Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Vol.1
Vol 1
Eliesse Scaramal
CENTRO INTEGRADO DE
UFG
UNIVERSIDADE Centro Interdisciplinar de
APRENDIZAGEM EM REDE FEDERAL DE GOIÁS Estudos Africa-Américas
2012
MAPAS ANIMADOS
PARA ESTUDAR
HISTÓRIA DA ÁFRICA
Governo Federal
República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Universidade Federal de Goiás
MAPAS ANIMADOS
PARA ESTUDAR
HISTÓRIA DA ÁFRICA
Goiânia, 2011
REITORIA COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Edward Madureira Brasil COMUNICAÇÃO IMPRESSA
Ana Bandeira
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
Sandramara Matias Chaves REVISÃO PEDAGÓGICA
Clarissa Adjuto Ulhoa
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Larissa Santos Pereira
Divina das Dores de Paula Cardoso
REVISÃO LINGUÍSTICA
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO Andelaide Lima
Anselmo Pessoa Neto
DESIGN GR ÁFICO -
DIRETORIA DA FACULDADE DE PROJETO EDITORIAL
HISTÓRIA Equipe de Publicação CIAR
Leandro Mendes Rocha
EDITORAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO Lara Carolina da Silva
DE HISTÓRIA - Campus Samambaia
Heloísa Selma Fernandes Capel ROTEIROS MAPAS ANIMADOS
Eliesse Scamaral
COORDENAÇÃO GERAL DO
PROJETO NOVOS TALENTOS - ILUSTRAÇÃO
Articulação de Saberes e Experiência Laryssa Tavares
Mercês Pietsch Cunha Mendonça Leandro Abreu
Apresentação .............................................................................................................. 9
1. A África como berço da humanidade ................................................................ 9
2. A Geografia Africana: Diversidade regional e Correntes migratórias ........ 17
Diversidade do continente africano e diáspora atlântica ......................................... 18
Por uma Cartografia Histórica da África ..................................................................... 25
Regiões geográficas e históricas da África e sua diáspora no Atlântico Negro .... 40
África Setentrional e Oriental ........................................................................................ 42
Egito, Núbia (Kush, Méroe, Napata) e Abissínia (Askum) .................................... 46
Egito - Tempo e espaço ................................................................................................... 48
3. África Ocidental ............................................................................................................... 51
3.1 Populações do Delta do Níger (Os Yorubás) ....................................................... 52
Origens dos Yorubás ........................................................................................................ 52
A criação do Mundo - Mito Fundador de llê-lfé ........................................................ 54
As fontes e o tráfico .......................................................................................................... 55
Confederação yorubana .................................................................................................. 56
4. África Central ............................................................................................................ 59
Os povos Bantos ............................................................................................................... 60
África Austral ou Meridional ......................................................................................... 64
O Grande Zimbábue e o Reino do Monomotapa ..................................................... 65
Tradições Religiosas ......................................................................................................... 67
5. A presença muçulmana no continente: aspectos gerais .................................... 68
6. Para trabalhar em sala de aula ..................................................................................... 74
6.1Trabalho com Imagens .............................................................................................. 74
6.2 Trabalho com cinema ............................................................................................... 81
6.3 Trabalho com mapas ................................................................................................. 84
6.4 Outras sugestões ........................................................................................................ 86
Referências ............................................................................................................................. 89
Lista de Referências ............................................................................................................ 91
Lista de Referência de Ilustrações ................................................................................. 93
Anexos - Mapas Mudo ....................................................................................................... 97
1
MAPAS ANIMADOS PARA
ESTUDAR HISTÓRIA DA ÁFRICA
Apresentação
Parte deste texto foi escrito por mim para compor um dos livros do
Curso de Aperfeiçoamento em Educação para as Relações Étnico-Raciais,
modalidade à distância coordenado pela professora Cristina de Cássia Pe-
reira Morais, a quem agradeço a liberação do material para que possa ser
usado nesta nova oportunidade.
8 Eliesse Scaramal
1. A África como berço da humanidade
Monogenismo Poligenismo
Teoria que considera uma única Teoria que considera que a origem
origem para a humanidade. Nessa da humanidade se deu de forma
teoria, as “raças” teriam uma origem múltipla e multi-localizada. Nesse
comum, porém se diferenciam sentido, as diferenças das “raças”
a partir da influência do meio obedeceriam à fatores de ordem
ambiente e pela hereditariedade local, ambiental e genética.
Fique Alerta!
Os países que
constituem a região
oriental da África
(ou África Seten-
trional ou Chifre da
África) são: Egito,
Etiópia, Sudão, Eri-
tréia, Djibuti, Somália,
Uganda, Quênia,
Burundi e Tanzânia.
O termo Aus-
traloptecos está
relacionado com a
descoberta de um
fóssil hominídeo na
região Sul (austral)
do continente
africano, mais preci-
samente onde hoje
é a África do Sul.
Daí a denominação
australoptecos
= austral (sul) +
ptecos (macacos) =
macacos do sul (da
África)
Oceano Atlântico
Mar Mediterrâneo
Tópico de Câncer
TD-2 TD-1
Golfo do Áden
ET-1
ET-2
ET-3
KE -1
Golfo da Guiné
Equador 0º
TZ -2 TZ -1
Oceano Índico
Oceano
O
Ocea
ceano Atlântico
Atlân
Atlâ
tlânti
tico
TD · Tchad / Chade
TD 1 - Bahr el Ghazal
TD 2 - Djourab
ET · Étiopia / Etiópia
ET 1 - Hadar
ET 2 - Herto
ET 3 - Omo
KE · Kenya / Quênia
KE 1 - Lake Turkana
TZ · Tamzanie / Tanzânia ZA -2 ZA -1 Tópico de Capricórnio
TZ 1 - Olduvai
ZA -4 ZA -3
TZ 2 - Laetoli
ZA · Afrique du Sud / África do Sul
ZA 1 - Sterkfontein
ZA 2 - Swartkrans
ZA 3 - Kromdraai
ZA 4 - Taung
Ainda na África Oriental, nos idos de 1984, foram encontrados Fique Alerta!
fósseis do homo erectus, no Quênia e na Etiópia. Tanto a teoria monoge-
nista quanto as abordagens presentes nos modelos explicativos monocen- Tanto o homo erec-
trista e policentrista consideram que homo erectus tenha se espalhado por tus quanto o homo
sapiens e o homo
todo o continente africano e para os demais continentes. Outra questão sapiens sapiens são
importante é que esse espécime marca a transição entre o homo habilis também conhecidos
encontrado na Tanzânia em 1959 e o homo sapiens arcaico, ancestral mais pelo termo homo
habilis, pela capaci-
próximo do homo sapiens sapiens (homem moderno). A teoria monoge- dade (habilidade) de
nista, que defende a dispersão do homo erectus pelos demais continen- produzirem e utili-
zarem ferramentas.
tes, é atualmente corroborada por pesquisas recentes de marcadores de
Porém, todos esses
DNA. (marcadores mitocondriais) na Ásia, Europa e Oceania. Considera- têm características
-se que sua morfologia (bipedalismo) favorecia viajar grandes distâncias. morfológicas e
culturais que os
(Ver mapa de migrações humanas). Com o passar de longos anos, esse es- diferenciam entre si.
pécime não só teria se espalhado pelos demais continentes como também
variado em sua morfologia.
Os egípcios
(africanos do Norte
de África) constru-
íram pirâmides e
palácios de pedras.
Saiba Mais
A tecnologia utiliza-
da pelos musguns na
construção de suas
casas é referência
na mais moderna
tecnologia mundial
e é apresentada
como modelo de
sustentabilidade am-
biental e inteligência
de designer.
Mas estes estereótipos não vêm de agora. Eles são frutos de um longo
processo de ressignificações e associações construídas em torno do conti-
nente africano. Desde os primeiros contatos com a África, o olhar ocidental
atribui ao continente africano uma idéia de inferioridade. No período im-
perialista, estes ideais ganham contornos mais precisos, principalmente de-
Oceano Atlântico
Mar Mediterrâneo
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Golfo da Guiné
Equador 0º
Oceano Índico
Oceano Atlântico
FLORESTA TROPICAL
FLORESTA COSTEIRA DO LESTE DA ÁFRICA
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE ÁRVORES
Tópico de Capricórnio
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE GRAMÍNEAS
ESTEPE - GRAMÍNEAS E VEGETAÇAO RASTEIRA
SEMI DESERTO
DESERTO
MEDITERRÂNEA
GRAMÍNEAS DE MONTANHAS
FLORESTA DE MONTANHAS - TUNDRA
• África Central,
• África Austral (ao sul) também denominada África Meridional
• África Oriental (a leste) – também denominada Chifre da África
• África Ocidental (a oeste)
• África Setentrional (ao norte) – também denominada Norte da África
ÁFRICA AUSTRAL
OU MERIDIONAL
ÁFRICA SETENTRIONAL
ÁFRICA ORIENTAL
ÁFRICA OCIDENTAL
ÁFRICA CENTRAL
ÁFRICA AUSTRAL
ÁFRICA POLÍTICO
Argel Túnis
Rabat
Ilhas Madeira TUNÍSIA Mar Mediterrâneo
Ocean o Atlântico MARROCOS Trípoli
Cairo
Ilhas Canárias
ARGÉLIA
El Aaiún LÍBIA
SAARA EGITO
Ma
OCIDENTAL
r
Trópico de Câncer
Ve
rm
MAURITÂNIA
elh
Nouakchott MALI
o
CABO VERDE NÍGER Asmara
SENEGAL CHADE Cartum
Cidade de Dacar BURKINA Niamei ERITRÉIA
Praia Banjul GÂMBIA Bamaco FASSO Golfo de Áden
Ndjamena SUDÃO DJIBUTI
Bissau
Uagadugu NIGÉRIA Djibuti
GUINÉ BISSAU GUINÉ BENI N
Abduja Adis-Abeba
Conacri Freetow n COST A D O
TOGO
Luanda
TANZÂNIA ILHAS SEYCHELLES
Oceano Atlântico
Moroni
ANGOLA MALAVI ILHAS COMORES
ZÂMBIA
Lilongue
Lusaka
Harare
MOCAMBIQUE
NAMÍBIA ZIMBÁBUE Antananarivo
BOTSUANA MADAGASCAR
Windhoek MAURÍCI O
Gaborone Maputo Port Loui s
Pretória
Mbabane SUAZILÂNDIA Tr
ópico de Capri
córnio
Maseru
ÁFRICA LESOTO
DO SUL
DIVERSIDADE ÉTNICA
Mar Mediterrâneo
Ocean o Atlântico
Ma
rV
Trópico de Câncer
e rm
elh
o
Golfo de Áden
Golfo da Guiné
Equador 0°
Oceano Índico
Oceano Atlântico
Tr
ópico de Capri
córnio
Berberes
Fez
Marrocos BARBARIA
Teiza
Berberes EGITO
ALMORÁVIDAS TRIPOU
Tuaregue Cirenaica
El Aalum
Burbus Deserto do Saara Berdoa
Guenziga Nobacia
Fezan
Terga
Kaarca
Tibeste
NÚBIA Dongola
Adever Taganet
Air Kawar
Macúria
PEULES Baria
TERRUR Liptako Alódia Eritréia
Macina KANEM-BORNU
SONGAI Daura Funje Tigre
GANA Katsena Bomu Kanem Wadaf Uagara Interta
Gunme Gobir DARFUR
Gabu HAÚSSAS Bulala Uagara Dancália
MALI
Rano Tibue Lasta
JALOFOS Casa MOSSI Bongu Kano Zegzeg Dar CORDOFÃ Semiem
Futa Jalom DIARA Uagadugu Biram Runga Gojam
Amara Angote
Mandinga Nanumba Nupê Adamawa Fatagar Fate
Sapes
Fante Akam Gonja Dahomé Kororofa
Dar Damote ABISSÍNIA Adial e Mora
Ovo
GU
LIBERIA Denkyra Benin Imarya Dauaro
Danda
T I Ewe OR B AS Ibo Hadia Galla
Bali
S Iaundô
N RU
HA
Biafra Mujaco Buganda Jubo Xarca
IO Bunioro-Kitara
AC Toro
Busoga
Maracatos Mogadiscio
Bolia Budu
Loango Ancolê
Kuba Caranguê Kyamutwara Nalinde
Kagongo Tio Kiziba
Ngoyo Mpangu Macoco
Inhangiro Mombasse IMPÉRIO
Luda Pemba COMERCIAL
Mbata Nimeamay
Mbamba Pemba
Mpangu Lunda DE KILWA
Kazembe
Mpemba CONGO Mongalo Kilwa
Matamba Maraw Kisiwani
Ndongo Mpangu Zimbas
Sonyo Macuas
Cibolo Bororo COMORES
Mabunda Mocaranga Macuas
Cimbebas Dande
Urungue Rundo
Tonga Sofaia
Cimbebas MONOMOTAPA
Butua Barué IMERLINA
Macasis TANALA
Manica Teve LALAGINA
Damara Sabia
Chamgamira Sono Madagáscar MANDRA
BARA ARINDRANO
Biri Inhambane MAHAFALI
Namaqua Covanas
Hambounas
Zulu
Fumos
Bosquimanos
Kosa
Hotetontes
Argel
Oceano Atlântico Rabat
ARGÉLIA Mar Mediterrâneo
Tripoli
MARROCOS
Cairo
TRIPOLITÂNEA
EGITO
DESERTO DO SAARA Tópico de Câncer
Ocupação
SENEGAL PEULES
Dacar Cartum
Banju
GÃMBIA EGÍPCIA
Bissa JALOFO MOSSI
HAÚSSA ABISSÍNIA
Golfo do Áden
GUINÉ-BISSAGUINÉ
Canacri MOSSI BORNU
Freetowr Fachoda Adis-Abeba
SERRA - LEOA DANHOMÊ
Lagos
Monróvia Abdjã BENIN
LIBÉRIA COSTA DO ACHANTI IBO
MARFIM Golfo da Guiné
FANG Mogadíscio
Librevill Equador 0º
RUANDA
Oceano Índico
Oceano Atlântico UBUNDI
Mombassa
ANGOLA ZANZIBAR
Marrocos
Espanhol Tunísia
Mar Mediterrâneo
Marrocos
África
Ocidental África
Sudão Eritréia
Gâmbia Francesa Equatorial Anglo-Egípcio
Francesa Costa dos
Guiné Golfo do Áden
Somalis
Portuguesa
Somália
Serra Leoa Togo Abissínia Britânica
Libéria Kamerun
Somalilândia
Costa do Ouro
Espanhola Guiné Uganda África
Congo Oriental Equador
Gabão Britânica
Belga
Oceano Atlântico (Zaíre) Oceano Indíco
África
Cabinda
Oriental
Alemã
Egito
Argélia
Líbia 1922
África
Ocidental
Francesa
ITALIANO Suazilândia
BELGA
Basutolândia
TERRITÓRIO CONTROLADO União
PELA UNIÃO SUL-AFRICANA Sul-Africana
EGITO PAÍS E ANO DE INDEPENDÊNCIA
1922
• Egito em 1922,
• Reino da Líbia - 24 de dezembro de 1951;
Oceano Atlântico
Tunísia - 1956 Mar Mediterrâneo
Marrocos
1956
Argélia Reino
Unido da
Saara
Líbia - 1950
Ocidental Tópico de Câncer
África
Ocidental Federação Comunidade
Francesa do Mali Franco
Gâmbia Africana Eritréia
1965 Sudão
1956 Somália
Guiné Guiné África Golfo do Áden
Francesa
Bissau 1958 Equatorial Etiópia
Togo Nigéria
Serra Leoa Francesa 1941
Gana
1957 Somália
Guiné Britânica
Golfo da Guiné
Espanhola Quênia
Congo Equador 0º
Oceano Atlântico
Mar Mediterrâneo
Líbia
Tópico de Câncer
Niger
1960 Chade
1960 Golfo do Áden
Serra Leoa
1968
Oceano Atlântico
Inglaterra Angola
Zimbaue
1965
ESTADOS INDEPENDENTES Madagascar
COLÔNIAS • TERRITÓRIOS • PROTETORADOS 1960
ESPANHOL
INGLÊS
FRANCÊS África do Sul
TERRITÓRIO CONTROLADO 1961
PELA UNIÃO SUL-AFRICANA
CUSTÓDIA DAS NAÇÕES UNIDAS
Canárias
Espanhol Argélia
Saara
Ocidental
1976 Tópico de Câncer
Cabo Verde
1975 Eritréia
1993
Guiné Bissau Djibuti
1973 1977 Golfo do Áden
Benin
ês
gu
tur
Camarões
Po
Golfo da Guiné
São Tomé e Príncipe República
1975 Congo Democrática
Equador 0º
PORTUGUÊS
ESPANHOL
África dos Sul
INGLÊS
ÂNGOLA PAÍS E ANO DE INDEPENDÊNCIA
1975
OCUPADO PELO MARROCOS E
RECONHECIDO PELA ONU
DIÁSPORA AFRICANA
Liverpool Copenhague
Londres Amsterdã
Bristol Roterdã
Nantes
Bordeaux Veneza
Gênova Istambul
Roma
Lisboa Sevilha
AÇORES Palermo
10%
Charleston Alexandria Basm
ILHAS CANÁRIASQuargia Tripoli
40%
CUBA Assuã KarachI
México PORTO RICO Marzuq
Veracruz Santo Domingo
JAMAICA CABO VERDE KANEM Zabid
JALOFO Timbocutu BORNU Adon
BAMBARA HAUSSAS Goa
Ilha Gorée ARADA MOSSI
Lagos BENIN IORUBA
Cartagena IBO SOCOTRA
ACHANTI Acra Calabar BOBANGI
LUNDA
LOANGO P/ Malaca
Cabinde CONGO Mombassa Macao
Cantum
Luanda NDONGO ZANZIBAR (Hong Kong)
Recife MBUNDU
MAKUA Nagasaki
40% Salvador OVIMBUNDU Tomalave
Quelimane
MAURÍCIO
Rio de Janeiro Ilha Reunião
Oceano Pacífico (Bourbon)
Oceano Atlântico
Valparaíso 10% Montivideo Oceano Índico
Buenos Aires
Total de deportações do século XVII à metade do século XIX
para o comércio de escravos: 24 milhões
População africana total na metade do século XIX: 100 milhões
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Equador 0º
Oceano Índico
Tópico de Capricórnio
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Equador 0º
Oceano Índico
MALAWI
Oceano Atlântico
Tópico de Capricórnio
Por exemplo, a denominação ethiop foi dada pelos gregos aos núbios
e ashunitas. O termo referia-se aos “homens de cara queimada” e não aos
etíopes, da atual Etiópia. A atual Etiópia – da antiguidade e até fins do sé-
culo XIX – foi conhecida pelo nome de Abissínia. A Núbia, por sua vez, era
uma região do atual Sudão, o qual atualmente se localiza na parte nordes-
te da África e guarda pouca relação com o Antigo Sudão Central (outrora
denominado de Nigrícia por colonizadores europeus). A região da Núbia
dividia-se em Núbia inferior e superior e abrigou importantes reinos e cida-
des, como Cush, Meróe e Napata. Os exemplos poderiam seguir demorada-
mente. O importante é que possamos, pelos menos, iniciar o desvelamento
dessas inumeráveis denominações, além de nos localizarmos espacial e tem-
poralmente nas áfricas de todos os tempos.
Egito Egito
Núbia Sudão
Eritréia
Cush
Meroe
Napata Abissínia
Ashum
Etiópia
Alexandria
Atual Egito
Tebas
1ª Catarata As suã
BAIXA NÚBIA Berenice
Djeda
Ma
Buhen
Meca
rV
NOBÁCIA2ª Catarata
ALTA NÚBIA
erm
3ª Catarata
CUXE Quenma Dongola
elh
4ª Catarata
Jebel Barkal 5ª Catarata
o
Napata
MACURIA
6ª Catarata Meroe
BUTANA
Atual Sudão Cartum ALODIA AXUM Adulis
Soba Kougar YEMEN
Senar TIGRE
Atual Eritréia
DARFUR ABISSÍNIA Aden
Nilo Branco
Nil
oA
CORDOFÃO
Zeila
Bahr el’Arab FUAJE ANHARA IFAT
DAMUT Hara Berbera
CHOA
Nil
o
Atual Etiópia Wa
REINO b eS
he
be
le
PORTO
Lago
CIDADE Furkana Atual Somália
CAPITAL Mogadíscio
Marka
REGIÃO Ocenao Índico
Lago Massa Brava
CATARATAS (Vitória)
NECRÓPOLIS
3. África Ocidental
Oceano Índico
Oceano Atlântico
Tópico de Capricórnio
Jabba
Okpar
Igbaho Tada
Oió Níge
r
(Ogbara) Bida
Savê Ikayi Obá Niku ué
Esie NUPÊ Panda ALAGO Ben
Ede Oshogbo (Tapas)
Igu Dona
Oxum
Irese
Quemé
Oyan
a
Abokuta IIexá
br
a
Ibadan
Mec
em
Queto
Ake IFÉ Ikaré
Yewa
An
Idah
Odo Ono
Ogum
AKPOSO IIaro
DAOMÉ Ijebu Igbo Ondo Owó
Tado EGBADO
Ijebu Ode IORUBÁ Aguleri
Abomei IIanyin IIobi
Nuatja Savi Ishari se
Benin Onitshe
Os Igbo Ikwu
ALADÁ Apa Eko n i m
TORI Porto Novo (Lagoa) Be Ode Itsekin Awka
ka
a
Outros povos dizem que Odudua, o pai de todos aqueles que de-
pois se chamaram yorubás, era filho de um rei árabe, e que, por resistir ao
Islã, teria sido expulso pelos fiéis muçulmanos. Segundo essa última nar-
rativa, Odudua atravessou o Saara, perseguido pelos inimigos, chegou
ao Níger, com suas divindades e sua gente; e nas florestas da futura terra
dos yorubás, fundara Ilé-Ifê. Contudo, essa genealogia parece ter nascido
da confusão do nome Meca, a cidade santa dos muçulmanos, como o de
Meko, uma cidade iorubana.
Uma das regras importantes era que todo o Orixá que se pusesse atra-
vessar o portal do Orum deveria fazer uma oferenda a Exu, o guardião das
cancelas e caminhos. Entretanto, como Oxalá estava preocupado em realizar
urgentemente sua tarefa, não se preocupou em cumprir a regra e Exu, mesmo
tendo percebido que Oxalá havia esquecido sua sacola com água, não o avisou.
No caminho, Oxalá sentiu muita sede, mas não se deteve para tomar água nos
riachos e lagos próximos ao Orum. Com a distância, essas fontes ficavam cada
vez mais escassas e Oxalá aumentava sua sede, até um momento que não pôde
mais resistir e enfiou seu cajado (opaxorô) em uma palmeira, da qual saiu vinho
de palma. Oxalá bebeu o vinho de palma abundantemente, ficou embriagado
e adormeceu.
Os habitantes da região do atual Benin eram formados por uma popu- Ver Mapa:
lação eminentemente negra. A paisagem dessa região era formada por imensas Populações do
Delta do Níger
regiões desertas em certas partes da floresta e era frequentada por mercadores
sudaneses que comercializavam a noz de cola e o ouro. Esse metal era encontra-
do em abundância na região limítrofe da Costa do Ouro e na Costa do Marfim.
Confederação yorubana
Organização sociopolítica-religiosa:
ÁFRICA CENTRAL
Oceano Atlântico
Mar Mediterrâneo
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Equador 0º
Oceano Índico
Oceano Atlântico
Tópico de Capricórnio
Judeu Chenoua
Árabe
Os grupos bantos
Kabila
Marroquino Tarifit
Árabe Marroquino
Tunisiano se espalharam
Árabe
Guanche
Tamazight Argelino Nefusa
Siwa
Greek muito rapidamente
Tachelhit
*Azenegue
Árabe
Líbio Awjila
Árabe Egípcio
pela África.
Árabe Coopta1
Tuat
Saariano
Tamaha Árabe Mas esta
Árabe
Tamasheg Tuaregue
Mabang
Egípcio
expansão não se
Hassanlyya Fulfulde Árabe Núbio Bedawi
Árabe
Dazaga Masalit
Árabe Sudanês Dongolo
dava através de
Zenaga Tadaksahak Saariano
Cabo
Verdiano
Fula
Tucolore Coyra Chiin Kanurl
Chádico
Maba
Chádico
*Katia
Tigre
exércitos, embora
Jalofo Koyraboro Senni Tasawaq *Talodi *Helbon
Bijage Bambara Dogon Haussa
Fur
Gaam Temein Tigiína
Bilen tivessem que se
Susa Soninguê Fulo Zarma Masa
Surere
Mocolê Tusia Senufo Bariba
Fulfulde Lamang Bagimi Barein
Bongu Daju
Berta
Amhara
Saho valer da força em
Beafada Fula Sara
Mandinga Bwamu Fon Afar
Banhum
Krio Acã Acuamu do ni
e
Itsequíri Mandará
Nobandi
Homa
Teteta
Nitótco Oromo
Samali alguns casos; em
Kuwaa Doameano E B Oió Ibibio Fula Ubangi Komuz Moru Wolaytta
Bandi Bossa Evé Iorubá
Ibo
Igala
Gbaya Sango
Mpiemo
Madi
Konama Gono sua maioria eram
Klao Wee Fante Defako llo Aori Omo-tana Samali
Sãotomense Bafia
Ecóide Fali
Banda
Zandi
Logo
Nubi
Borani colonos que ocu-
Gueve Komo Acholi Turkana Maay
Angolar g a Mongo
tan Fang Bemitapa LENGOLA Nande
Ganda Somali
SWAHILI
pavam territórios
Ba Kamba
Sira Kota Mbosi
Kituba Kasai RUANDA Maasai
Choni que lhes pareciam
Lumbu Sonde Tembo RUNDI
CONGO Tio LUNDA Bembe
Somali Kamba
Sandawe Cutchi_Swahili
vazios, às vezes
Kongo
São Salvador
Jiriga
Luba
Bemba
Sukuma SWAHILI
Seychelles
entrando em con-
Luanda Fipo Hehe
Umbundu
Dembo LUNDA Lengola Iaô
Crioulo tato e até mesmo
Konzo
Imbangala Cassanje
Enia Tumbuka Comoro em conflito com
Luvale Malave Makaonde Betsimisaraka
Inglês Ovimbundo
Niemba
Bemba
Kaonde NYANJA
Norte pequenos
Ambundo Subia MAKUA
Ndonga
Hereno Xoe XONA
Platô
Tsimihety Malagásio
grupos de caça-
Tsao Anguni Sena Francês*
Kwanga Ju|’hoan Shua NEBELE
Ndau
Malagásio dores e coletores
Diriku
Afrikaans
Naro
Yeye ZULU
Chopi
Bara Malagásio
Maurício
errantes, como os
Venda
Nama
Hua afr afr
Inglês Suati
Betsimisaraka Reunião Crioulo
Sul Crilouro
koisans e pigmeus.
Kiwi Tsonga
Nguni
Trópico de Cap
ricórnio (M`Bokolo, 2003.
Soto
Afrikaans
XOSA Inglês
Tópico de Câncer
Golfo do Áden
Equador 0º
Oceano Índico
Tópico de Capricórnio
Segundo M’Bokolo,
Tradições Religiosas
Cada linhagem tem os seus Mizimus, aos quais devem ser feitas
oferendas periódicas de pombe (cerveja), tabaco, mingau etc. Um Mi-
zimu insatisfeito ou esquecido pode causar doenças e outros distúrbios
em seus descendentes.
Esse grupo governante árabe identificava sua nova ordem com a re-
velação enviada por Deus a Maomé, um cidadão que residia em Meca, sob a
forma de um livro sagrado: o Corão. Essa revelação criava uma nova religião,
o denominado Islã, que se tornaria distinta do judaísmo e do cristianismo.
Maomé nasceu em Meca, então apenas mais uma aldeia da Arábia Ociden-
tal, por volta do ano de 570. Ele e sua família pertenciam à parte menos
poderosa da sociedade dos coraixitas, cuja maioria era de mercadores que
mantinham acordos com sociedades pastoris em torno de Meca, e também
com a Síria e com o sudoeste da península. Dizem que também mantinham
PETCHENEGOS
REINO DOS FRANCOS BÚLGAROS
Poitiers 732
MAR
Covadonga 718 ÁVAROS DE ARAL
Meca
RV
MEDINA
ELH
HADRAMAUT
IEMEM
Pérsia
França Rio Indo
Espanha Mesopotâmia
Síria
Península
Norte da Arábica
África
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=2393
REGIÕES DA ÁFRICA
ÁFRICA SETENTRIONAL ÁFRICA ORIENTAL
ÁFRICA AUSTRAL
OU MERIDIONAL
ÁFRICA SETENTRIONAL
ÁFRICA ORIENTAL
ÁFRICA OCIDENTAL
ÁFRICA CENTRAL
ÁFRICA AUSTRAL
Mar Mediterrâneo
Ocean o Atlântico
Ma
rV
Trópico de Câncer
e rm
elh
o
Golfo de Áden
Golfo da Guiné
Equador 0°
Oceano Índico
Oceano Atlântico
Tr
ópico de Capric
órnio
Imagens:
Charge de Roné Bouchet, França, 2007. Charge de Jonathan Shapiro, África do Sul, 2007.
Fonte: http://cartoon-competition.org/ Fonte: http://cartoon-competition.org/
Filmes:
Temas: África do Sul, Apartheid, Temas: Temas: Racismo, Diversidade Temas: Racismo, Identidade Negra,
Nelson Mandela. Preconceito Religioso, Carnaval. Favela, Protagonismo Social.
Trailer: www.youtube.com.br Trailer: www.youtube.com.br Trailer: www.youtube.com.br
Músicas:
ANDRADE, Manuel Correia de. O Brasil e África. São Paulo: Contexto, 1991.
BRAZ, Júlio Emílio (adapt.). Sikulume e outros contos africanos. São Paulo:
Pallas, 2005.
COSTA e SILVA, Alberto. A enxada e a lança. São Paulo: Nova Fronteira, 1996.
DEL PRIORE, Mary & VENÂNCIO, Renato Pinto. Ancestrais – Uma introdução à
História da África Atlântica. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
FAGE, J. D.; OLIVER, Roland. Breve História de África. Lisboa: Livraria Sá da Costa
Editora, 1980.
FORD, Clyde W. O herói com rosto africano: mitos da África. São Paulo:
Summus, 1999.
FROBENIUS, Léo & FOX, Douglas C. A gênese africana: contos, mitos e lendas da
África. São Paulo: Landy, 2005.
FRY. Peter (Org.). Moçambique. Ensaios. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2001.
HAMPÂTÈ BÀ, Amadou. Amkoullel, o menino fula. São Paulo: Casa das Áfricas e
Palas Athena, 2003.
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, 2005.
HOURANI, Albert. Uma História dos Povos Árabes. São Paulo: Companhia
das Letras, 1994.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
SOUZA, Marina de Melo e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.
i
As Diretrizes estão disponibilizadas no site www.dominiopublico.gov.br
rece como ponto inicial das migrações humanas, na parte superior à esquer-
da. A América do Sul na extrema direita. Os números representam milhares
de anos antes do presente e seus períodos são dados na tabela ao lado do
mapa.A linha azul representa a tundra (coberta por gelo) durante a última era
glacial. As letras representam grupos que apresentam o DNA mitocondrial
(gens), ou seja, características herdadas da mãe, pois raramente a herança
mitocondrial pode ser herdada do pai. Os marcadores do DNA mitocondrial
são muito eficazes para se definir populações genéticas comuns, o que pode
ser observado pela seguinte organização sequencial:
v
HEGEL, G.W.F. Lecciones sobre la Filosofia de la Historia Universal. Buenos
Aires: Revista de Occidente, 1946. t.1. 181 p. Essa obra de Hegel foi publicada
postumamente.
vi
idem
vii
BURKE apud HERNANDEZ, Leila Leite, 2005, 19 p.
viii
Dependendo dos critérios de classificação adotados. SILVA, 1996, 193 p.
ix
LOPES, 1997, p. 269-77 apud MOREIRA, 2006, 40 p.
x
MOREIRA, 2006, p. 42-43
Médio Oriente: J, N
Sul da Europa: J, K
Norte da Europa: T, U, X
Pg. 32 – SCARAMAL, Eliesse; Silva. Mary Anne Vieira; PENA, Rodolfo Alves.
Representação cartográfica do continente africano – organizações políticas
antes de 1885. CieAA/UEG/FAPEG/UFG, 2008-2011.
Pg. 34 idem
Pg. 36 ibidem
Pg. 38 ibidem
Pg. 39 ibidem
Pg. 40 ibidem
Pg. 44 idem