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Solano López, de tirano a herói anti-imperialista: A construção do mito

Iniciada em 11 de novembro de 1864, a Guerra do Paraguai tratou-se do maior


conflito entre estados na América do Sul. Sendo responsável pela morte de milhares de
cidadãos brasileiros e principalmente pela dizimação de boa parte da população
Paraguaia, que sob o comando do Presidente Francisco Solano López, foi levada a lutar
uma guerra sem sentido e até as ultimas consequências.
O conflito foi o resultado da complexa interação entre o Brasil, a Argentina, o
Uruguai e o Paraguai no século XIX. Em 1864 o Brasil havia se envolvido em um
conflito armado no Uruguai e deposto o governo de Aguirre do partido blanco, aliado
de López. Em novembro do mesmo ano, o exercito paraguaio atacou uma embarcação
cujo qual transportava o então presidente do Mato Grosso, e assim iniciou-se a guerra.
No decorrer da guerra o Brasil sob ordens do Imperador Dom Pedro II se
mostrou impiedoso ao travar uma sucessão de batalhas sangrentas que matou mulheres
e crianças subnutridas e, só se deu por satisfeito após o golpe final em Solano López. O
ditador que havia militarizado o Paraguai com vistas a travar uma guerra com a
Argentina para anexar os territórios de Corrientes e Entre Rios, com o Brasil para se
apropriar dos Estados brasileiros do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul e do próprio
Uruguai, com o intuito de criar o “Grande Paraguai”. Após o fim dos conflitos travados
com essas potencias que formaram a Tríplice Aliança, Solano López era odiado não só
pelas populações dos países que lutaram contra ele, mas sobre tudo pela população
paraguaia que restou e guardou na memoria oque sofreu devido ao delírio
megalomaníaco do López.
Após o fim da guerra a companheira de López, Elisa Lynch, travou diversas
batalhas judiciais pela posse das terras herdadas do ditador, porém, essas eram
claramente apropriações de propriedade publica do Paraguai. Não obtendo sucesso,
Lynch, passa a “posse” para seu filho que passa a vida tentando se apossar do
patrimônio. São travadas disputas em tribunais paraguaios, argentinos e brasileiros,
porém, a descendência de López, não obtém sucesso em tal empresa. Foi em meio a
esse cenário que a descendência de López junto a outros atores começou uma campanha
de popularidade acerca da imagem de Solano López, por acreditarem que uma vez a
opinião publica sendo simpática a imagem do ditador, a posse das vastas terras que
constavam no testamento de López e que compreendiam em boa parte do território
nacional, poderiam ser obtidas pelos seus herdeiros, oque de fato nunca aconteceu.
O revisionismo lopizta, ganhou força em 1936, quando o déspota Rafael Franco
decretou que Solano López seria herói nacional. Anos mais tarde o ditador Alfredo
Stroessner tornou o lopizmo uma ideologia hegemônica no Paraguai, onde qualquer um
que questionasse seu status de herói nacional era perseguido e até mesmo exilado. No
Brasil, foram os positivistas os responsáveis pela deturpação historiográfica, com vistas
a tornar o Brasil o agressor e culpado pela deflagração da guerra.
Nas décadas de 60 e 70, o revisionismo foi ainda mais forte. Nesse período
tornou-se comum os historiadores retratarem a Inglaterra como a culpada pela guerra,
que teria sido o fruto de seus interesses na região. Entretanto, tal suposição não se
sustenta, pois os documentos da época mostram que a Inglaterra não tinha grandes
interesses comerciais no Paraguai, pois, a essa altura sua indústria têxtil era alimentada
por algodão egípcio. Além do mais, correspondências diplomáticas do embaixador
inglês no Paraguai, comprovam a oposição inglesa ao conflito.
Logo, o revisionismo nasce da necessidade de criar uma figura mítica que
representasse uma força contra o imperialismo de grandes potencias narrativa muito
comum no contexto da guerra fria.

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