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UFPB/CCEN/DQ

Química Analítica Clássica


Prof. Luciano Farias de Almeida

INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA


A Química analítica envolve a separação, identificação e quantificação das espécies químicas
presentes em uma amostra. Ela pode ser dividida em:
• Química Analítica Qualitativa – identifica as espécies químicas presentes na amostra.
• Química Analítica Quantitativa – determina quanto de cada componente, ou determinado
componente, está presente na amostra.

APLICAÇÕES
 Indústria
 Medicina
 Legislação dos governos
 Metalurgia e Geologia
 Farmacologia
 Ciências dos Alimentos
 Arqueologia

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS ANALÍTICOS


Com base no tamanho da amostra:
• Macro – para quantidades de amostra superiores a 0,1g.
-2 -1
• Meso – para quantidades de amostras entre 10 e 10 g.
-3 -2
• Micro – para quantidades de amostras entre 10 e 10 g.
-4 -3
• Submicro – para quantidades de amostras entre 10 e 10 g.
-4
• Ultramicro – para quantidades de amostras inferiores 10 g.

Com base na medida final:


• Gravimétrico – a determinação final é uma medida exata do peso do analito ou algum composto
quimicamente relacionado a ele.
• Volumétrico – determina-se o volume de solução necessário para completar a reação.
• instrumentais – métodos baseados na medida de alguma propriedade física ou química.
Necessitam de instrumentos especiais para fazer as medidas.

Com base na cronologia


• Clássicos – são os métodos de análise mais antigos: gravimetria e volumetria.
• Modernos – são os métodos físico-químicos (instrumentais).
PERSPECTIVAS DA ANÁLISE QUÍMICA
1. Identificação do problema:
Tipo de informação requerida (quantitativa, qualitativa etc.) Identifique o contexto do
problema.
2. Planejamento do procedimento experimental:
Critérios de avaliação (exatidão, precisão, sensibilidade, seletividade, custo, velocidade);
identificar interferentes; selecionar método; estabelecer critério de validação e estratégia de
amostragem.
3. Experimentação:
Calibração dos instrumentos; padronização de reagentes; obtenção de dados.
4. Análise dos dados:
Transformar ou reduzir os dados; análise estatística; verificação e interpretação de
resultados.
5. Propor uma solução:
Conduzir uma avaliação externa

ESTÁGIOS DE UMA ANÁLISE QUANTITATIVA


Uma análise química completa envolve uma série de etapas e procedimentos, tais como:
 Amostragem – é a obtenção de uma pequena quantidade de amostra cuja composição
represente bem o todo do material que está sendo analisado (amostra representativa). Depende
do tamanho e da natureza física da amostra.
 Método – o químico deve conhecer todos os métodos disponíveis e só então decidir qual o mais
adequado para resolução do problema. Para tanto é necessário fazer uma pesquisa sobre as
metodologias adotadas para a determinação do analito de interesse. Na escolha do método
devem ser considerados os seguintes aspectos:
 Exatidão – concordância entre uma medida e seu valor verdadeiro;
 Precisão – concordância em uma série de medidas (reprodutibilidade);
 Tempo de análise e custo – economia;
 Limite de detecção – é a quantidade mínima do analito que pode ser detectada.
 Seletividade – leva em consideração as interferências de outras espécies químicas na sua
análise. Esta interferência pode ser para mais (erro positivo) ou para menos (erro negativo);
 Remoção de Interferentes (mascaramento) – quando o método não é seletivo inclui-se uma
etapa de remoção de interferentes;
 Medidas na amostra e controle de fatores instrumentais – medida de uma quantidade ou sinal
relacionado com o analito. Padronização, calibração, otimização, medida da resposta,
absorbância, etc.
 Tratamento dos dados – cálculo dos resultados analíticos e avaliação estatística destes.
 Apresentação dos resultados – impressão dos resultados, impressão de gráficos e arquivamento
dos resultados.
ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
Conceito
Método analítico no qual uma determinada espécie química é isolada de uma amostra sob a
forma de um composto com composição química bem definida ou sob forma de fase pura
(substância procurada), que é levado à pesagem (substância pesada).

Sensibilidade e Exatidão
Apresenta exatidão para concentrações  0,1%. Para concentrações maiores a exatidão pode
ser afetada por perdas por solubilidade de precipitado; erros de co-precipitação e perdas mecânicas
do precipitado (só para concentração  0,1%).

Vantagens
Apresenta simplicidade e baixo custo; exatidão e precisão (balança analítica) além de ser um
método Absoluto (medida direta sem calibração).

Desvantagens
Despende muito tempo de análise; é trabalhoso; requer grandes quantidades de amostra e é
susceptível a acumulação de erros devido ao grande número de etapas.

Classificação
Os métodos de análise gravimétrica podem ser classificados de acordo com a forma de
separação do constituinte desejado da amostra:
 Gravimetria por volatilização
 Gravimetria por precipitação

GRAVIMETRIA POR VOLATILIZAÇÃO


Consiste na eliminação de componentes de uma amostra sob a forma de compostos voláteis.
O analito ou os produtos de sua decomposição são volatilizados em uma temperatura adequada. Os
métodos por volatilização podem ser classificados em:

Diretos – a substância volatilizada é recolhida em meio absorvente adequado e pesada.


Exemplo 1. Determinação de CO2 em carbonatos.
CaCO3 + 2HCl  CO2 + H2O + CaCl2
Indiretos – a substância é volatilizada e seu peso é calculado pela diferença do peso da amostra
antes e após a volatilização. Menor exatidão por assumir que a água é o único composto volátil.
Exemplo 2. Determinação de umidade.

DETERMINAÇÃO DE CARBONATOS
Carbonatos são decompostos por ácidos, produzindo CO2, que é rapidamente eliminado da
solução por aquecimento.
Figura 1 – Sistema para determinação de bicarbonato de sódio em comprimidos antiácidos, por volatilização.
Também pode ser empregado para carbonatos.

Uma massa de amostra de comprimidos finamente triturados é tratada com ácido sulfúrico
diluído para converter o bicarbonato de sódio em dióxido de carbono, segundo a reação:
NaHCO3 + H2SO4  CO2 + NaHSO4 + H2O
A massa de CO2 é calculada através da massa adquirida pelo absorvente (Ascarite II = NaOH
adsorvido em silicato não-fibroso). O tubo de absorção deve conter um dessecante (em geral a
drierita pela sua alta capacidade de absorção) para reter a H2O eliminada. A quantificação segue a
estequiometria da reação:
2NaOH + CO2  Na2CO3 + H2O

DETERMINAÇÃO DE UMIDADE
TIPOS DE ÁGUA NOS SÓLIDOS
A água presente nos materiais pode ser:
ÁGUA ESSENCIAL – é a água quimicamente ligada ao sólido. Faz parte de sua estrutura cristalina
ou molecular de um dos componentes do sólido.

ÁGUA NÃO-ESSENCIAL – é a água presente como contaminante. Não é retida por forças
químicas. É geralmente chamada de umidade e não faz parte da estrutura química do sólido.

TIPOS DE ÁGUA ESSENCIAL:


 Água de Cristalização ou Hidratação – são ligadas ao sólido por ligações covalentes
coordenadas. É a água presente nos hidratos cristalinos.
Exemplo 10: CaC2O4.2H2O, CaSO4.5H2O

 Água de Constituição – a água não está presente no sólido como H2O, mas como OH e H
ligados quimicamente no composto. É obtida por decomposição térmica. (ação do calor).
Exemplo 11: 2Na2HPO4  Na4P2O7 + H2O
Ca(OH)2  CaO + H2O
2KHSO4  K2SO4 + H2O + SO3

TIPOS DE ÁGUA NÃO ESSENCIAL:


 Água Higroscópica ou Adsorvida – é a água retida sobre a superfície do sólido. Sua
quantidade depende:
o Temperatura (a 100 oC a massa de H2O é  0)
o Superfície Específica do Sólido – quanto menor o tamanho da partícula maior a
superfície específica, portanto maior a quantidade de água adsorvida.
 Água Absorvida – é a água retida como líquido nos interstícios (espaços) dos sólidos
coloidais. Sua quantidade pode alcançar 10 a 20% da massa total do sólido. Temperaturas
maiores que 100oC diminuem a quantidade de água absorvida, mas não garante remoção
completa.
 Água Ocluída – é a água em cavidades microscópicas dos sólidos cristalinos. A
calcinação elimina este tipo de água. Porém o aquecimento pode causar a decreptação, que
é a ruptura dos cristais.

GRAVIMETRIA POR PRECIPITAÇÃO

Consiste na conversão do analito em um composto de baixa solubilidade.


Exemplo 3. Determinação de Hg usando sulfeto de amônio como agente precipitante.
(NH4)2S + Hg2+  HgS

Etapas de uma Análise Gravimétrica


A execução de um procedimento de análise gravimétrica engloba várias etapas sucessivas e
necessárias para obtenção de bons resultados:
1. Preparação da Amostra;
2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra;
3. Precipitação e Digestão;
4. Filtração;
5. Lavagem;
6. Calcinação ou Secagem;
7. Pesagem;
8. Cálculos.

PRECIPITADOS E AGENTES PRECIPITANTES


O reagente deve ser específico ou seletivo e produzir um sólido que:
1) Apresente solubilidade muito baixa;
2) Seja facilmente filtrável, lavável e livre de contaminantes;
3) Apresente composição conhecida e bem definida após secagem ou calcinação;
4) Seja inerte aos constituintes da atmosfera.
PARTÍCULAS MAIORES FÁCIL FILTRAGEM E LAVAGEM PRECIPITADOS PUROS

Suspensões Coloidais
 Partículas pequenas (d =10-6 a 10-3 mm);
 Não decantam facilmente;
 Não são retidas em papel de filtro comum.

Suspensões Cristalinas
 Cristais individuais bem desenvolvidos;
 Partículas densas que sedimentam rapidamente;
 Facilmente filtráveis;
 Não se contaminam facilmente;
 Partículas com 0,1 mm ou mais.

Tamanho das Partículas


 Composição química
 Condições do meio
 Temperatura
 Concentração dos reagentes
 Velocidade de adição dos reagentes
 Solubilidade no meio

SUPERSATURAÇÃO RELATIVA
A formação do precipitado ocorre em uma solução supersaturada da substância envolvida. A
supersaturação é um estado instável, que se transforma em estado de saturação através da
precipitação do excesso de soluto. Matematicamente é expressa por:
QS
SSR 
S
onde:
Q = Concentração dos íons em solução no instante anterior a precipitação
S = Solubilidade do precipitado no estado de equilíbrio.

SSR alta ppt. Coloidal


SSR baixa ppt. Cristalino

Solução Supersaturada: É uma solução, em condição instável, que contém mais íons em solução
que a solução saturada.
CONTROLE EXPERIMENTAL DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS

Redução de SSR:
 Temperaturas altas (Solubilidade )
 Soluções diluídas (Q )
 Adição lenta do reagente precipitante com agitação (Q)
 Controle do pH do meio, S = f(pH), ou seja, a solubilidade do precipitado varia com o pH.

Exemplo 12: Oxalato de cálcio


1- precipitação em meio ácido onde S é maior.
2- redução da acidez por adição de NH4OH remove quantitativamente o precipitado.

Obs. Quando S é muito baixa o valor de (Q-S) é sempre alto e o precipitado deve ser COLOIDAL.
Exemplo 13: Hidróxidos de Fe(III), Al, e Cr(II) e os sulfitos de metais pesados.

MECANISMO DE FORMAÇÃO DE UM PRECIPITADO


A formação de um precipitado a partir de uma solução envolve dois processos:
 Nucleação
 Crescimento dos Cristais

NUCLEAÇÃO
Processo, no qual, um número mínimo de átomos, íons ou moléculas se unem para gerar um
sólido estável. A nucleação pode ser:
 Heterogênea: A agregação de íons ocorre em torno de pequenas partículas de impurezas ou
no vidro do recipiente.
 Homogênea: Os núcleos se formam pela orientação do número próprio de íons em um
arranjo ordenado típico.

Para baixos níveis de SSR a formação de núcleos é baixa e é dependente de partículas


sólidas presentes na solução como impurezas (nucleação heterogênea). Em condições de alta SSR
a nucleação aumenta explosivamente com formação de núcleos homogêneos (nucleação
homogênea).
A alta SSR favorece a nucleação. Se a nucleação prevalece têm-se a formação de partículas
pequenas e, portanto, a formação de precipitados coloidais. A velocidade da nucleação heterogênea
é independente da SSR, já a homogênea aumenta notavelmente com SSR (Figura 2).
Figura 2. Influência da SSR no processo de crescimento de cristais.

CRESCIMENTO DOS CRISTAIS


É o processo de deposição de outras partículas de precipitado em torno de um núcleo. Uma
baixa SSR favorece o crescimento dos cristais. O crescimento dos cristais em torno do núcleo pode
ocorrer simultaneamente com a nucleação e a velocidade de crescimento é diretamente proporcional
a SSR (Figura 3). Após o início da nucleação ocorre uma competição entre a nucleação e o
crescimento dos cristais. Se o crescimento dos cristais prevalece sobre a nucleação, tem-se a
formação de precipitados cristalinos.

Figura 3. Influência da SSR nos processos de nucleação e de crescimento de cristais.

Nucleação x Crescimento de cristais


Quando a nucleação é predominante ocorre a formação de um grande número de partículas
pequenas. No caso do crescimento predominante, é formado um pequeno número de partículas
grandes. A nucleação é sempre o primeiro processo que ocorre durante uma precipitação, e que,
dependendo das condições de precipitação e da natureza do precipitado, pode evoluir e formar os
precipitados coloidais. Na formação e crescimento de cristais ocorre a produção de poucos núcleos
(nucleação), entretanto, em certo ponto cessa a nucleação e dá-se início ao crescimento de cristais.

PRECIPITADOS COLOIDAIS
No caso de precipitados muito insolúveis S é tão pequeno em relação a Q que a diferença Q
– S permanece sempre grande, ou seja, a SSR é mantida elevada favorecendo a formação de
núcleos. Portanto, todos os precipitados muito insolúveis apresentam-se como suspensões coloidais.
Apenas os precipitados mais solúveis (oxalatos, sulfatos e carbonatos) possibilitam manter a SSR
suficientemente baixa de modo a permitir a obtenção de precipitados cristalinos.

CARACTERÍSTICAS DAS SUSPENSÕES COLOIDAIS

 Tamanho das partículas: 1 – 100 mµ de diâmetro. Invisível a olho nu ou com microscópio


comum;
 Parece uma solução verdadeira;
 Passam através dos filtros comuns;
 Não se sedimentam sob ação da gravidade;
 As partículas coloidais têm carga elétrica.

Todas as partículas têm carga de mesmo sinal. A ação repulsiva entre as cargas tende a
impedir que as partículas se unam e este é um fator de máxima importância na estabilidade das
dispersões coloidais.

+ -
Figura 4. Precipitação de AgCl na presença de excesso de: (a) Ag (b) Cl .

Quando se forma AgCl na presença do excesso de íons Ag+, as partículas coloidais ficam
estabilizadas pela adsorção primária de íons Ag+, como é mostrado na Figura 4(a). O sistema em
conjunto é eletricamente neutro: os íons NO3- que são atraídos até a partícula positiva é chamado de
contra-íon ou íons contrários.
A destruição da dupla camada elétrica permite que as partículas coloidais se unam
(coagulação, floculação ou aglomeração), formando agregados maiores que podem se sedimentar. A
floculação pode ser induzida pela adição de um eletrólito ou por aquecimento.
 Coagulação  Processo pelo qual, uma suspensão coloidal é convertida em um sólido
filtrável.
 Suspensões coloidais são estáveis porque, em geral, as partículas apresentam cargas
positivas ou negativas, dificultando a coagulação.
 Cargas  íons adsorvidos na superfície do sólido.
 Íons do precipitado são mais fortemente adsorvidos que outros.

CAMADA ELÉTRICA DUPLA


Camada Primária de Adsorção (CPA): Camada de íons carregados adsorvidos na superfície do
precipitado.
Camada de Contra-Íons (CCI): Camada de íons de carga oposta, nas vizinhanças dos íons
adsorvidos.
 A carga da CPA depende do íon em excesso. A carga é mínima quando não existe íon
em excesso.
 A CCI neutraliza as partículas coloidais.
 As cargas efetivas evitam que as partículas se aproximem
 Quanto menor a CCI  partículas mais próximas  maior a aglomeração
 Contribuem para a coagulação:
Aquecimento por um curto tempo com agitação (diminui a adsorção);
Aumento da concentração de eletrólitos reduz o volume da solução para neutralizar a
partícula.

LAVAGEM COM ÁGUA:


 Remove o eletrólito;
 Aumenta o volume da camada de íons contrários;
 Restabelece as forças repulsivas;
 Ocorre a peptização.

Peptização: O colóide coagulado é revertido ao seu estado original disperso.

LAVAGEM COM ELETRÓLITO VOLÁTIL


No caso da determinação de Ag por formação do AgCl, onde o Cl- é a principal espécie
adsorvida, Usando uma solução ácida, os cátions da CCI serão substituídos por H+. Então o H+ e Cl-
estarão presentes na camada elétrica dupla e como substâncias voláteis serão eliminadas durante a
secagem.

PRECIPITADOS CRISTALINOS
TÉCNICAS PARA PRECIPITAÇÃO LENTA
A obtenção de precipitados com boas características físicas baseia-se nas conclusões de Von
Weimarn, que ressaltou a importância da SSR no mecanismo de precipitação. As técnicas de
precipitação sob baixo grau de SSR são denominadas técnicas para precipitação lenta.

Na prática, a SSR de uma solução pode ser diminuída de duas maneiras:


 diminuindo-se o valor de Q;
 aumentando-se o valor de S.

Isto é conseguido experimentalmente através dos seguintes procedimentos:


Usar soluções diluídas do reagente;
Adição lenta e sob agitação do reagente precipitante;
Realizar a precipitação a temperatura elevada;
Realizar a precipitação em um meio no qual a solubilidade do precipitado seja maior.

As duas primeiras medidas diminuem o valor de Q enquanto que as duas últimas aumentam o
valor de S. Estes procedimentos favorecem a formação de precipitados com partículas maiores.

ENVELHECIMENTO DOS PRECIPITADOS OU DIGESTÃO


É comum nos procedimentos gravimétricos deixar o precipitado cristalino repousar, na
presença da solução mãe, durante um determinado tempo, antes de ser filtrado. Neste tempo ocorre
um envelhecimento do precipitado. Esse envelhecimento foi definido como um conjunto de
transformações irreversíveis que ocorrem no precipitado depois de sua formação e é também
chamado de digestão do precipitado.
Durante esse processo as imperfeições tendem a desaparecer e as impurezas adsorvidas
passam para a solução. Quando realizado a alta temperatura o processo é mais rápido, pois
aumenta a solubilidade do precipitado e as partículas menores dissolvem-se e depositam-se sobre
as maiores.

Digestão: É o procedimento, no qual, o precipitado é aquecido por um certo tempo, em sua solução-
mãe. A digestão melhora a pureza e a filtrabilidade de ambos precipitados, cristalino e coloidal,
devido à recristalização.

Recristalização: Durante este processo, as partículas pequenas tendem a dissolver-se e re-


precipitar-se sobre a superfície dos cristais maiores.

CONTAMINAÇÃO DE PRECIPITADOS
É o arraste de substâncias estranhas pelo precipitado. Um precipitado pode ser contaminado
através dos processos de:
 Coprecipitação
 Pós-precipitação

COPRECIPITAÇÃO
É o arraste de substâncias estranhas, normalmente solúveis, pelo precipitado durante a sua
formação. Principal fonte de inexatidão em análises gravimétricas. Os mecanismos de
coprecipitação podem ser divididos em:
 Adsorção Superficial
 Inclusão isomórfica (Cristais Mistos)
 Inclusão não-isomórfica
 Oclusão

Adsorção Superficial:
A substância é adsorvida na superfície do precipitado. Ocorre principalmente em precipitados
coloidais. Comum em precipitados com grandes áreas específicas superficiais (unidade de área por
grama do sólido). A coagulação dos coloides não diminui a adsorção superficial.
Figura 5 – Coloide coagulado. Um coloide coagulado continua a expor uma grande área superficial para a
solução a partir da qual foi formado.

Figura 6. Aumento na área superficial por unidade de massa com a diminuição do tamanho da partícula.

Precipitados cristalinos: a adsorção superficial é insignificante.


Precipitados coloidais: pode chegar a 20% da massa total do precipitado
Contaminantes: íon adsorvido + contra-íon.
Exemplo 14: AgCl: Ag+ na superfície AgNO3 é
NO3- como contra-íon coprecipitado

 Minimização da adsorção:
 Digestão: forma sólidos mais densos, diminuindo a área superficial;
 Lavagem com eletrólito volátil: eletrólitos não voláteis presentes na CCI são
substituídos por espécies voláteis. Não é capaz de retirar os íons adsorvidos.
 Reprecipitação: O filtrado é redissolvido e reprecipitado. É um processo lento, assim é
recomendado apenas para compostos que têm extraordinária tendência de adsorção.
Exemplo 15: Fe(OH)3, Al(OH)3.
Fe+3 + NH4OH (exc)  FeOH3 adsorve OH- (camada primária) com Zn, Cd, Mn como contra-
íons

Inclusão Isomórfica (Formação de Cristais Mistos):


Um dos íons da rede cristalina é trocado por um íon de outro elemento. Os íons precisam ter
mesma carga e tamanhos semelhantes (diferença < 5%), de forma que não ocorre uma distorção
apreciável da rede cristalina.

Exemplo 16: MgNH4PO4 K+ MgKPO4

BaSO4 PbSO4

Pouco pode ser feito com a combinação de íons presentes em algumas amostras. Este tipo de
contaminação aumenta quando aumenta a razão [contaminante]/[analito].

 Minimização da Inclusão:
 Remover contaminante (difícil na prática);
 Escolher outro reagente precipitante.

Inclusão Não-isomórfica:
Incorporação de impurezas no interior dos cristais. O contaminante apresenta mesma forma
cristalina com espaços reticulares diferentes, causando distorção na rede cristalina. Esta é a única
diferença a isomórfica e a não-isomórfica.

Oclusão:
Quando o crescimento do cristal é muito rápido, íons estranhos (camada de contra-íons) são
‘’aprisionados’’ durante o crescimento do cristal. Quem estiver em excesso será o contaminante. A
digestão minimiza este tipo de contaminação.

 Se a velocidade de crescimento é alta (substâncias pouco solúveis)  não há troca completa


 ocorre contaminação com BaCl2
 Digestão: A rápida solubilização e precipitação que acontece durante a digestão rompem as
bolsas (áreas oclusas), liberando as impurezas para a solução.

PÓS-PRECIPITAÇÃO
Outra possível fonte de erros sistemáticos em gravimetria é a contaminação por espécies
insolúveis resultantes da presença de interferentes na amostra. A impureza neste caso é um
composto insolúvel que precipita depois que o precipitado analítico se formou.
Exemplo 18: Ca2+ com oxalato na presença de Mg2+. Se o precipitado for deixado em repouso em
digestão haverá precipitação de MgC2O4
Velocidade de cristalização Ca2+ > Mg2+
Reações:
Ca2+ + C2O42- Ca C2O4 (precipitado analítico)
2+
Mg + C2O42- MgC2O4 (contaminante)

ERROS DE COPRECIPITAÇÃO
Quando o contaminante:
Não é um composto do íon determinado  erro positivo
Exemplo 19: AgCl adsorve AgNO3 , na determinação de Cl-.
 Contém o íon a ser determinado  erro positivo ou negativo
Exemplo 19: Na determinação de Ba, a oclusão de outros sais de Ba.
 Ba(Cl)2  ( negativo )  menor MM que o BaSO4
 Ba(NO3)2  (positivo)  maior MM que o BaSO4

SECAGEM E CALCINAÇÃO DOS PRECIPITADOS


 Depois da filtração, precipitados gravimétricos são aquecidos até apresentarem massa
constante. O calor remove o solvente e outras substâncias voláteis.
 Alguns precipitados são também calcinados para decompô-los em compostos de composição
conhecida.
 A temperatura necessária para produzir um produto adequado varia de precipitado para
precipitado.

CÁLCULOS EM GRAVIMETRIA
CÁLCULOS COM BASE NA UMIDADE
Uma análise pode ser realizada na amostra seca ou úmida. O teor de cada constituinte será
diferente nos dois casos. Na amostra seca, o valor será maior do que na amostra original (úmida). O
teor do constituinte desejado pode ser calculado com base nas relações:
mAU = mAS + mu e %U = (mU/mAU)100%

onde:
mAU = massa de amostra úmida
mAS = massa de amostra seca
mU = massa de umidade (água)
%U = percentual de umidade

Relação entre Quantidade de Matéria e Massa


Mols
m  n . MM e n  m / MM Equação 1
onde:
n = número de mols
m = massa da espécie química
MM = massa molar da espécie química

Fator Gravimétrico (FG)


Número adimensional que leva em consideração a estequiometria da reação.

massa
%X  X
 100 Equação 2
massa Amostra

massa X  massa do produto  FG Equação 3

a MM X
FG  . Equação 4
b MM Pr oduto

onde:
FG = Fator gravimétrico, a e b = números cujos valores indicam que a mols do analito produzem b
mols da substância pesada (produto). Combinando as três expressões acima, temos:

Porcentual de Analito (X) em uma Amostra


massa a MM X
%X  . .Pr oduto
.100 Equação 5
massa Amostra b MM Pr oduto

Exemplo 7. Analito: P
Substância pesada: Mg2P2O7
2P ≡ 1Mg2P2O7

a MM P 2 30,97
FG  .  .  0,2783 Equação 6
b MM Mg P O 1 222,6
2 2 7

Exemplo 8. Fe3O4
Substância pesada: Fe2O3
2Fe3O4 + 1/2O2 ≡ 3Fe2O3

a M Fe3O4 2 231,54
FG  .  .  0,9666 Equação 7
b M Fe2O3
3 159,69
Exemplo 9. Uma amostra de um detergente comercial à base de fosfato, pesando 0,3516 g, foi
calcinada para destruir a matéria orgânica. O resíduo foi tratado com HCl a quente para converter o
P em PO43-. O fosfato foi precipitado como MgNH4PO4.6H2O por adição de Mg2+ seguido de NH3
líquida. Após ser filtrado e lavado, o precipitado foi convertido a Mg2P2O7 (222,57 g mol-1) por
calcinação a 1000 oC. O resíduo pesou 0,2161 g. Calcule a porcentagem de P (30,974 g.L-1) na
amostra .

Equivalência Química: 2P ≡ Mg2P2O7


2 mols de P ≡ 1 mol de Mg2P2O7
2MMP ≡ 1MMg2P2O7 2.30,974 ≡ 1.222,57
mP ≡ mMg2P2O7 mP ≡ 0,2161 mP = 0,601472g

ou
- Mols obtidos de Mg2P2O7:
1 mol  222,57 x = 0,2161/222,57
x mols  0,2161 x = 9,7093 x 10-4 mols de Mg2P2O7
- Mols de P
2 mols de P  1 mol de Mg2P2O7
x mols de P  9,7093 x 10-4 mols de Mg2P2O7
x = 9,7093 x 10-4 x 2 = 1,94186 x 10-3 mols de P
- Massa de P (analito)
1 mol  30,974 g
1,94186 x 10-3 mols  x g
x = 30,974 x 1,94186 x 10-3
x = 6,01472 x 10-2 g de P
- %P = (6,01472 x 10-2/ 0,3516) x 100 = 17,11 % de P

Ou através da Equação 5

2  30,974
0,2161
222,57
%P   100  17,11%
0,3516

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