Aluno: Fernando Dias Transmitida em 25 de maio de 2016, a Webconferência sobre tempos verbais consistiu numa exposição interativa sobre o assunto, ministrada pelo professor Rogério do Amaral. O palestrante apresentou, durante uma hora, os usos para emprego de cada tempo verbal em língua portuguesa. A apresentação coroou o módulo sobre tempos verbais da especialização em Gramática da Língua Portuguesa. A forma mais costumeira de tratar os tempos verbais em língua portuguesa restringe-se à memorização do paradigma verbal. A prática, ainda que necessária, é incompleta. Há vários tempos verbais, que, para confusão dos desavisados, não são empregados necessariamente em sincronia com o tempo histórico. Empregar os tempos verbais requer mais do que ter as conjugações memorizadas. Requer conhecer em que situações de tempo e de relação com um referencial de tempo cada tempo é usado, bem como saber se o tempo verbal indica acontecimento consumado ou a se consumar ou possibilidade. O professor Amaral destacou as flexões do verbo, de pessoa, número, tempo, modo e voz e como essas flexões interferem na temporalização verbal. Essas flexões, do ponto de vista da Gramática, são mais relevantes do que o próprio significado do verbo. Ele indicou que os verbos são palavras que se referem a processos: estado, ações, desejos e fenômenos. Morfologicamente, os tempos verbais são indicados por desinências. Essas seguem o paradigma de cada conjugação verbal, podendo haver desvios do padrão, que são os verbos irregulares, anômalos e defectivos. Esses verbos defectivos não apresentam todas as flexões possíveis. Isso acontece porque o verbo é impessoal, caso em que só é usado na terceira pessoal do singular, sem sujeito; ou unipessoais, como no caso dos verbos que indicam as vozes e as ações próprias dos animais, que só são usados nas terceiras pessoas; os casos de verbos impessoais por significado; e os verbos impessoais que não contém todas as pessoas por motivos morfológicos ou eufônicos. Há também uma relação de verbos abundantes, que apresentam duas variações de uma forma. Os modos verbais revelam diferentes maneiras de expressar um processo. O modo indicativo transmite certeza, o subjuntivo dúvida, e o imperativo desejo ou ordem. As formas nominais são usadas nas locuções verbais, e seu comportamento morfossintático está mais para substantivo, adjetivo e advérbio do que para verbo, apesar de serem formas flexionadas do verbos. O gerúndio, ou advérbio verbal, indica ação em curso, ou, quando usado no verbo auxiliar de uma locução, uma ação concluída. O particípio também indica um estado concluído, mas na locução pode ser usado na formação de tempos compostos. O presente do indicativo indica ação factual, no tempo presente; ou no passado (presente histórico), ou mesmo no futuro (vou viajar, amanhã ele viaja). Também indica ação habitual. O pretérito imperfeito indica ação inconclusa no passado e ação condicionada a outra. O pretérito mais-que-perfeito exprime o passado do passado e também uma ação hipotética, e ainda nas orações optativas. O futuro do presente indica ação certa no futuro, dúvida ou incerteza. Também é usado para ordens. O futuro do pretérito indica o futuro em relação ao passado, o futuro que não aconteceu e o presente em pedidos feitos com polidez. Isso ilustra a relatividade dos tempos verbais em relação ao tempo histórico. O tempo verbal é de uso muito mais estilístico do que cronológico. Em muito bom texto, a graça está em manejar bem os tempos verbais, exprimindo as relações entre eles e esgotando todos os seus recursos de sentido para indicar, com variedade e riqueza de flexões, todos os estados e perspectivas das ações.