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DE VIDA
UNIDADE 3
Ritmos cardíacos de
parada cardiorrespiratória
e desfibrilador externo
automático
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AULA 1 - RITMOS CARDÍACOS DE
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Como foi mencionado na unidade anterior, existem apenas quatro rit-
mos de PCR, e eles podem ser classificados em dois grupos: os ritmos
chocáveis, fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular sem pulso
(TVSP) e o grupo dos ritmos não chocáveis, a atividade elétrica sem pulso
(AESP) e assistolia. Iremos ver agora que o tratamento elétrico, ou seja a
indicação de desfibrilação (choque) irá variar a depender do ritmo.
RITMOS CHOCÁVEIS
Fibrilação ventricular
A principal causa de PCR, no adulto, é a fibrilação ventricular (FV). Esse é
o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum nos primeiros dois minutos
de PCR. A FV é um ritmo que evolui, rapidamente, para assistolia, caso
não sejam estabelecidas medidas de SBV.
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Figura 1 - Fibrilação ventricular, traçado no ECG e efeitos no miocárdio
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à ausência de pulso arterial palpável. Dessa forma, ela deve ser tratada
com o mesmo rigor da FV, ou seja, com desfibrilação precoce.
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Não existe base científica que comprove a eficácia de qualquer
medicação antiarrítmica em reverter a FV/TVSP. As medicações
(vide curso de suporte avançado de vida) podem ser utilizadas
como auxiliares, facilitadoras para que o estímulo elétrico possa
reverter o ritmo para sinusal. Equivale a dizer que não se deve
retardar a aplicação de choque para a infusão de medicação.
A FV/TVSP são modalidades de PCR de melhor prognóstico e,
em princípio, os esforços de ressuscitação devem continuar
até que o ritmo deixe de ser FV/TVSP (ou porque reverteu para
sinusal, ou porque evoluiu para um ritmo terminal) (AHA, 2015;
PAIZIN FILHO et al., 2015).
Sobre o termo AESP, foram agrupados todos os outros possíveis ritmos car-
díacos que podem ser identificados numa PCR, excluídos apenas FV/TVSP e
a assistolia. Pode compreender ritmos bradicárdicos ou taquicárdicos, com
complexo QRS estreito ou alargado, sinusal, supraventricular ou ventricular.
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Assistolia
Então, caro aluno, chegamos ao ritmo de pior prognóstico numa PCR: a
assistolia. Para entendermos melhor sobre ele, vamos à origem de seu
termo, lá na antiga Grécia: “asistole” (a: não; sístole: contração) significa
a total ausência de atividade ventricular contrátil associada à inativida-
de elétrica cardíaca. Ou seja, nessa modalidade, o coração encontra-se
mesmo parado, sem ritmo algum. Então, é caracterizada ao eletrocar-
diograma por uma linha reta (Figura 5). Casos raros de deflexões agonais
podem também ser visualizadas (Figura 6).
São ritmos em que a desfibrilação não está indicada. Deve-se, então, pro-
mover RCP de boa qualidade, aplicar as drogas indicadas e procurar iden-
tificar e tratar as causas reversíveis. Um maior aprofundamento sobre
esse ritmo e seu tratamento veremos no curso de suporte avançado.
Sendo assim, você precisa ficar bem atento a essa aula para aprender
que RCP e desfibrilação precoce são a chave para fortalecer e melhorar
a corrente da sobrevivência da PCR pré-hospitalar, reduzindo o intervalo
de tempo entre o colapso e a desfibrilação.
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Para você conhecer melhor o funcionamento do DEA, é preciso entender
que ele se baseia na aplicação de um pulso de corrente de grande ampli-
tude no coração para restituir o ritmo normal dos batimentos cardíacos
em pacientes que apresentam FV/TVSP.
Nesse contexto, podemos inferir que o DEA, desde sua criação, substi-
tuiu o papel do médico na cena inicial de uma PCR, quando este não está
presente, analisando o ritmo cardíaco, realizando o diagnóstico e pres-
crevendo o tratamento da PCR. Assim, ele orienta o socorrista durante
todo o suporte básico de vida.
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Alguns dados:
Por se tratar de um problema de saúde pública importante,
uma das propostas da AHA, já desenvolvida em outros países é
o treinamento em massa da população para o uso do DEA. Em
países desenvolvidos, a presença do DEA em locais de grande
fluxo de pessoas, como shoppings, aeroportos e estádios de
futebol, está se tornando uma realidade cada vez mais presente.
Sabe-se ainda que, nas comunidades americanas, o uso do DEA
por socorristas leigos proporcionou taxas de sobrevivência
extraordinárias, de até 49% (COSTA; MIYADAHIRA, 2008).
No Brasil, várias cidades e estados brasileiros já possuem legis-
lação referente à obrigatoriedade da existência de DEA em locais
públicos e/ou eventos de grande circulação de pessoas, como
os estados do Rio Grande do Sul (Lei nº 13.109/08), Paraná (Lei
nº 14.649/05), São Paulo (Lei nº 12.736/07), Maranhão (Lei nº
8.283/05), Santa Catarina (Lei Estadual nº 97/2009) e o Distrito
Federal (Lei nº 3.585/05), bem como os municípios de São
Paulo (Leis nº 13.945/05 e nº 14.621/07 e Decreto 46.914/06)
e Vitória/ES (Lei nº 6605/06).
Dessa forma, cerca de 100 mil brasileiros poderiam ser salvos por ano
caso um DEA estivesse disponível em todos os locais que essas leis
determinam (COSTA; MIYADAHIRA, 2008). No entanto, apesar de essas
leis serem uma realidade em algumas cidades do Brasil, não existe uma
fiscalização efetiva.
Mas não desanime, um primeiro passo já foi feito, e você está aqui conos-
co para diminuir a lacuna do aprendizado e se tornar apto a operar um
DEA caso esse esteja disponível em seu local de trabalho ou em qualquer
outro local que você esteja.
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e notificam o operador se a desfibrilação é indicada. Dessa forma, o ope-
rador pode apertar o botão indicado e efetuar a descarga ou “choque”.
O EQUIPAMENTO
Conhecendo e operando um DEA
Vamos relembrar o nosso vídeo da situação problema apresentado no
início deste módulo. No caso vivenciado por Sr. Ernani, a equipe do SAMU,
ao chegar, assumiu o atendimento e prontamente instalou o DEA. No
entanto, imagine que você está num aeroporto e, ao esperar o chamado
do seu voo, se depara com uma pessoa que acaba de desmaiar. Ao ava-
liá-la, você identifica a PCR, pede ajuda, alguém lhe informa que no lugar
existe um DEA, e agora? Você saberia dizer como utilizá-lo?
Vídeo 12
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Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve
ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconec-
tadas até que a equipe de emergência assuma o caso.
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Figura 7 - Posição anterolateral (convencional)
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Figura 9 - Posição anterior-esquerda infraescapular
Figura 11 - Colocação das pás do DEA em paciente que faz uso de marca-passo
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Figura 12 - Excesso de pelos no tórax. Retirada com lâmina de barbear
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Figura 14 - Tórax molhado
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5) Crianças de 1 a 8 anos: utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de
carga. Se o kit DEA possuir somente pás de adulto, está autorizada a utilização
delas, porém, se o tórax for estreito, pode ser necessária a aplicação de uma pá
anteriormente (sobre o esterno) e outra posteriormente (entre as escápulas), na
mesma altura, para que as pás não se sobreponham.
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Figura 17 - Colocação das pás do DEA em bebês
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Vou lhe ajudar a sair dessa encruzilhada. Para resolver essa situação
problema, as atualizações da AHA de 2015 enfatizam que, nas PCR de
adultos presenciadas, quando há um DEA disponível imediatamente,
deve-se usar o desfibrilador o mais rapidamente possível. Em adultos
com PCR sem monitoramento ou quando não houver um DEA pronta-
mente disponível, deve-se iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido
e aplicado e tentar a desfibrilação, se indicada, assim que o dispositivo
estiver pronto para uso.
Vídeo 13
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Sequência de SBV com dois socorristas e DEA
Agora você está apto a realizar a sequência completa de SBV para dois pro-
fissionais com um DEA, inclusive a ajudar o SAMU com o Sr. Ernani, seguindo
as novas diretrizes da AHA (2015). Para fixar melhor, assista agora ao
Vídeo 14, que tem a conclusão da situação problema do início do módulo.
Vídeo 14
Resumindo...
Respondendo ao questionamento do início dessa unidade, a função da
desfibrilação ou choque é de PARAR o CORAÇÃO, ou seja, ZERAR a ativi-
dade elétrica anteriormente DESORGANIZADA para que o marca-passo
natural do nosso coração (NO SINOATRIAL) possa comandar novamente
as fibras cardíacas e reassumir um ritmo eficaz que gere pulso central.
Como na AESP não há desorganização de ritmo e na assistolia não há
ritmo, consequentemente, NÃO EXISTE INDICAÇÃO de DESFIBRILAÇÃO,
cuja função é de “PARAR COM UM RITMO DESORGANIZADO”.
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A desfibrilação não faz voltar a função cardíaca. A desfibrilação choca o
coração e suspende, por um breve período, toda atividade elétrica, inclu-
sive a FV e a TVSP. Assim, se o coração ainda tiver energia e for viável, seu
marca-passo natural poderá, por fim, reiniciar a atividade elétrica, o que
resulta, finalmente, no retorno da circulação espontânea (RCE).
O DEA chega
Verifique o ritmo.
Ritmo chocável?
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REFERÊNCIAS
ACOSTA, P. et al. Kouwenhoven, Jude and Knickerbocker: The
Introdiction of defibrillation an dexternal chest compressions into
modern resuscitation. Resuscitation, Ireland, v. 64, p. 139-143, 2005.
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