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1.Contexto e perfil
O curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de São João del-Rei está
inserido na cidade de São João del-Rei, município da mesorregião do Campo das Vertentes, no
centro-sul do estado de Minas Gerais. A cidade sede, com cerca de 88 mil habitantes1, é polo
região conta com uma ocupação originária no período colonial brasileiro, vinculada a uma
Universidades Federais (REUNI), iniciado pelo governo federal em 2009. Entende-se que, no
sobre o processo tradicional de formação dos arquitetos que, desde o Renascimento, voltou-se
privados de dimensões e/ou relevância pública). O arquiteto, deste modo, unia arte e técnica na
realização de obras com forte caráter autoral, baseadas em cânones discutidos exclusivamente
dentro dos círculos de arquitetura. A partir do século XIX, dentro da lógica industrial e iluminista2,
houve um crescimento da demanda por formação superior que superou a demanda existente por
espaços cotidianos. Sua formação, entretanto, permaneceu conectada às grandes obras autorais,
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fonte: IBGE, 2014 <http://cod.ibge.gov.br/234VF>
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Stevens (1998) discute este processo na arquitetura norte-americana no decorrer do século XIX.
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fazendo com que o arquiteto se desconecte da experiência ordinária do espaço e do seu usuário,
fixando-se somente nas questões plásticas e/ou técnicas que dizem respeito a estes espaços.
demandas regionais observadas, foi traçado um perfil para o curso e seu egresso que vem sendo
(BONDUKI,1998; FERRO, 2012), atingindo cerca de 70% do parque edificado brasileiro3, valoriza-
Busca-se assim superar a dicotomia entre obra e desenho nascida com o Renascimento e
aprofundada nos anos seguintes. Entende-se que o processo de materialização do espaço (seja
urbano ou arquitetônico) tem a mesma relevância de seu processo conceptivo e portanto precisa
ser compreendida pelo arquiteto e urbanista. Os materiais passam a ser explorados a partir de seu
potencial plástico, funcional e estético, sendo utilizados com maior propriedade e eficiência nas
soluções propostas (YOPANAN, 2000). Cria-se ainda uma ampliação do campo de atuação
frequente principalmente dos construtores de pequeno porte, nas regiões interioranas do país.
que contem com a participação tanto dos executores das obras quanto dos usuários, evitando a
Por sua localização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSJ lida com o panorama
delineado pelas especificidades da realidade urbana das cidades brasileiras de pequeno e médio
porte, onde ainda existe uma carência de estruturas de planejamento e gestão. Isto abrange todos
das questões urbanas existentes e/ou na criação de um plano consistente para o futuro é diferente
daquela utilizada nos grandes centros e em suas regiões metropolitanas. Ainda que muitas
Vale lembrar ainda que, à medida que a concepção do edifício não está desconecta de seu
entorno, e de todo contexto em que se insere - social, econômico, político, ambiental, a produção
do objeto se mescla à do espaço urbano. Não é possível lidar com demandas específicas da
consequências de sua implantação na cidade, sejam elas físicas (na própria ocupação do
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Lembra-se aqui que a cidade conta apenas com um Plano Diretor (Lei nº 4.068 , 13 de novembro de 2006), ainda
não plenamente implantado, sem grande parte da legislação complementar necessária, p. e. uma Lei de Uso e
Ocupação do Solo.
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Assim, objetiva-se não só a compreensão generalista dos processos de planejamento e
gestão nas escalas urbanas e regionais, mas também um entendimento das possibilidades de
especificidades. O projeto pedagógico do curso engloba, neste eixo, uma sólida instrumentação e
Considerando o contexto histórico no qual o curso está inserido, não é possível evitar o
debate constante entre a inserção de propostas contemporâneas e sua interface com o parque
edificado já existente. A cidade de São João del-Rei conta com um expressivo patrimônio de
arquitetura colonial, especialmente em seu centro histórico, sobre o qual incidem tombamentos
Há um atuante conselho de patrimônio na cidade, que ainda não conta com diretrizes claras
que orientem suas ações, o que faz com que parte das edificações da cidade, principalmente no
centro histórico, acabem por adotar como estratégia de composição com o patrimônio histórico a
arquitetura colonial.
Neste sentido, cabe uma discussão das cartas patrimoniais e teorias mais recentes (CURY,
da cidade à convivência com o tecido e edifícios históricos ainda existentes, sem congelar o
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Dentre as mais relevantes temos a Carta de Atenas (1934), Carta de Veneza (1964) e a Carta de Washington
(1987), que contradizem muitas das políticas adotadas na cidade de São João del-Rei.
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crescimento de sua arquitetura e de sua infraestrutura urbana. Para este projeto pedagógico, a
dimensão crítica em torno do tema do patrimônio torna-se tão importante quanto o próprio
avaliação do objeto, em atestar sua relevância e saber abordá-lo de modo coerente ao passado e
contemporâneos.
Apesar do reforço nas discussões dos eixos o curso busca manter uma formação
2. Estrutura curricular
2.1. Diretrizes curriculares
A estrutura curricular do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSJ foi pensada não como
um objeto finalizado e enrijecido, mas antes como um instrumento de mediação entre agentes e
interessados (instituição, alunos, docentes, técnicos e a sociedade como um todo). Neste sentido,
ele é norteado pelas seguintes diretrizes, condizentes com o Art. 5° da Resolução 027/2013 do
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MEC, CNE, CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Resolução Nº 2, de 17 de junho de 2010. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do
curso de graduação em Arquitetura e alterando dispositivos da Resolução CNE/CES n°6/2006. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com _docman&task=doc_download&gid =5651&Itemid= . Acesso em março de 2013.
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BRASIL. Conselho de, Arquitetura e Urbanismo. Resolução 21, de 5 de abril de 2012. Dispõe sobre as atividades e atribuições profissionais do
arquiteto e urbanista e dá outras providências. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/ resolucao-cau-21-2012.htm. Acesso em
março de 2013.
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BRASIL. Universidade Federal de São João del Rei. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Resolução n° 027 de 11 de setembro de 2013.
Estabelece definições, critérios e padrões para organização dos projetos pedagógicos de Cursos de Graduação da UFSJ. Disponível em:
http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/soces/Res027Conep2013_EstabeleceNormasPPCs_Graduacao(1).pdf. Acesso em maio de 2014
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a) flexibilidade curricular: reduzindo o número de unidades curriculares obrigatórias e pré-
apropriação de conteúdos;
do discente;
qual o aluno busca apropriar-se dos conteúdos apreendidos nas unidades curriculares
relevantes nos eixos principais do curso, mas buscando uma formação de fato diversificada
formação complementar.
polaridade entre arte e tecnologia e direcionando os alunos a uma prática ética, cidadã e
socialmente inserida.
nos dois primeiros períodos, e um segundo momento, de Profissionalização, que ocorre a partir do
terceiro período, culminando com o Trabalho Final de Graduação (TFG). Estes momentos contêm
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(Atividades complementares, Estágio e Trabalho Final de Graduação), contabilizadas em horas-
relógio de 60 minutos.
aluno é estimulado a cursar a carga horária prevista em cada um dos dois primeiros períodos,
podendo personalizar a partir do terceiro período. Há uma diminuição gradativa da carga horária a
a) fixas: dentro dos moldes tradicionais, definindo os conteúdos a serem abordados que
são essenciais na formação dos alunos e garantem a base para as discussões posteriores
para as atividades propositivas ao longo do curso (são deste tipo as ementas das Oficinas);
c) genéricas: nas quais são trabalhados temas abrangendo uma gama de unidades
curriculares isoladamente. Por exemplo, para cursar o ciclo Intermediário, o aluno precisa ter
horária teórica; para cursar o ciclo Avançado, o aluno deve ser aprovado na Avaliação
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Horas relógio, conforme estabelecido em MEC, CNE, CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Resolução Nº 2, de 18 de junho de 2007. Dispõe
sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade
presencial . Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces002_07.pdf; Acesso em março de 2013
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Intermediária de Curso (AIC), que analisa o portfólio produzido no ciclo de Fundamentação e em
A representação gráfica do desenho curricular pode ser visto na figura 1, com as cargas
fundamentação. A instrumentação clássica é substituída por uma abordagem voltada para a crítica
período e conta com unidades curriculares de duração bimestral, que conferem maior velocidade
(ao realizar várias propostas em um curto espaço de tempo) e foco (ao limitar o número de
unidades curriculares concomitantes em três ou quatro e não seis ou sete como ocorre nos cursos
convencionais) ao aluno. Para cada período letivo (no caso deste ciclo, a cada bimestre), o aluno
Integrado –, na qual o aluno produz, com tutoria individual, um caderno técnico-teórico conectando
segunda instância, caracterizada como ciclo Avançado, tem estrutura semestral, semelhante ao
semestre sem atividades letivas obrigatórias, dedicado à terceira instância, o Estágio Curricular
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3. Detalhamento e implantação
3.1. Ciclo de Fundamentação
técnicas digitais e analógicas; tais como desenhos abstratos de ocupação do espaço, desenho de
embasamento teórico é sempre construído após o aluno ter iniciado o processo propositivo, ou
estratégias de composição formal (CHING, 2011; KANDINSKY, 2012). Também são iniciadas
introduzindo a lógica estrutural do espaço. Por fim, a partir das questões da virtualidade e do
programa (LEVY, 1996; FLUSSER 2005), os alunos propõem um objeto interativo, onde são
apropriando os conceitos até então vistos dentro de um contexto urbano em escala real. O terceiro
A Oficina II é dividida em três módulos principais. Diversos exercícios são aplicados, com
destaque para o desenho técnico à mão, croquis, workshops de percepção, maquetes físicas e
estudo aprofundado de uma ação que ocorre no espaço vivido e das percepções vinculadas a tal
anexados ao corpo físico, como próteses sensórias, a fim de modificar o padrão de percepção de
uma postura crítica diante de diferentes espaços arquitetônicos e suas interfaces com o contexto
urbano, tendo como referência uma ação ou função no espaço vivido. O procedimento envolve a
representação desses espaços como projeto. O Módulo 3 propõe uma intervenção urbana que
amplie a inserção e as interfaces dos habitáculos com a cidade para além do entorno imediato. O
objeto a ser gerado deverá potencializar a ação dos objetos no espaço, criando novas relações
devem identificar estratégias de plano, gestão e projeto na cidade a partir das questões que foram
fundamentação dos dois primeiros períodos, onde se destacam análises de espaços comuns para
produzidos na Oficina II), suporte de teórico, crítico e histórico aos processos de projeto (como nas
análises históricas dos locais das intervenções urbanas da Oficina I), respaldo técnico para
aplicação e experimentação diretas nos projetos trabalhados (como o suporte de Introdução aos
preferencialmente propositivo (podendo em alguns casos ser analítico), utilizando como suporte os
Políticas Públicas; Tópicos Especiais. A fim de assegurar que o aluno tenha acesso ao conteúdo
para o curso tenham realmente relevância e destaque na sua formação, o aluno deverá cursar,
dentre os Módulos técnico-teóricos ofertados a cada semestre, em qualquer ordem e segundo seu
interesse e escolha, pelo menos dois módulos de cada uma das quatro primeiras categorias.
Cobrem-se, assim, oito dos 14 Módulos técnicos-teóricos mínimos a serem cursados. Os demais
poderão ser escolhidos livremente pelo aluno. Quando da elaboração do Projeto Pedagógico, foi
prevista uma sequência de ofertas, que foi expandida até 2017. No entanto, sistematicamente têm
sido ofertados, quando há disponibilidade de cargas horárias, Módulos fora da sequência original,
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tais como Paisagismo e Tópicos Especiais em Tecnologia. No entanto, foram já verificadas
carências, tais como o estudo de técnicas construtivas convencionais11, cuja implantação será
buscando uma diversidade de oferta e uma afinidade com os interesses dos docentes
responsáveis. Busca-se evitar a lógica tipológica convencional, com terreno e programa pré-
regionalmente, bem como trabalhar com processo de projeto e planejamento, deixando para o
últimos tenham maior consistência teórica e conceitual, assim como um maior detalhamento das
propostas realizadas.
O processo de distribuição dos alunos nos temas é realizado pela Coordenação com auxílio
dos professores. Os temas são apresentados em um documento sucinto que descreve objetivos,
métodos e produtos esperados de cada estúdio. Os alunos então se candidatam aos estúdios
apresentando os portfólios. A seleção primária é feita pelos professores avaliando o portfólio dos
ajuste final é realizado pela Coordenação, que busca distribuir os alunos de modo que a maioria
consiga cursar sua primeira opção ao menos em um dos bimestres. Embora o processo pareça
subjetivo, ele permite uma análise mais cuidadosa da produção do aluno, premiando aqueles que
construíram um conjunto de trabalhos mais consistente, sem deixar de atender aqueles alunos
que apresentam lacunas na área do Estúdio. Os alunos não selecionados participam de uma
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Há Módulos que tratam dos sistemas vernaculares e dos sistemas alternativos, mas os sistemas convencionais são abordados somente no Ciclo
de Fundamentação.
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segunda rodada utilizando os mesmos critérios, até que todos os discentes sejam alocados nas
vagas disponíveis.
auxilia na integração dos conhecimentos das várias unidades curriculares cursadas no Trabalho
Integrado (T.I.). Esta tutoria é progressivamente reduzida, fortalecendo a autonomia do aluno, até
estudos autônomos. Dentro das normas atuais, os T.I.s são compostos de um caderno técnico-
teórico, no qual consta toda a apropriação e aplicação dos conteúdos de Módulos, optativas,
eletivas e estudos extras na proposta prática realizada, e de três pranchas-resumo, que irão
Uma das principais questões que se coloca é o nível de cobrança recomendado para
alunos de cada período, uma vez que todos terão percursos, habilidades e dificuldades muito
diferentes. Neste sentido, o conjunto dos professores busca criar parâmetros homogêneos de
científica. Exige-se, assim, um maior nível de detalhamento, uma maior complexidade propositiva
e uma maior capacidade analítica e crítica dos alunos mais avançados no curso. Também é
do ciclo Intermediário, que pode dar lugar a outras linguagens na medida em que o aluno vai
ganhando maturidade.
qual o tutor aponta seu desempenho em cinco quesitos propositivos e quatro instrumentais. São
qualidade; 2) contexto: relacionar o espaço proposto com o contexto histórico, social e cultural do
entorno e dos usuários; 3) escala: tratar adequadamente cada escala de intervenção, bem como
proposta e apresentar domínio das técnicas utilizadas para conhecê-las e alterá-las. Além disso, é
avaliada a área de atuação na qual o projeto se insere: edifício, desenho urbano, planejamento
Os alunos são avaliados continuamente por estes critérios, com notas de 0 a 10, que serão
adequado para o período em que se encontra, podendo a nota ser reduzida ou aumentada caso
Ressalta-se, no entanto, que a nota dada pelo tutor no decorrer do processo não considera
o conjunto da formação do aluno. É aceitável que o aluno deixe de trabalhar algum dos quesitos e
áreas em alguns dos estúdios, mas é fundamental que em algum momento todas as áreas sejam
abordadas. Também é esperada uma evolução nos quesitos, sendo que um trabalho que obtém
nota 7 produzido por um aluno de terceiro período não receberá a mesma avaliação se entregue
portfólio do aluno é enviado a um Avaliador Externo, que o analisa dentro de uma perspectiva
global, atribuindo notas aos quesitos a partir do conjunto da produção e verifica as áreas
trabalhadas pelo aluno ou eventuais lacunas existentes. A avaliação final é realizada por um
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professor do curso (Avaliador Interno), tutor do último estúdio cursado pelo aluno, que é capaz de
avalizar tanto seu processo como o estado corrente da sua produção. O resultado final é uma
composição destas avaliações - 40% da média obtida nos estúdios, 30% da nota dada pelo
todas as áreas, entrando no ciclo Avançado com total liberdade para selecionar suas unidades
adequado na maioria das áreas, mas apresenta deficiências, devendo ser indicadas ao aluno
unidades curriculares a serem cursadas no ciclo Avançado ou temas a serem trabalhados pelo
no ciclo Avançado, onde vai cumprir as eventuais recomendações (que serão checadas ao final
deste ciclo) ou desenvolver seus projetos de acordo com as próprias escolhas de tema ou ênfase,
do aluno e deverá ser desenvolvido pelo aluno em conformidade com seu campo de formação
entre educação escolar e o mundo do trabalho; assegurar a vivência de experiências próprias nas
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com a realidade socioeconômica, cultural e política do país, contribuindo na sua formação
profissional e pessoal.
Observa-se que, tendo em vista a oferta limitada de estágios na cidade de São João del-
Rei e região, o projeto pedagógico prevê um período de seis meses (idealmente o 7º período do
curso, livre de encargos acadêmicos, de modo que o aluno possa realizar o estágio em outras
cidades12. Com isso, permite-se que o aluno tenha contato com a realidade de atuação
profissional da sua cidade de origem ou de um grande centro urbano. Sugere-se que os alunos
optem por estágios em concedentes que atuem nas áreas destacadas do Projeto Pedagógico do
afim13.
Outra medida que visa a uma formação do aluno não restrita às atividades de sala de aula
compreender até 10% da carga horária total do curso. Assim, atua-se estrategicamente no reforço
incentivar a participação dos estudantes em eventos e viagens de estudo. Estas atividades não
pedagógico, devem ser acompanhadas por um professor do curso. Incentiva-se uma diversidade
optativas e eletivas, sendo que as primeiras são ofertadas dentro da própria grade do curso e as
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O estágio pode acontecer a qualquer momento após a integralização de 288 horas de Estúdios (normalmente 5º período), inclusive de forma
concomitante com outras atividades acadêmicas do curso.
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De acordo com a Lei Federal n° 11.788, de 25/09/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes. O Estágio Curricular Supervisionado
compreende um conjunto de atividades de aprendizagem profissional e cultural que ocorre além daquelas previstas na grade curricular, e é parte
integrante das diretrizes curriculares definidas pela Resolução n° 06, de 02/02/2006, e do Projeto Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo
da UFSJ.
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universidades via mobilidade acadêmica. O Projeto Pedagógico não diferencia a carga horária de
de Arquitetura e Artes Aplicadas) para ofertar um número suficiente de optativas dentro da própria
área do curso, o que leva os alunos à necessidade de procurar disciplinas em outros cursos e
departamentos15.
O Trabalho de Curso acontece nos dois últimos períodos em duas unidades curriculares
Seminários de Trabalho Final de Graduação (STFG) e TFG. Na primeira, são definidos os temas
partes: uma lecionada por dois professores, que orientam a construção do plano, e outra com a
orientações coletivas (duas bancas e duas orientações coletivas com outros professores que não
o orientador). Espera-se que assim o aluno responsabilize-se integralmente pelo seu trabalho e
sobre seu tema de estudo e de argumentação em cima de suas tomadas de posição em relação
ao trabalho desenvolvido. Tais habilidades serão extremamente úteis na sua atuação profissional
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Estas unidades podem ser cursadas como complementação do conhecimento em áreas afins, favorecendo a efetiva interdisciplinaridade entre
os cursos e estimulando sua capacidade de apropriação e aplicação de conteúdos diversos, de forma mais aprofundada e crítica. Nesse sentido,
estimula-se o aluno que esteja em posição mais avançada no curso, a fim de que ele tenha maior maturidade para aproveitar plenamente tal
experiência.
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Embora o próprio projeto pedagógico do curso preveja a não-obrigatoriedade de tal oferecimento, é do desejo de vários de seus docentes ofertar
optativas. Há um esforço nessa direção, especialmente a partir do momento atual, onde o quadro de professores se aproxima do número adequado
a um funcionamento mais fluido do curso e de uma melhor distribuição de encargos didáticos, a fim de proporcionar o envolvimento dos docentes
em outras atividades acadêmicas.
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futura, abrindo caminho para um posicionamento consciente, mas aberto e interdisciplinar.
4. Considerações finais
O Curso de Arquitetura e Urbanismo formou, em março de 2014, sua primeira turma regular
garantia de formação adequada para o aluno. Considera-se mais complexo avaliar o perfil do
aluno quando os percursos acadêmicos são únicos e devem ser analisados individualmente. A
segurança, neste caso, vem de uma consolidação do ciclo de fundamentação, que servem como
referência para o restante do curso, lançando as bases de um novo raciocínio espacial e para uma
processo avaliativo continuado, baseado não em um sistema arbitrário de notas, mas em uma
Neste sentido, apresenta-se outro desafio, que está na construção de uma equipe coesa e
afinada com a proposta do Projeto Pedagógico. Isso exige um fino gerenciamento para articular
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aspectos complementares do curso. As figuras da Avaliação Intermediária e das Bancas de
Por fim, já se podem experimentar grandes avanços referentes à aplicação deste projeto
pedagógico, sendo especialmente notada a formação de alunos com postura crítica, capazes de
lidar com diferentes realidades e demandas, propositivos e conscientes de seu papel de atuação
Agradecimentos
Agradecemos à equipe do Projeto Pedagógico original – Profa. Ana Paula Baltazar, profa. Ana
Cristina Reis Faria (coordenadora do curso quando da sua elaboração), Juliana Torres de Miranda
e Roberto Estaáquio dos Santos (consultores) – ao corpo docente atual e àqueles que por lá
passaram, além de todos os integrantes da UFSJ, instituição que muito tem nos apoiado nesta
empreitada.
5. Referências bibliográficas
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
CALVINO, Ítalo. (trad. Diogo Mainardi). Cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras,
1990.
CHING, Francis. Representação gráfica em arquitetura. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre o plano. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
REBELLO, Yopanan C. P.. A concepção estrutural e a arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2000.
STEVENS, Garry.The favored circle: the social foundations of architectural distinction, Cambridge:
MIT Press, 1998.
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