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1ª Edição
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1. Conjuntos e Intervalos.
Na linguagem matemática, ao nos utilizarmos dos termos “Conjunto” e “Elemento”, não
os definimos, já que parte-se do pressuposto que tais conceitos são primitivos e aceitos sem
definição. Ou seja, seu conceito por si só já se define.
Assim sendo, o conceito matemático de “conjunto”, tem o mesmo sentido do senso
comum: Um agrupamento de qualquer coisa. Assim como, cada componente deste
agrupamento, cada item deste agrupamento, é denominado como “elemento”. Por
convenção, os conjuntos são representados por letras maiúsculas do alfabeto (A, B, C, ...).
Representação:
a) Por extenso: A representação por extenso é utilizada para descrever ou enumerar
seus elementos, entre chaves, separados por vírgula ou ponto e vírgula. Podendo
representar conjuntos finitos ou infinitos.
Exemplos:
Conjunto de frutas vendidas em uma feira:
F = {maçã, banana, uva, pera, laranja} – Conjunto finito
Exemplos:
Conjunto de frutas vendidas em uma feira:
F = {x / x são as frutas vendidas em uma feira} – conjunto finito.
Simbologia:
• Simbologia de conjuntos:
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∈ − Lê-se: Pertence.
∉− Lê-se: Não pertence.
⊂ − Lê-se: Está contido.
⊄ − Lê-se: Não está contido.
⊃ − Lê-se: Contém.
⊅ − Lê-se: Não contém.
∪ − Lê-se: União (entre conjuntos: operação matemática)
∩ − Lê-se: Intersecção (entre conjuntos: operação matemática)
∅ ou { } – Conjunto Vazio
• Simbologia de intervalos:
Relação de pertinência:
Exemplificação: Dado um conjunto A = {1; 3; 5; 7; 9), temos que:
1 ∈ A (1 pertence ao conjunto A)
2 ∉ A (2 não pertence ao conjunto A)
Conjunto unitário:
Denomina-se conjunto unitário aquele que possui um único elemento.
Exemplo: Conjunto dos números primos pares:
P = {2}
Conjunto vazio:
Representado pela simbologia ∅ ou { }, e nunca {∅}, conjunto vazio é todo aquele
conjunto que não possui nenhum elemento. Por exemplo:
Conjunto dos números ímpares múltiplos de 2:
A = { }.
Subconjunto
Subconjunto é todo e qualquer conjunto que faça parte de um outro conjunto, ou
seja, que todos os elementos de um conjunto A são igualmente elementos do
conjunto B. Matematicamente, diz-se que A ⊂ B. Inversamente, pode-se denotar
também que B ⊃ A.
Lembre-se:
- Se A = B, A ainda sim será um subconjunto de B.
- {4} e 4, quando elementos, são distintos
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União e Intersecção:
Operações entre conjuntos podem ser expressas de três formas:
Exemplo:
A = (1; 2; 3)
B = (3; 4; 5)
A ∪ B = (1; 2; 3; 4; 5)
A ∩ B = (3)
A − B = (1; 2)
Intervalos:
O estudo de intervalos é bastante importante no que tange a engenharia quando se
trata de funções modulares, estudo de derivadas para a realização de gráficos, etc.
Por definição, intervalos são conjuntos definidos por uma regra que restrinja o valor
de X para os valores desejados. Podem ser expressos por meio da escrita, ou
graficamente por meio da reta de intervalos.
Existem 9 tipos de intervalos, sendo 4 limitados, e 5 ilimitados:
Limitados:
A = [a,b] = {𝑥 ∈ 𝑅 / a ≤ x ≤ b }
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A = [a,b) ou [a,b[ = {𝑥 ∈ 𝑅 / a ≤ x < b }
Ilimitados:
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2. Potenciação.
A potenciação é o assunto da matemática que trata do agrupamento de N fatores de
mesma base como uma única base com um expoente referente ao valor N.
Descomplicando: Trata-se de um número A elevado a um número B, onde o número A
deve ser multiplicado por si próprio B vezes.
• 𝑎𝑚 → 𝑎 = 𝑏𝑎𝑠𝑒; 𝑚 = 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒.
• 𝑎𝑚 . 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚+𝑛
• 𝑎𝑚 ∶ 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚−𝑛
• (𝑎𝑚 )𝑛 = 𝑎𝑚.𝑛
• (𝑎. 𝑏)𝑚 = 𝑎𝑚 . 𝑏 𝑚
𝑎 𝑛 (𝑎𝑛 )
•( ) = => Com b ≠ 0
𝑏 (𝑏𝑛 )
• 𝑎0 = 1 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0
• 𝑎1 = 𝑎
1 1 𝑛
• 𝑎 −𝑛 = =( )
𝑎𝑛 𝑎
𝑎 −𝑛 𝑏𝑛 𝑏 𝑛
• = =( )
𝑏−𝑛 𝑎𝑛 𝑎
𝑚
𝑛
• 𝑎 𝑛 = √𝑎𝑚
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3. Radiciação.
𝑛
• √𝑎 = 𝑏 → 𝑎 = 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜; 𝑛 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒
No capítulo de radiciação, antes de tratarmos das propriedades, trataremos das
restrições e posteriormente, da sua racionalização, ferramenta importantíssima para se
obter resultados esteticamente mais agradáveis.
Restrições:
Para raízes com índice par, temos que a deve ser maior do que zero
(𝑏 ∃ 𝑅 ∀ 𝑛 𝑝𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≥ 0 )
Tal como:
(𝑏 ∄ 𝑅 ∀ 𝑛 𝑝𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑎 < 0 )
Para raízes com índice ímpar, o sinal de a é o mesmo que o sinal de b.
(𝑏 ∃ 𝑅 ∀ 𝑛 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎)
b > 0 ∀ a >0
b<0∀a<0
Propriedades:
𝑛
• √𝑎 𝑛 = 𝑎
𝑛 𝑛 𝑛
• √𝑎. 𝑏 = √𝑎 . √𝑏
𝑛
𝑛 𝑎 √𝑎
• √𝑏 = 𝑛 , 𝑐𝑜𝑚 𝑏 ≠ 0
√𝑏
𝑛 𝑛.𝑝
• √𝑎𝑚 = √𝑎𝑚.𝑝 , 𝑐𝑜𝑚 𝑃 ∈ 𝑁 ∗ (com P pertencendo ao conjunto dos números naturais
excluindo o zero).
𝑚
• √ √𝑎 =
𝑛 𝑚.𝑛
√𝑎, 𝑐𝑜𝑚 𝑚, 𝑛 ≥ 2
Racionalização:
A racionalização de denominadores consiste em obter uma fração equivalente a uma
fração cujo denominador é um número irracional, em outra cujo denominador seja
racional.
É dividido em 3 casos:
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1º Caso: Quando o denominador é um número irracional, cujo radical é do 2º grau.
𝑎 √𝑏 𝑎√𝑏
. =
√𝑏 √𝑏 𝑏
2º Caso: Quando o denominador é um número irracional, cujo radical é maior do que o
2º grau.
𝑛 𝑛
1 √𝑏 𝑛−𝑚 √𝑏 𝑛−𝑚
.𝑛 =
𝑛
√𝑏 𝑚 √𝑏 𝑛−𝑚 𝑏
3º Caso: Quando o denominador é um número irracional, consequência de uma soma.
Solução: multiplicar pelo conjugado (expressão idêntica com sinal trocado)
1 (𝑎 − √𝑏) 𝑎 − √𝑏
. =
𝑎 + √𝑏 (𝑎 − √𝑏) 𝑎2 − 𝑏²
O conceito de razão e proporção, que se utilizam da regra de três para suas operações,
em muito tem a ver com o conceito de escala. Escala nada mais é do que uma fração
(razão) referente ao tamanho original e ao tamanho aumentado/diminuído.
Exemplo:
Um desenho é 50 vezes menor do que a realidade, sabe-se portanto que sua escala é
𝐷𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜 1
1:50, expresso matematicamente por: 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 50
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5. Múltiplos e Divisores (MMC e MDC).
Diz-se que um número é múltiplo quando este é consequência do produto entre dois
números. Temos assim que:
Se A = B.k, dizemos que A é múltiplo de B e que A é múltiplo de K
Exemplo: 20 é múltiplo de 5 e 20 é múltiplo de 4, pois podemos escrever 20 = 5.4 (assim
como também é de 10 e de 2).
Diz-se que um número é divisor de outro, quando a divisão é exata (o resto é zero e o
quociente é um número inteiro. Temos assim que:
𝑎
Se 𝑏 = 𝑘(sendo a, b e k inteiros), então dizemos que b é divisor de a e k é divisor de a.
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Exemplo: 2 = 4 -> 2 é divisor de 8 e 4 é divisor de 8.
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1º Método: Fatoração separada.
72 = 2³.3²
48 = 24 . 31
O MDC é o produto de todos os fatores primos COMUNS e com os menores expoentes.
Assim sendo:
MDC (72,48) = 2³.3¹ = 24
2º Método: Fatoração Simultânea.
Fatoram-se simultaneamente os dois ou mais números apenas pelos fatores que
permitam a divisão nos dois. Quando não houver mais fatores para colocar, o produto
dos fatores encontrados é o MDC.
72 48 | 2
36 24 | 2
18 12 | 2
9 6 |3
3 2 |
Resultado = 2.2.2.3 = 24
Observação importante: Para dois números naturais A e B, temos que MMC(A,B) . MDC
(A,B) = A.B.
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7. Produto da Soma pela Diferença de Dois Termos
(a+b) . (a-b) = a²-b²
8. Soma de Dois Quadrados
a²+b² = (a+b)² - 2ab
9. Soma de Dois Cubos
a³+b³ = (a²-ab+b²).(a+b)
10. Diferença de Dois Cubos
a³-b³ = (a² + ab + b²) . (a-b)
Domínio: O domínio de uma função é representado pelo conjunto dos elementos que se
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ligam aos outros elementos do segundo conjunto. Convencionalmente, enuncia-se um
f: A -> B, onde tradicionalmente nas funções comuns, é representado pelo eixo das
abscissas (eixo x).
Em resumo, domínio é tudo aquilo que x pode assumir como valor.
Em problemas matemáticos, é comum encontrar “Domínio em R”, “Domínio em N”.
Isoladamente, pouco nos interessa tal informação, contudo, o conhecimento de domínio
nos dará a possibilidade de encontrar seu...
...Contradomínio: Que, por definição, é propriamente o inverso do domínio. São todos
os valores que o “y” pode assumir, sabendo da restrição do “x”. Na maior parte dos
casos, o contradomínio, quando se trata de conjuntos e não apenas de elementos ou
números quaisquer, respeita o conjunto do domínio, portanto, é bastante comum
encontrarmos em problemas a seguinte associação:
𝑓 ∶ 𝑅 → 𝑅 𝑜𝑢 𝑔 ∶ 𝑁 → 𝑁, 𝑒𝑡𝑐
Sabendo seu domínio, seu contradomínio, e os elementos pertencentes a função, descobre-se portant
Imagem: que por definição é composta por todos os valores do eixo Y que possuem um
correspondente na curva do gráfico. Associado a isso, sabe-se que o conjunto Imagem
está sempre contido no conjunto Contradomínio, e, para tanto, é também um
subconjunto deste.
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Função sobrejetora: Função sobrejetora é toda aquela que possui um contradomínio
igual a sua imagem. Ou seja, uma função que atinge o seu extremo negativo e seu
extremo positivo em y, sem haver “buracos” em seu gráfico.
* Não necessariamente até o infinito.
Exemplo visual:
Função bijetora: Função bijetora é aquela que respeita tanto as regras da função
sobrejetora como da função injetora. Ou seja, possui apenas um valor de y pra um valor
de x, e vice-versa, e o conjunto imagem é idêntico ao conjunto do contradomínio.
Exemplo visual:
Função crescente: Apesar de intuitivo, a definição correta para uma função crescente é
explicitada como: um valor de x1 > x2 tal que seu y1 > y2.
Função decrescente: Inverso à definição da função crescente, a função decrescente
possui um valor de x1 > x, porém seu y1 < y2.
Função constante: Uma função onde, independentemente do valor de seu x, o y é
constante. Logo: x1 > x2, mas y1 = y2.
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9. Função par e ímpar.
Função par: Função par é aquela onde f(-x) = f(x), para todo 𝑥 ∈ 𝐴.
Convencionalmente, sabe-se que todas as funções polinomiais que possuem apenas x
com expoentes pares é definitivamente uma função par. Além dela, sabe-se que as
funções trigonométricas f(x) = cos x e f(x) = sec x são pares. Graficamente, analisa-se uma
função por ser simétrica em relação ao eixo das ordenadas (y). Ou seja, o eixo y serve
como “espelho” para a função.
Função ímpar: Função ímpar é aquela onde f(x) = -f(x), para todo 𝑥 ∈ 𝐴.
Convencionalmente, e inversamente à definição da função par, sabe-se que todas as
funções polinomiais que possuem apenas x com expoentes impares são funções impares.
Além delas, as funções trigonométricas f(x) = senx; f(x) = cossec x; f(x) = tg x; f(x) = cotg x;
são ímpares. Graficamente, analisa-se uma função por ser simétrica em relação à origem.
Ou seja, a origem serve como “espelho” para a função.
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11. Palavras do autor + Apêndice
Primeiramente, é com um grande prazer que finalizo esta 1ª edição da apostila de
matemática básica para os alunos – majoritariamente calouros – do curso de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Sendo este um projeto pioneiro de
realização da Chapa “Novos Pensamentos”, eleita para gerir o Diretório Acadêmico de
Engenharia Elétrica (DAEL) para o ano letivo de 2015, que tem como principal função
auxiliar os alunos novatos, que chegam ao ensino superior, retornando de suas férias e
consequente formação do ensino médio, sendo bombardeados com conteúdos
pesadíssimos de cálculo, física e geometria analítica, sem muitas vezes relembrarem do
básico.
Aliado ao alto índice de reprovações nestas três matérias, nós, da Chapa Novos
Pensamentos, resolvemos iniciar este projeto como uma tentativa de auxílio, de alunos
para alunos, e observar os resultados.
Por se tratar de uma primeira edição, sua escolha de capitulação, diagramação e
enunciados pode estar longe do ideal, além disso, a não contemplação de exercícios é
proposital. Por se tratar de um minicurso com carga horária prevista para 1 hora semanal,
resolver exercícios em sala de aula tomaria um tempo que não nos é disposto, atrasando
conteúdo que pode vir a ser importante nas semanas seguintes para o aprendizado de
matérias mais avançadas. Para minimizar tal problema, será feito um levantamento dos
conteúdos considerados mais difíceis pelos próprios alunos, e, estes sim, terão uma aba
de exercícios na segunda edição desta apostila. Com um maior aprofundamento nas áreas
de maior valia, e reajuste nos conteúdos de menor importância.
Cabe ressaltar que esta apostila não possui cunho bibliográfico, assim sendo, não é
apropriada para ser utilizada como material de estudo sem o acompanhamento de um
docente. É, entretanto, um material pensado para ser utilizado como apoio durante as
aulas presenciais, como auxilio para o próprio estudante.
Por fim, gostaria de destacar que reconheço a falta dos conteúdos de: funções
compostas, funções inversas, funções modulares e inequações neste material, contudo, o
faço propositalmente por experiência pessoal, considerando que parte do conteúdo de
Cálculo I que a mim foi lecionado, contemplou tais matérias nas primeiras semanas de
aula como “revisão”. Assim sendo, deixo para que os docentes responsáveis ensinem com
seu método devido.
Com a palavra,
Diogo Oishi
Autor e membro da Chapa “Novos Pensamentos” – 2015.
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