Sei sulla pagina 1di 7

Os contraceptivos que você tem

direito de exigir pelo SUS - e o que


fazer se não conseguir
(http://www.bbc.co.uk/portuguese)
Nathalia Passarinho - Da BBC News Brasil em Londres
Da BBC News Brasil, em Londres 29/06/2018 13h16

m n   H {Ouvir texto J Imprimir F Comunicar erro

Cecilia Tombesi/BBC NEWS

Não tem só camisinha e pílula nas unidades de atenção básica do SUS. Oito métodos de
contracepção devem estar disponíveis gratuitamente. Saiba quais e como cobrar, caso
não encontre essas opções na unidade de atenção básica da sua cidade!

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, em tese, oito tipos de contraceptivos,


entre os quais o Dispositivo Intrauterino de cobre (DIU de cobre), a camisinha
masculina e feminina, e o anticoncepcional injetável ou em pílula. Além disso, é
possível fazer vasectomia e laqueadura, se o homem e ou a mulher tiver mais de 25
anos ou dois filhos.

Mas reportagem exclusiva (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44549368) da


BBC News Brasil mostrou que, na prática, as mulheres enfrentam desinformação e
falta de treinamento dos profissionais de saúde na busca por contraceptivos no
sistema público. Grande parte dos postos de saúde e maternidades focam na oferta
de camisinhas e anticoncepcionais em pílula.

Com 55% de gestações não planejadas, Brasil falha na oferta de contracepção


eficaz (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44549368)
Exclusivo: Por dentro de uma 'clínica secreta' de aborto no WhatsApp
(https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43155634)
Por que Congresso e STF caminham para lados opostos na discussão sobre
aborto no Brasil (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44458907)
A mulher denunciada por médica de plantão e processada por aborto: 'Fui
interrogada enquanto sangrava' (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-
44293621)

Em alguns Estados - principalmente nas regiões Norte e Nordeste - colocar DIU


pode ser uma missão quase impossível. O principal problema, segundo relato de
médicos e pacientes, é a falta de profissionais treinados para fazer o procedimento,
embora ele seja simples, rápido e não exija anestesia.
O Ministério da Saúde diz que, se as unidades de atendimento básico não
disponibilizarem o método procurado - entre os que são ofertados pelo SUS -, o
paciente deve cobrar informações das secretarias ou conselhos municipais de
Saúde. Isso pode ser feito por meio de ouvidorias.

Ginecologistas com experiência na rede pública também sugerem que as pessoas


reportem o problema no Disque Saúde (discando 136)- serviço de atendimento à
população do Ministério da Saúde. "Diante da reclamação, o Ministério da Saúde
pode cobrar informações da Secretaria de Saúde do município onde falta o método
contraceptivo", diz a ginecologista Renata Reis.

Outra possibilidade é recorrer ao Ministério Público. O promotor de Justiça de Minas


Gerais, Márcio Ayala, explica que, se os moradores verificarem a ausência dos
contraceptivos nas unidades de atenção básica, eles podem procurar a promotoria
da cidade e reportar o problema.

Isso pode ser feito pessoalmente na sede da promotoria, nos horários de


atendimento ao público, ou por meio das ouvidorias - o telefone é normalmente
disponibilizado no site da promotoria de cada município.

Diante da reclamação, o promotor pode cobrar uma resposta do Conselho Municipal


e da Secretaria de Saúde, e estipular um prazo para que o serviço seja
disponibilizado. Se não houver resultado, o Ministério Público pode entrar com uma
ação na Justiça para obrigar o município ou Estado a oferecer o contraceptivo.

"O Ministério Público é o fiador dos serviços públicos. Se há uma demanda da


sociedade, se as pessoas não estão tendo acesso (ao contreceptivo), fazemos a
demanda extrajudicial primeiro", diz Ayala.

"Se o serviço não for disponibilizado no prazo, o Ministério Público pode entrar com
uma ação civil pública para compelir município e Estado a suprirem (a demanda)."

Saiba o que faz parte do "cardápio" de contraceptivos do SUS.

Anticoncepcional oral 'combinado'

A pílula é o contraceptivo mais utilizado pelas mulheres brasileiras. Contém dois


hormônios produzidos pelos ovários - o estrogênio e a progesterona -, e funciona
inibindo a ovulação.

O método tem eficácia em 99,7% dos casos, mas isso quando se considera o uso
"perfeito", ou seja, quando o medicamento é tomado todos os dias corretamente.
Mas esquecimentos são comuns e aí a proteção cai significativamente - para em
torno de 91%.

A eficácia também pode ser comprometida se a mulher tiver diarreias intensas e


vômitos.

Não há evidência científica de que os antibióticos reduzam a eficácia da pílula,


segundo a Dr. Renata Reis. Mas, na dúvida sobre se o medicamento que você vai
tomar pode ter algum efeito na eficácia do anticoncepcional, verifique isso com o
médico que prescreveu e leia a bula.

De acordo com a médica ginecologista Natália Zavattiero, entre os possíveis efeitos


colaterais do anticoncepcional combinado oral estão a diminuição da libido, com o
uso prolongado. "E algumas pacientes relatam ganho de peso", disse.
Esse tipo de pílula, por causa da liberação do estrogênio, também aumenta de 2 a 4
vezes o risco de trombose. Mas Carolina Sales Vieira, professora da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que
esse aumento no risco é menor que o provocado por uma gestação.

"Temos de 1 a 5 casos de trombose a cada 10 mil mulheres. Quando eu uso uma


pílula, anel ou adesivo hormonal, eu vou aumentar em duas a quatro vezes esse
risco. O número ainda é muito baixo. A gravidez aumenta de 20 a 80 vezes o risco
de trombose", diz.

Os benefícios incluem redução da tensão pré-mentrual, da cólica e do fluxo de


sangramento.

Minipílula

Essa pílula anticoncepcional só possui um tipo de hormônio, a progesterona. Por


isso, segundo Carolina Sales Vieira, ela não aumenta o risco de trombose.

Embora também atue inibindo a ovulação, a eficácia é menor que a pílula


anticoncepcional combinada, por isso só costuma ser indicada durante o período de
amamentação.

Ela deve começar a ser tomada na sexta semana após o parto, para que não haja
qualquer interferência na fase inicial de produção de leite. Após este período, a
minipílula não interfere na amamentação.

E por possuir quantidade pequena de hormônio, é ainda mais importante observar a


regra de tomar todos os dias, no mesmo horário. Um simples atraso de mais de três
horas no horário de tomar já reduz a eficácia.

Cada cartela tem 28 pílulas e não há intervalo entre uma cartela e outra.

Injeção mensal ou trimestral

Outro método que você pode buscar pelo SUS é o anticoncepcional injetável, que
pode valer por um mês ou três meses e também inibe a ovulação.

É considerado mais eficiente que o anticoncepcional em pílula porque a mulher não


precisa se lembrar de tomá-lo diariamente.

O injetável mensal contém dois hormônios- estrogênio e progesterona. Mas


Carolina Vieira destaca que a quantidade de estrogênio é menor que a do
anticoncepcional oral.

"O estrogênio acaba em 15 dias e aí só sobra o progestagênio (nome para a


progesterona desenvolvida em laboratório) nos outros 15 dias. Em tese, ele seria
mais seguro que a pílula e o anel hormonal. Mas faltam estudos para comprovar
isso."

Já o injetável trimestral só possui progesterona, o que reduz ainda mais as


contraindicações e os riscos. Somente o estrogênio é associado ao risco de
trombose.

"Ele é mais seguro que os métodos que têm estrogênio. Sobre isso não há dúvida.
Mas ele vai ter algumas particularidades, porque tem mais quantidade de
progestagênio, então pode dar mais fome e a mulher pode ganhar mais peso e reter
líquido", diz Vieira.
A médica Natália Zavattiero menciona a possibilidade de sangramentos irregulares
após a primeira dose. "Normalmente, isso costuma melhorar a partir da segunda
ampola, quando a paciente normalmente para de menstruar."

Já com a injeção mensal, a mulher menstrua normalmente. "Algumas pacientes


podem ter um sangramento maior que com a pílula oral e alguma retenção de
líquido."

É importante lembrar que, embora a eficácia desse método ultrapasse 99%, esse
percentual cai se a nova dose não for injetada no término de 30 dias (no caso do
mensal) ou 90 dias (no caso do trimestral).

DIU de cobre

O Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre é o principal método contraceptivo de


longa duração oferecido pelo SUS. Apresenta seis falhas a cada mil casos e dura
10 anos. Por não depender da "memória" e pela eficácia continuada, é considerado,
por muitos especialistas, um dos métodos mais eficientes para evitar a gravidez.

"É uma das melhores opções para pacientes jovens e adolescentes", diz Natália
Zavattiero.

Mas encontrá-lo na rede pública não é tarefa tão fácil. Em algumas cidades, falta
material. Em outras, o problema é a ausência de profissionais treinados para fazer o
procedimento, embora ele seja simples - dura cerca de 15 minutos.

"A maioria das mulheres pode sentir um desconforto, como uma cólica mais forte,
na hora de colocar (o DIU). Mas não há necessidade de anestesia e pode ser feito
em ambiente ambulatorial", afirma Zavattiero.

O principal efeito colateral é um fluxo menstrual mais intenso, para algumas


mulheres. "A paciente pode ter um aumento tanto em dias (para 8 dias, em média)
quanto em quantidade de sangramento (um aumento em torno de 25%). E pode ter
um aumento de cólica."

"Com relação a riscos, o principal risco do DIU é o deslocamento - ele sair da da


cavidade uterina, da posição correta. Mesmo assim, é considerado um método
seguro", completa a ginecologista.

O DIU de cobre normalmente não é indicado a pacientes com anormalidades


anatômicas do útero, anemia, vírus HIV, que tenham alergia a cobre, que estejam
com câncer no colo do útero ou com infecção ginecológica ativa.

Carolina Vieira destaca que mais de 70% das mulheres que usam o DIU de cobre
se dizem satisfeitas com o método. A ginecologista Renata Reis destaca que, por
desinformação, há quem pense que esse contraceptivo é "abortivo".

"O cobre funciona matando o espermatozóide e o óvulo antes de eles se


encontrarem, ou seja, antes da fecundação. Ele não tem efeito abortivo", diz.

Camisinhas feminina e masculina

Estão incluídos no rol de métodos de "barreira". São os únicos métodos


contraceptivos capazes de prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis,
como a aids. As camisinhas masculina e feminina não devem ser usadas ao mesmo
tempo, porque o atrito pode aumentar o risco de rompimento.

Carolina Vieira, da USP, destaca que a camisinha é essencial no combate a


doenças sexualmente transmissíveis, mas a taxa de falha no caso de gravidez é
maior que a de métodos contraceptivos de longa duração (como o DIU e a injeção
hormonal) - 98% de eficácia, quando usada perfeitamente.

Quando ela não é usada corretamente, ou seja, quando consideramos o seu "uso
real", a eficácia cai para 82%.

A eficácia real dos métodos contraceptivos foi verificada a partir de uma pesquisa
da Universidade de Princeton (EUA) que acompanhou 100 mulheres que usaram
diferentes métodos contraceptivos durante um ano.

Diferentemente da masculina, a camisinha feminina pode ser colocada horas antes


da relação sexual, segundo a ginecologista Renata Reis. "As mulheres que usam a
camisinha feminina costumam gostar. É só introduzir como se faz com um
absorvente íntimo. Depois da relação, você torce para fechar e joga fora", disse.

Diafragma

Também é um método de barreira, mas a eficácia é bem menor que a da camisinha


e não previne contra doenças sexualmente transmissíveis. Pode ser usado junto
com a camisinha, para aumentar a eficácia.

A orientação do SUS é que a pessoa interessada consulte o ginecologista antes de


levar esse método para a casa, para que receba instruções sobre como usar e
tenha o seu diafragma medido.

"O diafragma é inserido na vagina, com espermicida. A mulher tem que ser treinada,
junto com um médico ginecologista capacitado, para saber colocar de maneira
correta e de maneira que cubra o colo do útero. E para saber o tamanho do
diafragma", diz a ginecologista Renata Reis.

Pílula de emergência (ou pílula do dia seguinte)

Essa pílula só contém o hormônio progesterona, mas em quantidade maior que em


uma pílula anticoncepcional comum. Não deve ser usada como método
contraceptivo, porque a eficácia é bem menor- 75%.

A pílula de emergência é oferecida nas unidades de atenção básica a homens e


mulheres que relatarem terem feito sexo sem proteção ou em caso de falha do
contraceptivo.

A eficácia é maior até 72 horas após o ato sexual, mas pode ser tomada até cinco
dias depois - quanto maior a demora em tomar, menor a eficácia em evitar a
gestação.

E a pílula de emergência não interfere numa gravidez em curso, ou seja, não


funciona como abortivo.

Por desinformação, muita gente acha que esse tipo de medicamento provoca a
"morte do embrião". Na verdade, ele inibe uma fecundação que iria acontecer, ao
retardar ou inibir a ovulação. Se a fecundação já tiver ocorrido, o medicamento não
terá efeito.

"Os principais sintomas são uma irregularidade menstrual, no período posterior ao


uso, o que, para uma adolescente com medo de engravidar, pode ser um
transtorno. Também pode dar dor de cabeça e causar um inchaço", diz a
ginecologista Natália Zavattiero.

Laqueadura e vasectomia
A esterilização é oferecida no SUS somente para homens e mulheres com mais de
25 anos ou dois filhos. Em várias clínicas, os profissionais de saúde se confundem
com essa regra achando que é preciso ter mais de 25 anos e dois filhos, mas os
critérios são independentes.

As etapas até conseguir fazer o procedimento podem ser burocráticas. A lei, por
exemplo, exige que pessoas casadas autorizem o parceiro ou parceira a fazer a
vasectomia ou laqueadura.

A BBC News Brasil mostrou que os moradores do Norte e do Nordeste, regiões com
maiores taxas de natalidade, são os que mais têm dificuldade de acesso a DIU,
laqueadura e vasectomia.

A vasectomia sequer é oferecida em alguns Estados - em um ano, nenhum


procedimento foi realizado em Alagoas e Amapá, de acordo com os dados do Data
SUS.

O Ministério da Saúde afirmou que, por serem procedimentos difíceis de serem


revertidos, laqueadura e vasectomia "devem ser realizados com cautela".

O importante é ter todas as opções à mão

As médicas consultadas pela BBC News Brasil destacam que não existe um
método melhor do que outro. Todos têm vantagens e desvantagens.

Cada mulher deve escolher, conforme suas necessidades, o contraceptivo mais


adequado. O ideal é ter todos os métodos à disposição, principalmente os de longa
duração, além de acesso a informações sobre cada um deles.

"Existem mulheres que se beneficiam com um método ou com outro. O importante é


ser informada sobre os benefícios e malefícios de cada um, para que os riscos não
sejam subestimados nem superestimados", defende a professora Carolina Sales
Vieira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.

Veja também

Leis do Brasil autorizam esterilização forçada,


mas dificultam voluntária

Maior cidade do interior do RJ vive surto de


chikungunya, com 1.966 casos

Número de mortes por diabetes cresce 12% no


Brasil em seis anos

Apesar de deficiências, 88% dos brasileiros


querem que SUS seja mantido

Com 55% de gestações não planejadas, Brasil


falha na oferta de contracepção eficaz
Estudos com ratos abrem possibilidade de
elaboração de comprimidos de insulina

© 1996-2018 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados. Hospedagem: UOL Host

Copa 2018
Ver tabela

O DIA DA COPA
FRA 1x0 BEL CRO x ING

AO VIVO ENCERRADO 11.07 - 15H00

Potrebbero piacerti anche