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Na Fig. 12 temos uma configuração básica de um par diferencial BJT. O seu aspecto é
bastante similar ao circuito com MOSFETs e consiste em dois transístores iguais (Q1 e
Q2) cujos emissores estão ligados entre si e polarizados com uma fonte de corrente
constante I. A ligação dos colectores através de RC pode não ser necessária para o
correcto funcionamento do par diferencial, ou seja, em algumas aplicações os dois
colectores podem estar ligados a outros transístores é não a cargas resistivas. É no
entanto essencial garantir que Q1 e Q2 não entrem na saturação.
Fig. 12
Vamos agora aplicar uma tensão constante à base de Q1 (vB1=1V) e ligar a base de Q2
à massa (vB2=0V) (Fig. 13(b)). Nesta situação é razoável dizer que Q1 estará ON
(conduzindo toda a corrente I) e Q2 estará OFF.
Fig. 13
Com o par diferencial podemos através de pequenas tensões diferenciais fazer com
que toda a corrente seja conduzida alternadamente por cada um dos ramos.
Fig. 13
Vamos agora apresentar uma análise genérica do par diferencial BJT da Fig. 12. A
tensão no emissor vE pode ser dada como uma relação exponencial aplicada a cada um
dos transístores
(56) (57)
(58)
(60)
As correntes de colector iC1 e iC2 podem ser obtidas pela multiplicação das
correntes de emissor (60) por α.
Outra importante característica é a relativamente pequena tensão vid que faz com
que toda a corrente circule através de um dos transístores. Na Fig. 14 é mostrado o
comportamento das correntes de colector (α=1) em função da tensão diferencial de
entrada. Este traçado normalizado pode ser usado em qualquer situação.
Outra razão que permite o funcionamento do par diferencial BJT como comutador de
alta velocidade é o facto de não necessitar que nenhum dos transístores sature. De
recordar, que para o funcionamento de um transístor como comutador, tínhamos visto
que ele funcionava ao corte e à saturação, sendo necessário remover as cargas
armazenadas na base antes de comutar para OFF, o que geralmente é um processo
lento. A ausência de saturação no par BJT faz com ele seja indicado para circuitos de
alta velocidade.
Seguidamente vamos analisar o par BJT como amplificador de pequenos sinais, logo
a Fig. 14 não vai ser utilizada. Nessa situação a entrada diferencial vai ser limitada a
menos de VT/2 de forma ao circuito funcionar na zona linear perto do ponto x.
Para finalizar a análise do par BJT para grandes sinais, vamos ver uma técnica
utilizada frequentemente para alargar a zona linear de funcionamento. Este técnica
consiste na inclusão de duas resistências iguais Re em série com os emissores de Q1 e
Q2, como se pode ver na Fig. 15(a).
Esta técnica de
linearização para o caso
do par MOS é
implementada à custa da
variação de VOV através
da alteração de W/L.
Fig. 15
Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores 41
AMPLIFICADORES DIFERENCIAIS
O par diferencial BJT
Funcionamento para pequenos sinais
Fig. 16
(63)
As eq. (63) e (64) indicam que quando vid=0 a corrente de polarização I se divide de
forma igual entre os dois transístores, logo cada transístor está polarizado com uma
corrente de emissor de I/2.
(65)
A eq. (65) tem uma interpretação simples. Devido à simetria do circuito a tensão
diferencial vid deve ser dividida de forma igual entre as junções BE dos dois
transístores, logo a tensão total entre a base e o emissor é dada por
(66)
vid
A eq. (65) pode então ser dada simplesmente por ic = g m (67)
2
Análise alternativa
Existe uma interpretação alternativa dos resultados anteriores, que pode ser bastante
útil. Assumindo que a fonte de corrente I é ideal (resistência interna infinita), a tensão
vid aparece aos terminais da uma resistência total 2re, sendo
(70)
Recordar que re = α
gm
(71)
Fig. 18
(72)
(74)
(76)
As tensões totais nos colectores são
Tal como nos circuito MOS, o sinal de saída do par diferencial BJT pode
ser obtido de forma diferencial (entre os dois colectores) ou referenciada à
massa (entre um colector e a massa).
(77)
(78)
Para o amplificador diferencial com resistências nos ramos dos colectores (Fig.
18) o ganho diferencial obtido com a saída em modo diferencial é dado por
(79)
Esta eq. indica que o ganho de tensão é dado pela relação entre a resistência
total no colector (2RC) e a resistência total no emissor (2re+2Re).
Fig. 19
Nesta situação a tensão de sinal nos emissores não é nula, havendo agora influência
de REE no funcionamento do circuito. No entanto como REE>>re (REE aparece em
paralelo com re de Q2 no modelo equivalente (verificar!)), a tensão vid irá ser dividida de
forma aproximadamente igual entre as duas junções como se mostra na Fig.20.
(81)
I I
(vc1 = vc 2 = − αRC ) (vicm = ( Re + 2 RSS ) )
2 2 Fig. 22
Se a saída for obtida de forma diferencial, a saída de modo comum v0=vc1-vc2 será
nula e o ganho em modo comum também será nulo. Por outro lado, para uma saída
referenciada à massa o ganho em modo comum é finito e dado por
(83)
Cada um dos circuitos da Fig. 22(b) é designado como meio-circuito de modo comum
(common-mode half-circuit).
Para ilustrar esta situação vamos considerar que existe uma pequena diferença ∆RC
nas resistências de colector. Ou seja, Q1 tem uma resistência de carga RC e Q2 tem
uma resistência de carga RC+ ∆RC. As tensões nos colectores são dadas por
Comparando a eq. anterior do ganho de modo comum obtida com a saída em modo
diferencial (87), com a eq. (83) obtida para uma saída referenciada à massa, verifica-se
que o ganho é muito mais baixo no caso da saída diferencial.
Por exemplo para um amplificador operacional é preferível que a saída seja obtida de
modo diferencial, pois isso permite um ganho de modo comum mais baixo, ou seja,
um CMRR mais elevado.
Fig. 23
Exercício 6
Para o amplificador diferencial da Fig. 13 (a) temos: I=1 mA, VCC=5V, vCM=-2V, RC=3kΩ e
β=100. Admitindo que o BJT tem vBE=0,7 V para ic=1 mA, determine a tensão nos emissores e
nas saídas.
Exercício 7
Para o circuito da Fig. 13 (b) temos uma entrada de +1V como indicado, I=1mA, VCC=5 V,
RC=3kΩ e β=100. Determine as tensão nos emissores e nas saídas. Admitindo que o BJT tem
vBE=0,7 V para ic=1 mA.
Exercício 9
Considere um amplificador diferencial básico com BJTs que tem a seguintes características:
I=0,5 mA, VA=200V, REE=1MΩ, RC=20kΩ e β=200. Determine:
a) O ganho diferencial para uma saída referenciada à massa.
b) O ganho diferencial para uma saída diferencial.
c) A resistência de entrada diferencial.
d) O ganho em modo comum para uma saída referenciada à massa.
e) O ganho em modo comum para uma saída diferencial.
(91)
Fig. 24
Se for aplicada uma tensão –Vos na entrada, a tensão de saída será reduzida a zero
(Fig. 24(b)), dando este facto origem à definição típica de tensão de offset. De notar do
entanto que à priori não é conhecida a polaridade de Vos, pois ela depende de
diferenças entre dispositivos.
(92)
Fig. 24
Como Q1 e Q2 são iguais a corrente I ser dividida de forma idêntica entre os dois
ramos. No entanto devido às diferenças das resistências tensões de saída são
(93)
(95)
(96)
Esta discrepância vai dar origem a que I deixe de ser dividida de forma semelhante
entre Q1 e Q2. Neste caso verifica-se que as correntes I1 e I2 são dadas por
(97)
(99)
Esta expressão para ∆Vt<<2(VGS-Vt) (ou seja ∆Vt<<2VOV) pode ser aproximada por
De forma análoga
Como as três potenciais fontes da tensão de offset não estão correlacionadas, uma
estimativa da tensão de offset total pode ser obtida através da seguinte expressão
(101)
A tensão de offset do par diferencial BJT mostrado na Fig. 25 pode ser determinada
de forma análoga ao par MOS. Neste caso, no entanto, não existe analogia em relação
ao parâmetro Vt dos transístores MOS. A tensão de offset resulta de diferenças entre
as resistências de carga RC1 e RC2, da área da junção, do ganho β e de outras
diferenças entre Q1 e Q2.
(102)
(103)
A tensão de offset na entrada é dada por
(104)
Substituindo Ad=gmRC com
(107)
A tensão de offset na saída é então
Como exemplo, uma diferença de 4% nas áreas das junções dá origem a ∆IS/IS=0,04 e
uma tensão de offset na entrada de 1 mV. Novamente verificamos que a tensão de
offset é proporcional a VT, enquanto para o par MOS é proporcional a VOV para uma
diferença em ∆(W/L).
Como estas duas contribuições para a tensão de offset na entrada não estão
correlacionadas, uma estimativa para a tensão de offset total é dada por
(109)
Existem ainda outras potenciais fonte para o aparecimento da tensão de offset, tais
como diferenças em β ou em r0.
Existe uma forma de compensar a anular a tensão de offset, através de introdução de
uma resistência adicional que dá origem a uma tensão nula na saída com as entradas
ligadas à massa (Ex: Amp. Op. 741).
(110)
(111)
Temos então
(*)
(112)
(114)
Logo a corrente de offset na entrada é
A grande vantagem dos circuitos MOS é não terem este problema da corrente de
entrada não nula.
1 ∆β ∆β
≅ 1− ≅ 1−
⎛ ∆β ⎞ 2(β + 1) 2β
⎜⎜1 + ⎟⎟
⎝ 2(β + 1) ⎠
Exercício 10
Considere um amplificador diferencial NMOS a funcionar com uma corrente de polarização
I=100µA cujos transístores têm k´n=100mA/V2 e W/L=20, com Vt=0,8V. Determine a influência
na tensão de offset na entrada devido às seguintes variações: ∆R/R=5%, ∆(W/L)/(W/L)=5% e
Vt=5mV. Qual a tensão de offset na entrada na situação mais desfavorável? Se os diferentes
fenómenos forem independentes qual será o valor da tensão de offset?
Exercício 11
Um amplificador diferencial usa uma fonte de corrente de polarização nos emissores com
600µA sendo os transístores perfeitamente iguais. Se existir uma diferença de 10% nas
resistências de colector qual será a tensão de offset necessária na entrada para anular a
tensão de offset da saída?
Exercício 12
A correcção do offset pode ser efectuada através do ajuste dos
valores das resistências RC1 e RC2 de forma a que a tensão
diferencial na saída seja nula quando ambas as entradas estão
ligadas à massa. Este processo de correcção (compensação) da
tensão de offset pode ser efectuado através do circuito da Fig.
25. O valor de x é uma fracção do potenciómetro representado.
Determine x de forma a que a tensão de offset na saída seja
nula, nas seguintes situações:
a) RC1 é 5% mais elevada e RC2 é 5% mais baixa inferior
relativamente ao valor nominal;
b) Q1 tem uma área 10% maior do que Q2.
Fig. 25