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A retórica surgiu na Grécia Antiga ligada à democracia, sendo ensinada pelos sofistas para preparar cidadãos para a vida política. Os sofistas focavam-se nas técnicas de persuasão enquanto os filósofos procuravam a verdade através do diálogo. A retórica evoluiu para se concentrar na eloquência e beleza do discurso.
A retórica surgiu na Grécia Antiga ligada à democracia, sendo ensinada pelos sofistas para preparar cidadãos para a vida política. Os sofistas focavam-se nas técnicas de persuasão enquanto os filósofos procuravam a verdade através do diálogo. A retórica evoluiu para se concentrar na eloquência e beleza do discurso.
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A retórica surgiu na Grécia Antiga ligada à democracia, sendo ensinada pelos sofistas para preparar cidadãos para a vida política. Os sofistas focavam-se nas técnicas de persuasão enquanto os filósofos procuravam a verdade através do diálogo. A retórica evoluiu para se concentrar na eloquência e beleza do discurso.
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- Nas sociedades democráticas, o regime político deve ser baseado no
diálogo e na procura colectiva das melhores soluções para os problemas humanos, assim na democracia o poder obtém-se através da palavra, usada com persuação, nas assembleias. Os sofistas eram conhecidos como mestres da retórica, ou seja, dedicavam-se à tarefa de ensinar conhecimentos gerais, gramática e a arte de eloquência aos cidadãos candidatos à participação activa na vida política, pois a retórica é a arte de persuadir através da palavra, a arte de falar com eloquência com o objectivo de conseguir o assentimento ou convencimento do auditório. Deste modo, a democracia depende da retórica, visto que através do confronto de ideias e da persuação chega-se a um consenso que permite assim resolver os problemas das sociedades.
A maneira de trabalhar a retórica é diferente entre sofistas e filósofos;
Sofistas (professores que andavam pelas cidades; foram muito importantes):
- contactavam com pessoas e culturas diferentes
circulavam livremente, ou seja, nunca estavam no mesmo sítio - ensinavam as pessoas (candidatos a participar na vida política) a defender as suas ideias, através da utilização correcta das palavras - trouxeram o acesso à cultura, para quem podia pagar -» partir daí, os sofistas passaram a ser mal vistos pois ganhavam dinheiro à custa da formação que davam - começaram a utilizar a retórica segundo os seus interesses, ou seja, de uma maneira falaciosa (interessavam-se mais pelas técnicas de eloquência, pela beleza do discurso).
Filósofos :
- interessavam-se mais pela investigação
- fugiam às necessidades materialistas - visavam o esclarecimento e a compreensão, utilizando uma linguagem clara que promovesse a procura do conhecimento
Na Grécia, qualquer pessoa podia exprimir as suas ideias, dizer o que
estava mal ou bem - nascimento da democracia (igualdade de deveres e direitos; justiça para todos; liberdade de expressão – para aqueles que participavam na organização estrutural das cidades)
Filosofia, retórica e democracia
A filosofia, a retórica e a democracia nasceram na Grécia Antiga.
Dado que numa democracia as decisões políticas são tomadas publicamente, e não por um tirano, a capacidade de influenciar a opinião pública é muito valiosa nesta forma de governo. Aqueles que souberem persuadir pelo uso da palavra terão mais facilidade em conseguir poder numa democracia. Os sofistas, entre os quais se destacaram Protágoras e Górgias, eram professores que ensinavam retórica (entre outras coisas) àqueles que podiam pagar os seus serviços. Ao aprenderem retórica, os jovens ficavam em melhores condições de manipular a opinião pública e, consequentemente, de conseguir poder na sociedade democrática. O ensino dos sofistas foi duramente criticado por Platão. Na verdade, Platão opôs a retórica (ou, pelo menos, a retórica no seu uso manipulador) à actividade filosófica. Segundo Platão, ao passo que os sofistas ensinam a conquistar o poder pela persuasão, apoiando-se nas opiniões populares, o filósofo procura o saber, visa descobrir a verdade. Aristóteles criticou também muita da retórica da sua época, mas defendeu que esta pode ser bem usada.
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"A definição de retórica é conhecida: é a arte de bem falar, de
mostrar eloquência diante de um público para ganhar a sua causa. Isto vai da persuasão à vontade de agradar: tudo depende (...) da causa, do que motiva alguém a dirigir-se a outrem. O carácter argumentativo está presente desde o início: justificamos uma tese com argumentos, mas o adversário faz o mesmo: neste caso, a retórica não se distingue em nada da argumentação. (...). Para os antigos, a retórica englobava tanto a arte de bem falar - ou eloquência - como o estudo do discurso ou as técnicas de persuasão até mesmo de manipulação. "
Breve História:
1.A Retórica surgiu na antiga Grécia, ligada à Democracia e em
particular à necessidade de preparar os cidadãos para uma intervenção activa no governo da cidade. "Rector" era a palavra grega que significava "orador", o político. No início esta não passava de um conjunto de técnicas de bem falar e de persuasão para serem usadas nas discussões públicas. A sua criação é atribuída a Córax e Tísis (V a.C), tendo sido desenvolvida pelos sofistas que a ensinaram como verdadeiros mestres. Entre estes destacam-se Górgias e Protágoras.
2.Os sofistas adquiriram durante o século V a.C., grande prestígio
como professores de Retórica. A Retórica era antes de mais o discurso do Poder ou dos que aspiravam a exercê-lo. "O orador, escreve Chaim Perelman, educava os seus discípulos para a vida activa na cidade: propunha-se formar homens políticos ponderados, capazes de intervir de forma eficaz tanto nas deliberações políticas como numa acção judicial, aptos, se necessário, a exaltar os ideais e as aspirações que deviam inspirar e orientar a acção do povo.". O discurso retórico visava a acção, por isso se propõe persuadir, convencer os que escutam da justeza das posições do orador. Este primado da acção leva a maioria dos sofistas, a desprezarem o conhecimento daquilo que discutiam, contentando-se com simples opiniões, concentrado a sua atenção nas técnicas de persuasão.
Foi sobretudo contra este ensino que se opuseram Sócrates e Platão.
Ambos sustentaram que a Retórica era a negação da própria Filosofia. Platão, no Górgias e no Fedro, estabelece uma distinção clara entre um discurso argumentativo dos sofistas que através da persuasão procura manipulação os cidadãos, e o discurso argumentativo dos filósofos que procuram atingir a verdade através do diálogo, pois só esta importa.
A Filosofia surge assim como discurso dirigido à razão, e não à
emoção dos ouvintes . Esta é aliás a condição primeira para que a Verdade possa ser comunicada. Não se trata de convencer ninguém, mas de comunicar ou demonstrar algo que se pressupõe já adquirido - a Verdade de que o filósofo é detentor.
3. Aristóteles foi o primeiro filosofo a expôr uma teoria da
argumentação, nos Tópicos e na Retórica, procurando um meio caminho entre Platão e o Sofistas, encarando a Retórica como um arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos. O seu objectivo é o de obter uma comunicação mais eficaz para o Saber que é pressuposto como adquirido. A retórica,torna-se numa arte de falar de modo a persuadir e a convencer diversos auditórios de que uma dada opinião é preferível à sua rival
4. É neste quadro definido por Aristóteles que a Retórica irá evoluir,
confinando-se à uma arte de compor discursos que primavam pela sua organização e beleza (estética), desvalorizando-se a dimensão argumentativa cultivada pelos sofistas.
Esta arte conheceu um grande desenvolvimento na época helenística.
Em Roma, Cícero (político e brilhante orador, do séc. I a.C), sistematizou os fundamentos da retórica, em duas obras fundamentais De Oratore e Orator. Considerou-a uma verdadeira ciência, cujo exercício exige uma enorme cultura. O objectivo do orador era provar, agradar e comover. A retórica divide-se então em várias, culminando neste período com Quintiliano (séc.I d.C),cuja única obra que chegou até nós se chama justamente Institutio Oratoria. A Retórica torna-se em Oratória, ou seja, na arte de falar bem.
Durante a Idade Média, a argumentação adquiriu enorme divulgação,
nomeadamente entre os cléricos, ocupando um lugar central na educação (fazia parte do Trivium).
5. Na Idade Moderna, a retórica continuou a desfrutar ainda de algum
prestígio nos países católicos, recorde-se a este respeito o notável orador que foi Padre António Vieira. A tendência do tempo era todavia outra. A Retórica como arte argumentativa começou a ser completamente desacreditada. Descartes reafirma o primado das evidências sobre os argumentos verosímeis. Na mesma linha, se desenvolve o discurso científico. Não se trata de convencer ninguém, mas de demonstrar com "factos", "dados", "provas" a Verdade (única e irrefutável).
6. No século XX a Retórica volta a ser retomada, em consequência do
generalização das teses relativistas e o descrédito das ideologias. A "Verdade" que os filósofos afirmavam, não pode ser mais admitida como um ponto de partida para qualquer discussão. Antes de a poder afirmar o que quer que seja como verdadeiro, o filósofo deve procurar a adesão de um dado auditório para as suas posições. Todas as filosofias não passam de opiniões plausíveis que devem ser continuamente demonstradas através de argumentos também eles meramente plausíveis. Neste sentido, toda a filosofia é um espaço sempre em aberto e susceptível de continuas revisões.
As estratégias argumentativas parecem estar nitidamente
secundarizadas, face às técnicas de persuasão usadas pelos novos meios de comunicação de massas, como a publicidade ou a televisão.