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MERCOSUL - (Protocolo de Ouro Preto)

 Estrutura:
 Conselho do Mercado Comum (CMC);
 Grupo Mercado Comum (GMC);
 Comissão de Comércio do Mercosul (CCM);
 Comissão Parlamentar Conjunta (CPC);
 Foro Consultivo Econômico-Social (FCES);
 Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM)
Obs: Poderão ser criados órgãos auxiliares se houver necessidade para consecução dos objetivos (PU, art. 1º, Protocolo
de Ouro Preto).
 Órgãos com capacidade decisória: CMC, GMC e CCM (art. 2º, Protocolo de Ouro Preto)
 Conselho do Mercado Comum (CMC)
 Órgão superior do Mercosul
 Incumbe: condução política processo de integração; tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos
objetivos estabelecidos pelo TA e lograr a constituição final do mercado comum (art. 3º, POP).
 Composição: MRE e Ministro da Economia (ou equivalente) dos EP (art. 4º, POP).
 Presidência: rotação dos EP, ordem alfabética, período de 06 meses (art. 5º, POP).
 Reunião: quando necessário, mínimo 1 x por semestre, c/ participação dos Presidentes (art. 6º, POP).
 Reunião: coordenação => MRE.
 Funções: (art. 8º, POP). Destaque: exercer a titularidade jurídica do Mercosul (III).
 Manifestação: Decisões, obrigatórias para os EP (art. 9º, POP).
 Grupo Mercado Comum (GMC)
 Órgão executivo do Mercosul
 Composição: 04 titulares, 4 alternos por país, representantes do MRE, ME (/equivalente), Banco Central.
Coordenação: MRE. Reunião: ordinária/extraordinária, sempre que necessário.
 Funções: (art. 14, POP). Destaque: propor projeto de Decisão ao CMC (II); tomar medidas necessárias ao
cumprimento das Decisões do CMC (III).
 Manifestação: Resoluções, obrigatórias para os EP (art. 15, POP).
 Comissão de Comércio do Mercosul (CCM)
 Encarregado de assistir o GMC.
 Composição: 4 titulares, 4 alternos por EP, coordenada pelo MRE.
 Reunião: 1 x/mês ou sempre que solicitado pelo GMC ou por qualquer EP (art. 18, POP).
 Funções: art. 19, POP.
 Manifestação: Diretrizes ou Propostas, obrigatórias aos EP (art. 20, POP).
 OBS: Além das funções do art. 16 e 19, caberá à CCM, considerar reclamações apresentadas pelas Seções
Nacionais da Comissão de Comércio do Mercosul, originadas pelos Estados Partes ou demandas de
particulares, pessoas físicas ou jurídicas, relacionadas com as situações previstas nos artigos 1 ou 25 do PB,
quando estiverem em sua área de competência. O exame das referidas reclamações no âmbito da CCM, não
obstará a ação do Estado Parte que efetuou a reclamação ao amparo do Protocolo de Brasília para Solução de
Controvérsia.
 Comissão Parlamentar Conjunta (CPC)
 Órgão representativo dos Parlamentos dos Estados Partes no âmbito do Mercosul.
 Composição: igual número de parlamentares representantes dos Estados Partes.
 A CPC encaminhará, por intermédio do GMC, Recomendações ao CMC.
 Foro Consultivo Econômico-Social
 Órgão de representação dos setores econômicos e sociais e será integrado por igual número de representantes de
cada EP.
 Função: consultiva e manifestar-se-á mediante Recomendações no GMC.
 Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM)
 Órgão de apoio operacional. Responsável pela prestação de serviço aos demais órgãos do Mercosul e terá sede
permanente na cidade de Montevidéu.
 Composição: Estará a cargo de um Diretor, nacional de um dos EP. Será eleito pelo GMC, em bases rotativas
prévia consulta aos EP e designado pelo CMC. Terá mandato de dois anos, vedada reeleição.
 Personalidade jurídica: de direito internacional.
 Sistema de tomada de decisões (STD): consenso, com a presença de todos EP.
 Fontes jurídicas do Mercosul: a) Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos adicionais ou
complementares; b) acordos celebrados com âmbito do TA e seus protocolos; c) Decisões do CMC, as Resoluções
do GMC e as Diretrizes da CCM.
 Sistema de Solução de Controvérsias: As controvérsias que surgirem entre os Estados Partes sobre a interpretação,
a aplicação ou o não cumprimento das disposições contidas no TA, dos acordos celebrados no âmbito do mesmo,
bem como das Decisões do CMC, Resoluções do GMC e Diretrizes da CCM, serão submetidas aos procedimentos
de solução estabelecidos no Protocolo de Brasília.

SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL – PROTOCOLO DE OLIVROS


 Âmbito de aplicação: As controvérsias que surjam entre Estados Partes sobre a interpretação, a aplicação ou o não
cumprimento do TA, do Protocolo de Ouro Preto, dos protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de
Assunção, das Decisões do CMC, das Resoluções do GMC, das Diretrizes da CCM serão submetidas aos
procedimentos estabelecidos no presente Protocolo. As controvérsias compreendidas no âmbito de aplicação do
presente Protocolo que possam também ser submetidas ao sistema de solução de controvérsias da OMC ou de outros
esquemas preferenciais de comércio de que sejam parte individualmente os Estados Partes do MERCOSUL poderão
submeter-se a um ou outro foro, à escolha da parte demandante. Sem prejuízo disso, as partes na controvérsia
poderão, de comum acordo, definir o foro. Uma vez iniciado um procedimento de solução de controvérsia de
acordo com o item acima, nenhuma das partes poderá recorrer a mecanismos de solução de controvérsias
estabelecidas nos outros foros com relação ao mesmo objeto, definido nos termos do art. 14 deste Protocolo.
 Regime de solicitação: O CMC poderá estabelecer mecanismos relativos à solicitação de opiniões consultivas ao
TAPR definindo seu alcance e seus procedimentos.
 Negociações diretas: Os EP numa controvérsia procurarão resolvê-la, antes de tudo, mediante negociações diretas.
 Não poderão, salvo acordo entre as partes, exceder prazo superior a 15 dias a partir da comunicação à outra da
decisão de iniciar a controvérsia.
 Os EP informarão ao GMC, por intermédio da SAM, sobre as gestões que se realizarem durante as negociações
e os resultados das mesmas.
 PROCEDIMENTO OPCIONAL ANTE O GRUPO MERCADO COMUM
 Negociações => sem acordo/parcial, qualquer EP na controvérsia poderá iniciar diretamente o procedimento
arbitral no Tribunal Arbitral Ad Hoc. Contudo, os EP na controvérsia poderão, de comum acordo,
submetê-la à consideração do Grupo Mercado Comum.
 A controvérsia também poderá ser levada ao GMC se outro Estado, que não seja parte na
controvérsia, solicitar, justificadamente, tal procedimento ao término das negociações diretas. Nesse
caso, o procedimento arbitral iniciado pelo Estado Parte demandante não será interrompido, salvo
acordo entre os Estados Partes na controvérsia.
 Se a controvérsia for submetida ao GMC pelos EP na controvérsia, este formulará as recomendações,
que, se possível, deverão ser expressas e detalhadas.
 Se a controvérsia for levada à consideração do GMC a pedido de um EP que dela não é parte, o
GMC poderá formular comentários ou recomendações a respeito.
 Este procedimento não poderá se estender por um prazo superior a 30 dias.
 Procedimento arbitral: controvérsia não solucionada => qualquer EP na controvérsia poderá comunicar à SAM sua
decisão de recorrer ao procedimento arbitral. A SAM notificará imediatamente a outra parte e ao GMC.
 Composição do Tribunal Arbitral Ad Hoc: 3 árbitros: cada EP na controvérsia designada 1 titular e 1 suplente (se
não nomear, a SAM irá designar por sorteio). Árbitro presidente => EPn/C designarão, de comum acordo, o terceiro
árbitro. (O Presidente e seu suplente não poderão ser nacionais dos EPn/C. (Falta de acordo: a SAM, a pedido de
qualquer deles, procederá a sua designação por sorteio, excluindo os nacionais dos EPn/C). Laudo arbitral =>
emitirá em 60 dias, prorrogáveis por decisão do Tribunal por um prazo máximo de 30 dias.
 Medidas provisórias: O Tribunal Arbitral Ad Hoc poderá, por solicitação da parte interessada, e na medida em
que existam presunções fundamentadas de que a manutenção da situação poderá ocasionar danos graves e
irreparáveis a uma das partes na controvérsia, ditas as medidas provisórias que considere apropriadas para
prevenir tais danos.
 Recurso de Revisão: Qualquer dos EPn/C poderá apresentar recurso de revisão do laudo do TAAH, em prazo não
superior a 15 dias a partir da notificação. O recurso está limitado a questões de direito tratadas na controvérsia
e às interpretações jurídicas do laudo do TAAH. OBS: Os laudos emitidos com base nos princípios ex aequo et
bono não serão suscetíveis de recurso de revisão.
 Tribunal Arbitral Permanente de Revisão (TAPR): 5 árbitros, cada EP designará 1 árbitro e 1 suplente, por um
período de 2 anos, renovável por no máximo 2 períodos consecutivos. OBS: o 5º árbitro, será designado período 3
anos, não renovável (salvo acordo em contrário dos EP), será escolhido, por unanimidade dos EP, da lista referida,
pelo menos 3 meses antes da expiração do mandato do 5º árbitro em exercício. Terá nacionalidade de algum dos
Estados Partes do MERCOSUL. (não unanimidade => sorteio pela SAM).
 Funcionamento: quando a controvérsia envolver 2 EP, o Tribunal será integrado por três árbitros. 2 serão
nacionais dos EPn/C e 3º, que exercerá a Presidência, será designado mediante sorteio (realizado pelo Diretor
da SAM), entre os árbitros restantes que não sejam nacionais dos EPn/C. Controvérsia envolver mais de 2 EP
=> TAPR será integrado por 5 árbitros. OBS: Os EP, de comum acordo, poderão definir outros critérios para o
funcionamento do TAPR.
 Contestação do recurso de revisão: a outra parte terá o direito de contestar em 15 dias.
 Decisão: O TAPR pronunciar-se-á sobre o recurso em um prazo máximo de 30 dias, contado a partir da
apresentação da contestação ou do vencimento do prazo. Por decisão do Tribunal, o prazo de 30 dias poderá ser
prorrogado por mais 15 dias.
 Acesso direto ao TAPR: Os EPn/C poderão acordar expressamente submeter-se diretamente e em única
instância ao TAPR, caso em que este terá as mesmas competências do TAAH. O laudo arbitral será obrigatório
para os EPn/C a partir do recebimento da respectiva notificação, não estarão sujeitos a recurso de revisão e terão,
com relação às partes, força de coisa julgada.
 Medidas Excepcionais de urgência: O CMC poderá estabelecer procedimento especiais para atender casos
excepcionais de urgência que possam ocasionar danos irreparáveis às partes.
 Adoção dos laudos: por maioria. Os árbitros não poderão fundamentar votos em dissidência e deverão manter a
confidencialidade da votação. As deliberações serão confidenciais e assim permanecerão em todo o momento.
 Obrigatoriedade do cumprimento dos Laudos: a adoção de medidas compensatórias nos termos deste Protocolo
não exime o Estado parte de sua obrigação de cumprir o laudo.
 Recurso de esclarecimento: Qualquer EPn/C poderá solicitar esclarecimento do laudo arbitral e sobre a forma com
que deverá cumprir o laudo, dentro de 15 dias. O Tribunal respectivo se expedirá sobre o recurso nos 15 dias
subsequentes à apresentação da referida solicitação e poderá outorgar um prazo adicional para o cumprimento do
laudo. Caso um EP interponha este recurso de revisão, o cumprimento do laudo do TAAH será suspenso durante o
trâmite.
 Divergências sobre o cumprimento do laudo: Caso o Estado beneficiado pelo laudo entenda que as medidas
adotadas não dão cumprimento ao mesmo, terá 30 dias, a partir da adoção das mesmas, para levar a situação à
consideração do TAAH/TAPR. O Tribunal terá 30 dias para dirimir as questões.
 Medidas compensatórias: Se um EPn/C não cumprir total ou parcialmente o laudo do Tribunal Arbitral, a outra
parte na controvérsia terá a faculdade, dentro do prazo de 1 ano, contado a partir do dia seguinte ao término do
prazo, e independentemente de recorrer aos procedimentos do art. 30 do PO, de iniciar a aplicação de medidas
compensatórias temporárias, tais como a suspensão de concessões ou outras obrigações equivalentes, com vistas a
obter o cumprimento do laudo. O Estado beneficiado procurará, em primeiro lugar, suspender as concessões ou
obrigações equivalentes no mesmo setor ou setores afetados. Caso considere impraticável ou ineficaz a
suspensão do mesmo setor, poderá suspender concessões ou obrigações em outro setor, devendo indicar as
razões que fundamentam essa decisão. As medidas compensatórias deverão ser informadas pelo Estado parte que
aplicará, com 15 dias de antecedência mínima, ao Estado que deve cumprir o laudo. Se o Estado Parte obrigado a
cumprir o laudo considerar que as medidas do laudo são satisfatórias, este terá 15 dias para levar essa situação ao
TAAH/TAPR, que terá 30 dias para se pronunciar. Estado parte considere abusiva as medidas compensatórias =>
poderá solicitar ao TAAH/TAPR, em até 15 dias, se pronuncie a respeito em prazo não superior a 30 dias.
 Reclamação de particulares: O procedimento estabelecido no PO aplicar-se-á às reclamações efetuadas por
particulares (pessoas físicas/jurídicas) em razão da sanção ou aplicação, por qualquer dos Estados Partes, de
medidas legais ou administrativas de efeito restritivo, discriminatórias ou de concorrência desleal, em violação ao
Tratado de Assunção, do POP, dos protocolos e acordos celebrados no marco do TA, das Decisões do CMC,
Resoluções do GMC, Diretrizes da CCM.
 Início do trâmite: os particulares formalizarão as reclamações ante a Seção Nacional do Grupo Mercado
Comum do Estado Parte onde tenha sua residência habitual ou a sede de seus negócios. Deverão fornecer
elementos para determinar a veracidade da violação e a existência de ameaça de um prejuízo, para que a
Reclamação seja admitida pela Seção Nacional e para que seja avaliada pelo GMC.
 Procedimento: a menos que a reclamação se refira a uma questão que tenha motivado o início de um
procedimento de Solução de Controvérsia, a Seção Nacional do GMC que tenha admitido a reclamação deverá
entabular consultas com a Seção Nacional do GMC do Estado Parte a que se atribui a violação, a fim de buscar,
mediante as consultas, uma solução imediata à questão levantada. Tais consultas se darão por concluídas
automaticamente e sem mais trâmites se a questão não tiver sido resolvida em 15 dias, salvo se as partes
decidirem outro prazo. Finalizadas as consultas, sem que tenha alcançado uma solução, Seção Nacional do
GMC elevará a reclamação sem mais trâmite ao GMC
 Intervenção do GMC: recebida a reclamação, o GMC avaliará os requisitos. Se concluir que não estão
reunidos os requisitos necessários para dar-lhe curso, rejeitará a reclamação sem mais trâmite, devendo
pronunciar-se por consenso. Se não rejeitar => GMC => convocará grupo de especialistas.
 Acordo ou desistência: Em qualquer fase dos procedimentos, a parte que apresentou a controvérsia ou a
reclamação poderá desistir das mesmas, ou as partes envolvidas no caso poderão chegar a um acordo dando-se por
concluída a controvérsia ou a reclamação, em ambos os casos. As desistências e acordos deverão ser comunicadas
por intermédio da SAM ao GMC ou ao Tribunal competente.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO – OMC


 Fórum permanente de negociação, de concessões comerciais, de solução de controvérsias sobre comércio desleal e
combate a medidas arbitrárias.
 Criação: Acordo de Marrakech 1994
 Processo de adesão: 1) o país solicitante necessita adequar seu ordenamento jurídico interno aos diversos acordos
pactuados no âmbito da OMC; 2) cada signatário da OMC elabora lista de solicitação de redução tarifária. A lista é
enviada ao solicitante, que concederá o desagravo àqueles produtos que considere não prejudiciais à sua indústria
doméstica. 3) caso haja consenso ou 2/3 entre os signatários da OMC, de que a quantidade de concessões é
satisfatória, o país solicitante ingressará como novo membro do organismo.
 Estrutura organizacional:
 Conferência de Ministros: Órgão de caráter deliberativo. Reúne a cada 2 anos e escolhe um Diretor-Geral, com
mandato de 4 anos. Principal órgão executivo.
 Conselho Geral: principal órgão executivo. Compete implementar as deliberações da Conferência, sendo
responsável pela administração do organismo, além sistema de solução de controvérsias. Reunir-se-á quando
cabível. Desempenhará as funções do Órgão de solução de controvérsias. O OSC poderá ter seu próprio
presidente.
 Secretariado: atribuições de apoio administrativo.
 Processo decisório: tomada de decisões => em regra, consenso, havendo exceções que admitem o processo
decisório por meio de maioria. As decisões da Conferência de Ministros e do Conselho Geral, serão tomadas por
maioria de votos, salvo disposição em contrário. A CM e o CG terão autoridade exclusiva para adotar
interpretações do presente Acordo e dos Acordos Multilaterais de Comércio. Quando não é possível o consenso,
os procedimentos de votação admitem, nas exceções abaixo, um regramento de votação por maioria de 2/3 ou
de ¾, tendo cada membro direito a um voto. Existem, no âmbito da OMC, quatro situações que poderão incitar
o voto de seus membros, quando não alcançado o consenso, a saber: a) interpretação de acordos (maioria ¾); b)
emendas a acordos (maioria 2/3); c) inclusão de novos membros (maioria 2/3); d) aplicação de waiver (maioria
¾).
 Retirada: qualquer membro pode retirar-se. Tal retirada terá efeito após 6 meses contados da data em que for
recebida pelo Diretor-Geral da OMC comunicação escrita da retirada.
 Sistema de Solução de Controvérsia (página 437 do arquivo PDF):
 Concebido durante a rodada do Uruguai
 Elaboração do Entendimento sobre Solução de Controvérsia (ESC)
 Objetivo central: i) promover segurança; ii) garantir previsibilidade no sistema multilateral de comércio.
 Efeitos das decisões: não são vinculantes e se caracterizam pelos seguintes elementos: a) abrangência: todos
os acordos celebrados no âmbito da OMC submetem-se ao mecanismo; b) automaticidade: oriunda da regra
do consenso negativo, válida para diversos procedimentos. Significa que as decisões dos Órgãos de
Apelação, dentre outros, servem de garantia para que o mecanismo somente seja interrompido por acordo
mútuo das partes em litígio; c) exequibilidade: possibilidade de requerer autorização de retaliação
econômica, uma vez constatado eventual descumprimento de decisão do órgão de solução de controvérsia,
devidamente embasado em relatório do Painel ou do Corpo de Apelação.
 Início: em regra, quando um Estado adota eventual medida de política comercial ou conduta que um ou mais
membros da OMC reputem violadora dos acordos celebrados no âmbito da própria organização. Somente
estão aptos a acionar o SSC os Estados signatários da OMC. Assim, não há a possibilidade, a princípio,
de que agentes não governamentais sejam partes na disputa. É de se ressaltar que o sistema adotado pela
ESC não objetiva estimular a litigiosidade. Existem outros instrumentos alternativos, cuja adoção é
legitimada pela organização, para promover a devida resolução dos impasses entre os Estados signatários
que não necessitam de recursos para o Painel, tampouco ao Corpo de Apelação: a) os bons serviços (good
offices); b) conciliação, a mediação e a arbitragem, que podem ser requeridas a qualquer tempo do processo
por alguma das partes envolvidas.
 Órgão de Solução de Controvérsia: acionar o SSC é operação complexa, pois envolve as partes, terceiros
interessados, diversas etapas procedimentais, além de especialistas independentes, autoridades do comércio
exterior que podem ser ouvidos. O OSC encontra-se diretamente vinculado ao Conselho Geral. O OSC
tem competência para estabelecer grupos especiais, acatar relatórios dos grupos especiais e do órgão de
Apelação, supervisionar a aplicação das decisões e recomendações e autorizar a suspensão de concessões e
de outras obrigações determinadas pelos acordos abrangidos. Nos casos em que o OSC necessitar tomar
decisão em procedimento, será por consenso.
 Procedimento:
 1) Consultas: (art. 4º, ESC) => inicia por proposta do demandante. É indispensável dar ciência ao
ex adverso sobre a possibilidade para eventual disputa, quando a parte demandada deverá responder
ao pedido em dez dias, abrindo-se para eventuais informações em até 30 dias. Não havendo acordo,
o demandante poderá pleitear o estabelecimento de grupos especiais junto ao OSC.
 2) Grupos Especiais: primeira instância julgadora. Usualmente composto por 3, excepcionalmente
por 5 especialistas selecionados para a hipótese sub examine (não há grupo especial permanente,
são montados ad hoc). As partes deverão indicar os componentes, casuisticamente e de comum
acordo. (Os nacionais dos estados partes e de terceiros interessados não atuarão no grupo especial,
salvo acordo em contrário). Todo terceiro interessado que tenha interesse concreto em um assunto
submetido a um grupo especial e que tenha notificado esse interesse ao OSC, terá oportunidade de
ser ouvido pelo grupo especial e de apresentar-lhe comunicações escritas. Somente pelo consenso
negativo de todos os membros do OSC poderá ser vetada a constituição de um Grupo Especial.
Uma vez estabelecido o grupo, terá prazo de 6 meses para apresentar o relatório final.
 3) Apelação (Órgão Permanente de Apelação): Caso uma das partes discorde do relatório final,
poderá apelar ao Corpo ou Órgão de Apelação, que funcionará como segunda instância. Será
composto por 7 membros (mandato 4 anos, com possibilidade de única recondução). Atuarão 3
pessoas em cada caso. Apenas as partes em controvérsia, excluindo-se terceiro interessados,
poderão recorrer do relatório do grupo especial. Terceiro interessados que tenham notificado o
OSC sobre interesse substancial, poderão apresentar comunicações escritas ao órgão de apelação e
poderão ser por ele ouvidos. A apelação deverá limitar-se às questões de direito tratadas pelo
relatório do grupo especial e às interpretações jurídicas por ele formuladas. A decisão do
Corpo de Apelação deve ser referendada pelo OSC e aceita incondicionalmente pelos demandantes,
a não ser que o OSC decida por consenso em não aceitar a decisão proferida pelo Corpo, em um
prazo de 30 dias, a partir da data de circulação entre as partes da decisão proferida.
 4) Implementação: Após a decisão, o país que realizou a conduta reputada como violadora das
boas práticas de comércio internacional, deverá imediatamente modifica-la e, caso continue a
quebrar o acordo, deverá oferecer uma compensação ou sofrer uma retaliação. A compensação e a
suspensão de concessões ou de outras obrigações são medidas temporárias disponíveis no caso de
as recomendações e decisões não serem implementadas dentro de prazo razoável. A compensação
é voluntária e, se concedida, deverá ser compatível com os acordos abrangidos. Se o membro
afetado não adaptar a um acordo abrangido a medida considerada incompatível ou não cumprir de
outro modo as recomendações e decisões adotadas dentro de prazo razoável, tal membro deverá,
se assim for solicitado e em período não superior a expiração do prazo razoável, entabular
negociações com quaisquer das partes que hajam recorrido ao procedimento de solução de
controvérsias, tendo em vista a fixação de compensações mutuamente satisfatórias. Assim,
prioriza-se a modificação de conduta do que perdeu. Para tanto, o sucumbente deverá demonstrar
suas intenções ao OSC em 30 dias, apresentando as medidas que irá implementar. Se a obediência
das determinações for impraticável, será concedido tempo razoável para a apresentação de novas
medidas. Caso reste frustrada esse nova tentativa, a parte sucumbente deverá entrar em negociação
com o vencedor para a determinação conjunta de uma forma de compensação. Ultrapassados 20
dias, nenhuma medida considerada satisfatória for adotada, é facultado à parte vencedora solicitar
ao OSC autorização para impor sanções comerciais em face do sucumbente. O OSC encontra-se
vinculado à apresentação de resposta, em até 30 dias, salvo se houver consenso negativo contra tal
ato. Em princípio, as sanções devem ser impostas ao mesmo setor da disputa, mas caso se revele
impraticável ou ineficiente, as sanções podem ser impostas em setores diferentes do mesmo acordo,
ou, ainda, sobre um acordo diferente.

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