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historiográfica 1
Considerações Iniciais
O presente artigo é resultado de duas frentes de estudo desenvolvidas pelo autor. Por
um lado, o tema em foco não constitui diretamente o meu objeto de pesquisa de tese doutorado,
mas faz parte de uma reflexão desenvolvida durante a disciplina ministrada pelo Prof. Dr.
Luciano Aronne de Abreu no Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS. Naquele
momento, através das leituras e debates propostos no curso, desenvolvi um artigo objetivando
problematizar os conceitos de autoritarismo utilizados nas análises sobre a história política do
Rio Grande do Sul durante as primeiras décadas do regime republicano (1889-1937) através de
uma comparação com a conceptualização oferecida por autores importantes no debate, como
por exemplo, as contribuições de Juan Linz 3 e Simon Schwartzman 4.
1
Palavras-chave: Autoritarismo; Política; Brasil Republicano
*
Doutorando em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Bolsista do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). E-mail:
rodrigodalforno@hotmail.com.
3
Os estudos de Juan Linz foram publicados, originalmente, durante as décadas de 1960 e 1970. O autor é um dos
principais teóricos sobre o conceito de autoritarismo. Além da comparação realizada durante o trabalhado
produzido naquela disciplina, as definições de Juan Linz para pensar regimes autoritários serviram como pano de
fundo e referencial básica para as reflexões deste artigo. Das investigações propostas pelo autor, destaca-se a obra
“Autoritarismo e Democracia” (LINZ, 2015).
4
O sociólogo Simon Schwartzman, em análise desenvolvida no início dos anos de 1980, foi autor de importante
análise sobre as bases do autoritarismo brasileiro, também assumidas como referenciais para pensar o problema
em discussão (SCHWARTZMAN, 2015).
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Compreende-se aqui por historiografia, os diferentes tipos de produção que objetivaram analisar ou descrever o
contexto histórico em evidência, seja por parte de pesquisadores do âmbito acadêmico e cientifico (historiadores,
cientistas políticas, sociólogos, filósofos, etc.), ou de estudiosos ditos “não profissionais”. Apesar de, neste texto
destacar apenas as obras acadêmicas, para o estudo de tese considera-se estes outros diferentes tipos de produções.
6
Dentre estes é possível destacar, por exemplo, as contribuições de Wenceslau Escobar (1920; 1922), Riograndino
Costa e Silva (1968), Sérgio da Costa Franco (1967; 2010), Arthur Ferreira Filho (1973), Mem de Sá (1973; 1981)
e entre outros.
optou-se por destacar e analisar três autores em específico 7: Helgio Trindade (1979; 1980),
Sandra Pesavento (1979; 1981) e Céli Jardim Pinto (1986).
Partindo deste aspecto, o artigo tem como objetivo central realizar uma breve reflexão
historiográfica sobre a utilização da noção de autoritarismo com o intuito de compreender de
que forma e a partir de quais características determinados estudiosos utilizaram-se do conceito
em suas análises. Através desse objetivo pretende-se mapear algumas das principais
interpretações e argumentos sobre o assunto, assim como estabelecer comparações e reflexões
com minhas hipóteses de pesquisa sobre o contexto de atuação do Partido Libertador. Não
obstante, cabe ressaltar que as considerações propostas tratam-se de apontamentos preliminares
e em fase de desenvolvimento, portanto concebidas com o intuito de sugerir reflexões e suscitar
debates.
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Para além dos trabalhos citados ao longo do texto é possível indicar diversos outros, como por exemplo, Joseph
Love (1975), Maria Antonacci (1979; 1981), Maria Izabel Noll (1980), Nelson Boeira (1980), Loiva Otero Félix
(1987), Luciano de Abreu (1998), Luiz Alberto Grijó (1998), Gunter Axt (2011), etc.
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A produção da carta resultou no dissidio e afastamento entre Castilhos e seu cunhado, e então correligionário,
Assis Brasil, o qual discordou veementemente do conteúdo proposto.
Referências Bibliográficas
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