cisão, fusão, incorporação ou transformação para obter vantagem indevida;
E. praticar atos alheios ao interesse da companhia, em prejuízo dos minoritários,
empregados ou investidores;
F. eleger administradores inaptos, moralmente ou tecnicamente. Etc.

Acionistas minoritários - ​Apesar de compreensão instituída em sentido contrário pela


doutrina, a legislação inclui no grupo de acionistas minoritários todos aqueles que não são
controladores, inclusive, os que não possuem direito de voto.

Direitos essenciais dos acionistas - ​a) direito à participação nos lucros b) direito à
participação no acervo social em caso de liquidação c) direito de fiscalização d) direito de
preferência e) direito de retirada.

a) Forma de contraprestação patrimonial principal do acionista (outras formas; aumento


do capital social, recebimento de bonificações em ações), em regra, dever-se-á ser
adotada parcela do dividendo dos lucros de forma igualitária, sendo, contudo, admitida
distinção de tratamento no que se refere à espécie e classes de ações. Hipóteses
excepcionais de limitação deste direito; a)quando os órgãos de administração
informarem ser incompatível com a situação econômica da S.A. a distribuição dos
dividendos; b) Existindo débito previdenciário (art. 52, lei 8212); c) art. 202, §3º, lei
.6.404).

e) O direito de retirada é uma garantia conferida ao acionista em divergência com


atuações da sociedade anônima, recebendo o valor da emissão da ação que pretende se
desvincular. Contudo, esse direito de retirada não é absoluto, fácil é imaginar os grandes
impactos que a retirada maciça de acionista ou de acionista majoritário, pode acarretar à
companhia. Assim sendo, havendo divergência acerca da criação de ações preferenciais,
alteração nas preferências, ou criação de classe mais favorecida, deverá o acionista
interessado em se retirar pois contrário à atuação da S.A., comprovar a existência de
prejuízos decorrentes da alteração. Inexistindo prejuízo, prevalecerá o interesse da
sociedade. Outro óbice ao exercício do direito de retirada, é a existência de liquidez e
dispersão das ações, devendo o acionista interessado em desvincular-se da S.A., alienar a
ação em transação negocial no mercado de capitais.

TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO

Transformação - ​Alteração do tipo societário. Teoria da identidade; as obrigações


existentes não se alteram, pois a sociedade possui a mesma personalidade jurídica (art. 222 da
lei 6404 e 1.115 do CC). A transformação deverá ser precedida de deliberação em assembleia
geral, devendo ser manifestar, inclusive, os sócios sem direito de voto; será procedida a
transformação caso haja manifestação favorável de maioria dos sócios. O dissidente pode
exercer o direito de retirada.

Incorporação - ​é operação na qual uma sociedade incorporadora, incorpora outra


sociedade, extinguindo-a, e lhe sucedendo em todos as relações obrigacionais, aumentando o
seu capital social. A incorporação deve ser precedida de elaboração de um protocolo e de uma
justificativa, a ser aprovada (o quórum é de 50% nas sociedades anônimas e 75% nas
limitadas) em ambas as empresas envolvidas no ato de incorporação.

Fusão - ​duas sociedades se fundem, extinguindo-se mutuamente, e emergindo-se nova


pessoa jurídica correspondente à sociedade resultante da fusão.

Cisão - ​é a operação pela qual a sociedade desmembra total ou parcialmente seu


patrimônio, destinando-o para a constituição de novas sociedades, ou para sociedades já
existentes (neste caso, a absorção do patrimônio se dará pelas regras da incorporação).

A cisão pura ocorre quando o patrimônio desmembrado se destina à duas ou mais


sociedades novas, que serão constituídas a partir do patrimônio transferido. A cisão absorção,
por sua vez, ocorre quando há a destinação do desmembramento patrimonial à duas ou mais
sociedades já existentes (se fosse para só uma sociedade já existente, estaríamos diante de
uma incorporação propriamente dita).

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