Um intelectual na trincheira – José Honório Rodrigues, um intérprete do Brasil
A tentativa de tematizar o que seria um intérprete do Brasil é
extremamente complexa e propicia, no mais das vezes, um grande fórum de debates e polêmicas, estes devem invariavelmente algum significado e motivação à própria ação. No arcabouço dessa discussão, vários estudiosos já emitiram sua opinião a respeito do tema e embora nem todos encontrassem satisfatórias alguns conseguiram, sucintamente, formular teorias que seriam consideradas clássicas. Um bom exemplo é a apresentação de Antonio Candido para Raízes do Brasil, na qual o prefaciador mostra a trajetória dos “clássicos” que integram o grupo de intelectuais que na década de 30 do século passado elaboraram formulações interpretativas sobre o Brasil. Ademais, outros são considerados de menor quilate, e só aparecem como referência de segunda mão, recebendo, portanto, pequeno prestígio quando se trata de “pensar o Brasil”.
A argumentação que aqui se faz visa dar luz a um desses intérpretes
renegado a condição de “segunda mão”. Um intelectual que ficou, ao longo dos anos, restrito aos departamentos de História de algumas poucas e boas universidades