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ELADIO G. R.

PETRUCCI
Engenheiro, Ex-Professor Catedrático da Escola de Engenharia da Universidade Fede­
ral do Rio Grande do Sul; Ex-Professor Titular de Materiais de Construção da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo

CONCRETO
DE CIMENTO
PORTLAND
13a Edição

VLADIMIR ANTONIO PAULON


Engenheiro, Ex-Professor da Disciplina de Materiais de Construção da Escola Poli­
técnica da Universidade de São Paulo; Ex-Professor Responsável pela Disciplina de
Materiais de Construção da Universidade de Campinas; Engenheiro Sênior da Pro-
mon Engenharia, de São Paulo

G9DBO
Copyright © 1970 by Eladio G. R. Petrucci
Copyright © 1978 by Lia Miranda Petrucci

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CESUMAR - BIBLIOTECA C ro m o se te
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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte - Câmara Brasileira do Livro, SP

Petrucci, Eladio G. R., 1922-1975


Concreto de cimento Portland / Eladio G. R. Petrucci. - 13. ed.
rev. por Vladimir Antonio Paulon - São Paulo : Globo, 1998.

Bibliografia
ISBN 85-250-0225-9

1. Cimento Portland 2. Concreto I. Paulon, Vladimir Antonio,


1938- II. Título. III. Série

CDD-620.136
-620.15
-691.3
87-0537 -691.5

índices para catálogo sistemático


1. Cimento Portland *.Materiais de construção 691.5
2. Cimento Portland : Materiais de engenharia 620.15
3. Concreto : Materiais : Engenharia 620.136
4. Concretos : Materiais de construção 691.3
1
MATERIAIS COMPONENTES

O concreto hidráulico é um material de construção constituído


por mistura de um aglomerante com um ou mais materiais inertes
e água. Quando recém-misturado, deve oferecer condições tais
de plasticidade que facilitem as operações de manuseio indispensáveis
ao lançamento nas formas, adquirindo, com o tempo, pelas reações
que então se processarem entre aglomerante e água, coesão e resis­
tência.
Os materiais que o compõem são: cimento, agregado miúdo,
agregado graúdo e água.
Modernamente, porém, tem-se, freqüentemente, algum outro
constituinte destinado a melhorar ou conferir propriedades especiais
ao conjunto, tais como impermeabilidade da massa, diminuição
do calor de hidratação, aumento da durabilidade, maior plasticidade
quando fresco, rápido aumento da resistência quando endurecido,
etc. São os chamados aditivos, que dão origem aos concretos
tratados.
Produto fabricado pelo próprio engenheiro, muitas vezes no
canteiro de serviço, e devendo apresentar características e proprie­
dades compatíveis .com o fim a que se destina, dentro dos limites
econômicos de cada obra, exige o concreto, de seu executor, um
perfeito conhecimento das propriedades e qualidade dos materiais
constituintes e do proporcionamento destes, bem como da técnica
de seu preparo e uso.
Para obter um concreto durável, resistente, econômico e dc
bom aspecto, deverá o engenheiro estudar:
a) as propriedades de cada um dos materiais componentes;
b) as propriedades do concreto e os fatores suscetíveis dc
alterá-las;
c) o proporcionamento correto e a execução cuidadosa da mis­
tura em cada caso, a fim de obter as características impostas;
2 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

d) os meios de transporte, lançamento e adensamento compa­


tíveis com a obra;
e) o modo de executar o controle do concreto durante a prepa­
ração e após o endurecimento, a fim de capacitar-se do aten­
dimento das características exigidas, tomando os cuidados
devidos em caso contrário.

Ao conjunto cimento mais água dá-se a denominação do pasta;


adicionando um agregado miúdo à pasta, obtém-se a argamassa,
considerando-se o concreto como uma argamassa, à qual foi adiciona­
do um agregado graúdo.
A pasta terá como função;
a) envolver os agregados, enchendo os vazios formados e
comunicando ao concreto possibilidades de manuseio, quando
recém-misturado;
b) aglutinar os agregados no concreto endurecido, dando um
conjunto com certa impermeabilidade, resistência aos
esforços mecânicos e durabilidade frente aos agentes agres­
sivos.

A função dos agregados será;


a) contribuir com grãos capazes de resistir aos esforços solici-
tantes, ao desgaste e à ação das intempéries;
b) reduzir as variações de volume provenientes de causas
várias;
c) reduzir o custo.
2
FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE
DO CONCRETO

A qualidade do concreto dependerá primeiramente da qualidade


dos materiais componentes.
Impõe-se, portanto, quando se deseja um concreto superior,
uma seleção cuidadosa desses materiais.
Um fator a ser posto em evidência é a uniformidade. É pre­
ferível contar sempre com um produto de qualidade média do que
com um que oscile de ótimo a regular.
De posse de materiais de boa qualidade, é preciso misturá-los
nas proporções adequadas.
Neste proporcionamento, deve-se ter em conta a relação entre
cimento e agregado, a divisão do agregado em miúdo e graúdo e,
muito principalmente, a relação entre a água empregada e os ma­
teriais secos, ou, como é mais usual, a relação água/cimento.
Necessária ainda se torna, na massa do concreto, a mistura
íntima do cimento com a água e a distribuição uniforme da pasta
resultante nos vazios dos agregados miúdo e graúdo, que, por sua
vez, também devem ser convenientemente misturados.
Após a mistura, deve o concreto ser transportado, lançado
nas formas e adensado corretamente.
Um último cuidado se faz ainda necessário: a hidratação do
cimento continua por tempo bastante longo e é preciso que as con­
dições ambientes favoreçam as reações que então se processam.
É o que se denomina o cura do concreto.
Em suma, para obter as qualidades essenciais ao concreto:
facilidade de emprego quando fresco, resistência mecânica, dura­
bilidade, impermeabilidade e constância de volume depois de
endurecido, sempré tendo em vista o fator econômico, são necessários:
4 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

a) seleção cuidadosa dos materiais (cimento, agregado, água


e aditivos) quanto a:
— tipo e qualidade
— uniformidade
b) proporcionamento correto:
— do aglomerante em relação ao inerte
— do agregado miúdo em relação ao graúdo
— da quantidade de água em relação ao material seco
— do aditivo em relação ao aglomerante ou à água utilizada
c) manipulação adequada quanto a:
— mistura
— transporte
— lançamento
— adensamento
d) cura cuidadosa.
3
CIMENTO PORTLAND

3.1 — Composição química

0 cimento portland é um material pulverulento, constituído de


silicatos e aluminatos de cálcio, praticamente sem cal livre. Esses
silicatos e aluminatos complexos, ao serem misturados com água,
hidratam-se e produzem o endurecimento da massa, que pode então
oferecer elevada resistência mecânica.
O cimento portland resulta da moagem de um produto deno­
minado clínquer, obtido pelo cozimento até fusão incipiente (±30%
de fase líquida) de mistura de calcário e argila convenientemente do­
sada e homogeneizada, de tal forma que toda cal se combine com os
compostos argilosos, sem que, depois do cozimento, resulte cal
livre em quantidade prejudicial. Após a queima, é feita pequena
adição de sulfato de cálcio, de modo a que o teor de SO 3 não ultra­
passe 3,0%, a fim de regularizar o tempo de início das reações do
aglomerante com a água.
Para facilitar o estudo dos compostos do cimento, é corrente
considerá-los formados pela associação de corpos binários contendo
oxigênio, aos quais se dá o nome de componentes.
É costume, também, dar destaque a esses componentes nas
fórmulas dos compostos complexos que constituem o cimento.
Os componentes principais, cuja determinação é feita a partir
de uma análise química, são: cal (CaO), sílica (SÍO2), alumina
(.A l20 3), óxido de ferro (FeiO^), magnésia (MgO), álcalis (AaaO e
K 2O) e sulfatos (<S03).
Convém preliminarmente passar em revista os componentes
que se encontram nos cimentos:
CaO — A cal é 0 componente essencial dos cimentos, figurando
numa porcentagem de 60 a 67%. Na maior parte provém da
decomposição do carbonato de cálcio. Só em proporção muito
6 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIYEKSAL

pequena é que sc encontra em estado de liberdade no cimento


artificial. Em igualdade de condições, pode-se dizer que as pro­
priedades mecânicas do portland aumentam com o teor de cal,
desde que se encontre completamente combinada. Se o processo
de fabricação não é perfeito, pode resultar uma certa quantidade
de cal livre, cuja presença em estado anidro, acima de certos limites,
prejudica a estabilidade de volume das argamassas e concretos.
SÍO2 — A proporção de sílica no cimento portland varia de
17 a 25%. Ela se encontra combinada com outros componentes
e provém sobretudo das argilas usadas como matéria-prima. É da
sua combinação com a cal que resultam os compostos mais impor­
tantes do portland.
AI2O3 — Também da argila provém a alumina do cimento
artificial; seu teor varia geralmente de 3 a 8% . O composto formado
pela combinação desse oxido com a cal acelera a pega do aglomerante
e reduz sua resistência aos sulfatos, razão pela qual a quantidade
presente deve ser pequena. Praticamente não se pode prescindir
da alumina porque, agindo como fundente, facilita, com as tem­
peraturas correntes na indústria, o desenvolvimento das reações
que possibilitam a formação do clínquer.
FeíOz — Esse óxido, trazido pela argila, aparece geralmente
no cimento portland em quantidades relativamente pequenas, 0,5
a 6%, combinado com outros óxidos presentes. No cimento branco
pode descer abaixo de 0,2%. Geralmente não há a assinalar a pre­
sença de FeO, salvo em quantidades muito pequenas, até cerca
de 0,3%.
O óxido de ferro, desde que em porcentagem não muito elevada,
é útil pelo seu papel de fundente, desenvolvendo nesse sentido
uma ação talvez mais enérgica do que a alumina. Acredita-se que
os teores relativamente altos de alumina e óxido de ferro possam
facilitar a produção comercial de um cimento com porcentagem
de cal suficientemente alta para converter toda a sílica em silicato
tricálcico, sem que resulte cal livre em quantidade inconveniente.
SO3 — Tem sua origem principalmente no sulfato de cálcio
adicionado correntemente ao cimento para regular sua pega, retar­
dando-a. Geralmente, estabelecem as especificações o teor máximo
de 3% para SO3, considerando-se perigosa sua presença acima
desse limite, em virtude da formação do sulfoaluminato. Uma
boa parte do pequeno teor de enxofre contido nas matérias-primas
e no combustível desprende-se no forno com as poeiras.
MgO — A magnésia no cimento provém do carbonato de
magnésio presente no calcário, geralmente sob a forma de dolomita
(CaCO3, M g03), ou, em pequena quantidade, na argila. Seu teor no
cimento varia de 0,1 a 6,5%.
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

Admite-se que no cimento portland a magnésia não se encontre


combinada. Em quantidades superiores a certos limites, esse óxido
atua como expansivo, agindo de forma nociva sobre a estabilidade
de volume das argamassas e concretos.
Tanto em relação ao SO 3 como ao MgO, admite a maioria
das autoridades que devem ser fixados limites, visto que as provas
de resistência até 28 dias nada informam a este respeito. Quais os
limites a adotar é assunto discutível que tem figurado na literatura
técnica desde os primeiros tempos da história dos aglomerantes
hidráulicos.
K 2O — NazO — Os álcalis K 2O e N a20 encontram-se com
freqüência no cimento portland, em teores de 0,5 a 1,3%, desenvol­
vendo papel de fundentes na cozedura e agindo como aceleradores
da pega.
A certos agregados de composição determinada atribui-se a
propriedade de provocar expansões anormais nas argamassas,
quando 0 cimento contém um teor de álcalis superior a 0,6% (calcu­
lado como N a,0 -f- 0,658 K 20 ).
TÍO2 — M m O i ■ —• P 2O5 — Os óxidos de titânio e manganês
e o anidrido fosfórico são encontrados em pequenas quantidades
no cimento portland e, por isso, geralmente não são determinados
separadamente.

Perda ao fogo e insolúveis — Nas análises químicas dos


cimentos figuram, ao' lado dos componentes acima referidos, as
porcentagens correspondentes à perda ao fogo e insolúveis no HCl.
São dados que podem dar indicações sobre a eficiência da cozedura,
aeração ou adulteração.
A perda ao fogo reúne umidade, água combinada e gás carbô­
nico. As especificações toleram no máximo 4,5%, o que já é excessivo.
Na realidade, só atingiría limites dessa ordem em cimentos arma­
zenados por tempo muito longo em condições pouco favoráveis,
e isso ficaria patenteado nos ensaios mecânicos.
O teor de insolúveis tolerado em especificações em geral não
excede a 1%, sendo que na realidade raramente se encontra um
portland com mais de 0,4% de insolúveis.
A composição em óxidos dos cimentos nacionais, em valores
médios, é a seguinte:

CaO — 61 a 67 % MgO — 0,8 a 6 %


S i0 2 — 20 a 23 % SO 3 — 1 a 2,3%
Fe20-A - 2 a 3,5% Álcalis — 0,3 a 1,5%
A 12Oa — 4,5 a 7 %
ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

Os quatro primeiros componentes são os principais e deles


derivam os compostos fundamentais, que irão governar as pro­
priedades do produto.
Usa-se, na química dos cimentos, uma notação própria, sim­
plificada, que muito favorece o estudo e a compreensão dos fenô­
menos referentes a este aglomerante.
Assim, temos:
CaO — C
SiO 2 — S
Fe^Oà — F
AI2U3 — A

Conhecida a composição analítica do cimento, é possível, à


base de certas hipóteses, calcular as quantidades dos compostos
presentes.
Os resultados de inúmeros trabalhos sobre a constituição do
cimento portland mostraram ser ele essencialmente formado pelos
compostos: silicato tricálcico, silicato dicálcico, aluminato tricálcico
e ferroaluminato tetracálcico, além do MgO e pequena quantidade
de cal livre. Há a considerar ainda a existência de gesso.
O exame microscópico do clínquer revela o seguinte:
Silicato tricálcico: ocorre em cristais bem definidos, relativa­
mente grandes, com contornos hexagonais. Os cristais em algumas
amostras revelam formas muito perfeitas, com arestas bastante
vivas, e em outras apresentam corrosão acentuada, aparecendo os
ângulos arredondados (Fig. 1-A).
Silicato dicálcico: ocorre em cristais relativamente grandes,
exibindo forma arredondada ou apresentando bordos dentados,
sem nenhuma evidência de forma regular (Fig. 1-B).
Entre os cristais dos silicatos de cálcio encontram-se o material
intersticial claro e o material intersticial escuro, constituídos
essencialmente das fases que se achavam no estado líquido à tem-
perafura de clinquerização.
Das três formas alotrópicas do silicato dicálcico é o (}-2Ca0.Si02
que se encontra no cimento portland.
O material intersticial claro foi identificado como sendo a
fase contendo ferro, áCaO.Al203.Fe203 ou uma solução sólida
próxima dessa composição (&Ca0 .2A l203.Fe203 e 2Ca0 .Fe203).
Sua forma cristalina é às vezes difícil de ser distinguida(Fig. 1 -C).
O material intersticial escuro apresenta dois tipos: 0 cristalino
e 0 amorfo. O primeiro consiste de "àCaO-AhOz e o segundo é o
líquido que se solidificou sem ter tempo de cristalizar-se e é chamado
vidro. Em clínqueres comerciais o teor do vidro varia de 0 a 22%,
conforme a velocidade do esfriamento (Fig. 1-D).
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 9

Fig. 1 — M icrografia de urna lâmina de clínquer.

Outras fases observadas são CaO livre e MgO livre. Apresenta-se


a cal livre em grãos arredondados, usualmente como inclusões nos
silicatos. A magnésia à temperatura de clinquerização acha-se
dissolvida no líquido. Com o esfriamento muito rápido, parte
do líquido converte-se em vidro retendo a magnésia em solução.
Na parte do líquido que toma forma cristalina, a magnésia separa-se,
dando origem a cristais de periclásio, admitindo-se que uma' pequena
proporção, até cerca de 2%, se encontre em solução sólida no ferro
aluminato tetracálcico. Aparece o periclásio sob a forma de grãos
angulosos, de formato irregular. Geralmente se encontra associado
ao material intersticial.
Os demais componentes, que aparecem em porcentagens muito
pequenas, em geral inferiores a 2%, são usualmente ignorados
no cálculo dos compostos, por não se saber como realmente reagem.
A composição assim determinada é chamada de potencial,
pois presume-se ser o cimento inteiramente cristalino, sem qualquer
vitrificação, o que não é inteiramente correto.
A presença de porções vitrificadas afeta a porcentagem dos
compostos e, deste modo, o cálculo feito é apenas aproximado.
Inicialmente, a cal se combina com o oxido de ferro e a alumina,
para dar o ^CaO.AhOz.Fe^Oz (Cí AF), até esgotar-se o óxido de ferro.
A alumina restante vai formar, com a cal, o aluminato tricálcico
SCaO.AhOz (C3A). A sílica combina-se com a cal, dando o silicato
dicálcico 2CaO.SiC>2 (C2S). O restante da cal age sobre o silicato
dicálcico, dando 0 silicato tricálcico 3CaO.SiOz (C3S). Se houver
cal em excesso, haverá cal livre.
Cada um dos quatro compostos principais mencionados con­
tribui de maneira diferente nas propriedades do aglomerante.
10 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

Fig. 2 — Nomograma de B ogue,


CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 11

O cálculo dos compostos, a partir da análise química em óxidos,


é usualmente feito pelo método de B ogue, que admite encontrar-se
em equilíbrio o sistema na temperatura de clinquerização, assim
persistindo durante o esfriamento.
A aplicação deste método é grandemente facilitada pelo uso do
nomograma da Fig. 2, onde também se acha registrado um exemplo
de aplicação.
Nos cimentos brasileiros, são os seguintes os teores médios
dos compostos:
CsS — 42 a 60%
C2S — 14 a 35%
CZA — 6 a 13%
CiAF — 5 a 10%

Os característicos destes compostos, em resumo, são os cons­


tantes no quadro abaixo:

P r o p r ie d a d e C3S c 2s c 3a CUF

Resistência................ boa boa fraca fraca

Intensidade de reação média lenta rápida rápida

Calor desenvolvido. . médio pequeno grande pequeno

7 EM PO - DIAS -
C4» r - TCARO AlUMINATO. TETRACADCICO . « C iO .A I j^ .r a ^
C ,» - AURA IRATO TRICÁICICO ________________ JC a O . A ^
y . HUCATO BCÍICPCO--------------------- JCaO.OÍOj *
C« . SH.ICATO TMCMÍICO___________________ S M . SÍO ,

Fig. 3 — Comportamento mecânico dos compostos de


cimento.
12 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

Do ponto de vista da resistência, os dois silicatos de cálcio são


os fundamentais, o CsS nas primeiras idades e o C2S em idades
maiores, como pode ser visto na Fig. 3.
Os aluminatos são os responsáveis pelas primeiras reações,
porém atingem valores muito baixos de resistência aos esforços
mecânicos. Por outro lado, o calor desenvolvido pelas reações
do aglomerante com a água é devido, principalmente, ao CSA, seguido
pelo C3S. G C2S e o C4AF liberam muito pouco calor por ocasião
da hidratação.

3.2 — Hidratação do cimento

O cimento portland é constituído por um certo número de


compostos, cujas reações são a origem do processo de endurecimento.
Consequentemente, antes de estudar o mecanismo do endureci-
iqento, impõe-se examinar a natureza das reações desses compostos
com a água.
Os compostos presentes no portland são anidros, mas, quando
postos em contato com a água, reagem com ela, formando produtos
hidratados. A hidratação do cimento consiste na transformação
de compostos anidros mais solúveis em compostos hidratados
menos solúveis. Na hidratação, há formação de uma camada de
gel em torno dos grãos dos compostos anidros, de maneira que,
na zona de transição (zona intermediária entre o cristal primário
e o gel), a solução é supersaturada em relação aos compostos hidra­
tados. As variações de concentração de soluto e água fazem com
que se gere um gradiente de concentração, originando uma pressão
osmótica que vai trazer a ruptura do gel, expondo novas áreas do
composto anidro à ação da água.
Os produtos hidratados são de fraca solubilidade na água, de
tal sorte que, em um concreto denso, a dissolução é de grandeza
desprezível. Apesar disso, é interessante examinar 0 processo do
ataque pela água, 0 que se fará para o caso dos silicatos hidratados,
que são os compostos mais importantes do concreto endurecido.
O silicato hidratado, em presença da água pura, sofre hidrólise,
libertando íons Ca++ e 0H~, H4SÍO4 e íons dos ácidos silícicos,
até que a concentração atinja 0 valor necessário para o seu equilíbrio.
Se a extração for continuada, com água sempre renovada, 0 silicato
hidratado eventualmente deixará um resíduo, constituído de sílica
hidratada (H4SÍO4) „, passando o íon Ca++ totalmente para a solução,
acompanhado de íons 0 H~ e de parte da sílica que tende a permanecer
em solução na forma de ácido ortossilícico (H4SÍO4).
O silicato de cálcio hidratado constitui um exemplo de composto
que forma solução incongruente. O composto é parcialmente
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 13

decomposto, quando em contato com a água, perdendo, principal­


mente, cálcio e pouco silício, tornando-se menos básico. O equilíbrio
é atingido quando a concentração dos íons Ca++, libertados em
solução, atinge o valor necessário para estabilizar o silicato de cálcio
hidratado menos básico que resulta do processo de dissolução
parcial. Os dois silicatos sólidos, mais básico e menos básico, junta­
mente com a solução, formam um sistema em equilíbrio para cada
temperatura considerada. Adicionando-se hidróxido de cálcio à
solução, este se combina com o silicato menos básico e, se for ajuntada
mais água, esta se combinará com o silicato mais básico. Em ambos
os casos, o sistema tende a atingir o equilíbrio, embora possa exigir
tempo considerável em virtude da lentidão do processo químico.
Na prática, como foi dito, a dissolução do silicato hidratado, contido
no cimento endurecido, é insignificante, sobretudo nas massas de
porosidade reduzida.
Duas são as teorias clássicas que procuram explicar a hidrata-
ção: a de Le Chatelier e a de M ichaelis.
Na primeira, cristaloidal, o endurecimento é explicado pelo
engavetamento de cristais que se formam pela cristalização de uma
solução supersaturada de compostos hidratados menos solúveis
que os anidros.
O aglomerante, em definitivo, é um sistema de constituintes
anidros instáveis, que, em presença da água, tendem a dar um sis­
tema de constituintes hidratados estáveis.
Pela teoria .coloidal de M ichaelis, a hidratação do cimento
dá origem a uma solução supersaturada e formam-se cristais em
agulhas e palhetas hexagonais. Há formação de um silicato mono-
cálcico hidratado, pouco solúvel, que dá origem a um gel coloidal
na massa geleificada, que aprisiona os cristais; o gel continua a
tomar água, a massa endurece e impermeabiliza-se.
Veja-se o que ocorre com os compostos, na hidratação do ci­
mento:

C3S — A hidratação começa dentro de poucas horas, despren­


de-se calor; o composto anidro vai passando para a solução,
aparecendo cristais de Ca(0 H )2, enquanto uma massa gelatinosa
de silicato hidratado se forma em torno dos grãos originais.
C2S — É atacado lentamente pela água; depois de semanas
os cristais se recobrem de silicato hidratado. Forma-se também
Ca{OH)2, porém em menor quantidade que na hidratação de C3S.

CzA — Reage rapidamente com a água e cristaliza em poucos


minutos. Não se produz hidróxido, mas aluminato hidratado.
O calor de hidratação é tanto que quase seca a massa.
14 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

CiAF — Reage menos rapidamente que o C3A. Não libera


cal e forma também um aluminato hidratado.
Estas reações processam-se simultaneamente, havendo ainda
uma reação, da parte dos compostos, com 0 gesso.
O aluminato de cálcio hidratado reaciona com o sulfato de
cálcio e forma um sulf o aluminato conhecido pelo nome de sal de
Candlot.

CzA.aq. + ZCaSOi-------------- ■>3Ca0.Al20 3.3CaS0i.3lH20.

A cristalização dèsse sal se dá com fixação de muita água.


Havendo cal dissolvida na água de embebição, o aluminato
não está dissolvido e forma-se nos poros da massa uma quantidade
de sulf0aluminato maior do que eles podem conter, o que provoca
a expansão e desagregação do material.
Em caso contrário, isto é, formando-se 0 sulfo aluminato a
partir do aluminato dissolvido, a cristalização do sal não ocupa
um volume maior que o dos três componentes (água-aluminato-
sulfato), o elemento sólido se aloja nos poros e a massa se torna
mais compacta.
As reações de hidratação dos diversos produtos do cimento
portland podem ser representadas, de maneira esquemática, pela
Tabela I.
Os estágios I, Ia, IV e IVa referem-se às reações que se proces­
sam inicialmente. Se 0 estágio IV for formado em primeiro lugar,
a transformação para sulfoaluminato com alto teor de sulfato
pode começar em algumas horas. Os estágios V e Va se formam
quando a gipsita se esgota, isto é, dentro de 12 a 24 horas da mistura
do cimento com água.
No sistema complexo geral, pode haver superposição de diver­
sos estágios. A partir dos estágios V e Va, poderia ter-se um estágio
VI, adicionando-se a sílica oriunda dos silicatos, formando soluções
sólidas complexas.
Ainda um estágio III poderia ser imaginado, resultante da
combinação de alguma alumina com 3(7a 0 . 2»Sh'02.aq., formando
um silicato de alumínio e cálcio hidratado como ‘2CaO .AI2O
com separação de sílica.
Dos compostos resultantes, o único solúvel em água é o hidró­
xido de cálcio, sendo esta solubilidade a principal causa de degra­
dação do cimento endurecido.
Nos cimentos portland comuns formam-se de 13 a 17% de
Ca(OH)2.
A alta resistência do cimento se obtém pela melhor moagem
ou pelo aumento de C3S (aumentando CaO), mas isto ocasiona
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 15

T abela I

HIDRATAÇÃO DOS SILICATOS

Z C a0.Si0 2 2 C a 0 .S i0 2

i P A R C IA L Ia P A R C IA L

2Ca0.Si02.a.q. + Ca{OH) 2 2caO.1SiO2.aq.

(tobermorita) (tobermorita)

II CO M PLETA

3 CaO.2 SiO 2 .SH 2 O + C a(0H )2


(afwillita)

HIDRATAÇÃO DOS ALUMINATOS

áCa 0 .A l 2 0 3 .Fe 2 0 3 +
3 CaO.AhOa + C a S 0 i.2 H 20
+ C a S 0 4.2H 20 + C a(0H )2

IV IM ED IA TA IV a R Á PID A

Agulhas de
Agulhas de
3 CaO.Al 2 O 3 .3 CaSO 4 .a-q. e
oCaO.AZ2O3.3CatSO4.aq.
3CaO.Ee2O3.3CatSO4.aq.
(semelhante a estringita)
(provavelmente em solução sólida)

V + Ca( 0 H )2 Va
PLACAS H EX A G O N A IS PLA CAS H EX A G O N A IS

(solução sólida) (solução sólida)

3 CaO.Al 2 O 3 CaSO 4 .a-q. 3Ca0(AZ203.Ee203).CatS04.aq.

3 CaO.A Z20 3. Ca (OH)2•aq. 3 C a0.A l20 3.Ca(0H)2.a,q.


16 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

aumento de hidróxido, isto é, a melhoria de resistência é acompanhada


dc menor estabilidade química.
O Ca(OH) 2 dissolve-se até na água absorvida da umidade do
ar e, vindo à superfície em contato com o CO2 do ar, dá CaCO3.
Este carbonato insolúvel dá eflorescências brancas.
Na água do mar, o sulfato de magnésio nela contido reage
com o Ca(OH)o, e resulta CaSOé, com conseqüente depósito de hidró­
xido de magnésio. Este sulfato de cálcio ocasiona expansão na
massa do cimento e, juntamente com o existente na água do mar,
combina-se com a alumina e dá 0 sal de Candlot (sulfoaluminato
de cálcio insolúvel), o que agrava com o tempo a fragmentação
do cimento.
A adição do gesso ao clínquer é feita para impedir as reações
quase instantâneas do C3A. O gesso combina-se com o C3A.aq.
insolúvel, que precipita e retira, assim, da solução o C3A. A limita­
ção da quantidade de gesso é feita pelo teor de SO3] quantidades
excessivas podem dar lugar a cimentos expansivos (Sal de Candlot).

3.3 — Pega e endurecimento

Um cimento misturado com certa quantidade de água, de modo


a obter uma pasta plástica, começa a perder esta plasticidade depois
de um certo tempo.
O tempo que decorre desde a adição de água até ao início das
reações com os compostos de cimento é chamado tempo de inicio
de pega.
Este fenômeno de início de pega se evidencia pelo aumento
brusco de viscosidade da pasta e pela elevação da temperatura.
Convencionou-se denominar fim de pega a situação em que
a pasta cessa de ser deformável para pequenas cargas e se torna
um bloco rígido.
A seguir, a massa continua a aumentar em coesão e resistência,
denominando-se esta fase de endurecimento.
A determinação dos tempos de início e fim de pega é impor­
tante, pois através deles se tem idéia do tempo disponível para
trabalhar, transportar, lançar e adensar argamassas e concretos, bem
como transitar sobre eles ou regá-los para execução da cura.
Vários são os fatores que influenciam a duração da pega:
Cimentos ricos em C3A, que é o composto que reage imediata­
mente com água, dão pega muito rapidamente, devendo ser cor­
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 17

rigido este tempo de inicio de pega pela adição de gesso; a formação


de sulfoalüminato retarda a hidratação.
Para cada tipo de clínquer, existe uma quantidade ótima de
gesso a adicionar, e que é função, além do teor de C3A, da por­
centagem de álcalis e do grau de moagem a que se vai submeter
o clínquer.
A duração da pega varia na razão inversa do grau de moagem.
Os cimentos moídos muito fino dão início de pega mais rápido
e fim de pega mais demorado que os menos finos.
A quantidade de água empregada na confecção da pasta influen­
ciará a pega, verificando-se tempos de início de pega menores,
para maiores quantidades de água de amassamento.
O aumento de temperatura diminui o tempo de pega, utilizan­
do-se esse conhecimento para acelerar a pega em certas técnicas
de pré-fabricação.
Os cimentos que contêm escórias ou pozolanas são mais sensíveis
ao decréscimo de temperatura que os portland.
Temperaturas próximas a 0°C retardam as reações, e pouco
abaixo deste valor as paralisam.
Certos compostos solúveis aceleram a pega, ao passo que outros
a retardam.
Entre os primeiros, estão o cloreto de cálcio (em porcentagem
superior a 0,5%), o cloreto de sódio, alcalinos (potassa, soda);
como retardadores citam-se: gesso, carbonato de sódio, óxido de
zinco, açúcar, bórax, tanino, ácido fosfórico.
Com relação ao tempo de início de pega, os cimentos são clas­
sificados em cimentos de pega normal e cimentos de pega rápida.
Os primeiros, de acordo com a normalização brasileira, são
aqueles que dão início de pega num tempo superior a uma hora,
medido este tempo em condições estandardizadas, numa pasta
de consistência dita normal.
Nos cimentos de pega rápida, o fenômeno de pega se inicia
e termina em poucos minutos. Não existe no Brasil a fixação de
um valor do tempo de início de pega para estes cimentos.
As normas francesas classificam os cimentos, de acordo com o
tempo de início de pega, em:

Cimentos de pega rápida < 8 minutos.


Cimentos de pega semilenta, 8 a 30 minutos.
Cimentos de pega lenta (normal), 30 minutos a 6 horas.
Cimentos de pega muito lenta > 6 horas.
18 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

Poderiamos adotar, nas condições brasileiras, a seguinte orde­


nação:
Pega rápida < 30 minutos.
Pega semi-rápida, 30 a 60 minutos.
Pega normal > 60 minutos.
O fim de pega se dá de 5 a 10 horas nos casos de cimentos
normais; na pega rápida o fim se verifica poucos minutos após o
início.
Em alguns cimentos, apresenta-se um fenômeno conhecido
por falsa pega e que consiste em iniciar-se a pega poucos minutos
após a adição de água, verificando-se, porém, o fim de pega normal
(Fig.4).
DIAGRAMAS DA REGA E ENDURECIMENTO DE PASTA DE CIMENTO

Fig. 4 — Pega e endurecimento da pasta de cimento portland.

Nestes casos, um amassamento mais enérgico da pasta, sem


acréscimo de água, é suficiente para eliminar a falsa pega, passando
a pega a ser normal e não havendo perda de resistência mecânica.
Uma das causas da falsa pega é a desidratação do gesso, por
ocasião da moagem do cimento, onde a temperatura pode atingir
150°C. O fato está condicionado à quantidade de gesso desidratado
e à velocidade de precipitação.
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 19

Com as reações, a temperatura não se eleva, ao contrário do


que acontece com os cimentos de pega rápida.
A medida do tempo de pega se faz
com a utilização da agulha de Vicat
(Fig. 5) de formato cilíndrico, seção
circular de 1 mm2 e aplicada sobre.uma
pasta de consistência normal, com uma
carga de 300 g.
A consistência normal é determi­
nada pelo uso da sonda de T etmajer,
de formato também cilíndrico, mas de
diâmetro de 1 cm.
Diz-se que a pasta tem consistên­
cia normal quando, colocada em uma
forma de feitio de anel, com diâme­
tro interno de 8 cm e altura de 4 cm,
a sonda de T etmajer, colocada sobre
a pasta sem choque e sem velocidade
inicial, estacionar a 6 mm do fundo da
forma.
O tempo de início de pega é o
tempo que decorre desde o instante
em que se lança no cimento a água de
amassamento até que a agulha de Vicat,
aplicada também sem choque, estaciona Fig. 5 — Aparelho de V icat.
a 1 mm do fundo.
O fim da pega é o tempo que decorre desde o lançamento da água
de amassamento até o momento em que a agulha, aplicada suave­
mente sobre a superfície da pasta, não deixa vestígios apreciáveis.
As determinações devem ser feitas a 21°C e a umidade relativa
do ambiente deve ser superior a 85%.
Um aumento de temperatura faz diminuir bastante a duração
da pega do cimento portland, acontecendo o inverso com a diminui­
ção de temperatura.
Na temperatura de —1°C, a pega não se dá, havendo conge­
lação da pasta.
Estes fenômenos podem ser detectados por medidas de velo-,
cidade de propagação de som ou variação da resistência elétrica
sob uma corrente de alta freqüência, através de uma pasta de
cimento.
Assim, no primeiro caso, a velocidade aumenta bruscamente
a partir de um certo ponto (início de pega) e torna-se praticamente
constante mais adiante e igaial à velocidade numa pasta endurecida
(fim de pega).
20 ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL

A resistividade aparente apresenta dois mínimos bem definidos


com o correr do tempo, o primeiro correspondendo ao início e o
segundo ao fim de pega.
A medição de temperatura de uma pasta fazendo pega, em
um calorímetro, mostra também que o início de pega corresponde
a um início de aumento de temperatura c o fim de pega a um
máximo bem definido.
Deste modo, o início e o fim da pega dentro do processo
físico-químico de hidratação são fenômenos reais, postos em evi­
dência em vários sistemas de medida: mecânicos, térmicos, elétricos
e acústicos.

3.4 — Grau de moagem

Além da composição química do cimento, o grau de moagem


exerce grande influência sobre suas propriedades.
A hidratação dos grãos de cimento em contato com a água
se faz da superfície para o interior e, deste modo, o grau de moagem
influirá sobre a rapidez da hidratação e, conseqüentemente, sobre
o desenvolvimento de calor, retração e aumento de resistência com
a idade.
Como ordem de grandeza, pode-se citar que a água age a 0,5n
de profundidade nas primeiras 24 horas, 2n na primeira semana
e 4(i no primeiro mês.
Deste modo, um elevado grau de divisão conduzirá a eimentos
que endurecem mais rapidamente e mais resistentes à penetração
da água, bem como a pastas mais homogêneas e estáveis; em con­
trapartida liberarão maiores quantidades de calor, darão uma retra­
ção maior e por isso serão mais sensíveis ao fissuramento e a um
armazenamento longo no depósito ou na obra.
A medida do grau de moagem era, e ainda o é em muitos lugares,
feita através de um ensaio de peneiração por uma peneira padrão
(n.° 200, malha quadrada de 74^ de lado).
Esta determinação é bastante imprecisa e só foi conservada
em face da facilidade de sua execução, principalmente como au­
xiliar no controle de fabricação dos eimentos.
Modernamente, se utiliza ou a determinação de composição
granulométrica ou a medida da superfície específica, para definir
o grau de moagem.
No primeiro caso, verifica-se a variação da densidade por meio
de um areômetro, num tanque de sedimentação, onde se precipita
uma amostra dc cimento num líquido, que pode ser querosene ou

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