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INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL


SUSTENTÁVEL

SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM DIETAS PARA


LEITÕES NA FASE DE CRECHE

Andréia Donizeti Chagas Vilas Boas

Nova Odessa
Janeiro - 2014
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM DIETAS PARA LEITÕES


NA FASE DE CRECHE

Andréia Donizeti Chagas Vilas Boas


Orientador: Dr.º Fábio Enrique Lemos Budiño
Co-orientador: Dr.º Messias Alves Trindade Neto

Dissertação apresentada ao Programa


de Pós-graduação do Instituto de
Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Produção Animal
Sustentável.

Nova Odessa
Janeiro - 2014
Ficha catalográfica elaborada pelo
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
Bibliotecária: Tatiane Helena Borges de Salles CRB 8/8946

V697s Vilas Boas, Andréia Donizetti Chagas

Suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões na


fase de creche./ Andréia Donizetti Chagas Vilas Boas.
Nova Odessa, SP: [s.n.], 2014.
69 f.: il.

Dissertação (Mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA,


Nova Odessa.

Orientador: Dr. Fábio Henrique Lemos Budinõ


Co-orientador: Dr. Messias Alves Trindade Neto

1. Nutrição Animal. 2. Digestibilidade. 3. Ácidos orgânicos 4.


Ganho de peso. I. Budinõ, Fábio Henrique Lemos II. Trindade Neto,
Messias Alves III. Titulo.

CDD 636.4085
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM


DIETAS PARA LEITÕES NA FASE DE CRECHE

ANDRÉIA DONIZETI CHAGAS VILAS BOAS

Orientador: Drº. Fábio Enrique Lemos Budinõ

Co-orientador: Drº. Messias Alves Trindade Neto

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em


Produção Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Drº. Fábio Enrique Lemos Budinõ (Orientador)

Drª. Kelen Cristiane Zavarize

BRNova Sistemas Nutricionais

Drª. Keila Maria Roncato Duarte

Instituto de Zootecnia

Data da realização: 24 de Janeiro de 2014.

Presidente da Comissão Examinadora

Prof. Dr. Fábio Enrique Lemos Budinõ (Orientador)


A MINHA FAMÍLIA DEDICO,

Aos meus queridos pais, José e Lourdes pelo amor e apoio incondicional.
Aos meus amados irmãos José Carlos, Cláudio e Adriana por estarem sempre ao
meu lado, sob qualquer circunstância.
As minhas cunhadas Gisélia e Polyana, e ao cunhado Rubinho, pelo carinho,
amizade e apoio.
A sogra Zilda e aos cunhados Juliana, Sebastian e Gabriel pela amizade e o
estímulo constante.
Aos meus sobrinhos Athos, Gabriel, Giovanni, Daniel, Lucas, Lorenzo, Luigi e as
princesas Larissa, Lorena e Maria Rita, por me encherem de carinho e amor.
Ao meu filho canino Bob Lee, pelo amor incondicional.
A Deus por estar sempre presente em minha vida, guiando meus sonhos.

COM TODO AMOR OFEREÇO,

Ao meu marido Mauro, pelo amor, carinho, dedicação e paciência de sempre, e por
ser além de meu melhor amigo, meu companheiro de todas as horas.
AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof.º Dr.º Fábio Enrique Lemos Budiño, pela oportunidade,
confiança e pela paciência constante. Obrigada por gentilmente compartilhar seus
conhecimentos.

Ao meu Co-orientador Prof.° Dr.° Messias Alves Trindade Neto da FMVZ-USP, pela
oportunidade do projeto e pelos conhecimentos transmitidos.

A CAPES pela bolsa de estudos que permitiu minha dedicação exclusiva.

A Empresa Comércio e Indústria Uniquímica Ltda, especialmente à Alessandra


Schmidt pela oportunidade do projeto de pesquisa e auxílio durante todo
experimento.

A Prof.ª Dr.ª Keila M. R. Duarte e a Dr.ª Kelen C. Zavarize, primeiramente pela


atenção e carinho, e também pelas considerações levantadas na defesa que foram
de total relevância para finalização da dissertação.

Aos Pesquisadores Dr°. Mauro Sartori e Dr. Rosana Possenti, pela participação no
exame de qualificação e pela significativa contribuição no trabalho.

A funcionária do Instituto de Zootecnia Rosely Bosquero pela ajuda e participação


fundamental ao experimento.

Aos amigos Renato Monferdini e Júlio Dadalt, e aos pesquisadores Carla Pizzolante
e Evandro Moraes (APTA), pela ajuda durante o experimento. Vocês foram incríveis!

Ao Marcelo Vinsly da empresa Ceze Rações, por nos ceder gentilmente sua fábrica
e pela ajuda durante o processo.

As funcionárias do Instituto de Zootecnia Marta Perissinatto (Pós-graduação), e


Maria Aparecida Cassimiro (Hospedaria), pelo carinho de sempre!

A pesquisadora do Instituto de Zootecnia Drª Ivani Pozar, pelo auxílio com as


análises estatísticas.

A querida amiga Marisa Manso pela companhia e amizade de sempre, e aos novos
amigos que fiz no IZ, vocês são especiais!

Ao grande amigo Lauro Lucchesi, por me apresentar ao curso do IZ, e ainda pela
amizade e parceria de sempre.

E por fim, agradeço a cada um dos 88 leitões utilizados nos experimentos, a eles
todo o meu respeito.
A grandiosidade de uma nação e o seu progresso moral
podem ser medidos pela forma como os seus animais são
tratados.
(Mahatma Gandhi)

O justo olha pela vida dos seus animais.


(Provérbios 12:10)
SUMARIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ viii


LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. ix
RESUMO ............................................................................................................................... x
ABSTRACT .......................................................................................................................... xi
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 14
2.1 Alterações do Sistema Digestivo de Leitões ao Desmame ......................................... 14
2.2 Sistema Digestivo dos Leitões.................................................................................... 15
2.3 Uso de Aditivos Antimicrobianos ................................................................................ 18
2.4 Ácidos Orgânicos ....................................................................................................... 20
2.4.1 Características dos Ácidos Orgânicos ..................................................................... 21
2.4.1.1 Acidificação Gástrica ............................................................................................ 22
2.4.1.2 Capacidade Tampão dos Ingredientes e B-value ................................................. 23
2.4.1.3 Efeito Antimicrobiano dos Ácidos Orgânicos ........................................................ 25
2.4.1.4 Digestibilidade e Retenção de Nutrientes ............................................................. 26
2.4.2 Acidificantes Utilizados Na Nutrição e Suínos ......................................................... 27
2.4.2.1 Ácido Fórmico ...................................................................................................... 27
2.4.2.2 Ácido Lático .......................................................................................................... 28
2.4.2.3 Ácido Cítrico ......................................................................................................... 29
2.4.2.4 Estudos com misturas (blends) de ácidos orgânicos ou seus sais........................ 29
2.4.2.5 Ácido Butírico e Butirato de Sódio ........................................................................ 30
2.4.2.5.1 Acidificação ....................................................................................................... 31
2.4.2.5.2 Morfologia Intestinal .......................................................................................... 31
2.4.2.5.3 Microbiota Intestinal ........................................................................................... 34
2.4.2.5.4 Desempenho ..................................................................................................... 35
3 MATERIAIS E METODOS ................................................................................................ 36
3.1 Local .......................................................................................................................... 36
3.2 Ensaio de Desempenho ............................................................................................ 36
3.2.1 Delineamento Experimental..................................................................................... 37
3.2.2 Rações Experimentais............................................................................................. 38
3.2.3 Variáveis Avaliadas ................................................................................................. 42
3.2.5 Análise Estatística ................................................................................................... 44
3.3 Ensaio de Digestibilidade ........................................................................................... 44
3.3.1 Delineamento e Coleta de Excretas ........................................................................ 45
3.3.2 Análises Estatísticas................................................................................................ 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 47
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 56
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 57
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fórmulas físicas e características químicas de alguns dos ácidos


orgânicos utilizados como acidificantes em dietas de leitões................................ 22
Tabela 2. Composição de acidificantes Blend (mistura) e Butirato de sódio
utilizado nas dietas experimentais.......................................................................... 38
Tabela 3. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase
Pré I (0 a 10 dias) .................................................................................................. 39
Tabela 4. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase
Pré II (10 a 24 dias) ............................................................................................... 40
Tabela 5. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase
Inicial (24 a 45 dias) .............................................................................................. 41
Tabela 6. Composição nutricional calculada para rações nas fases Pré I (0 a 10
dias), Pré II (10 a 24 dias) e Inicial (24 a 45 dias )................................................ 42
Tabela 7. Médias para peso vivo inicial (P1), peso vivo aos 10 dias (P10), peso
vivos aos 24 dias (P24), peso vivo aos 45 dias (P45), e valores obtidos para
consumo diário de ração (CDR), ganho de peso diário (GDP) e conversão
alimentar (CA), para o período de 0 a 45 dias de
experimento........................................................................................................... 48
Tabela 8. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%),
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável
(Kcal/Kg) da dieta Pré I para leitões ..................................................................... 52
Tabela 9. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%),
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável
(Kcal/Kg) da dieta Pré II para leitões .................................................................... 52
Tabela 10. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%),
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável
(Kcal/Kg) da dieta Inicial para leitões .................................................................. 53
Tabela 11. Custo por quilograma de ração (R$/kg ração), custo de ração por
quilograma de peso vivo ganho (R$/kg GP) e índice de eficiência econômica,
por fase e no período total do experimento ........................................................... 54

viii
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Animais alojados em baias experimentais do Instituto de Zootecnia,


Nova Odessa/SP................................................................................................ 37
Figura 2. Exemplo de características das fezes observadas no experimento:
fezes duras (escore 1) e fezes líquidas (escore 4) ............................................. 43
Figura 3. Animais alojados em gaiolas metabólicas durante adaptação........... 45

ix
Suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões na fase de creche.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da inclusão dietética de ácidos orgânicos
sobre o desempenho, digestibilidade e viabilidade econômica de leitões na fase de
creche. Dois experimentos foram conduzidos, onde no ensaio de desempenho
(experimento 1), foram utilizados 64 leitões híbridos com pesos iniciais médios de
5,87±0,31kg, em um delineamento em blocos casualizados, para comparar o efeito
de 4 tratamentos com 8 repetições, sendo dois leitões por baia (macho e fêmea).
Para o ensaio de digestibilidade (experimento 2), foram utilizados 24 leitões híbridos
com pesos iniciais médios de 8,21±0,79kg, em um delineamento em blocos
casualizados, para comparar o efeito de tratamentos com 6 repetições cada. Os
tratamentos foram: T1 (Controle) - dieta sem acidificantes; T2 (Blend) - controle +
0,5% do Blend (21% ácido lático, 18% de ácido fórmico e 10% de ácido cítrico); T3
(Butirato) - controle + 0,1% de Butirato de Sódio; T4 (Blend + Butirato) - controle +
0,5% do Blend e + 0,1% de Butirato de Sódio. Não houve efeito dos acidificantes
(p>0,05) sobre o consumo diário de ração (CDR), ganho de peso diário (GDP), e
índice de conversão alimentar (CA), nos três períodos estudados (0 a 10, 0 a 24, e 0
a 45 dias de experimento). Não houve efeito dos ácidos orgânicos (p>0,05), sobre os
coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, energia
bruta e sobre os valores de energia digestível e metabolizável. Dietas com
suplementação de butirato de sódio (T3), apresentou melhor vantagem econômica
apenas para o período de 10 a 24 dias de experimento, no entanto, os acidificantes
não proporcionaram melhor resultado econômico para as outras fases e também
para o período total. Assim, em condições experimentais não ficou evidenciado o
efeito dos aditivos acidificantes como promotores de crescimento para leitões
desmamados, consumindo dietas complexas altamente digestíveis.

Palavras-chave: acidificantes, suínos, aditivos, desempenho, digestibilidade

x
Supplementation of organic acids in diets of weaned piglets
ABSTRACT

The purpose of this work was to evaluate the effects of dietary supplementation of
organic acids on performance, digestibility and economical viability of weaning
piglets. Two experiments were carried which performance trial (assay 1), it was used
64 piglets with an average weight of 5,87±0,31 kg in a completely randomized block
design experiment to compare four treatments, with eight replicates of two pigs (male
and female) per pen. In the digestibility trial (assay 2), it was allocated 24 piglets with
an average weight of 8,21±0,79 kg in a completely randomized block design
experiment to compare four treatments with six replicates each. The treatments were:
T1 (Control) – diet without acidifier; T2 (Blend) - control + 0,5% of Blend ( 21% lactic
acid, 18% of formic acid and 10% of citric acid); T3 (Butyrate) - control + 0,1% of
sodium butyrate (coated butyrate) ; T4 (Blend + Butyrate) - control + 0,5% of Blend +
0,1% of Sodium Butyrate. There were no acidifiers effects (p>0,05) on daily feed
intake, average daily weight gain and feed conversion over the three experimental
period (from 0 to 10 days, from 0 to 24 days and from 0 and 45 days). There were no
significant effects of acidifiers (p>0,05) on apparent digestibility coefficients of dry
matter, crude protein, gross energy and the values of digestible and metabolizable
energy. Diets containing sodium butirate (T3) provided best economical results only
for 10 to 24 days experimental period, however acidifiers did not show economical
efficiency for the other phases and also for complete period. Therefore, in the
experimental conditions, there was no evidence of organic acids as grow promoter
for weaning piglets fed with high digestibility complex diet.
Keywords: acidifiers, swine, additives, performance, digestibility

xi
1 INTRODUÇÃO

A produção de suínos no Brasil apresenta importantes índices produtivos. No


país, em 2012 foram produzidas cerca de 3,49 milhões de toneladas de carne suína,
e desse total, 581.000 toneladas foram exportadas, configurando o país como o
quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína (ABIPECS, 2013).
Uma das principais características da suinocultura industrial é a produção
com alta qualidade e a preços mais competitivos, visto que o consumidor está cada
vez mais exigente.
A nutrição passa a ser uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento
da suinocultura industrial e a expansão da cadeia produtiva nacional. Por
representar entre 70 a 75% do custo total de produção, os suinocultores buscam
alternativas no manejo nutricional, para aperfeiçoar os ganhos no sistema de
produção.
Dentre as estratégias mais utilizadas na suinocultura industrial está a redução
do período de aleitamento, visando máxima produtividade com o maior número de
leitões desmamados/porca/ano. Sabe-se que o desmame de leitões entre 21 e 28

12
dias é uma prática muito comum, e esta fase, assim como os dias subsequentes,
constitui um período crítico para o desenvolvimento dos leitões.
O desmame é caracterizado pela alta taxa de mortalidade e outros fatores
também influenciam diretamente o desempenho de leitões: como separação da mãe,
formação de novos lotes com outros leitões, mudança de alimentação que
favorecem o aparecimento de diarréia pós-desmame, que em geral ocorre
normalmente entre três a dez dias após desmame, que debilita o animal, e pode o
levá-lo a morte (CORASSA, 2004).
Sabe-se que nesta fase, o sistema digestivo do leitão é imaturo. O pH no trato
digestivo de leitões recém-desmamados é alto, quando comparado ao de adultos, o
que afeta intensamente a fisiologia do animal.
A digestão dos nutrientes é reduzida pela baixa atividade enzimática no trato
digestivo, resultando em diarréia osmótica, favorecendo a proliferação de micro-
organismos patogênicos como Escherichia coli e a Salmonella Spp. (MIGUEL, 2008;
VIOLA et al. 2003), além de alterar morfologicamente a estrutura da mucosa
intestinal e tornar o animal susceptível a doenças infecciosas (FREITAS, 2005).
Nesta fase, a simples redução do pH, via secreção gástrica já controlaria o
desenvolvimento de patógenos.
Problemas com o pós-desmame podem ser controlados com a utilização de
aditivos antimicrobianos, como promotores de crescimento. Ácidos orgânicos, seus
sais, bem como as misturas de dois ou mais ácidos, são utilizados em dietas para
leitões recém desmamados como alternativas ao uso de antibióticos promotores de
crescimento, ou ainda associados aos antimicrobianos.
A suplementação de dietas de leitões desmamados com ácidos orgânicos,
tem demonstrado importantes ações na redução do pH estomacal, ação bactericida
e aumento da atividade enzimática com estimulo a secreções pancreáticas,
reduzindo a frequência de diarréia e melhorando o desempenho de leitões,
especialmente nas duas primeiras semanas que seguem o desmame (FREITAS,
2005).
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos da
suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões desmamados, na
avaliação de desempenho, balanço nutricional e viabilidade econômica.

13
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alterações do Sistema Digestivo de Leitões ao Desmame

A fase pós-desmame caracteriza-se como um grande desafio para o leitão.


Dependendo dos substratos utilizados na dieta, o sistema enzimático do leitão se
completa até a oitava semana de idade. No entanto, com a finalidade de aumentar
os índices produtivos da granja como número de partos/porcas/ano e números de
leitões desmamados/porca/ano, tem sido comum a desmama precoce com idades
iguais ou inferiores a 21 dias de idade (SILVA, 2008).
Dentre as características dos leitões nesta fase estão: a insuficiência das
enzimas digestivas, a reduzida capacidade de absorção devido a arquitetura dos
vilos, a secreção gástrica mal desenvolvida e o baixo consumo de ração, fatores que
limitam o crescimento do animal até a fase de terminação (CORASSA, 2004).
No período de desmame, o sistema digestivo dos leitões adaptam-se à
transição entre alimentos líquidos e os sólidos (WANG et al., 2007), e à transição de
refeições pequenas e frequentes (liberação de nutrientes para o intestino delgado

14
lenta e constante), para refeições maiores e com menor frequência (MCDONALDS
et al., 2002).
Outro fator importante nesta fase de desmame é a retirada do leite materno,
que representa a supressão de fatores de crescimento que auxiliam no
desenvolvimento e na maturação intestinal (KELLY et al., 1990; MELLOR, 2000),
além da perda da imunidade passiva conferida pelas imunoglobulinas quando os
leitões ainda não apresentam seu sistema imune totalmente desenvolvido,
predispondo-os a doenças entéricas e respiratórias (GASKINS et al., 1995;
MELLOR, 2000; SILVA, 2009).
O sistema digestivo dos leitões, desde ao nascimento e até o desmame, é
adaptado para secretar enzimas que digerem o leite, mas não para alimentos de
origem vegetal. Assim, a atividade de lactase é alta e das lípases e proteases são
suficientes para agir sobre a gordura e as proteínas do leite. Imediatamente após o
desmame, o sistema digestivo do leitão deve-se adaptar à mudança do regime
alimentar, com a secreção de enzimas especializadas. Entretanto, as atividades das
enzimas pancreáticas sofrem redução imediatamente após o desmame, tendendo a
voltar ao padrão normal de desenvolvimento após este período (VIEIRA, 2010).
Associadas ao processo de desmame, a mucosa intestinal altera-se,
diminuindo as capacidades digestivas e absortivas do intestino delgado (SILVA,
2009). Alterações histológicas e bioquímicas ocorrem no intestino delgado, como
atrofia de vilosidades e hiperplasias de criptas, diminuindo a capacidade digestiva e
absortiva, estimulando a incidência de diarreia. Quanto mais cedo é realizado o
desmame, maiores e mais duradouras são estas alterações (HOTZEL, 2004).
Neste sentido, o desmame precoce pode-se associar a distúrbios
gastrointestinais e diminuição no crescimento, sendo indicada nesta fase, a
formulação de dietas de alto valor biológico, a partir do sétimo ou décimo dia após o
nascimento, onde o consumo de ração precoce pode estimular o desenvolvimento
do sistema enzimático, favorecendo melhor aproveitamento das dietas (FERREIRA,
2001).

2.2 Sistema Digestivo dos Leitões

Os suínos são classificados como animais monogástricos possuem estômago


simples e ceco não funcional, o que lhes confere três características digestivas
15
básicas, como pequena capacidade de armazenamento de nutrientes, baixa
capacidade de síntese de nutrientes e baixo aproveitamento de fibras (LOVATTO,
2013).
No suíno, a digestão realiza-se ao longo de todo o trato gastrointestinal (TGI),
iniciando-se na boca e ocorrendo também no intestino grosso, porém com maior
eficiência no intestino delgado. Os movimentos peristálticos têm como funções o
transporte de materiais ao longo do TGI, a mistura dos sucos digestivos com o
alimento e proporcionar o contato dos nutrientes digeridos com a membrana da
mucosa intestinal para sua absorção. Existem diversas secreções que são escoadas
para o interior do TGI, sendo que muitas destas contêm enzimas que hidrolisam os
diferentes componentes dos alimentos (MORAIS, 2009).
Ao nascer, o leitão está apto para digerir as proteínas do leite que sofrem a
ação da renina, enzima secretada no estômago de leitões jovens. Os níveis de
proteinases intestinal são baixos até 28 dias de vida do leitão (LOVATTO, 2013).
O estômago é o local onde se inicia a digestão proteica, devendo apresentar
pH baixo (2,0 a 3,5), para que ocorra a ativação das proteases gástricas
(PARTANEN, 2001). O suco gástrico contém água, pepsinogênio, sais inorgânicos,
mucos, ácido clorídrico e o fator intrínseco que promove a eficiente absorção de
vitamina B12.
De maneira geral a presença do alimento aumenta o pH no estomago, e
através de estímulos nervosos e hormonais, induz a secreção de ácido clorídrico
(HCl), que reduz o pH, eliminando microrganismos patogênicos, que protege os
animais contra infecções entéricas, além de estimular a ação de enzimas para
hidrólise de proteínas e disponibilização de minerais (BRAZ, 2008).
No caso de leitões, seu estômago produz uma quantidade limitada de ácido
clorídrico e pepsinogênio, e também produz quimosina, que faz a quebra parcial e a
aglutinação da caseína do leite. O leite coagula no estômago, e a pequena secreção
de ácido clorídrico é compensada com a produção de ácido láctico pelos
Lactobacillus que fermentam a lactose. Isto assegura que o pH decresça aos níveis
que favorecem a eficiente hidrólise das proteínas e que inibem as bactérias
patogênicas (MORAIS, 2009).
A lactose é facilmente hidrolisada por leitões jovens a partir do primeiro dia de
vida, é o mais importante dissacarídeo presente no leite, além de ser o carboidrato

16
que é prontamente hidrolisado no trato digestivo dos leitões. Em particular é um bom
nutriente para Lactobacillus que quando presente em grandes quantidades, inibe a
proliferação da E. coli. Os níveis de lactase em leitões lactentes são elevados nas
primeiras 3 semanas de vida (LOVATTO, 2013).
Animais adultos conseguem ajustar o pH gástrico por intermédio da secreção
de HCl, mas como a fase de desmama é caracterizada pela baixa capacidade
secretora, o pH neste período é mais alto devido a pequena quantidade de HCl
produzida.
O pH elevado, no início da vida é necessário para que as imunoglobulinas
passem intactas, pois em condições ácidas adequadas, a ação das peptidases
gástricas é mais intensa. Mas para leitões desmamados, a incapacidade de manter o
pH gástrico baixo nas primeiras semanas pode estar relacionado ao baixo ganho de
peso, má absorção de nutrientes e distúrbios intestinais que ocorrem nesta fase
(BIAGI et al., 2007; BOUDRY et al., 2004).
Como consequência, o período pós-desmame é caracterizado ainda por
redução do consumo e redução das taxas de crescimento. As alterações intestinais
mais frequentes neste período incluem modificações na morfologia das
vilosidades/criptas e na atividade das enzimas no rebordo das vilosidades, bem
como, implicações nos patógenos entéricos, que diminuem a atividade das enzimas
digestivas no intestino (TONEL, 2009; MROZ et al., 2003; PLUSKE et al., 1997).
De acordo com HERDT (1999), os enterócitos das criptas têm alta capacidade
mitótica regenerando com rapidez. À medida que as células das criptas se
multiplicam, migram até à base das vilosidades e vão empurrando as outras células
para a extremidade das mesmas. Enquanto migram sofrem uma maturação, de
células relativamente indiferenciadas, ao nível das criptas, para células
especializadas de absorção, nas vilosidades. Na extremidade da vilosidade ocorre
descamação devido à idade das células e à sua exposição ao conteúdo intestinal,
sendo o que determina o comprimento das vilosidades a relação entre
descamação/substituição. Em média, o tempo de reposição de um enterócito é de 4
a 7 dias, variando com a espécie e estado fisiológico (MORAIS, 2009; HERDT,
1999).
No período pós-desmama ocorre normalmente atrofia das vilosidades em
decorrência do maior aumento na taxa de descamação epitelial por consequência do

17
início do consumo da ração sólida, do baixo consumo de ração, de toxinas
bacterianas e da adesão de bactérias aos enterócitos (OETTING et al., 2006; CERA
et al., 1988).
Nesse processo ocorre o incremento da profundidade da cripta para
assegurar a adequada taxa de renovação celular e garantir a reposição das perdas
de células da região apical. Nesse sentido, quanto maior a altura de vilosidades, e
menor a profundidade das criptas, melhor a absorção de nutrientes e menores as
perdas energéticas com a renovação celular (OETTING et al., 2006).
Nesse período também podem ocorrer à colonização da superfície epitelial
por patógenos, como a Escherichia coli enterotoxigênica, Salmonella Typhimurium e
Clostridium spp, provocando diarreias (UTYAMA et al., 2006).

2.3 Uso de Aditivos Antimicrobianos

De acordo com MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


(2009), os aditivos são definidos como produtos destinados à alimentação animal, e
podem ser: substância, micro-organismo ou produto formulado, que são adicionados
aos produtos, que podem ou não ter valor nutritivo, melhorar as características dos
produtos, o desempenho dos animais sadios e atender às necessidades nutricionais
ou ainda ter efeito anticoccidiano.
Dentro da classificação de aditivos, estão os aditivos zootécnicos que incluem
os ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos, simbióticos, nutracêuticos, enzimas e
os antibióticos promotores de crescimento.
Os aditivos antimicrobianos (antibióticos e quimioterápicos) são utilizados
desde a década de 50 como promotores do crescimento na produção animal
(OETTING et al., 2006). O uso de antimicrobianos, com função de melhorar o
desempenho, em dosagens subterapêuticas, agem no controle de doenças
subclínicas, aumentando a digestibilidade e a absorção de nutrientes e reduzindo o
“turnover” dos enterócitos, em decorrência da redução da ação de toxinas
bacterianas (RUTZ e LIMA, 2001).
O mecanismo de ação dos promotores de crescimento ainda não está
completamente elucidado, mas sabe-se que sua atuação é na microbiota intestinal,
provavelmente, inibindo o metabolismo bacteriano e reduzindo a competição entre a
bactéria e o hospedeiro (FARIA et al., 2009).
18
No entanto, o uso destes medicamentos como promotores de crescimento,
especialmente os antimicrobianos, preocupa a comunidade científica e a opinião
pública, devido a possível presença de resíduos em alimentos de origem animal que
pode prejudicar a saúde do consumidor, e o uso de antimicrobianos nos animais de
produção, teoricamente pode contribuir para o aumento da incidência/prevalência de
resistência microbiana na medicina humana (MAPA, 2006).
Apesar da comprovada capacidade de melhorar o desempenho nos animais,
como aves e suínos, o uso de antimicrobianos como promotores do crescimento
está sendo progressivamente restringido.
A Comunidade Europeia baniu em 2006 o uso de antimicrobianos como
promotores de crescimento (PENZ JUNIOR et al. 2010; FRANCO, 2009). No Brasil
foram estruturados dois grupos de pesquisa pelo MAPA em 2004 e 2006, formado
por especialistas para avaliarem a proibição de moléculas como bacitracina de zinco,
fosfato de tilosina, avilamicina, monensina, dentre outras. Estes especialistas
entenderam que estes princípios ativos não deveriam ser excluídos no Brasil, por
não apresentarem riscos à saúde do homem, conforme os conhecimentos atuais
sobre a toxicidade e resistência bacteriana (MAPA, 2006).
No Brasil, o DIPOA (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal) ligado ao MAPA, é o órgão responsável pela fiscalização das normas
estabelecidas pelo Codex Alimentarius (2013), que define padrões de qualidade e de
uso de produtos na produção animal ou no processamento da carne, e quais são os
limites máximos permitidos e prazos de carência para o seu uso (BRIDI, 2010).
Alguns indicadores de produção no Brasil têm sugerido que a retirada destas
moléculas promotoras de crescimento pode aumentar o custo de produção em
valores significativos, comprometendo o poder de compra das famílias de baixa
renda na aquisição de alimentos de origem animal (MAPA, 2004).
Outro ponto importante é que atualmente o MAPA autoriza o uso de aditivos
promotores de crescimento, desde que o produto esteja devidamente registrado, e o
seu modo de uso, dosagem e período de carência sejam respeitados. Porém, não
autoriza o uso de aditivos combinados sem que a associação esteja previamente
aprovada e registrada, desde a publicação do Oficio Circular 16/2007, que trata dos
procedimentos para o registro de associação/combinação de aditivos zootécnicos

19
antimicrobianos e de anticoccidianos em produtos destinados à alimentação animal
(PENZ JUNIOR et al. 2010).
O uso de antibióticos promotores de crescimento associados era uma prática
comum nas granjas brasileiras visando o controle de duas categorias de micro-
organismos (Gram+ e Gram-), o que atualmente é proibido pela legislação. Uma
opção é a escolha de um promotor de crescimento, aliado a outros tipos de aditivos
zootécnicos (como ácidos orgânicos, probióticos, prébioticos, dentre outros), visando
a promoção da saúde intestinal e melhoria do desempenho animal.

2.4 Ácidos Orgânicos

Ácidos orgânicos são substâncias que contém uma ou mais carboxilas em


sua molécula, de estrutura geral R-COOH, gerando grupos ou compostos
conhecidos como derivados dos ácidos carboxílicos, como os aminoácidos, os
ácidos graxos, coenzimas e metabólitos intermediários (VIOLA, 2006; SOLOMONS;
FRYHLE, 2002). Em nutrição animal normalmente referem-se a ácidos fracos de
cadeia curta, aqueles associados com atividade antimicrobiana, com um a sete
átomos de carbono na molécula (C1-C7), e que produzem menor quantidade de
prótons por molécula ao se dissociarem (SINDIRAÇÔES, 2005).
Estão amplamente distribuídos na natureza como constituintes normais de
plantas ou tecidos animais e constituintes naturais de diversos alimentos, podendo
ocorrer no trato digestivo e produtos do metabolismo intermediário de animais
(PARTANEN et al., 1999; BARBOSA, 2009). Apresentam efeitos fisiológicos
relacionados com o sistema imune, com o esvaziamento gástrico e motilidade
intestinal, absorção de minerais e água. São constituintes naturais de diversos
alimentos, ocorrem no trato digestivo e produtos do metabolismo intermediário dos
animais (SINDIRAÇÔES, 2005).
O uso de ácidos orgânicos e seus sais como aditivos não é uma prática
recente, os efeitos favoráveis em diferentes características como segurança
alimentar, processos digestivos, desempenho animal e qualidade de produtos são
conhecidos há longo tempo, e aplicáveis através do uso em diferentes sistemas via
ração e/ou água de bebida (PARTANEN; MROZ, 1999; TSILOYIANNIS et al. 2001;
WENK, 2002; BIAGI et al., 2007).

20
A utilização de ácidos orgânicos nas dietas de leitões contribui para a redução
do pH estomacal, aumenta a atividade de enzimas, melhora a digestibilidade de
alguns nutrientes e reduz o crescimento de microrganismos (PENZ JUNIOR, 1991;
BOCKLOR et al., 2007;).

2.4.1 Características dos Ácidos Orgânicos

Os ácidos orgânicos apresentam diferentes formas físicas, os ácidos


fumárico, cítrico e sórbico estão sob a forma de pó, enquanto o HMTBA (2-hydroxy-
4-methithio butanóico), butírico, fórmico, propiônico e acético são líquidos, onde os
três últimos devido sua característica corrosiva são de difícil manuseio.
Uma forma de facilitar seu manuseio é utilizá-los na forma de sais, que estão
sob a forma de pó, facilitando a sua inclusão na dieta. Além da função ácida, eles
ainda são fontes de nutrientes como cálcio e sódio (SINDIRAÇÔES, 2005).
Alguns ácidos orgânicos têm sabor e cheiro fortes, sendo importante observar
a aceitabilidade de dietas acidificadas. Partanen (2001) cita que em estudo realizado
com dietas oferecidas aos leitões para livre escolha, uma sem acidificante e a outra
acidificada com mistura a base de ácido cítrico e fumárico, os animais tiveram
preferência pelas dietas sem acidificação. Além disso, condições de forte
acidificação gástrica não são indicadas, pois podem resultar no desenvolvimento de
úlceras gástricas.
Algumas propriedades físicas e químicas dos ácidos orgânicos utilizados na
acidificação de dietas de leitões são apresentados na Tabela 1.

21
Tabela 1. Fórmulas físicas e características químicas de alguns dos ácidos orgânicos utilizados como
acidificantes em dietas de leitões.
Ácido Formula MM1 Forma pKa2
(g/mol)
Formico HCOOH 46.03 Líquido 3.75
Acetico CH3COOH 60.05 Líquido 4.76
Propionico CH3CH2COOH 74.08 Líquido 4.88
Butirico CH3CH2CH2COOH 88.12 Líquido 4.82
Latico CH3CH(OH)COOH 90.08 Líquido 3.83
Fumarico COOHCH:CHCOOH 116.07 Solido 3.02 / 4.38
Cítrico COOHCH2C(OH)(COOH) 192.14 Solido 3.13/ 4.76/ 6.40
CH2COOH
1
MM – massa molecular expressa em gramas.
2
pKa- constante de dissociação
Adaptado de Partanen et al., 1999.

2.4.1.1 Acidificação Gástrica

As condições de acidificação gástrica são consideradas essenciais para a


prevenção da sobrevivência de patógenos no estomago para que eles não possam
ter acesso ao intestino delgado. As doenças podem resultar também do aumento do
número de bactérias que colonizaram o intestino antes do desmame (PARTANEN,
2001).
Os níveis de acidez no trato gastrointestinal estão normalmente entre pH 2-4
no estômago, elevando-se para pH 5-6 no intestino delgado, e acima de 7 no
intestino grosso. Valores acima de 6, aumenta a probabilidade de redução da
eficiência de enzimas e da proliferação de bactérias patogênicas. Ácidos orgânicos
como propiônico, fórmico, cítrico, lático e fumárico podem ser adicionados a dieta
auxiliando na resposta caso ocorra o aumento de pH no estomago, principalmente
em momentos de estresse dos leitões (WHITTEMORE, 1993).
A manutenção de baixo pH gástrico é essencial a eficiente digestão de
proteínas. Pepsinogênios são rapidamente ativados em pH 2, e lentamente em pH 4.
Os produtos finais da digestão da pepsina e o baixo pH da digesta entram no
duodeno e são envolvidos na estimulação da secreção pancreática de enzimas e
22
bicarbonato, atuando na regulação do esvaziamento gástrico. Condições ácidas são
necessárias para prevenir a passagem de potenciais microrganismos nocivos para o
intestino delgado (PARTANEN; MROZ, 1999).
Outro fator importante na regulação de pH é a capacidade tampão da dieta,
onde dietas ricas em proteínas e minerais podem resistir a mudanças no pH
(PARTANEN, 2001).
Existe dificuldade em demonstrar “in vivo” que dietas com ácidos orgânicos
reduzem pH. Isso devido a obtenção de dados, como por exemplo, o tempo entre a
última refeição e o momento da coleta da digesta para medidas de pH, local onde
são feitas as amostragens e também devido o fato de que as amostras são colhidas,
em geral, logo após o abate, em animais com mais de 60 dias de idade com sistema
digestivo já desenvolvido.

2.4.1.2 Capacidade Tampão dos Ingredientes e B-value

Para maximizar o aproveitamento de nutrientes pelos leitões na fase de


desmama, outro fator extremamente importante para acidificação do trato digestivo
além da utilização de ácidos orgânicos, é a escolha adequada de ingredientes com
menor capacidade tamponante, para favorecer a digestão de nutrientes (BUNZEM,
2006).
A capacidade tamponante (CT) de uma solução é sua resistência à troca de
pH e tem sido definida em nutrição animal como a capacidade em suspensão
aquosa de um alimento em permitir a mudança de pH em decorrência da adição de
uma solução ácida ou básica (BOCKOR et al. 2007).
Diversos métodos têm sido adotados para medir essa capacidade
tamponante dos alimentos para animais, também chamado de B-value, valor B ou
valor tampão, que indica a quantidade de ácido necessária para diminuir o valor do
pH de dado alimento balanceado.
Makkink (2002), descreve B-value como a quantidade (mEq) de HCL 1,0 M
necessária para acidificar um quilograma de alimento até pH 4 ou 5. O método
usualmente utilizado para suínos é a partir da titulação até o pH 5 de 10 gramas de
ingrediente suspenso em 90 ml de água destilada. A quantidade de ácido requerida
(ml) representa a capacidade tampão.

23
Diferentes nutrientes na alimentação animal aumentam a capacidade tampão
do alimento, fator muito importante na alimentação de leitões. O B-value de um
alimento é importante, pois pode afetar o curso da digestão. Fornecendo uma ração
com elevado B-value significa que este pode absorver grandes quantidades de H+ e
que o pH do estomago e do trato digestivo proximal irão permanecer elevados
(LEVIC et al., 2005).
A manutenção do pH gástrico baixo é importante por várias razões. Primeiro,
a pepsina, enzima proteolítica do estomago só é ativada a um pH baixo (pH 2 a 4).
Se o pH gástrico permanece alto, altera a degradação de proteínas no estomago,
afetando não só a facilidade de digestão e utilização de nitrogênio, como também de
minerais (MAKKINK, 2002; MROZ et al., 1997). Também é essencial para controle
da população de bactérias patogênicas no estomago, como Salmonella, E. coli e
espécies de Klebsiella. Já espécies benéficas de bactérias como Bifido e
Lactobacillus são mais tolerantes a valores mais baixos de pH (LEVIC et al., 2005;
MAKKINK, 2002).
No caso de animais jovens como leitões, os valores de B-value elevados
podem causar problemas à saúde desses animais principalmente devido a menor
capacidade dos mesmos de secretar ácido gástrico. Os valores ótimos de B-value na
dieta variam devido a diversos fatores, como ingredientes, espécie animal, nível de
desenvolvimento, dentre outros. Mas a escolha adequada dos ingredientes e níveis
de inclusão podem contribuir de maneira significativa no efeito da capacidade
tamponante.
Levic et al. (2005), ao avaliarem a capacidade tamponante de 22 ingredientes
utilizados em rações, verificaram que fontes de proteínas (grão soja, farinha de
peixe, leite em pó), geralmente possuem elevada capacidade tamponante, e cereais
(milho, trigo, cevada) possuem baixo valor de B-value. Os suplementos minerais
possuem valores elevados de B-value, principalmente devido ao carbonato de
cálcio, normalmente usado como veículo.
Portanto, dietas com elevadas concentrações de proteínas e minerais tendem
a ter valores de B-value maiores, e estas características são típicas de dietas para
leitões jovens, recém desmamados. Aumentar o conteúdo mineral de uma dieta de
leitões de 0 para 4% promove como resultado o triplo de aumento do valor do B-
value (MAKKINK, 2002).

24
Redução dos níveis de inclusão de ingredientes proteicos e minerais e a
utilização de estratégias com o uso de aditivos como ácidos orgânicos, contribuem
para redução do pH gástrico e redução do efeito tampão. A escolha adequada de
ingredientes da dieta e sua composição é extremamente importante, pois pode
influenciar inclusive na eficácia dos ácidos orgânicos (PARTANEN et al., 2002).
A adição de ácidos orgânicos é mais efetiva quando realizada em dietas
simples, à base de cereais e farelo de soja, que em rações de maior complexidade,
com proteínas de origem animal e produtos lácteos (SILVA et al. 2008).
No leitão em fase de desmama, a lactose derivada dos produtos de leite é
convertida a ácido lático (BOCKOR et al, 2007), criando mudanças desejáveis no
desenvolvimento gástrico e também reduzindo a eficácia da acidificação
(PARTANEN, 2001). O uso da lactose e sua fermentação a ácido lático reduz a
necessidade de acidificação da dieta (PARTANEN e MROZ, 1999; SILVA et al.
2008).

2.4.1.3 Efeito Antimicrobiano dos Ácidos Orgânicos

Na ração os ácidos orgânicos podem reduzir o crescimento de micro-


organismos pela redução de pH ou por efeito antimicrobiano específico (WENK,
2002; PARTANEN, 2001).
Sabe-se que todos os microrganismos tem um pH ótimo de desenvolvimento
e um intervalo de pH onde fora dele fica inviável o crescimento. As bactérias
entéricas, como Escherichia e Salmonella crescem em pH próximos da neutralidade
(neutrófilos), devido a natureza logarítmica da escala de pH, uma diminuição de 1 ou
2 unidades (equivalente a um aumento de 10 ou 100 vezes a concentração de
prótons), tem um efeito drástico sobre a proliferação destes micro-organismos
(PALENZUELA, 2000).
No entanto, sabe-se que algumas bactérias como Escherichia e Salmonella
têm evoluído com mecanismos complexos contrários que permitem se reproduzirem
em condições extremamente ácidas (PARTANEN, 2001). Os níveis para eficácia dos
ácidos orgânicos dependem do tempo de exposição, da concentração do ácido e do
tipo de ácido utilizado. Bactérias gram-negativas são sensíveis aos acidificantes com
menos que oito carbonos, enquanto que as gram-positivas mostram-se mais

25
sensíveis com o aumento do comprimento da cadeia e da molécula, tornando-se
mais lipofílicas.
A eficácia de um ácido em inibir micro-organismos é dependente do seu valor
de pKa (relacionado a constante de dissociação de um ácido), que é a capacidade
de um ácido orgânico estar dissociado em solução aquosa. Portanto, cada ácido
orgânico tem seu valor de pKa, quando este ácido está presente em uma solução
aquosa com o mesmo valor em pH, significa que nesse momento 50% desse ácido
estará dissociado e 50% indissociado, ou seja, as formas ionizadas e não ionizadas
estão na mesma concentração em equilíbrio. Este conceito de pKa proporciona uma
medida da força do ácido. Os ácidos fortes tendem a valores próximos a 1, onde a
maioria dos ácidos orgânicos tem valores entre 3 e 5 (PARTANEN, 2001;
PALENZUELA, 2000). Ácidos orgânicos com elevado valor de pKa são mais efetivos
como preservativos e sua eficácia antimicrobiana é geralmente melhorada com o
aumento do comprimento da cadeia e grau de insaturação (CORASSA, 2004).
Os ácidos orgânicos indissociados (ou não dissociados), são lipofílicos e
podem difundir-se passivamente através da parede celular das bactérias
(PARTANEN, 2001), dissociar-se quando o pH interno é superior a constante de
dissociação (pKa), e promover a diminuição do pH interno. Os íons de H+ reduzem o
pH interno, sendo incompatível com bactérias que não toleram um gradiente
significativo de pH em ambos os lados da membrana. Os prótons são bombeados
para fora da bactéria, por ação da bomba de ATPase, consumindo energia e
esgotando completamente a bactéria. A síntese de ácido nucleico é interrompida,
bloqueando as reações enzimáticas e alterando o transporte através da membrana
(CHIQUIERI et al., 2009; GAUTHIER, 2005).

2.4.1.4 Digestibilidade e Retenção de Nutrientes

Dietas para leitões suplementadas com uso de ácidos orgânicos podem


aumentar a digestibilidade total aparente e retenção de nutrientes em dietas para
leitões (PARTANEN, 2001; PARTANEN; MROZ, 1999). Em particular, os ácidos
orgânicos exercem uma pequena, mas positiva influência na retenção de proteína
bruta e energia, locais onde a influência de outros nutrientes são menos
consistentes.

26
2.4.2 Acidificantes Utilizados Na Nutrição e Suínos

2.4.2.1 Ácido Fórmico

O ácido fórmico é um líquido transparente, incolor, com odor pungente.


Ingerido o ácido fórmico é rapidamente absorvido através das membranas das
mucosas. Na forma indissociada pode rapidamente difundir-se através da
membrana, onde o mecanismo de absorção é similar a outros ácidos orgânicos de
cadeia curta. É um efetivo acidulante, mas pode inibir descarboxilases microbianas e
enzimas como as catalases. A atividade antimicrobiana é primeiramente contra
leveduras e algumas bactérias, sendo efetivo em pequenas concentrações (21.7
mM) contra E. coli, e no tratamento de rações contaminadas por Salmonella, mas
bactérias láticas e fungos são relativamente resistentes ao seu efeito (PARTANEN;
MROZ, 1999).
Em um trabalho realizado in vitro, Franco et al. (2004), testaram o efeito da
adição dos ácidos fórmico, lático e fumárico e suas combinações sobre a população
microbiana do estomago de leitões desmamados, para diferentes pH (3 e 4). Os
resultados mostraram que todas as combinações reduziram o número de coliformes
a menos 102 por ml, independente do pH médio. No entanto, o número de
Lactobacilos (bactérias benéficas) foram reduzidas para os tratamentos com
presença de ácido fumárico e intermediário para os tratamentos com os ácidos lático
e fórmico, em relação ao tratamento sem acidificante.
Gomes et al. (2007), ao estudarem o efeito do ácido fumárico isoladamente e
sua combinação com ácido butírico e fórmico em dietas para leitões recém-
desmamados aos 15 dias de idade, verificaram efeito significativo apenas para
animais tratados com ácido fumárico, e as associações de fumárico (1,0%) e fórmico
(0,5%) diminuiu o ganho de peso diário dos leitões e, fumárico (1,0%), butírico
(0,1%) e fórmico (0,5%) causaram prejuízos na altura das vilosidades do duodeno
nas primeiras três semanas pós-desmame.
Em um estudo realizado por Corassa et al. (2006), com a inclusão de ácido
fórmico na dieta de leitões de 21 a 48 dias de idade, verificaram que dietas contendo
ácido fórmico, devem ser suplementadas com ácido fólico (0,64mg/ kg de ração),
pois os suínos possuem níveis extremamente baixos da enzima responsável pela
27
oxidação do formiato no fígado, reduzindo as reservas hepáticas de folato e gerando
deficiência de ácido fólico, e ainda limitando a capacidade de oxidação do formiato.
De acordo com Partanen e Mroz (1999), certos ácidos como tartárico e
fórmico tem um sabor e cheiro fortes e um aumento nos níveis de acidificação da
dieta é geralmente associado com redução na ingestão alimentar, e como reflexo o
baixo ganho diário.

2.4.2.2 Ácido Lático

O ácido lático é líquido, e tem odor semelhante ao do soro de leite. É


produzido por muitas espécies de bactérias, principalmente aquelas do gênero
Lactobacillus, Bifidobacterium, Streptococcus, Pediococcus e Leuconostoc. É um
constituinte natural de alguns ingredientes e está entre os mais antigos
conservantes. No estomago e no intestino delgado, o ácido lático é produzido como
produto final da fermentação de açúcar (PARTANEN; MROZ, 1999).
Acidificantes de água de bebida ou ração líquida com elevado conteúdo de
ácido lático pode ser mais efetivo na redução do pH gástrico, pois mais ácido é
ingerido que na ração seca (PARTANEN, 2001).
Freitas et al. (2006), ao avaliarem os efeitos da inclusão crescente de
misturas de ácidos orgânicos a base de ácido lático (além de fórmico, fosfórico e
acético), concluíram que a utilização de 0,84% de inclusão na dieta proporcionou
melhor conversão alimentar em leitões no período de 21 a 35 dias, além de melhor
consistência de fezes e controle de E. coli e Streptococus sp, também na inclusão de
0,63% no período de 36 a 49 dias.
Sabe-se que o ácido lático além da atividade antimicrobiana, contribui para
modificação da microbiota intestinal, mediante a produção de um meio favorável
para bactérias láticas, promovendo benefícios ao organismo do animal.
Tsiloyiannis et al. (2001a), avaliaram em leitões o efeito da suplementação de
ácidos orgânicos na eficácia do controle da síndrome de diarréia pós-desmame,
causado principalmente pela E.coli. Foram suplementados com os níveis de ácidos:
lático (1,6%), propiônico (1,0%), fórmico (1,2%), málico (1,2%), cítrico (1,5%) e
fumárico (1,5%), em comparação ao grupo controle sem antibiótico ou com uso de
dieta medicada com lincomicina (44ppm) e espectinomicina (44ppm). Em todos os
parâmetros avaliados, os ácidos orgânicos reduziram a incidência e severidade de
28
diarréia e o desempenho foi significativamente melhor que o grupo controle, sem o
uso de antibióticos.

2.4.2.3 Ácido Cítrico

O ácido cítrico é produzido por fermentação, apresenta-se cristalino e inodoro,


com sabor azedo agradável, sendo geralmente menos efetivo como agente
antimicrobiano que outros ácidos orgânicos, particularmente porque muitos
microrganismos podem metabolizá-lo e também devido ao baixo pKa (PARTANEN et
al., 1999). O ácido cítrico é metabolizado através do ciclo do ácido cítrico e pode
atuar como uma fonte de energia (PARTANEN; MROZ, 1999).
O ácido cítrico é disponível comercialmente na forma monohidratado ou
anidro. Ajuda a preservar a textura, coloração, o aroma e o conteúdo de vitaminas
dos alimentos, sendo particularmente usual como agente quelante (VIOLA, 2006).
Em outro estudo, Tsiloyiannis et al. (2001b), ao avaliarem em leitões
desmamados, a doença do edema causada por E. coli, os animais foram
suplementados com ácido lático (1,6%), ácido cítrico (1,5%) ou antibiótico
enrofloxacina (50ppm). Os resultados mostraram que todos os grupos
suplementados tiveram baixa mortalidade em relação ao grupo controle e
apresentaram melhor desempenho para crescimento e conversão alimentar.

2.4.2.4 Estudos com misturas (blends) de ácidos orgânicos ou seus sais.

Braz et al. (2011), avaliaram diferentes combinações de acidificantes


contendo ácido fórmico, fosfórico, lático, e butirato de sódio foram testadas em
comparação a tratamento com colistina e dieta controle, para leitões desmamados
em torno de 24 dias. Os resultados mostraram que misturas contendo lático mais
butirato de sódio proporcionaram melhores resultados para peso aos 14 dias e
ganho diário de peso e melhor conversão que outros tratamentos, além de
apresentar menores valores de profundidade de cripta do jejuno e maior relação
altura de vilosidade:profundidade de cripta do jejuno que outros tratamentos.
No estudo realizado por Miguel et al. (2011), em rações para leitões
desmamados aos 21 dias de idade, foram avaliadas a suplementação dos
acidificantes ácido fumárico, butírico, benzóico e diformiato de potássio em
29
comparação ao tratamento controle sem a presença dos ácidos. Observou-se efeito
significativo somente para o tratamento com ácido fumárico (1,0%), que propiciou
aumento no consumo do alimento e ganho de peso.
Mais estudos ainda precisam ser realizados a respeito da utilização dos
ácidos orgânicos isolados, combinados e de seus sais. A ação dos ácidos orgânicos
não está totalmente elucidada, e seus efeitos ainda são bastante contraditórios.
Chiqquieri et. al. (2009), no estudo com a inclusão de 0,2% de uma mistura de
ácidos orgânicos constituído de benzóico, fumárico, cítrico e fosfórico em
comparação ao antibiótico neomicina na dieta de leitões desmamados aos 21 dias
de idade, não observaram diferença no consumo e na altura de vilosidades,
podendo estar associado principalmente ao fato dos animais terem sido criados em
um ambiente de baixo desafio sanitário.
Quando Silva et al. (2008), avaliaram os efeitos da suplementação dietética
de maltodextrina em substituição parcial a lactose e de uma mistura de acidificantes
(propiônico, fórmico, acético, cítrico e fosfórico), sobre o desempenho de leitões
desmamados aos 21 dias, não verificaram interação e efeito do acidificante sobre o
desempenho de leitões. No entanto, perceberam um melhor resultado econômico
das rações testadas com utilização da combinação de maltodextrina e acidificantes.
Costa et al. (2011) não evidenciaram qualquer efeito significativo sobre o
desempenho, digestibilidade e pH do conteúdo digestório, para dietas complexas e
altamente digestivas, com uso de butirato de sódio (1500ppm) e aditivos fitogênicos
microencapsulados (500ppm), em comparação ao sulfato de colistina (40ppm).

2.4.2.5 Ácido Butírico e Butirato de Sódio

O ácido butírico é um ácido orgânico de cadeia curta, saturado, líquido em


temperatura ambiente, sendo seu sal solúvel, o butirato de sódio (CH3-(CH2)2-
CO2Na), um pó branco estável até 250°C. Pode ser obtido da fermentação
microbiana anaeróbica a partir de resíduos endógenos ou dietéticos no intestino
grosso, como enzimas e descamações do epitélio, oligossacarídeos não digestíveis,
amidos resistentes e polissacarídeos não amidicos (MAKINSK, 2008).
De maneira geral o butirato de sódio tem mostrado melhorar o desempenho
de leitões desmamados (BIAGI et al., 2007; PIVA et al., 2002), fornecendo fonte de
energia disponível pela fermentação de bactérias, particularmente dos colonócitos
30
(PARTANEN, 2001). Tem também uma importante função regulatória no que se
refere a proliferação celular, diferenciação, inibição da apoptose, induzindo a
absorção de água e sódio e ainda modula a microbiota do trato gastrointestinal,
dependendo da adaptação da bactéria a variações na acidez química (MAZZONI et
al. 2008, LU et al., 2008; CLAUS et al., 2008; BIAGI et al., 2007).
O acidificante apresenta efeito na integração do epitélio intestinal e na
regulação do IGF-I (fator de crescimento semelhante a insulina), e em animais o
butirato pode aumentar a produção de anticorpos e promover mudanças no
conteúdo da albumina e da proteína do sangue (LEANDRO, 2010; MAZANILLA et
al., 2006; JANSSENS et al., 2002).
A suplementação com butirato promove o aumento da conversão alimentar
nas primeiras duas semanas pós-desmame, se administrado por seis semanas pós-
desmame pode não afetar o desempenho (MAZZONI et al., 2008).

2.4.2.5.1 Acidificação

Substâncias acidificantes promovem normalmente uma queda do pH na parte


proximal do estômago, tendo contudo um efeito de menor amplitude na parte distal
do mesmo (TONEL, 2009).
No trabalho realizado por Biagi et al., (2007), a introdução de butirato de
sódio, mostrou um efeito contraditório, visto que não afetou o pH do estômago nem
do intestino delgado, mas somente o pH do ceco sofreu um aumento, o que
dificilmente ocorre, pois ácidos orgânicos raramente chegam ao intestino grosso.
Durante outro estudo in vitro realizado por Piva et al. (2002), o uso de blends
(mistura de ácidos orgânicos contendo fumárico, málico, cítrico e fosfórico),
aumentou a fermentação fecal e reduziu a concentração de amonia. Mostrando que
ácidos orgânicos podem ter diferentes efeitos na produção cecal de gás e
concentração de amônia, dependendo da concentração dos ácidos orgânicos e da
concentração do produto usado na dieta (BIAGI et al., 2007).

2.4.2.5.2 Morfologia Intestinal

No período pós-desmame há normalmente atrofia das vilosidades em


decorrência da taxa de descamação epitelial por consequência do início do consumo

31
de ração sólida, de toxinas bacterianas e da adesão das bactérias aos enterócitos. O
aumento da descamação resulta em incremento da profundidade da cripta. Assim,
quanto maior a altura das vilosidades e menor a profundidade das criptas, melhor a
absorção de nutrientes e menores as perdas energéticas com o turnover celular
(OETTING et al.,2006).
O butirato fornecido no alimento poderá reduzir alguns dos efeitos negativos
do desmame, providenciando à mucosa ileal e à mucosa da parte posterior do
intestino, uma fonte preferencial de energia, visto o butirato ser considerado um
nutriente importante para a integridade do epitélio ao longo do trato gastrointestinal.
Parece haver uma preferência dos colonócitos para o metabolismo de
butirato, que contribui diretamente como fonte de energia para estas células,
podendo representar ate 70% de seu consumo energético O suprimento de butirato
ajuda a manter a integridade da mucosa, desempenhando importante papel na
manutenção de um fenótipo celular normal e redução do risco de carcinomas
colonicos (GOMES, 2009; SWANSON; FAHEY, 2007).
A absorção do butirato é acoplada à reabsorção de sódio e água, e pode,
assim, proporcionar um efeito antidiarreico. Isso é apoiado por evidências obtidas
em ratos desnutridos, em que a ausência de produção de butirato induziu a "diarreia
de inanição" porque a reabsorção de água e sódio foi diminuída. A alimentação dos
enterócitos e colonócitos pelos ácidos graxos de cadeia curta conduzem a uma
hipertrofia da mucosa intestinal, aumento de seus peso e superfície, o que otimiza a
digestibilidade dos nutrientes por uma expansão da sua superfície de absorção
(BORGES et al. 2011).
Claus et al. (2007) verificaram que o uso do butirato de cálcio protegido (29
g/kg) aumentou a capacidade digestiva e de absorção no intestino delgado de
leitões. O mecanismo provavelmente foi um efeito específico na mitose dos
enterócitos o qual conduziu ao aumento do tamanho da dobra pela fissão da cripta.
Lu et al. (2008) com o objetivo de testarem os efeito do uso do butirato de
sódio no desempenho, morfologia e microflora intestinal de leitões desmamados aos
21 dias, verificaram que os animais suplementados com 1000 mg/kg de butirato de
sódio melhoraram o desempenho, com aumento de altura de vilos e da relação
vila:cripta, além de reduzirem a contagem intestinal de Clostridium e Escherichia coli.

32
De acordo com Manzanilla et al (2006), os enterócitos apresentam uma
função secretora quando estão na cripta, e uma função de absorção quando migram
para a vilosidade, o que implica que a absorção líquida no intestino delgado
depende da razão entre a altura das vilosidades e da profundidade das criptas
(AV/PC). O decréscimo nesta razão após o desmame prejudica a absorção e
incrementa o risco de diarreias (PLUSKKE et al., 1997).
No estudo de Manzanilla et al. (2006) nos animais que ingeriram butirato de
sódio, ocorreu um decréscimo da relação AV/PC, devido a um aumento da
profundidade da cripta, no entanto, essa alteração isoladamente não foi considerado
um fator de risco para os leitões, além disso nos animais suplementados com
butirato de sódio, os linfócitos interepiteliais (LIE) não sofreram qualquer alteração e
as células de Goblet aumentaram no íleo, não mostrando um efeito negativo.
Não está amplamente elucidado se o butirato de sódio pode estimular a
fisiologia padrão da mucosa gástrica como observado para o colón e a proliferação
celular do jejuno. Além disso, foi mostrado recentemente que a suplementação com
butirato de sódio em dietas para leitões muito jovens de 3 a 10 dias de idade pode
afetar o desenvolvimento da mucosa do jejuno e íleo (MAZZONI et al. 2008).
Le Gall et al. (2009) verificaram o efeito da administração oral de butirato de
sódio em leitões, sob os parâmetros de crescimento e maturação do trato
gastrointestinal, antes (5 a 28 dias de idade) e após o desmame (28 a 40 dias de
idade). Os resultados mostraram que de maneira geral, a suplementação com
butirado de sódio foi mais eficiente no período pré-desmama, estimulando o
crescimento e a ingestão de alimento no pós-desmama, pela redução do
esvaziamento gástrico e peso da mucosa intestinal e pelo aumento da
digestibilidade da ração.
No caso do ensaio de Biagi et al. (2007) o butirato de sódio, não teve um
efeito significativo na morfologia intestinal, isso pode ter ocorrido devido ao fato da
concentração de butirato de sódio ao longo do intestino não ter sofrido um aumento,
sugerindo uma rápida metabolização antes de chegar ao jejuno, e o fato das
amostras da mucosa intestinal serem colhidas no final do ensaio, somente seis
semanas após o desmame, logo em leitões com um TGI quase totalmente
desenvolvido.

33
Fatores como aumento da concentração do acidificante no estômago,
absorção do acido na parte esofágica, rápida metabolização e conversão do butirato
para substâncias como o acetato, podem influenciar os resultados no uso do
acidificante (TONEL, 2009; MAZANILLA et al., 2006).

2.4.2.5.3 Microbiota Intestinal

A microbiota intestinal contribui para a proteção contra os micro-organismos


patogênicos através da competição pelos locais de ligação ao intestino, da
regulação da resposta imunitária, competição pelos nutrientes e pela produção de
substâncias anti-microbianas (tais como bactericidas). Ainda podem criar um
ambiente restritivo ao crescimento, através da acidificação do meio pela produção de
ácido láctico e de ácidos graxos de cadeia curta pelo processo de fermentação dos
Lactobacillus (TONEL, 2009).
Castillo et al. (2006) observaram que dietas com butirato de sódio promoviam
uma elevada diversidade na microflora do trato gastrointestinal, em particular nas
partes caudais do intestino. Biagi et al. (2007), mostraram que o BS influenciou a
atividade da microflora cecal no estudo in vitro, reduzindo a produção total de gás,
mas com aumento na concentração de amônia. As bactérias lácticas contabilizadas
no jejuno, não sofreram qualquer influência por parte do butirato de sódio. As
concentrações de Enterobecteriaceae e Clostridia no jejuno estavam abaixo do limite
de detecção e portando não puderam ser determinadas.
Biagi et al. (2007) ao avaliarem o uso in vitro e in vivo sobre a microbiota,
desempenho e vilosidades de leitões, verificaram que o uso do butirato de sódio não
alterou desempenho dos animais, mas utilizando o sistema in vitro, a microbiota do
ceco foi influenciada.
No estudo realizado por Mazanilla et al. (2006), suplementando leitões com o
uso de butirato de sódio ou o antibiótico avilamicina, o perfil bacteriano mostrou
importantes diferenças entre os tratamentos, promovendo uma elevada
biodiversidade na microflora do trato gastrointestinal, particularmente na região
caudal do trato.
A diversidade microbiana é medida pela quantidade de diferentes
microrganismos detectados e tem sido proposto como um indicador de estabilidade
da microbiota intestinal. Uma elevada biodiversidade pode produzir um efeito
34
benéfico no desempenho do animal, pois evita a proliferação de grupos bacterianos
simples. Este benefício pode ser verificado no estudo de Mazanilla et al. (2006),
quando o uso do butirato de sódio estimulou a diversidade de microrganismos,
verificando a importância de diferentes fatores afetando as exigências de energia e
proteína para o crescimento de leitões precocemente desmamados.
No estudo realizado com frangos por Hu et al. (2007), para investigar o efeito
do uso do butirato de sódio no intestino e no desempenho dos animais (nos níveis
500, 1000, 2000 mg/kg), a suplementação influenciou positivamente a conversão
alimentar, mas não influenciou a função absortiva do jejuno. A razão altura de
vilosidade e profundidade de cripta aumentou linearmente, mas a contagem de
Lactobacillus caiu linearmente com o aumento da inclusão do BS.

2.4.2.5.4 Desempenho

Bosi et al.(2009) ao avaliarem dietas com uso de butirato de sódio livre


(2g/kg), protegido (0,6 g/kg) ou ainda de uma mistura comercial de butirato de sódio
protegido (2g/kg) em leitões inoculados ou não com E. coli, verificaram que de um
modo geral, o crescimento, altura de vilosidade e níveis de sobrevivência foram
afetados positivamente quando animais foram suplementados.
Costa et al. (2011), ao avaliarem os efeitos de aditivos fitogênicos e butirato
de sódio como alternativas aos antimicrobianos promotores de crescimento com uso
de dietas complexas e altamente digestíveis, sobre o desempenho, digestibilidade,
pH do conteúdo digestório e frequência de diarreia de leitões recém-desmamados,
não observaram influencia dos tratamentos sobre o desempenho dos leitões.
Weber et al. (2007), conduziram dois experimentos para determinar os efeitos
da suplementação de butirato de sódio no desempenho e na resposta de
lipossacarídeos para Escherichia coli em leitões desmamados. Os dados indicaram
que a dieta suplementada com butirato de sódio não melhorou o desempenho dos
animais, mas pode regular a resposta aos estímulos inflamatórios em leitões
desmamados.

35
3 MATERIAIS E METODOS

3.1 Local

Foram conduzidos dois ensaios no Setor de Suinocultura, no Instituto de


Zootecnia em Nova Odessa/SP. Inicialmente foi conduzido ensaio de Desempenho
(Ensaio I), entre os dias 21 de Maio de 2012 a 05 de Julho de 2012 e o ensaio de
Digestibilidade (Ensaio 2), entre os dias 11 de Julho de 2012 a 10 de Agosto de
2012.

3.2 Ensaio de Desempenho

O ensaio de desempenho foi realizado em galpão de creche, com 2 salas das


seguintes dimensões: Sala 1 (9,50m x 7,80m); Sala 2 (9,50m x 8,32m). Cada sala
possuindo 18 baias suspensas, com três fileiras de seis baias cada.
Foram utilizadas em cada sala 16 baias (2,0 x 1,0 metros cada), suspensas a
0,83m do chão, equipadas com bandeja de alumínio na parte inferior da baia para
coletas de sobras de ração. As baias eram equipadas com bebedouro tipo chupeta,

36
ventilação nas laterais do galpão e comedouro com piso de madeira ripado abaixo,
com pisos vazados de material plástico no restante da baia, visando facilitar a
limpeza.
Em cada sala, a temperatura foi controlada através de 2 aparelhos de ar
condicionado e mantidas com temperatura e umidade, respectivamente: Sala 1,
temperatura com máxima de 24,3°C e mínima de 20,7°C, umidade mantida entre
70% e 88%; Sala 2, com temperatura máxima em 29,9°C e mínima 20,9 e umidade
ente 73% e 88%.

Figura 1. Animais alojados em baias experimentais do Instituo de Zootecnia, Nova Odessa/SP.

3.2.1 Delineamento Experimental

Foram utilizados 64 leitões híbridos, com idade inicial de 21 dias,


desmamados e peso médio de 5,87±0,31 kg. O delineamento utilizado foi em blocos
ao acaso, com 4 tratamentos e oito repetições, onde cada baia (unidade
experimental), continha dois animais, sendo um macho e uma fêmea. Os blocos
foram formados de acordo com o peso e sexo dos animais.
Foram testados quatro tratamentos, sendo um com dieta basal, e o restante
com utilização de dieta basal e adição dos acidificantes. Para o teste, foram
utilizados ácidos orgânicos, através de misturas de acidificantes comerciais (blends)
e acidificante encapsulado, formulados de acordo com a tabela abaixo (Tabela 2).

37
Tabela 2. Composição de acidificantes Blend (mistura) e Butirato de sódio utilizado nas dietas

experimentais.

Acidificantes Composição (%) Garantia

Blend (mistura) Ácido Lático mínimo 21%

Ácido Fórmico mínimo 18%

Ácido Cítrico mínimo 10%

Butirato Butirato de sódio (encapsulado) mínimo 30%

Nas rações experimentais, os produtos avaliados foram adicionados às dietas


substituindo o caulim. Os tratamentos avaliados foram os seguintes:
- Tratamento 1(Controle) : dieta basal, sem acidificantes;
-Tratamento 2 (Blend): dieta basal + 0,5% do Blend (21% ácido lático, 18% de ácido
fórmico e 10% de ácido cítrico);
-Tratamento 3 (Butirato): dieta basal + 0,1% de Butirato de Sódio;
-Tratamento 4 (Blend e Butirato): dieta basal + 0,5% do Blend (21% ácido lático,
18% de ácido fórmico e 10% de ácido cítrico), + 0,1% de Butirato de Sódio.

3.2.2 Rações Experimentais

Para o estudo, foram utilizados três tipos de rações, de acordo com cada
fase, sendo a Ração Pré I, de 1 a 10 dias de experimento; Ração Pré II de 10 a 24
dias de experimento e Ração Inicial, de 24 a 45 dias de experimento.
As rações foram formuladas de acordo com exigências nutricionais de
Rostagno et al. (2005), e as composições das dietas formuladas para as rações Pré
I, Pré II e Inicial, encontram-se nas Tabelas 3, 4 e 5. A composição nutricional das
rações estudadas encontra-se na Tabela 6.

38
Tabela 3. Proporção de ingredientes das dietas experimentais, fornecidas na fase Pré I (0 a 10 dias).
T1 T2 T3 T4 Blend +
Descrição Controle Blend Butirato Butirato
Milho grão 7.5 % 33,21 33,21 33,21 33,21
Soja Farelo (46%) 20,00 20,00 20,00 20,00
Blend 0,000 0,500 0,000 0,500
Butirato de Sódio 0,000 0,00 0,100 0,100
Caulim 0,600 0,100 0,500 0,000
Arroz Farinha Gelatinizado 10,00 10,00 10,00 10,00
Plasma Sanguíneo 2,00 2,00 2,00 2,00
Óleo Soja 1,20 1,20 1,20 1,20
Leite em Pó Integral 10,00 10,00 10,00 10,00
Açúcar 4,00 4,00 4,00 4,00
Soro Leite 16,0 16,60 16,60 16,60
Fosfato Bicálcico 0,900 0,900 0,900 0,900
DL-Metionina 0,310 0,310 0,310 0,310
L-Lisina 78% 0,500 0,500 0,500 0,500
L-Tryptofano 98% 0,025 0,025 0,025 0,025
L-Treonina 98% 0,200 0,200 0,200 0,200
Colina 60% - Cloreto 0,050 0,050 0,050 0,050
Colistina 80 0,050 0,050 0,050 0,050
Antioxidante (1) 0,010 0,010 0,010 0,010
Aromatizante (2) 0,025 0,025 0,025 0,025
Palatabilizante (3) 0,050 0,050 0,050 0,050
Sulfato de Cobre 35% 0,075 0,075 0,075 0,075
PX VIT Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100
PX MIN Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
(1)Produto Comercial Endox 5X; (2) Produto Comercial Cream Sicle; (3) Produto Comercial Powersweet; (4)
Níveis nutricionais por kg de ração: Vit. A - 10000 UI; Vit. D3 – 1650 UI; Vit. E 60mg; Vit. K – 20 mg; Vit. B1
– 1,19 mg; Vit.B2 – 4 mg; Vit.B6 – 2,19 mg; Vit. B12 – 22 µg; Ac. Folico – 0,39 mg; Ac. Pantotenico – 18 mg;
Biotina – 0,15 mg; Niacina - 29,84 mg; Colina – 1113,74mg; Cobre – 273,10 mg; Ferro – 90 mg; Iodo – 1,10mg;
Manganês – 40,20 mg; Selênio – 0,36 mg; Zinco: 117,8 mg.

39
Tabela 4. Proporção de ingredientes das dietas experimentais, fornecidas na fase Pré II (10 a 24 dias).

T1 T2 T3 T4 Blend +
Descrição Controle Blend Butirato Butirato
Milho grão 7.5 % 50,90 50,90 50,90 50,90
Soja Farelo (46%) 24,00 24,00 24,00 24,00
Blend 0,000 0,500 0,000 0,500
Butirato de Sódio 0,000 0,000 0,100 0,100
Caulim 0,600 0,100 0,500 0,000
Plasma Sanguíneo 1,50 1,50 1,50 1,50
Óleo Soja 1,50 1,50 1,50 1,50
Açúcar 5,00 5,00 5,00 5,00
Soro Leite 13,50 13,50 13,50 13,50
Fosfato Bicálcico 1,40 1,40 1,40 1,40
Sal Refinado Sem Iodo 0,050 0,050 0,050 0,050
DL-Metionina 0,250 0,250 0,250 0,250
L-Lisina 78% 0,670 0,670 0,670 0,670
L-Tryptofano 98% 0,023 0,023 0,023 0,023
L-Treonina 98% 0,200 0,200 0,200 0,200
Colina 60% - Cloreto 0,050 0,050 0,050 0,050
Colistina 80 0,050 0,050 0,050 0,050
Antioxidante (1) 0,010 0,010 0,010 0,010
Aromatizante (2) 0,025 0,025 0,025 0,025
Palatabilizante (3) 0,050 0,050 0,050 0,050
Sulfato de Cobre 35% 0,030 0,030 0,030 0,030
PX VIT Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100
PX MIN Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
(1)Produto Comercial Endox 5X; (2) Produto Comercial Cream Sicle; (3) Produto Comercial Powersweet; (4)
Níveis nutricionais por kg de ração: Vit. A - 10000 UI; Vit. D3 – 1650 UI; Vit. E 60mg; Vit. K – 20 mg; Vit. B1
– 1,19 mg; Vit.B2 – 4 mg; Vit.B6 – 2,19 mg; Vit. B12 – 22 µg; Ac. Folico – 0,39 mg; Ac. Pantotenico – 18 mg;
Biotina – 0,15 mg; Niacina - 29,84 mg; Colina – 1332,36 mg; Cobre – 115,5 mg; Ferro – 90 mg; Iodo – 1,10mg;
Manganês – 40,20 mg; Selênio – 0,36 mg; Zinco: 117,8 mg.

40
Tabela 5. Proporção de ingredientes das dietas experimentais, fornecidas na fase Inicial (24 a 45 dias).

T1 T2 T3 T4 Blend +
Descrição Controle Blend Butirato Butirato
Milho grão 7.5 % 61,16 61,16 61,16 61,16
Soja Farelo (46%) 30,00 30,00 30,00 30,00
Blend 0,000 0,500 0,000 0,500
Butirato de Sódio 0,000 0,000 0,100 0,100
Caulim 0,600 0,100 0,500 0,000
Óleo Soja 2,00 2,00 2,00 2,00
Açúcar 3,00 3,00 3,00 3,00
Fosfato Bicálcico 1,50 1,50 1,50 1,50
Calcáreo 37 0,70 0,70 0,70 0,70
Sal Refinado Sem Iodo 0,500 0,500 0,500 0,500
L-Lisina 78% 0,200 0,200 0,200 0,200
Colina 60% - Cloreto 0,050 0,050 0,050 0,050
Colistina 80 0,050 0,050 0,050 0,050
Antioxidante (1) 0,010 0,010 0,010 0,010
Palatabilizante (2) 0,020 0,020 0,020 0,020
Sulfato de Cobre 35% 0,040 0,040 0,040 0,040
PX VIT Pré Inicial (3) 0,080 0,080 0,080 0,080
PX MIN Pré Inicial (3) 0,090 0,090 0,090 0,090
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
(1)Produto Comercial Endox 5X; (2) Produto Comercial Powersweet; (3) Níveis nutricionais por kg de ração:
Vit. A - 8000 UI; Vit. D3 – 1319 UI; Vit. E 48 mg; Vit. K – 16 mg; Vit. B1 – 0,96 mg; Vit.B2 – 3,20 mg; Vit.B6
– 1,76 mg; Vit. B12 – 17,6 µg; Ac. Folico – 0,32 mg; Ac. Pantotenico – 14,4 mg; Biotina – 0,12 mg; Niacina –
23,87 mg; Colina – 1588,70 mg; Cobre – 148,45 mg; Ferro – 81,0 mg; Iodo – 0,99 mg; Manganês – 36,18 mg;
Selênio – 0,32 mg; Zinco: 106,0 mg, Magnésio – 5 mg.

41
Tabela 6. Composição nutricional calculada para rações nas fases Pré I (0 a 10 dias), Pré II (10 a 24 dias) e
Inicial (24 a 45 dias).

Composição Pre I Pre II Inicial


Nutricional (%) 1 a 10 dias 10 a 24 dias 24 a 45 dias
EM/Suínos (Kcal/kg) 3433,92 3325,36 3284,01
Proteína Bruta (%) 18,14 17,61 18,62
Lactose (%) 16,05 10,12 5,00
Cálcio (%) 0,47 0,52 0,70
P Total(%) 0,78 0,67 0,59
Lisina digestível (%) 1,34 1,31 0,99
Metionina digestível (%) 0,56 0,47 0,26
Triptofano digestível(%) 0,22 0,20 0,19
Treonina digestível (%) 0,79 0,74 0,59

3.2.3 Variáveis Avaliadas

Foram avaliadas para o teste de desempenho as seguintes variáveis:


consumo médio diário de ração (CDR), ganho de peso médio diário (GDP),
conversão alimentar (CA) e índice de diarreia (%). Para obtenção destes dados,
foram realizadas pesagens dos animais no início e final de cada fase estudada
(1°dia, 10°dia, 24°dia e 45°dia de experimento). Foram realizados o controle do
consumo através da quantidade fornecida e do desperdício de ração através da
pesagem de sobras das bandejas localizadas abaixo de cada baia.
As fezes foram observadas diariamente, pelo mesmo observador, para
avaliação da incidência de diarreia entre os leitões de cada tratamento. As fezes
foram avaliadas e classificadas visualmente de acordo com a consistência, pelo
seguinte escore (Freitas, 2005):
1-Fezes duras, 2-Fezes Normais, 3-Fezes Pastosas e 4-Fezes Líquidas.

42
Figura 2. Exemplo de características das fezes observadas no experimento: fezes duras (escore 1) e
fezes líquidas (escore 4).

3.2.4 Análise Econômica

A análise de viabilidade econômica foi realizada para cada fase (rações Pré I
– 0 a 10 dias, Pré II – 10 a 24 dias e Inicial – 24 a 45 dias) e para o período total do
experimento (1 a 45 dias). Foi determinado inicialmente o custo da ração (em reais
R$), por quilograma de peso vivo ganho (BELLAVER et al., 1985). Em seguida, foi
calculado o Índice de Eficiência Econômica (IEE), como sugerido por Tavernari et al.
(2009), como segue.

Yi = (Pi * Qi)
Gi
Onde:
Yi = custo da ração por quilograma de peso vivo ganho no i-ésimo tratamento; Pi =
preço por quilograma da ração utilizada no i-ésimo tratamento;
Qi, quantidade de ração consumida no i-ésimo tratamento;
Gi = ganho de peso do i-ésimo tratamento.

Em seguida, foi calculado o índice de eficiência econômica (IEE).

IEE = (MCe/ CTei) * 100

Onde:
MCe = menor custo da ração por quilograma de ganho observado entre os
tratamentos;
43
CTei = custo do tratamento i considerado.
Os preços dos ingredientes utilizados na elaboração dos custos das dietas
foram baseados no preço praticado em São Paulo/SP, no dia 13 de Agosto de 2013.

3.2.5 Análise Estatística

Os dados do experimento foram analisados através do programa SAS


(Statistical Analysis System, 2001), onde foi realizada a análise de variância pelo
PROC GLM (General Linear Models). As médias foram consideradas diferentes
significativamente ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05), pelo Teste de Tukey.

3.3 Ensaio de Digestibilidade

Foram realizados três ensaios de digestibilidade, sendo em cada ensaio


avaliado as rações Pré I (Ensaio 1), ração Pré II (Ensaio 2), e ração Inicial (Ensaio
3), sendo testados em cada ensaio quatro tratamentos: T1(dieta basal); T2 (dieta
basal + 0,5% do Blend); T3 (dieta basal + 0,1% de Butirato de Sódio); T4 (dieta
basal + 0,5% do Blend + 0,1% de Butirato de Sódio).
As dietas utilizadas no experimento de digestibilidade seguiram a mesma
formulação do ensaio de Desempenho, e foram formuladas de acordo com
exigências nutricionais descritas por Rostagno et al. (2005), e as composições das
dietas são apresentadas nas Tabelas 3,4 e 5.
O ensaio foi realizado em galpão de digestibilidade, contendo 26 gaiolas
metabólicas, sendo disposta por 2 fileiras com 13 gaiolas cada.
Para o experimento foram utilizadas 24 gaiolas de metabolismo semelhante
ao modelo sugerido por Pekas et al. (1968), equipadas com bandeja com tela na
parte inferior da gaiola para coletas de fezes e ainda abaixo, um funil acoplado a um
balde para coleta de urina. As gaiolas possuíam um comedouro/bebedouro, onde a
água era deixada à vontade. A alimentação foi oferecida duas vezes ao dia (às 8
horas da manhã e às 4 horas da tarde), sendo a água retirada para o fornecimento
do alimento.
Inicialmente, as janelas de ventilação do galpão foram mantidas fechadas e o
ambiente aquecido através de campânulas com resistência elétrica, a temperatura
variou entre mínima de 18,69°C e máxima de 25,75°C, e umidade variou entre
mínima de 56% e máxima 85%.
44
Figura 3. Animais alojados em gaiolas metabólicas durante adaptação.

3.3.1 Delineamento e Coleta de Excretas

Foram utilizados 24 leitões híbridos, com peso médio inicial na adaptação de


8,21±0,79 kg. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com quatro
tratamentos e seis repetições, onde cada gaiola (unidade experimental), continha um
animal. Os blocos foram formados de acordo com o peso dos animais. Os ensaios
foram consecutivos, sendo utilizados os mesmos animais para os três ensaios,
permanecendo no mesmo tratamento desde a distribuição inicial antes da
adaptação.
Os animais foram adaptados durante 10 dias para início do experimento.
Para cada ração estudada, as coletas foram de 5 dias, sendo realizadas as coletas
de urina por 3 dias consecutivos, e a coleta de fezes até que finalizasse a excreta
marcada.
As coletas eram feitas diariamente pela manhã, onde para a coleta de
excretas utilizou-se o método de coleta total de fezes. Para definir o início e o final
de cada coleta, as rações foram marcadas utilizando 1,5% do marcador óxido férrico
(Fe2O3), alterando a coloração das fezes, definindo o início e final de cada fase. As
fezes totais produzidas foram coletadas diariamente, sendo identificadas de acordo
com o número da gaiola e armazenadas em freezer após coleta.
Após as coletas, as fezes foram pesadas, homogeneizadas e retiradas
amostras representativas para a realização da secagem em estufa a 55°C por 72
horas. Após secagem, foram pesadas novamente para obtenção dos valores da
matéria seca, e assim, moídas e armazenadas.
45
A urina total excretada foi coletada diariamente, através do uso de funil e
balde plástico, onde foi adicionado 10 mL de ácido sulfúrico (1:1), para evitar perda
de nitrogênio ou a proliferação de micro-organismos. O material foi pesado e após
homogeneizado, retirou-se uma amostra (10%), que foi identificada e armazenada
em garrafas plásticas em freezer.
As análises bromatológicas das rações para matéria seca a 105°, proteína
bruta, fibra bruta, extrato etéreo, extrativo não nitrogenado, matéria mineral e energia
foram realizadas pelo Laboratório de Bromatologia e Minerais do Instituo de
Zootecnia (SAA/APTA), e as análises de matéria seca, energia bruta e nitrogênio
das rações, fezes e urina dos experimentos de digestibilidade foram realizadas pelo
laboratório de Bromatologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
USP/Campus Pirassununga.

3.3.2 Análises Estatísticas

Os dados do experimento foram analisados através do programa SAS


(Statistical Analysis System, 2001), onde foi feita a análise de variância pelo PROC
GLM (General Linear Models). As médias foram consideradas diferentes
significativamente ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05), pelo Teste de Tukey.

46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do consumo médio diário de ração (CDR), ganho de peso


médio diário (GDP) e conversão alimentar (CA) dos leitões alimentados com dietas
sem e com a inclusão de acidificantes, são apresentados na Tabela 7, como também
os dados das médias de peso vivo inicial, peso vivo aos 10 dias, peso vivo aos 24
dias e peso vivo aos 45 dias de experimento.
Não foi verificada ocorrência de diarreia nos leitões em nenhum tratamento
durante o período experimental.

47
Tabela 7. Médias para peso vivo inicial (P1), peso vivo aos 10 dias (P10), peso vivos aos 24 dias
(P24), peso vivo aos 45 dias (P45), e consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e
conversão alimentar (CA), para o período de 1 a 45 dias de experimento.

Dietas
T3 T4 Blend +
Período T1 Controle1 T2 Blend 1 Butirato1 Butirato1 CV (%)2
0 - 10 dias
P1(g) 5858 5858 5875 5867 -
P10(g) 7806 7893 7806 8140 -
CDR (g) 516 539 530 592 6,08
GDP (g) 389 407 386 454 7,69
CA 1,34 1,35 1,40 1,32 2,46
0 - 24 dias
P24(g) 13955 14480 14607 15401 -
CDR (g) 970 1037 991 1113 6,12
GDP (g) 675 718 728 794 6,79
CA 1,44 1,45 1,37 1,40 2,67
0 - 45 dias
P45(g) 27708 28905 28926 29746 -
CDR (g) 1619 1727 1695 1755 3,46
GDP (g) 971 1024 1024 1061 3,64
CA 1,68 1,69 1,65 1,66 0,99
1.Ausência de efeito entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05);
2.CV(%): coeficiente de variação.

O CDR, o GDP e a CA não diferiram estatisticamente (p>0,05) entre os


tratamentos, nos três períodos estudados (0 a 10, 0 a 24 e de 0 a 45 dias de
experimento).
Alguns estudos com ácidos orgânicos, não demonstraram efeito significativo
para utilização de ácidos orgânicos. Freitas et al. (2005), ao avaliarem o efeito da
proporção crescente de misturas de ácidos orgânicos a base de ácido lático, no
período de 21 a 49 dias de idade, não observaram diferenças significativas para o

48
CDR e GDP, somente a CA apresentou efeito significativo, e foi melhor quando
adicionado 0,84% de mistura de ácido orgânico a base de ácido lático.
Gomes et al. (2007), ao avaliarem o desempenho e as características
morfológicas do intestino delgado em leitões desmamados aos 15 dias de idade,
através da utilização de dietas com a inclusão de ácido fumárico, além de misturas a
base de fumárico mais butírico, e fumárico mais fórmico, não observaram efeito
significativo dos tratamentos sobre peso médio aos 36 dias de idade, ganho de
peso, consumo diário e conversão alimentar, dos leitões de 15 a 36 dias de idade,
não apresentando também diferenças entre a altura de vilosidade do jejuno e íleo.
Em contrapartida, Braz et al. (2011), avaliaram combinações de ácidos
orgânicos, como alternativas aos antimicrobianos promotores de crescimento e
verificaram que através de misturas de ácidos orgânicos (produtos a base de ácido
fórmico, lático, butirato de sódio e ácido propiônico), o tratamento com o blend
contendo 0,15% de butirato de sódio, juntamente com 0,4% de uma mistura a base
de lático, proporcionou melhor peso e ganho diário de peso aos 14 dias pós
desmame, em relação a outra mistura de ácidos a base de ácido propiônico, acético
e fórmico; e melhor CA em relação ao tratamento com 0,004% de sulfato de
colistina.
Em um estudo com uso de ácidos orgânicos Miguel et al. (2008), observaram
que a adição do ácido fumárico em diferentes níveis de inclusões, determinou
aumento no consumo de rações em todos os períodos (0 a 42 dias), em relação a
dieta sem a utilização dos ácidos orgânicos. Ainda a adição de ácido fumárico,
propiciou aos leitões aumento de 18,33% em ganho de peso comparando com o
controle e cerca de 8,5% em relação aos demais tratamentos.
Ao avaliarem o efeito de benzoato de cálcio, em dietas com ou sem ácidos
fórmico, fumárico e n-butírico, Mroz et al. (2000) verificaram que o uso dos ácidos
orgânicos aumentou a digestibilidade ileal da maioria dos aminoácidos e a retenção
de nitrogênio no crescimento e terminação de suínos.
Para suplementação de cálcio, foram utilizadas no experimento para as Fases
Pré I, Pré II e Inicial, níveis de 0,9, 1,4 e 1,5% de fosfato bicálcio, respectivamente.
Para a fase Inicial do experimento (de 24 a 45 dias pós-desmame), ainda foi utilizado
o nível de 0,70% de calcário na dieta. Sabe-se que uma possível forma de
acidificação da dieta com melhoria dos resultados zootécnicos pode se observada

49
através da manipulação das fontes minerais orgânicas e inorgânicas, principalmente
controlando o nível de cálcio da dieta, assim diminuindo seu emprego, reduzimos
também seu efeito tamponante. Fontes como fosfato bicálcico e calcário, possuem
elevado poder tamponante, muitas vezes os níveis de cálcio adotados nas dietas
comerciais, conferem um pH básico elevado ao conteúdo intestinal do leitão
(CHARBONNEAU, 2004), o que pode ter afetado o efeito do uso dos ácidos
orgânicos nas dietas testadas. Bockor et al. (2007), ao compararem medidas de
capacidade tamponante de matérias-primas de dietas utilizadas para leitões,
observaram que os valores mais altos de capacidade tamponante foram obtidos com
fosfato bicálcico e mistura vitamínico e mineral.
Canteli (2010), ao avaliar diferentes alternativas nutricionais para controle da
diarreia em leitões, utilizando dietas com alto e baixo calcário, bem como a presença
ou ausência de óxido de zinco e ácido benzoico, verificou que na fase de 15 a 28
dias pós desmame, o tratamento com ácido benzoico (0,75%), associado ao baixo
nível de inclusão do calcário (0,48%), melhorou o GDP e apresentou efeito positivo
na morfologia duodenal.
Podemos observar como uma característica importante ao não favorecimento
dos tratamentos com uso dos ácidos orgânicos, o fato de que em todos os
tratamentos foram utilizados ingredientes lácteos como leite em pó integral e soro de
leite, nas inclusões de 10% e 16,6%, respectivamente para as dietas da fase Pré I,
e, 13,5% de soro de leite nas dietas da fase Pré II, objetivando atender os níveis de
lactose. Bertol et al. (2000), ao avaliarem diferentes níveis de lactose (0,7, 14 e
21%), em dietas para leitões desmamados aos 21 dias de idade, observaram que o
ganho de peso diário, consumo de ração e conversão alimentar melhoraram
significativamente com o aumento dos níveis de lactose. Além disso, a presença de
produtos lácteos pode reduzir a atividade dos acidificantes, pois a lactose já tem
uma ação palatabilizante, de fermentação e consequente acidificação do trato
gastrointestinal (SILVA et al., 2008; CANTELI et al., 2010). Conforme sugerido por
Partanen e Mroz (1999), o uso de ácidos orgânicos é mais efetivo em dietas simples
a base de cereais e farelo de soja, que em rações mais complexas, com ingredientes
lácteos ou proteínas de origem animal.
Uma característica importante das dietas testadas é a de que todos os
tratamentos receberam a suplementação do aditivo antimicrobiano Colistina, prática

50
usual nas granjas industriais, sendo as rações formuladas com 0,05% de inclusão.
De acordo com Lovatto et al. (2005), de maneira geral o uso de antibiótico nas
dietas, promove maior taxa de crescimento, melhor conversão alimentar e redução
da mortalidade por infecções, principalmente devido ao controle de micro-
organismos moderadamente patogênicos que colonizam o trato gastrintestinal.
Essas características possivelmente contribuíram para manutenção da saúde dos
animais do estudo e reduziram a ação dos acidificantes nos tratamentos avaliados.
Diversos autores sugeriram que desafios impostos no ambiente de criação,
variações nas condições ambientais, e fatores estressantes inerentes ao manejo,
favorecem a ação dos ácidos orgânicos e potencializam seus efeitos no
desempenho de leitões desmamados (RAVINDRAN et al.1993; RADCLIFFE et al.
1998; SILVA et al., 2008). Como os ensaios foram conduzidos em granja
experimental, com instalações adequadamente limpas com baixo desafio sanitário,
sem a prevalência de diarreias; as rações continham antibiótico colistina e sulfato de
cobre em sua formulação; e durante o experimento a temperatura foi mantida na
faixa de conforto térmico dos animais, acredita-se que o desafio durante o
experimento foi mínimo, com reduzida expressão das características dos ácidos
orgânicos em relação ao desempenho dos animais.
Seguem os valores de coeficientes de digestibilidade e os teores energéticos
das rações avaliadas nos ensaios com a dieta Pré I, Pré II e Inicial, nas Tabelas 8, 9
e 10, respectivamente.

51
Tabela 8. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), da proteína bruta
(CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores de energia bruta (Kcal/kg), energia
digestível (kcal/kg) e energia metabolizável (Kcal/Kg) da dieta Pré I para leitões.

Acidificantes
T4 Blend 1+
Variáveis T1 Controle T2- Blend 1 T3 Butirato Butirato
CDMS (%) 89,37 87,07 88,80 89,15
CDPB (%) 91,91 92,00 92,13 92,86
CRN(%) 80,99 78,51 80,55 80,07
EB(Kcal/kg) 4312 4316 4310 4309
ED (Kcal/Kg) 3596 3591 3604 3622
EM (Kcal/Kg) 3527 3529 3546 3563
Ausência de efeito entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p>0,05).

Tabela 9. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), da proteína bruta


(CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores de energia bruta (Kcal/kg), energia
digestível (kcal/kg) e energia metabolizável (Kcal/Kg) da dieta Pré II para leitões.

Acidificantes
Variáveis T1 Controle T2- Blend 1 T3 Butirato T4 Blend 1+ Butirato
CDMS (%) 91,19 90,60 91,30 90,74
CDPB (%) 89,51 86,81 88,15 87,06
CRN(%) 83,81 80,86 81,31 81,39
EB (Kcal/Kg) 4427 4444 4443 4551
ED (Kcal/Kg) 3570 3531 3570 3546
EM (Kcal/Kg) 3523 3493 3525 3512
Ausência de efeito entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p>0,05).

52
Tabela 10. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), da proteína bruta
(CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores de energia bruta (Kcal/kg), energia
digestível (kcal/kg) e energia metabolizável (Kcal/Kg) da dieta Inicial para leitões.

Acidificantes
T4 Blend 1+
Variáveis T1 Controle T2- Blend 1 T3 Butirato Butirato
CDMS (%) 89,67 89,55 89,97 89,89
CDPB (%) 87,58 86,83 88,05 88,00
CRN(%) 71,50 72,82 72,60 73,13
EB (Kcal/kg) 4480 4485 4484 4543
ED (Kcal/Kg) 3515 3506 3524 3518
EM (Kcal/Kg) 3442 3449 3469 3457
Ausência de efeito entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p>0,05).

Não houve diferença estatística (p>0,05) entre os tratamentos, ou seja, a


suplementação com os ácidos orgânicos via Blend, Butirato de sódio ou a mistura de
Blend mais Butirato de sódio, não influenciou a digestibilidade fecal aparente da
matéria seca, proteína bruta, energia bruta e os valores de energia digestível e
metabolizável.
Resultados semelhantes foram obtidos por Miguel et al. (2011), que ao
realizar um estudo de digestibilidade com a suplementação de ácido fumárico não
verificou efeitos nos coeficientes aparente e valores energéticos da ração, sugerindo
que a maior idade dos animais e o curto período de fornecimento da dieta com
acidificante influenciou nos resultados, no entanto, em seu ensaio de desempenho, o
maior tempo de fornecimento do alimento permitiu a distinção dos resultados com o
uso do ácido orgânico.
Em um estudo de digestibilidade realizado por Costa et al. (2011), ao testar o
uso do butirato de sódio e também de um aditivo fitogênico em dietas para leitões,
não ficou evidenciado o efeito do acidificante e do aditivo fitogênico sobre a melhoria
da digestão e absorção de nutrientes.
Em contrapartida, Mackinsky et al. (2010), em um estudo de digestibilidade
realizado com o uso do ácido butírico e da fitase para suínos na fase de
crescimento, variando o nível de cálcio, mostrou que o uso do ácido butírico

53
melhorou a digestibilidade da proteína bruta, individualmente ou em combinação
com a fitase.
Os resultados da análise econômica (custo por quilograma de ração e custo
de ração por quilograma de peso vivo ganho) são apresentados na Tabela 11.

Tabela 11. Custo por quilograma de ração (R$/kg ração), custo de ração por quilograma de peso vivo
ganho (R$/kg GP) e índice de eficiência econômica, por fase e no período total do experimento.

Acidificantes
T4 Blend +
Fases T1 Controle T2- Blend T3 Butirato Butirato
PRE I (0 a 10 dias)
R$/kg Ração 1,7820 1,8471 1,8018 1,8670
Custo da Ração R$/Kg GP 2,3604 2,4480 2,4728 2,4307
IEE% 100,00 96,42 95,45 97,10

PRE II (10 a 24 dias)


R$/kg Ração 1,2547 1,3199 1,2746 1,3397
Custo da Ração R$/Kg GP 1,8508 1,9541 1,7338 1,9183
IEE% 93,68 88,72 100,00 90,38

Inicial (24 a 45 dias)


R$/kg Ração 0,7093 0,7745 0,7292 0,7943
Custo da Ração R$/Kg GP 1,2784 1,4186 1,3360 1,4476
IEE% 100,00 90,11 95,69 88,31

Total (0 a 45 dias)
R$/kg Ração 1,1174 1,1825 1,1372 1,2024
Custo da Ração R$/Kg GP 1,8633 1,9945 1,8815 1,9889
IEE% 100,00 93,42 99,03 93,69
Calculado com base no preço das matérias-primas em 13/08/13, com o dólar a R$ 2,41.

Para os períodos analisados todos os tratamentos com o uso de acidificantes


apresentaram custos por kilograma de ração maiores que o controle.

54
Em relação ao custo por kilograma de GDP, a dieta controle foi mais eficiente
e apresentou menores custos para as fases: Pré I (3 a 4,78% menor), Inicial (4,31 a
13,24% menor), e para a Fase Total do experimento (de 0,98 a 6,74% menor).
Somente para a fase Pre II (10 a 24 dias de experimento), o uso do acidificante
Butirato (Tratamento T3), apresentou melhor índice de eficiência econômica, com
custo por kilograma de GDP menor (6,75 a 12,71%), que os demais tratamentos.
Como a fase Pré II contempla somente 14 dias do período total de 45 dias de
avaliação, e todas as dietas com inclusão de acidificantes apresentaram maiores
custos, o uso dos acidificantes tornou-se inviável sob o ponto de vista econômico.

55
5 CONCLUSÃO

A suplementação de dietas com ácidos orgânicos ou misturas de ácidos para


leitões desmamados não apresentaram efeitos significativos quanto a avaliação de
desempenho, com resultados estatisticamente iguais ao tratamento controle.
O uso dos acidificantes não influenciaram a digestibilidade fecal aparente dos
nutrientes e os valores de energia digestível e metabolizável das dietas testadas.
Com exceção da fase Pré II (10 a 24 dias de experimento), a utilização dos
acidificantes e/ou mistura de ácidos orgânicos nas dietas não resultaram em maior
vantagem econômica para as fases estudadas ou período total avaliado.
Portanto, em condições de creche experimental, não ficou evidenciado efeito
dos aditivos acidificantes testados Blend e Butirato de Sódio como promotores de
crescimento para leitões desmamados aos 21 dias de idade, com uso de dietas
complexas altamente digestíveis, na avaliação de desempenho, digestibilidade e
viabilidade econômica.

56
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