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Com todas essas informações, pode-se passar para as etapas de cálculo, onde
serão feitos os dimensionamentos e as verificações referentes a esta viga.
Sabendo que no concreto protendido as verificações no Estado Limite de Serviço
(ELS) podem ser determinantes para o dimensionamento da armadura longitudinal, ou
seja, muitas vezes a armadura dimensionada no Estado Limite Último (ELU) não é
suficiente para que as condições mínimas de durabilidade, previstas na norma, sejam
atendidas, muitos engenheiros determinam a área de armadura ativa (Ap) partindo-se
das verificações no ELS e, depois, verificando se são suficientes para satisfazer o ELU.
Neste roteiro, no entanto, a área de armadura ativa será definida considerando
o ELU, ou seja, a viga trabalhando no estádio III (maiores informações sobre as hipóteses
de cálculo podem ser obtidas em Estruturas em Concreto Protendido: Cálculo e
Detalhamento, Carvalho, 2012).
2-) Dimensionamento da armadura longitudinal no ELU
O dimensionamento da armadura, a princípio, implica em adotar alguns
parâmetros de cálculo que não são possíveis de obter enquanto não se sabe a
quantidade e disposição das cordoalhas. Portanto, pode-se dizer que, nesse momento,
estamos efetuando um pré-dimensionamento da armadura.
Após definidos os dados definitivos, estes deverão ser confrontados com os
valores estimados para obtermos, assim, o correto dimensionamento.
Os parâmetros estimados são: a altura útil (d) e as perdas totais de protensão
(Δσpt=∞).
Em relação a altura útil, é necessário estimar a posição do centro de gravidade
da armadura. Vamos considerar que teremos apenas uma camada de armadura.
Para CAA II, a tabela 7.2 da NBR 6118:2014 diz que o cobrimento mínimo é de
3,5 cm.
Sendo:
d: altura útil da seção;
Md: momento de cálculo;
fcd: resistência de projeto à compressão do concreto;
bw: largura da seção.
Por ocasião da aplicação da força Np, a tensão σpi da armadura de protensão na saída
do aparelho de tração deve respeitar os limites normativos:
Obs: quando não for fornecido o valor característico de escoamento do aço,
considerar fpyk = 0,9 fptk.
Em que:
fpyk: valor característico de escoamento do aço;
fptk: valor característico da resistência a tração do aço.
Logo:
𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑎𝑛𝑐 = 𝜎𝑝𝑖 − ∆𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑎𝑛𝑐 = 1453,5 − 12 = 1441,5 𝑀𝑃𝑎
Sabendo qual essa relação, pode-se obter o valor do coeficiente Ψ1000 definido
pela tabela 8.4 da NBR 6118:2014:
Para cordoalhas do tipo RB, efetua-se uma interpolação entre os falores de 0,7
fptk e 0,8 fptk.
0,7 0,76 0,8
= =
2,5 𝛹1000 3,5
0,8 − 0,7 0,76 − 0,7
=
3,5 − 2,5 𝛹1000 − 2,5
𝛹1000 = 3,1
Para 1 dia de relaxação:
𝑡 − 𝑡0 0,15 1 − 0 0,15
𝛹(𝑡,𝑡0) = 𝛹1000 ∗ ( ) = 3,1 ∗ ( ) = 1,77 %
41,67 41,67
∆𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑖𝑛𝑖 = 𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑎𝑛𝑐 ∗ 𝛹(𝑡,𝑡0) = 1441,5 ∗ 0,0177 = 25,5 𝑀𝑃𝑎
Logo:
𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑖𝑛𝑖 = 𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑎𝑛𝑐 − ∆𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑖𝑛𝑖 = 1441,5 − 25,5 = 1416 𝑀𝑃𝑎
Finalmente:
566,4 566,4 ∗ 0,352 40 ∗ 0,35 𝑘𝑁
𝛥𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑐𝑜𝑛𝑐 =7∗( + − ) = 56056,5 2 = 56,1 𝑀𝑃𝑎
0,2 0,0107 0,0107 𝑚
Logo:
𝜎𝑝,𝑡=0 = 𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑖𝑛𝑖 − ∆𝜎𝑑𝑒𝑓,𝑐𝑜𝑛𝑐 = 1416 − 56,1 = 1359,9 𝑀𝑃𝑎
E assim define-se a tensão no tempo zero (ou em vazio) que será utilizada para
as verificações em vazio.
Sabendo qual essa relação, pode-se obter o valor do coeficiente Ψ1000 definido
pela tabela 8.4 da NBR 6118:2014:
Para cordoalhas do tipo RB, efetua-se uma interpolação entre os falores de 0,7
fptk e 0,8 fptk.
0,7 0,716 0,8
= =
2,5 𝛹1000 3,5
0,8 − 0,7 0,716 − 0,7
=
3,5 − 2,5 𝛹1000 − 2,5
𝛹1000 = 2,66
Para um intervalor de tempo “infinito” de relaxação:
𝛹(∞,𝑡0) = 2,5 ∗ 𝛹1000 = 2,5 ∗ 2,66 = 6,65 %
∆𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑓𝑖𝑛 = 𝜎𝑝,𝑡=0 ∗ 𝛹(∞,𝑡0) = 1359,9 ∗ 0,0665 = 90,4 𝑀𝑃𝑎
Portanto, as perdas diferidas totais foram:
∆𝜎𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠 = ∆𝜎𝑟𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 + ∆𝜎𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 + ∆𝜎𝑟𝑒𝑙,𝑓𝑖𝑛 = 72,0 + 37,0 + 90,4 = 199,4 𝑀𝑃𝑎
E a tensão de protensão no tempo infinito (σp,t=∞), utilizado para as verificações
em serviço e para o dimensionamento no ELU, será de:
𝜎𝑝,𝑡=∞ = 𝜎𝑝,𝑡=0 − ∆𝜎𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠 = 1359,9 − 199,4 = 1160,5 𝑀𝑃𝑎
A perda total de protensão foi de:
𝜎𝑝,𝑡=∞ 1160,5
∆𝜎𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (1 − ) = (1 − ) = (1 − 0,80) = 0,20 𝑜𝑢 20%
𝜎𝑝𝑖 1453,5
As perdas de protensão foram iguais à estimada. Se o resultado fosse diferente,
o engenheiro poderia efetuar o dimensionamento da armadura ativa novamente para
ter certeza se a quantidade de cordoalhas adotadas é o suficiente para satisfazer a
seção. Se, nesse caso, o dimensionamento resultar em uma quantidade diferente de
cordoalhas (para mais ou para menos), torna-se necessário recalcular as perdas de
protensão com o novo arranjo de armadura.
4-) Verificação do ELU em vazio (verificação de tensão na seção)
Sabendo qual a armadura a ser utilizada e calculadas as perdas de protensão,
inicia-se a etapa de verificações de tensão da seção transversal, iniciando no tempo zero
(deve ser feito, também, no tempo infinito, mas isso é assunto para o módulo II do
curso).
Nessa verificação, considera-se a tensão de protensão no tempo zero (σp,t=0),
apenas o carregamento de peso próprio e a resistência fcj do concreto (na idade da
efetivação da protensão).
Para o estado limite em vazio deve-se atender:
− 1,2 × 𝑓𝑐𝑡𝑗
+ 0,7 × 𝑓𝑐𝑗
Obs: o sinal negativo indica tração e o positivo indica compressão.
fcj = resistência à compressão do concreto, em j dias;
fctj = resistência à tração do concreto, em j dias.
Sendo:
3 3
𝑓𝑐𝑡𝑗 = 0,3 × √𝑓𝑐𝑗 2 = 0,3 × √252 = 2,56 𝑀𝑃𝑎
Desse modo:
− 1,2 × 2,56 = −3,08 𝑀𝑃𝑎 = −3080 𝑘𝑁/𝑚²
+ 0,7 × 25 = +17,5 𝑀𝑃𝑎 = +17500 𝑘𝑁/𝑚²
Os valores limites encontrados acima, devem ser comparados com as tensões no
estado em vazio e satisfazer a seguinte condição:
−3080 𝑘𝑁/𝑚² ≤ 𝜎𝑠 𝑜𝑢 𝜎𝑖 ≤ 17500 𝑘𝑁/𝑚²
Sendo:
Na parte superior da viga:
𝑁𝑝 𝑁𝑝 ∗ 𝑒𝑝 𝑀𝑔1
𝜎𝑠 = + − +
𝐴 𝑊𝑠 𝑊𝑠
σp,t=0 = 1359,9 MPa (imediatamente após liberar a protensão, porém ainda na
pista de concretagem)
𝑁𝑝
𝜎𝑝,𝑡=0 =
𝐴𝑝
𝑁𝑝
135,99 =
4
𝑁𝑝 = 543,96 𝑘𝑁
543,96 543,96 ∗ 0,35 40
𝜎𝑠 = + − + = −2902 𝑘𝑁/𝑚²
0,2 0,02675 0,02675
> −3080 𝑘𝑁/𝑚2 (𝑂𝐾!)
Na parte inferior da viga:
𝑁𝑝 𝑁𝑝 ∗ 𝑒𝑝 𝑀𝑔1
𝜎𝑖 = + + −
𝐴 𝑊𝑖 𝑊𝑖
543,96 543,96 ∗ 0,35 40
𝜎𝑖 = + + −
0,2 0,02675 0,02675
𝑘𝑁
𝜎𝑖 = +8342 < 17500 𝑘𝑁/𝑚2 (𝑂𝐾!)
𝑚2
Portanto os limites de -3080 kN/m² e +17500 não são ultrapassados pelas
tensões no estado em vazio. Portanto, OK!!!
Apesar das tensões estarem dentro dos limites, como ocorreu tensão de tração
na borda superior, de acordo com a norma deve-se dimensionar uma armadura passiva,
no estádio II, para controle dessa tensão.
Portanto: