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PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS PARA CRIANÇAS DEFICIENTES

E COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Crébia Teixeira

RESUMO

A observação de alunos com deficiência, em sala de aula tem me


proporcionado a compreensão da educação inclusiva. Este trabalho aborda
não apenas a problemática da criança que não aprende, mas busca encontrar
estratégias que possam auxiliar as crianças deficientes em sua aprendizagem.
Procurou-se, através de revisão de literatura e ação exploratória, selecionar e
organizar atividades próprias para o trabalho com alunos deficientes,
matriculados em escolas regulares, no sentido de prover educação para todos.
Ao final desse trabalho, espera-se uma melhor compreensão do processo de
inclusão e intervenção para o desenvolvimento destas crianças.

Palavras-chave: Inclusão, alunos deficientes, dificuldades de aprendizagem,


estratégias de ensino, plano de intervenção.

_______________________________________________

. Professora Crébia Teixeira, poeta, autora, pedagoga, formada pela UFMG-


Universidade Federal de Minas Gerais. Pós graduanda pelo CENSUPEG, em
Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva. Especializada em AEE-
Atendimento Educacional Especializado. Atuação como professora regente e
sala de recursos.
INTRODUÇÃO

Hoje a aprendizagem é um dos meios fundamentais para o


desenvolvimento humano. Muitas são as pessoas que se preocupam e se
comprometem com o aprendizado, nos mais diversos aspectos e causas. Num
país em que o índice do fracasso escolar chega a limites considerados
injustificados, é preciso um olhar diferenciado para as necessidades especiais
que definem as dificuldades e transtornos que existem na atualidade.

Através de um novo olhar, já preocupada com as interferências que


dificultam a aprendizagem, surgiu a necessidade de conhecer e construir
estratégias para o desenvolvimento no processo de inclusão destas crianças.
Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizada a metodologia qualitativa e
descritiva, tendo como apoio: Cunha(2013),Nascimento(2012), Maia(2011),
Relvas(2012). O presente trabalho reporta-se à prática pedagógica, que foi
realizada no Ensino Fundamental, anos iniciais. Mesmo trabalhando com
alunos considerados normais, buscou-se auxiliar os alunos que apresentam
interferências para aprender. Buscou-se levar em consideração a citação de
Vygotsky (1998).

O auxílio prestado à criança em suas atividades de


aprendizagem é válido, pois, aquilo que a criança faz hoje com
o auxílio de um adulto ou de outra criança maior, amanhã
estará realizando sozinha. (Vygotsky, 1988).

Inicialmente, foi descrito o referencial teórico, com vistas a buscar


caminhos para compreender as causas do fracasso escolar, a compreensão de
algumas dificuldades e deficiências e a forma como acontece aprendizagem..
No decorrer, foi discutida a questão da inclusão, de acordo com alguns autores
buscando um caminho que auxilia na aprendizagem desse alunado. Foi
indicada a metodologia utilizada, com a descrição dos procedimentos
considerados apropriados à essa pesquisa e descritas as estratégias de ensino
aplicadas em sala de aula, com a indicação dos resultados.
Pretende-se ressignificar e compreender as políticas educacionais que
priorizam a educação para todos e a inclusão de alunos, que há pouco tempo,
eram excluídos do sistema escolar, por possuírem deficiências físicas e/ou
cognitivas. E entender que, hoje, os educadores procuram buscar meios para
acolher estas crianças, independente das características ditas “especiais”. As
escolas regulares já oferecem condições para que o aluno possa fazer um
paralelo entre o que está aprendendo e a sua realidade, tal qual afirma Rubem
Alves (1981, p: 89) “é preciso criar condições para que cada indivíduo
desenvolva todas as suas potencialidades.”

DESENVOLVIMENTO

Quando as crianças não apredem?

No decorrer, diante das crianças que possuíam problemas na


aprendizagem e no desenvolvimento escolar, foi possível perceber alunos com
transtornos, síndromes e dificuldades específicas que contribuíam para o seu
baixo desempenho escolar.

Diante da realidade foi necessária uma ação de intervenção que


facilitasse a aprendizagem dessas crianças. Por isto foi delimitado o problema
a pesquisar: “Estratégias de ensino para crianças deficientes, com dificuldades
de aprendizagem.” Buscou-se aprimorar e aprender novas técnicas de ensino
que possam me levar a uma atuação satisfatória que auxilie esses aprendizes.
Concordo com Capelline (2002, vol. 4, p.166)

A educação deve buscar uma forma avaliativa do desempenho


escolar, sendo contínua processual e diversificada, que intervenha
com auxilio no processo ensino aprendizagem escolar. Sendo
convergente a necessidade da análise do professor e a busca de
estratégias inovadoras que auxiliem nas dificuldades de seus alunos.

Para proporcionar o desenvolvimento de uma educação para todos, as escolas


devem estar adequadas ao sistema da inclusão, contribuindo no processo
escolar de ensino/aprendizagem e na socialização e igualdade social. Maia
(2011) considera o aprender como uma mistura complexa.
As causas do fracasso escolar estão ligadas a diversos elementos:
pedagógicos, emocionais, culturais e biológicos. Quando uma criança
apresenta problemas para desenvolver sua aprendizagem todas
essas facetas precisam ser analisadas, afim de melhor conduzir a
criança.

É importante que os educadores notifiquem as interferências que têm levado


ao baixo desempenho escolar de alguns alunos. Há vários fatores que
influenciam no desenvolvimento das crianças deficientes no âmbito intelectual,
cognitivo, físico, social e outros.

O professor precisa conhecer a realidade de cada aluno para que possa


fazer uso do plano de intervenção, criando estratégias que facilitem a
aprendizagem destas crianças. Novamente me pergunto e quero investigar:
que estratégias poderão ser tão “especiais” para crianças que necessitam de
apoio para o seu desenvolvimento? As atividades que realizo são de fato
válidas para a aprendizagem das crianças com alguma deficiência? O curriculo
adotado pela escola consegue se adptar à realidade, resolvendo os problemas
de aprendizagem dos alunos com deficiência? Fica a questão: como as
crianças apredem? As escolas se adaptam a novos modelos de aprendizagem
para uma educação inclusiva? Não seria preciso verificar os fatores que
determinam o baixo desempenho escolar?A afetividade e os estímulos neurais
ajudam na aprendizagem dos alunos deficientes?

Diante dessas questões e de acordo com as dificuldades e problemas de


aprendizagem que surgiam, pôde-se perceber que seria preciso fazer o
diagnóstico das crianças, através de outros profissionais como neurologistas,
psicólogos e fonoaudiólogos, que definissem a dificuldade específica de cada
aluno em particular. Com os resultados em mãos entraria a ação pesquisadora
do professor, para tentar compreender as dificuldades dos alunos e suas reais
possibilidades de aprendizagem. Gatti(2002) afirma que na inquietação do
professor nasce a ação pesquisadora para compreender e melhor auxiliar a
realidade observada. Ao me deparar com o baixo desempenho de meus
alunos, comecei com a ação pesquisadora, a qual contribuiu muito para
compreensão de suas dificuldades. Foi o começo de um longo caminho de
estudos e procura de ações interventivas para o meu trabalho.
Fig. 1 Livros pesquisados para o trabalho na
Educação Inclusiva.

Compreensão de algumas dificiculdades e


deficiências

O quadro das dificuldades e deficiências é bem amplo. Procurou-se


descrever as mais comuns e que são o foco de pesquisas, uma vez que foram
matriculados na sala em que trabalho como professora. A pretensão é a de
conhecer para auxiliar. Na síntese da educação especial de Nascimento (2012)
ela diz: “O professor deve ter definido o conceito das deficiências para que faça
sua aproximação aos conhecimentos sobre essas condições e, a partir daí
tenha subsídios para sua atuação.”Pode-se destacar entre as deficiências
habituais:Distúrbios de Aprendizagem - DA: (dislexia, disgrafia, discalculia);
Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH); Distúrbios de
Processamento Auditivo Central (DPAC); os Transtornos Globais de
Desenvolvimento (TGD); Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a
Deficiência intelectual (DI) .

Conceituando-as de modo objetivo e fazendo uma aproximação dos


conhecimentos adquiridos, entendeu-se que pode ser possível atuar, como
professora, com os alunos com necessidades especiais.A síntese das
necessidades especiais apoia-se em literatura pertinente com os autores
Nascimento (2012) e Cunha (2013).

Distúrbios de Aprendizagem (DA)

Distúrbios de Aprendizagem (DA) podem ser definidos como um grupo


de dificuldades especifica. É um termo geral que se refere a uma disfunção
neurológica que interfere na aprendizagem. Em conciliação com a definição
estabelecida em 1994 pelo National Joint Comittee for Lerningdisabilities
(Comitê Nacional de Dificuldades de aprendizagem), nos Estados Unidos da
América:

Distúrbios de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um


grupo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou
habilidades matemáticas. Essas alterações são intrínsecas ao
individuo devidas á disfunção do sistema nervoso central.

De acordo com Nascimento (2012) dentro do grupo dos Distúrbios de


Aprendizagem, existem alunos com dislexia a qual define por uma falta de
habilidade na leitura e bem como na escrita. Alunos com disgrafia que para
Sampaio (2009) possuem uma alteração na escrita, normalmente ligada a
problemas de percepção motora, com dificuldades na coordenação motora fina
para escrever letras e números. Diferente da disortografia que não está ligada
a coordenação motora, mas sim no atraso do pleno domínio da linguagem.
Outra dificuldade ainda presente é a Discalculia que é definida por Cunha
(2013) como um transtorno relacionado a identificação e a classificação de
número e a realização de cálculos mentalmente e no papel.

Transtornos de Déficit de atenção e Hiperatividade (TDHA)

Para Cunha (2013) Transtornos de Déficit de atenção e Hiperatividade


(TDHA), é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, no qual persiste
um padrão de desatenção e/ou hiperatividade mais frequentemente e grave do
que o normalmente observado em crianças da mesma faixa etária (DSM-IV).

Distúrbios de Processamento Auditivo Central (DPAC)

Os Distúrbios de Processamento Auditivo Central (DPAC) são


caracterizados por um grupo complexo de alterações associadas a uma série
de dificuldades auditivas que interferem na aprendizagem. As características
encontradas no aluno com DPAC se destacam por Kozlowski (et al , 2004)
como fácil distração, dificuldades em compreender mensagens sonoras,
dificuldade de guardar informações, pior habilidade de fala linguagem escrita e
leitura.

Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD)

Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) são distúrbios que


afetam as interações sociais recíprocas se caracterizam pelos padrões
estereotipados e repetitivos, assim como estreitamento nos interesses e nas
atividades. Causam também variações na atenção, concentração e porventura
a coordenação motora. O grupo dos Transtornos Globais do Desenvolvimento
engloba algumas síndromes e transtornos entre eles o mais comum é o TEA
Transtornos do Espectro do Autismo, o qual (Relvas 2011) define como um
distúrbio do desenvolvimento de origem orgânica, cuja causa é de componente
genético, que se caracteriza por comprometimento na comunicação,
dificuldades na interação social e atividades restrito-repetitivas. As
características são de ordem heterogênea.

Deficiência Intelectual (DI)

Deficiência intelectual é definida como insuficiência por um conjunto de


disfunções que ocorre no cérebro que acarreta um baixo rendimento cognitivo.
Nascimento (2012) afirma:

Ao longo dos anos o conceito de Deficiência Intelectual (DI) tem


sofrido alterações e adequações, de acordo com as DI deixa de ser
considerada uma condição estática e absoluta para assumir a
posição de uma condição dinâmica e possível de ser transformada.
[...] A Deficiência intelectual caracterizada por comprometimento em
diferentes níveis das habilidades cognitivas e intelectuais,
comportamento adaptativo limitado e necessidades de diversos apoio
para aquisição de independência na vida diária, na escola e na
comunidade.

Existe uma grande diversidade de Deficiência Intelectual. São


conhecidas mais de mil condições causadas por fatores genéticos. Dentro das
diversas e mais comuns síndromes se destacam: A síndrome do X Frágil,
hereditária, decorre de mutação do cromossomo X. A mais conhecida é a
Síndrome de Down decorrente do acidente genético na trissomia do
cromossomo do 21.

Como se aprende?

Foi possível perceber que as crianças aprendem mesmo com suas


dificuldades especificas. Onde é necessário que o professor saiba a dificuldade
em que se encontra a criança e como auxiliá-la, de acordo com a necessidade
de cada uma.

Percebe-se que o ato de aprender se apresenta às vezes problemático.


E foi esse o caminho percorrido nessa pesquisa. Para realizá-la, foi necessário
fazer uma avaliação muito mais abrangente e minuciosa. Ter conhecimento
dos mecanismos do cérebro apresentados pela Neurociência é um fator
essencial para o conhecimento de estratégias que facilitem a aprendizagem de
crianças deficientes.

O cérebro é o instrumento da Aprendizagem, o qual necessita de


estímulos sensoriais, para uma abordagem anatômica e fisiológica.
Faz se entender que pelos estímulos acontecem as conexões
nervosas que são dinâmicas e velozes na integração de saberes do
sujeito, formando uma teia de conectividades.
RELVAS (2011).

Dessa forma, a estimulação no processo de aprendizagem pode dar


acesso à construção de novos saberes. O cérebro tem a capacidade de se
modificar através de novas conexões. Com o apoio das neurociências, as
estratégias de ensino podem ser fundamentadas considerando a plasticidade
cerebral, definida por Relvas (2011).

Estudos têm demostrados que seres com sistema nervoso mais


simples, como moluscos, ratos e macacos e outras espécies quando
expostos a um ambiente favorável são capazes de proporcionar
intensa e efetiva estimulação, comparados com os que foram
privados de estimulação.

Sabe-se, portanto, que o aluno deve ser estimulado para que o ato de
aprender possa ocorrer mesmo que a deficiência cause disfunções
neurológicas. Quando estimulado o cérebro provoca alterações das redes
neurais que se interconectam entre si ativando a memória para reter
informações (RELVAS, 2012).

Pôde-se verificar, em minha prática pedagógica, a realidade da alteração


no processo de aprendizagem a partir da estimulação. Ao trabalhar com alunos
com deficiências tachados como “alunos que não aprendem”, desenvolvendo
atividades interativas, que estimulam e auxiliam na fixação de conteúdos pôde-
se perceber um grande avanço na aprendizagem dos mesmos.

Portanto, criar estratégias de ensino para alunos deficientes pode ser o


caminho para a compreensão do processo de aprendizagem. E as
neurociências podem ajudar muito. Sabe-se que o aprender é uma mistura
complexa de variados elementos: pedagógicos, emocionais, culturais e
biológicos. Quando o aluno apresenta problemas para desenvolver a sua
aprendizagem, precisam ser analisadas todas estas questões para melhor
compreender e conduzir esta criança.
Para Maia (2011), “O aprender é uma capacidade que nasce com todo o
ser humano e é desenvolvida ao longo de sua vida.” A aprendizagem escolar
é realizada de forma estruturada, para o desenvolvimento intelectual das
competências escolares de leitura escrita, cálculos e outras habilidades.

Trabalho inclusivo

Não se pode esquecer que o aluno é um ser social com cultura,


linguagem e valores específicos, individuais. Espera-se, portanto, construir
uma bagagem teórica para uma prática eficaz com ações que possam
realmente incluir os que precisam de um apoio total e irrestrito.

Compreendemos que tão importante quanto vivenciar uma pedagogia


inclusiva na escola é reconhecer que inclusão não se refere tão
somente as pessoas com necessidades especiais. Refere-se a toda
educação, pois a educação é um direito de todos e todos nos ,somos
por natureza inacabados. É preciso compreender o quanto somos
humanamente iguais por possuirmos necessidades e sonhos, e
quanto somos diferentes por possuirmos diferentes necessidades e
diferentes sonhos. (CUNHA (2013).

A sociedade não pode ver o trabalho de inclusão como uma ação


separada, ela deve ser com todos e para todos. Nota-se que ainda há muitos
profissionais que se recusam a trabalhar com as crianças especiais.
Educadores devem compreender que as demandas da educação no mundo
contemporâneo só admitem um tipo de escola: a escola inclusiva, que é a
escola para todos. Retorno a Cunha (2013) quando cita que:

Embora saibamos que, na educação especial, há casos


degenerativos muito severos, contudo essas pessoas ainda que
impossibilitadas da inclusão física no espaço escolar, poderão ser
incluídas no espaço pedagógico e afetivo, por meio da atuação de
profissionais interessados e dedicados, podendo receber um
acompanhamento educacional reabilitativo em seu próprio lar. São
ações inclusivas além dos muros da escola.

A partir do momento que comecei a trabalhar na inclusão, pude perceber


que é algo possível e que dá certo. Na minha primeira turma tive um aluno
especial que iria ser transferido para escola especial, mas a família se opôs, e
ali fui desafiada a fazer um trabalho de inclusão. Um trabalho que deu
resultados, acreditando em uma educação para todos.
A inclusão entrou na minha vida e muitos alunos depois vieram para que
pudesse auxiliá-los. Assim para que a nossa prática docente possa promover o
que disse Paulo Freire: uma educação transformadora. Para compreendermos
a trajetória da inclusão nas escolas regulares, é preciso olhar e analisar a
história. A pedagogia caminha desde o mundo antigo e lá já surgiam os
primeiros sinais de educação inclusiva, sendo mais tarde encobertos pelo
poder econômico, que se incorporou ao sistema social. Gadotti (2005) afirma:

Segundo o Cristianismo, Cristo, do ponto de vista pedagógico foi um


grande educador. “Seus ensinamentos ligavam-se essencialmente a
vida. ”A pedagogia de Jesus era concreta, adivinha do “calor dos
fatos.” Motivada por sua andança pela Palestina. Jesus foi o primeiro
a incluir no mesmo status social a mulher, a criança, o cego, o
deficiente físico e os que estavam a margem da sociedade,
integrando romanos, judeus e bárbaros antecipando-se os primeiros
sinais de educação inclusiva.

Da mesma forma, considera-se que, para um trabalho de inclusão, é


preciso uma pedagogia que tenha o papel de educar para vida e não somente
reduzida a testes e avaliações. Tenho procurado na prática pedagógica
produzir resultados, fazendo uso da ação pesquisadora. Desde inicio dos
estudos em neuropsicopedagogia e pesquisas relacionadas, foi possível
conhecer um pouco mais sobre as Neurociências dentro do processo de
aprendizagem dos meus alunos foi um balizador. Diante a realidade de alunos
com necessidades educacionais especiais, pôde-se entender que precisam de
um ensino integrador, fundamentado nos pressupostos neurológicos ligados a
aprendizagem e a vida social. Este é o caminho para um currículo inclusivo,
assim como aponta Cunha (2013): “um currículo que valoriza o aprendido, que
traga sempre o novo, a esperança, que tenham atividades que causam reflexos
na sua vida familiar e social.”

Na minha ação inclusiva foram encontrados muitos desafios. A escola


não me deu parâmetros para trabalhar com os alunos com dificuldades de
aprendizagem. Nela não existe uma equipe multifuncional com psicólogos,
psicopedagogos e fonoaudiólogos que pudessem me apoiar nas abordagens
especificas. Mesmo com todas as dificuldades, não desisti, pois meu objetivo
sempre foi ajudar meus alunos. Quando chegou em minha sala de aula um
aluno com Autismo severo, muito agressivo, com muita dificuldade de interação
e aprendizagem, comecei a pesquisar e encontrar métodos para auxiliá-lo.
Foram utilizados materiais concretos, assim possibilitando uma integração
sensorial. Tudo bem ilustrado comprovando que as imagens ajudam o aluno
Autista a compreender melhor o que está sendo ensinado

Metodologia

Para a realização desse trabalho foi feita uma pesquisa exploratória,


sobre autores que já discorreram sobre o assunto. Foram utilizados livros,
periódicos, dissertações, teses, artigos, revistas, publicações acadêmicas e
científicas retiradas de endereços eletrônicos e bibliografias atuais. Esse
estudo foi orientado por uma metodologia fundamentada na abordagem
qualitativo-descritiva, em que se buscou compreender o papel do pedagogo,
bem como as novas possibilidades de sua atuação, abordando especialmente
a pedagogia inclusiva.

Incluir alunos é um grande desafio na atualidade, e uma realidade que já


começou acontecer. Alunos com necessidades educacionais especiais têm
condições de serem incluídos, se o professor acreditar que pode fazer muito
por essas crianças. As estratégias surgem com a ação pesquisadora, com o
conhecimento subsidiado, com a capacidade criativa de cada educador.
Conforme afirma Nascimento (2012)

Adaptação curricular proporciona um ambiente rico em oportunidades


com resultados favoráveis. Essas ações subsidiam o sucesso na
escolarização de todas as crianças, independentes de existirem
dificuldades ou não, buscando a solução e evitando o fracasso
escolar que inviabiliza o processo ensino aprendizagem.

Procurou-se, então, conhecer o conceito das deficiências para fazer a


aproximação teoria e prática na atuação inclusiva. Para auxiliar os alunos
deficientes, criei parâmetros fundamentados de acordo com os pressupostos
teóricos de Cunha (2013); Nascimento (2012) e Maia (2011): jogos com
material reciclável, uso de tecnologias, material concreto, estimulação sensorial
com atividades psicomotoras.

Praticas Interventivas
A inclusão escolar de alunos com deficiências em classes regulares
exige uma ação interventiva que atenda cada aluno de forma particular. Será
preciso reconhecer suas dificuldades e potencialidades para realizar um ensino
que produza resultados.

Numa sala de aula inclusiva, com alunos com deficiências diversificadas,


foi necessária uma ação pesquisadora na busca de estratégias.Gatti (2002),
afirma “a ação pesquisadora contribui para um entendimento imediato na
compreensão da realidade observada”. Tendo-se conhecimento das
dificuldades e a partir dele, pode-se construir estratégias de ação .A ação
docente deve acontecer, levando-se em conta o currículo escolar e o Projeto
Político-Pedagógico da instituição. Mas, para atender as demandas de alunos
com deficiência, as escolas precisam fazer uma adaptação curricular.

O professor é o mediador que vai facilitar o processo de aprendizagem


preparando as aulas de forma que atenda a diversidade das necessidades
especiais na sala de aula. Observa-se que algumas escolas, em especial as da
rede privada, têm um currículo muito engessado por adotarem materiais
didáticos universais. Na escola em que trabalho adota apostilas da editora
Positivo que não atendem à demanda dos alunos com deficiências. Essa
orientação mais rígida dificulta a ação do professor, que já se perde por não ter
o apoio de uma equipe multifuncional. Diante a essas realidades é que
Nascimento (2012) afirma:

Na sequência, sobre os meios de intervenção preventiva para que


tais condições não progridam negativamente, mas que ao contrário,
permitam condutas e atitudes eficazes para que, de acordo com as
capacidades do aluno, o seu desenvolvimento possa transcorrer de
maneira a mais positiva possível.

Assim, vários são os fatores que atingem a ação inclusiva do professor.


As escolas querem incluir, mas ainda há uma dificuldade muito grande para
inclusão. E foi pensando no desenvolvimento de forma positiva é que recorro a
Castanedo (2007): ”a Práxis é a melhor aliada da teoria; ao se unirem, formam
o conhecimento.” A práxis como forma de dirigir o processo de aprendizagem
tem possibilitando a ação inclusiva, para que se cumpram os objetivos
indicados pelos Paramentos Curriculares Nacionais (PCNs). Cada educador
deve se colocar como responsável por ensinar o aluno a trilhar o caminho do
conhecimento.

Conhecendo a realidade de meus alunos e com as informações obtidas


pela busca pesquisadora, foi possível implantar meios interventivos fazendo um
paralelo entre o currículo da escola e a realidade de da cada aluno. Foram
abordadas algumas questões práticas vivenciadas em sala de aula, e nas aulas
de apoio como sugestões de atividades que deram certo. Seguem quadros,
discriminando as estratégias realizadas, orientações compiladas de
Nascimento (2012), para alunos com necessidades especiais em sala de aula.1

Alunos com Distúrbios de Aprendizagem

 Sentar o aluno na frente;

 Dar instruções individuais;

 Treino diário de leitura, para fixação, compreensão e para redução dos


erros ortográficos;

 Utilizar linguagem objetiva;

 Evitar excesso de conteúdo;

 Privilegiar as habilidades e incentivar;

Alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e hiperatividades (TDHA)

 Realizar atividades que façam sentido para o aluno;

 Contar com o apoio da família;

 Evitar tarefas extremamente longas;

 Cooperar nas suas atividades;

1
Orientações foram extraídas de textos dos autores: Cunha (2013;
Kozlowski (et al , 2004); Relvas (2011); Nascimento (2012)..
 Utilizar afetividade para manter o interesse do aluno;

 Utilizar tecnologias que despertem o interesse e mantenha o foco de


atenção

Distúrbio de Processamento Auditivo Central (DPAC)

 Utilizar frases curtas;

 Repetir a instrução várias vezes;

 Realizar atividades de fixação;

 Cantar músicas relacionadas as matérias;

 Trabalhar com a motivação;

 Sentar o aluno á frente;

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

 Programação de rotinas prováveis;

 Construir o vinculo afetivo;

 Trabalhar atividades significativas;

 Utilizar imagens para uma comunicação alternativa;

 Usar atividades interativas e lúdicas com jogos;

 Fazer uso da tecnologia;

 Utilizar técnicas para abordagens comportamentais;

 Fazer tudo com serenidade, mas com voz clara e firme;

 Concentrar se no contato visual;


 Proceder a estimulação sensorial;

 Penetrar no mundo do autista;

 Utilizar métodos apropriados, Pecs, Teatch, SonRise, ABA (em anexo).

Deficiência Intelectual (D I)

 Apresentar Jogos e atividades lúdicas

 Construir o vinculo afetivo;

 Trabalhar atividades significativas;

 Realizar atividades de fixação;

 Estimulação sensorial;

 Atividades psicomotoras;

 Utilizar a tecnologia como fonte facilitadora;

 Estimular a cooperação nas atividades.

As atividades interventivas porporcionaram um bom desempenho na


aprendizagem dos alunos. Através dessas estratégias de estimulação,
possibilitou-se a interligação de forma natural das redes neurais, colocando o
aluno com dificuldades ou não aptos e mais preparados para a aprender.Os
resultados obtidos indicaram a importância da compreensão da aprendizagem
de uma forma ampla e inovadora que auxilia os alunos em suas dificuldades.

De um modo geral percebe-se a luta das famílias em busca de


profissionais que ajudem seus filhos. Ao encontrar pessoas empenhadas em
realizar um trabalho inclusivo, com ações acompanhadas de afetividade e
estimulação das redes neurais no processo de aprendizagem, sentem-se
felizes em ver o desenvolvimento dos mesmos.
Nós, professores somos os responsáveis pelos nossos alunos. Se
identificamos as causas que interferem em sua aprendizagem e fizermos as
intervenções necessárias, buscando estratégias que auxiliem na superção de
suas dificuldades, iremos contribuir com o avanço educacional do nosso país, e
o indice do fracasso escolar não será tão agravante como atualmente

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho reportou-se da prática pedagógica e às experiências


vivenciadas em sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental, com
alunos deficientes e/ou emocionalmente prejudicados. Na busca de
compreender melhor o processo de aprendizagem e auxiliar os alunos que
apresentam interferências para aprender, buscou-se a estimulação e a
compreensão de cada deficiência.

A adaptação dos mesmos tem sido tornada progressiva. As atividades


estimuladoras sensoriais têm permitido um desenvolvimento motor que lhes
permite desenvolver atividades feitas com material reciclável. Os alunos que
não apresentam nenhum tipo de problema são receptivos à inclusão. As
estratégias utilizadas têm surtido efeito, contribuindo para o desenvolvimento e
a inclusão de alunos com deficiências e dificuldades de aprendizagem.

A busca se faz contínua e a intervenção não se esgota em tão pouco


tempo de experimentação. Mas, entende-se que já é um bom começo. Esta
ação pesquisadora e inclusiva inicial tem auxiliado crianças deficientes e tem
possibilitado o avanço do desenvolvimento educacional desses alunos na sala
em que trabalho como professora.

REFERÊNCIAS

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