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A Prioridade do Novo
Testamento
Tom Hicks
Traduzido do texto em inglês
Hermeneutics: New Testament Priority
By Tom Hicks
Via: Founders.org
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
1
Neemias Coxe e John Owen, Covenant Theology from Adam to Christ [Teologia Pactual de Adão
a Cristo], ed. Ronald D. Miller, James M. Renihan e Fransisco Orozco (Palmdale, CA: Reformed
Baptist Academic Press, 2005), 36.
Sobre e contra a prioridade do Novo Testamento, John MacArthur afirma que fazer
“do Novo Testamento a autoridade final sobre o Antigo Testamento nega a perspicuidade
do Antigo Testamento como uma revelação perfeita em si mesmo”. 2 Claro, a afirmação de
MacArthur é facilmente revertida. Pode-se argumentar que sugerir que o Novo Testamento
não é a autoridade final sobre o Antigo Testamento nega a perspicuidade (que significa
“clareza”) do Novo Testamento como revelação perfeita em si mesma. Além disso,
MacArthur não explica o fato de que o Antigo Testamento ensina que suas próprias
profecias podem ser difíceis de entender porque são dadas em enigmas (Números 12:6-8).
O Novo Testamento também reconhece que o Antigo Testamento nem sempre é claro. Ele
nos diz sobre “mistérios” no Antigo Testamento ainda por serem revelados (Colossenses
1:26). O significado das “sombras” do Antigo Testamento (Hebreus 10:1) e “tipos” (Gálatas
4:24) apenas ficam claros depois que Cristo veio. Os Batistas Históricos entenderam isso.
A Confissão de Fé Batista de 1689 1.7 afirma com precisão: “Nem todas as coisas em si
mesmas são igualmente claras na Escritura”. Ou seja, nem tudo na Escritura é igualmente
claro, contrariando o que diz John MacArthur. Assim, a crítica de MacArthur à prioridade do
Novo Testamento não é consistente com o que a Bíblia ensina sobre o caráter “sombrio”
do Antigo Testamento.3
Para ilustrar como esse princípio da prioridade do Novo Testamento afeta a nossa
teologia, considere o exemplo de Dispensacionalistas e de Pedobatistas. Tanto
Dispensacionalistas como Pedobatistas permitem erroneamente que o Antigo Testamento
tenha prioridade sobre o Novo Testamento. Ambos os sistemas de interpretação leem a
2
John MacArthur, “Why Every Self-Respecting Calvinist is a Premillennialist” [“Por que Todo
Calvinista Consistente é um Pré-Milenista”, um sermão pregado na Shepherd’s Conference
[Conferência de Pastores] em 2007.
3
Para um tratamento extensivo do Dispensacionalismo de John MacArthur, veja Samuel E.
Waldron, MacArthur’s Millennial Manifesto: A Friendly Response [Manifesto do Milênio de
MacArthur: Uma Resposta Amigável] (Owensboro, KY: Reformed Baptist Academic Press, 2008).
Para uma breve crítica da hermenêutica do Dispensacionalismo em geral, veja Kim Riddlebarger, A
Case for Amillennialism: Understanding the End Times [Uma argumentação em Favor do
Amilenismo: Entendendo o Fim dos Tempos] (Grand Rapids, MI: Baker, 2003), 33-40.
Se, no entanto, permitimos que o Novo Testamento interprete Gênesis 17:7, então
evitaremos o erro cometido pelo Dispensacionalismo e pelo Pedobatismo. Gálatas 3:16 diz:
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às
descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que
é Cristo”. Note que Gálatas 3:16 nega explicitamente uma descendência plural. A promessa
é apenas para um filho e não para muitos. “Não diz: E às descendências” (Gálatas 3:16).
Portanto, à luz do ensinamento claro do Novo Testamento, devemos concluir que tanto
Dispensacionalistas como Pedobatistas interpretam mal o Antigo Testamento porque não
conseguem permitir que o Novo Testamento tenha prioridade de interpretação. Ambos os
sistemas concluem que a promessa à semente de Abraão é uma promessa aos
descendentes físicos, e não a Cristo. Este erro leva os Pedobatistas a enfatizar
excessivamente uma igreja visível propagada por uma geração natural com sua leitura das
Escrituras e leva os Dispensacionalistas a enfatizar excessivamente Israel, quando o Novo
Testamento claramente nos ensina a enfatizar Cristo. A promessa da “descendência” é uma
promessa a Cristo, não aos homens.5 Esta não é uma negação de qualquer aspecto coletivo
em relação à descendência; em vez disso, reconhece que a semente é Cristo e que, pela
união salvífica com Ele, os eleitos também são descendência nEle (Gálatas 3:7, 14, 29).
4
Para uma excelente crítica do Pedobatismo Reformado, veja Fred A. Malone, The Baptism of
Disciples Alone: A Covenantal Argument for Credobaptism Versus Paedobaptism [Batismo de
Discípulos Somente: Um Argumento Aliancista para o Credobatismo versus o Pedobatismo] (Cape
Coral, FL: Fundadores, 2003, revisado e ampliado, 2007).
5
Para ver este argumento elaborado mais detalhadamente, veja Fred A. Malone, “Biblical
Hermeneutics & Covenant Theology” [Hermenêutica Bíblica e Teologia Pactual] in Covenant
Theology: A Baptist Distinctive [Teologia Pactual: Um Distintivo Batista], ed. Earl M. Blackburn
(Birmingham, AL: Solid Ground Christian Books, 2013), 63-87.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!