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Segundo a tradição do culto de Egungun, que é originário da África, região de Oyò. O culto
de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto,
Xangô (Sòngó), é o fundador do culto a Egungun, somente ele tem o poder de controla-los,
com Xangô a frente, as Yàmi fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram
assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e
juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraido atendendo seus
súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Yàmi
atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou
desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi
até Orunmilà, que lhe disse que Yàmi é que havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que
poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà lhe disse para fazer oferendas
ao Orixá Ikù(Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez,
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos Egungun
(ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos
provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú e os próprios Egungun, este foi o preço que as
Culto aos Egungun é uma das mais importantes instituições, tem por finalidade preservar e
masculinos, originário de Oyo, capital do império Nagô, que foi implantado no Brasil no início
do século XIX.
O culto principal aos Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas
seguintes unidade:
um espaço público, que pode ser freqüentado por qualquer pessoa, e que se localiza numa
uma outra parte desse salão, onde só podem ficar e transitar os iniciadores, e para onde os
uma área aberta, situada entre o barracão e o Ilê Igbalé (ou Ilê Awô – a casa do segredo),
assentamento de Onilé;
um espaço privado ao qual só têm acesso os iniciados da mais alta hierarquia, onde fica o Ilê
O Culto à Egun ou Egungun veio da África junto com os Orixás trazidos pelos escravos. Era
um culto muito fechado, secreto mesmo, mais que o dos Orixás por cultuarem os mortos.
A primeira referência do Culto de Egun no Brasil segundo Juana Elbein dos Santos foram
duas linhas escritas por Nina Rodrigues, refere-se a 1896, mas existem evidências de
Terreiro de Vera Cruz, fundado +/- 1820 por um africano chamado Tio Serafim, em Vera
Cruz, Ilha de Itaparica. Ele trouxe da África o Egun de seu pai, invocado até hoje como Egun
Terreiro de Mocambo, fundado +/- 1830 por um africano chamado Marcos-o-Velho para
distingui-lo do seu filho, na plantação de Mocambo, Ilha de Itaparica. Teria comprado sua
carta de alforria, anos mais tarde teria voltado à África junto com seu filho Marcos Teodoro
Pimentel conhecido como Tio Marcos, lá permanecendo por muitos anos aperfeiçoando seus
conhecimentos litúrgicos, onde também seu filho foi iniciado. Quando voltaram trouxeram
com eles o assento do Baba Olukotun, considerado o Olori Egun, o ancestre primordial da
nação nagô.
Terreiro de Encarnação, fundado +/- 1840 por um filho do Tio Serafim, chamado João-Dois-
Metros por causa de sua altura, no povoado de Encarnação. Foi nesse terreiro que se invocou
pela primeira vez no Brasil o Egun Baba Agboula, um dos patriarcas do povo Nagô.
Terreiro de Tuntun, fundado +/- 1850 pelo filho de Marcos-o-Velho, chamado Tio Marcos,
num velho povoado de africanos denominado Tuntun, Ilha de Itaparica. Marcos possuiu o
título de Alapini, Ipekun Ojé, Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun, na tradição histórica
Tio Marcos, Alapini, faleceu por volta de 1935, e com sua morte desapareceu o terreiro do
Tuntun, porém a tradição do culto a Baba Olokotun continuou através de seu sobrinho
Arsênio Ferreira dos Santos, que possuia o título de Alagba, este migrou para o Rio de
Janeiro levando o assento de Baba Olokotun para o município de São Gonçalo. Depois do
falecimento de Arsênio, os assentos dos Baba retornaram para Bahia, através do atual
Alapini, Deoscoredes M. dos Santos, conhecido como Mestre Didi Axipá, presidente da
Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá. Mestre Didi foi iniciado na tradição do culto aos
capoeira, atualmente bairro da Liberdade, cujo chefe era um africano conhecido como Tio
Opê. Um dos Ojé, sacerdotes do culto aos Egungun, conhecido como João Boa Fama, iniciou
alguns jovens na Ilha de Itaparica, que se juntariam com os descendentes de Tio Serafim e
Tio Marcos para fundarem o Ilê Agboulá, no bairro Vermelho, próximo à Ponta de Areia.
Quitandinha do Capim, que cultuava os Egun Olu-Apelê e Olojá Orum, o de Tio Agostinho,
em Matatu que se tornou ponto de concentração de vários Ojés de outras casas inclusive o
Ilê Agboulá, Localizado em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica, o Ilê Agboulá é, hoje, no
Brasil, um dos poucos lugares dedicados exclusivamente ao culto dos Egun. Sua fundação
remonta ao primeiro quarto do século XX por Eduardo Daniel de Paula, Tio Opê, Tio Serafim
e Tio Marcos, mas a comunidade que lhe deu origem e que lhe mantém os fundamentos está
Hierarquia
Nas casas de Egungun a hierarquia é patriarcal, só homens podem ser iniciados no cargo de
Ojé ou Babá Ojé como são chamados, essa hierarquia é muito rígida, apesar de existirem
cargos femininos para outras funções, uma mulher jamais será iniciada para esse cargo.
Masculinos: Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás), Alagbá (Chefe de um terreiro),
Atokun (guia de Egum), Ojê agbá (ojê ancião), Ojê (iniciado com ritos completos), Amuixan
(iniciado com ritos incompletos), Alagbê (tocador de atabaque). Alguns oiê dos ojê agbá:
Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos: Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens), Iyá egbé (cabeça de
todas as mulheres), Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá), Iyá erelu (cabeça das
cantadoras), erelu (cantadora), Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
RITUAL
Tanto a tradição Nagô como a Jeje e a Congo-Angola cultuam os ancestrais. Para os Nagôs
existem no Brasil três formas de cultuar os ancestrais, os Esa, os Egungun e as Iya-mi Agba.
mortos ilustres, esse local é denominado de Ilê ibo aku, casa de adoração aos mortos, enfim
comunidade em geral. O que destaca o Esa é o fato dele ter-se destacado em vida por servir
desenvolvimento do destino dos fiéis e da casa. O Ilê ibo aku onde são assentados e
Os sacerdotes que são iniciados especialmente para cuidar do Ilê ibo aku não são adoxu, isso
é, não manifestam Orixá. Os ancestrais cultuados no Ilê ibo aku são diferentes dos cultuados
no Culto aos Egungun, no primeiro são os espíritos dos falecidos da casa de Candomblé e o
segundo são os ara-orun em geral e aos espíritos dos Ojé africanos ou brasileiros.