Computadores

S E G U N D A - F E I R A 2 3 D E Z E M B R O 2 0 0 2 D I R E C T O R J O S E M A N U E L F E R N A N D E S E D I T O R R U I J O R G E C R U Z

PUB
Para computador O direito à As aulas que Mais troca Sugestões para
ver melhor privacidade vão até ao aluno de músicas os atrasados
Prémio Científico IBM para Novos princípios orientam Os cursos da LearnKey Blubster é um novo Os jogos para preencher
investigador do IST o uso da Net e do E-mail para aprender à distância ‘shareware’ para ocupar eventuais lacunas
e fundador da Reverse no emprego ou pela Net vazio do Napster nos sapatinhos
➜ págs. 8/9 ➜ pág.3 ➜ pág.5 ➜ págs.12 ➜ pág.15

PRIMEIRA REUNIÃO DA COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA A INOVAÇÃO E CONHECIMENTO

Um 2003 cheio de iniciativas PEDRO FONSECA

GOVERNO

O
NÃO
CONHECE a totali-
dade das redes de
telecomunicações
e os projectos lan-
çados no âmbito da sociedade
da informação na administra-
ção pública. Por outro lado,
vai avançar com um projecto
para facilitar a aquisição de
computadores portáteis a
alunos e professores do ensino
superior no âmbito do pro-
grama Campus Virtuais.
Na primeira reunião da
Comissão Interministerial
para a Inovação e Conheci-
mento, realizada na semana
passada em Lisboa, o Execu-
tivo anunciou que pretende
racionalizar as infra-estru-
turas de comunicações na
administração pública, o
que passará por fazer um
levantamento do que existe
em termos de redes, serviços
e programas redundantes.
Também será efectuado o
levantamento dos diferen-
tes projectos em curso nos
diferentes departamentos
ministeriais — mais de 250,
segundo foi revelado —, por
forma a apresentar publica-
mente um plano de acção até
ao início de Fevereiro ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜
“para saber quem faz o
quê e com que meios e evitar
duplicações”, bem como “dimi-
nuir custos de comunicações
e de infra-estruturas”, como
referiu Diogo Vasconcelos,
responsável da Unidade de
Missão Inovação e Conheci-
mento (UMIC).
A dinamização de “campus”
universitários virtuais passa
pelo apoio à aquisição de
computadores portáteis para
alunos e professores, prepara-
dos para acesso sem fios (ver
caixa na pág. 2). A ideia é
conseguir um tecto financeiro
máximo de 50 euros mensais
durante um prazo até três anos,
prazo dependente obviamente
do modelo de computador esco-
lhido. O anúncio formal desta
medida será efectuado em
Janeiro mas sabe-se que assentará
em parcerias entre sector financeiro
e vendedores de equipamentos, e
deverá ainda associar empresas de
comunicação social “como alavanca
para ter conteúdos de qualidade”,
segundo Diogo Vasconcelos.
A aposta nestes benefícios para os
estudantes e os professores deve-se a
que eles constituem “um conjunto de
pessoas que têm necessidades diárias
de acesso ao conhecimento”, referiu
aquele responsável, e “têm um efeito
multiplicador junto da sociedade”.
Ainda do lado da modernização da
administração pública — uma “visão
não de ganhos imediatos mas até ao
final da legislatura”, como salientou
Diogo Vasconcelos —, a aposta é no
apoio a projectos estruturantes e no
lançamento de iniciativas de carácter
mobilizador.
Entre as principais prioridades
para 2003, conta-se o Portal do Cida-
dão para agregar de forma acessível
os serviços do Estado disponíveis
aos indivíduos ou às empresas. No
entanto, este portal estará agrupado
não por ministério mas por “eventos
de vida”, como estudar ou traba-
lhar. Os ministérios terão de formar
uma “task force” em Janeiro e um
primeiro protótipo multiplataforma
estará disponível em Maio.
Em termos de estratégia para
as compras públicas por meios elec-
trónicos, em Janeiro será levado a
Conselho de Ministros um programa
nacional neste domínio. Até Abril,
será lançado um portal informativo
sobre os concursos públicos abertos e
onde será possível a qualquer cidadão
saber que empresas estão a concorrer
aos concursos públicos — conforme
garantiu Carlos Oliveira, coordenador
da UMIC para as acções do governo
electrónico. Vão surgir seis casos-
piloto — nos ministérios da Defesa,
das Obras Públicas, da Educação,
da Saúde, da Segurança Social e na
secretaria-geral da Presidência do
Conselho de Ministros —, cuja avalia-
ção será conhecida em Outubro.
Até final de 2003, será lançado
um portal transaccional após a alte-
ração da lei. É que o decreto-lei sobre
as compras electrónicas aprovado
pelo governo anterior tem falhas,
nomeadamente quanto à compra de
serviços e à realização de leilões,
referiu Carlos Oliveira.
A avaliação periódica dos sítios na
Web dos organismos sob administra-
ção directa e indirecta do Estado vai
ter uma segunda edição e divulgação
pública durante o primeiro trimestre
de 2003, um ano após a realização do
primeiro estudo.
A UMIC referiu ainda o interesse
em disponibilizar acesso à banda
computadores .2
monitor
O mercado nacional das TMT
Ao contrário do que várias análises apontavam sobre
larga em todo o território nacional a obteve 7 por cento. Neste sentido, o mercado das tecnologias de informação, media e
preços acessíveis. Nas áreas que não a UMIC vai participar a 27 e 28 de telecomunicações (TMT), este cresceu em termos
têm acesso DSL ou por cabo, prevê- Janeiro no lançamento nacional do de proveitos operacionais totais de 2000 para 2001.
se a criação de redes comunitárias VI Programa-Quadro e dinamizar o Em 1999, cifrou-se nos 11,517 milhões de euros; no
em parcerias públicas, privadas e conhecimento de programas comuni- ano seguinte, passou para os 13,064 milhões e, em
com envolvimento autárquico. “Sem tários — como o eContent, o eSafety, 2001, atingiu os 15,393 milhões de euros. Em termos
concorrência nas telecomunicações o eTen, o eLearning ou o GoDigital de contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB),
fixas, o que fizermos na sociedade da —, pretendendo ter disponível, em os 4175,56 milhões de euros deste sector valiam, no
informação será sempre limitado”, meados de Janeiro, um portal e um ano passado, 3,7 por cento. Os dados constam do
reconheceu Diogo Vasconcelos, que guia para os candidatos nacionais. estudo “O Mercado das TMT em Portugal”, lançado
classificou de “excelente” a opção de O responsável da UMIC revelou na semana passada pela Reportium XXI Consulting,
ter a RTP a disponibilizar conteúdos ainda que, de acordo com um estudo no seguimento dos relatórios anuais editados pela
para a banda larga, segundo consta assente numa amostra de 3001 indi- desaparecida Maxitel Consulting.
das “Novas Opções para o Audiovi- víduos, um em cada três portugueses Rui Pires, responsável da consultora, explicou esta
sual”, apresentadas na semana pas- usa hoje a Internet e 74 por cento conjuntura — aparentemente contraditória com
sada pelo ministro da Presidência, deles fazem-no frequentemente. A os sinais do mercado — pelo facto de a crise ser
Morais Sarmento. utilização está correlacionada com anunciada mas não real. Nos dados compilados, a
Em termos de acessos a meca- a idade (os escalões etários mais partir dos relatórios e contas de mais de 300 empresas,
nismos financeiros comunitários, o baixos usam mais) e com o nível de salienta-se um crescimento positivo em termos de
responsável da UMIC referiu que instrução, já que é utilizada nos seg- recursos humanos. Em 2000, eram 57.265 as pessoas
Portugal apenas conseguiu 1,2 por mentos mais escolarizados: 81 por neste sector para, no ano seguinte, serem 61.669, um
cento do volume de financiamento, cento das profissões intelectuais e aumento de 7,7 por cento. Neste ano, devem ter sido
quando foi contribuinte líquido em científicas usam-na, comparado com suprimidos 1118 postos de trabalho.
1,4 por cento no V Programa-Quadro um em cada 10 trabalhadores não Curiosamente, no subsector dos média, desde 1997,
de Investigação e quando a Grécia qualificados. ● todos os anos têm desaparecido postos de trabalho.
Um outro dado curioso, relativo a 2001, é que as
maiores receitas por trabalhador surgem na categoria
Da banda larga sem fios à ‘webização’ das universidades de vendedores e distribuidores (513.200 euros),
bem longe da segunda categoria dos operadores e
O que é o acesso à Internet por banda larga num computador que não está prestadores de serviços, com 323 mil euros.
ligado fisicamente a um modem DSL ou à rede da televisão por cabo e qual As conclusões acerca do consumo das TMT apontam
o impacto desse tipo de acesso num ambiente universitário? No sentido para que a moda é “fundamental” e o preço “de
de responder a estas questões e divulgar o impacto das novas tecnologias importância capital”. Os portugueses procuram
sem fios nos espaços universitários, a Unidade de Missão Inovação e equipamentos multifunções e, na Internet, a
Conhecimento (UMIC) vai realizar a 14 de Fevereiro um colóquio subordinado credibilidade é fundamental em entidades às quais
ao tema “Promoting WLAN and Virtual Campus — Making Broadband Access não se tem acesso físico. O estudo da Reportium
a Priority”, no Tagus Park. perspectiva a três anos a evolução do mercado das
A começar, o responsável da UMIC, Diogo Vasconcelos, vai divulgar o projecto TMT. No caso dos telemóveis, deverá passar-se dos 9,4
Virtual Campus — com a apresentação de um caso concreto português —, milhões actuais de acessos — dos quais 11 por cento
a que se seguirá uma comunicação de João da Silva, da Comissão Europeia, representam utilizadores ligados a mais do que um
sobre o estado das redes locais sem fios na Europa. Os aspectos da tecnologia, operador — para 10,1 milhões em 2005.
dos serviços e dos mercados serão depois analisados por representantes das Em termos de acessos por UMTS, o próximo ano
empresas Telia, Nokia, Intracom, MegaBeam, Eicar Office, Analysys Research e deverá ver 2800 utilizadores com aparelhos a
do regulador nacional, a Anacom. funcionar, enquanto em cada um dos dois anos
Analisando mais em concreto a sua aplicação e experiências em espaços seguintes vão aderir 150 mil utilizadores. Em 2005,
universitários, vão falar representantes da Cisco, da PT Inovação, das também os acessos totais à Internet de banda larga
universidades de Bremen, Lancaster, Estrasburgo, Atenas e Zurique, via DSL deverão atingir os 1,5 milhões (contra 65 mil
finalizando-se com uma discussão com representantes das universidades no final do ano, estimativa elaborada a partir dos
nacionais de Aveiro e Porto, e do Instituto Superior Técnico (IST), de Lisboa. actuais 36 mil acessos vendidos), enquanto pela rede
A interligação de alunos, professores e serviços das universidades, a qualquer de televisão por cabo a penetração será de apenas 831
hora e em qualquer local, através da Internet ou de plataformas como os mil acessos a partir dos actuais 220 mil. A explicação
telemóveis é, aliás, um dos objectivos do projecto Campus Virtual — razão por para o sucesso do DSL está nas actuais ofertas dos
que a UMIC pretende ver facilitada a aquisição de computadores portáteis diferentes operadores.
por alunos e professores. Em 2005, um cliente com acesso aos serviços fixo
Em geral, pretende-se uma “webização” dos processos dentro de cada e móvel de telefone, televisão por cabo e Internet
universidade, através de um único portal, com aplicações que garantam a deverá despender 84,35 euros mensais, em média,
interoperabilidade, de arquitectura aberta e capazes de sustentar a evolução ficando-se hoje esse valor pelos 77,39 euros.
do projecto a longo prazo. Em termos de conteúdos, aposta-se no E-learning Quanto à televisão digital terrestre, Rui Pires não
e na banda larga. A formação de professores e funcionários está também acredita que ela esteja a obter receitas já em 2005:
contemplada. “Haverá investimentos mas não receitas e, a existir,
Tanto para o caso dos alunos como dos professores, estes passam a ter serão residuais”, referiu no lançamento do estudo.
uma página na Web gerada automaticamente quando efectuam a sua Dos 13 convidados a apresentarem cenários para
matrícula ou são admitidos, respectivamente, onde constam as informações os próximos anos no estudo, apenas um traça um
e as transacções que lhes dizem respeito, tanto em termos dos serviços cenário negativo. Mas, por exemplo, o ex-ministro
administrativos como das cadeiras que lhes interessam. Oliveira Martins refere que “os negócios das
São ainda contemplados outros serviços e conteúdos da universidade a telecomunicações têm de se ajustar à economia
disponibilizar de forma electrónica, como é o caso da biblioteca, da cantina, real” e “não devem continuar com os malabarismos
da reprografia, da associação de estudantes ou de outras organizações da de gestão”. ● PEDRO FONSECA
universidade. ● P.F.
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 USO DA INTERNET E DO CORREIO ELECTRÓNICO COM NOVOS PRINCÍPIOS ORIENTADORES
Proteger o direito à privacidade
do E-mail e da Web
TÉ ONDE VÃO OS DIREITOS à pri-
A
vacidade dos empregados no
uso do correio electrónico e da
navegação na Web, e os direi-
tos de controlo das empresas?
É lógico que as empresas restrinjam o
acesso a determinados sítios na Internet
e leiam as mensagens de correio electró-
nico dos seus funcionários? Estas e outras
questões relacionadas com
a privacidade no local de FÁTIMA CAÇADOR /
trabalho no âmbito da uti- Casa dos Bits
lização do correio electró- c o m PAT R Í C I A C A L É
nico e da Internet, além do
tratamento de dados em centrais telefóni-
cas estiveram em discussão na passada
semana sob o patrocínio da Comissão
Nacional de Protecção de Dados (CNPD).
Esta entidade independente — que
tem funções de Autoridade Nacional de
Controlo de Dados Pessoais — aprovou em
Outubro último os
“Princípios sobre
a Privacidade no
Local de Trabalho”,
um documento que
contém um conjunto
de linhas orientado-
ras respeitantes à
utilização das novas
tecnologias e, nome-
adamente, do cor-
reio electrónico e do
acesso à Internet.
O documento
— sem qualquer
validade legal que
ultrapasse a sim-
ples orientação de
normas para as
empresas e empre-
gados — foi ela-
borado face à lei
ainda vigente do
Código de Traba-
lho e entregue ao
Ministério do Tra-
balho e Segurança
Social no passado
mês de Novembro.
Amadeu Guerra,
vogal da Comis-
são Nacional
de Protecção de
Dados, explica que não existe legislação
específica sobre os aspectos que abarcam
o direito à privacidade nestas áreas e que
mesmo o Código de Trabalho actualmente
em discussão não contempla o uso do E-
mail e da Internet nem o tratamento de
dados das centrais telefónicas.
Ainda assim, a Comissão Nacional de
Protecção de Dados não tem sido muito
solicitada para emitir pareceres no âmbito
da utilização das novas tecnologias no local
de trabalho, admitindo Amadeu Guerra
que esta situação se deve ao facto de a
maioria das empresas não ter ainda adop-
tado nenhuma política sobre o assunto.
O debate realizado em torno dos
princípios agora apresentados envolveu
representantes das entidades emprega-
doras e dos sindicatos, mostrando todos
os participantes consonância em relação
às propostas e acolhimento favorável às
linhas definidas pela Comissão Nacional
de Protecção de Dados.
Um dos responsáveis pela proposta
de lei para o novo Código do Trabalho,
Pedro Romano Martinez, da Faculdade
de Direito da Universidade de Lisboa,
considera que o documento proposto pela
Comissão Nacional de Protecção de Dados
traduz uma preocupação de equilíbrio
entre os direitos do trabalhador e os do
empregador. Esta é uma das principais
questões envolvidas no tratamento destas
matérias, já que, como afirmou Pedro
Romano Martinez se está “entre dois
direitos, o da segurança da empresa e o da
liberdade do funcionário”.
Reconhecendo que
o facto de não existir
nenhuma legislação espe-
cífica sobre esta área cria
um problema — porque
ninguém sabe como tratar estas questões
—, João de Deus, da União Geral de Tra-
balhadores (UGT), considera de extrema
importância a comunicação da Comissão
Nacional de Protecção de Dados. Por seu
lado, Joaquim Dionísio, da Confederação
Geral dos Trabalhadores Portugueses-
Intersindical (CGTP-In), lamenta que não
tenham sido abordados os aspectos rela-
cionados com a videovigilância e o trata-
mento de dados médicos relacionados com
questões de medicina do trabalho.
De facto, o documento aborda as ques-
tões de tratamento de dados das centrais
telefónicas, do uso de E-mail e da Internet,
partindo da ideia de que estas últimas
são, hoje em dia, importantes factores
de modernização, organização e aumento
da produtividade e competitividade. Por
isso, os princípios definidos tendem a ter
em conta as questões da protecção da vida
privada e da privacidade de trabalha-
dores, procurando um equilíbrio com as
necessidades de as empresas assegura-
rem um rendimento de trabalho e controlo
de custos de telecomunicações.
Porque, muitas vezes, o bom-senso
para estabelecer estas regras e normas
de utilização não é suficiente, quer para
as empresas quer para os funcionários,
as recomendações da Comissão Nacional
de Protecção de Dados versam alguns
princípios genéricos, que podem ser
adoptados nas empresas (ver caixa).
No geral, fica assente que a entidade
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
empregadora deve proceder à definição
e informação aos trabalhadores das
condições de uso dos meios da empresa
ou do grau de tolerância admitido. Esta
informação deve versar a existência de
formas e metodologias de controlo, os
dados tratados e o tempo de conservação
dos mesmos, assim como as consequên-
cias da utilização abusiva ou indevida
desses mesmos meios.
No tratamento de dados relacionados
especificamente com o correio electró-
nico, a Comissão Nacional de Protecção
de Dados sublinha que as empresas não
têm o direito de abrir automaticamente
as mensagens dirigidas ao trabalhador,
mesmo que a utilização do E-mail para
fins privados tenha sido proibida. O
acesso ao correio electrónico deverá ser
o último recurso a utilizar pela entidade
empregadora, sendo desejável que se
realize na presença do trabalhador e de
um representante da comissão de traba-
lhadores.
Na mesma linha de ideias de tole-
rância e protecção do princípio da
privacidade, a Comissão aconselha os
empregadores a não efectuarem um con-
trolo permanente e sistemático do acesso
à Internet. O documento sublinha que
deverá ser admitido um certo grau de
tolerância face ao acesso ao meio para
fins privados, nomeadamente se este
decorrer fora do horário de trabalho.
Entre o difícil equilíbrio das liberdades
e dos direitos de funcionários e empresas,
esgrimindo argumentos de vida privada
e segurança ou custos, o estabelecimento
de normas e regras claras e amplamente
divulgadas poderá ajudar a evitar casos
extremos que agudizem as relações entre
as duas entidades. É preciso, porém, como
salienta a Comissão Nacional de Protec-
ção de Dados, que mesmo essas regras
estejam dentro dos limites legalmente
reconhecidos, descartando desta forma
possibilidades de intromissão abusiva e
assegurando a pertinência e o direito de
oposição por parte dos funcionários. ●
Princípios gerais
● Perante a massificação dos
meios de comunicação, é ilógico,
irrealista e contraproducente que,
no contexto da relação de trabalho,
se proíba — de forma absoluta — a
utilização do correio electrónico e o
acesso à Internet para fins que não
sejam estritamente profissionais.
● A entidade empregadora deverá
analisar todos os factores — a
salvaguarda da liberdade de expressão
e de informação, a formação, o livre
desenvolvimento e iniciativa do
trabalhador, a sua sensibilização
para acesso às redes públicas, os
custos para a empresa, as políticas de
segurança, de privacidade e o grau
de utilização destes meios, o tipo de
actividade e grau de autonomia dos
seus funcionários, bem como as suas
necessidades concretas e pessoais
— para definir regras claras e precisas
em relação à utilização do correio
electrónico e da Internet para fins
privados.
● Estas regras — que não podem
ser desenquadradas da prática
institucionalizada e das necessidades
particulares dos trabalhadores
— devem assentar nos princípios da
adequação, da proporcionalidade, da
mútua colaboração e da confiança
recíproca.
● Estas regras devem ser submetidas à
consideração dos trabalhadores e dos
seus órgãos representativos, sendo
claramente publicitadas por forma a
que seja assegurada uma informação
clara sobre o grau de tolerância, o tipo
de controlo efectuado e, mesmo, sobre
as consequências do incumprimento
daquelas determinações (cf. art. 10.º
n.º 1 da Lei 67/98).
● É desejável que a entidade
empregadora permita que os
trabalhadores utilizem, com
moderação e razoabilidade, os meios
que esta colocou à sua disposição.
● A entidade empregadora que
permite a utilização do E-mail para
fins privados e que não põe limitações
à utilização da Internet, que não
pretende estabelecer limites à sua
utilização e, em consequência, se
recusa a efectuar qualquer tipo de
controlo dos trabalhadores está
dispensada de notificar aqueles
“registos de comunicações”
(tratamentos) à CNPD.
● O administrador de sistema está
vinculado à obrigação de segredo
profissional, não podendo revelar
a terceiros os dados privados dos
trabalhadores de que tenha tomado
conhecimento em consequência
das acções de monitorização dos
seus postos de trabalho.
Fonte: “Princípios sobre a Privacidade
no Local de Trabalho”, da autoria
da Comissão Nacional de Protecção de Dados
computadores .3
 Contra a vigilância, release 3.0
vigiar…

Amanhã verificar-
se-á um movimento
mundial para perturbar
os responsáveis pelas
câmaras de vídeo
Inteligência artificial
que todos os dias nos
vigiam. A véspera de
Natal — ao meio-dia,
o número de jovens

É
mais concretamente, CADA VEZ MAIOR dos jogos tal como sucede nas hierarquias
pois é quando os adultos que adquirem “on-line” da vida real. É vida, tanto no “on-line” como
seguranças dos centros pelo menos uma parte das suas no “off-line”.
comerciais e outros capacidades sociais. E esta simples Por outro lado, os menos dotados ficam
estabelecimentos mais ideia tem implicações fascinantes para trás, como sucede normalmente. Os
usam as técnicas de e de longo alcance. jogos, provavelmente, não conseguem
videovigilância, atentos Atentemos naqueles jovens que são resolver o problema e muita gente nunca
aos potenciais roubos grandes jogadores “on-line” e nas pessoas jogará esses jogos.
—, foi declarado com quem eles interagem. Este grupo não
por uma coligação inclui apenas os miúdos que jogam os Você tem experiência?
internacional como o chamados “twitch games”, que apuram os Mas, para quem não está num caso nem
“World Sousveillance reflexos. Ele também abrange os milhares noutro, existe uma possibilidade esti-
Day”. “Sousveillance”, de pessoas que apuram as suas capacidades mulante: a experiência “on-line” conta.
vigilância invertida individuais e a aprendizagem em equipa Quando se está “on-line”, pode-se esco-
ou “vista de baixo”, com os jogos “on-line” multijogador em lher jogos com regras que nos agradem
é o contraponto mundos persistentes. E S T H E R D Y S O N e mesmo definir as regras. Mas não se
à “surveillance” Nestes mundos, se não se gosta das pode escolher apenas as regras que nos
tradicional, “vista de regras de um jogo, pode-se tentar outro façam ganhar constantemente, pois é
cima”. O movimento, — ou podemos juntar-nos a outros joga- Até o Exército dos EUA necessário deixar que outras pessoas
com sede na Web em dores e mudar essas regras. Ou podemos está presente neste participem nessa escolha. Conjuntos de
http://wearcam.org/ começar de novo se sentirmos que tivemos jogo. No 4 de Julho, regras que não sejam leais e justos não
wsd.htm , pretende uma falsa partida. E embora os ambientes durarão muito tempo.
ele lançou o ‘America’s
chamar a atenção para sejam artificiais, os jogadores neles presen- Estes jogos não farão dos apáticos
“os efeitos progressivos tes são bem reais. Army’, concebido pessoas brilhantes nem dos sedentários
e desumanos da Estes jogadores estão longe de serem como uma ferramenta incorrigíveis uns esculturais atletas, nem
crescente penetração passivos; eles contribuem para a definição de formação para curarão as chagas sociais. Mas eles per-
das câmaras de das regras e integram estruturas sociais a recruta. O jogo mitem às pessoas corrigir os seus erros.
vídeo para vigilância, que poderiam surpreender até os criadores Proporcionam a oportunidade de tentar de
por parte do dos próprios jogos. O “EverQuest”, um dos estimula o trabalho de novo e, desse modo, ganhar a autoconfiança
‘covernement’” (uma jogos de fantasia “on-line”mais populares equipa em pelotões que resulta da realização — e não de um
mistura de “corporate” — com 465 mil jogadores registados — levou e depressa se tornou professor bem-intencionado nos dizer que
e “government”), os seus fãs a constituírem grupos que vão num êxito, com “somos capazes”.
a combinação desde os cinco aos 5 mil membros. E, ao contrário dos bairros da vida
das empresas e “Nós não prevíamos uma tal dimen- milhares de pessoas a real, podemos virar as costas à má vizi-
dos governos que são para o fenómeno: todos os sítios na descarregarem-no da nhança “on-line”. Os assistentes sociais
estimulam a vigilância Web [que foram criados], a actividade Net e 4 mil pessoas a afirmam que uma das principais causas
em locais privados e extra-económica e os sítios dos fãs que jogarem-no ‘on-line’ de reincidência se verifica em pessoas
públicos. ● proporcionam quantidades incríveis de que regressam aos seus antigos bair-
informação pormenorizada”, diz Robert
ao mesmo tempo. ros e voltam a assumir os seus antigos
… para confrontar Gehorsam, um antigo executivo da Sony comportamentos condenáveis. Ora estes
hoje ligado a este jogo. jogos não nos obrigam a virar costas aos
os responsáveis
Dos 150 milhões de pessoas que jogam nossos velhos amigos — mas permitem-
videojogos de forma interactiva nos EUA, nos experimentar um novo bairro com
Dado que muitos cerca de 16 milhões fazem-no “on-line” regu- regras melhores, onde o crime não
dos responsáveis larmente, de acordo com Mark Surfas, do dos Estados Unidos da América. Nele já compense.
da vigilância Gamespy, o sítio de referência da indústria foram treinadas gerações de jovens rapa- No futuro, quando as empresas admi-
“covernement” dos videojogos. Este número aumentará zes e raparigas, tendo sido a primeira tirem empregados, poderão ter em conta a
“tentam proibir outros rapidamente à medida que mais pessoas instituição norte-americana a realizar experiência “on-line” dos candidatos. Há
de fotografarem aderirem às ligações de banda larga à uma efectiva integração. O Exército é tão indivíduos com 20 e poucos anos que já
ou registarem em Internet, que as consolas de jogos como a grande que não pode limitar-se a escolher se mostraram capazes de dirigir grupos
vídeo nos seus PlayStation 2, da Sony, a Xbox, da Micro- os melhores — mas será ele capaz de criar “on-line” com 5 mil pessoas, diz J.C.
estabelecimentos soft, e a GameCube, da Nintendo, forem os melhores? Com certeza, é disso que trata Herz, da Joystick Nation, um estudioso
ou nos seus países”, apresentando recursos de rede e os progra- o treino militar. de longa data deste fenómeno. Estas pes-
este dia servirá para madores de jogos começarem a criar títulos Do mesmo modo, jogos comerciais como soas inspiram lealdade e dão mostras de
uma “paródia” de mais atraentes para o sexo feminino. “EverQuest” e “Asheron’s Call” ensinam responsabilidade. Quem é que desdenharia
disparos fotográficos (implicitamente) aos jogadores que eles contratá-las?
ou filmagens em Jogar para chegar ao quartel poderão ter maior êxito se se enquadrarem Entretanto, gostaria de ver alguém
vídeo sobre todas as E até o Exército dos EUA está presente numa equipa do que se jogarem sozinhos. apresentar esta tecnologia a algumas
câmaras de segurança neste jogo. No 4 de Julho [a festa nacional Ao trabalharem em grupo, podem derro- daquelas culturas disfuncionais que vemos
visíveis, por forma a de comemoração da independência do país], tar inimigos (monstros, na sua maioria), como nossas inimigas. Chamemos-lhe a
reclamar a obrigação ele lançou o “America’s Army”, concebido adquirir capacidades e construir reputações Liberdade Online deste século — em vez
de esses responsáveis como uma ferramenta de formação para perante adversários reais. da Rádio Liberdade. Se dermos aos afegãos
se darem conta do a recruta. O jogo estimula o trabalho de Quando desconhecidos se encontram “on- e aos norte-coreanos uma oportunidade de
que fazem. O World equipa em pelotões autoconstituídos e line” — tal como “off-line” —, eles podem definirem as suas próprias regras no seu
Sousveillance Day foi depressa se tornou num êxito, com milhares decidir ajudar-se uns aos outros e colabo- próprio contexto “on-line”, livres de inter-
uma ideia de Ronald de pessoas a descarregarem-no da Internet rarem, ou podem atraiçoar-se mutuamente. ferências governamentais, o que é que
Deibert, professor de e 4 mil pessoas ou mais a jogarem-no “on- E depois enfrentam as consequências: o sucederia?
ciências políticas na line” ao mesmo tempo. esforço de equipa bem sucedido conduz à Provavelmente, não seria o mesmo que
universidade canadiana “America’s Army”, criado para pre- camaradagem. As vitórias solitárias sobre “EverQuest” mas seria certamente melhor
de Toronto, e pretende dispor os jovens a alistarem-se na tropa um monstro ou dois poderão ampliar as que o mundo em que hoje vivem — e isso
chamar a atenção da vida real, introduz os jogadores nos capacidades de um jogador mas não lhe poderia dar-lhes um incentivo para também
para a crescente meandros do Exército, das suas regras granjeiam muitos amigos. mudarem o seu mundo real. ●
expansão de todas as e dos seus valores: criar equipas, desen- Uma corrente de pensamento afirma
formas de vigilância volver capacidades e coisas assim. E se que os jogos (e o Exército) apenas fazem Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI,
nas sociedades tudo isto agradar — rezam as legendas emergir os melhores: as pessoas que são edita o boletim “Release 1.0”, é presidente da EDventure
contemporâneas, de —, alista-se no Exército para viveres mais capazes para a interacção humana, Holdings (organizadora do PC Fórum) e foi,
que nem todas as isso mesmo. as pessoas com coragem e as pessoas que até Novembro de 2000, presidente da Internet
pessoas têm verdadeira O Exército é uma força importante melhor mantêm a calma em circunstâncias Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN)
consciência. ● na história militar mas também social difíceis ascendem ao topo das hierarquias Exclusivo New York Times / PÚBLICO

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2

Novos caminhos da aprendizagem
ITERACIA, CONHECIMENTO, formação
L
profissional e especialização são
expressões cada vez mais na
moda, quase verdadeiros luga-
res-comuns do discurso social e
político moderno. Mas uma das dificul-
dades é transformar essas necessidades
reconhecidas em realidades universais
— uma das razões por que o ensino
à distância tem vindo a ganhar o seu
espaço face ao convencional
ensino presencial. E, neste FERNANDO
campo, longe vai já o tempo
do uso exclusivo de manuais e cassetes
de áudio ou de vídeo, com as tecnologias
mais recentes a abrirem novos caminhos
à aprendizagem.
É o caso das propostas da empresa
norte-americana LearnKey, que se dedica
à formação sobretudo na área da informá-
tica, aproveitando os progressos tecnoló-
gicos nas tecnologias de informação para
fornecer conteúdos para o ensino-apren-
dizagem electrónica, o E-learning. Para
isso, além do tradicional vídeo, utiliza o
CD-ROM ou soluções “on-line” mais sofis-
ticadas (ver caixa).
Foi com um curso básico, em CD-ROM,
de Office XP, com um disco para cada um
dos programas (Word, Outlook, Excel
e PowerPoint), que se experimentou o
ensino facultado pela LearnKey. Este tipo
de curso tem apenas um conjunto de lições,
enquanto nos cursos completos do mesmo
pacote há três conjuntos. E a conclusão
geral é que se trata de um “software”
— em inglês, visto que não existe versão
portuguesa — suficientemente expedito
no desempenho, intuitivo e prático na
utilização, acompanhado de conteúdos
satisfatórios e explícitos, apresentados
com bastante animação e interactividade.
E estes aspectos não valem apenas por si,
pois proporcionam ao formando uma total
liberdade de movimentos e de cadência
no estudo, propiciadoras de resultados
positivos qualquer que seja o seu tempo
disponível e o seu ritmo de trabalho.
“Grosso modo”, os cursos são compos-
tos pelas apresentações, exercícios e testes
— e todos eles podem ser interrompidos,
ficando uma marca a assinalar o que já foi
concluído; há ainda a possibilidade de, a
qualquer momento, consultar um glossá-
rio de termos utilizados ou de usar outros
recursos informativos (como programas
de cursos) existentes nos CD ou obtidos
via Internet.
A janela de trabalho, muito intuitiva,
não ocupa o ecrã todo, embora seja “mini-
mizável”, e pode ter um fundo próprio ou,
em alternativa, sobrepor-se às demais
janelas abertas, dispondo de três grandes
áreas: a de vídeo digital propriamente
dito, em cima a toda a largura; uma
outra, em baixo à direita, com botões de
controlo do vídeo (regressar ao início do
tópico, interromper ou recomeçar/saltar) e
acesso a outras funções (índice completo,
exercícios, testes, glossário e “entrada
da escola”, que permite mudar de curso/
programa); e uma última área, em baixo
à esquerda, para navegar fluentemente
entre as várias lições e, nestas, se escolher
entre os respectivos tópicos.
As apresentações são bastante
claras. Para além do vídeo — em que a
demonstração prática é acompanhada
de explicação pela voz do formador —,
integram também “slides” com dicas ou
resumos e ainda exemplos interactivos
para que o aluno melhor se familiarize
quer com o ambiente, quer com as opera-
ções. Têm, contudo, uma limitação: como
cada tópico coincide com um “videoclip” e
não há botões que permitam avançar ou,
sobretudo, recuar progressivamente, não
LEARNKEY, UMA SOLUÇÃO DE ENSINO À DISTÂNCIA
é possível saltar para um ponto concreto a finais”, que são cronometrados e em que, cios são 13, enquanto o teste inicial apre-
meio de uma explicação. por vezes, é possível invocar uma imagem senta 20 perguntas e o exame final 40.
Os exercícios — que se destinam a para enquadrar a pergunta. Concluídos os Nos restantes cursos do pacote experi-
recapitular os aspectos principais do testes, são mostrados resumos e é dada a mentado, o Outlook tem 10 lições (criar e
curso solicitando ao utilizador que exe- possibilidade de completar respostas em trabalhar com mensagens, listas de distri-
cute ele próprio as tarefas numa simula- falta ou rever as já dadas, ao que se segue buição de correio, anexar ficheiros, enviar,
ção — são acompanhados das funções de a apresentação de um gráfico de “perfor- receber e organizar ‘mail’, entre outros
dica (uma pista para encontrar a solução), mance”, com comparação face ao mínimo assuntos), 51 tópicos, 12 exercícios, e 20 e
passos (descrição das etapas a cumprir) exigido para terminar com sucesso. 50 perguntas respectivamente para o teste
e referência (indicação da lição e tópico O curso básico de Word, por exemplo, inicial e o exame final. Já o Excel tem sete
onde o assunto é exposto), tem oito lições (totalizando 46 tópicos), que lições — livros e folhas de trabalho, mani-
SANTOS podendo ainda, em caso de abarcam a iniciação — arrancar com pro- pulação de valores, gráficos, imagens,
erro, repetir ou solicitar-se grama, usar caixas de diálogo, abrir docu- formatação, composição e apresentação de
uma explicação. Cada exercício, assim mentos, copiar/cortar e inserir elementos trabalhos —, 53 tópicos e 39 exercícios. O
como cada tópico, depois de PowerPoint também
concluídos, ficam marcados dispõe de sete lições
de forma a ser possível (personalizar a inter-
saber-se, a cada momento, face, “templates” e
em que ponto se está, “wizards”, planificar
sobretudo se tiver havido apresentações, traba-
interrupções — embora lhar com texto) mas
se possa sempre repetir. os tópicos são 46 e os
Todavia, essas marcas não exercícios 13.
podem ser anuladas, o que Ao ditado “o saber
não permite, por exemplo, não ocupa lugar”
em caso de paragem do pode, pois, agora
curso, “assinalar” (por acrescentar-se que,
ausência de marcação) que pelo menos em certas
se pretende repetir qual- áreas, a ele se pode
quer coisa. aceder a partir de
Os testes são de dois quase qualquer lugar,
tipos: um prévio, para desde que se disponha
avaliar o nível de conheci- de um computador
mentos e, se se pretender, minimamente actu-
ajudar a definir um pro- alizado — com pro-
grama individualizado de cessador a 100 MHz,
estudo; e outro final, do unidade de CD-ROM,
tipo exame, para dar por 16 MB de RAM, 20
concluído o curso e tentar MB disponíveis em
obter aprovação e imprimir disco, monitor a cores
o respectivo diploma. Os com placa de 16 bits,
testes compõem-se de per- Windows desde o 95
guntas de escolha simples até ao 2000 (pois, no
— do tipo verdadeiro/falso XP, alguns elemen-
— ou múltipla (alternativa tos da janela surgem
ou cumulativa) e simula- fora do lugar, como
ções. Nos testes prévios, os botões) e placa
está também disponível a de som e colunas
função de referência, assim vulgares. E, se pos-
como a de relatório, com sível, de uma ligação
indicação do número de respostas ainda —, automatização de operações (‘templates’, à Internet, para, entre outras coisas, se
em falta, correctas e incorrectas, deixadas verificação ortográfica e sintáctica, entre poder ir buscar ou actualizar ferramentas
em branco e percentagem de acertos, e, outros), listas, formatação, estilos e tabelas, de multimédia necessárias para correr o
nalguns casos, poderá haver dicas. além de aspectos mais elementares como programa dos cursos, como o RealPlayer,
Já o mesmo não acontece nos “exames guardar, imprimir e enviar textos. Exercí- da RealNetworks, Inc. ●
Década e meia de experiência
A LearnKey iniciou a sua actividade de produção de material para próprio ritmo e uma autoavaliação permanente.
ensino à distância na área da informática já lá vão 15 anos, em 1987, Fazendo jus ao lema “aprender com os especialistas”, a LearnKey tem
na cidade de St. George do estado norte-americano do Utah, com contado com a colaboração de formadores experientes, muitos deles
apenas duas pessoas laborando numa pequena cave. O seu primeiro conhecidos conferencistas e autores de manuais nos EUA. Foi assim
trabalho, em vídeo — precisamente a especialidade de um dos funda- que, das duas pessoas iniciais, a empresa passou para os cerca de 100
dores — foi um curso para o WordPerfect 4.2, na altura o processador trabalhadores actuais e apresenta um catálogo de que constam já
de texto mais usado nas empresas dos EUA e do Canadá, e o grande muitas centenas de cursos, quase um milhar, em grandes áreas como
concorrente do Word da Microsoft. “hardware”, programas e sistemas operativos, desenvolvimento de
De então para cá, a empresa alargou o seu âmbito do “software” aplicações, preparação para certificação em TI e competências indi-
ao “hardware”, à certificação em tecnologias de informação (TI) e viduais ou empresariais.
também à eficácia e produtividade pessoal e empresarial, e evoluiu Alguns exemplos de produtos, com respectivos preços, em dólares, de
nos suportes e nas tecnologias utilizados. Passou, assim, dos simples licenças individuais: Windows XP Professional (495 dólares, sensivelmente
vídeos para a formação interactiva em CD-ROM — com licença única o mesmo em euros), Visual Basic 6.0 Fundamentals (265 dólares), Windows
ou múltipla, destinada a uma pessoa apenas ou grupos reduzidos — e, 2000 & Linux (265 dólares), Photoshop 7.0 (175 dólares), Adobe InDesign
mais recentemente, para os cursos “on-line”, orientados para grandes 2.0 Essentials with Integration Tips (69 dólares), CorelDraw 8.0 (175 dólares),
grupos de formandos, por exemplo, de empresas ou organizações, a QuarkXPress 4.0 (175 dólares), .Net Developer Series (1795 dólares), XML
partir de uma rede local ou através da Internet. with SQL 2000 For Developers (315 dólares), NetWare 5 Integrating Win-
O ensino “on-line” permite simplificar a organização das actividades, na dows NT (265 dólares), Exchange Server 5.5 MasterExam (109 dólares) , A+
medida em que não há necessidade de criar grupos de alunos e horários Certification Training (475 dólares), Cisco MCNS (945 dólares), How to Coach
rígidos mas igualmente poupar nos custos — directos e indirectos — destas An Effective Team (“on-line”,99 dólares), Project Management (99 dólares).
sempre complicadas operações. E faculta a possibilidade de haver um con- De entre a lista de grandes clientes da LearnKey ( www.learnkey.com
trolo central das actividades por parte dos responsáveis locais do sistema, ) constam, por exemplo, empresas como a Coca-Cola, a Boeing, o
assim como o acompanhamento da evolução qualitativa individual. Citibank, a Dell Computer, a Hewlett-Packard ou a Toshiba, depar-
Desta forma, a LearnKey conseguiu ir cada vez mais ao encontro das tamentos governamentais como os de Educação, de Justiça ou de
necessidades e dos objectivos específicos de cada cliente — em maté- Defesa e, ainda, instituições de ensino como a Faculdade de Direito
ria não apenas de conteúdos, mas também de soluções e tecnologias de Harvard ou as universidades de Yale, do Nebraska ou a UCLA, na
—, permitindo a cada instruendo progredir na aprendizagem ao seu Califórnia. ● F.S.
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .5
 SUPERCOMPUTADOR DA NEC PÕE JAPÃO À FRENTE DOS EUA
Tantos cálculos
quantas as estrelas con-
O
SUPERCOMPUTADOR
siderado o mais rápido
do mundo, desenvolvido
por cientistas japoneses,
efectua mais cálculos por
segundo do que o número de estrelas
existentes na nossa galáxia. Trata-
se do Earth Simulator”, que realiza
35.600 mil milhões de cálculos por
segundo, é tão grande que teve de ser
instalado num edifício do tamanho de
um hangar para aviões. Este compu-
tador é, segundo os seus criadores,
quase cinco vezes mais rápido do que
o segundo melhor do mundo e tão
rápido como os cinco
supercomputadores
norte-americanos de
topo todos juntos.
Para os cientistas
japoneses que construí-
ram esta máquina ava-
liada em 350 milhões de
dólares (quase o mesmo
valor em euros), signi-
fica que a investigação
climática — que envolve
simulações complexas e
uma série de variáveis
— será mais precisa do
que nunca. O governo
federal norte-ameri-
cano já admitiu que a
activação deste super-
computador, em Março
deste ano, marcou o fim do domínio dos
EUA neste campo. “Os Estados Unidos
perderam a liderança na investigação
climática. Uma vez que a ciência
computacional contribui para missões
no campo da energia e da segurança
CERTIC APELA À ALTA AUTORIDADE PARA A COMUNIC AÇÃO SOCIAL
Pela acessibilidade nos
‘sites’ de rádios e jornais
ARA INCENTIVAR os órgãos
P de comunicação social a
tornarem os conteúdos que
disponibilizam na Internet
mais acessíveis a pessoas
com necessidades especiais, o Centro
de Reabilitação em Tecnologias de
Informação e Comunicação (CERTIC)
da Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD) enviou na pas-
sada semana um apelo à Alta Auto-
ridade para a Comunicação Social.
O CERTIC propõe mesmo a criação
de um código de conduta para que a
informação disponibilizada na Web
pelos jornais, rádios ou televisões
possa ser consultada por pessoas com
deficiência.
Francisco Godinho, engenheiro de
reabilitação e responsável do CERTIC,
explica que este apelo mais não é do
que um incentivo à Alta Autoridade
para a Comunicação Social para que
recomende aos órgãos de comunicação
social algumas medidas fundamentais,
capazes de tornar os sítios acessíveis a
todos. Na maioria dos casos, adianta
Francisco Godinho, “essa preocupação
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
nacional, as implicações da perda deste
domínio poderão ser graves”, sublinha
um relatório de Junho do Departa-
mento de Energia dos EUA.
Por enquanto, o Earth Simulator
está a ser usado para monitorizar as
temperaturas do mar, a precipitação
e os movimentos da crusta terrestre
com o objectivo de prever desastres
naturais nos próximos séculos.
Instalado numa área suburbana
a sul de Tóquio, o computador conta
com cerca de 3 mil quilómetros de
cabos e consegue elaborar modelos
meteorológicos com uma resolução
cem vezes superior à dos seus ante-
cessores. Construído pela empresa
japonesa NEC, este computador já
pode prever o percurso de um tufão
ou de uma erupção vulcânica com
uma precisão notável. Os tremores de
não se verifica, o que não quer dizer
que alguns ‘sites’ não se encontrem já
acessíveis”.
A questão das ligações para os
artigos — que são muitas vezes feitas
com recurso a pequenas setas ou
outras soluções pouco perceptíveis — é
um dos aspectos que importa melhorar
nas edições “on-line” dos vários órgãos
de comunicação social, diz Francisco
Godinho, adiantando ainda que, no caso
de alguns jornais regionais, a navegação
não pode ser feita através do teclado, o
que constitui um obstáculo para quem
possui problemas de mobilidade.
“As pessoas com dificuldades de
acesso às publicações em papel, nome-
adamente as pessoas com deficiência
visual e motora (tetraplégicos, doen-
tes neuromusculares, com paralisia
cerebral, etc.) poderão encontrar uma
alternativa acessível nas respectivas
edições electrónicas”, lê-se no comuni-
cado do CERTIC sobre esta iniciativa.
Numa resolução aprovada em Con-
selho de Ministros, em Julho de 1999,
foram estabelecidas algumas regras para
a acessibilidade dos “sites”, entre as quais
terra são ainda difíceis de prever mas
os epicentros estão a ser identificados
de forma a determinar quais as pontes,
os edifícios e as auto-estradas que terão
de ser reforçados.
O Governo japonês espera que o
custo da máquina seja rapidamente
recuperado pelos milhões que ela per-
mitirá poupar em caso de desastres
naturais. No entanto, no futuro, este
supercomputador poderá ter outras
aplicações.
Os investigadores dizem que uma
máquina com esta potência pode, por
exemplo, prever o percurso de uma
pandemia como a sida,
calcular o perigo de dis-
seminação de um vírus
depois de um ataque
bioterrorista, acelerar
a descoberta de novos
medicamentos e poupar
milhões em investigação
através da simulação
das interacções entre
produtos químicos e o
corpo humano.
Pressionado pelo
desafio nipónico, o
governo norte-ame-
ricano está a investir
mais na corrida a estas
tecnologias. A IBM,
detentora de um con-
trato governamental de
290 milhões de dólares para produzir
dois novos supercomputadores, já indi-
cou que os EUA voltarão a conquistar a
liderança do sector em 2004, com uma
máquina quase três vezes mais rápida
que o Earth Simulator. ● Lusa
se encontram a descrição, através de um
texto, das imagens e sons disponibiliza-
dos “on-line” e a garantia de navegação a
partir do teclado. São estas regras que o
CERTIC quer ver praticadas pelos órgãos
de comunicação social, disponibilizando-
se para colaborar na sua concretização.
Sendo 2003 o Ano Europeu das
Pessoas com Deficiência, a Confe-
deração Nacional dos Organismos
de Deficientes (CNOD) prevê para
o primeiro semestre do próximo ano
a realização de um encontro sobre o
tema “Comunicação Social e Deficien-
tes”, no qual será certamente debatida
a acessibilidade aos “sites”. Também
na passada semana, o CERTIC enviou
ao Parlamento um apelo para a inclu-
são de medidas relacionadas com as
pessoas com deficiência na legislação
do serviço universal de telecomuni-
cações. A proposta enviada inclui 14
recomendações, como o acesso à Inter-
net e a serviços de telecomunicações a
preços económicos, bem como serviços
de intermediação telefónica de texto,
vídeo e voz para cidadãos com necessi-
dades especiais. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
 ORACLE APRESENTOU COLLABORATION SUITE

Uma solução para colaborar

ORACLE ANUNCIOU, na passada É também possível

A
semana, a sua solução Colla-
boration Suite, um produto
integrado para facilitar aos
funcionários das empresas o
acesso aos seus dados, como o correio elec- no momento (computa-
trónico, as mensagens de voz, a agenda,
os ficheiros armazenados e os faxes. Esse
acesso pode ser feito a partir de compu-
tadores portáteis, de bolso, organizadores quem se pretende receber
pessoais (os chamados PDA) ou mesmo de
telemóveis ou telefones de rede fixa.
Esta solução foi criada a partir do
“software” já desenvolvido pela Oracle
e permite simplificar as comunicações
dentro de uma empresa, consolidando
toda a informação a que os utilizadores
necessitam de aceder. Numa demons-
tração efectuada pelos responsáveis
da Oracle foi possível aceder ao correio
electrónico a partir de um telefone de
rede fixa, depois de o utilizador marcar
o seu código pessoal e se identificar
perante o sistema — enviando-se depois
uma mensagem de voz para responder
a esse E-mail, que o destinatário pôde
ouvir ao aceder ao seu correio electró-
nico. Mas esta é apenas uma das funcio-
nalidades desta solução, já que também
é possível consultar um E-mail ou um
ficheiro guardado a
partir do PDA, dar ISABEL GORJÃO SANTOS
ordem ao sistema para
enviar um documento para um fax pró-
ximo, quando o utilizador se encontra
fora da empresa, ou verificar na agenda
se, entretanto, surgiu alguma novidade
importante.
Segundo este responsável
seleccionar o tipo de da IDC, o mercado da
mensagens a que se quer colaboração deverá movi-
aceder, tendo em conta mentar 7500 milhões de
os meios que se possui dólares até 2006.
A Oracle possui já
dor, só telemóvel, apenas cerca de 250 parceiros que
um PDA, etc.) e decidir irão disponibilizar a Colla-
ainda quais as pessoas de boration Suite às empre-
sas que querem adoptar
mensagens. Isto para não um “software” colabo-
se aceder a todo o correio rativo completo e cujas
electrónico a partir de um principais características
telemóvel, por exemplo, são o acesso à agenda, em
ou para não se receber as tempo real, a consulta de
mensagens menos impor- E-mail, o suporte a siste-
tantes quando se está em mas de ficheiros, correio
viagem e apenas se tem de voz e pesquisas, isto
um PDA. com acesso universal atra-
Alguns clientes da vés do Microsoft Outlook,
Oracle começaram já a de qualquer “browser” de
adoptar esta solução, acesso à Internet, telefo-
como é o caso da Abilene nes, equipamentos sem
Christian University, do fios e faxes. Desta forma,
Sudoeste dos EUA. Um os utilizadores passam a
analista de sistemas desta instituição, fiabilidade e a segurança do Collaboration dispor de um sistema de entrada único
David Gibson, referiu em comunicado Suite. para aceder às suas mensagens, indepen-
sobre a nova solução que o Oracle Collabo- Também Mark Levitt, vice-presidente dentemente do meio escolhido pelo reme-
ration Suite “possibilitará a consolidação para a área de pesquisa de computação tente para as enviar.
de vários servidores de E-mail, economi- colaborativa da International Data Cor- A Collaboration Suite é também bas-
zando tempo e dinheiro poration (IDC), considerou que “a Oracle tante escalável, podendo suportar até 10
no departamento de tec- está a oferecer uma solução para grandes mil utilizadores sem que haja necessi-
nologias de informação”. organizações que procuram reduzir os dade de mais servidores. O preço de uma
A capacidade de aceder a informações custos, consolidando servidores e substi- licença vitalícia da Collaboration Suite é
a partir de vários dispositivos e lugares tuindo as suas infra-estruturas de Micro- de 60 dólares por utilizador (o equivalente
é uma das vantagens salientadas por soft Exchange por uma infra-estrutura em euros), independentemente da quan-
Gibson, que adianta ter tido como princi- multiplataforma de modo transparente tidade de dispositivos utilizados para
pais preocupações os custos, a eficiência, a para os utilizadores do Microsoft Outlook”. aceder às informações. ●

virose

Lioten ataca sistemas de tecnologia NT

O Lioten é um “worm” simples, que tenta copiar-se a com a extensão .war e o nome do PNG (“portable network graphics”).
si próprio dentro de redes baseadas em Windows NT, ficheiro do “host” original. Copia- Originalmente considerada apenas
Windows 2000 e Windows XP através das partilhas de se ainda a si próprio com o como “importante”, esta falha tem agora
rede e tentando explorar configurações de segurança nome do “host” original. a classificação de “crítica”, na
pouco consistentes, nomeadamente a inexistência de Dentro da mesma pasta sequência dos
sistemas de “firewall”. Ele cria 100 “threads” e começa a em que está o vírus, estudos surgidos
gerar aleatoriamente endereços de IP dentro dos seguintes cria o ficheiro 2010.txt que em torno dela
intervalos: [0-255], [0-127], [0-255] e [0-127]. contém a mensagem: e que mostraram
Faz, então, “queries” às portas 445 das máquinas presentes que podia levar à
na rede. Quando descobre máquinas que tenham um “TUTTI QUESTI MONDI execução de programas
desses endereços, copia-se a si próprio para a pasta de SONO VOSTRI com fins destrutivos
sistema com o nome Iraq_oil.exe. O Lioten usa mais de 12 TRANNE EUROPA nos computadores
palavras-passe diferentes para tentar entrar nos sistemas: NON TENTATE das vítimas. A
admin, root, 111, 123, 1234, 123456, 654321, 1, !@#$, asdf, DI ATTERRARVI Microsoft considerava
asdfgh, !@#$%, !@#$%^, !@#$%^&, !@#$%^&* e server. VIVETECI INSIEME inicialmente que esta
O “worm” utiliza a função NetScheduleJobAdd no Netapi32 VIVETECI IN PACE falha apenas levava
para ser executado numa hora e numa data específicas, “2010” à interrupção do próprio
o que faz com que os sistemas operativos que não By Lord Rayden” Internet Explorer.
suportam esta funcionalidade — os Windows 95/98/ME Entretanto, há notícias de utilizadores que, ao tentarem
— não sejam afectados por ele. Não leva a cabo quaisquer Não apresentando também nenhuma acção destrutiva, o instalar o último “patch” cumulativo para o Internet
acções destrutivas, podendo, no entanto, graças à sua Warray desencadeia processos altamente mobilizadores Explorer 5.5 e 6.0 — que visa não só esta falha como
grande capacidade de reprodução e distribuição, afectar o de recursos do sistema durante o processo de infecção, aquelas que apresentámos na Virose de 9 de Dezembro
desempenho dos servidores infectados. podendo levar o computador infectado a deixar de — tiveram uma série de problemas, nomeadamente na
responder. alteração de níveis de segurança necessários à execução de
Warray pára máquinas tal tarefa.
Falhas do Internet Explorer Outros problemas surgiram em máquinas a correr o
Quando executado, o vírus Warray copia o ficheiro do “host” Windows 98, fazendo com que o reiniciar da máquina
original com um nome gerado aleatoriamente e a extensão A Microsoft alterou na semana passada a classificação de falhasse e aparecesse uma mensagem de erro do
.exe. Também cria um ficheiro — que contém a informação uma falha recentemente detectada no Internet Explorer Scandisk. A Microsoft ainda não deu resposta a estas
sobre o nome do primeiro ficheiro criado pelo vírus —, relacionada com a manipulação de imagens em formato questões. ● JOSÉ DOUTIL

OS VÍRUS DA SEMANA

Dia 23 Dia 24 Dia 25 Dia 26 Dia 27 Dia 28 Dia 29

WM/MDMA.C;D;H, WM/ANGUS.A,
WM/ANGUS.A, TRASHER.D, WM/
Niknat.A, W97M/Melissa.o@mm,
W97M/Bablas.aj, VBS/
Valentin@MM, VBS/San@M, WM/
NOMVIR.A;B, W97M/Cobra.a1,
W97M/Alamat, W97M/Azrael
WM/MDMA.C;D;H, WM/
CONCEPT.L;M, WM/ANGUS.A,
W97M/Bablas.aj, W97M/Cobra.a1,
W97M/Alamat
WM/MDMA.C;D;H, AOS.A, W97M/
Jackal.A, Acid.A (intended),
W32/Urick@MM, W97M/Multi.a,
X97M/Anis, X97M/Hongo.c,
W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat
WM/MDMA.C;D;H, WM/
TAMAGO.A, VBS/Gaggle@MM,
X97M/Reten.d, W97M/Cobra.a1,
W95/CIH.1003, W97M/Alamat
WM/MDMA.C;D;H, WM/
HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A,
VBS/Gaggle@MM, W97M/
Cobra.a1, W97M/Alamat
WM/MDMA.C;D;H, WM/Eraser.B;C:
Tw, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Clave.a, VBS/Baracu.A@mm,
W97M/Este, W97M/Cobra.a1,
W97M/Alamat
WM/MDMA.C;D;H, VBS/
Gaggle@MM, W97M/Bablas.aj,
VBS/Valentin@MM, VBS/San@M,
W97M/Cobra.a1, W97M/
Beko.a@MM, W97M/Alamat

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .7
 12º PRÉMIO CIENTÍFICO IBM PARA O INVESTIGADOR JOÃO MACIEL

A
POSSIBILIDADE
de recriar em

Melhorar a visão computador a

estrutura tri-
dimensional de
um objecto real constitui

do computador
um imagem, o mesmo Considera João
uma ferramenta poderosa,
com aplicações em áreas tão
diversas como a indústria
de fabrico, o multimédia ou
a medicina e a bioengenha-

R
ECONHECER
objecto e saber
que determinado
ponto numa
imagem cor- é difícil fazer a
responde ao mesmo ponto
noutra imagem é tarefa ele-
mentar para o ser humano,
que possui uma visão
tridimensional e um forte
conhecimento do mundo à
sua volta. Mas será tão sim- projecto.
ples para um computador?
Claro que não, pelo menos
por enquanto.
Mas foi exactamente o
problema da correspondên-
cia de pontos em sequências
de imagens, associado à
visão por computador, que o
investigador
João Maciel, ISABEL GORJÃO SANTOS
do Instituto
Superior Técnico (IST) de
Lisboa, procurou resolver.
O seu trabalho, com que
concluiu o doutoramento em
Engenharia Electrotécnica e
de Computadores, foi neste
ano o vencedor da 12ª edição é a replicação da visão dos
do Prémio Científico IBM.
“Toda a grande obra é a
concretização de um sonho
de juventude” — eis a frase
de Giovanni Papini que João
Maciel escolheu para colo-
car na página de abertura
do seu “site” na Internet (
www.isr.ist.utl.pt/~maciel ).
Afinal, quando era criança,
o sonho deste investigador,
agora com 29 anos de idade,
era ser cientista. Foi para
perseguir esse sonho que, em
1991, entrou para o IST, em
1997 concluiu a licenciatura
em Engenharia Electrotéc-
nica e de Computadores e, no
ano passado, completou o dou-
toramento com a tese “Corres-
pondência Robusta de Pontos
em Sequências de Imagens:
Solução Óptima Global por
Minimização Côncava”.
Foi graças a esse tra-
balho — que pretende dar
uma solução ao problema da
correspondência de pontos em
sequência de imagens — que
João Maciel recebeu, na pas-
sada semana, o prémio que
todos os anos, desde 1990, é
atribuído pela IBM ao melhor
trabalho de jovens investiga-
dores portugueses.
Se, para um ser humano, é
extremamente fácil olhar para
duas imagens de uma casa,
por exemplo, e saber que uma
extremidade do telhado numa
das gravuras corresponde
ao mesmo ponto na outra
já não acontece
com o computador.
Para a máquina,
correspondência
entre os diferentes
pontos — e foi esse o
problema que João
Maciel procurou
resolver com o seu
O trabalho cen-
trou-se, então, na
área da visão por
computador, mais
concretamente
na questão da reconstrução
tridimensional a partir de
sequências de imagens. O
objectivo foi
construir
de forma
automática modelos tridi-
mensionais em computador,
isto partindo unicamente de
uma sequência de imagens
obtidas por máquinas foto-
gráficas digitais. O resultado
seres humanos e a atribuição
ao computador da capacidade
de avaliar a forma tridimen-
sional dos objectos, em parti-
cular, a sua profundidade.
O sensor que é usado na
visão pelo computador são
as máquinas fotográficas
digitais “mas é preciso que
se extraia dessas imagens
informações úteis para que
o computador tome decisões”,
diz João Maciel. Um dos
dados mais importantes é
exactamente a informação
geométrica sobre o mundo, a
qual o ser humano possui mas
que a máquina desconhece
por completo.
É, portanto, necessário
recuperar a profundidade
dos objectos e a sua estru-
tura tridimensional a partir
de uma imagem que é bidi-
mensional, como é o caso
das fotografias. “Há que
extrair alguns dos pontos
dessas imagens e colocá-los
em correspondência, para o
computador saber que o ponto
1 na primeira imagem corres-
ponde ao ponto 3 na segunda
imagem”, explica João Maciel,
adiantando que, depois de se
obter essas referências, é
possível calcular a profun-
didade do objecto a partir
de cálculos trigonométricos
muito simples. “Nada que
não se aprenda em Álgebra
Linear, do primeiro semestre
do primeiro ano de qualquer
curso do Técnico”, como João
Maciel várias vezes disse
durante a apresentação do
seu trabalho.
“Tive a sorte de ir parar
ao Instituto de Sistemas e
Robótica, dentro do IST, que
está muito bem organizado
e tem pessoas empenhadas
em constituir um grupo de
investigação bom, que faz
coisas muito válidas”, diz
João Maciel.
Após o doutoramento, a
sua opção foi a via empre-
sarial em vez da vertente
académica, “o que é uma
consequência dos tempos,
pois torna-se cada vez mais
evidente que ficar no meio
académico não é a única
solução”. Foi por isso que, em
conjunto com outros colegas
do IST, João Maciel resolveu
fundar, no ano passado, a
empresa Reverse Enginee-
ring (ver texto ao lado).
Há uns anos, as empresas
não estavam despertas para a
necessidade de integrar dou-
torados nos seus quadros,
considera este investigador.
No entanto, “a situação está a
mudar e há já oportunidades
para empresas pequeninas,
porque existem apoios ao seu
desenvolvimento”.
O trabalho que venceu
o Prémio Científico IBM
— agora no valor de 15
mil euros — foi o resultado
do doutoramento de João
Maciel. Concluído em quatro
anos e meio, esse doutora-
mento teve como ingrediente
fundamental o tempo, muito
tempo para pensar no
problema, investigar, falar
com outros investigadores
que já tinham trabalhado
na mesma área, estudar os
seus projectos, participar em
conferências, tudo coisas que,
de outra forma, não teria sido
possível fazer.
Maciel que, muitas
vezes, a imagem
que se tem dos
investigadores
não corresponde à
realidade: “Tirando
algumas excepções,
o investigador não
é um génio mas,
sim, uma pessoa
com vontade e com
tempo para reflectir
sobre os problemas
e interagir com
outros utilizadores.
Foi o que aconteceu
com este doutoramento, pois
tive tempo para reflectir e falar
com muitas outras pessoas.”
Na área da visão pelo
computador, João Maciel
considera que é fácil encon-
trar os autores dos trabalhos
que constituem as principais
referências, pois trata-se de
uma área “ainda um pouco
limitada, no que diz respeito
ao número de pessoas que
nela participam”. E houve
dois motivos considerados
fundamentais para o sucesso
do trabalho: ter estado mais
de quatro anos exclusiva-
mente dedicado ao projecto e
ter trabalhado junto do Insti-
tuto de Sistemas e Robótica.
As aplicações que esta
investigação poderá ter são
variadas mas passam sobre-
tudo pela navegação robótica
e pelo uso da visão como
sensor principal dos robôs.
Isso é importante para que
estes se tornem interactivos
e possam utilizar as infra-
estruturas criadas para os
seres humanos. Desta forma,
os robôs terão uma perspec-
tiva tridimensional do espaço
onde se encontram, podendo,
por exemplo, percorrer um
auditório sem “tropeçar” em
todas as cadeiras.
Outra das utilizações
possíveis está relacionada
com as aplicações lúdicas,
desde jogos a títulos multi-
média, e também ao nível
industrial será possível
automatizar processos com-
plicados, que requerem a
interacção entre os objectos
que estão a ser manipulados
e os próprios autómatos. “A
automatização das fábricas
é já uma realidade mas o que
existe dentro das fábricas
não são robôs mas autóma-
tos, dotados de muito pouca
capacidade de decisão e de
interacção. Estão programa-
dos para fazer determinado
movimento e repetem-no,
mesmo que algo corra mal”,
explica João Maciel. A visão
por computador já é utilizada
pela indústria, diz, mas, se os
desenvolvimentos nesta área
continuarem, em breve será
possível encontrar fábricas
verdadeiramente inteligentes
e robotizadas. ●
ria. A é uma jovem empresa
portuguesa que apostou
no desenvolvimento de um
sistema próprio de digitali-
zação tridimensional e que,
a partir de Janeiro, deverá
começar a comercializar os
seus serviços de “scanning”
em 3D.
A tecnologia desenvol-
vida pela Reverse permite
criar modelos tridimensio-
nais (3D) em computador,
de forma rápida e com uma
precisão submilimétrica, por
observação dos objectos reais.
O equipamento que permite
a reconstrução da estrutura
3D do objecto é um “scanner”
sem contacto, que funciona
por triangulação óptica, o
que significa que o mesmo
ponto no objecto é observado
a partir de várias câmaras. O
sistema combina a utilização
de câmaras CCD (máquinas
fotográficas digitais) com a
chamada tecnologia de luz
estruturada. Ou seja, o “scan-
ner” projecta padrões de luz
no objecto, cujas deformações
são depois analisadas para o
cálculo da forma tridimen-
sional.
Os padrões assim projec-
tados são imagens com riscos
ou quadrículas, formas sim-
ples que facilitam a análise
de deformações. Quanto
maior for o número de câma-
Criar m
ras, maior é a precisão. (Nas
imagens junto, o modelo 3D regista a informação em 3D
de uma tampa de electrodo- do objecto com uma margem
méstico, sucessivamente sob de erro máxima de 0,01
a forma de nuvem de pontos, milímetros. Segundo João
de malha triangulada e de Maciel, é mais barato que os
textura). “scanners” a 3D comparáveis
“A área dos ‘scanners’ de em termos de precisão, que
3D sem contacto — em par- podem custar dezenas de
ticular, os que funcionam por milhares de contos: “Acre-
triangulação óptica — é uma ditamos que oferecemos a
área nova, ainda com poucos melhor relação rapidez-pre-
‘standards’”, explicou a Com- cisão-preço”, sublinha por
putadores João de Sousa seu lado António Campos,
Maciel, sócio da
sócio-fun- R I TA H A S S E FERREIRA empresa e
dador da responsável
Reverse e vencedor do 12º pelo “marketing” e comuni-
Prémio Científico IBM (ver cação da estratégia comer-
texto na pág. ao lado). Exis- cial delineada, após um ano
tem outros tipos de sistemas de investimento no desen-
de digitalização tridimensio- volvimento e apuramento da
nal, como os “scanners” sem tecnologia.
contacto a “laser” e também O “segredo”, de acordo com
os “scanners” com contacto João Maciel, reside em parte
— em que a máquina “tac- no facto de o “software” que
teia” o objecto a reproduzir. desenvolveram se basear em
O sistema desenvolvido pela metodologias que permitem a
Reverse, garantem os seus utilização de “hardware” mais
criadores, é mais barato, simplificado “para atingir os
mais rápido e mais preciso. E, mesmos resultados”. Logo a
que saibam, a Reverse Engi- começar pelos algoritmos e
neering é a única empresa pelas técnicas matemáticas
portuguesa com um sistema a eles subjacentes — como
de “scanning” 3D próprio, os algoritmos de detecção
desenvolvido “in-house” e de pontos nas imagens, de
com uma patente submetida, calibração ou de reconstru-
o que lhes permitirá a oferta ção a 3D. A calibração é a
de serviços de digitalização fase de pré-digitalização
tridimensional a um preço que confere “alguma inteli-
mais competitivo. gência ao sistema”, observa
O sistema da Reverse António Campos — aspectos

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 processo de replicação como
de alterações ou adaptações
que se queira introduzir. A
utilização de um “scanner” a
3D à saída da linha de produ-
ção constitui uma alternativa
mais precisa e eficaz de detec-
ção de defeitos, face aos méto-
dos tradicionais de controlo da
qualidade. Além de analisar
a totalidade do objecto, o que
não é feito manualmente no
caso de formas complexas
— com um grande número
de dimensões a medir —,
um sistema destes permite
a comparação imediata da
peça fabricada com o modelo
original através da sobreposi-
ção do modelo de 3D gerado à
saída da linha de fabrico com o
modelo de CAD original.
Na área do multimédia,
as aplicações são inúmeras,
desde o cinema à publicidade
e aos jogos (a animação 3D
em geral) aos conteúdos
para a Web e o comércio
electrónico. Além de produzir
imagens de aspecto menos
artificial, a digitalização do
objecto real tem a vantagem
de consumir menos recursos
(humanos, logo financeiros)
que a produção de imagens
de síntese. Nas áreas da
publicação de conteúdos
na Web e do comércio elec-
trónico, a utilização desta
tecnologia permite, assim,
a apresentação tridimen-
sional de produtos através
REVERSE ENGINEERING DESENVOLVE ‘SC ANNER’ ORIGINAL de imagens mais realistas e
manipuláveis pelo utilizador
— útil para museus, “lojas
on-line”, entre outros.

modelos 3D de objectos reais A possibilidade

reproduzir com precisão a
estrutura tridimensional de
objectos reais assume par-
ticular relevância no caso
de

dos objectos naturais (como

relacionados com a posição Silva ao longo de vários anos Para João Maciel, o tra- preço absurdo” — recorda Uma das aplicações mais o rosto humano, animais ou
das câmaras ou o ajustes de de investigação na área balho realizado enquanto João Maciel. Acharam que importantes da tecnologia e peças de fruta), “que é muito
lentes. da visão por computador, investigador,nomeadamente tinham capacidades para do sistema de digitalização difícil ou mesmo impossível
E é aqui que está muita da desenvolvida no Instituto de no âmbito do doutoramento, desenvolver e comercializar a 3D desenvolvidos pela reconstruir” de forma realista
ciência da Reverse: “Passar Sistemas e Robótica (ISR) do constituiu uma “fase de um sistema daquele tipo, Reverse Engineering é o através de imagem de síntese,
de uma representação foto- Instituto Superior Técnico experimentação muito útil só que mais barato… e processo que dá nome (em refere César Santos Silva.
gráfica, bidimensional, para (IST), em Lisboa, onde ambos para o desenvolvimento deitaram mãos à obra. Em inglês) à empresa: a enge- Este aspecto, além das apli-
uma representação tridi- se doutoraram. Juntamente da Reverse”. A vontade de Setembro, constituíram for- nharia inversa, ou seja, cações acima referidas, faz da
mensional, é um problema com Ricardo Carvalho, criar uma empresa já vinha malmente a empresa a fim “partir do produto para o digitalização tridimensional
muito complexo”, adianta também engenheiro pelo de trás, por considerar que de organizar contabilistica- projecto”. A digitalização uma solução muito útil para
o responsável pelo “marke- IST, fundaram a Reverse permanecer na universi- mente o investimento que tridimensional de objectos a medicina e a bioengenharia,
ting”. Para o futuro, um Engineering em Setembro dade era correr o risco de estavam a realizar, apesar reais permite acelerar os nomeadamente ao nível da
dos objectivos desta equipa de 2001. António Campos, se acomodar, uma vez que, de estarem “conscientes de processos de concepção e cirurgia estética e reconstru-
é tornar o processo de digi- com um percurso profissio- “na universidade, não há que era cedo para iniciar “design”, de prototipagem e tiva ou do desenho e fabrico
talização em 3D ainda mais nal na área do “marketing”, a pressão dos prazos e dos a actividade comercial”, de controlo de qualidade no de próteses (mais adequadas,
automático, diminuindo o juntou-se depois à equipa resultados”. César Santos explica João Maciel. fabrico de produtos e moldes, confortáveis e funcionais). Por
grau de intervenção humana pelo desafio de participar Silva, por seu lado, faz ques- Ainda não começaram em particular, de peças de ser um sistema sem contacto,
necessária. num projecto “com imenso tão de sublinhar que herda- a facturar porque estive- alta precisão. A digitalização o “scanner” da Reverse torna-
Este sistema de digi- potencial”: “A tecnologia do ram do ISR “as boas práticas ram dedicados ao desen- de maquetas, por exemplo, se ideal para a utilização em
talização em 3D resulta João e do César está ao nível de investigação”, graças às volvimento do sistema permite acelerar de forma acidentados e queimados. A
do trabalho realizado por do que de melhor se faz em quais hoje podem “ombrear de “scanning” em 3D, ao drástica a passagem de infor- digitalização de diferentes
João Maciel e César Santos termos mundiais.” com os melhores”. Ambos apuramento do processo e mação dimensional para um partes do corpo possibilita
concordam que a criação à construção de protótipos. sistema de projecto assistido também a análise de diversos
da empresa é também uma O lançamento comercial dos por computador (vulgo CAD). tipos de deformações — como
Reverse Engineering Lda. forma de “fazer alguma coisa serviços de digitalização tri- Uma medição que, feita à as ortopédicas ou até mesmo
produtiva” num país onde “há dimensional, denominados mão, pode demorar dois a celulite.
Data da criação: Setembro de 2001 muitas capacidades que são RapidScan, está previsto ou três dias, levará apenas A Reverse Enginee-
Origem dos capitais: privados nacionais desaproveitadas”. “Acho que para Janeiro próximo. Numa uma hora se se utilizar um ring está neste momento
Actividade: desenvolvimento de sistemas e prestação não devemos ter vergonha segunda fase, a Reverse quer sistema de “scanning” a 3D. envolvida em dois projectos
de serviços de digitalização tridimensional. de querer ser os melhores”, também avançar para a Além disso, é um processo financiados pela Agência de
Principais produtos: serviços de digitalização remata César Santos Silva. venda de produtos — no caso, muito menos vulnerável Inovação, em consórcio com
tridimensional A ideia de criar uma o seu “scanner” 3D. Para já, a erros, resultando num outras empresas e com o ISR:
Nº de empregados: 4 empresa com o perfil da a empresa vai oferecer dois modelo mais preciso. um para o desenvolvimento
Média de idades: 31 anos Reverse surgiu após uma tipos de serviços, um voca- Outra aplicação relevante de um sistema específico
Cotada em bolsa: Não visita a uma feira na Expo- cionado para a indústria de é no fabrico de peças novas a para aplicações multimé-
Facturação em 2001: inexistente nor, em Matosinhos, já em fabrico e outro para o sector partir de peças já existentes dia, com a Contraste; outro,
Crescimento médio últimos 3 anos: não aplicável 2001, na qual estava presente do multimédia. O “scanning” mas das quais não exista um com uma empresa do grupo
Internacionalização: em vista para Espanha e, depois, o representante português de pode ser feito nas instalações modelo de CAD ou exista Iberomoldes, para o desen-
para a Europa. um sistema alemão de digita- da Reverse ou do cliente, con- apenas um modelo de CAD a volvimento de um sistema
URL: http://www.reverse.com.pt lização em 3D com tecnologia soante a dimensão do objecto 2D. A digitalização 3D da peça específico para a indústria
de luz estruturada, “a um a digitalizar. real permite acelerar tanto o dos moldes. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .9
 WEBMANIA
http://www.terravista.pt/meco/5005/index0.html
W
WEBBMMAANNI IAA
http://www.
etoile-des-enfants.ch
O ra aqui está um sítio que incita
os curiosos mais jovens a des-
cobrirem e questionarem-se sobre
o fascinante e misterioso mundo da
astronomia. Oferece passatempos de
pergunta-resposta, leva as crianças
a navegar em fotografias e mapas
celestes, e por entre informação
científica oferecida de forma muito
pedagógica. Uma equipa de cientis-
tas, académicos e amadores oriun-
dos de diversos países responde às
questões deixadas pelos jovens. Este
sítio remete ainda para outros que,
de algum modo, se relacionam com
o mundo dos astros, como, por exem-
plo, o de um grupo de “apanhadores
de meteoritos”. ●
computadores .10
T anto para os amantes como para os inicia-
dos, um sítio dedicado à pesca desportiva
de competição e de lazer, que surpreende
pela quantidade de informação relevante
e pela organização que apresenta. Sob a
alçada da Associação de Pesca Desportiva do
O BEIJO
Distrito de Portalegre, faculta uma descrição
detalhada das numerosas espécies piscícolas
existentes na região e de técnicas de pesca.
Apresenta truques e dicas, regulamentos, o
calendário oficial das provas e muito mais. O
rio Guadiana, o rio Sôr, as albufeiras das bar-
ragens do Caia, Maranhão ou Montargil são
apenas alguns dos locais cujas propriedades
aparecem examinadas para proporcionar ao
executante um maior partido da sua pesca. ●
mulher.aranha@publico.pt
http://www.cddc.vt.
edu/feminism
http://www.museudo
chiado-ipmuseus.pt
http://www.gastronomias.
com
D edicado à investigação sobre
feminismo e estudos sobre as
E sta é a página oficial do Museu do
mulheres, este sítio revela-se uma
fonte riquíssima de conhecimentos. A
sistematização com que apresenta as
Chiado - Museu de Arte Contem-
porânea, que oferece ao visitante uma
panóplia de informações e sugestões P ara os apreciadores da boa cozinha
típica portuguesa, aqui se apre-
matérias proporciona uma percepção para ocupar os seus tempos livres senta um roteiro gastronómico que for-
bastante nítida do panorama geral com actividades culturais dentro do nece receitas muito gostosas vindas de
desta área teórica, dos principais con- museu — salientando-se as de cariz todas as regiões do país. E quem não se
tributos vindos de todas as partes do pedagógico promovidas pelo Serviço
mundo e como estes se encadeiam na Educativo, como os “ateliers”, as visitas
construção das várias linhas e debates guiadas, a colaboração com escolas e
teóricos. ● projectos de investigação, e a formação
de professores, entre outras. ●
sente tentado por uma perdiz estufada
com beringelas (vinda directamente da
Beira Baixa) seguida de umas cornucó-
pias da Ilha Terceira? Ou, apresentado
na rubrica Sabores da Lusofonia, por
um prato exótico de Cabo Verde, Macau
ou Brasil?●
http://www.multimania.com/shamael/
Q uem é Corto Maltese? Uma simples criação no papel do ita-
liano Hugo Pratt ou um personagem fascinante e envolto em
mistério, que vive no imaginário de tantos fãs? Eis uma questão
em aberto. Neste sítio, de apresentação muito agradável, o ciber-
nauta pode aventurar-se a desvendar — pelo menos, parcialmente
— alguns dos enigmas: quem são as mulheres de Corto? Quem foi
realmente Hugo Pratt? Que relação existe entre a acidentada vida
de Hugo Pratt e o seu personagem Corto Maltese? ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E UNIVERSIDADE C ATÓLIC A ASSOCIAM-SE dica

Viseu será região digital

LUSITÂNIA-A GÊNCIA de das áreas em que serão disponi- ao contrário do que afirmam os
O menu Iniciar no Windows XP
No Windows XP, a versão do menu Iniciar apresenta

A
— para além de uma barra superior onde está o nome
Desenvolvimento Regio- bilizados serviços via Internet aos presidentes das Câmaras de Man- do utilizador da sessão em curso e outra em baixo
nal e a Universidade municípios da área de intervenção gualde e Santa Comba Dão, que com os botões para Terminar a Sessão ou Encerrar o
Católica Portuguesa da Lusitânia, nomeadamente da entretanto decidiram abandoná-la computador — itens agrupados em seis áreas, três à
estão a preparar uma região Dão Lafões — área meridio- por considerarem que não estava esquerda e três à direita.
candidatura conjunta ao Plano nal do distrito de Viseu e Aguiar da a cumprir os objectivos que se Do lado esquerdo em cima, temos uma área de itens
Operacional da Sociedade de Infor- Beira, da Guarda — e o de Tábua, tinha proposto. A responsável fixos que inclui, por omissão, os atalhos para o Internet
mação (POSI) com vista à criação no distrito de Coimbra. admite que a ideia inicial do papel Explorer e o Outlook Express. É muito fácil acrescentar
da região digital de Viseu. Marina Segundo Marina Leitão, o pro- das agências de desenvolvimento atalhos de programas a esta área. Basta dar um clique
Leitão, da Câmara Municipal de jecto visa, “sem a construção de regional foi ultrapassada, uma vez com o botão direito do rato sobre aquele que se quer
Tondela, que preside à Lusitânia, infra-estruturas físicas, ter liga- que se pensava que iriam gerir os acrescentar e escolher o comando Associar ao Menu
disse à Agência Lusa que a agên- ções de auto-estrada através das dinheiros comunitários, mas essa ‘Iniciar’ (ver imagem). Isto pode ser feito também a
cia de desenvolvimento já tinha novas tecnologias”. A responsável tarefa ficou a cargo das Comissões partir do Explorador, de O Meu Computador ou do
um projecto próprio, que decidiu exemplificou com os benefícios que de Coordenação Regionais. “Aquela Ambiente de Trabalho. Para remover um atalho, escolhe-
fundir com outro da Universidade isso poderá trazer no caso de as perspectiva que tínhamos inicial- se o comando Desassociar do Menu ‘Iniciar’.
Católica, após uma reunião recente autarquias, permitindo uma liga- mente, de que uma agência ira Tal como acontecia na versão “clássica” do menu,
com o director do POSI. ção permanente com as juntas de gerir mundos e fundos, deixou de também se pode arrastar atalhos para esta área (ou para
“A Universidade tem a auto- freguesia, custos que, actualmente, existir.” qualquer outra). Carregando na tecla Ctrl ao mesmo
estrada e nós podemos lá colocar os as câmaras não conseguem supor- Segundo Marina Leitão, a tempo que se
carros, porque temos o ‘know how’ tar. Assim se poderá “acabar com Lusitânia percebeu que tinha de arrasta um atalho,
das autarquias, do tecido empresa- as fragilidades da região, que tem ter um espaço próprio e avançou pode-se duplicá-lo;
rial e a investigação do Instituto pequenas aldeias isoladas”. “Com com projectos, como a criação caso contrário, ele
Politécnico”, frisou Marina Leitão, Viseu-Região Digital, o território dos espaços para a Internet nas é movido.
mostrando-se optimista quanto a passa a estar ligado numa rede de autarquias suas associadas. Depois Em baixo, à
uma resposta positiva ao projecto informação permanente, deitando de ter mudado de direcção, em esquerda, está o
até Março do próximo ano. abaixo as barreiras da interiori- Junho passado, a Lusitânia está submenu Todos
O projecto Viseu-Região Digital dade”, frisou a autarca à Lusa. já a trabalhar noutros projectos, os Programas,
poderá vir a ser financiado até 80 Para Marina Leitão, este pro- como Viseu-Região Digital, a for- que corresponde
por cento pelo POSI. Autarquias, jecto é apenas um exemplo de que mação para as PME e um outro no basicamente ao
educação e saúde são algumas a Lusitânia está “bem de saúde”, domínio florestal. ● Lusa antigo submenu
Programas. E, no
agenda meio, há uma
área onde vão
rodando os atalhos
ICCIT 2002 - 5th International Conference HPCA 9 - Ninth International Symposium correspondentes
on Computer and Information Technology on High Performance Computer Architecture às últimas
Data: 27-12-2002 a 28-12-2002 Data: 8-02-2003 a 12-02-2003 aplicações
Local: Dhaka, Bangladesh Local: Anaheim, Califórnia, EUA utilizadas. Todos
E-mail: mhakhan@ewubd.edu Contacto: Nader Bagherzadeh os atalhos existentes deste lado podem ser apagados.
URL: www.ewubd.edu/iccit2002/index.html E-mail: nader@ece.uci.edu Para tal, dá-se um clique com o botão direito do rato e
URL: www.cs.arizona.edu/hpca9/ escolhe-se o comando Remover de ‘Esta Lista’.
VLSI Design 2003 - The Sixteenth International Do lado direito, aparece em cima uma área de atalhos
Conference on VLSI Design; ISSCC 2002 – IEEE International Solid-State para O Meu Computador e pastas específicas; no meio,
The Second International Conference Circuits Conference atalhos para configurações do sistema, como o Painel
on Embedded Systems Design Data: 9-02-2003 a 13-02-2003 de Controlo; e, em baixo, os atalhos para a Ajuda, a
Data: 4-01-2003 a 8-01-2003 Local: São Francisco, Califórnia, EUA Procura e o comando Executar.
Local: Nova Deli, Índia E-mail: issccinfo@yesevents.com A janela de configuração do menu Iniciar pode ser
URL: vlsi.ccrl.nj.nec.com/~chak/vlsi2003/ URL: www.isscc.org/isscc/2003 acedida dando um clique com o botão direito do rato
sobre uma zona vazia do menu ou da Barra de Tarefas
2003 International CES - Defining Build it Berlin 2003 - Feira Profissional para a Tecnologia e escolhendo o comando Propriedades. Aparece
Technology’s Future da Informação e da Comunicação na Construção Civil então a janela Propriedades do Menu ‘Iniciar’ e da
Data: 9-01-2003 a 12-01-2003 Data: 12-02-2003 a 15-02-2003 Barra de Tarefas com um separador para cada um
Local: Las Vegas, Nevada, EUA Local: Berlim, Alemanha destes “objectos”.
URL: www.CESweb.org Representante em Portugal: Câmara de Comércio e Escolhendo o separador Menu ‘Iniciar’ pode-se escolher
Indústria Luso-Alemã entre a visualização do Windows XP e a “clássica”,
POPL 2003 - The 30th Annual ACM SIGPLAN - Contacto: Rosário Carvalho como vimos numa das últimas Dicas. Cada uma destas
SIDACT Symposium on Principles E-mail: rosario-carvalho@ccila-portugal.com opções apresenta um botão Personalizar. No caso da
of Programming Languages URL: www.build-it.de versão do XP, a personalização permite, no separador
Data: 15-01-2003 a 17-01-2003 Geral, escolher entre ícones grandes e pequenos,
Local: New Orleans, LA, EUA LATW 2003 – 4th IEEE Latin-American Test Workshop definir o número de programas a incluir na lista dos
Contacto: Mandy Mann Data: 16-02-2003 a 19-02-2003 mais recentes e escolher os programas de Internet e
E-mail: mandy@regmaster.com Local: Natal, Brasil de correio electrónico a apresentar, podendo-se ainda
URL: www.cs.berkeley.edu/ãiken/popl03/ URL: diana.ee.pucrs.br/~latw/events.html optar por não os mostrar.
No separador Avançadas, há opções para abrir os
ASP-DAC 2003 - Asia South Pacific Design ISVLSI 2003 - IEEE Computer Society Annual submenus quando se pára o rato sobre eles e para
Automation Conference Symposium on VLSI realçar os últimos programas a serem instalados.
Data: 21-01-2003 a 24-01-2003 Data: 20-02-2003 a 21-02-2003 Também se pode definir quais os atalhos que deverão
Local: Kitakyushu, Japão Local: Tampa, Florida, EUA aparecer em todo o lado direito do menu.
Contacto: Conference Secretariat E-mail: vijay@cse.psu.edu No caso dos atalhos para A Minha Música, As Minhas
E-mail: aspdac2003@aspdac.com URL: www.cse.psu.edu/~vijay/isvlsi03/ Imagens, O Meu Computador, Os Meus Documentos,
URL: www.aspdac.com Painel de Controlo, Ferramentas Administrativas de
FPGA 2003 – 11th ACM International Symposium Sistema e As Ligações de Rede, são apresentadas
Seminário “Ensino das Ciências e da Matemática“ on Field-Programmable Gate Arrays várias opções, incluindo a de não os apresentar. Os
Data: 30-01-2003 a 1-02-2003 Data: 23-02-2003 a 25-02-2003 itens Ajuda e Suporte, Comando Executar e Procurar,
Local: Departamento de Educação da Faculdade de Local: Monterey, Califórnia, EUA que surgem na área inferior direita do menu, estão
Ciências da Universidade de Lisboa Contacto: Russ Tessier activados por omissão. Passíveis de ser acrescentados
E-mail: educação@fc.ul.pt E-mail: fpga2003@ecs.umass.edu são os itens Impressoras e Faxes, Menu ‘Favoritos’ e Os
URL: www.fc.ul.pt/agenda_2002/novembro/15-11.htm URL: fpga2003.ece.ubc.ca/ Meus Locais na Rede.
Por fim, pode-se optar por incluir uma lista dos
Imagina.03 – The International Festival SSMSD 2003 - Southwest Symposium documentos abertos mais recentemente. Esta
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Data: 3-02-2003 a 6-02-2003 Data: 23-02-2003 a 25-02-2003 para O Meu Computador e pastas. Tal como na
Local: Grimaldi Forum, Mónaco Local: Las Vegas, Nevada, EUA parte de configuração da listagem dos programas
Contacto: Conferência – René Broca Contacto: Conference Management Services recentemente abertos, existe aqui um botão para
E-mail: rbroca@noos.fr E-mail: mercer@cmsworldwide.com limpar a lista. ● JOSÉ DOUTIL
URL: www.imagina.mc URL: www.ece.arizona.edu/conferences/ssmsd/

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E

BLUBSTER

Ainda e sempre a troca

Editor
Rui Jorge Cruz
de músicas grama, permitindo que o utilizador
Redactores, colaboradores possa ouvir excertos dos temas
e cronistas antes de os copiar para o disco.
Ana Gerschenfeld, Ana Machado, Um dos pontos fortes do pro-
André Ruivo, António Granado, grama é a rapidez do seu sistema
Casa dos Bits, Fernando Fraga, de pesquisa. Em poucos segundos,
FIM DO NAPSTER e o

Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Ana Lúcia Zacarias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
Computadores
é publicado às segundas-feiras
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Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
O
declínio do serviço
AudioGalaxy levou
os utilizadores da
Internet a procurarem
novas soluções para troca de temas
musicais via Internet. Discussões
sobre direitos de autor à parte, a
verdade é que cada vez mais se
troca e obtém temas musicais atra-
vés da Internet, seja (ou não) este
processo autorizado pelos autores.
Os utilizadores habituaram-se a
pesquisar na Net temas em formato
MP3 e, mesmo com todas as dis-
putas legais em curso, este hábito
tende a aumentar e não a diminuir.
Mal um serviço de troca de ficheiros
é desactivado, logo surgem novas
soluções para manter esta comuni-
dade operacional.
A rede Gnutella, com todas
as suas aplicações para troca de
ficheiros, e o serviço Kazaa têm
merecido a preferência da comu-
nidade da Web e os sistemas mais
usados para manter viva a troca
de músicas via Internet. Mas a
empresa espanhola Optisoft S.L.
disponibilizou muito recentemente
o Blubster, aplicação de troca de
ficheiros via Internet que usa uma
rede e um protocolo próprio. A
primeira versão do programa não
mereceu grande atenção por parte
dos utilizadores nem dos média,
registando pouco mais de 50 mil
utilizadores; mas a nova versão
2.0, lançada muito recentemente,
apresenta algumas
funcionalidades NUNO BERNARDO
muito interessantes,
que fazem dela um dos produtos
mais procurados na Web.
Mas quais são as diferenças
do Blubster perante a concorrên-
cia? Por um lado, o programa usa
uma rede própria, descentralizada.
Ou seja, não existem servidores
centrais onde os ficheiros são
arquivados — ao contrário da
rede Gnutella. Qualquer utili-
zador membro da rede Blubster
partilha os seus próprios ficheiros similares). As suas preferências,
com todos os outros utilizadores.
Esta situação torna muito mais
difícil a ofensiva das autoridades
contra a pirataria musical. Não
existem servidores
para fechar nem uma
empresa a processar:
todos os utilizadores do programa
são, simultaneamente, receptores e
distribuidores de temas musicais.
O Blubster é uma aplicação
100 por cento gratuita, que não
exige o pagamento de qualquer
valor de registo. Por outro lado,
também não inclui ferramentas de
publicidade e espionagem, que cap-
turam dados pessoais do utilizador
(muito comum em ferramentas
as músicas que copiou da Internet
e outros dados não são registados
pelo programa nem enviados para
terceiras entidades. O programa
é, assim, mais seguro que os seus
concorrentes, deixando o utilizador
mais à vontade para o seu uso.
Podendo ser obtido em
www.blubster.com, o Blubster é
instalável livremente em qualquer
computador equipado com sistema
operativo Windows, da Microsoft.
Sempre que é executado, o Blubster
liga-se automaticamente à rede
Blubster permitindo que o utili-
zador inicie as suas pesquisas de
temas em MP3. O programa oferece
uma interface muito simplificada
para facilitar o processo de pesquisa
de temas musicais. Um leitor de
ficheiros MP3 foi incluído no pro-
é possível obter uma lista de temas
relacionados com a pesquisa efec-
tuada. A extensão dos resultados
obtidos — número de temas e locais
encontrados para uma determinada
pesquisa — ultrapassa frequen-
temente os resultados obtidos por
aplicações concorrentes. Os resul-
tados obtidos variam muito com
o número de outros utilizadores
ligados à rede Blubster num dado
instante. Não existindo uma rede
central onde todos os ficheiros estão
arquivados, a qualidade e a rapidez
da cópia dos temas musicais depen-
derá da hora a que se liga e de quem
esteja ligado em simultâneo.
Após ter identificado os temas
pretendidos na rede, o Blubster
encarrega-se de os copiar da forma
mais eficaz para o computador de
cada utilizador. Na ferramenta de
gestão de cópias, vamos encontrar
funcionalidades como a retoma de
processos de cópia previamente
interrompidos e a cópia de ficheiros
a partir de diferentes locais, o que
torna mais rápida a obtenção dos
temas. O Blubster inclui ainda uma
ferramenta de “chat”, quer em modo
de texto quer em modo de voz, que
permite que a todos os utilizadores
trocar mensagens e conversar entre
si. Esta funcionalidade pode ser
usada para obter ajuda de outros
utilizadores na busca de temas
mais raros que não está a conseguir
obter nas suas pesquisas.
A Optisoft S.L. já registou
mais de quatro milhões de utili-
zadores frequentes do programa, o
que o tornam numa das aplicações
mais populares da sua categoria.
Com a contínua adesão de novos
utilizadores, é natural que a
qualidade dos resultados das pes-
quisas melhorem e que o número
de temas musicais disponíveis
aumente. Por todos os motivos se
recomenda uma visita ao sítio do
programa. No entanto, uma vez
mais, se alerta os leitores para o
facto de a troca não autorizada de
músicas via Internet poder infrin-
gir a lei dos direitos de autor e
lesar os respectivos artistas. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
 .com

HP lidera no alto desempenho
A Hewlett-Packard (HP) anunciou na passada semana
que, segundo o relatório “Technical Computing Quaterly
Update for Q3 2002”, da empresa de estudos de mercado
International Data Corporation (IDC), relativo ao terceiro
trimestre de 2002, ocupa novamente o primeiro lugar no
segmento dos servidores de High Performance Compu-
ting (HPC) — ou computação de alto desempenho —,
detendo 35 por cento de quota de mercado. A empresa
apresentou o volume de vendas mais elevado em três dos
quatro segmentos do mercado informático que constam
no relatório técnico da IDC, obtendo 46 por cento no seg-
mento de Technical Capability, 62 por cento no segmento
de Technical Enterprise e 27 por cento na categoria de
Technical Department. Segundo a mesma fonte, o valor
total do mercado HPC para o terceiro trimestre foi de mil
milhões de dólares. Winston Prather, vice-presidente da
divisão de High Performance Technical Computing da HP,
afirmou que “o relatório trimestral da International Data
Corporation é mais uma prova de que a estratégia da HP
centrada na inovação e em parcerias para os segmentos
mais exigentes do mercado está a ser um sucesso”. ●
Philips Electronics compra Systemonic
A Philips Electronics chegou a acordo para a compra da
Systemonic, uma “start-up” alemã especializada em semi-
condutores para redes sem fios, um negócio que pode ser
entendido como fazendo parte da estratégia da Philips
para a “casa conectada”. Os termos do negócio não foram
ainda revelados. A Philips adiantou que os produtos da
Systemonic, a sua propriedade intelectual e o seu conhe-
cimento irão reforçar os recursos da Philips para as redes
sem fios de alto débito, nomeadamente nos seus produtos
Nexperia. A Philips adiantou que planeia integrar as suas
actuais tecnologias de conectividade num só semicondutor,
de forma a que os utilizadores e os consumidores possam
“ligar-se facilmente à informação, ao entretenimento e a
serviços em qualquer ponto das suas casas”. A Systemonic
foi criada em 1999 e tinha até agora 89 empregados, nos
Estados Unidos da América e na Alemanha. O negócio com
a Philips deverá ficar concluído no primeiro trimestre de
2003 se os accionistas de ambas as empresas aprovarem
os termos do acordo e as autoridades reguladoras euro-
peioas e norte-americanas não levantarem obstáculos à
transacção. ●
Sybase planeia adquirir AvantGo
A Sybase irá adquirir por 38 milhões de dólares a AvantGo,
uma empresa de “software” para mobilidade que se encon-
tra em dificuldades financeiras. Os produtos da AvantGo
permitem aos utilizadores fazer o “download” de notícias,
informações meteorológicas e outras da Internet para
dispositivos portáteis. No mês passado, a AvantGo referiu
que o seu serviço My AvantGo contava com cerca de sete
milhões de utilizadores registados. No entanto, apesar da
popularidade do seu “software”, a empresa nunca conseguiu
alcançar uma facturação que lhe proporcionasse o equilí-
brio financeiro. No terceiro trimestre deste ano, a AvantGo
registou perdas na ordem dos 5,5 milhões de dólares (16
cêntimos por acção). Na passada sexta-feira, devido ao
anúncio da aquisição, as acções da AvantGo subiram 44
cêntimos, ou 83 por cento, para 97 cêntimos, no Nasdaq.
A Sybase, por sua vez, viu as suas acções aumentarem 9
cêntimos na bolsa de Nova Iorque, para 13,24 dólares. A
empresa adiantou que prevê integrar a AvantGo na sua
unidade iAnywhere Solutions. Esperando completar o negó-
cio no primeiro trimestre de 2003, a Sybase adiantou que
a aquisição tornará a iAnywhere Solutions mais forte no
mercado da mobilidade e criará novas oportunidades para
tornar mais acessíveis os conteúdos da Web. ●
Vendas da Oracle desceram menos
As vendas da Oracle no segundo trimestre do ano fiscal,
que terminou a 30 de Novembro, desceram menos do que
a empresa previra, o que faz antever uma recuperação
modesta dos gastos das empresas em tecnologias. No
trimestre em causa, a Oracle (o maior forncedior mundial
de “software” para bases de dados) registou um lucro
líquido de 534,9 milhões de dólares, ou 10 cêntimos por
acção, valor inferior aos 549,5 milhões alcançados no ano
anterior. A Oracle tinha, no entanto, previsto ganhos por
acção de 8 ou 9 cêntimos. As vendas desceram 3 por cento,
de 2380 para 2310 milhões, um resultado que é também
melhor face à descida de 4 a 7 por cento que a empresa
tinha previsto no último trimestre. A Oracle prevê que as
vendas de “software” neste trimestre, o terceiro do seu
ano fiscal, irão ficar entre uma baixa de 5 por cento e uma
subida de 5 por cento face ao período homólogo ante-
rior. Os lucros deverão aumentar 4 por cento e os ganhos
por acção serão de 9 ou 10 cêntimos. A empresa deverá,
entretanto, reduzir o número dos seus funcionários em
cerca de 100 pessoas. ●
AT&T anuncia despedimentos
A empresa de telecomunicações AT&T comunicou, na pas-
sada semana, aos seus empregados que prevê efectuar
um número ainda não determinado de despedimentos
no próximo ano. Esses despedimentos deverão abranger
a divisão de negócios e serviços da empresa. Dan Lawler,
porta-voz da AT&T, referiu que “várias organizações” dos
AT&T Business Services veriam reduzida a sua força de
trabalho, medida relacionada com os esforços da empresa
para reduzir os custos. Sem referir ainda quantas pessoas
seriam dispensadas, Lawler adiantou que não se tratava
de um “anúncio de despedimentos” mas de a “dar às pes-
soas a notícia antecipada de que a empresa vai ter que se
tornar um pouco mais ‘magra’”. A redução do número de
trabalhadores poderá surgir sob a forma de despedimen-
tos, de propostas voluntárias ou de reformas antecipadas
— adiantou ainda o porta-voz da empresa. A divisão de
Business Services é a maior da AT&T, abrangendo cerca de
dois terços dos 72 mil empregados. ●
Alcatel reorganiza-se
A Alcatel anunciou, na passada quinta-feira, que se irá
reorganizar em três novas unidades de negócio, mudança
com que a empresa procura melhorar o seu desempenho
e alcançar um maior crescimento. A nova estrutura foi já
apresentada aos empregados e deverá entrar em vigor a
partir do dia 1 de Janeiro. As três novas divisões abarcam as
comunicações fixas, onde a Alcatel (um doa maiores fabri-
cantes europeus de equipamentos de telecomunicações)
pretende capitalizar a sua experiência relacionada com a
banda larga; a mobilidade, que se centrará sobretudo na
terceira geração de comunicações móveis; e as comunica-
ções privadas, para empresas e grandes instituições. Serge
Tchuruk, presidente da empresa, considerou que, “olhando
para a frente, a empresa está a centrar-se nas perspectivas
de um crescimento futuro e esta é a organização certa
para o fazer”. A Alcatel tem vindo a reduzir o número de
trabalhadores nos últimos anos e já adiantou que, no final
de 2003, os funcionários não deverão ser mais do que 60
mil. A empresa tinha 119 mil empregados no final do ano
2000 e reduziu a sua força de trabalho para 84 mil no final
do passado mês de Setembro. ●
COMPUTADORES ERROU
‘S-box Defender para maior
segurança na banda larga’
No artigo em epígrafe, publicado na anterior edição
do Computadores, afirmava-se a abrir que “a Afina,
do grupo espanhol BBVA, e a empresa norte-ameri-
cana Check Point lançaram a S-box Defender, uma
solução de segurança para ligações de banda larga,
por ADSL ou cabo”. Ora sucede que se tratava da
Afina Portugal, a qual pertence ao Grupo Afina (e
não ao grupo espanhol BBVA) e que a Check Point é
uma empresa israelita e não norte-americana. Pelos
erros se pede desculpa aos leitores e às empresas
envolvidas. ●

cartas

‘Linux mais caro que Windows 2000’

Vi hoje [9 de Dezembro último] que o Computadores deu
uma página inteira ao último estudo de TCO (Total Cost
of Ownership) de Windows vs. Linux, feito pela IDC. Não
posso deixar de reparar que o artigo está incompleto
e quero deixar aqui algumas críticas, que espero leiam
como construtivas.
Quando publicam um artigo como este — em que
o financiamento do estudo em causa é feito por um
dos concorrentes no mercado —, é necessário ter
muito cuidado com a contextualização. No sentido de
comparar o estudo com estudos equivalentes, feitos por
outras entidades de idoneidade similar. O artigo falha
principalmente neste ponto.
É também útil — embora, quanto a mim, não essencial
— que sejam indicadas as principais falhas apontadas
pela comunidade (informática, no caso) ao estudo. Digo
que não é essencial, já que a apresentação das falhas
obriga à sua análise, que, por vezes, não é compatível com
restrições de espaço para publicação.
Assim, e no caso deste artigo, uma pequena pesquisa
permitiu rapidamente encontrar dois outros estudos que
afirmam exactamente o oposto do estudo da IDC. Ambos
são de entidades com valor reconhecido na indústria:
http://www.ibm.com/linux/RFG-LinuxTCO-vFINAL-
Jul2002.pdf
http://www.cyber.com.au/cyber/about/linux_vs_
windows_tco_comparison.pdf
Nas publicações de Linux, é possível encontrar outros.
Embora a idoneidade destes seja obviamente suspeita (
http://linuxtoday.com/news_story.php3?ltsn=2002-10-
08-016-26-NW-BZ-MR ).
Quanto a falhas, o estudo da IDC apresenta dois erros
graves, que foram indicados pelos comentários no
fórum Slashdot, referido no vosso artigo:
1. Não leva em linha de conta a obsolescência planeada
dos sistemas operativos da Microsoft. Neste momento,
é de cerca de três anos, o que provoca custos de
migração a meio do período de cinco anos abrangido
pelo estudo.
2. Não leva em linha de conta o superior grau
de automatização do “software” “standard” de
administração de sistemas em Linux. Hoje em dia, a
administração de sistemas informáticos é altamente
automática — podendo um “sysadmin” [administrador
de sistema] em Linux administrar dezenas de servidores
sem qualquer problema.
Caso desejem saber mais sobre utilização de “software”
livre na prática, [sugiro] o contacto com o prof. Jaime
Villate ou o prof. Raul Oliveira, da Associação Nacional
para o Software Livre. Também terei todo o gosto em
vos apresentar o “setup” tecnológico que está por
detrás da Portugalmail, que dirijo, sobre Linux e que
serve perto de 300 mil clientes.
SÉRGIO CARVALHO
E-MAIL

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2 computadores .11
classificados
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 JOGOS
Salvação de última hora
OMO SEMPRE ACONTECE, há prendas
C
de Natal cuja compra acaba por
ser deixada para a última hora.
Se, para os adultos, há clássicos
que “desenrascam” o atraso —
como livros, discos, chocolates
ou flores — , para crianças já MIGUEL
é um pouco mais difícil. Mas se
o destinatário tem uma consola, aqui ficam
algumas das mais recentes propostas que
podem “salvar” o pai ou mãe mais atrasado.
No topo da lista de jogos infanto-juvenis
para a Xbox, encontramos “Blinx”, a primeira
produção para a Microsoft da Rare, tornada
famosa pelos seus jogos para a Nintendo. Man-
tendo todas as características típicas dos seus
jogos — nomeadamente uma galeria muito
rica e variada de personagens, bem animados
e cativantes, cenários ricos do ponto de vista
visual e uma mecânica de jogo muito apelativa
—, a Rare consegue, com “Blinx”, oferecer um
jogo a que nenhuma criança fica indiferente e
a que a maioria dos adultos também é capaz
de aderir sem problema.
Sem nenhum tipo de conteúdo que seja
menos próprio, “Blinx” (edição da Microsoft)
é um jogo de plataformas muito avançado,
protagonizado por um tecnogato respon-
sável pela manutenção do normal fluir do
tempo em vários planetas. E o tempo é,
aqui, a maior inovação, já que o jogador
pode alterar a sequência temporal do jogo.
Os produtores chamam-lhe “o primeiro jogo
a quatro dimensões”. Será demasiado mas a
verdade é que a forma como se lida com esta
componente é original. O personagem, no seu
percurso pelo planeta em que vai tentar repor a
linha temporal (apanhando objectos e lutando
contra inimigos), vai poder e dever manipular
o tempo de modo a atingir os objectivos. E
como? Usando um mecanismo que simula a
clássica interface de um vídeo: podendo fazer
“pause”, “rewind” ou “fast forward”. Esta pos-
sibilidade — que resulta em cenas inspiradas
em “Matrix”, mais uma vez, referência incon-
tornável — faz com que, por exemplo, Blinx
possa parar o tempo e, assim, melhor atacar
um adversário, ou que faça “rewind” para
desfazer um acontecimento que o impeça de
progredir. Esta variação ao tema é fundamen-
tal e até tem uma componente formativa, na
explicação de como a variável tempo afecta o
nosso mundo tridimensional. A verdade é que
esta originalidade vale a pena e “Blinx” torna-
se imprescindível para quem tem uma Xbox.
JOGOS INFANTO-JUVENIS PARA O NATAL
Para a mesma consola, temos “Whacked!”
(Microsoft), este dirigido mais a jovens e menos
a crianças. Simulando um concurso televisivo,
tem diálogos e cenas com vários níveis de lei-
tura, nomeadamente quanto ao humor mordaz.
Com personagens que parecem
CRESPO sair do universo de vilões das BD
de “Batman”, “Whacked!” é um
jogo de acção que provoca sorrisos e risos, tanto
pela história como pelas acções do jogo. Entre
os personagens, para citar apenas um caso,
temos uma bailarina que acaba por ficar inva-
riavelmente despida mas, como num programa
televisivo americano, a decência fica garantida
por duas barras horizontais que tapam as zonas
sensíveis… Os jovens acham piada, os adultos
também e o jogo é divertido e relaxante.
Do lado da PlayStation 2, há igualmente
um título incontornável: “Kingdom Hearts”
(edição Lusomundo), co-produção entre a
Disney, que dispensa apresentações, e a
Square Soft, famosa pela produção da série
“Final Fantasy”. O resultado do encontro
entre duas culturas tão populares e tão dís-
pares é surpreendentemente agradável, com
as personagens épicas nipónicas a casarem
na perfeição com Donald, Pateta, Winnie the
Pooh, Bambi ou a Pequena Sereia.
Com um grande sentido cinematográfico,
o jogo é deslumbrante do ponto de vista visual,
fabuloso como história e extremamente jogável.
“Kingdom Hearts” está no topo dos jogos indis-
pensáveis, tanto dos fãs da Disney como dos
amantes de RPG (“role playing games”).
Para a GameCube, também há boas pro-
postas para os mais pequenos ou não fosse esse
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . D E Z E M B R O . 2 0 0 2
o alvo primordial da Nintendo. Tão abstracto
como a matemática, “Doshin the Game” (edição
Concentra) põe o jogador no papel de um gigante
cuja missão é ajudar os habitantes de uma ilha
a desenvolver a sua cultura. O nosso gigante,
com o aspecto de uma raiz de ginseng (ou não
fosse um jogo oriental), tem o poder de agradar
ou desagradar aos habitantes e, reunindo o seu
amor e o seu ódio, tem a possibilidade de cres-
cer ainda mais. Engraçado é o poder de elevar
ou baixar o nível do solo, permitindo-lhe fazer
terraplanagens ou criar montanhas. Por outro
lado o ar celestial do gigante pode alterar-se,
quando ele revela a sua face diabólica… Com
um conceito original, “Doshin” será um bom
desafio para pré-adolescentes, até pelos con-
ceitos divinos associados.
Mas, para crianças, não há nada melhor que
o universo Disney; e, aí, “Magical Mirror” (Con-
centra), protagonizado pelo Mickey, cumpre na
perfeição. Uma aventura mágica, com vários
“puzzles” simples e lógicos, um personagem
simpático e conhecido, e uma produção cuidada
são os ingredientes para um resultado positivo
e desafiante, embora, por vezes, haja muita
história e pouca interactividade. Acrescente-
se que quem tiver um GameBoy Advance
e o jogo “Magical Quest Starring Mickey &
Minnie”, pode, usando o cabo de ligação entre
consolas, alterar parte do jogo.
Para a popular e disseminada PlaySta-
tion ou PSOne, a oferta para jovens é muita e
variada, começando no jogo do mais recente
filme da Disney, “O Planeta do Tesouro”, e
terminando em dois jogos com “Hugo”, o herói
dos jogos televisivos interactivos.
”Treasure Planet” (Lusomundo) é um jogo
de acção e aventura que recria os ambientes
do filme e oferece várias vertentes, desde a
condução dos navios espaciais ao combate
corpo a corpo ou ao “tiro neles”, não esque-
cendo algum exercício mental.
No caso de Hugo, temos “Frog Fighter”
— uma recriação do histórico “Frogger” que se
aproxima do modelo televisivo e tem a grande
vantagem de ser em português — e “The Evil
Mirror”, um jogo de plataformas 3D (ambos
Lusomundo).
Sem tanta fama, “Klonoa Beach Vollyball”
é dos jogos de desporto mais divertidos dos
últimos tempos. Simulação de vólei de praia,
tem um visual muito animado, é fácil de jogar
e permite fácil interacção entre pais e filhos.
No âmbito das corridas, “Firebugs” recria o
modelo “Wipeout” mas com um visual de dese-
nho animado japonês e um nível de dificul-
dade menos elevado, para que seja acessível a
todos. Também aqui merece o rótulo de “para
todas as idades”.
Se apenas houver um PC disponível, aí
“FiestaMania” (edição Infogrames), com a
galeria de personagens Nickelodeon — como os
“Rugrats” ou “Jimmy Neutron” — oferece múl-
tiplas escolhas, já que se trata de uma colecção
de minijogos diferenciados, que podem ser joga-
dos com vários dos personagens das séries de
TV. E, por falar em TV, a quarentona Pantera
Cor-de-Rosa está de regresso com um jogo para
PC em nome próprio e sempre em boa forma.
Mesmo que já não seja dos personagens mais
populares entre as crianças, “Pink Panther”
(edição PlayGames) cativa com facilidade. ●
computadores .15
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