Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
PUC-SP
SÃO PAULO
2010
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
3
PUC-SP
SÃO PAULO
2010
4
Banca Examinadora
______________________________
______________________________
______________________________
5
DEDICATÓRIA
A Deus
A minha família
AGRADECIMENTO
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.6. Síntese . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . .99
11
INTRODUÇÃO
2
“Suponho, portanto, que todas as coisas que vejo ssão falsas; persuadindo-me de
que jamais existiu de tudo quanto minha memória referta de mentiras me representa; penso
não possuir nenhum sentido; creio que o corpo, a figura, a extensão, o movimento e o lugar
são apenas ficções de meu espírito. O que poderá, pois, ser considerado verdadeiro? Talvez
nenhuma outra coisa a não ser que nada há no mundo de certo”. (DESCARTES, 1979, p. 91).
28
3
“Além do mais, aquela pela qual eu concebo um Deus soberano, eterno, infinito, imutável,
onisciente, onipotente e criador universal de todas as coisas que estão fora dele; aquela, digo,
tem certamente em si mais realidade objetiva do que aquelas pelas quais a substâncias finitas
me são representadas”. (Descartes, 1979, p. 107). Tais idéias são para Descartes atributos de
Deus.
4
“Pelo nome de Deus, entendo uma substância infinita, eterna, imutável, independente,
onisciente, onipotente e pela qual eu próprio e todas as coisas que são (se é verdade que há
coisas que existem) foram criadas e produzidas. Ora, essas vantagens são tão grandes e tão
iminentes que quanto mais atentamente as considero menos me persuado de que esta idéia
possa tirar esta origem de mim tão-somente. E, por conseguinte, é preciso necessariamente
concluir de tudo o que foi dito antes que Deus existe; pois, ainda que a idéia da substância
esteja em mim pelo próprio fato de ser eu uma substância, eu não teria, todavia, a idéia de uma
substância infinita, eu que sou um ser finito, se ela não tivesse sido colocada em mim por
alguma substância que fosse verdadeiramente infinita”. (Ibid., p. 107-108). A partir do
reconhecimento das idéias inatas posso deduzir existência de Deus.
30
Coerente com essa visão racionalista “ser livre no sentido moderno é ser
responsável por si mesmo, confiar no próprio julgamento, encontrar o propósito
pessoal em si”. (TAYLOR, 2000, p. 19). Livre e racional esse sujeito cartesiano
não precisa mais observar um modelo que o faça ver a ordem na realidade. Ele
mesmo, a partir de sua razão interpreta e reordena o mundo segundo suas
necessidades de bem-estar. Neste sentido, a sociedade é um instrumento que
existe para servir aos propósitos individuais. Esta é a visão moderna padrão
dominante na cultura científica moderna.
32
5
Estas noções de corpo e linguagem, entendidas a partir da fenomenologia da percepção,
passam a ser conceitos centrais que Taylor utiliza para iniciar “uma crítica que atacando as
raízes epistemológicas da filosofia moderna, conduz a definição de uma nova antropologia”.
(BENEDICTO, 2005, p. 24, tradução nossa).
34
não é coisa, máquina, músculos, ossos, sangue que funciona somente por
meio de causa e efeito. Corpo é um modo de existir indizível na sua totalidade
por qualquer método ou enfoque de estudo.
tradition. These are the elements of our dilemma: whose chief feature,
in
my view, is that we have been left with far too shallow and flimsy an
6
idea of human personality. (MURDOCH, 1997, p. 287).
Introdução
6
Vivemos em uma era científica e anti-metafísica em que os dogmas,
imagens, e os preceitos da religião perderam muito de seu poder...[w] e
somos também os herdeiros do Iluminismo, Romantismo e da tradição Liberal. Estes são
os elementos do nosso dilema: cuja característica principal, a meu ver, é que nós fomos
6
deixados com uma idéia muito superficial e frágil de personalidade humana. (Tradução
nossa)
41
7
Realismo moral poderia ser definido como a crença de que os juízos morais são verdadeiros
porque baseados em fatos morais objetivos. O emotivismo e o relativismo negam a existência
de fatos morais objetivos. LENMAM, James. Metaética. Trólei - Revista de Filosofia Moral e
Política, nº 1, 2003.
8
“Oferecer o melhor sentido” inclui aqui não só proporcionar a orientação melhor e mais
realista sobre o bem, mas também permitir que melhor compreendamos e encontremos sentido
nas ações e sentimentos nossos e dos outros. Por que nossa linguagem de deliberação está
em continuidade com nossa linguagem de avaliação e esta com a linguagem na qual
explicamos o que as pessoas fazem e sentem (TAYLOR, 2005, p. 82).
43
teriam duas facetas: por um lado seriam como reações viscerais ou instintivas;
por outro, a objetividade da moral estaria não só na explicitação dessas
reações instintivas, mas na descrição dos objetos que provocam essas reações
nos seres humanos. Por exemplo, o sentimento de solidariedade em uma
pessoa poderia ser explicado complementarmente pela sua exposição ao
sofrimento e dor de outras pessoas.
responder a três objeções: (1) por que tenho obrigações para com o próximo
ou por que devo respeitá-lo, (2) qual o sentido da vida ou o que significa vida
plena, feliz, boa e por fim (3) por que mereço ser reconhecido e respeitado.
Paulo Roberto M. de Araujo em seu livro Charles Taylor: para uma ética
do reconhecimento (2004) também afirma que “o indivíduo já se encontra
48
Taylor (20005, p. 36) indica, por exemplo, que a virtude por excelência
na Grécia antiga poderia ser a busca pela fama a ser conquistada através de
atos heróicos na guerra e a vida inferior estaria na vida dedicada apenas à
família e a busca de riqueza. Na Grécia clássica, a concepção de virtude para
Platão seria alcançada por uma vida governada pela razão que propiciaria aos
desejos o equilíbrio, a saciabilidade, o duradouro em oposição ao que é
passageiro. Assim as configurações articulam compreensões do excelente, do
superior, do melhor, diferentes em cada período e cultura.
É neste sentido também que Taylor afirma que a vida moral dos
modernos é fascinante. A expressão da vida moral dos modernos apresenta
diferentes faces. Podemos dizer que ela reflete indecisão, incerteza, tensão e
confusão quanto ao valor moral incomparavelmente superior. Isto é fruto de
uma longa trajetória de transvaloração dos valores.
capaz de tomar uma posição” (Taylor, 2005, p. 44) diante das indagações da
vida disparadas pelo próprio sujeito ou por diversos outros contextos ou
configurações. Minha posição diante disso tudo realça minha identidade.
cartesiana “a razão não é a faculdade nossa que nos conecta com uma ordem
de coisas do universo que possa ser considerado por si só adicional. Ela é
antes a faculdade mediante a qual pensamos adequadamente”. (TAYLOR,
2000, p. 76).
9
Segundo Tomaz Tadeu da Silva, o fundacionalismo seria a tendência em teorizar a
vida e o mundo social em torno de certos princípios considerados fundacionais – universais e
absolutos. SILVA, Tomaz Tadeu da. Teoria cultural da ação: um vocabulário crítico. Belo
Horizonte, Autêntica, 2000.
63
Taylor afirma que no contexto atual a maioria dos modernos leva a vida
motivada por diversos valores (bens ou fins) como a auto-expressão, a justiça,
a vida familiar, o culto a Deus, a decência comum da sensibilidade, mas ao
mesmo tempo sente a necessidade de hierarquizar esses bens de forma a
escolher um deles como mais importante ou valioso.
A primeira coisa que se pode dizer é que hiperbens seriam bens mais
importantes ou valiosos. Sua superioridade está em proporcionar uma firme
orientação ou direcionamento da vida de uma pessoa. A pessoa alinha sua
vida tendo estes bens como referências.
Ainda é preciso dizer que o Bem se torna tangível por meio de algum
tipo de linguagem.
2.6. Síntese
Esta situação da vida moral tal como descrita é vista por Taylor como
mutilação não fatalista. Nosso filósofo vê no dilema do pluralismo moral atual o
desafio para nos compreendermos melhor como seres morais movidos por
diferentes bens. Apesar desta situação desconfortante em que nos
encontramos, do ponto de vista da moral atual, Taylor mesmo no final de seu
livro As fontes do self indica que a diversidade de fontes morais podem
representar
Introdução
raciocínio na moral dos modernos que os levou a postular uma moral mais
preocupada com o dever, com a obrigação moral e seus conteúdos e varreu a
discussão sobre a natureza do bem moral.
Taylor fala de sua esperança num teísmo judeo-cristão, por mais terrível
que isto possa representar para seus opositores, enquanto concepção divina
do ser humano (Taylor, 2005, 663).
Falaremos coerentemente do teísmo judeo-cristão enquanto uma
identidade narrativa. Digo coerentemente porque como afirma Taylor, a
identidade é uma narrativa. Sei o que estou sendo tendo consciência do
caminho já percorrido e as possibilidades que então se pode vislumbrar. Da
mesma forma falamos de fundamentação transcendente da moral como uma
narrativa, levando em conta o caminho que esta temática já percorreu e que de
alguma maneira influencia formas possíveis para sua compreensão e
tratamento do tema neste momento histórico.
Toda esta versão da ética contrasta pela forma como teologicamente ela
é definida fora do sujeito. Na concepção teológica original, a transformação da
vontade é obra da graça. (Taylor, 2005, p. 37-38). Essa transformação operada
pela graça colaborada pela livre aceitação do ser humana é quem dirige a ação
humana para o bem. A ética secular “descartou algo essencial à perspectiva
cristã, uma vez que o amor de Deus não mais desempenha nela um papel
(TAYLOR, 2005, Pp. 38).
transtemporal, seja ela Idéia ou Theoria ou Deus que permite a filosofia ser
coroada com a teologia racional.
10
Segundo E. Vogelin a história é um fenômeno a ser compreendido em três etapas: o
fenômeno do tempo-eixo, o fenômeno da idade ecumênica e modernidade pós-cristã. O tempo-
eixo é uma experiência espiritual de transgressão das civilizações até os começos do primeiro
milênio que provoca uma ruptura em direção ao alto no compacto simbolismo cósmico
enquanto visão ordenadora de mundo.
87
Israel apontará o caminho da História para uma plenitude final, e essa será a
essência do profetismo bíblico e do kérigma cristão.
As pessoas podem não desfrutar de ter a vida enriquecida pelo bem que
a configuração secular ou teísta disponibiliza, mas sentirem-se aquém,
impotentes quanto as exigências que este reconhecimento impõe. Não
conseguem adequar à vida a ordem que o bem estabelece devido a um mau
hábito encaminhado, um comportamento descontrolado como agressividade ou
preguiça, baixo auto-estima. Esta não é uma questão menor. No âmbito
religioso “O puritano ficava a imaginar se estava salvo. A questão era se ele
fora ou não chamado. Se o fora, estava “justificado” (...)”. “Porém, se
justificado, ele ainda podia estar bem distante de ser “santificado” e “isto não
constitui uma peculiaridade do cristianismo puritano”. (TAYLOR, 2005, p. 68).
Por isso, esse permanente moderno presente do Fato Cristo é fonte de tensão
entre o cristianismo e essas modernidades que se espalham pela história.
Conclusão
BIBLIOGRAFIA
http://www.ciari.org/investigacao/da_cidadania_igual_aos_direitos_multiculturai
s.pdf. Acesso em: 12 de janeiro de 2010.
VERGEZ, André; HUISMAN, Denis. História dos Filósofos. 7ª. Ed. Tradução:
Lélia de Almeida Gonzalez. RJ: Freitas Bastos, 1983.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )