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Anais do V Simpósio Internacional Lutas Sociais na América Latina ISSN 2177-9503

“Revoluções nas Américas: passado, presente e futuro” 10 a 13/09/2013

GT 8. Marxismos latino-americanos

Frei Betto: um olhar sobre o


marxismo
Rhaissa Marques Botelho Lobo1
Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua
livre vontade, em circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas nas
circunstâncias imediatamente encontradas, dadas e transmitidas pelo passado.
(MARX, 2008, p. 207.)

Resumo: O objetivo deste texto é apresentar a pesquisa que já venho desenvolvendo


sobre o movimento “Teologia da Libertação” que nasceu na América Latina nos anos de
1960 e que tem como principais características a luta contra as injustiças sociais com
inspiração marxista. O movimento passa por inúmeras transformações devido à
conjuntura histórica que propiciou o seu nascimento e fortalecimento no período de luta
contra as ditaduras militares que varriam o continente latino-americano, e seu declínio no
período pós- socialismo real, onde todos os movimentos de inspiração marxista foram
afetados, fatos já percebidos no estudo do intelectual Leonardo Boff através de suas
obras selecionadas e analisadas em meu estudo anterior; agora a mesma linha será
utilizada no estudo de outro intelectual da Teologia da Libertação no Brasil e na América
Latina, Frei Betto. Frade Dominicano que auxilio diversos movimentos que participaram
da luta armada dos quais mais destacam a ALN (Ação Libertadora Nacional).
Palavras-chave: Militância; Teologia da Libertação; Marxismo; intelectual.

INTRODUÇÃO
A pesquisa iniciou-se com um levantamento bibliográfico sobre a Teologia da
Libertação, posteriormente delimitou-se o recorte cronológico. A partir daí buscou-se o
suporte teórico das ciências e da História das religiões. Elegeu-se Pierre Bourdieu, Mircea
Eliade e Françoise Champion, Aline Coutrot, entre outros, que trabalham com os estudos
nos campos, intelectual, político e religioso.
Mais do qualquer outro período, talvez, o século XX vive a coexistência muitas
vezes conflituada entre as forças de conservação e as de mudança. Este século marca

1
Bolsista PIBIC/PROPq, do Curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT, vinculado ao
Grupo de Pesquisa "História, Religião e Política no Mundo Contemporâneo" (CNPQ), sob orientação do
Prof.Dr. Cândido Moreira Rodrigues. rh_aissa@hotmail.com.

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também o deslocamento do centro de gravidade da Igreja Católica outrora contra-


revolucionária e que hoje ser quer consciência da sociedade moderna. (COUTROT,
p.340.2003).
A militância de Frei Betto dentro dessas transformações da Igreja estudada por Coutrot
demonstra a importância do estudo deste intelectual, que por meio de sua rede de relações
manteve-se ao lado das forças de mudança contra as de conservação.
Frei Betto2 é analisado dentro de três eixos temáticos: Visão de mundo pós-socialismo
real (Fidel e a religião: conversas com Frei Betto3, Cristianismo e Marxismo, e O paraíso
Perdido); O papel da Igreja no mundo pós-1989 e pensamento místico-ecumênico em
Betto (Sinfonia universal, a cosmovisão de Teilhard de Chardin e A obra do Artista) e
Cartas do Cárcere (Batismo de Sangue e Diário de Fernando).4
A teologia da libertação no Brasil teve como seus maiores ícones Leonardo Boff, teólogo
dessa teologia revolucionária, e Frei Betto, militante dos movimentos católicos e principal
militante das comunidades eclesiais de base (CESBs). Boff pregou um cristianismo de luta
contra a pobreza e a injustiça social e não a caridade como ação amenizadora. Já Betto, por
meio da fundação das CESBs, formadas por leigos e Clérigos, luta contra as injustiças sociais
e contra o regime autoritário que se instalou no Brasil após 1964 com a deposição de João
Goulart.
Essa teologia tem como os principais fatores de criação e desenvolvimento a situação
política, econômica e social do continente em que a maioria dos países estava sob o governo
de regimes militares durante os quais as questões sociais se agravaram. O desenvolvimento do
marxismo como instrumento de analise social e as mudanças ocorridas dentro da igreja como
a experiência da ação católica e seu método ver-julgar-agir. O concilio do Vaticano II, A
conferência de Medellín na Colômbia, o berço da Teologia da Libertação, as CEBs e
enfrentamento dos bispos aos regimes militares. (DELGADO e PASSOS, 2007.).
Até na Igreja Católica o tempo de recusa intransigente da sociedade moderna
parece ultrapassado. Entre 1962 e 1965 tem lugar o concilio Vaticano II. Para além
das interpretações divergentes quanto á amplitude da rotura por ele operada
relativamente ao passado- mudança na Igreja ou mudança da Igreja-, a verdade é que
houve uma viragem: na leitura do mundo moderno, que deixa de ser considerado
unicamente como mau, sobre a questão da liberdade religiosa, sobre a concepção da

2
O frade Dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido por frei Betto, mineiro de Belo Horizonte nascido
em 1944, formado em Jornalismo, Antropologia, Filosofia e Teologia, intelectual brasileiro, autor de 53 livros publicados no
Brasil e no exterior (América Latina e Europa), versando sobre as mais variadas áreas, destacando-se culinária mineira,
memória nacional com contestação social, educação popular, literatura e teologia.
3
Ganhador do prêmio José Marti\UNESCO de 2013, por seu trabalho em prol dos direitos Humanos.
4
Este divisão de eixos temáticos na obra de Frei Betto é analisada e exposta resulta da minha pesquisa de
Iniciação Científica desenvolvida dentro do grupo “História, Religião e Politica no Mundo Contemporâneo”, no
decorrer do biênio 2011/2012, entregue ao CNPQ.

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Igreja agora entendida antes de mais nada como o “povo de Deus”. (CHAMPIOM,
p.706,2002.)

A Teologia da Libertação vai perdendo força a partir do momento em que a Igreja sofre
uma volta à política conservadora implementada pelo Papa João Paulo II. Por outro lado, a
redemocratização do Brasil acontece fazendo com que essa teologia não atenda mais aos
anseios imediatos do povo, perdendo espaço para a teologia da prosperidade5 que melhor
corresponde a esses anseios. No entanto, a teologia da libertação não desaparece, só diminui
sua publicidade, mas continua a influenciar a política com a atuação de representantes no
governo Lula e adere novas temáticas como ecologia, a liberdade feminina, a fluidez religiosa
caracterizando sua nova fase denominada Mística ecológica.
A aproximação da Teologia da Libertação com as religiões orientais ocorre após crise
paradigmática do pós 1989 gerada pela queda do socialismo real em todos os movimentos de
inspiração marxista. A Teologia da Libertação, como movimento que possui esta inspiração
será o nosso ponto de partida para analise dos contrastes entre os pensamentos dos dois
maiores representantes desta teologia no Brasil, Leonardo Boff, agora militante Laico e sem
vínculos com a Igreja Católica e Frei Betto ainda ligado a Igreja e diretor das CEBs, os dois
flertam com a fluidez das temáticas das religiões orientais como o equilíbrio da relação
homem- natureza resultando na mística ecológica.
Militante do Movimento estudantil desde os 13 anos, Frei Betto dirigiu a Juventude
Universitária Católica de 1962 a 1964 tendo sido preso pela primeira vez em Junho de 1964.
Já em 1965 ingressa na Ordem Dominicana, cursando Filosofia e Teologia, exerce a Profissão
de jornalista e atua na resistência contra o regime militar, o que motivou a sua segunda prisão
de 1969 a 1973. Assessora diversos movimentos sociais dentre os quais se destacam a partir
de 1974 as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) símbolo do modelo de Igreja comunitária
defendida pela Teologia da Libertação, a Pastoral Operária de São Bernardo do Campo, e do
Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae. E conjuntamente com Leonardo
Boff é o maior nome do movimento teológico da libertação do Brasil, e dos mais
representativos na América Latina e no Mundo. Foi coordenador de Mobilização social do
Programa Fome Zero entre 2003 e 2004, no governo Lula.

5
É um movimento teológico norte-americano do inicio do século XX, a partir da interpretação de alguns textos
bíblicos, segue a premissa de que os verdadeiros fiéis a Deus devem possuir excelente situação financeira.
Entanto sua abrangência mundial começa a partir dos anos 70.

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A História é um processo em construção permanente, marcado por temporalidades,


delimitações espaciais, construída por sujeitos individuais e coletivos. Dinâmica complexa,
envolvendo ideologias, culturas, vida privada, ações públicas, representações, imaginários,
lutas, reações, valores, resistências, e demais variáveis constituintes da rede complexa pela
qual o homem se insere na vida em sociedade através do tempo. A partir desta premissa a
História política é a forma como o homem constrói heterogeneamente a teia de realidades
imbricando-se e inter-relacionando-se em conjuntos dinâmicos sociais, às vezes consensuais,
às vezes conflituosos. Os sujeitos que constroem essa história política são diversos,
representam interesses plurais da realidade humana. Estes sujeitos individuais, mulheres,
homens, inserem-se na militância ou escolhem a vida pública como profissão. Sendo sujeitos
coletivos institucionais, como organizações políticas e partidos, reunindo pessoas que
compartilham identidades e projetos comuns, mesmo localizando-se só no campo da teoria,
inseridos na sociedade ou país. (DELGADO, 2010, p.129.).
As obras Cristianismo e Marxismo e O paraíso perdido: nos bastidores do socialismo,
são consequências de um projeto inicial do autor de 1979, passa a ter formas reais a partir da
publicação de Fidel e a religião: conversas com Frei Betto. É que o próprio autor enuncia
no prefácio Caminhos de um encontro:
Havia proposto ao meu querido compadre e editor Ênio Silveira a idéia de um
livro que teria o título de A fé no socialismo. Realizá-la exigiria que viajasse aos
países socialistas para entrar em contato com as comunidades cristãs sob um regime
qualificado de materialista e ateu. Múltiplas tarefas acabaram distanciando-me da
idéia, acrescido do fato de sua consecução ser demasiado cara. (BETTO, 1985,p.11.)

O livro Cristianismo e Marxismo de Frei Betto é um ensaio teórico conciso sobre a


relação entre as duas visões de mundo, apresentadas pelo título da obra, publicada em 1986,
pela editora Vozes e contém uma introdução e três capítulos, em anexo estão dispostos textos
de Marx e Engels sobre a religião. Tralharei com a 2º edição.
Na introdução Frei Betto, inicia sua argumentação, com propósito de desmanchar a ideia
de contradição entre socialismo e Cristianismo, ele o faz por meio da conceitualização das
visões de mundo, demonstrando que não se podem exaurir os conceitos do evangelho. A
primeira sinônimo de materialismo, coletivismo e de comunismo ateu. Já a segunda de
espiritualismo, personalismo e lugar onde Igreja intermedia as relações sociais. Entretanto é
equivocado identificar a mensagem libertadora expressada por Jesus nos evangelhos de
projeto politico de convivência social, com um regime social que sempre é imperfeito e
transitório. Não se pode considerar o sistema capitalista cristão, pois neste sistema o trabalho

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coletivo é subordinado por meio de exploração ao lucro individual. Frei Betto dialoga sobre a
manipulação do cristianismo pelo aparelho ideológico capitalista, e as distorções feitas com
Cristianismo, exemplificado com uma citação de Napoleão I, onde este vê na religião um
instrumento de ordem social, que impede que o rico seja massacrado pelo pobre, e que
Charlatões e feiticeiros da Alemanha a exemplo de Kant consigam envenenar a sociedade.
Frei Betto admite, porém que o cristianismo detém maior liberdade nos países capitalistas
do que nos socialista reais. Outro equivoco que Betto pretende abordar é o que considera
países como os nórdicos socialistas, estes possuem índices elevados de bem estar social
obtido através da exploração do Terceiro Mundo. E em alguns períodos são dirigidos por
líderes provenientes de partidos socialistas, a exemplo da França (François Miterrand) e
Espanha (Felipe Gonzáles), entretanto não há alteração estrutural do sistema, e sim governos
temporários presididos por políticos provenientes de partidos socialistas. Segundo Frei Betto:
Ao falar de Cristianismo devemos- antes de considerar suas expressões históricas-
partir de seu fundamento bíblico. E por socialismo entendemos os regimes em que
se predominam a propriedade social dos meios de produção, a erradicação dos
antagonismos de classes, o Estado como expressão dos interesses da grande maioria
dos trabalhadores. (1986, p.11.)

Em “Fundamentos do Cristianismo e sua concretude histórica”, Frei Betto busca por meio
da manifestação histórica do Cristianismo, ressaltar seus atributos libertadores e
revolucionários, instrumentalizado pela Bíblia e pela História da Igreja. Dialoga diretamente
com Engels e Marx, para demonstrar que não há contradição entre as duas visões de mundo, e
sim objetivos comuns, distorcidos ao longo do tempo cunhado a falsa oposição. O
cristianismo Primitivo é visto por Frei Betto como exposto nos parágrafos abaixo e virtude
disto o cristianismo não é contraditório aos ideais marxistas.
A prática libertadora do Cristianismo nasce no primeiro século da comunidade de Jesus e
seus apóstolos na Palestina, a região dominada militarmente, politicamente, economicamente
pelo Império Romano. Dá origem a Jesus de Nazaré que assume a causa do pobre e do
oprimido pela religião opressora dos Fariseus e Saduceus, desmistifica o reino de César,
promete o Reino de Deus, onde todas as desigualdades sócias serão suprimidas, colide com o
poder Judaico-romano, é preso, torturado e morto. A sua ressureição testemunhada por seus
discípulos o faz ser conhecido o filho de Deus manifesto na história humana.
As primeiras comunidades cristãs a margem do mediterrâneo, são oriundas dessa fé
retratada socialmente pelo apóstolo Paulo em sua primeira Carta aos Coríntios, e nos Atos dos
apóstolos. A peculiaridade das primeiras comunidades cristãs era a socialização dos bens, já

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que Deus escolheu aqueles que o mundo marginalizava, esta ocorria em comunidades à parte.
Betto analisa e debate essas comunidades por meio da visão que Friedrich Engels expõe em
seu texto “Contribuição Para a História do Cristianismo Primitivo”. Engels aponta grande
semelhança entre os cristãos primitivos e o moderno movimento da classe operaria, pois os
dois nascem da luta de homens oprimidos que buscam sair dessa condição, entretanto o
socialismo busca a transformação da sociedade, já o cristianismo espera a salvação numa
outra vida. Apesar de perseguidos os dois avançam e marca posição, o primeiro é reconhecido
religião oficial do império que o perseguia e o segundo após 60 anos de sua constituição
conquista uma posição. Betto discorda de Engels de que os cristãos primitivos só almejavam
a salvação miséria e da escravidão numa vida pós-morte. Frei Betto lembra que o próprio
Engels reconhece que o Socialismo existiu de fato nesta época e obteve no cristianismo uma
posição dominante. Outra discordância entre os dois é afirmação de Engels de que o
cristianismo não quis realizar as transformações sociais neste mundo dadas às condições
históricas. Para rebater esta postura de Engels, Betto vai buscar seus argumentos em Marx, e
em sua declaração de que uma organização social nunca entra em declínio antes que dentro de
seu próprio seio, sejam formadas as condições necessárias à mudança.
É verdade que os primeiros Cristãos não elaboraram um projeto politico de
transformação da sociedade. A subversão que operaram no Império Romano,
criando comunidades populares de igualdade social e partilha econômica, decorria
de motivações religiosas. No entanto para a nova ordem vigente elas tiveram forte
incidência política, tanto que os cristãos, tidos como “inimigos da raça humana”,
sofreram três séculos de violentas perseguições. (BETTO, 1986, p.18.)

Frei Betto encerra essa primeira parte de sua argumentação, com o auxilio do teólogo Hans
Küng, enfatizado os predicados e os pecados do Cristianismo, transformado em religião
oficial do império por Constantino no século IV, institucionaliza-se na Igreja Católica
mantendo-se continuamente ao lodo poder, a exceção dos padres e movimentos que clamam a
favor dos pobres e contra as injustiças, sendo considerados heréticos a exemplo de São
Francisco de Assis e da Teologia da Libertação.
“A crítica marxista da religião” é ratada por Frei Betto pela ótica teórica e da realidade
histórica, pois nos países que ingressaram no regime socialista o cristianismo serviu de base
ao antigo regime e a sua ideologia na defesa da exploração do trabalho e da propriedade
privada dos meios de produção. As transformações introduzidas pelo processo revolucionário
colidiam com os interesses da Igreja, ameaçava suas regalias sobre a isenção de impostos,
posse de patrimônio ocioso significativo e renda advinda do trabalho de outrem, domínio de

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escolas católicas elitistas, mediação entre o povo e o poder. O regime socialista não
reconhecia esta igreja, que em muitos países resguarda os contra revolucionários e realizam
campanhas diretas contra a revolução. “O pretexto de que o socialismo impunha o comunismo
ateu era apenas uma forma de confessionalizar uma luta de classes. De fato o que a Igreja
reivindicava o “direito” de ser reconhecida com um Estado dentro do Estado, mantendo
relações de poder a poder.” (Betto, 1986, p.24.).
As posições de cristãos e marxistas exacerbaram os preconceitos entre os dois, nos países
socialistas. Os dirigentes revolucionários ao tenderem sua abordagem absoluta a critica de
religião como “ópio do povo” contrariaram o raciocínio dialético materialista, concluindo que
a religião é inseparavelmente reacionária e própria do aparelho Burguês. Os manuais
escolares e outro artifícios de propaganda ateísta difundiam que ideia da existência de Cristo
que já durava quase dois mil anos, tinha sido derrubada pela ciência que comprovara cristo
nunca existiu. Frei Betto questiona o surgimento dessa postura “materialista metafísica” que
sobre a influencia de Darwin proclama a “eternidade da matéria” e vê o ateísmo como
decorrente da teoria marxista. Para entender e combater essa postura o autor vai buscar na
trajetória pessoal e intelectual de Marx os elementos para trabalhar a interpretação marxista da
questão religiosa. “Karl Marx não nasceu ateu. Aos 17 anos, num exame escolar redige linhas
dignas dos grandes místicos da Igreja.” (Betto, 1986, p. 25.). Marx fala sobre a capacidade de
cristo de consolar as dores humanas e da alegria que cristo proporciona ao ligar o Homem e a
Deus. Entre 1837 e 1842 em seus estudos de Filosofia e mais especificamente em sua tese de
doutorado em 1841 sobre os filósofos gregos Epicuro e Demócrito, Marx crítica
rigorosamente à religião e os Deuses.
Como Prometeu para quem o “homem é a divindade suprema”, Marx rejeita
todos os deuses, participa das lutas anti-religiosas na Universidade, combate a união
entre a Igreja e o Estado, considera que toda concepção religiosa é irracional e
deixa-se imbuir pelas idéias do liberalismo francês. (BETTO, 1986, p.26.).

A partir de 1843-44 Marx passa a trabalhar com Moses Hess (primeiro comunista alemão).
Influenciado por Hegel e Feuerbach (“A Essência do Cristianismo”) retoma as ideias desses
autores por meio de “Contribuição à crítica da Filosofia do direito de Hegel”, onde à crítica da
religião segue a premissa de que o homem faz a religião e esta não o faz homem. Segundo
Frei Betto:
Em seu ateísmo filosófico, Marx evolui para uma abordagem dialética da
religião na medida em que considera sua dimensão positiva de “protesto contra a
miséria real”. Como cientista, já não retoma sua indignação prometéica contra os
deuses, não diz que “Deus é o opio do povo”, mas sim a religião, esse fenômeno

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sócio- cultural que pode ser analisado assim como a família, nunca o amor que une
João e Maria e que, como a fé em Deus escapa a todos os instrumentos científicos de
análise. (1986, p. 27.).

Posteriormente a crítica filosófica da religião Marx passa a crítica política, objetivando


conhecer a realidade, trazer à luz todas as formas de alienação, e assim a opção pelo
comunismo já não está atrelada diretamente a adesão do ateísmo. Frei Beto trabalha com “O
Capital” para rebater a tendência leninista que decreta que a morte da religião coincide com o
inicio do processo revolucionário, essa postura Betto denomina como messianismo
ideológico. Pois Marx acredita que os reflexos da religião no mundo real só desaparecerão
quando o homem em sua prática cotidiana, estabelecer relações racionais e claras entre si e a
natureza. O processo é longo e deve resultar da vontade consciente e livre do homem. E a
sociedade precisa oferecer base material para o desenvolvimento do processo. Segundo
Betto:
Assim de 1845 até a sua morte em 1883, Marx considera a religião enquanto
uma forma de consciência social, dentro da esfera da superestrutura ideológica. Já
não há nele uma posição anti- religiosa, mas sim a- religiosa, de quem procura não
se afastar do terreno empírico da ciência e enfoca o mundo religioso enquanto
reflexo do mundo real. Como mercadoria, a religião é um fetiche que oculta à
realidade que está por trás. Em outras palavras, ela é uma manifestação ideológica.
(1986, p.29.)

Ao criticar a religião, Marx está diante dos laços que unem o cristianismo a classe
dominante na Alemanha do século XIX, é sobretudo influenciado pela concepção religiosa de
Hegel, que considera a historia como uma manifestação da religião. Pois a superação de todas
as contradições e antagonismos se dá por meio da teologização da história, com a adequação
entre sentido absoluto do processo histórico e a consciência individual. O “pensamento de
identidade” de Hegel é considerado por Frei Betto como concepção autoritária por não
distinguir a totalidade do fenômeno religioso de sua manifestação particular, não havendo
relação dialética entre os dois, pois estes coincidem. A formação hegeliana de Marx é
considerada por Betto um dos seus principais problemas em sua analise do caráter funcional
da religião, apesar de Marx substituir o totalitarismo de Hegel, com a dialética entre o
universal e o particular, na analise da historia da sociedade, não o faz em relação à religião e
pronuncia sobre ela um juízo definitivo. Pois já que a religião encontra-se atrelada ao
capitalismo no século XIX, a sua essência é alienante ou de inversão da realidade. Ao final do
Capítulo Frei Betto questiona a que conclusões Marx chegariam, caso tivesse aplicado sua
dialética ao analisar a religião, afirma que provavelmente não teria pronunciado um juízo
definitivo sobre a questão, verificaria a contradição histórica do Cristianismo com sua

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essência de comunhão pessoal com Deus em Jesus Cristo e de reconciliação entre os homens,
e a sua utilização como arma ideológica de dominação.
A catedral Hegeliana começa a desabar quando se constata que a história não é
monolítica e nem se encontra mecanicamente conduzida por um espírito absoluto. O
que há são povos com diferentes nacionalidades (Fichte) ou classes com interesses
antagônicos (Marx). São os homens que fazem a história e, dentro dela, o fenômeno
religioso deve ser encarado em suas dimensões particular e funcional, ou seja, a
religião não existe em abstrato, mas concretamente encarnada na vivência social e
política de pessoas situadas historicamente e que mantêm entre si determinadas
relações de Produção. Por isso Marx estuda a inter- relação que há entre
Cristianismo e sociedade capitalista. (BETTO, 1986, p.30.)

“As relações entre Marxistas e Cristãos” é o ultimo capítulo do livro nele Frei Betto trata
da relação, através dos exemplos latino-americanos especialmente o Cubano, Nicaraguense6.
A partir daí ele tece sua argumentação sobre essa relação, que nessa parte do texto será
abordada pelo seu viés mais teórico prático. Nessa argumentação o autor aborda as diversas
correntes interpretativa dos marxistas. A partir dessas abordagens a grande pergunta se as
utilizações dos instrumentais científicos analíticos do Marxismo pressupõem ou exigem
comprometimento político? E quando há engajamento político como isso influência as
análises?
O marxismo é, sobretudo uma teoria da práxis revolucionaria. Isso não impede que
certos marxistas queiram transformá-lo num espécie de religião com seus dogmas,
fundada na leitura fundamentalista que faz das obras de Marx, Engels e Lênin uma
nova Bíblia. Afinal o marxismo, como qualquer outra obra teórica, jamais poderá ter
uma única leitura. O processo epistemológico ensina que um texto é sempre lido a
partir do contexto do leitor. Esses “óculos” da realidade determinam interpretação da
teoria. Assim, a obra de Marx pode ser lida pela ótica do materialismo positivista de
Kautsky, do neokantismo de M. Adedler, do hegelianismo voluntarista de Gramsci
ou objetivista de Lukács, do existencialismo de Sartre, do estruturalismo de
Althusser, bem como a luta camponesa de Mao Tsé-Tung, da guerrilha cubana, da
realidade peruana de José Carlos Mariátegui ou de inserção popular sandinista. O
que importa é utilizar a teoria marxista como ferramenta de libertação dos povos
oprimidos e não como uma árvore totêmica ou Talismã. Fruto do Proletariado, o
marxismo deverá ser sempre aferido por essa mesma luta, pois só assim sempre será
aferido por essa mesma luta pois só assim não perderá seu vigor revolucionário para
transformar –se numa abstração acadêmica.(BETTO,1986, p.35-36.).

Frei Betto chama a atenção dos marxistas afirmando que o marxismo não pode ignorar o
novo papel do cristianismo processo de libertação da América Latina, pois este age como

6
A vida dos Cristãos nos países Socialista é tratada de forma mais detalhada na obra O Paraíso Perdido:
nos bastidores do socialismo, resulta dos relatos de viagem de Frei Betto por países socialistas entre 1979 á
1992. Os textos vão do ensaio a Crônica, onde o autor busca compreender a vida cotidiana dos cristãos nesses
países. Os 33 capítulos tem seus títulos sempre temas ligados à culinária dos países retratados. Outro aspecto
importante dessa obra é o simbolismo dela como o livro que é publicado aos 50 anos de vida do autor, onde este
se inspira em Graciliano Ramos para se autorretratar neste momento. A capa da obra é outro aspecto interessante
do livro, pois traz representados os líderes e figuras marcantes dos países socialistas, além de Marx e Engels.

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fermento sobre as massas. Mas para dimensionar esse potencial revolucionário do


cristianismo, o marxismo devera romper a camisa de força de sua ótica objetivista,
reconhecendo a subjetividade humana na história. Implicando na superação da tendência
economicista, nos regimes socialista, de certa “metafisica do Estado”, admitindo autonomia
relativa das superestruturas. Pois a prática revolucionária não se esgota em análises estritas da
ciência, extrapola o conceito e se encerra nas dimensões éticas, místicas e utópicas. A partir
daí Frei Betto questiona o progresso nos países socialista diante da contradição entre este e a
subjetividade humana. Para ele negar a importância da subjetividade e da intencionalidade
humana em detrimento das relações de produção é reduzir o marxismo em teoria puramente
cientifica é caminhar a um neo-hglianismo, contraditório ao marxismo. Pois a riqueza e a
originalidade da teoria marxista residem na união de teoria e prática revolucionária. Pois de
acordo com Betto “Sem essa relação dialética teoria-práxis, o marxismo se esclerosa numa
ortodoxia acadêmica perigosamente manipulável por quem controla os mecanismos de
poder.” E partir daí o marxismo é obrigado a reconhecer que em grande parte dos casos suas
concepções acerca da religião são religiosas, dogmáticas e desvinculadas da prática histórica.
Essa afirmação é fundamentada no papel desempenhado no processo de libertação por
cristãos cubanos e principalmente nicaraguenses descritas de forma mais detalhada em “O
Paraiso Perdido”.
Portanto, falsas certezas estão desmontadas pela prática histórica. Nos últimos
vinte anos, nos países do Terceiro Mundo, especialmente na América Latina, o
cristianismo passa a revelar seu caráter libertador como expressão de resistência dos
oprimidos. E por outro lado, contrariando todos os prognósticos acadêmicos, a
religião não desapareceu nos regimes socialistas. Ao contrario, as Igrejas
constituem, hoje importante força na luta pela paz e cresce o número de seus fiéis.
(BETTO, 1986, p. 40).

Entretanto Betto ressalta que ainda há dificuldades dentro da igreja, devido a bispo e
pastores, não possuírem clareza e consenso sobre como se inserir pastoralmente em regimes
socialistas. E Segundo Frei Betto “Fora, sobretudo no âmbito dos partidos no poder, certos
preconceitos anti-religiosos nutrem a discriminação que reforçam a proximidade entre cristãos
e setores contra-revolucionários.” (1986, p.40.). Os tabus cristãos referentes ao socialismo
permanecem, alimentada pela propaganda capitalista e pelo sectarismo de certos militantes
marxistas. Para entender essas questões Frei Betto vai buscar a gênese desse conflito nas
proclamações anticomunista da Igreja Católica nos séculos XIX e XX. Para Betto a exceção
nessa relação pode ser exemplificada pela postura de bispos brasileiros durante a ditadura
militar, onde estes se colocam contra a pobreza, a fome e a morte, buscando um mundo onde

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não haja divisão entre ricos e pobres. Frei Betto termina sua obra marcando as afinidades
entre os projetos de mundo cristão e marxista. Pois nada politica ou na história garante a
realização desses projetos, assim caminho a ser seguido é o compromisso pela libertação dos
oprimidos, sobressaindo sobre os preconceitos e as discussões teóricas.
Em anexo da obra Frei Betto, traz fragmentos da introdução de Engels a edição de 1895 do
livro de Marx “As lutas de Classes na França, de 1848 a 1850”. Este fragmento é a parte final
do texto, onde Engels fala do papel subversivo desempenhado pelos Cristãos durante o
Império Romano, da repressão que este sofria e da ineficácia do processo repressivo, pois o
Cristianismo acabou sendo proclamada religião oficial do império. Frei Betto não tece
qualquer comentário sobre o fragmento ou sobre o contexto que ele ocupa na argumentação
de Engels.
Engels durante o prefácio analisa a partir seu modo materialista o processo de
transformações pela qual a Europa passa no século XIX, dando enfoque especial Alemanha,
França e Inglaterra. O sufrágio universal, a institucionalização dos exércitos e a criação de leis
anti-socialistas redimensionam os instrumentos de luta proletária. “O período das revoluções a
partir de baixo estava por agora terminado; seguiu-se lhe um período de revoluções a partir de
cima.” (ENGELS, 2008, p.47.). A partir daí o autor utiliza resistência dos cristãos diante das
perseguições do Império Romano, como exemplo da possibilidade de superação para os
socialistas perseguidos.
O imperador Diocleciano não podia assistir já podia assistir tranquilamente ao
minar da ordem da ordem, da obediência e da disciplina de seu exército. Interveio
energicamente porque era ainda tempo para isso. Emitiu uma lei contra os
socialistas, queria dizer, uma lei contra os cristãos. Foram proibidas as reuniões de
subversivos, os locais de reunião encerrados ou demolidos, os símbolos cristãos,
cruzes etc., proibidos como na saxônia os lenços os lenços vermelhos. Os cristãos
foram declarados incapazes de ocupar cargos Públicos, e nem sequer podiam ser
cabos. Como nessa altura não se dispunha de juízes tão bem amestrados no que diz
no que diz respeito à “consideração da pessoa”, como pressupõe o projeto de lei do
senhor Herr von Köller, proibiu- se sem mais rodeios os cristãos de defender os seus
direitos perante o tribunal. Mas até essa lei de exceção não teve êxito. (ENGELS,
2008, p.61-62).

A Obra do Artista: Uma visão Holística do Universo, faz parte do esforço de Frei
Betto para compreender a totalidade da existência, para isso ele se utilizará a ciência e
espiritualidade, demonstrado que não incompatibilidade entre elas. O livro possui 15
capítulos. A sua edição original é de 1995 pela editora Ática.
Ao discutir e entender o cenário das transformações pelas quais a nossa sociedade
passa, Frei Betto realiza uma síntese das concepções cientificas e filosóficas vindas desde a

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antiguidade aos dias atuais, fala da dificuldade ao abandonar esses padrões arraigados em
nossa sociedade, e da confusão causada nessa sociedade onde tudo é fluido.
Considerável parcela de minha geração foi formada na concepção de que o
determinismo histórico seria inexorável e corresponderia ás leis objetivas existentes
no mundo natural. Mesmo reticentes a toda corrente filosófica que professa o
ateísmo como convicção religiosa, muitos de nós chegaram a acreditar que as leis do
materialismo dialético representavam a suprema objetivação da mente humana.
Bastava saber aplica-las aos fenômenos naturais e históricos para poder apreendê-los
em sua gênese e futuro. Com toda aquela catedral dogmática implantada na cabeça,
alguns de nós entraram em contato com a física. A teoria geral da relatividade
modificara o nosso conceito de tempo e espaço. Tivemos de Abandonar a ideia de
um amplo espaço como palco dos fenômenos físicos e de um tempo que, á parte, flui
no mesmo ritmo, do passado, ao futuro via presente.(BETTO, p. 21, 2012).

Considerações Finais
O conceito de intelectual desta analise de Frei Betto e que valida o estudo deste intelectual,
é a que o propõe como um elemento pelo qual é possível capitar os reflexos da sociedade
política do seu tempo, fundamentando-se nos teóricos franceses Louis Pinto e Jean François
Sirinelli. Onde o intelectual como aquele que por suas obras testemunhou o distanciamento
das convenções, preconceitos e conveniências, e que por sua influencia tem responsabilidades
com veiculação da ideologia que produz ou ajuda produzir. Entretanto o papel do historiador
aqui segundo Sirinelli é “Tentar destrinchar a questão das ideologias produzidas ou veiculadas
pelos intelectuais e a cultura política de sua época.” Com o cuidado de não produzir juízos de
valores sobre o intelectual e a sua ideologia.
A Teologia da Libertação passou por um Processo de Metamorfose com o pós- queda
do Muro de Berlim e com a adoção do Paradigma ecológico, entretanto não abandou seu
propósito inicial: a libertação do oprimido através da sua conscientização da condição
marginal à qual é submetido. O novo paradigma vê a terra como a oprimida e marginalizada,
e defende que sem a conscientização dessa realidade a libertação concreta não pode ocorrer.

REFERÊNCIAS
BETTO, Frei. A obra do Artista - uma visão holística do universo. Rio de Janeiro: José
Olympio, (4ª edição, 2012).
BETTO, Frei. Cristianismo e Marxismo. Petrópolis: Vozes, (2ª edição, 1986).
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Editorial, (2ª edição, 1993.).
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