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Márcio Co Transformadores

TRANSFORMADORES............................................................................................................................2
1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................2
1.1 - Transformadores e suas Aplicações.............................................................................................2
1.2 - Definição - Segundo ABNT .......................................................................................................2
1.3 - Classificação dos Transformadores............................................................................................2
2 - CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ....................................................................................................3
2.1-Parte Ativa .....................................................................................................................................3
2.2-Comutador de Derivações..............................................................................................................4
2.3-Buchas - Alta Tensão e Baixa Tensão ............................................................................................4
2.4-Tanque............................................................................................................................................4
2.5-Placa de Identificação....................................................................................................................5
3 - RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO .............................................................................................................6
3.1 - Considerações Gerais ..................................................................................................................6
3.2 - A importância do terminal GUARD.............................................................................................7
3.3 - Valores Mínimos para as Resistências de Isolamento .................................................................8
4 - RIGIDEZ DIELÉTRICA DO ÓLEO ISOLANTE .........................................................................................10
4.1 - Considerações Gerais ................................................................................................................10
4.2 - Tipos de Líquidos Isolantes........................................................................................................10
4.3 - Acompanhamento do Liquido Isolante.......................................................................................11
5 - O TRANSFORMADOR IDEAL ...............................................................................................................11
5.1 - Funcionamento a Vazio..............................................................................................................11
5.2 - Funcionamento com Carga........................................................................................................12
2.5.3-Relação de Transformação .......................................................................................................13
5.4 - Impedância Refletida..................................................................................................................13
6 – POLARIDADE .....................................................................................................................................15
7 - TRANSFORMAÇÃO TRIFÁSICA ............................................................................................................17
2.7.1 Transformador Trifásico Tipo Núcleo Envolvido......................................................................17
2.7.2-Transformador Trifásico Tipo Núcleo Envolvente....................................................................18
2.7.3 Conexões a um Sistema Trifásico ..............................................................................................18
8 - O TRANSFORMADOR REAL E CIRCUITOS EQUIVALENTES ..................................................................22
8.1 - Circuito Equivalente completo de um transformador Real........................................................22
8.2 - Circuitos Equivalentes para Transformador de Potência..........................................................23
9 - DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DO CIRCUITO EQUIVALENTE BASEADO NOS ENSAIOS À VAZIO E
EM CURTO-CIRCUITO...............................................................................................................................25
9.1-Ensaio à Vazio..............................................................................................................................25
9.2 - Ensaio em Curto Circuito ..........................................................................................................27
2.9.3 Adaptação dos Ensaios à vazio e em Curto-Circuito para Transformadores Trifásicos ..........30
10 - RENDIMENTO DOS TRANSFORMADORES ..........................................................................................32
11 - REGULAÇÃO DE TENSÃO DOS TRANSFORMADORES .........................................................................34
12 - PARALELISMO DE TRANSFORMADORES:...........................................................................................36
13 - DESLOCAMENTO ANGULA NAS CONEXÕES TRIFÁSICAS:...................................................................37
13.1 - Conexão ∆ - Y , deslocamento angular : 330o.........................................................................38
13.2 - Conexão ∆ - Y, deslocamento angular 30o ...............................................................................38
13.2 - Conexão ∆ - Y, deslocamento angular 30o ...............................................................................39
13.3 - Conexão ∆ – Y , deslocamento angular 150o ...........................................................................40
13.4 - Conexão ∆ – Y, deslocamento angular 210o ............................................................................41

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TRANSFORMADORES

1- Introdução

1.1 - Transformadores e suas Aplicações


A localização das fontes de energia de que se dispõe na natureza, geralmente
encontram-se afastadas dos centros de utilização originando grandes distâncias
geográficas de separação entre usinas geradoras e centros consumidores. O
aproveitamento energético destas fontes está vinculado, além de outros fatores, a
condução econômica de blocos de energia desde o manancial até a região de consumo, o
que implica no emprego de elevadíssimas tensões de transmissão, com o objetivo de
reduzir perdas e diminuir bitola dos condutores, viabilizando-se tecnicamente a
construção de linhas de transmissão.
Por outro lado, devido a fatores de segurança de operação e isolamentos
incipientes, os geradores elétricos das usinas normalmente não ultrapassam a faixa de
25 KV de tensão gerada, surgindo o transformador, dispositivo este capaz de elevar a
tensão elétrica, além da faixa de 1 MV, possibilitando a criação das tensões elevadas tão
necessárias em grandes sistemas de transmissão.
Além de elevar tensões, o transformador também permite o rebaixamento destas
tensões adequando-as aos equipamentos elétricos de utilização.
A aplicação dos transformadores abrange todo o campo da eletrotécnica, desde
unidades minúsculas de alguns VA, usados em controle e equipamentos eletrônicos, até
os grandes transformadores da ordem de GVA.

1.2 - Definição - Segundo ABNT


Chama-se transformadores estáticos ou simplesmente transformadores os
dispositivos, sem partes necessariamente em movimento, os quais, por meio de indução
eletromagnética, transferem energia elétrica de um ou mais circuitos(primário) para
outro ou outros circuitos(secundário, terciário), mantida a mesma freqüência, mas
geralmente com tensões e intensidades de corrente diferentes.

1.3 - Classificação dos Transformadores

a)Quanto a função:
Elevadores, Abaixadores, isoladores;
Medidores , Casadores de impedância.

b)Quanto ao número de fases:


Monofásicos, Bifásicos, Trifásicos.

c)Quanto a aplicação:
Transmissão, Distribuição;
Instrumentos (TP, TC);
Áudio, RF (Rádio Freqüência).

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d)Quanto ao tipo de núcleo


Núcleo de ar - Rádio freqüência
Núcleo ferromagnético - Potência

e)Quanto a forma do núcleo:


Núcleo envolvido ou Núcleo envolvente

f)Quanto a refrigeração:
Secos (Parte ativa envolta pelo ar) ou a óleo (Parte ativa imersa em líquido isolante)

2 - Características Construtivas

2.1-Parte Ativa

- Núcleo;
O núcleo é constituído por um material ferromagnético, que contém em sua
composição o silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização e
perdas. Porém este material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético
alternado, dá condições de surgimento de correntes parasitas. Para minimizar este
problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é construído pelo
empilhamento de chapas finas isoladas entre si. Estas chapas de aço, durante sua
fabricação na usina, recebem um tratamento especial com a finalidade de orientar seus
grãos. É este processo que torna o material adequado a utilização em transformadores,
devido a diminuição das perdas específicas.

- Enrolamentos;
Os enrolamentos, primário e secundários, são constituídos de fios de cobre,
isolados com esmalte ou papel, de seção retangular ou circular. O secundário, ou
,dependendo do caso, BT, geralmente constitui um conjunto único para cada fase, ao
passo que o primário é fracionado em "panquecas", por motivos de isolamento e para
facilitar a manutenção. São dispostos concentricamente com o secundário ocupando a
parte interna e consequentemente o primário a parte externa, por motivos de isolamento
e econômicos, uma vez que é mais fácil de "puxar" as derivações. Chamamos de
derivação, aos pontos, localizados no enrolamento primário, conectados ao comutador.

- Dispositivos de prensagem, calços e isolamento.


Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilize
dispositivos de prensagem das chapas. São vigas dispostas horizontalmente, fixadas por
tirantes horizontais e verticais. Devem ainda estar projetadas para suportar o comutador,
os pés de apoio da parte ativa, suporte das derivações e ainda o dispositivo de fixação da
parte ativa ao tanque. Os calços são usados em vários pontos da parte ativa e tem várias
finalidades. Servem para constituir as vias de circulação de óleo, para impedir que os
enrolamentos se movam, como apoio da parte ativa (neste caso chamado pé), e outras.
Os materiais dos calços são vários e dentre eles podemos destacar o papelão(presspan),
o fenolite e a madeira. O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a
diferença de potencial seja expressiva, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos,
entre primário e secundário, entre fases e entre enrolamentos e massa.

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2.2-Comutador de Derivações
Tem por finalidade adequar a tensão do transformador à tensão de alimentação.
- Tipo painel (maior durabilidade, menor custo);
- Tipo rotativo (facilidade de operação);
- Acionamento externo (não é necessário abrir o transformador)

2.3-Buchas - Alta Tensão e Baixa Tensão

Permite a passagem dos condutores dos enrolamentos ao meio externo.


Constituição:
- Corpo isolante - Porcelana vitrificada
- Condutor passante - Cobre eletrolítico ou latão
- Terminal - Latão ou bronze
- Vedações - Borracha e papelão hidráulico

2.4-Tanque

Invólucro da parte ativa e recipiente do liquido isolante.


Lateral, fundo, Tampa.

Acessórios Normais:
- Gancho ou olhais para suspensão;
- Sistema de fechamento da tampa;
- Janela de inspeção;
- Dispositivo de drenagem e amostragem do líquido isolante;
- Conector de aterramento;
- Radiadores;
Todo o calor gerado na parte ativa se propaga através do óleo e é
dissipado no tanque (tampa e sua lateral). As elevações de temperatura do
óleo e dos enrolamentos são normalizados e devem ser limitadas para evitar
a deteriorização do isolamento e do óleo. Dependendo da potência do
transformador, ou melhor, de suas perdas, a área da superfície externa
poderá ser insuficiente para dissipar este calor e é então necessário aumentar
a área de dissipação. Para tal usam-se radiadores que poderão ser tubos ou
elementos.
- Furo de passagem das buchas;
- Visor do nível do líquido isolante;
- Placa de identificação.

Acessórios Especiais:
- Conservador de líquido isolante com respirador, com indicador de nível de
líquido isolante e bujão de drenagem.
- Comutador de derivações manobrável externamente;
- Previsão para termômetro;
- Torneira para amostragem para filtro;
- Rodas bidirecionais;
- Conexões para filtro prensa;

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- Previsão para desumidificador de ar (sílica-gel);


Tem por finalidade eliminar a umidade do ar que entra no tanque de
expansão, quando do movimento de dilatação e contração do líquido
isolante no interior do mesmo(respiração), afim de que sejam mantidos
elevados índices dielétricos do óleo do transformador. Quando estão na cor
azul estão secos ou vermelhos significando que estão úmidos.
- Relé de gás ( tipo Bulhhoz);
É um dispositivo que tem por finalidade proteger aparelhos elétricos que
trabalham imersos em líquidos isolante, normalmente transformadores.
- Termômetro mostrador com contato elétrico para alarme e desligamento;
- Válvula de sobrepressão (alívio de pressão) e relé de súbita pressão.

2.5-Placa de Identificação

- Fabricante;
- Número de série de fabricação;
- Mês e ano de fabricação;
- Potência - KVA;
- Norma utilizada para fabricação;
- Impedância percentual Z%;
- Tipo de líquido isolante;
- Tensão primário, tensão secundário;
- Diagrama de ligação;
- Diagrama fasorial (trifásico) e polaridade;
- Volume do líquido isolante em litros;
- Massa total em kg;
- Número da placa de identificação;
- Tipo de identificação.

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3 - Resistência de Isolamento

3.1 - Considerações Gerais

A medida da resistência de isolamento de um transformador é o processo mais


simples para a determinação do estado do material isolante.
Em um transformador em funcionamento existe diferença de potencial entre as
bobinas de alta tensão (AT) e baixa tensão (BT) - "∆V1", entre estas bobinas e as partes
metálicas (carcaça e núcleo que estão aterrados) - "∆V2 e ∆V3", e ainda ddp entre duas
espiras contíguas de um mesmo enrolamento - "∆V4",, como podem ser vistos na Fig.1.

∆V1

∆V4

∆V2

∆V3

Fig. 1 - Diferentes ddp's encontradas em um transformador em operação

Uma falha no isolamento provocariam correntes de "fuga" através do isolante,


ocasionando perdas de potência, arcos voltáicos, deterioração do isolante e curto-
circuitos. A medição da resistência de isolamento pode detectar e previnir estas falhas.
A medição da resistência de isolamento é feita através dos Megôhmetros, que
consistem em uma fonte de elevada tensão em série com um amperímetro, conforme a
Fig.2, sendo disponíveis os terminais: Positivo (+), negativo (-R) e Guard.

+ Vin - Fonte de alta tensão

Rin - Resistência interna


Rin -R Rx - Resistência a ser medida

Vin A - amperímetro
+, -R, Guard - terminais do Megohmetro
amperímetro

Guard

Fig.2 - Diagrama interno de um Megôhmetro

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A fonte de tensão "Vin" pode fornecer tensões entre 500 e 2500 V, a ABNT
recomenda uma tensão mínima a ser aplicada em uma medição de 1000 V para
transformadores até 69 kV, e de no mínimo de 2000 V para transformadores de classe
superior a 69 kV.

3.2 - A importância do terminal GUARD

O emprego do terminal Guard permite tornar a medida realizada mais precisa, ou


seja independente das resistências indesejáveis que estejam associadas.
Um exemplo típico desta situação é o caso em que se deseja medir a isolação
entre o primário e o secundário de um transformador montado dentro de uma carcaça
metálica, conforme Fig.3.
R AT-BT

RAT-BT - Resistência de Isololamento


entre os lados AT e BT

AT BT
RAT-C - Resistência de Isololamento
entre o lado AT e a carcaça

RBT-C - Resistência de Isololamento


R AT-C R BT-C entre o lado BT e a carcaça

Fig. 3 - Circuito Equivalente das resistências de isolamento de um transformador

Se conectarmos os terminais + e -R do megohmetro aos pontos AT e BT do


transformador, imaginando medir a resistência RAT-BT, estaremos incorrendo num erro,
pois como a resistência das espiras de cada lado do transformador é desprezível quando
comparada com as resistências de isolamento, para o megohmetro aparecerá RAT-BT em
paralelo com (RAT-C + RBT-C ).

Caso conectássemos o terminal Guard à carcaça do transformador o circuito


resultante seria aquele mostrado na Fig. 4. Neste caso a resistência RBT-C está em
paralelo com o amperímetro, equipamento de baixíssima resistência equivalente,
portanto sem influência na medida. Já pela resistência RAT-C circulará uma corrente que
não passa pelo o amperímetro , portanto não afeta a leitura.

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R AT-C
i i2
+
i1
R AT-BT
Rin -R
i1 RBT-C
Vin i2

Guard

Fig. 4 - Medição utilizando o terminal Guard

3.3 - Valores Mínimos para as Resistências de Isolamento

Os valores das medidas deverão ser iguais ou superiores aos mostrados nas
expressões a seguir, especificados pela norma NBR 7036/91. Como a temperatura
influencia muito na medida, e a expressão (1) fornece a resistência mínima de
isolamento por fase para um valor medido à 75o, devemos corrigi-la para a temperatura
em que foi realizado o ensaio, através das equações (2) e (3):

2,65 × E
Rm 75 = o (1)
P
f

Rm t = Rm 75 × 2 a
o o (2)

75 − t
a= (3)
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onde ,

Rm75o = Resistência mínima de isolamento a 75o, por fase


Rm t o = Resistência mínima de isolamento a uma temperatura t o qualquer, por fase
E = Classe de tensão do isolamento do transformador em kV
P = Potência do transformador por fase em kVA
f = freqüência de operação do transformador em Hz

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Para ensaios com transformadores trifásicos as buchas de BT e AT são curto-


circuitadas, portanto a resistência medida corresponde a um terço da resistência de
isolamento por fase, devido a associação em paralelo das mesmas. Portanto para se
efetuar as comparações, deve-se multiplicar o valor lido por três.

Índice de Polarização:
Outra maneira de se avaliar as condições da isolação se dá através da
determinação do índice de polarização (IP), que é calculado dividindo-se a resistência
de isolamento medida aos 10 minutos pela resistência medida a 1minuto. Comparando o
valor encontrado com a referência dada na tabela abaixo.

CONDIÇÃO DA ISOLAÇÃO ÍNDICE DE POLARIZAÇÃO


Perigosa IP < 1,00
Pobre 1,00 < IP < 1,10
Questionável 1,10 < IP < 1,25
Satisfatória 1,25 < IP < 2,00
Boa IP > 2,00

IMPORTANTE:
Uma única e simples medição da resistência de isolamento utilizando-se o
megôhmetro nos dá uma idéia das condições do isolante de um equipamento, porém
esta medida não é decisiva. Para se ter condições de avaliar com mais rigor o isolamento
é importante que se tenha um acompanhamento das medições ao longo do tempo de
operação do referido equipamento. Desta forma é possível inclusive fazer uma previsão
de até quando um equipamento pode permanecer em funcionamento, sob o aspecto do
isolamento.

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4 - Rigidez Dielétrica do Óleo Isolante

4.1 - Considerações Gerais

Rigidez dielétrica é a propriedade de um dielétrico de se opor a uma descarga


disruptiva medida pelo gradiente de potencial sob a qual se expressa esta descarga.
Na operação dos transformadores as perdas geradas sob forma de calor devem
ser transferidas para o meio externo, de modo a limitar a temperatura de trabalho dos
isolantes sólidos, isso ocorre através da convecção natural de um líquido transmissor de
calor. Este líquido além de boas características de condução térmica, deverá satisfazer
as exigências de eletroisolantes, ser compatível com os materiais utilizados na
construção dos transformadores, suportar diferenças de temperatura e apresentar
estabilidade química.
A vida útil do transformador está diretamente ligada à vida do material
empregado, em especial ao isolamento sólido ( papel e verniz dos enrolamentos). A
degradação do isolante sólido se dá com a elevação de temperatura do mesmo, daí a
importância de um sistema eficiente de troca de calor. Portanto a principal função do
isolante fluido é a refrigeração, e quanto melhores forem suas características dielétricas
menores serão as dimensões do transformador.

4.2 - Tipos de Líquidos Isolantes

Óleos Minerais
São os mais antigos empregados como isolantes, e obtidos da destilação
fracionada do petróleo. Os óleos minerais são constituídos de hidrocarbonetos que, sob
a ação do calor reagem com o oxigênio dissolvido no óleo, gerando compostos
oxigenados com polaridade elétrica e água, reduzindo a rigidez dielétrica do mesmo.
Portanto os principais "inimigos" das boas condições do óleo isolante são o excesso de
temperatura e o contato com o oxigênio.
Para minimizar os efeitos da oxidação do óleo, os transformadores mais recentes
têm sido dotados de sistema de preservação do óleo selados (sem contato óleo-
oxigênio), podendo dobrar a vida útil estimada de um transformador.
Devido a sua inflamabilidade fácil, sua utilização é restrita a ambientes que
ofereçam segurança em relação a riscos de incêndio.

Ascaréis
São fluidos isolantes resistentes a fogo a base de PCB (befenilas policloradas),
com ótimas características dielétricas. Entretanto são compostos insolúveis em água,
não biodegradáveis e altamente cancerígenos. No Brasil a fabricação do PCB foi
proibida desde 1980.

Silicones
Surgiu como solução para substituição do ascarél, suas principais características
são: boa estabilidade térmica e à oxidação, inércia química, elevado ponto de fulgor e
ignição, não tóxico e biodegradável. Sua rigidez dielétrica é afetada pela umidade e
impurezas sólidas. Tem como grande desvantagem o alto preço.

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Outros líquidos isolantes


Novas tecnologias estão sendo introduzidas lentamente e de forma experimental
nos mercados da Europa e EUA, dentre esses novos líquidos isolantes podemos citar:
Ésteres Orgânicos, Ugilec, Tetracloroetileno e R-Temp (óleo mineral de elevada massa
molecular).

4.3 - Acompanhamento do Liquido Isolante

Existem vários ensaios físico-químicos que podem avaliar as condições do óleo


isolante, depois de efetuado a coleta do material. Estes ensaios, bem como os
procedimentos para efetuar a coleta e os tipos de tratamento de óleo podem ser
estudados em literatura técnica específica. Dentre esses, o Ensaio de Rigidez Dielétrica
permite uma análise rápida das condições do material.

5 - O Transformador Ideal

Considere um transformador com um enrolamento primário de N1 espiras e um


enrolamento secundário de N2 espiras, como mostrado na Fig.5. Suponha-se que as
propriedades deste transformador são idealizadas no sentido de que as resistências dos
enrolamentos são desprezíveis, todo o fluxo está confinado ao núcleo e se concatena
com ambos enrolamentos, as perdas no núcleo são desprezíveis, e a permeabilidade
magnética do núcleo é tão alta que apenas uma corrente de excitação desprezível é
necessária para estabelecer o fluxo. Estas propriedades são aproximadas mas nunca
realmente atingidas nos transformadores reais. Um transformador hipotético tendo estas
propriedades é freqüentemente chamado de transformador ideal.

5.1 - Funcionamento a Vazio.

Considere um transformador ideal , de núcleo de ferro, como mostrado na


fig. 5:

Im X1
H1
Φm

V1 E1 E2 V2

H2 X2
N1 N2

Fig. 5 - Transformador ideal a vazio

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A tensão V1 quando aplicada aos terminais da bobina de N1 espiras faz circular


por esta uma corrente que produz o fluxo φm no circuito magnético.
A variação de φm no tempo induz uma fcem E1 no enrolamento primário, que
pela lei de Lenz, tem sentido contrário a causa que lhe deu origem, V1 . A variação no
tempo também induz a fcem E2.

5.2 - Funcionamento com Carga

Considere um transformador ideal, de núcleo de ferro, como mostrado na


fig. 6:
Supondo que a carga ZL seja indutiva, esta produzirá uma corrente I2 atrasada
em relação a E2 de um ângulo θ2 .

φ'1 = φR
φ'1 φR
Im + I'1 I2 X1
H1
φm

V1 E1 E2 V2 ZL

H2 X2
N1 N2

Fig. 6 - Transformador ideal com carga

Esta corrente passando pelo secundário faz com que os ampères espiras
secundários criem um fluxo de reação desmagnetizante , φR , que reduz o fluxo mútuo ,
φm , resultante no circuito magnético, provocando a redução instantânea de E1 e E2 .
Esta diminuição causada pela diminuição do fluxo resultante no circuito magnético faz
o fluxo criado pela corrente primária reagir tendendo a diminuir o efeito
desmagnetizante do fluxo de reação φR . Para isto, mais corrente primária é drenada da
fonte. Como a corrente de magnetização é considerada constante, ao acréscimo de
corrente primária surgido pela diminuição de E1 e E2 , denomina-se componente
primária da corrente de carga , I1' . Esta corrente I1' é tal que, para que o fluxo
resultante seja restabelecido em seu valor original , os ampères espiras primários criados
por esta corrente I1' deverão ser iguais aos ampères espiras secundários N1 I1' = N2 I2
Desta forma vê-se que a corrente primária I1 é a soma vetorial desta componente
de carga I1' com a corrente de magnetização Im .

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2.5.3-Relação de Transformação

∆φm ∆φm
Ε1 = − Ν1 × Ε2 = −Ν 2 × (4)
∆t ∆t

V1 ≅ E1 e V2 ≅ E 2 (5)

V1 N1
= =α (6)
V2 N 2

α = Relação de Transformação

Como a força magnetomotriz incremental ( N1 I1' ) é igual a força


magnetomotriz desmagnetizante (N2 I2 ):

N1 I1' = N2 I2 (7)

I '1 N 2
= (8)
I 2 N1

Considerando-se para um transformador real I1' >> Im logo, I1' = I1

I1 N 2 1
= = (9)
I 2 N1 α

5.4 - Impedância Refletida

Considere um transformador ideal , de núcleo de ferro, como mostrado na fig. 7.


Há uma impedância ZL no secundário do transformador, qual o valor esta teria no lado
primário?

I1 I2

V1 E1 E2 V2 ZL

N1 N2
Z1 Z2

Fig. 7 - Transformador Ideal

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Para qualquer valor de impedância de carga ZL , a impedância vista do


secundário é:

V2
ZL = Z2 = (10)
I2

V1
Z1 = (11)
I1

N1
V1 = × V2 = α × V2 (12)
N2

N2 1
I1 = × I2 = × I2 (13)
N1 α

Substituindo ( 12 ) e ( 13 ) em ( 11 ), chega-se a:

V2
Z1 = α 2 × = α 2 × Z2 (14)
I2

A transferência de uma impedância de um lado do transformador para outro é


chamada referir a impedância ao outro lado.

Os dois circuitos da fig. 8 abaixo são idênticos desde que seu desempenho seja
observado dos terminais ab.

I1 I2 I1
a a

2
V1 V2 Z2 V1 Z 2 N1
N2

b b
N1 N2

Fig. 8 - Impedância referida ao primário

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Exercícios:

01-Um transformador de 4,6 KVA , 2300/115 V , 60 Hz foi projetado para ter uma fem
induzida de 2,5 volts/espira. Imaginando-o um transformador ideal, calcule:
a)O número de espiras do enrolamento de alta, Na; (920 espiras)
b)O número de espiras do enrolamento de baixa, Nb; (46 espiras)
c)A corrente nominal para o enrolamento de alta, Ia; (2 A)
d)A corrente nominal para o enrolamento de baixa, Ib; (40 A)
e)A relação de transformação funcionando como elevador. (0,05)
f)A relação de transformação funcionando como abaixador. (20)

02-O lado de alta tensão de um transformador abaixador tem 800 espiras e o lado de
baixa tensão tem 100 espiras. Uma tensão de 240 V é aplicada ao lado de alta e uma
impedância de carga de 3 Ω é ligada ao lado de baixa tensão, calcule:
a)Corrente e tensão secundárias; (10 A , 30 V)
b)Corrente primária; (1,25 A)
c)Impedância de entrada do primário a partir da relação entre tensão e a corrente
primárias; ( 192 Ω)
d)Impedância de entrada do primário por meio da equação .

03-Um servo-amplificador CA tem uma impedância de saída de 250 Ω e o servo-motor


CA, que ele deve acionar, tem uma impedância de 2,5 Ω. Calcule:
a)Relação de transformação do transformador que faça o acoplamento da
impedância do servo-amplificador à do servo-motor; (10)
b)Número de espiras do primário se o secundário tem 10 espiras. (100 espiras)

6 – Polaridade

A marcação de polaridade dos enrolamentos do transformador indica quais são


os terminais positivos e negativos em um determinado instante. A polaridade depende
de como são enroladas as bobinas do primário em relação ao secundário, que podem ter
o mesmo sentido ou enroladas em sentidos opostos.
Se o primário e o secundário são enrolados no mesmo sentido a polaridade
instantânea se dá no mesmo lado dos dois enrolamentos. Para identificar esta
polaridade, os terminais do primário e secundário, que estão do mesmo lado, recebem a
mesma numeração ( exemplo H1 e X1). Isto na realidade significa que, quando o
terminal H1 for positivo o terminal X1 também será positivo. Este transformador é dito
de polaridade adjacente, visto na Fig. 9

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Polaridade
VH1-H2

H1 X1 VX1-X2

H2 X2

Fig. 9 - Transformador com polaridade Adjacente

Se o primário e o secundário são enrolados em sentidos opostos a polaridade


instantânea também será estabelecida em lados opostos. Para identificar esta polaridade,
os terminais do primário e secundário, que estão em posição opostas, recebem a mesma
numeração ( exemplo H1 e X1). Este transformador é dito de polaridade invertida,
visto na Fig. 10

Polaridade
VH1-H2

X2
VX2-X1
H1

H2 X1

Fig. 10 - Transformador com polaridade Invertida

A determinação das polaridades dos transformadores monofásicos é importante


principalmente quando se faz necessário associação em paralelo ou montagem de
bancos trifásicos a partir de transformadores monofásicos. Os dois métodos consagrados
para determinar a polaridade são: método do golpe indutivo e método dos três
voltímetros CA.

16
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7 - Transformação Trifásica

As transformações trifásicas podem ser feitas com um transformador trifásico ou


com um banco de três transformadores monofásicos.
As vantagens do transformador trifásico em relação ao banco de três
transformadores monofásicos podem assim ser resumidas:
- Menor espaço ocupado na instalação (mais compacto);
- Menor peso;
- Menor custo.
As desvantagens do transformador trifásico em relação ao banco de três
transformadores monofásicos podem assim ser resumidas:
- Reserva mais cara;
- Maior peso por unidade;
- Transporte mais difícil;
- Defeito em uma fase pode comunicar às outras fases.
Os fenômenos da indução eletromagnética que regem o funcionamento de um
transformador trifásico são mesmos que para um transformador monofásico. A
diferença reside no fato de se ter tensões aplicadas entre as bobinas defasadas de 120o ,
fluxos produzidos no núcleo defasados de 120o e tensões induzidas também defasadas
de 120o.

2.7.1 Transformador Trifásico Tipo Núcleo Envolvido

A Fig.11 mostra a forma de um núcleo de um transformador trifásico, tipo


envolvido, onde a resultante dos fluxos em duas colunas quaisquer é exatamente igual e
oposta ao fluxo na terceira coluna. Isto quer dizer que, em um instante qualquer, a soma
dos fluxos para cima em duas colunas é igual ao fluxo para baixo na terceira coluna.

φA φB φC

Fig. 11 - Núcleo trifásico tipo envolvido

17
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2.7.2-Transformador Trifásico Tipo Núcleo Envolvente


A Fig.12 mostra a forma de um núcleo de um transformador trifásico, tipo
envolvente. Os valores do fluxo no núcleo com todos os enrolamentos conectados da
mesma forma (primário e secundário com mesma polaridade) são:
- As partes D e E possuem metade das partes A, B, C, e as partes F e G possuem
0,866 das partes A, B, C.
E para os enrolamento primário e secundário do núcleo B invertidos:
-As partes D, E, F e G possuem metade das partes A, B, C.

D E F G

A B C

D E F G
A

Fig. 12 - Núcleo trifásico tipo envolvente

2.7.3 Conexões a um Sistema Trifásico

As três fases de um transformador trifásico podem ser ligadas a um sistema


trifásico de
três maneiras distintas.

a) Conexão em Estrela ou Y

Conhecendo-se a polaridade de cada enrolamento, isto é, o princípio e o fim de


cada bobina, a conexão em estrela consiste em ligar os fins de cada fase a um ponto
comum N, e os princípios a,b,c, às linhas do sistema trifásico, conforme Fig.13.

b) Conexão em Triângulo ou Delta ( ∆ )

A conexão em triângulo ou delta é feita ligando-se o fim do enrolamento de uma


fase com o início do enrolamento da fase seguinte, conforme Fig.14.

c) Conexão em Zig-Zag ou Z

A conexão em zig-zag ou Z é uma derivação da conexão em estrela, com a


diferença que o enrolamento de cada fase é dividido em duas metades, dispostas sobre

18
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duas colunas distintas, agrupadas em série entre si, em sentido contrário uma em relação
a outra e a conexão entre os seis enrolamentos assim obtidos é feita como indica o
diagrama da fig.15.

IAN
IAN
VAB
IBN
VCA N

VBC
ICN ICN IBN
IL = If

VCA VCN -VBN VAB


3 Vf
o VAB = VAN - VBN
60
o
30

-VAN VAN VBC = VBN - VCN

VBN -VCN VCA = VCN - VAN

VL = 3 Vf
VBC

Fig. 13 - Conexão em estrela - Y

19
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IAB
IA
VAB
VAB
IBC
IB
VCA

VBC
ICA
IC VCA VBC
VL =Vf

ICA IC -IBN IAB


3 If
o IAB = IA - I B
60
o
30

-I A IA IBC = IB - IC

IB -I C ICA = IC - I A

IL = 3 If
IBC

Fig.14 - Conexão em Delta - ∆

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X1 X3 X5

VA VB VC

V' VB' VC'


A

VA VX
13
VX
3
-VC'
VX
1
VB

VX -VA'
51 -V '
B VX
35

VC

VX
5
Fig.15 - Conexão em Zig-Zag

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8 - O Transformador Real e Circuitos Equivalentes

8.1 - Circuito Equivalente completo de um transformador Real

Num transformador real deve-se considerar as perdas no núcleo, os fluxos


dispersos no primário e secundário, bem como as resistências dos fios dos
enrolamentos.
Na análise e resolução de certos problemas encontrados no cotidiano é de muita
valia um modelo matemático que descreva com razoável aproximação e clareza o
comportamento de um transformador de potência. Este modelo matemático denomina-
se circuito equivalente.
Através da técnica do circuito equivalente baseada no raciocínio físico foi
desenvolvido o circuito equivalente do transformador real, cuja representação é dada
abaixo na fig. 16:
r1 x L1 ,
x L2 r2
I1 I1 I2
I0
Ip Im
V1 rp x lm E1 E2 ZL V2

N1 N2
TRANSFORMADOR
IDEAL

Fig. 16 - Circuito equivalente completo de um transformador real

R1 Resistência ôhmica do enrolamento primário;


R2 Resistência ôhmica do enrolamento secundário;
XL1 Reatância indutiva de dispersão do enrolamento primário;
XL2 Reatância indutiva de dispersão do enrolamento secundário;
Rp Resistência relativa as perdas no núcleo;
Xlm Reatância indutiva relativa a magnetização do núcleo;
Ip Corrente relativa as perdas no núcleo;
Im Corrente relativa a magnetização do núcleo;
Io Corrente de excitação;
I1' Componente primária da corrente de carga;
I1 Corrente drenada da rede pelo primário;
I2 Corrente fornecida a carga pelo secundário;
E1 Tensão induzida no enrolamento primário;
E2 Tensão induzida no enrolamento secundário;
V1 Tensão da rede aplicada ao primário;
V2 Tensão nos terminais do secundário do transformador.

22
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A determinação dos parâmetros do circuito equivalente de um transformador é


obtido através de ensaios de medição da resistência dos enrolamentos, ensaio a vazio e
de curto-circuito.

8.2 - Circuitos Equivalentes para Transformador de Potência

2
r1 x L1 , 2
α x L2 αr2
I1 I1
I0
Ip Im
2
V1 rp x lm α ZL α V2

Fig. 17 - Circuito equivalente de um transformador de potência referido ao primário


(satisfaz as condições a vazio e carregado, modelo mais completo)

2
xL1 + α 2 x L2 r 1+ α r 2
I1
I0
XE R E1
Ip Im 1
2
V1 rp x lm α ZL α V2

Fig. 18 - Circuito equivalente aproximado de um transformador de potência referido ao


primário
(satisfaz as condições a vazio e carregado, modelo aproximado, facilita o trabalho de
cálculo, despreza a queda de tensão na impedância do primário devido a corrente de
excitação)

2
xL1 + α 2 x L2 r 1+ α r 2
I1
XE R E1
1
2
V1 α ZL α V2
ZE
1

Fig. 19- Circuito equivalente simplificado de um transformador de potência referido ao


primário
(satisfaz a condição carregado, despreza a corrente de excitação, útil na solução de
problemas de regulação de tensão, e cálculo de curto-circuito)

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I1

XE
1
2
V1 α ZL α V2

Fig. 20 - Circuito equivalente simplificado para transformador de potência de várias


centenas de KVA referido ao primário
(satisfaz a condição carregado, despreza a corrente de excitação e a resistência
equivalente referida ao primário(RE1), útil para cálculo de regulação de tensão e curto
circuito)

Exercícios:

04-Um transformador abaixador de 500 KVA, 60 Hz, 2300/230 V, tem os seguintes


parâmetros: R1=0,1 Ω , XL1=0,3 Ω , R2=0,001 Ω , XL2=0,003 Ω. Quando o
transformador é usado como abaixador e está com carga nominal, calcule:
a)Correntes primária e secundária; (I1=217,5 A , I2= 2175 A)
b)Impedâncias internas primária e secundária; (Z1=0,316 Ω e Z2=0,00316 Ω)
c)Quedas internas de tensão primária e secundária; ( I1Z1=68,8 V e I2Z2=6,88
V)
d)Fem induzidas primária e secundária, imaginando-se que as tensões nos
terminais e induzidas estão em fase; (E1=2.231,2 V e E2=236,88 V)
e)Relação entre as fem induzidas primária e secundária, e entre as respectivas
tensões terminais.

05-Apartir das tensões terminais e correntes primárias e secundárias do exercício


anterior, calcule:
a)Impedância de carga; (ZL=0,1055 Ω)
b)Impedância primária de entrada; (ZP=10,55 Ω)
c)Compare ZL com Z2 e ZP com Z1;
d)Estabeleça as diferenças entre as impedâncias do item (c).

06-Para o transformador dado no exercício 04, calcule:


a)A resistência interna equivalente referida ao primário; (RE1=0,2 Ω)
b)A reatância interna equivalente referida ao primário; (XE1=0,6 Ω)
c)A impedância interna equivalente referida ao primário; (ZE1=0,632 Ω)
d)A impedância secundária equivalente a uma carga de 0,1 Ω(resistiva) referida
ao primário; (10 Ω)
e)A corrente primária de carga se a fonte é de 2300 V. (225 A)

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9 - Determinação dos Parâmetros do Circuito Equivalente Baseado nos


Ensaios à Vazio e em Curto-circuito.

Quando não se tem em mãos os valores dos parâmetros cedidos pelo fabricante,
pode-se obtê-los através da manipulação matemática dos resultados colhidos nos
ensaios à vazio e em curto-circuito.

9.1-Ensaio à Vazio

Com este ensaio pode-se determinar:

- Perdas no núcleo (histerese e foucault);


- Corrente a vazio;
- Relação de transformação teórica;
- Parâmetros do ramo magnetizante;
- Impedância equivalente;
- Rendimento.

Perdas por Histerese

Quando um material ferromagnético é submetido a uma intensidade de campo


magnético, ele possui uma propriedade de resistir ao movimento imposto aos seus
domínios causando um atraso na orientação dos mesmos (histerese). Todo movimento
dos domínios é acompanhado de fricção, que produz calor no núcleo do material
ferromagnético ou seja há dissipação de energia sob forma de calor.
Para reduzir as perdas por histerese usa-se materiais doces com baixa
coercitividade com introdução de certa percentagem de silício no ferro.

Ph = η × B1,6 × f × 10 −8 W/kg

Ph = Perdas por histerese


η = Coeficiente de Syemmetz ( depende do tipo de material utilizado)
B = Indução máxima ( densidade de fluxo )
f = Freqüência

Perdas por Corrente Parasitas (foucault)

A variação do fluxo magnético no tempo induz uma força eletromotriz no núcleo


ferromagnético (material condutor de alta resistividade), consequentemente aparecem
correntes induzidas circulares no núcleo ferromagnético que dissipam energia sob forma
de calor, originando perdas. Estas perdas são acentuadas quanto mais livre for o
caminho deixado para circulação da corrente. Se a peça é volumosa e única o caminho
pode ser longo e as perdas acentuadas. Por isso, utilizam-se pacotes de lâminas de
pequena espessura isoladas entre si por vernizes e ou óxidos na construção dos núcleos
de transformadores, para diminuir o caminho disponível para corrente.

25
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Pf = 2,22 × f 2 × B1,6 × α 2 × 10 −11 W/kg

Pf = Perda por corrente de Foucault


f = freqüência
B = Densidade de fluxo
α = Espessura do material condutivo

Procedimento do Ensaio

*
*
P0 I0
I0 X1 H1
Fonte CA
Variável

V0 V2

X2 H2
N1 N2
Fig. 21 - Ligação Típica para o ensaio a vazio

1- Monta-se o circuito conforme a Fig.21.


2-Ajusta-se a fonte CA regulável desde zero até a tensão nominal do
enrolamento em
que o voltímetro está ligado.
3-Lê-se a potência a vazio (Po), a tensão nominal (Vo), e a corrente de excitação
(Io), nos respectivos instrumentos.

Como a maioria dos transformadores de potência possuem um ou mais


enrolamentos de tensão muito alta, é usual e mais seguro, executar-se o ensaio a vazio
utilizando-se o enrolamento de mais baixa tensão existente, tomando-se cuidado de
isolar os terminais do enrolamento de alta tensão.
As perdas por histerese e pelas correntes parasitas, tomadas em conjunto,
constituem o que se denomina perdas no núcleo (ferro), supondo que a voltagem
aplicada (V1) ao transformador permanece constante, o fluxo de magnetização (φm) será
praticamente constante, independente da carga, desta forma as perdas no núcleo são
constantes para todos os valores de cargas.
Como a corrente a vazio é relativamente pequena, bem como a resistência do
enrolamento de baixa tensão, é usual tomar-se a leitura do wattímetro como o valor das
perdas no núcleo, sem subtrair as pequenas perdas no cobre produzido pela corrente a
vazio.

Po= PN + PCo

Po Perdas a vazio
PN Perdas no núcleo (Ph + Pf)
PCo Perdas no cobre a vazio (despreza-se)

26
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Como não há corrente no circuito de alta tensão (transformador a vazio), são


desprezíveis as perdas no cobre e fluxo disperso devido a corrente de magnetização. O
circuito equivalente do transformador no ensaio a vazio pode ser simplificado conforme
Fig.22.

I0 Ip V0
I0
cos ϕ
Ip Im Im
V0 rp x lm I0
Φm

Fig.22 - Circuito Equivalente do Transformador no Ensaio à Vazio

Os parâmetros podem ser determinados a partir das medições realizadas,


utilizando as seguintes equações:

V0
Rp = (15)
Ip

V0
X lm = (16)
Im

I p = I 0 × cosϕ (17)

I m = I 0 × senϕ (18)

P0
cosϕ = (19)
V0 × I 0

9.2 - Ensaio em Curto Circuito

Com este ensaio pode-se determinar:

- Perdas no cobre;
- Queda de tensão interna;
- Resistência, reatância e impedância percentuais;
- Regulação de tensão.
- Rendimento

27
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Procedimento de Ensaio

*
*
Pcc I cc
I1 nom. H1 X1
Fonte CA
Variável

Vcc I2 nom.

H2 X2
N1 N2

Fig.23 - Ligação Típica para o Ensaio em Curto-Circuito

1- Monta-se o circuito conforme a Fig.23.


2-Ajusta-se a fonte CA regulável até que a corrente nominal do lado de alta
tensão, I1, seja lida no amperímetro.
3-Lê-se a potência de curto-circuito, PCC , A tensão de curto-circuito, VCC , e a
corrente primária de curto-circuito, ICC = I1 nominal.

Pode-se observar que estando o lado de baixa tensão curto-circuitado, a tensão


necessária para a circulação de correntes nominais é bem inferior ao correspondente
valor nominal. Assim, a tensão necessária para a realização do ensaio apresenta valores,
geralmente em torno de 10 % do valor nominal.

Sendo VCC a décima parte da tensão nominal, a indução do núcleo será reduzida
1,6
10 vezes. Com isto, as perdas por histerese ficarão reduzidas de (10) = 40 vezes, e , as
2
perdas por correntes parasitas de (10) = 100 vezes, o que leva a concluir que as perdas
no núcleo são desprezíveis face as perdas no cobre, no ensaio em curto-circuito.

Portanto fazendo circular as correntes nominais, o wattímetro inserido registra a


potência perdida por efeito joule nos dois enrolamentos.

PCC = PN + PJ
PCC Perdas de curto-circuito
PN Perdas no núcleo (Ph + Pf), despreza-se
PJ Perdas no cobre devido a corrente nominal

O circuito equivalente simplificado para o ensaio em curto-circuito pode ser


visto na Fig. 24, onde foram desprezados os parâmetros que correspondem às perdas e à
magnetização do núcleo.

28
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2
xL1 + α 2 x L2 r 1+ α r 2
Icc

X cc R cc
I 1 nom.
Vcc

Fig. 24 - Circuito Equivalente do Transformador no Ensaio de Curto-Circuito

Os parâmetros podem ser determinados a partir das medições realizadas,


utilizando as seguintes equações:

Pcc
R cc = 2
(20)
I cc

Vcc
Z cc = (21)
I cc

2 2
X cc = Z cc − R cc (22)

Nas raras vezes em que é utilizado o circuito equivalente completo, os valores


aproximados das resistências e reatâncias de dispersão individuais de primário e
secundários podem ser obtidos supondo que
R cc X cc
R1 = α 2R 2 = e X l1 = α 2 X l2 = quando todas as impedâncias
2 2
estão referidas ao mesmo lado.

IMPEDÂNCIA PERCENTUAL:

É a impedância equivalente obtida do ensaio de curto-circuito, Zcc , dada em valores


percentuais. OBS. Esta impedância equivalente é calculada referida ao lado AT, onde
foi realizado o ensaio de curto-circuito.

Z CC
Z •• = × 100 (23)
Z base

onde,

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Vn f2AT
Z base = (24)
Pn 1

obs - Em valores percentuais a impedância pode ser utilizada tanto no lado AT, como
no lado BT.

CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO

Qual seria o valor da corrente no transformador, caso fosse aplicado um curto-


circuito em seus terminais, para o mesmo operando com tensão nominal ?

Vn f AT
Icurto f AT = (25)
Z CC

Fórmula prática para cálculo de corrente de curto-circuito:

1
Icurto = × In × 100 (26)
Z ••

2.9.3 Adaptação dos Ensaios à vazio e em Curto-Circuito para


Transformadores Trifásicos

A realização dos ensaios a vazio e de curto-circuito em transformadores


trifásicos é feito de modo análogo ao monofásico. As seguintes adaptações são
necessárias:

- Corrente à vazio

A Corrente à vazio (I0) é dada pela média aritmética das correntes a vazio
medidas em cada fase.

- Determinação dos Parâmetros RP , XLm

Os cálculos utilizados são os mesmos que para os transformadores monofásicos,


tomando-se os seguintes cuidados:

- Quando se determina Rp e XLm , deve-se fazê-los por fase;


- A potência total (trifásica) fornecida ao transformador deve ser dividida
por 3 para que se tenha o valor de apenas uma fase;
- Na utilização das fórmulas deve-se utilizar os valores por fase das tensões e
correntes.

- Determinação dos Parâmetros RCC e XCC

30
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Os cálculos utilizados são os mesmos que para os transformadores monofásicos,


tomando-se os seguintes cuidados:
- Quando se determina RCC e XCC , deve-se fazê-los por fase;
- A potência total (trifásica) fornecida ao transformador deve ser dividida por 3
para que se tenha o valor de apenas uma fase;

Exercícios:

07-Um transformador monofásico, 30 KVA, 2300/230 V, 60 Hz, foi ensaiado à vazio e


em curto-circuito. Com base nas medidas obtidas nos ensaios, determine o circuito
equivalente aproximado referido ao lado de alta tensão.
P0 = 180 W PCC = 637,7 W
a vazio V0 = 230 V em curto VCC = 103 V
I0 = 6,4 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)

08-Um transformador monofásico, 150 KVA, 2400/240 V, 60 Hz, foi ensaiado à vazio e
em curto-circuito. Com base nas medidas obtidas nos ensaios, determine o circuito
equivalente aproximado referido ao lado de alta tensão.
P0 = 558 W PCC = 1851 W
a vazio V0 = 240 V em curto VCC = 240 V
I0 = 5 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)

09-Um transformador trifásico, 100 KVA, 11400/220-127 V ( ∆ -Y ) , 60 Hz, foi


ensaiado à vazio e em curto-circuito. Com base nas medidas obtidas nos ensaios,
determine o circuito equivalente aproximado referido ao lado de alta tensão.
P0 = 480 W PCC = 1200 W
a vazio V0 = 220 V em curto VCC = 600 V
I0 = 8,5 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)

10-Um transformador trifásico, 50 KVA, 11400/220-127 V ,( ∆ -Y ) 60 Hz, foi


ensaiado à vazio e em curto-circuito. Com base nas medidas obtidas nos ensaios,
determine o circuito equivalente aproximado referido ao lado de baixa tensão.
P0 = 558 W PCC = 1851 W
a vazio V0 = 220 V em curto VCC = 650 V
I0 = 5 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)

31
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10 - Rendimento dos Transformadores

Definição: O rendimento de um transformador é definido pela relação entre


potência elétrica fornecida pelo secundário e a potência elétrica correspondente
absorvida pelo circuito primário do transformador.

PSAIDA (Watts )
η= (27)
PENTRADA (Watts )

PSAIDA = 3 × V2l × I 2l × cos ϕ (28)

PENTRADA = PSAIDA + Perdas (29)

Os transformadores comuns apresentam um rendimento bem elevado (acima de


95%). O rendimento, por conseguinte, não pode ser determinado com muita precisão
por meio de medições diretas de potência entregue e recebida, visto que as perdas são da
ordem de 1 a 3%. A diferença entre as leituras dos instrumentos registradores de
potências entregue e recebida é tão pequena que um desvio de instrumento não maior
que 0,5% causará um erro de aproximadamente de 15% nas perdas. É mais correto e
exato calcular o rendimento por meio das perdas, que são obtidas dos ensaios a vazio de
de curto-circuito. Então:

3 × V2l × I 2l × cos ϕ
η= (30)
(
3 × V2l × I 2l × cos ϕ + 3 × RCC 2 × I 2 f
2
+ PNucleo )
O numerador da equação acima representa a potência útil transferida do primário
ao secundário e à carga.
O termo entre parênteses do denominador, representa as perdas que ocorrem
durante esta transferência.
A potência útil de saída e as perdas equivalentes no cobre são ambas função de
I2 (corrente secundária).

Com cargas relativamente leves, as perdas fixas (PNúcleo) são elevadas em relação
a saída e o rendimento é baixo. Para cargas relativamente pesadas as perdas variáveis
(Penrolamentos) são elevadas e o rendimento é novamente baixo. O rendimento máximo
ocorre quando as perdas fixas e variáveis são iguais.
Logo o valor de corrente secundária para qual ocorre o máximo rendimento é

PNucleo
I2 f = (31)
3 × RCC 2

32
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Para um mesmo valor de corrente I2 , se o fator de potência diminuir, o


rendimento também diminui e vice-versa.

Exercícios

11-Um transformador monofásico de distribuição de 500 KVA, 2300/208 V, 60 Hz teve


seus testes de aceitação constando de um ensaio a vazio e um de curto-circuito, antes de
ser colocado em serviço como transformador abaixador. A partir dos dados obtidos dos
ensaios, calcule:
P0 = 1.800W PCC = 8.200 W
a vazio V0 = 208 V em curto VCC = 95 V
I0 = 85 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)

a)A resistência equivalente referida ao lado de baixa; (RE2= 0,001417 Ω)


b)A resistência do enrolamento do lado de baixa tensão apenas; (R2= 7,1x10-4 Ω)
c)As perdas no cobre do enrolamento de baixa durante o ensaio à vazio; (PC0 =5,125W)
d)As perdas no núcleo do transformador quando a tensão nominal é aplicada;
(PNÚCLEO=1.794,9 W)
e)Podem as perdas à vazio, obtidas do respectivo ensaio, serem usadas como perdas no
núcleo? Explique;
f)O rendimento do transformador quando este é carregado por uma carga resistiva pura
(fator de potência unitário) correspondendo a 1/4 , 1/2 , 3/4 , 1 , 5/4 da carga nominal.
Tabele todas as perdas, potência de saída e potência de entrada em função da carga;
(98,18% , 98,47% , 98,25% , 98,1% , 97,8%)
g)Repita (f) para as mesmas condições de carga, mas sendo o fator de potência 0,8 em
atraso; (97,7% , 98,25% , 97,9% , 97,6% , 97,25%)
h)A corrente de carga para qual ocorre o máximo rendimento, independente do fator de
potência; I2 = 1.125 A
i)A fração de carga para a qual ocorre o rendimento máximo; fc= 47%
j)O máximo rendimento para fator de potência unitário. η = 98,48%

12-Um transformador monofásico 20 KVA , 60Hz, 2400/240 V , foi ensaiado à vazio e


em curto-circuito.
P0 = 126,6W PCC = 284 W
a vazio V0 = 240 V em curto VCC = 57,5 V
I0 = 1,066 A ICC = I1 nominal
BT (secundário) AT (primário)
Determine:
a)Rendimento para corrente de plena carga e tensão nominal , com fator de
potência 0,85 indutivo;
b)A fração de carga para a qual ocorre o máximo rendimento;
c)O máximo rendimento para tensão terminal nominal e fator de potência
unitário.

33
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11 - Regulação de Tensão dos Transformadores

Definição:
A regulação de tensão de um transformador é a variação na tensão terminal do
secundário, entre o circuito aberto e em plena carga, e é usualmente expressa como
porcentagem do valor da tensão em plena carga.

E 2 − V2
R% = × 100% (31)
V2

E2 Tensão secundária à vazio

V2 Tensão secundária a plena carga (carga nominal)

Para o estudo da regulação utiliza-se o circuito equivalente simplificado de um


transformador referido ao secundário, conforme Fig. 25.
.
I2
XE R E2
2

E2 ZL V2

Fig. 25 - Circuito equivalente referido ao secundário para estudo de regulação de


tensão

A queda de tensão absoluta será V2 - E2 . Esta queda será positiva ,


isto é ,
E2 < V2 quando o fator de potência da carga for indutivo e pode ser negativa , isto é, E2
> V2 , quando o fator de potência da carga for capacitivo.
Pela fórmula da regulação de tensão , pode-se observar que quanto menor for a
regulação, maior será a tensão secundária V2 em carga, com a mesma tensão primária,
isto é , melhor será a regulação de tensão do transformador.

Diagrama Vetorial - Carga resistiva ( Cosθ2=1)

E2
XE2 I2
I2 V2

R E2 I 2

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Diagrama Vetorial - Carga Indutiva ( Cosθ2 em atraso)

E2
XE2 I2
V2 RE2 I2
I2

Diagrama Vetorial - Carga Capacitiva ( Cosθ2 adiantado)

E2
I2
XE2 I2

V2 RE2 I2

Exercícios
13-Medidas feitas num transformador de 500 KVA , 2300/230 V conduziram aos
seguintes valores para reatância e resitências equivalentes referidas ao secundário (lado
de baixa tensão); XE2 = 0,006 Ω e RE2 = 0,002 Ω. Calcule:
a)A fem induzida, E2 , quando o transformador estiver entregando a corrente
nominal secundária a uma carga de fator de potência unitário;
b)Repita (a) para uma carga com cos θ2 = 0,8 em atraso;
c)Repita (a) para uma carga com cos θ2 = 0,6 em avanço;
d)A regulação de tensão para (a) , (b) , (c) , respectivamente;
e)Comente as diferenças na regulação de tensão.

14-Um transformador abaixador de 20 KVA , 2300/230 V , é submetido ao ensaio de


curto-circuito com o lado de baixa tensão curto-circuitado. Os dados lidos no lado de
alta tensão são:
leitura do wattímetro = 250 W
leitura do voltímetro = 50 V
leitura do amperímetro = 8,7 A
Calcule:
a)A impedância , a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de alta
tensão;
b)A impedância , a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de
baixa tensão;
c)A regulação de tensão a fator de potência unitário.
d)A regulação de tensão a fator de potência 0,7 em atraso;
e)A regulação de tensão a fator de potência 0,7 em avanço;
f)Comente as diferenças na regulação de tensão.

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12 - Paralelismo de transformadores:

A ligação em paralelo de transformadores é uma das mais importantes operações


com este equipamento, pois possibilita o aumento de carga instalada em um sistema,
aumento de confiabilidade e ainda facilita as paradas programadas de manutenção.

1 2

T T

3 4

Condições para operação em paralelo:


Para a ligação em paralelo de dois ou mais transformadores deve-se atender as
condições abaixo. O não atendimento às condições essenciais ocasiona circulação de
correntes perigosas entre os transformadores, pois estar-se-iam conectando dois pontos
de potenciais diferentes. Já as condições de otimização são responsáveis pelo equilíbrio
da divisão de potência fornecida pelos transformadores.

Condições Essenciais:
• Mesma Relação de Transformação
• Mesmo Defasamento Angular

Condições de Otimização:
• Mesma Impedância Percentual Z %
• Mesma relação R / X da Impedância Equivalente

Exemplo: Ligação em paralelo de dois secundários, com tensões diferentes:

V1 > V2;

ZE1 V1 − V2
Icirc. ZE2 I circ. =
Z E1 + Z E2
Carga
V
V1 V2
Obs: A máxima diferença entre as tensões
recomendada por norma é de 0,5%

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13 - Deslocamento angula nas conexões trifásicas:

O deslocamento angular entre os bornes AT e BT é medido pelo ângulo entre os fasores


VH1H2 e VX1X2. O ângulo deve ser medido de BT para AT no sentido anti-horário de
acordo com a ABNT.

Exemplo:
VH1H2
VX1X2
VH1H2 φ
VX1X2

A seguir serão apresentados um estudo do deslocamento angular das diferentes ligações


das conexões do transformador trifásico.

Um transformador trifásico pode ser compreendido como uma associação de três


transformadores monofásicos, já que os enrolamentos primário e secundário de cada
fase são enrolados sobre a mesma “perna” do núcleo.
Conclui-se então que as tensões entre cada conjunto de bobinas primária e secundária de
uma mesma fase estão sempre em fase (deslocamento angular zero).

Considerando um sistema trifásico com seqüência de fases 1,2,3. Este pode ser
representado pelo diagrama fasorial abaixo (esquerda), já as tensões de linha pelo
diagrama abaixo (direita):

VH1
VH3H1 VH1H2
VH1H2

VH2H3
VH2H3

VH3
VH2
VH3H1

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13.1 - Conexão ∆ - Y , deslocamento angular : 330o

H1 H2 H3

VH3H1 VH1H2
VH1 H2 VH2 H3 VH3 H1

VH2H3

VX1

VX1 X0 VX2 X0 VX3 X0 VX1X2

VX2
VX3

VH1H2

Deslocamento angular : 3
30o

Conexão: Dy11
VX1X2
D Î AT em triangulo (∆)
Y Î BT em estrela (Y)
11 Î 330o = 11 x 30o

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13.2 - Conexão ∆ - Y, deslocamento angular 30o

H1 H2 H3

VH1H3 VH2H1
VH1 H3 VH2 H1 VH3 H2

VH3H2

VX1X2
VX1 X0 VX1 X0 VX3 X0
VX1

VX3

VX2

Deslocamento angular : 30o


VX1X2
VH1H2
Conexão: Dy1

D Î AT em triangulo (∆)
Y Î BT em estrela (Y)
1 Î 30o = 1 x 30o

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13.3 - Conexão ∆ – Y , deslocamento angular 150o

H1 H2 H3

VH3H1 VH1H2
VH1 H2 VH2 H3 VH3 H1

VH2H3

VX3
VX1 X0 VX2 X0 VX3 X0
VX1X2
VX2
VX1

VH1H2

Deslocamento angular : 150o

Conexão: Dy5

D Î AT em triangulo (∆)
VX1X2 Y Î BT em estrela (Y)
5 Î 150o = 5 x 30o

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13.4 - Conexão ∆ – Y, deslocamento angular 210o

H1 H2 H3

VH1H3 VH2H1
VH1 H3 VH2 H1 VH3 H2

VH3H2

VX2

VX3
VX1 X0 VX2 X0 VX3 X0

VX1
VX1X2

Deslocamento angular : 210o


VH1H2
Conexão: Dy7

D Î AT em triangulo (∆)
Y Î BT em estrela (Y)
VX1X2 7 Î 210o = 7 x 30o

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O mesmo estudo de deslocamento angular pode ser efetuado para outros tipos de
conexões. Cabendo ressaltar que nas conexões ∆ - ∆ e Y - Y o deslocamento angular
entre as tensões X1X2 e H1H1 será de 0o ou 180o dependendo da polaridade do
enrolamento primário em relação ao secundário. Já nas conexões Y - ∆ serão obtidos
ângulos de 30o ou 330o para primário e secundário de mesma polaridade e 150o ou 210o
para enrolamentos de polaridades opostas, de forma semelhante apresentada acima.

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