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Pós Graduado em Direito Penal e Processual Penal
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As Leis penais podem ser “incriminadoras” e “não- As Leis Penais não-incriminadoras podem ser:
incriminadoras”.
Permissivas são aquelas que tornam lícitas determinadas condutas previstas
em Leis Incriminadoras
Incriminadoras são aquelas que descrevem o crime e cominam
Ex: Legítima Defesa
penais.
Ex: art. 121 em diante (Parte Especial do CP) Explicativas são aquelas que esclarecem o conteúdo de outra normas e
delimitam o âmbito da sua aplicação
Não Incriminadoras são aquelas que não descrevem crimes, nem Ex: Art. 1º CP (Princípio da Legalidade)
cominam penas.
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Ex: art. 1º ao 120 do CP (Parte Geral)
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O princípio da legalidade é, sem dúvida, o mais importante do Direito Penal. Princípio da legalidade como garantia contra a ingerência estatal (funções do
A lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor princípio da legalidade)
condutas sob ameaça de sanção.
a) Não há crime sem lei (em sentido estrito)
CF. Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa b) A lei deve ser anterior aos fatos que busca incriminar (Princípio da
senão em virtude de lei; Anterioridade)
CF. Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem c) Lei escrita
prévia cominação legal; d) Lei estrita
CP. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem e) Lei certa
prévia cominação legal. www.allcet.com.br f) Lei necessária www.allcet.com.br
Diz o art. 2º do CP que: “Ninguém será punido por fato que lei posterior deixa PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL NOVA MAIS
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais SEVERA
da sentença condenatória.”
O princípio da irretroatividade é sem dúvida um complemento do princípio da
Parágrafo único: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, reserva legal. Ele sustenta que a lei somente pode atingir os fatos posteriores à
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória vigência desta, vedando o processamento e a condenação dos fatos ocorridos
transitada em julgado.”. antes de sua entrada em vigor no ordenamento jurídico.
Em nosso país, esse princípio começou a aparecer a partir da Constituição de
1934 e na Constituição de 1946 evoluiu o entendimento para afirmar que a lei
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penal somente retroagirá para beneficiar o réu. www.allcet.com.br
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Tudo aquilo que a lei não proíbe, é permitido; Art. 2º CP; os benefícios não A lei nova não mais incrimina fato que era tipificado como infração penal (art.
precisam vir previstos em lei (NÃO são taxativos); todas as circunstâncias que 2º, caput, CP). Aplica-se ao caso do princípio da retroatividade da lei penal
beneficiam o réu devem retroagir; Lei nº. 11.106/05 (“Abolitio Criminis” /
mais benigna. Alcança os casos já julgados definitivamente, inclusive a
retirou o dispositivo de “mulher honesta”; revogou o tipo penal que previa o
adultério como crime; todas essas mudanças beneficiam os réus, então elas execução de sentença condenatória, e rescinde todos os efeitos daquela
devem retroagir) decisão (sentenciado, caso preso, será solto, voltará a condição de primário,
não deverá mais cumprir o sursis, etc.). Caso de extinção da punibilidade do
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agente prevista no art. 107,III, CP. www.allcet.com.br
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Do tempo do crime ØCrime permanente: sua consumação se prolonga no tempo. O bem jurídico
vDa atividade: o tempo do crime será o da ação ou da omissão (adotada pelo é continuamente agredido. Sua característica reside em que a cessação da
CP). situação ilícita depende apenas da vontade do agente. Ex.: sequestro.
vDo resultado: o tempo do crime será o do seu resultado.
ØQuando a ação e a consumação se prolongam no tempo, sobrevindo lei nova
vTeoria mista (ubiquidade): crime será considerado tanto no momento da
conduta (ação ou omissão), quanto o da produção do resultado. mais severa durante a permanência do delito, a lex gravior será aplicada, isso
porque o agente ainda está praticando a infração penal na vigência da lei
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posterior mais grave. www.allcet.com.br
Cada Estado tem competência para legislar sobre seu território, sendo que os Em regra, a lei penal brasileira será aplicada a crimes ocorridos em seu
conflitos havidos entre nações serão devidamente regulados pelas regras do
território, independente da nacionalidade do autor e da vítima.
Direito Internacional.
O território é o espaço terrestre, marítimo ou aéreo sujeito à soberania do Todavia, o delito pode ser praticado no Brasil e também violar a ordem jurídica
Estado, quer seja compreendido entre os limites que o separam dos Estados de outro Estado e vice-versa.
vizinhos ou de mar livre, quer seja destacado do corpo territorial principal, ou
não. Art. 5º CP.
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Eficácia da Lei no espaço • Solo ocupado pela corporação política, sem solução de continuidade e com
limites reconhecidos.
O território pode ser definido como o espaço terrestre, marítimo ou aéreo, • Regiões separadas do solo principal.
sujeito à soberania do Estado, quer seja compreendido entre os limites que o • Rios, lagos e mares interiores.
separam dos Estados vizinhos ou do mar livre, quer esteja destacado do corpo • Golfos, baías e portos.
territorial principal, ou não. • Parte que o Direito Internacional atribui a cada Estado, sobre os mares,
O território se compõe das partes a seguir: lagos e rios contíguos.
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• Faixa de mar exterior que corre ao longo da costa e constitui o mar Nesses locais, obrigatoriamente a lei penal brasileira será aplicada,
territorial;
• Espaço aéreo; excetuando-se, apenas, as hipóteses contempladas em convenções, tratados e
• Navios e naves, como abaixo aduzido: regras de Direito Internacional.
üEmbarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do
governo, onde quer que estejam;
üEmbarcações e aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, em alto mar ou no espaço aéreo
correspondente.
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Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou O lugar do crime será tanto o local da conduta quanto o do resultado.
Por exemplo, o lugar do homicídio será tanto onde foram efetuados os
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
disparos quanto onde a vítima morreu.
produzir-se o resultado. É necessário nos chamados crimes à distância em que a ação é praticada em
um país estrangeiro e a consumação se dá no interior do território nacional,
ou vice-versa.
Dentro do país, deve ser aplicado o art. 70 do CPP, ou seja, em regra, o local
do crime será onde a infração se consumar.
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EXTRATERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE
O art. 7º do CP prevê a aplicação da lei brasileira a crimes praticados no Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
estrangeiro, observadas as condições referidas em seus parágrafos e incisos. I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
O inciso I refere-se a casos de extraterritorialidade incondicionada, uma vez
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
que é obrigatória a aplicação da lei brasileira ao crime cometido fora do
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
território nacional, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda
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EXTRATERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
São três hipóteses previstas no art. 7º, II, a, b, c, do CP, em que a eficácia da
b) praticados por brasileiro;
lei brasileira dependerá de alguns requisitos, que estão previstos neste artigo c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
§ 2º, a – e do CP. privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
São particularidades relativas à vítima ou ao autor do delito, à impossibilidade § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
de extradição, à presença do autor em território nacional e à ausência de condições:
a) entrar o agente no território nacional;
julgamento no local onde o crime foi cometido. b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
São elas: c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
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O art. 7, § 3º do CP, prevê uma última hipótese de aplicação da lei brasileira – Ocorre quando, a um só fato, aparentemente, duas ou mais leis vigentes são
a do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. Exige-se, aplicáveis.
porém, além das condições já mencionadas, as seguintes:
Requisitos
Que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição. 1º - Fato único;
Que haja requisição do Ministro da Justiça. 2º - Duas ou mais leis vigentes aparentemente aplicáveis;
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores
Ex.: art. 121 (homicídio) e art. 132 (periclitação da vida e da saúde). Princípio da consunção ou absorção
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Verifica-se a relação de consunção quando o crime previsto por uma norma
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais (consumida) não passa de uma fase de realização do crime previsto por outra
grave. (consuntiva) ou é uma forma normal de transição para o crime (crime
progressivo). A relação é entre parte e todo (meio e fim).
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores CONFLITO APARENTE DE NORMAS - Princípios solucionadores
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Objeto Jurídico
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Conduta Resultado
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Conceito Conceito
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