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XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de Outubro de 2006

Projetos Industriais. Aspectos na Contratação e Implantação de


Unidades Industriais na Indústria do Petróleo

Ruben Huamanchumo Gutierrez (LATEC/UFF) rubenhg@latec.uff.br


Augusto Sergio Mendes Da Silva (UFF/Petrobras) augustos@urbi.com.br
Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas (LATEC/UFF) quelhas@latec.uff.br

Resumo

Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica dos conceitos envolvidos na seleção dos
tipos de contratos para implantação de Projetos (empreendimentos) de unidades industriais
de produção, transporte e refino de petróleo e gás natural no Brasil.
Palavras-chave: Projetos Industriais, Custos, Contratos.

1. Introdução
Uma das atividades mais presentes no Brasil é a implantação de Projetos empreendimentos de
unidades industriais de produção, transporte e refino de petróleo e gás natural. Segundo
PENA NETO, SOUZA e VELLOSO (1999), no período de 2000 a 2005, a PETROBRAS
investiu US$ 32,9 bilhões, o que corresponde a média anual de US$ 5,48 bilhões.
Conforme pode ser observado, esta área movimenta uma grande soma de capitais e necessita
de sistemas competitivos para o seu gerenciamento. Assim, o objetivo deste artigo é
apresentar uma revisão bibliográfica sobre as etapas de aprovação de empreendimentos e os
tipos de contrato normalmente praticados nessa área industrial, identificando as vantagens e
desvantagens dos mesmos, com objetivo de subsidiar a tomada de decisão para a escolha da
melhor modalidade de contratação.

2. Etapas para Implantação do Projeto / Empreendimento


Neste tópico, apresentamos em ordem cronológica, as etapas que usualmente ocorrem na fase
de aprovação da implantação de empreendimentos de unidades industriais:

2.1 Fase de Aprovação Inicial do Projeto / Empreendimento


Quando a empresa identifica uma oportunidade de negócio, procura fazer uma análise
econômica do empreendimento, estimando o valor da sua implantação (custos e receitas), bem
como o período em que o empreendimento dará rendimentos. Isso é feito para as alternativas
possíveis de implantação.
A partir dos dados estimados é feito o estudo de viabilidade técnico econômica (EVTE) para
identificar a melhor alternativa para o empreendimento (tal alternativa tem que ter uma taxa
interna de retorno financeiro superior a taxa de atratividade que a empresa adota em seus
estudos econômicos).
Nesta fase, normalmente não são bem conhecidos os dados técnicos, nem as necessidades de
recursos para operação e manutenção do empreendimento, tendo-se, também, incertezas sobre
o nível de receita ao longo da vida do mesmo. Tais incertezas devem ser consideradas para
efeito de tomada de decisão de aprovação ou não da implantação do empreendimento.

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Existem metodologias probabilísticas que possibilitam obter dados para uma boa tomada de
decisão.
No que se refere ao custo de implantação do investimento, a AACE (American Association of
Cost Engineering) mostra um gráfico, indicando a precisão da estimativa em função do
estágio do projeto de engenharia de unidades industriais. Observamos que, para a fase em
foco, o erro da estimativa está entre 30 e 50%.
Tal nível de incerteza, agregado a baixa confiabilidade quanto aos custos de produção e
manutenção, bem como dúvidas quanto a receita, fortalecem a afirmativa anterior de que
devemos buscar avaliar o risco do investimento antes de assumir compromissos financeiros de
vulto.
A fase descrita nesta seção, está dividida por NEVES (1979) em: identificação das
alternativas, estudo de pré viabilidade das mesmas, seleção das alternativas a nível preliminar,
estudo das alternativas selecionadas, considerações adicionais e tomada de decisão.

2.2 Fase de Ratificação da Aprovação do Projeto / Empreendimento

Tendo o Projeto/ empreendimento sido aprovado, opta-se, em grandes empresas, por


desenvolver a engenharia a nível básico (projeto básico), obtendo-se especificações técnicas
dos equipamentos e instalações diversas, incorporando toda a "cultura" da empresa. Com tais
informações, é possível refinar os valores dos custos de implantação, operação e manutenção.
Em paralelo, avaliasse melhor o mercado, obtendo uma expectativa da receita mais confiável.
Após isso, a empresa obtém os indicadores do empreendimento, com um nível de risco
menor, tendo nessa fase incorrido em custos de pouca significância, ou seja, na ordem de
0,5% do valor do investimento. Nesta fase, os maiores gastos apropriados são referentes a
recursos existentes na própria empresa.
Supondo que o projeto básico (definição básica das especificações técnicas) esteja feito, a
AACE define que o erro da nova estimativa para implantação do empreendimento está entre
20 a 30%, o que dá uma maior tranqüilidade de ratificar a aprovação do projeto e, portanto,
assumir compromissos financeiros de vulto.

3. Fase da Aquisição das Instalações

3.1. Aspectos Gerais


Neste tópico, fazemos uma incursão na fase de aquisição das instalações, sendo que,
usualmente, as empresas contratam a execução de serviços de engenharia, suprimento,
construção e montagem através de um ou mais contratos. Tais serviços são fornecidos por
empreiteiras, projetistas e fornecedores, com experiência no ramo. No presente texto,
consideramos como serviço o fornecimento de materiais e equipamentos.
Dentre outros, os seguintes aspectos levam a empresa contratante (empresa que será
proprietária das instalações) a adjudicar diretamente (com ou sem licitação) a uma ou a várias
empreiteiras, projetistas e fornecedores, os serviços necessários à implantação das unidades
industriais:

− fonte de recursos para alocação: próprios ou financiamento;


− tecnologia: própria da contratante ou não;

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− nível de detalhamento do projeto de engenharia;


− limitações legais;
− cultura da empresa contratante;
− grau de disponibilidade de recursos para fiscalização dos serviços.
A contratante busca obter as condições mais favoráveis de preço, prazo e qualidade do
produto final junto a contratadai. Isto é feito pela solicitação de propostas técnicas e
comerciais às empresas que se propõem fornecer os serviços.
Os contratos entre as partes são formalizados por documento específico, onde registram-se os
acordos referentes a preço, prazo, escopo dos serviços, direitos e deveres de ambas as partes,
forma de reajuste de preços, critérios de medição dos serviços, condições de pagamento,
multas, dentre outros.
É de se esperar que o preço do contrato varie em função do escopo e do risco embutido no
mesmo, ou seja, espera-se que um contrato com mais exigências pela contratante, tenha um
preço superior. Portanto, a mesma deve avaliar bem o que deseja exigir e, ao comparar o
preço das propostas, deve verificar se as exigências contratuais das propostas são idênticas.

3.2. Tipos de Contratos Praticados no Brasil


No Brasil, dentre os vários tipos de contratos praticados para aquisição de unidades
industriais, destacam-se os seguintes:
− contrato por administraçãoii: no contrato por administração, os custos são ressarcidos,
qualquer que seja o volume e o grau de dificuldade dos mesmos. No caso de empresas
estatais, a lei 8666, que rege suas contratações, proíbe tal tipo de contrato;
− contrato por preço unitário: no contrato por preço unitário, cada serviço tem um preço
definido e o valor total do contrato é estimado, sendo o seu valor real obtido após a execução
de todos os serviços. No final dos serviços, tem-se conhecimento real de todo o quantitativo
de cada um dos itens de preço unitário e, portanto, sabe-se quanto efetivamente foi gasto;
− Contrato por preço globaliii: no contrato por preço global, o valor total dos serviços é
definido na época da apresentação da proposta, tendo o contrato, normalmente, um critério
para medir e, por conseguinte, pagar os serviços executados durante o prazo do contrato.
Nesse tipo de contrato, o projeto básico é fornecido pela contratante, podendo a mesma
fornecer, também, o projeto executivo e/ou equipamentos e/ou materiais;
− Contrato "turn-key" (chave na mão): neste tipo de contrato, a contratada fornece todos os
serviços, incluindo materiais, equipamentos, bem como projeto de engenharia básico e
executivo, já que a mesma detêm a tecnologia do processo industrial. Neste caso, cabe a ela
quase todos os riscos da fase de implantação do empreendimento.
Embora não esteja consolidada no Brasil, julgamos conveniente mencionar a modalidade de
contrato de aliança, pois no âmbito internacional tem tido bastante aplicação. Neste tipo de
contrato, busca-se minimizar os riscos de custos entre as partes, refazendo o contrato ao longo
de sua implantação e criando cláusulas de bônus, com vistas a motivar as partes (contratante e
contratada) na busca de resultados melhores para a fase de implantação.

3.3 Vantagens de cada Tipo de Contrato

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As vantagens de cada tipo de contrato, segundo SEGEN/DIAGE/SECONT (1995,1996)iv,


estão mostradas a seguir. Não citamos as vantagens do contrato de administração, nem
aliança. O primeiro é porque a Petrobras, maior contratante da indústria de petróleo no Brasil,
é proibida de utilizar tal modalidade. Da mesma forma, todas as empresas estaduais de gás,
que são estatais, não podem firmar contratos sob regime de administração. O segundo, porque
no Brasil não se utiliza, ainda, na área de petróleo, tal regime de contratação.

3.3.1. Preço Unitário

− Não é necessário ter 100% do projeto executivo, materiais e equipamentos para fazer a
contratação.
− Motiva a contratada a executar os serviços mais rápido, pois logo tem receita.
− Fácil acerto para preços de novos serviços.
− O custo é real (paga-se a quantidade de serviço efetivamente executado).
− Alterações de projeto durante a obra não é grande problema.

3.3.2. Preço Global

− Medição simples.
− Equipe de fiscalização pode ser mais reduzida, em relação a de preços unitários.
− Minimiza o acompanhamento físico e financeiro, pois a contratada fica com o
planejamento das atividades.
− A análise das propostas é mais simples do que da modalidade de preço unitário, pois
analisa-se somente o valor global proposto.

3.3.3. "Turn-Key"

Além das vantagens do preço global, tem-se:


− Dispensa projeto básico, pois a tecnologia é da empresa contratada.
− A contratada fornece todos os equipamentos e materiais.
− A responsabilidade da implantação do empreendimento fica delegada a uma única
empresa contratada, evitando-se os problemas de coordenação entre diversas empresas.
− A contratada é responsável por garantir a eficiência operacional das instalações.

3.4. Desvantagens de cada Tipo de Contrato


As desvantagens de cada tipo de contrato, segundo SEGEN/DIAGE/SECONT (1995,1996)v,
estão mostradas a seguir. Não estão citadas as vantagens do contrato de administração, nem
aliança. O primeiro é porque a Petrobras, maior contratante da indústria de petróleo no Brasil,
é proibida de utilizar tal modalidade. Da mesma forma, todas as empresas estaduais de gás ,
que são estatais, não podem firmar contrato sob regime de administração O segundo, porque
no Brasil não se utiliza, ainda, na área de petróleo, tal regime de contratação.

3.4.1. Preço Unitário


− Medição trabalhosa pois, normalmente, existem muitos itens a controlar.
− Necessidade de uma maior número de fiscais em relação a contratos de preço global e
"turn-key", em função do acima exposto.
− Constantes negociações de acerto de preço de novos itens de serviços, não previstos
inicialmente.

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− Risco de ultrapassar a verba do contrato, pois as quantidades são estimadas na fase de


contratação, sem que se tenha o projeto executivo totalmente concluído.

3.4.2. Preço Global

− O projeto executivo deve estar pronto ou ter informações suficientes para permitir às
proponentes orçarem, adequadamente, os serviçosvi.
− O escopo dos serviços deve estar bem definido, para evitar futuras reivindicações.
− Não deve haver atraso na entrega, após a assinatura do contrato, dos documentos de
projeto e equipamentos e materiaisvii.
− A contratação, em função dos pontos citados, pode ocorrer em data posterior, em
comparação ao regime de preços unitários.
− O nível de risco de atrasos e reivindicação de custos adicionais é mais elevado do que no
contrato de preço unitário.
− Qualquer alteração do projeto, ou escopo inicialmente fornecidos, levará a nova
negociação de preço e prazo, que é mais demorada do que no regime de preços unitários.
− Possibilidade de proposta de preço maior que em preço unitário, se a documentação de
projeto não estiver bem definida e se os prazos de entrega de equipamentos e materiais
não forem bem amarrados.

3.4.3. "Turn-Key"

− Exige especificações perfeitas.


− Negociações difíceis, se ocorrerem alterações das especificações, após a assinatura do
contrato.
− Difícil absorção do "know-why".
− Estimativa de preços complicada.
− Análise de propostas demorada, devido a verificação do atendimento às especificações.
− Fiscalização trabalhosa e desgastante, motivada pelo fato de que a contratada tende
impingir equipamentos e materiais de qualidade inferior.

4. Conclusão
Embora, a seqüência para implantação de empreendimento tenha uma lógica, conforme
mostrado anteriormente, muitos deles são implantados sem a sua efetiva maturação, o que
leva, em muitas oportunidades, a valores finais de investimento muito superiores ao
inicialmente previstos.
Quanto a escolha da melhor forma de contratar os serviços de implantação das unidades
industriais de petróleo e gás natural, vários fatores influenciam na decisão, conforme
mostrado na seção 3.1. As vantagens e desvantagens de cada tipo de contrato, descritas nas
seções 3.3 e 3.4, podem auxiliar a gerência na tomada de decisões.
A despeito do descrito anteriormente, ultimamente, devido a condições de financiamento,
efetivo reduzido de fiscalização dos contratos, contratações a nível internacional e outros, as
grandes instalações (exceto dutos de transporte de gás natural, de petróleo e seus derivados)
tem sido licitadas, prioritariamente a preço global, fornecendo, a contratante, somente o
projeto básico.

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5. Referências Bibliográficas

DECRETO 2745 de 24/08/98. Aprova o Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da


PETROBRAS.
NEVES, Cesar das. Análise de Investimentos: Projetos Industriais e Engenharia Econômica. Rio de Janeiro:
Zahar, 1979. 223 p.
PENA NETO. Petrobras investe para se tornar empresa de energia. Até 2005, estatal vai gastar US$ 32,9 bilhões
e crescer 4,9% ao ano. Jornal do Brasil. 21 out. 1999. p.1 e 13.
SEGEN. Manual de Procedimentos Contratuais. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 1999.
SEGEN/DIAGE/SECONT. Noções Básicas de Contratação. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 1996. Apostila de
curso.
. Curso de Contratação, Gerência e Fiscalização de Instrumentos Contratuais. Rio
de Janeiro: PETROBRAS, 1995. Apostila de curso.
SOUZA, Wilton. Petrobras investirá US$ 32,9 bi até 2005. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 21 out. 1999.
p. A-15.
VELLOSO, Eliane. Petrobras planeja investir US$ 32,9 bi em 6 anos. Gazeta Mercantil. Rio de Janeiro, 21 out.
1999. p. A-4.

recebendo, em contrapartida, remuneração.


ii esta categoria não inclui o suprimento de materiais e equipamentos.
iii Conhecido também como contrato "
iv Esta é uma visão da contratante, não coincidindo, necessariamente, com a opinião das
contratadas.
v Esta é uma visão da contratante, não coincidindo, necessariamente, com a opinião das
contratadas.
vi No caso de ser obrigação da contratante fornecer o projeto executivo.
vii No caso do contrato prever o fornecimento, pela contratante, do projeto, equipamentos e
materiais.

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