Computadores

S E G U N D A - F E I R A 2 5 N O V E M B R O 2 0 0 2 D I R E C T O R J O S E M A N U E L F E R N A N D E S E D I T O R R U I J O R G E C R U Z

PUB
A Sociedade da Preços do ADSL 12º Congresso Prevenir antes Dos carros
Informação hoje em queda da APDC de desesperar aos jogos a abrir
Entrevista a Diogo Oni já reduziu Lobo Xavier diz o que Duas UPS em revista para Chegaram novos
Vasconcelos, gestor a sua oferta pensa do presente e do defender o computador títulos para quem gosta
da UMIC para 50 euros futuro das comunicações mas também o Hi-Fi de velocidade
➜ págs. 8/9 ➜ pág. 10 ➜ pág. 6 ➜ pág. 13 ➜ pág.15

por infravermelhos com outros dispositivos e

A COMDEX DE OUTONO 2002 NA SEMANA PASSADA EM LAS VEGAS dispõe dos programas mais usados nos Palm:
Address Book, Date Book, Memo Pad, To Do
List e calculadora.

A década digital
Outono da Comdex
A BenQ, por seu lado, mostrou os novos
monitores de cristais líquidos e matriz activa
de 15 polegadas mas com 16 milissegundos de
tempo de resposta. Quase todos os monitores
concorrentes neste segmento apresentam
este tempo na ordem dos 25 milissegundos.

A
EDIÇÃO DESTE
arrancou assombrada por
vários espectros de crise: aquela
que o sector as tecnologias de
informação atravessa desde
que rebentou a “bolha” das empresas da
Internet; o sentimento de insegurança
induzido pelos ataques terroristas do 11 de
Setembro do ano passado; e, como se tudo
isso não bastasse, as dificuldades crescentes
do Key3Media Group, a entidade organiza-
dora, confrontada com muito menos empre-
sas que antes e uma quebra para menos de
metade dos visitantes desde o ano passado.
Apesar das nuvens que, à semelhança do
ano anterior, pairavam sobre a edição deste
ano, a Comdex espelhou bem as esperanças
que os fabricantes de equipamentos e os
editores de “software” depositam quanto ao
próximo ano. No domínio das tecnologias de
informação para uso empresarial, sublinhar e
realçar todo o centavo que essas mesmas tec-
nologias podem proporcionar às empresas.
Na vertente do consumo, acenar aos utili-
zadores com todo o tipo de aparelhos digitais
que, com ou sem computador, virão a compor
o tal “estilo de vida digital” de que hoje toda
a gente fala — mesmo que os preços, por
enquanto, ainda sejam proibitivos, como será
o caso dos enormes ecrãs de
cristais líquidos da Samsung RUI JORGE CRUZ em
representados na foto. Com Las Vegas (EUA)
diagonal de 40 polegadas, é
a própria Samsung a apontar que, para já,
eles se destinam a afixar informação pública
em grandes espaços, como os aeroportos, as
bolsas de valores ou espaços comerciais.
E o peso dos produtos virados para o con-
sumo “menos informático” era tal que havia
quem dissesse que mais parecia tratar-se de
uma feira de electrónica de
consumo, como a Consumer
Electronic Show (CES), cuja
mais importante edição tem
lugar em Nova Iorque, nos primeiros de
Janeiro de cada ano. Esta comparação reme-
tia, aliás, para o facto de a CES ter continuado
a crescer nos últimos anos, em contraste com
a própria feira de Las Vegas.
Entre as novidades apresentadas nos
primeiros dias da Comdex, salientou-se um
relógio de pulso que é também um organi-
zador pessoal (PDA) de uma empresa cha-
mada Fossil e baseado no sistema operativo
PalmOS, da Palm Computing — mas hoje
licenciado por uma empresa derivada, de
seu nome PalmSource Inc. Capaz de correr
todas as aplicações escritas para o PalmOS, o
Wrist PDA tem 2 MB de memória, comunica
Graças a este progresso no tempo de resposta,
o BenQ FP591 proporciona, na reprodução de
filmes e de vídeo, uma média de 62 “frames”
por segundo — o que lhes confere maior rigor
e realismo na passagem de filmes de acção
ou de animação. E porque a BenQ pretendeu
tornar este seu novo monitor mais versátil e
“inteligente”, ele dispõe de uma ranhura de
entrada para cartões CompactFlash, permi-
tindo aos utilizadores visualizarem directa-
mente as suas fotos digitais sem que tenham
que ter as respectivas “drives” e adaptadores
instaladas nos seus computadores.
Em matéria de “keynotes”, Bill Gates
fez, como é da tradição, a conferência de
abertura da Comdex de Outono deste ano.
Uma informática verdadeiramente pessoal
(Truly Personal Computing) foi o mote de
partida para continuar a explorar o tema de
2001: a década digital — a interconexão de
cada vez mais sistemas, do “mainframe” ao
relógio inteligente, a produtividade pessoal e
personalizada — sustentada por microproces-
sadores que continuam a progredir ao ritmo
da Lei de Moore (que previu a duplicação de
potência em cada 18 meses), por capacidades
de memória e de armazenamento que não
tarda estarão na casa dos terabytes (ou seja,
dos milhões de gigabytes) e pela irrupção em
força das comunicações sem fios entre os com-
putadores e tudo o que os rodeia.
Frente a mais de 13 mil pessoas que
enchiam o grande auditório do MGM Grand,
um dos maiores hotéis de Las Vegas, nos
EUA, o co-fundador da Microsoft glosou as
promessas do estilo de vida digital a ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜ nível doméstico, em
nossas casas — um estilo de
vida que, afinal, não estará
tão longe quanto isso, a
avaliar, por exemplo, pela
rapidez sem precedentes com
que os cinéfilos estão a aderir
ao DVD em substituição da
velha cassete de vídeo ou da
própria ida ao cinema. Com
efeito, foi com alguma estupe-
facção que, nos últimos dias,
a indústria cinematográfica
reconheceu publicamente
que as receitas geradas nas
primeiras semanas após o
lançamento de títulos em
DVD têm suplantado as
das bilheteiras dos cinemas
nas primeiras semanas de
estreia dos mesmos filmes.
Gates falou ainda de
muitas coisas sérias, como
o actual “ambiente
económico” e a
presente crise de
investimentos
nas tecnologias
de informação
— classificada
como “conserva-
dorismo financeiro”
—, a crescente com-
plexidade da gestão dos
sistema de informação, as
exigências da segurança e
a difusão da banda larga. E
mostrou o novo Pocket PC
da Dell, Axim de seu nome,
um computador de bolso com
preços a partir de apenas 200
dólares.
Mas, nestas conferên-
cias, o hoje “chief software
architect” da Microsoft habi-
tuou também as audiências
a episódios de humor, em
geral desdramatizadores
da concorrência implacável
que a empresa faz aos seus
rivais. Desta vez, foi mais
longe no primeiro vídeo
apresentado, que traçou
uma breve história do com-
putador pessoal, a começar
pelo velhinho Altair, pas-
sando pelo MS-DOS, pelos
frenéticos esforços de Steve
Ballmer (hoje presidente da
Microsoft) na promoção do
Windows 1.0 e pelo abraçar
da Internet. E, aí, Bill Gates
surgiu a fazer uma autocrí-
tica sem precedentes: “Tive,
desde a primeira hora,
consciência da importância
decisiva que a Internet ia
assumir… depois de toda a
gente já o ter feito.”
Resultado: gargalhada
geral e a respectiva absol-
vição, reforçada pelo reco-
nhecimento de que outros
traçaram os caminhos hoje
trilhados pela Microsoft,
como a Apple com a inter-
face gráfica e o Newton, o
primeiro computador de
bolso, ou como a Netscape,
que difundiu o primeiro
“browser” com funcionali-
dades ao alcance de todos.
John Sculley, CEO da Apple
na altura, e Marc Andres-
sen, co-fundador da Nets-
cape, apareceram mesmo no
vídeo a fazer cada qual o seu
“gag” a propósito. E até o ex-
presidente Bill Clinton não
faltou, a sublinhar o grande
desenvolvimento da Web no
seu mandato: “No primeiro
dia, havia 50 mil ‘sites; no
computadores .2
segundo dia, 50 mil e um; no e que o ajuda (DEC), antes de duas empresas, a Terras-
terceiro dia, 50 mil e dois; no a escolher a ser comprada pela pring e a Pirus Networks,
quarto dia, 50 mil e dois… hora de levan- Compaq, fê-lo com cujo “software” permite, de
porque era domingo!” tar, o informa bastante sucesso; forma mais eficiente, tornar
O novo Tablet PC, a do estado do e a IBM apostou os processos de computação
próxima edição do Office, tempo e da fortemente nesta mais independentes das par-
a importância do XML, a circulação abordagem em ticularidades dos sistemas de
linguagem que sucederá rodoviária… meados dos anos 90, armazenamento de dados e
ao HTML na Web, possibi- e lhe diz que, com grande sucesso dos tipos de servidores pre-
litando o aparecimento de afinal, pode para o crescimento sentes em cada solução. Por
uma vasta gama de serviços dormir mais dos seus serviços outro lado, o CEO da Sun
numa atmosfera de grande 15 minutos. mas também sublinhou que será neces-
interoperabilidade entre No dia para a promoção sário o apoio de parceiros
sistemas. Por fim, Bill Gates seguinte, das suas próprias integradores como a Ernst &
mostrou o resultado de uma depois da con- soluções tanto de Young, a Cap Gemini, a EDS
das vertentes da investi- ferência de equipamento como ou Deloitte Consulting.
gação e desenvolvimento Carly Fiorina, de “software”. Como é proverbial nas
da Microsoft: uma série de da HP (ver O que é original suas intervenções, Scott
dispositivos destinados ao caixa), seria nesta abordagem McNealy não deixou de
quotidiano e dotados de “inte- a vez de Scott McNealy, o de rede. Desta forma, a da Sun é o papel atribuído virar as suas baterias contra
ligência” presidente e “chief executive Sun procura adaptar-se às à rede e às suas tecnologias a Microsoft e os seus produ-
officer” da Sun Microsys- actuais condições de inves- baseados em “standards” tos — os quais não funciona-
tems. “Nós transformámos a timento minimalista das abertos para se alcançar riam bem e obrigariam os
bolha em dinheiro. Ter 5200 empresas nas tecnologias de uma integra- ção utilizadores a comprarem
milhões de dólares no banco informação — “Eu gostava de eminente- mais e mais
é uma coisa muito, muito que os nossos clientes tives- mente produtos da
boa. Nós conseguimos gerar sem mais dinheiro”, disse funcional empresa —
liquidez suficiente para McNealy — , adoptando e n t r e mas, desta
cerca de 32 trimestres uma atitude mais pragmá- soluções vez, visou
seguidos.” Foi assim que tica face à heterogeneidade e equipa- também
McNealy procurou dis- de plataformas e soluções mentos claramente
sipar as dúvidas quanto existentes nos seus clientes seus, da a IBM, um
à viabilidade da sua actuais e potenciais. IBM, da concorrente
empresa. Com a N1, a Sun pre- HP ou da temível
Mas Scott McNealy tende proporcionar aos admi- EMC, por nas actuais
não foi a Las Vegas nistradores de sistemas um exemplo, condições do
apenas falar da saúde melhor aproveitamento dos existentes mercado e
financeira da Sun, seus actuais equipamentos lado a ainda mais
tendo explanado de e soluções, nomeadamente lado nos após ter
forma mais clara a infle- através da partilha de centros de concretizado
xão estratégica da sua tarefas e cargas de processa- dados dos a aquisição
empresa para esta fase do mento entre sistemas que por grandes da divisão
graças às seu negócio. O actual plano norma dificilmente “falam” clientes. de con-
“smart perso- nal dá pelo nome da sintética entre si — o que conduz S c o t t sultoria da
object technologies” (SPOT) sigla N1 e assenta no para- quase sempre a um suba- McNealy reconhe- PriceWaterhouse-
— de que o mais interes- digma da integração de sis- proveitamento dos recursos ceu, no entanto, que a Coopers (PWC). “Deixar
sante foi um despertador temas e na sua simplificação existentes. Esta aposta na Sun não poderia concretizar os Global Services da IBM
com acesso à agenda do recorrendo a componentes integração não é original: sozinha esta nova estraté- entrarem numa empresa
utilizador no dia seguinte baseados nas tecnologias a Digital Equipment Corp. gia. Daí que tenha adquirido equivale a uma lobotomia
auto-imposta”, disse mesmo
o CEO da Sun.
Carly Fiorina desafia os ‘críticos e cépticos’ da HP E Scott McNealy tem
razões para estar preocu-
‘O progresso não é alcançado executar 6 milhões pado com os seus concor-
pelos cínicos e pelos cépticos de milhões de cálcu- rentes. O futuro da Sun
mas por aqueles que acredi- los por segundo, algo Microsystems — cujas
tam que tudo é possível.” Foi que seriam precisos vendas sofreram uma pro-
com estas palavras que Carly 10 mil computadores funda quebra na sequência
Fiorina, a presidente e “chief pessoais para atingir. das falências em cascata
executive officer” (CEO) da Quanto a novidades, das empresas da Internet
nova Hewlett-Packard (HP) Carly Fiorina mostrou e quando está a proceder a
começou e encerrou a sua con- sumariamente o novo mais uma série de despedi-
ferência na edição de Outono Compaq Tablet PC da mentos de forma a reduzir
da Comdex 2002.Eram 9h15 da HP — apresentado os seus custos estruturais
manhã mas era notório o can- doze dias antes em — voltou a ser objecto de
saço da responsável máxima Nova Iorque (ver discussão entre os analis-
da HP, agora que Michael anterior edição de tas. Muitos se interrogam
Capellas — ex-presidente da Computadores) — e sobre a viabilidade do
Compaq e seu grande aliado um novo modelo dos modelo de negócio da Sun,
no processo de aquisição e de fusão Compaq fez da Digital Equipment e da computadores de bolso iPaq, com o que assenta num sistema
das duas empresas — decidiu aceitar o Tandem — fizeram (e continuam a fazer) sistema operativo Pocket PC mas com operativo próprio, o Sola-
desafio de trazer a WorldCom de volta ao a diferença, a começar pelos sistemas de novas funcionalidades e mais ligeiro ris, e numa arquitectura de
universo das empresas respeitáveis. informação de boa parte das bolsas a (à volta dos 200 gramas). Trata-se, na processamento, Sparc, cujo
E, para quem ainda tivesse dúvidas sobre nível mundial e que, no caso da Bolsa de verdade, de dois novos modelos, h5400 desenvolvimento, sendo
quem seriam os cínicos e os cépticos, Fio- Nova Iorque, pôde ser reposto a funcio- e h3900, assentes num processador parcialmente repartido
rina afirmou, categórica:“Depois da fusão, nar em poucas horas após os atentados Xscale PXA (um sucessor dos ARMS- com a Fujitsu, do Japão,
temos uma HP melhor, capaz de ser um de 11 de Setembro do ano passado. trong), da Intel, a 400 MHz, o que é quase não deixa de ter um grande
parceiro mais completo para os seus A CEO da HP referiria ainda o patro- o dobro da frequência de relógio antes peso nas suas contas.
clientes.”. A CEO da HP continua, assim, cínio e o equipamento da equipa de disponível nestas máquinas. Daí que ciclicamente se
a desafiar frontalmente todos aqueles Fórmula 1 da Williams-BMW -que, em Os ecrãs continuam a ser os tácteis e fale da hipótese de o grupo
que, na sequência do anúncio da saída menos de dois anos, conseguiu sair da de matriz activa dos anteriores mode- japonês vir a comprar a Sun
de Capellas, voltaram a pôr em causa a mediania para se bater quase de igual los, com aquela excelente característica se as dificuldades desta se
sua capacidade para levar a bom porto a para igual com a Ferrari graças à “ade- para quando se usa sob luz intensa prolongarem no tempo. Por
integração das duas organizações e a con- quada combinação” de pessoas com do sol ou artificial: em vez de gastar outro lado, há quem afirme
solidação das suas posições no mercado. as tecnologias de informação. E ainda mais energia por o utilizador ter que que a Fujitsu só não consi-
Carly Fiorina passou, então, a desfiar os projectos espaciais com a NASA ou aumentar o contraste, é o próprio ecrã dera mais seriamente a hipó-
o rosário de projectos e realizações o supercomputador da universidade que consegue que essa luz intensa tese de uma aquisição da Sun
em que, ao longo dos últimos anos, as norte-americana de Carnegie Mellon reverta para elevar automaticamente por não querer pôr em risco
tecnologias hoje detidas pela nova HP constituído por um conjunto de “clus- o seu contraste. Os recursos de comu- a continuidade do desenvol-
— resultantes dos esforços próprios ters” de servidores ligados por mais nicações sem fios vêm também refor- vimento do Solaris, uma das
mas também das aquisições que a de 23 quilómetros de cabos e capaz de çados, como seria de esperar. ● R.J.C. variedades de Unix mais
usadas nos EUA, na Europa
e no próprio Japão. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .3
 Administração
pública açoriana
abraça a Net…
O Governo açoriano garantiu
recentemente a acessibi-
lidade através de computa-
dores pessoais e da Internet,
a partir de 2003, às informa-
ções e aos serviços dos vários
departamentos da adminis-
tração pública regional, que
passarão a estar disponíveis
em portal próprio na Web.
Num seminário dedicado ao
“E-government nos Açores”,o
director regional da Ciência
e Tecnologia, Henrique
Schanderl, salientou que
o projecto Administração
Digital visa simplificar práti-
cas burocráticas, facilitando
a vida aos cidadãos através
do recurso às novas tecno-
logias. “Pretende-se uma
ligação muito estreita entre
o cidadão e a administração
pública”, de modo a que
possa “saber com exactidão
e celeridade como está um
processo seu”, independen-
temente do departamento a
que diga respeito, assegurou
Schanderl, de acordo com a
Agência Lusa. Segundo o
director regional da Ciência
e Tecnologia, o portal do
Executivo açoriano será a
plataforma-base de todo o
projecto, que começará a
disponibilizar informações
a partir do próximo ano. O
portal está a ser criado pelo
Centro de Informática e Tec-
nologias da Informação (CITI),
um organismo que depende
directamente da Presidência
do Governo Regional e que
iniciou funções em Setembro
de 2001. ●
… com acesso
gratuito em todos
os concelhos
Henrique Schanderl realçou,
ainda,que o acesso dos açoria-
nos aos novos serviços digitais
estaria assegurado com a cria-
ção da Rede da Sociedade de
Informação dos Açores, que já
disponibiliza acesso gratuito à
Internet nos 19 concelhos do
arquipélago, num total de 25
freguesias. Este projecto per-
mite que“qualquer cidadão se
dirija a um destes centros de
informática e, sem qualquer
custo, tenha acesso a tudo
o que o Governo Regional
tenha disponível” nos novos
meios de comunicação. Para
o director regional da Ciência
e Tecnologia, o financiamento
da Administração Digital
“não constitui preocupação”
para o Governo açoriano
uma vez que está garantido
pelas verbas do programa
nacional para a Sociedade
de Informação. Henrique
Schanderl sublinhou ainda
que a disponibilização de
serviços e informação públi-
cos por meios digitais cons-
titui uma forma de quebrar
o isolamento geográfico de
um arquipélago, como o
açoriano, que é composto
por nove ilhas. ●
computadores .4
release 3.0
A ciberpolítica em termos locais
POLÍTICA É sempre local”, cos-
A
tumava dizer Tip O’Neill, um
lendário congressista dos EUA.
Ora isso também se aplica à
política do ciberespaço. A reunião
do mês passado da Internet Corporation for
Assigned Names and Numbers (ICANN) em
Xangai, na República Popular da China, é
um bom exemplo disso mesmo.
O ICANN, do qual já fui presidente e hoje
sou um apoiante crítico, define as orienta-
ções para o sistema de domínios da Internet.
Nesta última reunião, aprovou uma reorga-
nização global da sua estrutura, ficando a
faltar uns quantos pormenores, que serão
tratados no próximo mês, numa reunião do
conselho em Amsterdão, na Holanda.
E embora os utilizadores finais tenham
perdido a possibilidade de, nos tempos mais
próximos, serem representados no ICANN
através de eleições globais “on-line”, eles
ganharam a possibilidade de influenciarem
o ICANN onde isso mais importa — nos
grupos de orientação locais, onde as ideias e
as estratégias são concretizadas.
Os jornalistas que fizeram a cobertura
da reunião só prestaram atenção à decisão
de se deixar de eleger membros para o con-
selho. Em minha opinião, passaram ao lado
do essencial.
Por norma, o conselho do ICANN limita-
se a ratificar as propostas apresentadas
pelas comissões e pelos grupos de trabalho.
Dispor de influência no conselho terá prova-
velmente menos importância do que partici-
par nas discussões à volta de uma mesa que
conduzem à definição das orientações. Foi
isto que sucedeu na realidade e que tem a ver
connosco todos: passou a existir uma opor-
tunidade séria de os indivíduos ajudarem o
ICANN a definir as suas orientações.
Apesar de não dispor de autoridade
formal, o ICANN é uma organização con-
tratada pelo Departamento de Comércio
dos EUA para definir orientações para a
Internet. Actualmente, há um conselho de
19 pessoas (que em breve passarão a ser 15).
Mas as forças determinantes na definição
de orientações incluem várias centenas de
pessoas, na sua maioria representantes
de grandes empresas, que têm algum tipo
de interesse no efectivo funcionamento da
Internet.
O ICANN é o local onde se encontram
— física e virtualmente — para negociarem e
definirem orientações para a infra-estrutura
técnica da Net, trabalhando como membros
de uma série de organizações integrantes do
ICANN. Algumas destas pessoas são técni-
cos; outras são profissionais; mas algumas
são comuns utilizadores finais.
Pôr o I no ICANN
Uma pessoa comum não pode, em geral,
dar-se ao luxo de participar em reuniões por
esse mundo fora. Como também não poderá
dar-se ao luxo de dedicar tempo a interminá-
veis reuniões de trabalho, necessárias para
se chegar a um consenso sobre os detalhes
específicos do modo como os nomes são atri-
buídos, a quem é que se confere acesso ao
negócio potencialmente lucrativo de atribuir
esses nomes e que tipo de dados deverão ser
solicitados ou tornados públicos acerca de
quem regista nomes de domínio.
Estes tipos de orientações são relevantes
e é importante para os utilizadores finais
— quer dizer, nós — ajudarem a defini-las.
Existe também o interesse de limitar a
supervisão do ICANN relativamente a coisas
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
E S T H E R D Y S O N
O ICANN, porque
arrancou a nível
mundial, ficou privado
da coesão orgânica
que a política local
ajuda a desenvolver.
Ao adoptar uma
participação local de
baixo para cima, talvez
o ICANN consiga,
finalmente, corrigir
essa falta de coesão
orgânica.
que, na realidade, exigem políticas globais;
a maior parte das coisas pode ser decidida a
nível local.
Na sua nova constituição, o ICANN terá
um menor número de membros. Será uma
comissão de nomeação — e já não os mem-
bros empresariais do ICANN ou o público em
geral — a escolhê-los. Essa comissão incluirá
cinco membros da comunidade “at-large” do
ICANN, que terão uma influência considerá-
vel na escolha dos membros do conselho.
Os críticos do ICANN — e há muitos!
— dizem que esta reestruturação porá fim
à democracia no conjunto da organização.
Mas, de facto, o ICANN nunca foi uma demo-
cracia. Houve nele pessoas escolhidas para
representar o público em geral. Mas como é
que se pode ter uma democracia se nem se
consegue definir o eleitorado? (E não deixa
de ser uma ironia do destino que tudo isto se
tenha passado em Xangai…).
À luz do que aprendi no tempo que passei
no antigo bloco de Leste, não se pode criar
uma democracia efectiva simplesmente
através da realização de eleições: é preciso
fomentar a participação das pessoas na vida
pública.
Apesar da representação pública no con-
selho, os utilizadores individuais não dispu-
nham de uma participação estruturada nas
decisões do ICANN nem de mecanismos efec-
tivos que lhes assegurassem o entendimento
dos seus pontos de vista pelos “seus” mem-
bros no conselho. Ao longo do último ano,
discutiu-se se o conselho deveria, ou não, ter
um modo de representação pública.
Ora foi aí que o interesse público ficou
a ganhar. Com efeitos a partir de agora, o
conselho do ICANN aprovou a criação de
uma Comissão Consultiva Representativa
(um At-Large Advisory Committee) ao qual
caberá apoiar o conselho e participar na
definição e desenvolvimento de políticas do
ICANN ao nível do trabalho das comissões.
Para os devidos efeitos, faço saber que, de
momento, integro esta nova comissão no seu
actual figurino.
Aconselhar e aprovar
O conselho procederá à escolha dos mem-
bros da comissão inicial. Mas, numa fase
posterior, dez dos seus 15 membros virão
das organizações de base e regionais. Estes
grupos funcionam independentemente do
ICANN e serão eles a escolher os delegados
que participarão na definição de orientações
e na escolha de cinco dos 22 membros da
comissão de nomeação do ICANN, a quem
cabe a selecção dos membros do conselho.
E o que é o mais importante: o At-Large
Advisory Committee trabalhará em conjunto
com os membros do ICANN e de outras
comissões na concretização das políticas.
Trata-se de apoiar o conselho mas também
de votar em propostas de orientação e em
decisões do conselho; em geral, o simples
aconselhamento surge demasiado tarde para
ter qualquer efeito.
É decisivo para o público em geral poder
participar desde o início, quando as políticas
estão a ser definidas em matérias como a
confidencialidade da informação pessoal dos
detentores de nomes de domínio ou as prá-
ticas de “marketing” daqueles que registam
nomes de domínio. Estas questões, e não a
estrutura de poder do ICANN, são o cerne
real das suas deliberações.
Ao longo dos próximos meses, o At-Large
Committee continuará a trabalhar com os
grupos regionais e locais de utilizadores da
Internet, ajudando-os a organizarem-se e a
comunicarem com os seus membros em torno
das questões de orientação com que o ICANN
se confronta.
Esse grupos serão encorajados a inte-
grarem uma das cinco organizações repre-
sentativas a nível mundial, que escolherão
dez elementos dos 15 do At-Large Advisory
Committee. Esses membros participarão nas
discussões de orientação e terão ligações aos
grupos a quem caberá a concretização das
linhas de acção do ICANN.
Mas seria isto o que esperavam os defen-
sores da participação pública? Certamente
que não. Isto constitui um começo? Absolu-
tamente.
Trata-se de um modo primordial de
envolver o público na vida do ICANN. E pro-
porciona uma via de crescimento no seio da
organização, tal como a política local prepara
os indivíduos para, mais tarde, assumirem
responsabilidades mais vastas.
A política local ajuda as pessoas a com-
preenderem as questões e a sentirem-se
responsáveis perante os eleitores. O ICANN,
porque arrancou a nível mundial, ficou
privado da coesão orgânica que a política
local ajuda a desenvolver. Ao adoptar uma
participação local de baixo para cima, talvez
o ICANN consiga, finalmente, corrigir essa
falta de coesão orgânica.
(Para mais pormenores sobre este pro-
cesso, consultar o endereço www.icann.org.
Para comentários, escrever para reform-
commentsicann.org ou http://forum.icann.org/
reform-comments/ ). ●
Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI, edita o
boletim “Release 1.0”, é presidente da Esventre Holdings
(organizadora do PC Fórum) e foi, até Novembro de 2000, presi-
dente da Internet Corporation for Assigned Names
and Numbers (ICANN)
Exclusivo New York Times / PÚBLICO
 APOSTA DA SAMSUNG VAI DOS TELEMÓVEIS AOS FRIGORÍFICOS

O futuro é para ser criado

FUTURO NÃO É para ser previsto tos da Samsung: computadores de bolso, USB —, este equipamento inclui ainda uma

O
O portátil P10, com Pentium 4-M de 2,2
mas para ser criado, disse Jong os incontornáveis telemóveis, ecrãs de câmara para tirar fotografias com 640 x 480 GHz e 256 MB de memória não deverá ser
Young Yun, vice-presidente e plasma já com 63 polegadas, televisores píxels de resolução e suporta diversos forma- comercializado em Portugal nos tempos mais
“chief executive officer” (CEO) de cristais líquidos, leitores de DVD, câma- tos, incluindo MP3 para ficheiros de áudio. O próximos.
da Samsung Electronics, ao ras de filmar, impressoras e frigoríficos. SPH-i700 integra ainda o “software” gpsOne, Nas impressoras, a novidade foi a ML-
encerrar a sua intervenção na conferência Na exposição, os parceiros e clientes da para localização geográfica. 1510, uma laser com resolução de 600 x 600
DigitAll Inspiration 2002, que a Samsung empresa coreana puderam experimentar Nos telemóveis, foi apresentado o pontos por polegada (disponível no primeiro
organizou em Versalhes (França), na pas- os telemóveis que também podem servir SGH-P400, um modelo com câmara trimestre de 2003) mas a sensação veio do
sada quarta-feira. Celebrada foi a estra- de máquinas fotográficas ou os frigorífi- incorporada capaz de rodar a 180 graus HomePAD Refrigerator — um frigorífico
tégia voltada para cos que permitem (ou seja, de captar o próprio fotógrafo), com câmara incorporada, um ecrã de 10,4
a convergência, os aceder à Internet. capacidade para armazenar até 100 polegadas e acesso à Internet. Nada como
novos produtos e os Muitos dos visitan- imagens e 40 toques polifónicos. levar a Web até à cozinha para se consultar
“bons resultados” no tes traziam já no Em meados do próximo ano chegará o E-mail enquanto se prepara o almoço ou
segundo trimestre de bolso algumas das a Portugal o primeiro ecrã de plasma ver um filme enquanto se janta. Como disse
2002: 8550 milhões mais recentes novi- da Samsung com 63 polegadas. É o PS- Eric Kim, há que estar sempre ligado, não
de euros de facturação dades tecnológicas, 63P1H, de formato 16 x 9, com 70 quilos importa onde ou a partir de quê. ●
e lucros na ordem puxando dos seus de peso e 89 milímetros de espessura. O
dos 1650 milhões de telemóveis para, à preço não está ainda estabelecido, mas é
euros, um recorde chegada ao Palácio fácil prever que não ficará ao alcance de
para a empresa. de Versalhes, tira- todos. Também o televisor LCD (de cris-
Simplificar o rem algumas fotos tais líquidos) LW40A13W, de 40 polega-
desenvolvimento de para enviarem à das, chegará a Portugal em Janeiro,
produtos e os proces- família. com formato 16 por 9, resolução de
sos logísticos é agora um ISABEL GORJÃO SANTOS Uma das novidades 1280 x 768 e a qualidade de som
dos principais objectivos da em Versalhes (França) foi o organizador pessoal conferida pelo Virtual Dolby
Samsung Electronics, disse Phone SPH-i700, que só Surround.
Jong Yong Yun, sublinhando que uma estra- estará disponível em Portugal no segundo O leitor portátil de
tégia de negócio clara e a criação de valor real trimestre de 2003. A Samsung designa-o DVD L100, de aparên-
para os clientes são alguns dos trunfos que por PDA mas, na verdade, ele é mais do que cia semelhante à de
levam ao sucesso de uma empresa. Também isso: trata-se de um computador de bolso que um PC portátil e com
Eric Kim, vice-presidente para o “marke- funciona com o sistema operativo Pocket PC ecrã de 10 polegadas,
ting”, salientou a importância da perspectiva Phone Edition, da Microsoft, e que, como integra também o
para a convergência digital ou, por outras o nome indica, agrega as funções de um rol de novidades da
palavras, a necessidade de se estar sempre Pocket PC às de um telemóvel. A par das Samsung, como a “cam-
ligado, a qualquer hora, em qualquer lugar e características mais habituais nos Pocket corder” VP-D590i (“zoom”
a partir de qualquer meio. PC — capacidade de escrever textos, enviar óptico de 10x, “zoom” digital
Eric Kim apresentou os novos produ- e receber E-mail ou ligação ao PC através de de 400x e 355 gramas de peso).

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .5
 ANTÓNIO LOBO XAVIER PRESIDE AO 12º CONGRESSO DAS COMUNIC AÇÕES

Da velha liberalização
aos novos desafios
muito atrasado
FERNANDO VELUDO

P
ORTUGAL ESTÁ
no que diz respeito ao sector
das comunicações, o processo
de liberalização começou
tarde e é necessário punir
as práticas que vão contra a livre con-
corrência. Quem o diz é António Lobo
Xavier, membro da comissão directiva
do Partido Popular, consultor na área
das telecomunicações e, neste ano, pre-
sidente do 12º Congresso das Comunica-
ções. Organizado pela Associação para
o Desenvolvimento das Comunicações
(APDC), este é o maior evento anual do
sector e irá começar amanhã, no Centro
de Congressos de Lisboa.
Em ano de mudanças, no Governo
e no órgão regulador das comunica-
ções, não faltarão temas de discussão
— da sempre abordada liberalização
das telecomunicações à sociedade da
informação, da banda larga ao serviço
público de televisão, dos novos desafios
da mobilidade ao habitual estado da
nação. Esperam-se três dias de animado
debate, a julgar pelo que disse a Com-
putadores o presidente do congresso.
Lobo Xavier considera que este
evento servirá para fazer o balanço
de diversas questões importantes e dá
dois exemplos: o debate sobre a natu-
reza e as exigências do serviço público
de televisão, e a discussão acerca da
banda larga e da sociedade da infor-
mação: “Em Portugal, estamos muito
atrasados nesta matéria.” O que torna
este congresso diferente das edições
anteriores são as mudanças entre-
tanto ocorridas. “Mudou o regulador e
o Governo, mas estes momentos podem
ser muito criativos e trazer qualquer receitas para o Estado”. A oportunidade de perseguição e punição das práticas O quarto operador deveria dar
coisa de novo, um maior impulso”, diz deveria ser aproveitada para a concreti- contra a concorrência”. Caso isso não entrada no mercado quando chegasse
Lobo Xavier. zação de medidas capazes de estimular aconteça, diz, verificar-se-á a tendência a terceira geração de comunicações
Tal como em anos anteriores, um dos a concorrência, “tais como a descida das para regressar à situação de monopólio, móveis, daí o facto de os outros opera-
temas principais deste encontro será a tarifas de interligação”. “que não é positiva para os consumi- dores terem recusado conferir-lhe inter-
liberalização das telecomunicações em Ao fazer uma análise do que se passa dores nem para o desenvolvimento da ligação para a rede GSM (de segunda
Portugal. Aliás, Lobo Xavier atribui no mercado das comunicações através sociedade da informação”. geração) hoje existente. Os contactos
grande importância aos debates agen- de rede fixa, Lobo Xavier não deixa de A terceira geração de comunicações em curso irão resultar na compra, por
dados sobre este assunto por considerar fazer algumas críticas ao actual governo móveis, assente na norma Universal parte dos operadores em funcionamento,
que existem atrasos preocupantes e que por este não ter ouvido os outros ope- Mobile Telecommunications System dos activos e da frequência no espectro
não estão ainda criadas as verdadeiras radores, para além da PT. “No anterior (UMTS), será também um tema em radioeléctrico da OniWay, que, nesse
condições de concorrência. “Olhando governo, houve muitas reuniões para destaque no congresso. Sobre este caso, encerrará.
para trás, verificamos que o regulador tentar satisfazer os operadores mas, assunto, Lobo Xavier considera que Também no que diz respeito à Internet,
desempenhou um papel muito positivo desta vez, parece que a venda da rede uma boa parte dos governos da Europa Lobo Xavier aponta algumas dificuldades,
e contribuiu para uma básica pode acontecer foram “demasiado gulosos” na forma mais uma vez relacionadas com condicio-
certa mudança de cul- ISABEL GORJÃO SANTOS sem que se ouça o resto como olharam para a terceira geração, nalismos a uma efectiva concorrência. “Na
tura, para se passar de do sector.” O presidente disponibilizando as licenças de UMTS banda larga, a concorrência tem estado,
um sistema de monopólio a um sistema do 12º Congresso das Comunicações através de leilões. “O governo portu- até aqui, muito limitada”, adianta, expli-
de regulação”. No entanto, “isso não diz mesmo que “a extrema urgência guês, o anterior, fez um concurso e foi cando que “a oferta de ADSL é recente
significa que não existam atrasos pre- é a única explicação válida para este mais prudente, levando a um pagamento mas envolve a prática de preços grossistas
ocupantes, já que Portugal ocupa, nesta facto”, mas não deixa de lembrar que moderado por parte dos operadores em que não permitem uma oferta rentável”
matéria, um lugar modesto e, nalguns o actual governo já se encontra em comparação com o que aconteceu nou- — situação que obriga os operadores a ali-
casos, mesmo medíocre”, considera o funções há sete meses. tros países. Por isso, a maior parte das nharem o seu preço de retalho pela oferta
presidente do congresso. A descida mais acentuada dos preços empresas de telecomunicações europeias da PT e restringe a concorrência.
Um dos exemplos apontados são de interligação é uma das medidas que está em dificuldades.” Outro dos motivos para uma fraca
as escassas quotas de mercado dos Lobo Xavier considera bastante impor- No que se refere à situação da utilização da Internet está no facto de
operadores alternativos da rede fixa tantes: “Esses preços têm um compa- OniWay — cujo arranque como quarto ser também escasso o número de compu-
de telecomunicações. Estes não con- rativo europeu e é sabido que, nessa operador não irá acontecer porque os tadores existentes por pessoa. “O Governo
seguiram alcançar uma posição mais comparação, Portugal fica muito desfa- accionistas estão muito perto de forma- tem que ser pioneiro nesta matéria e
significativa porque não foram criadas vorecido.” O processo de liberalização lizar o acordo para o seu encerramento disponibilizar os serviços públicos, o que
verdadeiras condições de concorrência, das telecomunicações “começou tarde —, Lobo Xavier considera que a discus- vai acontecendo muito lentamente”, diz
diz Lobo Xavier, referindo a existên- e está atrasado”, diz o presidente do são em matéria de interligação não foi Lobo Xavier.
cia de preços e práticas comerciais “de congresso, que entretanto aponta outros o que de mais importante aconteceu: Todos estes temas serão debatidos,
duvidosa legitimidade”, levados a cabo problemas do sector, como a propriedade “Não se deve estranhar que as empresas a partir de amanhã, no Congresso das
pelo operador incumbente, a Portugal das comunicações por cabo em Portu- usem normalmente os seus direitos de Comunicações. O seu presidente considera
Telecom (PT). gal: “Não é aceitável que o operador defesa e contestação.” Afinal, “os ope- que esta edição tem a particularidade de
Considerando bastante provável que histórico seja dono da rede básica e da radores que recusaram a interligação não se destinar apenas a técnicos da área
o Estado venha a vender a rede fixa de rede de cabo. Isso não se verifica em têm razões que não são desprezíveis”, das telecomunicações mas a todos os cida-
comunicações à Portugal Telecom, Lobo nenhum país da Europa.” Perante este adiantou, referindo ainda que “quem dãos. “É o sector visto pelas pessoas e
Xavier lamenta o facto de esse negócio cenário, a solução apontada por Lobo conhece o problema sabe que se trata não apenas pelos agentes do sector das
parecer significar “apenas um aumento de Xavier passa por “criar uma cultura de uma matéria difícil e complexa”. telecomunicações.” ●

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 virose

Stopin é a novidade

O Stopin é um “worm” de distribuição em massa por E-mail que
usa o respectivo programa configurado como pré-definido no
Registry para se enviar para todos os endereços contidos nas
mensagens existentes na pasta A Receber. Não tem actividade
destrutiva sobre os computadores infectados. A mensagem
enviada apresenta como assunto a indicação de resposta à
mensagem utilizada para aproveitar o endereço. O texto é:
“Hi [nome do remetente da dita mensagem], you wrote me :
##########
- [texto da mensagem utilizada],
smtp.yahoo.com
##########
auto-reply:
I can not reply now.
Look at this attachment and mail me if you have some
suggests”
O nome do ficheiro anexo da mensagem é constituído por
três partes escolhidas aleatoriamente. A primeira é escolhida
dentro dos nomes Readme, Clickme, Lookthis, Urgent, Newgame,
Winanholiday, Hello, Foru e Important. A segunda e a terceira
partes são extensões escolhidas de entre os grupos: .mp3, .htm,
.jpg, .gif, .htm, .mpe, .mpg, .htm, .vbs, .zip e .rar; e .exe, .com, .pif e .scr.
Quando é executado, o Stopin verifica se está a correr como
Msie32.exe e, em caso contrário, copia-se para a pasta do sistema
com aquele nome fazendo aparecer uma mensagem com o
título “SETUP”e o texto “Software installed on the system”com
um botão OK. Ao mesmo tempo, acrescenta valores ao Registry
para que seja executado de cada vez que
o Windows arranca. Por fim, pára de se
executar não enviando mensagens. Se, pelo
contrário, estiver a correr com aquele nome,
inicia o processo de envio em massa das
mensagens atrás referidas.
Nova variante do Brid
Nesta semana, surgiu uma nova variante,
a B, do Brid (sendo Braid, Bride ou Bridex
outros nomes por que é conhecido), também ele um “worm”
de distribuição em massa por E-mail. Ao contrário da versão
anterior, o Brid.B não copia para o computador infectado os
“worms”W32.Funlove.4099 ou W32.Funlove.int. Quando é
executado, faz aparecer uma imagem de um casal sorridente
com o título “10 Ways to Attract a Man” e um botão Exit. Ao
mesmo tempo, cria, no ambiente de trabalho, os ficheiros
Madam.eml e Madam.exe, sendo este uma cópia do “worm”.Se
o ficheiro de “mail” Madam.eml for aberto num computador a
que não foi aplicado o “patch” contra a falha Mime, o ficheiro
anexo é automaticamente executado.
O “worm” faz interromper todos os processos em curso no
sistema que contenham um dos seguintes “strings”: dbg,
mon, vir, iom, anti, fire, prot, secu, view e debug. E utiliza o seu
próprio motor de SMTP para se enviar para todos os endereços
de E-mail que encontrar em ficheiros .htm e .dbx. O assunto
da mensagem que propaga o Brid apresenta é o nome da
empresa que se encontra no Registry do computador infectado
que envia a mensagem, sendo
o seguinte o texto:
“Hello,
My name is donkey-virus.
I wish you a merry Christmas
and happy new year.
Thank you.”
O ficheiro anexo chama-se
Readme.exe.
Importante falha no IIS da Microsoft
A Microsoft alertou no dia 21 para a existência de uma
importante falha nos Microsoft Data Access Components
(MDAC), uma colecção de componentes que facilita aos
programas o acesso a bases de dados e a manipulação de
dados dentro delas. Estes componentes são utilizados pelos
Internet Information Services (IIS) e pelo Internet Explorer.
Trata-se de uma falha do tipo “buffer overflow”, que torna os
computadores vulneráveis a ataques do tipo dos do Nimda,
não tendo sido, no entanto, ainda detectados quaisquer
aproveitamentos de tal falha. Ela afecta os servidores que
correm os Microsoft Data Access Components 2.1, 2.5 e 2.6,
e também algumas versões do próprio sistema operativo,
não afectando o Windows XP. Do lado do cliente, afecta os
utilizadores com o Internet Explorer 5.01, 5.5 ou 6.0 logo que
visitem um “site” configurado para explorar a falha — para a
qual já existe um “patch”. ● JOSÉ DOUTIL

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 25
WM/MDMA.C;D;H, AOS.A,
W97M/Jackal.A, Acid.A
(intended), W32/Urick@MM,
W97M/Multi.a, X97M/Anis,
X97M/Hongo.c, W97M/
Cobra.a1
Dia 26 Dia 27 Dia 28 Dia 29 Dia 30 Dia 1
WM/MDMA.C;D;H, WM/ WM/MDMA.C;D;H, WM/ WM/MDMA.C;D;H, WM/MDMA.C;D;H, VBS/ WM/MDMA.C;D;H, AOS.A, WM/BADBOY.A;B;C, WM/
TAMAGO.A, VBS/Gaggle@MM, HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A, WM/Eraser.B;C:Tw, VBS/ Gaggle@MM, W97M/Bablas.aj, Tribute.A;B, FHD.A, W97M/ CVCK1.B;E, Tribute.A;B, Acid.A
X97M/Reten.d, W95/CIH.1003, VBS/Gaggle@MM, W97M/ Gaggle@MM, W97M/Clave.a, VBS/Valentin@MM, VBS/ Jackal.A, W32/Urick@MM, VBS/ (intended), WM/Theatre.A,
W97M/Cobra.a1 Cobra.a1 VBS/Baracu.A@mm, W97M/ San@M, W97M/Cobra.a1 Gaggle@MM, W97M/Fifteen.a, W32/PetLil@MM, JS/
Este, W97M/Cobra.a1 VBS/Loveletter.ar, X97M/Anis, Gigger.a@MM, W97M/Shore.p,
XM/Laroux.IC, W97M/Cobra.a1 W97M/Bablas.aj, VBS/Count,
W97M/Tarap, VBS/Bhong, VBS/
LoveLetter.bi, W97M/Jany.a,
W97M/Change.A, X97M/
Hopper.r

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .7
 Vasconce-

D
monitor IOGO
los é o respon-
sável executivo
pelas acções
promotoras
da sociedade da infor-
mação em Portugal, na
sua qualidade de gestor
da recente Unidade de
Missão Inovação e Conhe-
cimento (UMIC), entidade
coordenadora das três
apostas governamentais
nestas questões: sociedade
da informação (SI) e do
conhecimento — prosse-
guindo a execução do POSI
—, governo electrónico e
As TI em retracção em 2002 operacionalização do pro-
grama de apoio à inovação
O sector das tecnologias de informação deverá (Proinov).
registar, neste ano de 2002, a sua maior quebra de
sempre, de acordo com um estudo da International A UMIC deverá
Data Corporation (IDC). Esta empresa de estudos de apresentar ao Governo
mercado quantifica mesmo a sua estimativa nuns um plano estratégico
2,3 por cento de crescimento negativo, ou seja, de dentro de 90 dias. Esse
retracção das vendas face ao ano anterior. Mas a plano não está ainda
IDC adiantou desde logo, também, que prevê que pronto?
o sector possa inverter a tendência já em 2003, Estamos a falar de
projectando as suas vendas 5 por cento para além três planos diferentes: nas
dos 875 mil milhões de dólares averbados neste ano. áreas da inovação, da SI
“No seu conjunto, o sector das tecnologias de e do governo electrónico.
informação sofreu uma contracção na ordem dos Quando falamos de plano,
3 por cento nos últimos dois anos”, afirmou John é plano de acção, não é
Gantz, director de pesquisas da IDC. “Ora isto de grandes linhas nem
está em enorme contraste com a taxa média de ao nível estratégico ou de
crescimento anual de 12 por cento de que o sector iniciativas. Vou dar um
gozou nos últimos 20 anos. E olhando para diante, exemplo concreto: existem,
para 2003, esperamos ver uma retoma dos gastos neste momento, várias
em tecnologias de informação e das comunicações, iniciativas ou projectos
impelindo o sector para uma taxa de crescimento em curso nos vários depar-
global de 5,8 por cento.” tamentos do Executivo
Os subsectores que mais contribuíram para no que diz respeito à SI
a retracção no ano em curso foram os dos e ao governo electrónico.
computadores, fossem eles pessoais, servidores Até agora, não havia
ou estações de trabalho. Um subsector decresceu nenhuma visão integrada
em 2002 bastante mais que a média: o dos das mesmas e aquilo que
equipamentos para o armazenamento de dados se vai procurar fazer com
(o chamado “storage”), que viu as suas vendas estas iniciativas — que
recuarem 10,6 por cento, prevendo a IDC que não terão de estar prontas
consiga voltar aos níveis de facturação de 2001 em Fevereiro, portanto,
antes de 2006. a curtíssimo prazo — é
O mercado mundial de equipamentos de rede partir da visão que existe
apresenta uma retracção de 7,6 por cento, em cada departamento
sobretudo pelo quase congelamento de para construir uma visão
investimentos em infra-estruturas por parte comum.
da esmagadora maioria dos operadores de Nessa coordenação
telecomunicações. Aqui, de qualquer modo, haverá entre vários ministé-
a considerar que a efectiva aplicação ou renovação rios, qual o peso político
de equipamentos de rede não deverá ter recuado da UMIC, dependente
tanto, pois os números da IDC reflectem apenas do ministro-adjunto do
as vendas dos fabricantes. Ora é sabido que primeiro-ministro?
também muitos actores dos canais de distribuição, O ministro-adjunto
apanhados desprevenidos pela retracção dos tem a seu cargo a coorde-
investimentos das empresas, passaram boa parte nação política do Governo.
deste ano a escoar as existências que tinham dos Estamos a falar de um
seus armazéns. esforço de coordenação que
E até o segmento dos serviços em torno das é assumido politicamente
tecnologias de informação — que, segundo a IDC, pelo ministro-adjunto e
já constituem a fonte de um terço da facturação do nós estamos a preparar e a
sector das tecnologias de informação — continuou assegurar que essa coorde-
a decrescer face ao ano anterior, o que acontecerá nação funcione na prática.
pelo terceiro ano consecutivo. É claro que, aqui, há
que não esquecer que o ano de 1999, devido a todos
os trabalhos na correcção do chamado “bug” do ano
2000 ou aos investimentos em novos sistemas por
esse motivo, projectou a rubrica dos serviços para
Concorda com o
desaparecimento
ministério da Ciência e
da Tecnologia (MCT)?
Houve uma
do
MCT do governo anterior,
houve iniciativas muito
meritórias mas não houve
nenhuma capacidade de
coordenação ao nível do
governo electrónico. Aliás,
no último governo, isso já
nem fazia parte das suas
atribuições mas das do
ministério da Reforma
Administrativa.
O Cidades Digitais
é para continuar nos
moldes anteriores?
É um programa nevrál-
gico, que vai continuar. A
única coisa que queremos
alterar é porque entende-
mos que os investimentos
feitos nestas áreas têm de
ter um determinado tipo
de retorno, ao nível da
qualidade de vida das pes-
soas, da competitividade
das empresas daquela
região, daquela cidade
digital e da capacidade
da administração pública
local e da administração
pública desconcentrada
ter uma reorientação para
o cidadão. Nesse sentido,
criámos uma bateria de
indicadores e estamos
a trabalhar com os pro-
gramas que já estão no
terreno no sentido de asse-
gurar que esses objectivos
sejam alcançados, o que
pressupõe que investimen-
tos feitos em infra-estrutu-
ras possam ser usados pelo
maior número possível de
entidades.
O POSI vai sofrer
modificações?
O POSI tem três eixos:
o eixo 1, desenvolver
competências, o 1.1 com-
petências básicas. O ante-
rior governo definiu um
Diploma de Competências
Básicas (DCB), é um grau
mínimo de cidadania.
Concorda com ele?
Concordo que tem de
existir mas com mais dois
graus: um intermédio
e um avançado. Vamos
trabalhar no sentido de
que o DCB seja adoptado
pelo máximo número de
pessoas. Neste momento,
isso implica contratualizar
com grandes empresas a
formação dos seus próprios
funcionários, com departa-
mentos da administração
pública, que tem de dar ENTREVISTA AO NOVO RESPONSÁVEL
o exemplo. A taxa de exe-
cução das competências
básicas é muito pequena

opção
valores de facturação absolutamente extraordinários. de fundo
Na sua caracterização do inverter da tendência que partia PEDRO
em 2003, a IDC adverte, no entanto, para que deste pres-
segmentos como o do “software” poderão não ver suposto: numa área em
grande progresso devido a uma concorrência ainda que é preciso coordenação
mais agressiva pelo pouco dinheiro disponível, nas transversal, a única forma
empresas e nas entidades públicas, para investimentos de isso ser assegurado é
nesta área. pela capacidade de esta
Para além de 2003, a International Data Corporation área ser directamente
estima que, nos anos imediatamente seguintes, se assumida pelo primeiro-
prolongará este tipo de crescimento moderado. Lá ministro. Nos termos da
para o fim do decénio, no entanto, os especialistas da lei orgânica, essa tutela
IDC prevêem que o crescimento decaia para valores pertence ao primeiro-
ainda mais baixos. ● RUI JORGE CRUZ ministro, que delegou
para efeitos operacionais
no ministro-adjunto. No
— o objectivo era chegar
ao final de 2003 com cerca
de 300 mil pessoas. Neste
momento, há pouco mais
de 20 mil, o que significa
que o modelo
FONSECA de contra-
tualização,
sobretudo com entidades
de carácter associativo,
não funciona. No eixo 1,
há ainda uma alínea para
desenvolver competências
avançadas, normalmente
de pós-graduação, douto-
ramentos e pós-doutora-
mento, mestrados, etc.
Vai, então, conti-
nuar?
Vai continuar de
forma diferente porque,
Desenho de
neste momento, não está
propriamente a financiar
conhecimentos avançados
no domínio da SI mas nou-
tras áreas mais ligadas à
ciência. Vamos focalizar
na SI a partir da identifi-
cação daquelas áreas em
que é preciso desenvolver,
em Portugal, gente com
qualificações avançadas,
desde estudos no domínio
das redes, IPv6, voz sobre
IP, direito na SI, cidades
digitais — estamos a fazer
um investimento impor-
tantíssimo e não há gente
que esteja a estudar isso.
No que diz respeito às
acessibilidades, o nosso
objectivo é prosseguir o
esforço de multiplicação
de pontos de acesso à
Internet e tentar também
que esses pontos públicos
sejam criados onde haja
grande tráfego de pessoas
(aeroportos, principais
estações ferroviárias, cor-
reios). Vamos prosseguir

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2

L PELA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
e uma visão
esse esforço, apesar de ser
uma das áreas do POSI
com mais elevada taxa
de execução e a margem
financeira que temos ser
relativamente pequena.
No caso dos
Conteúdos.pt, a medida
foi fechada no anterior
governo pelo antigo gestor
do POSI por razões que me
parecem extremamente
válidas. A medida tem
um determinado enve-
lope financeiro limitado e
ANDRÉ RUIVO
estava a financiar imensas
iniciativas, muitas delas
sem grande impacto do
ponto de vista do desen-
volvimento da SI. O que
entendemos é que devemos
apostar em conteúdos mas
deve haver uma política
para isso. Um exemplo:
queremos apostar em
conteúdos para a comuni-
dade científica, portanto,
é a partir da medida
Conteúdos.pt, quando a
reabrirmos, que vamos
financiar, em conjunto
com o Ministério da Ciên-
cia, a Biblioteca Científica
Online, disponibilizando
a todos os investigadores
portugueses a possibili-
dade de acesso a todas as
revistas que se publicam
em todo o mundo na área
da ciência.
Para se ter uma ideia,
dos 50 milhões de euros,
foram aprovados [projectos
para] 27 milhões de euros
e a taxa de execução é de 1.
Presumo até que algumas
candidaturas apresenta-
das são de empresas que
já nem existem e esses
projectos não foram exe-
cutados.
Uma precisão: a LAN” [redes locais sem
medida fechou neste
governo...
A medida foi fechada
pelo prof. Pedro Veiga e
só não fechou no anterior
governo porque o professor
Mariano Gago lhe pediu
para não fechar por razões
de “timing”.
A administração
pública poderá ou
deverá concorrer ao
Conteúdos.pt?
A administração
pública tem meios que lhe
são dedicados em exclusivo,
que é o eixo 3, o Estado
Aberto, mas depende.
Acho que faz sentido o
Conteúdos.pt co-financiar,
com a Cultura, projectos
que permitam dar visibi-
lidade a conteúdos ricos
na área da cultura. Se é
para financiar um “site”
de uma secretaria-geral
de um ministério, isso já se
encaixa no Estado Aberto.
Haverá, então, uma
análise caso a caso?
Só faz sentido haver
um envolvimento do
Estado português através
deste programa opera-
cional em conteúdos que
tenham um interesse
estratégico do ponto de
vista do país. Mas também
há um programa da União
Europeia, o eContent, no
qual a participação de
Portugal tem sido ridícula
— e é um programa para
financiar conteúdos.
Uma das nossas prio-
ridades é promover junto
das empresas todos os
programas que existem na
União Europeia em que as
taxas de participação de
Portugal são diminutas
— porque há pouca infor-
mação, pouca sensibiliza-
ção e pouco “know how” da
participação, sobretudo do
tecido empresarial. Esta-
mos aí a perder oportuni-
dades e a perder formas de
financiamento de iniciati-
vas inovadoras. O eCon-
tent é um caso desses.
Há ainda uma alínea
no eixo 2, que é a formação
para as sociedades digitais,
que está por usar, pratica-
mente não tem execução.
E depois temos o Estado
Aberto: é o menor volume
de financiamento do POSI,
tem 32 milhões de euros,
dos quais já foram execu-
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
Sou um fervoroso adepto de todas as
formas de assegurar uma largura de
banda adequada, porque a atitude de um
utilizador muda radicalmente ao passar
da banda estreita para a banda larga e há
estudos que o comprovam. Considero isso
nevrálgico e uma das formas com mais
comodidade são as tecnologias Wi-Fi
tados 17 milhões. Foram
financiados imensos pro-
jectos, poucos com carác-
ter estrutural. Vamos
focar-nos em projectos que
tenham impacto no funcio-
namento da administração
pública, na visão do que
procuramos defender e
vamos procurar implemen-
tar, de orientar a adminis-
tração pública para os
cidadãos. Houve coisas
interessantes financiadas
pelo Estado Aberto, outras
não têm interesse nenhum
e que deverão ser finan-
ciadas pelo orçamento
dos próprios ministérios.
O eixo 3 é relativamente
inexpressivo se comparar-
mos com os investimentos
que existem no PIDDAC
para as tecnologias de
informação (TI).
Avançou com o e também na Comissão
valor de 507 milhões de
euros…
É um valor que se con-
segue identificar ao anali-
sar todos os investimentos
inscritos no PIDDAC para
2003, que estão directa ou
indirectamente relaciona-
dos com as TI. O volume
de intenção de investi-
mento é esse [e] não inclui
o Prodep, o POE, os inves-
timentos que estão previs-
tos no Plano Operacional
da Saúde e todos estes
programas operacionais
também exigem investi-
mentos em TI. Aquilo que
há para fazer no Governo
no domínio do governo
electrónico, das TI… o
problema não é falta de
CARLOS LOPES
dinheiro.
Como pretende
generalizar o uso da
banda larga no acesso à
Net quando a PT vende
e dita, na prática, o
valor do “reselling” dos
outros operadores? É
pelo aparecimento de
operadores de serviços
e infra-estruturas alter-
nativas?
Não tenho competên-
cias na área das teleco-
municações, não posso
responder.
Mas, em tempos,
defendeu que a SI e
as telecomunicações
deviam estar sob a
mesma tutela ministe-
rial. Hoje já não pensa
assim?
É um modelo que se
utiliza em vários países
Europeia. Não foi opção
do actual governo, por
várias razões. Penso que,
tal como noutras áreas,
tem de haver um traba-
lho conjunto entre vários
departamentos do Governo
e, quando se fala de uma
iniciativa nacional para
a banda larga, falamos
sobretudo de descrição do
actual quadro da oferta
e da procura, desenho de
uma visão e de estabele-
cimento de algumas estra-
tégias para atingir a visão
que se procura alcançar.
Como vejo a banda larga
como um facilitador do
comércio electrónico, dos
conteúdos ricos, da teleme-
dicina, do ensino à distân-
cia, creio que é nevrálgico
apostar seriamente na
massificação.
Apoia as redes de
banda larga sem fios?
Sou um fervoroso
adepto de todas as formas
de assegurar uma lar-
gura de banda adequada,
porque a atitude de um
utilizador muda radical-
mente ao passar da banda
estreita para a banda
larga e há estudos que o
comprovam. Considero
isso nevrálgico e uma das
formas com mais como-
didade são as tecnologias
Wi-Fi — e uma das áreas
em que iremos apostar é
na criação das “wireless
fios] nalguns sítios onde
haja uma elevada concen-
tração de pessoas.
O Estado deverá
envolver-se nas ques-
tões da segurança infor-
mática?
É assegurar que as
redes da administração
pública sejam seguras,
congruentes umas com
as outras — não há uma
política nem um mapa
das redes na administra-
ção pública porque não
há uma visão integrada
daquilo que se faz neste
domínio. Um dos aspectos
que consideramos vital,
e que faz parte do plano
de acção eEurope 2005,
é haver uma maior con-
fiança na utilização da
tecnologia, e isso passa
por definir políticas de
segurança. Não temos, por
exemplo, nenhum plano
de segurança digital como
noutros países na União
Europeia.
Como vê o atraso das
plataformas 3G ou da
televisão digital terres-
tre (TDT)?
O mercado de capitais
está fechado para financia-
mento do mercado de tele-
comunicações, o que tem
dificultado de forma grave
o lançamento dos novos
serviços de banda larga
através da terceira geração
de telefones móveis. Há
datas que estão previstas
nos termos das decisões
tomadas pela Anacom e
estamos na expectativa de
que estas datas sejam tanto
quanto possível cumpridas
pelo mercado — mas isso é
uma função que o regulador
irá com certeza assegurar.
É a favor da adopção
do software de “open
source” pela adminis-
tração pública?
Creio que devemos, em
Portugal, defender as pla-
taformas abertas e devem
ser criadas condições para
haver experiências de
utilização de “software”
na administração pública.
Mas, mais do que isso,
tem de ser definida uma
política de compra de “sof-
tware” que salvaguarde
nomeadamente o acesso ao
código-fonte , independen-
temente de ser “software”
aberto ou não. ●
computadores .9
 da.net
Ministério da Educação tem novo ‘site’
Quem é quem no Ministério da Educação (ME), o que diz
e faz, as novas medidas para o sector e os compromissos
dos governantes são informações que, desde a passada
semana, podem ser encontradas no novo rosto do sítio
do ME na Internet. Um capítulo denominado “Princípios”,
com excertos da Constituição da República Portuguesa
relacionados com o sector, outro com as propostas
do Governo e compromissos na área da Educação, as
estatísticas com dados do ano lectivo 2002-2003 e dos
exames nacionais também podem ser encontrados no
novo sítio. Ainda para consulta está o orçamento do
Ministério da Educação para 2003, assim como as Grandes
Opções do Plano para a Educação. Além da agenda do
ministro da tutela, David Justino, existem ligações para
os serviços centrais e regionais do ministério e várias
publicações dos Departamentos do Ensino Básico e do
Secundário, e do Conselho Nacional de Educação.
Brasil é líder mundial do cibercrime
O Brasil é o maior laboratório mundial do cibercrime
(criminalidade via Internet), de acordo com o jornal “Folha
de São Paulo”,que citou um levantamento feito pela
empresa britânica de consultoria Mi2g, que trabalha para
grandes bancos e companhias seguradoras, vigiando as
acções dos “hackers” na rede. Segundo o estudo — que
conclui que os “hackers” do Brasil atingiram o topo do
“ranking” mundial de crimes na Internet —, os criminosos
digitais brasileiros agem em diversas áreas, como o
roubo de bilhetes de identidade, fraudes de cartão de
crédito, violação de propriedade intelectual e invasão de
sítios para protestos políticos. Entre os cibercrimes, está
sobretudo a alteração do conteúdo de páginas na Web.
Segundo o estudo, os dez grupos de “hackers” mais activos
Net em Novembro são brasileiros.“Raramente, desde 1995,
um país dominou as actividades criminosas digitais da
forma como o Brasil faz agora”,sublinhou o presidente da
Mi2g, D.K. Matai, adiantando que os “hackers” brasileiros
“não se importam muito com a qualidade dos seus alvos,
pois estão mais interessados em quantidade”.
Trás-os-Montes Digital em análise
Os resultados do projecto ‘Trás-os-Montes Digital’,
que levou a Internet às aldeias dos quatro distritos
transmontanos, foram analisados num encontro na
passada semana em Vidago. Criado em finais de 1999
pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
em colaboração com as autarquias da região e outras
entidades públicas, o projecto Trás-os-Montes Digital
(então designado Serviço Cooperativo de Extensão em
Trás-os-Montes) já levou a Internet a 80 freguesias dos
distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda. Entre 1999
e 2000, foram criados 20 Gabinetes de Apoio ao Cidadão
(GAC) noutras tantas juntas de freguesia dos dez primeiros
municípios aderentes, permitindo aos residentes na
aldeia o acesso à informação e a serviços. Os GAC estão
equipados com um computador multimédia e funcionam
nas juntas de freguesia em horário pós-laboral. Numa
segunda fase, desde Janeiro, foram instalados mais 60
gabinetes noutras tantas freguesias dos quatro distritos.
Sobretudo idosa e analfabeta, a população que recorre à
ajuda das novas tecnologias procura sobretudo informar-
se sobre os sectores agrícola, pecuário, vitivinícola, florestal,
segurança social, centros de emprego e formação regional.
Mas estes gabinetes têm também um público jovem,
que ali vai para navegar na Net, colher informações
sobre música e livros, e ler jornais. Presentes estiveram
responsáveis de câmaras e juntas de freguesia, e ainda o
ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut.
computadores .10
NOVA REDUÇÃO DE PREÇO NA OFERTA DA ONI ANTECIPA NATAL
Até onde vai baixar o ADSL?
ONINET VOLTOU, na semana encarar o preço como uma via de atrair
A
passada, a surpreender o clientes “é um claro sinal de que existe
mercado com uma nova valor neste mercado que não está a ser
redução do preço do “kit” passado legitimamente para todos os
de auto-instalação de concorrentes: está, antes, a ser retido na
ADSL, desta vez para 50 euros. Desde o empresa que pratica a oferta por grosso”
lançamento das novas ofertas de ADSL e, por isso, o Sapo baixa o preço, “sabendo
por parte da Oni e do Grupo PT a 7 de que a PT, o grupo a que pertence, tem
Julho deste ano, os preços dos pacotes margem para suportar essa guerra de
da Oni já desceram preços”.
FÁTIMA CAÇADOR /
para quase metade, já Quanto à Oni, Miguel
Casa dos Bits
que o valor inicial a que Figueiredo já não tem uma
chegaram ao mercado foi de 99 euros. justificação tão clara: “A única explicação
Pelo meio, em Outubro, configurou-se que encontro é aquela que infelizmente
uma redução de preços por parte do assombra muitas empresas portuguesas:
Sapo.ADSL.pt para 74,99 euros no quando não conseguem diferenciar-se
pacote de ADSL e oferta da primeira da concorrência através de um serviço
mensalidade. Esta medida foi acompa- de qualidade superior, viram-se para o
nhada, uma semana depois, pela Oni, preço. Esquecem-se, no entanto, que isso
que reduzia igualmente o preço do seu é estar a dar um tiro no pé.”
pacote, assim como pelo Clix, que se Paulo Neves, da OniTelecom, não con-
fixou nos 79 Euros.
O equilíbrio então criado entre os
três principais concorrentes na área de Uma questão de tráfego
oferta de acesso à Internet por ADSL a
clientes residenciais voltou a alterar-se A actual oferta do Clix Turbo, do
com a nova redução da OniNet. Perante OniNet Speed e do Sapo.ADSL
esta “guerra de preços”, Computadores parte de um pacote auto-instalável
tentou saber qual a evolução a esperar, para velocidades de 512/128 Mbits
uma vez que , num mercado altamente por segundo de velocidade. As
concorrencial, 25 euros de diferença se ofertas são muito semelhantes já
torna significativo na aquisição do pacote que têm por base um pacote gros-
inicial — os “kits” de auto-instalação que sista da PT Comunicações, lançado
permitem aos utilizadores configurarem no mercado para revenda a opera-
praticamente sozinhos a sua ligação à dores em Junho último.
Internet por banda larga. Porém, sobre a mesma oferta gros-
A resposta do Grupo PT quanto a sista, outros operadores apostaram
uma eventual redução de preços foi eva- em diferenciar os serviços aos clien-
siva. “É objectivo da PTM.com oferecer tes através dos limites de tráfego. É
ao mercado preços muito competitivos. o caso da Via Net.Works e da KPN-
No entanto, achamos que a concorrên- Qwest Portugal, que não têm limites
cia deve fazer-se também através de de tráfego, e da Novis Net ADSL, cujos
outros componentes fundamentais para limites de tráfego são mais elevados.
o cliente, como seja a segmentação da Dirigidos aos clientes empresariais
oferta, a qualidade de serviço e a qua- (os chamados “power users”), estes
lidade do atendimento”, respondeu um serviços têm mensalidades superio-
porta-voz do grupo. res às dos serviços tipicamente resi-
Já Miguel Figueiredo, responsável denciais do Clix, da Oni e da PT.
pelo “marketing” do Clix, defende que Mas a quantidade de tráfego na
não é de todo lógico manter esta “guerra Internet que os utilizadores destes
de preços”, acrescentando ainda que “toda pacotes residenciais podem rece-
a forma como está montada a estrutura ber e gerar é também importante,
de negócio do ADSL, em que quer a Oni sobretudo numa altura em que se
quer o Clix estão dependentes de uma começa a apostar em conteúdos
oferta grossista do outro concorrente [a de vídeo e de áudio em “streaming”,
PT], está longe de ser competitiva e con- que obrigam a fluxos de dados bem
sequentemente permitir que o negócio de mais pesados do que os da normal
ADSL seja apetecível”. Por isso, Miguel navegação na Web ou da consulta
Figueiredo defende que existe ainda um de correio electrónico.
trabalho muito grande a fazer a nível de Uma das promoções que os ope-
regulação “para que este mercado fun- radores têm vindo a fazer é de não
cione sobre regras de concorrência leal”. cobrarem até ao final do ano o trá-
Este responsável do Clix mostra-se fego acima dos 2 GBytes, mas, pelos
ainda surpreendido pelo facto de, “apesar comentários ouvidos por Computa-
deste cenário quase dantesco”, a Oni e o dores, não existem, a curto prazo,
Grupo PT se digladiarem em guerras de planos para manter essa redução
preço, desgastando “ainda mais o pouco promocional para além de 1 de
valor que existe neste mercado”. Miguel Janeiro de 2003. ● F.C./CdB
Figueiredo defende que o facto de o Sapo
Pacotes de Acesso à Internet por ADSL
Velocidade de Aquisição de Activação Mensalidade
Downstream/ equipamento
Upstream
Clix Turbo 512/128 Kbps 79€** 50€ 36,90€
OniNet Speed 512-1 512/128 Kbps 50€ 50€ 34,90€
OniNet Speed 512-2 512/128 Kbps 50€ 50€ 26,50€
SAPO ADSL.PT 512/128 Kbps 74,9€ ou 50€ ou 34,99€
274,9€* 118,71€
* O primeiro preço refere-se a instalação em linhas analógicas e o segundo em RDIS
** Já com 5€ de chamadas telefónicas incluidas
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
sidera, porém, que se viva uma “guerra
de preços”: “O que se verifica, por parte
da Oni, é uma passagem de valor para o
cliente. Ora esta atitude só é possível à
medida que os equipamentos se vão mas-
sificando. Acreditamos que, desta forma,
a Oni torna mais acessível ao cliente a
tecnologia ADSL, na qual desejamos ter
uma posição de liderança.”
Ninguém se atreve a fazer antevisões
sobre até onde pode ir o preço do equipa-
mento nem se, eventualmente em pouco
tempo, este poderá ser praticamente
oferecido — como já acontece hoje em
dia com os telemóveis —, de forma a
fidelizar os clientes a uma determinada
rede. Quanto ao que os operadores estão
a perder com a redução dos preços dos
modems, todos afirmam que os mode-
los de negócio são sustentáveis e que,
ao comprarem grandes volumes de
equipamentos, conseguem preços mais
competitivos.
Apesar destas posições, nem o Grupo
PT nem o Clix recusam liminarmente a
possibilidade de reduzirem a curto prazo
os preços dos seus pacotes de ADSL, até
porque a época de Natal que se aproxima
poderá ser decisiva para alargar clara-
mente a base de clientes em banda larga.
Mas baixar os preços da mensalidade e
da activação do serviço é outra questão
diferente: afinal, os esforços de redução
do preço dos “kits” — que impõem uma
fidelização dos utilizadores durante
pelo menos um ano à respectiva rede
— servem para criar a maior base de
clientes possível, a fim de mais tarde
“rendibilizar” esses esforços através dos
pagamentos mensais.
Nesta área, as ofertas dos três concor-
rentes estão mais equilibradas. As men-
salidades são, no Grupo PT e Oni de 34,99
euros e 34,9 euros, respectivamente,
enquanto o Clix opta por subir mais um
pouco a fasquia para os 36,9 euros. Para
a activação do serviço, o valor cobrado por
todos os operadores é de 50 euros para
linhas analógicas. A OniNet tem ainda
uma segunda oferta, diferenciada, em
que a mensalidade é de apenas 26,5 euros
mas em que todo o tráfego é taxado logo
a partir do primeiro megabyte, o que a
torna pouco interessante para quem faça
muito uso da Internet.
O Grupo PT defende que “os preços
praticados são já muito competitivos,
mesmo tomando por referência padrões
internacionais”, pelo que não espera
alterações nos produtos com as actuais
especificações. Já Miguel Figueiredo, do
Clix, acredita que é possível uma redução
mas apenas e quando a PT Comunicações
baixar o preço da sua oferta por grosso,
pelo que garante: “Acreditamos que a
estrutura de custos que a PT tem com
o ADSL permite essa baixa e estamos a
actuar junto do regulador para forçar que
isso aconteça.” ●
Limite de Caixas de Alojamento
Tráfego Correio de Sites
2 GB 1 com 35 MB 35 MB
2 GB à escolha 50 MB
até 50 MB
Todo o tráfego à escolha 50MB
é taxado até 50 MB
2 GB 2 com 25 MB 25 MB
 dica
Pastas comprimidas no Windows XP (2)
Criada uma pasta comprimida (ou ficheiro
Zip), há que acrescentar-lhe ficheiros, ou
seja, comprimi-los. O método mais simples
é arrastar os ficheiros para dentro da pasta
“zipada”, tal como se faz com as pastas
normais — com uma pequena diferença:
contrariamente ao que acontece com estas,
o arrastar do ficheiro não o move (fazendo
com que desapareça da pasta de origem)
mas cria sempre uma cópia dentro da pasta
comprimida. Aliás, o que acontece é que o
Windows lida com as pastas comprimidas
da mesma maneira que lida com unidades
lógicas diferentes: quando se arrasta ficheiros
entre duas unidades lógicas, o que se faz é
criar cópias, sendo necessário carregar na
tecla Shift quando se arrastam os ficheiros
para que sejam movidos.
O mesmo se passa quando se pretende
extrair um ficheiro de dentro de uma pasta
zipada: arrastando-o para fora, cria-se uma
cópia; mas, se se carregar na tecla Shift
enquanto se arrasta o ficheiro, ele é movido,
desaparecendo da pasta comprimida. Se, ao
arrastar ficheiros, se carregar na tecla Ctrl,
também se criam cópias mas, como se viu,
não é preciso fazê-lo.
Como se viu antes, quando se abre uma pasta
comprimida no modo de visualização típico
do Windows XP, aparecem do lado esquerdo
da janela, entre outras opções e informações, as tarefas que a pasta para onde se pretende descomprimir os ficheiros
se pode aplicar aos ficheiros e às pastas comprimidos. (ver imagem) e se se quer abrir essa pasta numa janela à
Em Tarefas de Pastas e Ficheiros, para além de se poder parte, no fim.
eliminar ficheiros, aparecem as opções de Mover e Copiar Os ficheiros de uma pasta comprimida podem ser
ficheiros e Pastas que abrem janelas para escolher a pasta protegidos por uma palavra-passe, função que é acessível
para onde se pretende enviar os objectos escolhidos. A a partir do menu Ficheiro, com o comando Adicionar uma
opção Publicar os Itens Seleccionados na Web faz abrir um Palavra-passe. Quando se tenta mover ou abrir um ficheiro
Assistente, que ajuda à execução da tarefa. protegido por uma palavra-passe, surge a caixa de diálogo
No cimo da janela, também à esquerda, aparece a área Palavra-passe Necessária. Depois de extrair um ficheiro
Tarefas de Pastas com a opção Extrair Todos os Ficheiros, de uma pasta comprimida protegida por palavra-passe, o
que também faz abrir um Assistente que permite escolher ficheiro extraído deixa de estar protegido. ● JOSÉ DOUTIL

P4 - 1.7 P4 - 2.4

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E
TRAKTOR DJ STUDIO 2.0

‘Disc-jockey’ no PC de batidas por minuto (BPM). Para

que o DJ (ou aspirante a DJ) possa
misturar duas músicas, é necessário
que estas possuam BPM idênticas. O
Traktor DJ Studio 2.0 possui um uti-
litário que contabiliza as batidas das
duas músicas e sugere alterações de
Editor ritmo a uma delas de forma a que
Rui Jorge Cruz
ambas possam ter as mesmas BPM.
Redactores, colaboradores
Depois, é só sincronizar as batidas de
ambos os temas e “voilà”, os temas
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
estão misturados, síncronos, tal e
André Ruivo, António Granado,
qual como se tivessem sido mistura-
Casa dos Bits, Fernando Fraga, dos por um DJ profissional.
Helena Viegas, Henrique Carreiro, Após ter experimentados vários
Henrique Saias, Isabel Gorjão temas musicais, usando a técnica
Santos, João Cruz, José Antunes, acima descrita, o utilizador está apto
José Doutil, Luís Félix, Miguel a gravar o seu próprio CD de mis-
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo turas, que poderá ser usado numa
Almeida, Pedro Fonseca, Rita festa ou mesmo na noite de passa-
Cruz, Rita Hasse Ferreira gem do ano. O processo de gravação
Secretariado de um CD inicia-se com a selecção
Ana Lúcia Zacarias das músicas: define-se um tema —
Paginação rock, “house”, salsa, latina, etc. — e
Ana Carvalho, Ivone Ralha, escolhe-se cerca de 12 a 18 temas
Hugo Pinto, Jorge Guimarães musicais conhecidos dentro desse
Projecto Gráfico & Designer tema. Pode-se sempre misturar
Luis Carlos Amaro/ estilos mas será mais difícil criar
Gráficos à Lapa
misturas com temas de estilos
dos equipa- máticos que sonham um dia serem

A
EVOLUÇÃO
mentos informáticos e
Computadores
respectivas aplicações
é publicado às segundas-feiras
veio possibilitar aos
computadores domésti-
E-Mail
cos o tratamento de elementos mul-
computadores@publico.pt
timédia de uma forma inimaginável
Tel. 21-0111125 há alguns anos. A qualidade dos
Fax 21-0111008 equipamentos e dos programas per-
mitem a qualquer pessoa ter acesso
a um conjunto de ferramentas para
Assine Computadores criar e manipular sons e imagens
— e tecnologias antes apenas dis-
Assine o PÚBLICO poníveis no mercado profissional
à segunda-feira e receba o jornal encontram-se agora acessíveis a
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posto de venda habitual com os computador, as aplicações certas e
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Economia. de nós se pode transformar num
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Tel.: 808 200 095 (custo chamada
sons e temas musicais é uma das
local)
tarefas mais usadas por esta onda
Fax: 210 111 017 de artistas multimé-
dia. A proliferação NUNO BERNARDO
Assinatura semestral (26 exemplares): do formato MP3
Portugal €18.20 veio permitir que temas musicais
Europa €58.50 sejam facilmente distribuídos
Resto do Mundo €94.90 através da Internet. Qualquer
pessoa pode, assim, criar os seus
Assinatura anual (52 exemplares): próprios temas e canções, e distri- próprios álbuns, onde misturam
Portugal €36.40 buí-los através da rede para uma
Europa €117.00 audiência de milhões de pessoas.
Resto do Mundo €189.80 Mas a criação musical não
passa só pela composição de
Desconto na assinatura anual temas. Nos últimos anos, uma
para escolas e instituições de novo tipo de criadores surgiu
solidariedade social. Preços
no panorama musical: os “disc-
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem jockeys” ou, simplesmente, os DJ.
IVA à taxa legal em vigor. A arte do DJ consiste em criar DJ costumam trabalhar.
um novo tema musical, o chamado
“mix”, a partir da junção e sequência
de vários temas musicais. Nas dis-
cotecas, os DJ alinham e misturam
temas de autores diferentes, numa
sequência lógica, com as músicas
“encaixadas” umas nas outras. São
eles os responsáveis
pela animação das
noites de milhões de
adolescentes, jovens e adultos em
todo o mundo. Mas o DJ ultrapassa
a própria discoteca: hoje em dia,
estes novos artistas editam os seus
temas de outros artistas.
Em Portugal, existem dezenas de
discos de música de dança, com mis-
turas de temas que habitualmente
encontramos nas discotecas mais
populares — e, muitas vezes,
estes discos têm como título o
nome das discotecas onde estes
A pensar nos utilizadores infor-
DJ mas que não possuem o equi-
pamento necessário — pratos gira-
discos, mesas de mistura, etc. —,
empresa alemã Native Instruments,
em cooperação com vários DJ de
renome, desenvolveu o Traktor. Este
produto, recentemente relançado
com nova interface, mais intuitiva
e inteligente, e um novo algoritmo
especial de detecção de batidas, per-
mite qualquer pessoa pegar em duas
músicas, misturar o som de cada
uma delas, tal e qual um DJ num
discoteca, e assim criar a sua própria
selecção musical.
O Traktor está disponível em
três versões: uma gratuita, de
entrada de gama; uma versão para
utilizações normais e a versão de
topo de gama, o Traktor DJ Studio
2.0 , aqui analisado. Qualquer delas
permite que o utilizador pegue em
temas musicais arquivados no seu
PC, quer em formato Wave quer em
formato MP3, e misturá-los numa
determinada ordem. O resultado
final pode, depois, ser exportado
para um CD de áudio, de forma a
ser ouvido no carro ou em qualquer
sistema de alta fidelidade.
Um dos pontos fortes do pro-
grama é o seu novo sistema de con-
tagem das batidas das músicas. A
música de dança é caracterizada por
uma batida forte, minimalista, o que
permite “cruzar” uma sequência de
músicas através do acerto das bati-
das. Mas como acertar as batidas das
músicas? Cada tema tem o seu pró-
prio ritmo, que é medido em termos
diferentes, visto cada estilo ter
um ritmo próprio, logo batidas
por minuto diferentes.
O passo seguinte consiste na cria-
ção de um alinhamento, da primeira
à última música. A seguir, conta-
biliza-se as BPM de cada música,
procede-se às alterações necessárias
para que todas as músicas se sincro-
nizem umas com as outras e depois
é só pressionar o Play. Os temas
musicais vão suceder-se um a seguir
ao outro, devendo o utilizador defi-
nir o modo de passagem, retirando
volume à música que está a terminar
e aumentar o volume à música que
está a começar. Por vezes, é conve-
niente definir pontos de entrada da
música diferentes do que o seu início,
quer para permitir misturas mais
eficazes quer para evitar momentos
mortos — a pista de dança tem de
estar sempre animada.
O Traktor DJ Studio 2.0 é uma
das aplicações mais populares para
a mistura via PC de temas musi-
cais. É já usada por “disc-jockeys”
de renome, quer nas suas actua-
ções ao vivo quer na gravação dos
CD de misturas. Para conhecer
todas as funções deste programa,
aconselha-se uma visita ao sítio na
Web da Native Instruments ( http:
//www.nativeinstruments.de/ ). Aí
se poderá encontrar vídeos de apre-
sentação, entrevistas com os DJ que
já utilizam este produto, bem como
copiar uma versão de demonstração.
Depois, cabe a cada pessoa escolher
qual a versão do Traktor que mais se
adequa às suas necessidades. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 NOVA LINHA DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO ININTERRUPTA DA APC agenda

Seguro pode 12º Congresso das Comunicações

Data: 26-11-2002 a 28-11-2002
Local: Centro de Congressos de Lisboa

morrer de velho
ANOMALIAS no forneci-
ticos: três tomadas de alimentação,
Contacto: Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento das Comunicações (APDC)
E-mail: apdc@apdc.pt
URL: www.apdc.pt

A
S quanto as operações em TAU 2002 – ACM/IEEE International Workshop
mento de energia eléctrica que fornecem tanto protecção como si mesmas. on Timing Issues in the Specification
aos computadores têm autonomia com recurso à bateria de Estas UPS dis- and Synthesis of Digital Systems
sempre consequências reserva — destinadas ao computador, põem também Data: 2-12-2002 a 3-12-2002
mais ou menos desagra- ao monitor e a algum periférico mais de um disjun- Local: Monterey, Califórnia, EUA
dáveis, que vão desde as simples per- importante (que funcione com armaze- tor de circuito, Contacto: David P. LaPotin
turbações momentâneas ao bloqueio do namento de dados, como por exemplo que dispara E-mail: dpl@austin.ibm.com
teclado, à corrupção ou perda de infor- um disco externo), mais duas tomadas em caso de URL: www.tauworkshop.com
mação e mesmo à degradação ou avaria apenas com protecção (sem autono- sobrecarga e
do material. Assim, para mia) para outro tipo as desliga, per- ITU Telecom Asia 2002
quem não quer perder FERNANDO SANTOS de periféricos menos mitindo depois Data: 2-12-2002 a 7-12-2002
trabalho, tempo e inclu- críticos, como será o facilmente a sua Local: Hong Kong, Rep. Popular da China
sive dinheiro por estar sujeito a essas caso de uma impressora, de um reentrada em Contacto: International Telecommunication
vicissitudes nos seus equipamentos “scanner” ou de um fax. funcionamento. Union – ITU Telecom
pessoais ou em pequenos escritórios, Ao contrário das primeiras Quatro indicado- E-mail: telecominf@itu.int
a American Power Conversion (APC) três tomadas, estas duas últi- res luminosos dão URL: www.itu.int/asia2002
lançou recentemente uma nova linha mas não dependem do inter- conta do modo de
de unidades de alimentação ininter- ruptor da UPS, o que quer operação — ligadas, Conference “Strategic e-HR”
rupta, designada Back-UPS ES. dizer que os aparelhos a elas a usar a bateria de Data: 5-12-2002 a 6-12-2002
Estes aparelhos — mais conhecidos ligados podem continuar a reserva, excesso de Local: Londres, Reino Unido
pela sigla UPS, derivada da expressão receber corrente da rede potência exigida pelo E-mail: enquire@iqpc.co.uk
inglesa “uninterruptible power supply” eléctrica quando a UPS equipamento e neces- URL: www.iqpc.co.uk/1902a
—, perante quedas de tensão ou falhas está inactiva. E, para a sidade de substituir
de corrente eléctrica, activam imediata- protecção da transmissão a bateria —, a que, FPT 2002 - IEEE International Conference
mente a sua bateria de reserva de modo de dados, via telefone, fax nalgumas situações, on Field-Programmable Technology
a que se possa continuar a trabalhar ou modem, contra picos se associam sinais Data: 16-12-2002 a 18-12-2002
sem sentir quaisquer perturbações ou, de tensão com origem em sonoros de alerta. A Local: Hong Kong, China
em caso de um corte mais prolongado, fenómenos atmosféri- troca de bateria pode E-mail: fpt@aicfpt.org
fornecem a energia suficiente para se cos, há duas portas de ser facilmente executada URL: www.icfpt.org
poder concluir alguma tarefa ou inter- comunicação: uma de pelo próprio utilizador, o
romper com calma e guardar o traba- entrada, ligada à rede que também simplifica as VLSI Design 2003 - The Sixteenth International
lho em mãos, fechando em seguida os telefónica, e outra de coisas, não sendo neces- Conference on VLSI Design; The Second
programas e desligando correctamente saída para o respec- sário recorrer a uma International Conference on Embedded
os equipamentos, em total segurança. tivo aparelho. assistência especializada Systems Design
Além disso, fornecem protecção face aos Uma terceira nem deitar fora a UPS só Data: 4-01-2003 a 8-01-2003
picos de tensão e também filtragem porta permite ligar porque o representante da Local: Nova Deli, Índia
dos chamados “ruídos” — interferên- directamente a unidade de protec- marca entretanto faliu e já URL: vlsi.ccrl.nj.nec.com/~chak/vlsi2003/
cias electromagnéticas ou de rádio- ção-alimentação ao computador (via ninguém sabe onde encontrar baterias
frequência. cabo USB) e usufruir do “software” de substituição. 2003 International CES - Defining Technology’s
A nova linha ES dispõe de dois de controlo e gestão da articulação da A grande limitação destes acessó- Future
modelos, o 350 e o 500 (que foi o autonomia da bateria com o compu- rios é mesmo a reduzida capacidade Data: 9-01-2003 a 12-01-2003
testado), correspondendo a níveis tador e o encerramento assistido de da bateria de reserva em caso de Local: Las Vegas, Nevada, EUA
diferentes de potência de saída, ficheiros — guardando a informação prolongada ausência de fornecimento URL: www.CESweb.org
requerida pelo tipo de equipamento —, programas e sistema operativo. de energia eléctrica: bem menos de
usado — respectivamente, 225 e 325 Esta aplicação, denominada APC dez minutos e se não tiverem ligado a
watts —, à semelhança, aliás, do que PowerChute Personal Edition, não eles equipamento muito exigente em
já acontecia com a anterior gama CS consta, todavia, do CD que acompa- termos de potência eléctrica. Caso
(ver caixa). Esta linha foi concebida a nha o produto, sendo necessário ir contrário, esses tempos reduzem-se
pensar não nos computadores e seus buscá-la ao sítio da American Power drasticamente, ficando na ordem de
acessórios mas também nos aparelhos Conversion na Web ( www.apc.com um a dois minutos.
da sala de estar, como os de alta fide- ). E, o que é estranho, isso não Não obstante facultar a necessá-
lidade, o televisor, etc. consta das instruções de instalação ria e desejada segurança, e embora
No resto, os dois modelos são idên- e uso — aliás muito simples, tanto se trate de uma solução económica
destinada ao “uso doméstico” — com
preço a rondar os 120 euros no caso
Evolução face às convencionais Back-UPS CS da ES-350 e 135 euros a ES-500 —,
uma unidade de alimentação destas
A anterior linha CS das unidades de alimen- ter uma autonomia que permitisse
tação ininterrupta da APC é, como se disse, continuar a trabalhar durante mais
muito semelhante a esta nova ES, com os algum tempo seguramente que seria
mesmos dois modelos 350 e 500. Não apre- interessante e daria muito jeito. Mas
senta, contudo, a variedade actual de tipos de não deixa, por isso, de constituir um
tomadas, em função do país a que se destina, modo acessível de proteger com efi-
e tem apenas uma tomada protegida e sem cácia a informação e o “hardware”:
alimentação assegurada pela bateria de quanto não valerá, em muitas situ-
reserva em caso de falha de corrente, contra ações, o trabalho feito nos últimos
as actuais duas tomadas desse tipo. Poder- 20 ou 30 minutos, desde que se fez a
se-á talvez dizer que é no aspecto — forma, dimensão e cor — que reside última gravação do documento e até
a maior diferença entre elas: ao pequeno “tijolo” vertical creme da Back-UPS à falta de electricidade?
CS contrapõe-se agora um aparelho mais baixo, largo e comprido, e também As Back-UPS ES 350 e 500 supor-
ligeiramente mais pesado, de cor negra. Estas mudanças não são, porém, só tam os sistemas operativos, nos PC, a
estéticas: as tomadas na linha ES, ao longo de dois terços da face superior, estão partir do Windows 95 e, no universo
agora bem mais acessíveis do que na retaguarda, como anteriormente — e por Mac, desde o OS 9. E a APC, além
isso são também em maior número. E a presença dos indicadores luminosos na de dar uma garantia de dois anos a
mesma face superior torna-os mais visíveis. estes produtos, oferece um seguro
E, face à utilização exclusivamente apoiada em plano horizontal dos anteriores até 100 euros se algum equipamento
aparelhos, os novos podem também ser fixados numa superfície vertical — o devidamente instalado sofrer algum
que lhes confere mais versatilidade, sobretudo se se tiver em conta que se trata dano durante a sua utilização, em
de material de “uso doméstico”, portanto, em condições de espaço em princípio virtude da interferência de fenóme-
mais precárias do que num qualquer escritório. ● F.S. nos atmosféricos como tempestades
no fornecimento de energia. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .13
computadores .14 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 JOGOS

Título Burnout 2: Point

Estilo:
of Impact
Arcada 9 /10
Plataforma PS2
Produtor Aclaim
Distribuidor Lusomundo
Edição Outubro 2002

Título Formula One 2002

Estilo
Plataforma
Arcada
PS2
6 /10

Produtor Sony
Distribuidor Lusomundo
Edição Outubro 2002

Título F1 2002
Estilo
Plataforma
Arcada
PS2, PC e Xbox
6 /10

Produtor EA Sports
Distribuidor Electronic Arts
Edição Julho 2002

Título Ferrari F355

Challenge
Estilo Arcada
5 /10

Plataforma PS2
Produtor Sega
Distribuidor Lusomundo
Edição Setembro 2002

Título WRC Arcade

Estilo
Plataforma
Arcada
PSOne
8 /10

Produtor Sony
Distribuidor Lusomundo
Edição Novembro 2002

CORRIDAS AUTOMÓVEIS ENTRE A DIVERSÃO E A SIMULAÇÃO

Borracha queimada
não faz parte evitar as negociações (e pagamentos) a dois licenciamentos de Fórmula 1, da

O
CHEIRO AINDA
dos sentidos reproduzidos
nos videojogos mas o cada vez
maior realismo já permite
apelar aos outros sentidos,
tal a intensidade visual, sonora e até táctil
de muitos jogos.
No que toca aos automóveis, a segunda
edição de “Burnout” é, nitidamente, um
jogo com cheiro. Não porque o tenha
mas porque está sempre presente a sen-
sação de cheirar a borracha queimada
no asfalto. Jogo de arcada,
“Burnout 2: Point of Impact” MIGUEL
é uma das melhores diver-
sões sobre quatro rodas já produzidas. Se
clássicos como “Out Run”, “Screamer” ou
“Need for Speed” divertiram milhões, esta
proposta pega em tudo de bom que já se
fez na área… e faz melhor.
No meio de uma maré de simulações,
acaba por ser um jogo de arcada que
melhor transmite o sentir do controlo
automóvel. Em “Burnout 2”, todos os
ingredientes deste bolo explosivo estão
em doses certas. Começando pela jogabili-
dade, que só se pode classificar de magis-
tral. O carro controla-se bem, a velocidade
é grande, a acção é fluida, os objectivos
claros, os gráficos agradáveis, a interface
cuidada, o som excelente (e em Dolby Sur-
round)… Mas nem tudo é perfeito: para
construtores automóveis, os carros são
todos inventados, tirando um pouco o rea-
lismo à acção, apesar das parecenças com
vários modelos reais.
Por outro lado, quem quer um simu-
lador “sério” não vai ter sorte. Aqui, a
regra não é apenas ganhar corridas com
trajectórias perfeitas, mas sim divertir-se
do primeiro ao último minuto. E, aí, as
opções são muitas: desde o jogo clássico
de corridas em estrada contra vários
adversários a versões para
CRESPO o espectáculo, como a Crash,
em que o objectivo é conse-
guir o maior choque em cadeia num cruza-
mento movimentado. Nas corridas, temos
todos os ingredientes de um bom jogo de
arcada, desde o acumular de “boost” para
conseguir velocidade extra aos pontos
ganhos com a circulação na faixa contrá-
ria, às razantes aos outros veículos, às
longas derrapagens, aos saltos e, claro,
aos acidentes, mostrados ao pormenor em
câmara lenta.
Além do aviso para os “meninos” não
fazerem isto em casa, tudo o que se possa
dizer mais sobre “Burnout 2: Point of
Impact” é redundante: deve ser o melhor
arcada automóvel do ano. E já chega.
Na mesma vertente em que a diver-
são se sobrepõe à simulação, surgem os
Sony e da Electronic Arts (EA). Como já
vem sendo habitual — e cada vez mais
incompreensível —, os jogos têm o mesmo
tema, o mesmo esquema de jogo, a mesma
licença e até quase o mesmo nome: “For-
mula One 2002” e “F1 2002”. De tal forma
que os mais distraídos até podem pensar
ser a mesma coisa. O que vale é que não
são assim tão distintos e, portanto, mesmo
quem se engane não ficará a perder muito.
De qualquer forma, neste confronto mili-
métrico, o jogo da Sony, “Formula One
2002” (com o nome por extenso), leva
ligeira vantagem. O grafismo é um pouco
melhor e a jogabilidade bastante razoável.
Em “F1 2002”, da EA Sports, aposta-se em
oferecer bónus e muitos efeitos especiais;
no outro, em melhor jogo. Em qualquer dos
casos, não há preocupações de realismo na
condução, bater nos adversários não é pro-
blema e o objectivo é ganhar. O resultado
é um empate técnico entre os dois.
Também licenciados são “Ferrari F355
Challenge” e “WRC Arcade”. O primeiro
caso é literalmente a adaptação para
a PS2 de um jogo lançado com algum
sucesso para a Dreamcast há um ano. Se,
na altura, o jogo era competente, agora
nota-se que o tempo já passou, nomea-
damente no aspecto algo fora de moda da
interface ou mesmo no grafismo da acção
— alguns furos abaixo do que a consola da
Sony permite. Conversão quase directa
de uma plataforma menos evoluída, faz
com que a riqueza esperada de um Fer-
rari “rosso” se fique por um vermelho
desmaiado. No fundo, divertido mas não
entusiasmante.
Quanto a “WRC Arcade”, tudo muda
de figura. Produzido para a PSOne, é uma
versão ligeira e para um público mais
jovem de “WRC II Extreme” (ainda não
lançado) para a PS2. Mas não é apenas
um “downgrade”, antes um jogo diferente
e, curiosamente, mais interessante que o
“WRC II” apresentado na demo disponível
(80 por cento completo).
Tecnicamente bom para a máquina
— que, não esqueçamos, já vai com quase
oito anos de carreira —, aposta na simpli-
cidade para ganhar adeptos. E a verdade é
que a fórmula mais arcada, em que vamos
encontrando adversários para ultrapas-
sar na estrada, funciona na perfeição. É
divertido de jogar, obriga a alguns dotes
de condução mas é acessível a jogadores
inexperientes e, ainda por cima, tem tra-
dução em português. Isto além de repro-
duzir carros e pilotos reais do campeonato
mundial de ralis. Pode parecer estranho,
mas este jogo da PSOne é bem mais inte-
ressante que muitos para a PS2. E, se
calhar, até do que o seu gémeo… ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .15
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