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AG

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AGEU MAGALHÃES

EIS A IDENTIDADE
PRESBITERIANA
Uma Breve exposição dos fundamentos da Fé Presbiteriana

São Paulo - SP

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“Ninguém nos obriga a ser presbiterianos.
Mas, se queremos sê-lo, sejamo-lo honradamente.”

Rev. Boanerges Ribeiro

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INTRODUÇÃO

A “Identidade Presbiteriana” é bastante citada no contexto


presbiteriano, mas é quase um jargão não muito bem definido. Por conta
desta indefinição foi que resolvi escrever algumas linhas sobre o assunto,
algo sintético mesmo.
Alisto abaixo o que é distintivo em nosso sistema e, na sequência, a
explicação de cada um dos pontos:

1. Governo: Representativo
2. Ofícios: Presbíteros (docentes e regentes) e Diáconos
3. Regra de Fé e Prática: Bíblia
4. Teologia: Reformada, aliancista
5. Subscrição: Confissão de Fé, Catecismos Maior e Breve de
Westminster
6. Culto: Princípio Regulador do Culto (só o que é prescrito na
Bíblia é permitido)
7. Dons espetaculares: Cessacionista
8. Ceia: Presença Espiritual de Cristo
9. Batismo: Aspersionista e Pedobatista

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GOVERNO
REPRESENTATIVO

As três principais formas de governo de igreja são:

1. Episcopal - Um governa todos. A decisão final sobre os assuntos


da igreja, tanto doutrinários como administrativos, vem do bispo, pastor,
presidente ou missionário. É a forma que encontramos na Igreja
Episcopal e na maioria das igrejas pentecostais e neopentecostais.
2. Congregacional – Todos governam todos. O processo de decisão
passa pela assembleia, a reunião de todos os membros da igreja. É a forma
encontrada na Igreja Congregacional e na maioria das igrejas batistas.
3. Representativa – Alguns governam todos. As decisões são
tomadas por um conselho de Presbíteros eleitos pelos membros da igreja.
É o sistema de governo das igrejas reformadas e presbiterianas.
A IPB segue o governo representativo. Presbíteros são eleitos com
mandatos de 5 anos para tomar as decisões da Igreja. Há assuntos que
eles não podem decidir como, por exemplo, as eleições de oficiais e
decisões quanto ao patrimônio da igreja. Estes temas são decididos pela
própria assembleia.
A base bíblica deste sistema vem do governo dos anciãos no Antigo
Testamento (Dt 22.15), passando pela sinagoga (Lc 7.3-5) e culminando
no Novo Testamento (At 14.23). No Concílio de Jerusalém, o problema
doutrinário não foi resolvido por um homem, nem pelo grupo de 5 mil
crentes, mas por representantes das igrejas (At 15.2,4,6).
Assim, nas igrejas presbiterianas, não é "o pastor que manda".
Pastores presbiterianos que agem assim estão indo contra a nossa forma

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de governo. O Conselho, formado por todos os Presbíteros, é que deve
tomar as decisões da Igreja e, diante do Senhor, embaixo de oração,
pastorear bem o rebanho de Deus.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto?


Leia:

- WITHEROW, Thomas. A Igreja Apostólica: Que Significa Isto? Recife:


Editora Os Puritanos.
- BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo: Um Tratado sobre a Natureza,
Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã. Recife: Editora Os
Puritanos.

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OFÍCIOS: PRESBÍTEROS
(DOCENTES E REGENTES) E
DIÁCONOS

Jesus Cristo é o Rei da Igreja e a governa por meio de oficiais. Nas


Igrejas Presbiterianas os oficiais são os Presbíteros e os Diáconos.
Há denominações no mundo que defendem a existência de 3 ofícios
permanentes: Pastores (ou Bispos), Presbíteros e Diáconos. Porém,
quando estudamos os textos no detalhe percebemos que o Novo
Testamento usa os termos Bispo, Presbítero e Pastor com o mesmo
significado. Veja, por exemplo, Atos 20 quando Paulo chama os mesmos
homens de Presbíteros e Bispos, dando a eles encargos de Pastor.
Em Atos 15, quando uma séria questão doutrinária teve de ser
resolvida, não foram Apóstolos, Bispos e Presbíteros que deliberaram,
mas Apóstolos e Presbíteros.
Os Diáconos são os homens levantados por Deus para servir. A
arrecadação de ofertas para fins piedosos, o cuidado dos pobres, doentes
e inválidos e a manutenção e fiscalização dos trabalhos na Casa de Deus
são atribuições deles.
O Presbítero, tanto o Docente cuja ênfase está no ensino, quanto o
Regente cuja ênfase está no governo, são essenciais para a Igreja. Note
que até os Apóstolos, possuidores de dons extraordinários e alvos da
inspiração divina, não tomaram decisão alguma no Concílio de Jerusalém
sem a participação dos Presbíteros.
Hoje, muito do presbiterianismo nacional ainda está em pé por causa
dos Presbíteros Regentes, pois são menos vulneráveis aos ventos de
doutrina que assolam a Igreja.
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Quer aprofundar-se um pouco no assunto?
Leia:

- O ofício de presbítero - Geerhardus Vos - https://goo.gl/HW8qHr


- Dois ofícios e duas ordens de presbíteros - George W Knight, III
- https://goo.gl/CEhNQg
- Os membros da Assembleia de Westminster e seus escritos
(inglês): https://goo.gl/uuAALN
- O Princípio Regulador do Culto – Brian Schwertley
- http://www.monergismo.com/…/principio-regulador-culto_brian…
- Por que sou um cessacionista? - Thomas Schreiner -https://goo.gl/1kWqmY
- Você, provavelmente, também é um cessacionista! - Phillip Johnson -
https://goo.gl/evHKQB
- O que o cessacionismo não é - Nathan Busenitz - https://goo.gl/gtDB7P
- WITHEROW, Thomas. A Igreja Apostólica: Que Significa Isto? Recife:
Editora Os
Puritanos.
- BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo: Um Tratado sobre a Natureza,
Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã. Recife: Editora Os
Puritanos.

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REGRA DE FÉ E PRÁTICA:
BÍBLIA

Quando falamos em “regra de fé” queremos dizer que tudo o que


devemos crer, em matéria de fé, tem que seguir a regra, isto é, o padrão
das Escrituras. O mesmo vale para “regra de prática”. Significa que a
nossa prática de vida deve estar de acordo com a Palavra de Deus.
Isso parece óbvio, mas não é.
No Romanismo, a tradição está acima das Escrituras. Não importa o
que a Bíblia diz, importa o que a Igreja Romana estabeleceu como
verdade.
No Pentecostalismo, a experiência está acima das Escrituras. Não
importa o que a Bíblia diz, aconteceu comigo, dirá um pentecostal, e isso
é o que vale.
Foi pensando nestas distorções que a Assembleia de Westminster
declarou: “À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por
novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens” (Cap. 1.6)
Assim, o crente orienta sua vida pela Palavra. Não por tradição oral e
nem por sonhos ou supostas revelações.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto?


Leia:
- BEEKE, Joel; ARMSTRONG, John et allis. Sola Scriptura: numa época sem
fundamentos, o resgate do alicerce bíblico. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- BOICE, James Montgomery. O Alicerce da Autoridade Bíblica. São Paulo:
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
- COSTA, Hermisten M.P. A Inspiração e Inerrância das Escrituras. São Paulo:
Editora Cultura Cristã.

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- HARRIS, Laird. Inspiração e Canonicidade da Bíblia. São Paulo: Editora
Cultura Cristã.
- MACARTHUR, John Jr. Como Obter o Máximo da Palavra de Deus. São
Paulo: Editora Cultura Cristã.
- MACGREGOR, Jerry. Conhecendo a Vontade de Deus para as Decisões da
Vida. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- SCHWERTLEY, Brian. O Modernismo e a Inerrância Bíblica. Recife: Editora
Os Puritanos.
- STOTT, John. Crer É Também Pensar. São Paulo: Editora ABU.

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TEOLOGIA REFORMADA,
ALIANCISTA

A Igreja Presbiteriana teve sua origem na época da Reforma


Protestante. John Knox, aluno de João Calvino, foi o homem que liderou
a reforma na Escócia para que a igreja se tornasse protestante, recebendo
o nome de Presbiteriana. Isso aconteceu em 1560.
A teologia escocesa foi profundamente influenciada pelos escritos de
João Calvino e, mais tarde, tornou-se a grande influência teológica da
Assembleia de Westminster. A Teologia da Aliança nasceu neste período
e foi a constatação de que Deus relaciona-se com o seu povo por meio de
Alianças. Reino, Pacto e Mediador (RPM) são, como escreveu Van
Groningen, os 3 fios do cordão dourado que percorrem toda a Bíblia, de
Gênesis a Apocalipse.
A Teologia da Aliança explica a ligação entre as promessas do
Messias no Antigo Testamento e o seu cumprimento no Novo. O mesmo
se dá com os ritos, sacrifícios e sacramentos do Antigo Testamento.
Todos eles apontam para o Novo Testamento, cumprindo-se em Cristo.
A Igreja Presbiteriana também é herdeira dos cânones de Dort
(1618/19) onde ficaram definidos os 5 pontos do Calvinismo:
1. Depravação Total
2. Eleição Incondicional
3. Expiação Limitada
4. Graça Irresistível
5. Perseverança dos Santos.
Devemos nos lembrar, entretanto, que os 5 pontos de Dort se referem
apenas à doutrina da salvação. A Teologia Reformada é bem mais que
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isso. É uma completa cosmovisão em que a Soberania de Deus é
abrangente sobre todas as áreas da criação, desde política, economia,
literatura, artes, etc.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto?


Leia:
- O que é Teologia Reformada – R.C. Sproul - https://goo.gl/4M7dT4
- Teologia Reformada é Teologia do Pacto – Richard Pratt
- https://goo.gl/QEz9f1
- O Sínodo de Dort – Juliano Heyse - https://goo.gl/X9excW
- ROBERTSON, Palmer. Cristo dos Pactos. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- ROBERTSON, Palmer. Alianças. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação. São Paulo: Editora Cultura
Cristã.

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SUBSCRIÇÃO DA CONFISSÃO
DE FÉ, CATECISMOS MAIOR
E BREVE DE WESTMINSTER
A Igreja Presbiteriana adota a Confissão de Fé e os Catecismos de
Westminster como sistema expositivo de doutrina e prática. Isso equivale
a dizer que a nossa forma de doutrina está claramente definida nestes
documentos.
Algumas pessoas dizem: A Bíblia é a minha única confissão! Sim,
mas, em que você crê? Em qual forma de governo? Em qual forma de
batismo? Em que linha escatológica?
Note que todos temos uma “confissão de fé” isto é, uma forma de crer
nas doutrinas bíblicas. A diferença das igrejas históricas, como diria Carl
Trueman, é que a nossa confissão é pública e disponível a quem quiser
ler. Não está escondida no coração.
A Assembleia que formulou estes documentos iniciou seus trabalhos
no dia 1° de julho de 1643 e continuou em atividade durante cinco anos
e meio. Nesse período, houve 1163 reuniões do plenário e centenas de
reuniões de comissões e subcomissões. Cerca de 150 teólogos, em sua
maioria puritanos, trabalharam para nos legar documentos
profundamente bíblicos que têm abençoado gerações de crentes.
Na atualidade, os oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil prometem,
em sua ordenação, ser leais às doutrinas da Igreja conforme expressas na
Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster. Quando um pastor
presbiteriano crê ou ensina doutrina contrária ao que está nestes
documentos, comete perjúrio, falso juramento.
Quer aprofundar-se um pouco no assunto?

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Leia:
- Confessionalidade: Lato ou Estrito Sensu? – Augustus
Nicodemus: https://goo.gl/FbfXf7
- Por que cristãos precisam de confissões - Carl Trueman: https://goo.gl/SkrWg2
- BEEKE, Joel R. e FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das Confissões
Reformadas. São Paulo: Cultura Cristã.
- BOICE, James et al. Reforma Hoje: Uma Convocação feita pelos Evangélicos
Confessionais. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- DIXHOORN, Chad Van. Guia de Estudos da Confissão de Fé de Westminster.
São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- HORN, Leonard T. Van. Estudos no Breve Catecismo de Westminster. São
Paulo: Editora Os Puritanos.
- ROBERTS, W. H. O Sistema Presbiteriano. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- TRUEMAN, Carl. O Imperativo Confessional. Brasília: Monergismo.
- SIMÕES, Ulisses Horta. A Subscrição Confessional. Rio de Janeiro: Efrata.
- WATSON, Thomas. A Fé Cristã: Estudos Baseados no Breve Catecismo de
Westminster. São Paulo: Editora Cultura Cristã.

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O PRINCÍPIO
REGULADOR DO CULTO

Em matéria de culto há dois caminhos a serem seguidos: Ou o


Princípio Normativo (Católicos e Luteranos) que ensina que o que não
for proibido na Bíblia é permitido no culto ou o Princípio Regulador do
Culto (Reformados e Presbiterianos) que ensina que apenas o que for
ensinado na Bíblia é permitido no culto.
Os ensinos são opostos entre si. No primeiro, para algo não entrar no
culto é preciso uma proibição explícita. Assim, posso cultuar dando
cambalhotas, acendendo velas e fazendo coreografias? A resposta
católica/luterana é: Há alguma proibição quanto a isso na Bíblia? Não?
Então, pode.
Já no Princípio Regulador do Culto, para algo não entrar no culto
basta não ser ordenado na Bíblia. Assim, posso cultuar dando
cambalhotas, acendendo velas e fazendo coreografias? A resposta
reformada é: Há alguma ordem de Deus para que isso seja feito no culto?
Não? Então, não pode.
A Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática também nas questões
de adoração. Apenas tendo base bíblica é que algo pode ser permitido no
culto.
Qual é o embasamento bíblico do Princípio Regulador do Culto? Por
exemplo, Levítico 10, onde Nadabe e Abiú são reprovados por Deus
porque trouxeram fogo estranho perante Ele, “o que lhes não ordenara”.
Veja que Deus não disse: “o que lhes proibira”. Ou Deuteronômio 12.32:
“Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem
diminuirás” e outros textos.

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A Igreja Presbiteriana adota oficialmente o Princípio Regulador do
Culto. Ele está descrito no texto da Confissão de Fé de Westminster: “...
o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo,
e é tão limitado pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser
adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões
de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro
modo não prescrito nas Santas Escrituras.” (CFW 21,1)

Quer aprofundar-se um pouco no assunto.


Leia:
- Nove Linhas de Argumentos em Favor do PRC – T. David Gordon
- http://www.monergismo.com/text…/liturgia/nove_argumentos.htm
- HORTON, Michael. Um Caminho Melhor. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- ANGLADA, Paulo. O Princípio Regulador do Culto. São Paulo: PES.
- JOHNSON, Terry L. Adoração Reformada. Recife: Os Puritanos.

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DONS ESPETACULARES:
CESSACIONISTA

A Igreja Presbiteriana do Brasil é, por definição, Cessacionista. A


Confissão de Fé de Westminster afirma: “... para melhor preservação e
propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da
Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi
igualmente servido fazê-la escrever toda. Isso torna a Escritura Sagrada
indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua
vontade ao seu povo.” (CFW 1.1)
Quais eram estes antigos modos de revelação que cessaram?
Sonhos, visões, profecias, teofanias, línguas... Alguns destes foram dons
espetaculares que funcionavam como credenciais, isto é, poderes que
validavam a pregação da Palavra, para que o povo acreditasse que a
mensagem vinha de Deus. Eis alguns exemplos:
Paulo e Barnabé demoraram-se em Icônio “falando ousadamente no
Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por
mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” (At 14.3). Paulo relata que os
gentios se converteram “por palavra e por obras, por força de sinais e
prodígios, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.18) e que “... as
credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda
a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.” (2Co 12.12)
Na mesma linha, o escritor de Hebreus registra: “... como
escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo
sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada
pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por
sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo,
segundo a sua vontade” (Hb 2.3,4).

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Com o fechamento do cânon, isto é, com a Bíblia toda escrita, não há
mais necessidade de que Deus fale da forma como falava antes. Hoje a
Bíblia é a palavra de Deus. O Espírito Santo fala na Palavra. Ela é a
“espada do Espírito” (Ef 6.17).
Quanto ao dom de cura, que fazia com que até a sombra (At 5.15) e
os lenços (At 19.12) dos apóstolos curassem, ele cessou no período
apostólico. Possivelmente, até antes da morte de todos os apóstolos, visto
que há relatos de doenças não curadas no Novo Testamento (Fp 2.26,27;
1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Deus cura hoje? Com certeza. O dom cessou, mas
o poder de Deus continua.
Sobre o dom de línguas, ele nasceu da necessidade de pregação do
Evangelho. A questão é: Como aqueles homens simples, alguns
pescadores iletrados, pregariam o Evangelho em outros países sem saber
o idioma daqueles lugares? Dom de línguas. Em Atos 2, quando o dom é
inaugurado, Lucas diz que estavam ali pessoas de “todas as nações
debaixo do céu” (v. 5) e que estas pessoas ouviram a mensagem em sua
“própria língua materna” (v. 8). Foi uma mensagem compreensível, no
idioma dos ouvintes. Em Corinto, nada mudou. Uma cidade banhada por
mares dos dois lados, rota do comércio marítimo da época e hospedeira
de milhares de estrangeiros. Natural que nesta cidade (a única para a qual
Paulo escreveu sobre esse assunto) o dom de línguas fosse utilizado na
pregação do Evangelho.
Em suma, o cessacionismo da Igreja Presbiteriana não é a descrença
no Espírito Santo e nem no poder de Deus. Cremos que Deus ainda cura,
ainda liberta, ainda faz milagres. Todavia, não na dependência de dons
apostólicos, pois o ofício apostólico acabou, e nem com base na agenda
ou determinação humanas. Deus é soberano e opera onde, quando e como
quer.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto.


Leia:
- O que dizer sobre profecias e línguas hoje? - Richard B. Gaffin, Jr. -
https://goo.gl/enBVAJ
- BRUNER. Frederick Dale. Teologia do Espírito Santo. São Paulo: Editora

18
Cultura Cristã.
- GAFFIN, Richard B. Perspectivas sobre o Pentecostes. Recife: Os Puritanos.
- KNIGHT III, George W. A Profecia no Novo Testamento. Recife: Os
Puritanos.
- MACARTHUR, John Jr. O Caos Carismático. São José dos Campos: Editora
Fiel.
- ROBERTSON, Palmer. A Palavra Final. São Paulo: Editora Cultura Cristã.

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CEIA: PRESENÇA
ESPIRITUAL DE CRISTO

A questão da presença de Cristo na ceia foi alvo de muita discussão


na história da Igreja. Os romanistas criaram a visão de que o pão e o vinho
têm a sua substância transformada em corpo e sangue de Cristo a partir
das palavras de consagração do sacerdote. Isso se chamou
Transubstanciação.
Os luteranos criaram a posição que afirmava a presença física do
corpo e do sangue de Cristo juntos com o pão e o vinho. Isso se chamou
Consubstanciação. O reformador Zwínglio criou a posição que afirmava
a ausência de Cristo na ceia. Para ele a ceia era apenas um memorial ou
lembrança da morte de Cristo.
A partir de João Calvino, formou-se a visão da presença real e
espiritual de Cristo na ceia, que é a posição seguida pela Igreja
Presbiteriana e pelas demais igrejas reformadas. De fato, Cristo está
presente na ceia e é por isso que ela é um meio de graça, isto é, um canal
através do qual Deus abençoa os participantes. O pão e o vinho continuam
sendo pão e vinho, todavia, como Cristo disse “isto é o meu corpo” e “isto
é o meu sangue” (Mt 26.26-29) há a presença espiritual, mística e
sobrenatural do Redentor no sacramento.
A ceia deve ser ministrada por um ministro da Palavra. Isso deve ser
assim por dois motivos: Primeiro, porque na Bíblia não temos
sacramentos sendo administrados por não oficiais e, segundo, porque os
sacramentos não são divorciados da Palavra, assim, cabe ao ministro da
Palavra a sua administração.

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Participam da ceia os membros da igreja que já foram batizados e que
tem condições de fazer uma autoavaliação de sua fé (1Co 11.28).
Crianças não devem participar.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto?


Leia:
- A Santa Ceia do Senhor – João Calvino: https://goo.gl/4U4hso
- Da Santa Ceia – Gordon Clark: https://goo.gl/LJrWvn
- A Ceia do Senhor – Bíblia de Genebra: https://goo.gl/FPDVUh
- A Presença de Cristo na Ceia – Ronald Hanko: https://goo.gl/yS6iYX
- Um Resumo... da Ceia do Senhor – John Knox: https://goo.gl/5xXPT3
- CALVINO, João. As Institutas, Livro 4. São Paulo. Editora Cultura Cristã.
- WATSON, Thomas. A Ceia do Senhor. Recife: Os Puritanos.

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BATISMO:
ASPERSIONISTA E
PEDOBATISTA

O elemento exterior utilizado no batismo é a água e não importa a


quantidade usada, pois trata-se de um símbolo apenas. Por isso, a Igreja
Presbiteriana aceita o batismo praticado em outras igrejas, mas insiste que
o batismo por aspersão é bíblico. Textos como o do batismo de Paulo (At
9), do carcereiro de Filipos (At 16) e dos 3.000 convertidos (At 2.37-41)
mostram a evidência maior para batismo por aspersão, pois não havia rios
ou tanques de água nestes locais para imergir estas pessoas.
Na Igreja Presbiteriana nós batizamos os filhos dos crentes. No
Antigo Testamento as crianças eram incluídas no Pacto da Graça por
meio da circuncisão (Gn 17.9-14). No oitavo dia de vida, sem ter a
mínima ideia do que estava acontecendo, o bebê era circuncidado, sendo
introduzido assim, por seus pais, no povo de Deus. Mais tarde, aos 13
anos, ele ia ao templo para confirmar o ato de seus pais, tornando-se um
“filho do mandamento” (Bar Mitzvá).
Pedro confirma que a promessa é para nós e nossos filhos: ‘‘Pois para
vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda
estão longe’’ (At 2.39) e Paulo ensina que os filhos dos crentes, mesmo
quando apenas um dos pais é crente, são santos perante o Senhor: ‘‘o
marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa
incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, vossos
filhos seriam impuros; porém, agora são santos’’ (1Co 7.14)

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No Novo Testamento temos o batismo de casas inteiras e não há
registro de exceção, isto é, não é dito que todos da casa foram batizados,
exceto as crianças. Mesmo porque, como já vimos, as crianças sempre
fizeram parte do povo de Deus mediante a circuncisão. Assim, Lídia e
todos da sua casa foram batizados (At 16.15), o carcereiro de Filipos e
todos os seus familiares (At 16.33) e todos da casa de Estéfanas (1Co
1.16).
Além da evidência bíblica, a história da Igreja testemunha o batismo
infantil. Justino Mártir (130), Irineu (180), Orígenes (230) e Agostinho
(354) escreveram sobre o assunto. Cipriano de Cartago (200) escreveu
uma carta testemunhando que o batismo das crianças poderia ser feito a
qualquer momento, mesmo antes do oitavo dia de vida.
Batizar nossos filhos é uma bênção dada pelo Senhor. O povo da
aliança sempre inseriu seus filhos no pacto com o Senhor. Nas igrejas
reformadas as crianças não são apenas apresentadas na frente da Igreja.
São batizadas. São inseridas formalmente no povo da Aliança. Os pais
são instados a fazerem isso cedo. Oficiais que não concordam com a
aplicação deste sacramento, não deveriam estar no oficialato. A teologia
do pacto é central na teologia reformada.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto?


Leia:
- Porque Batizamos por Aspersão - J. B. Green - https://goo.gl/ecJjT3
- Defendendo o batismo infantil em 60 segundos - Bryan Holstrom -
https://goo.gl/j488G1
- A pergunta batista mais comum – Brian Crossett – https://goo.gl/ejcSxJ
- Batismo de Crianças – Augustus Nicodemus - https://goo.gl/UqRFiQ
- Batismo: a circuncisão cristã – Paulo Anglada - https://goo.gl/91hUR1
- Por que batizamos crianças – John Murray - https://goo.gl/jvcqrx
- CALVINO, João. As Institutas, Livro 4. São Paulo. Editora Cultura Cristã.
- SARTELLE, John, EVANS, John, ANGLADA, Paulo, PIPA, Joseph Pipa.
Batismo Infantil. Recife: Os Puritano.

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CONCLUSÃO
Em 1970, ao ser reeleito presidente do Supremo Concílio, o Rev.
Boanerges Ribeiro fez um importante discurso em que, dentre outras
afirmações, disse: “Ninguém nos obriga a ser presbiterianos. Mas, se
queremos sê-lo, sejamo-lo honradamente.”
Estava certo, aquele querido pastor. Nós respeitamos todas as igrejas
genuinamente cristãs, mas defendemos aquilo que cremos porque temos
convicção de nossa fé. Todos são bem-vindos a se tornarem membros de
nossas igrejas, mas, para isso, têm que aceitar as nossas doutrinas
bíblicas. De outra forma, não cooperarão com a unidade de pensamento
da Igreja.
A Igreja Presbiteriana do Brasil, por ter se afastado, aos poucos, do
estudo da Confissão de Fé e dos seus catecismos vive hoje uma crise de
identidade. Temos igrejas bem diferentes, espalhadas pelo país. Quem
sabe você, leitor, ao aprender o que foi escrito neste texto, seja um
instrumento de transformação, juntamente com muitos outros irmãos, a
trazer de volta a nossa amada Igreja Presbiteriana do Brasil às suas antigas
doutrinas.
Que Deus te abençoe.

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