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Hoje, com o passar dos anos e com os estudos que vêm sendo
desenvolvidos, sabe-se que fazer fonologia sem sílaba é um erro;
Com o aparecimento da estrutura hierárquica, envolvendo não só a
estrutura silábica, mas também a estrutura prosódica mais alta, e a
desconstrução do segmento em termos de uma hierarquia das
camadas de traços;
A proposta do SPE foi substituída por uma visão sobre as
representações que favoreceram uma estrutura mais elaborada;
Interessante observar que o falante nativo, em geral, sabe algo sobre
a estrutura silábica das palavras em sua língua, ou seja, eles podem
identificar quantas sílabas constituem uma determinada palavra e até
sabem onde cada uma delas começa e onde termina.
Fonotática do PB
A estrutura fonotática das palavras pode ser entendida ao se pensar
que os segmentos estão organizados em unidades silábicas, e que as
palavras podem conter várias ocorrências diferentes ou semelhantes
entre si;
Algumas línguas apresentam palavras que mostram uma simples
repetição de sílabas CV, outras apresentam padrões diferenciados.
Entre estas últimas está a Língua Portuguesa.
Padrões Silábicos
A Posição de Ataque
A Posição de Coda
Se no ataque simples, como vimos, é possível ocorrer qualquer
segmento consonantal, o mesmo não se pode afirmar sobre a coda
simples, quer em posição medial quer em posição final;
Os padrões silábicos VC e CVC só podem ter a coda preenchida por
uma dessas quatro consoantes /l, r, S, N/ ou por uma semivogal,
como atesta Câmara Jr. (2002), como:
Na Língua Portuguesa, com exceção de /S/, todos os outros
segmentos têm sonoridade espontânea, ou seja, são soantes, o que
leva a concluir que os obstruintes, aqueles que não têm sonoridade
espontânea por terem uma contraparte não-vozeada, são
extremamente raros nesta posição;
Vocábulos que são incorporados à Língua Portuguesa através de
empréstimos, quando apresentam uma consoante na coda que não
seja uma das mencionadas, acaba, a partir de um processo de
ressilabificação, desenvolvendo uma vogal, e o segmento que era
coda torna-se ataque, como “club” > “clube”, ou muitas vezes
sofrendo processo de apagamento da consoante, a exemplo de
“carnet” > “carnê”;
Em se tratando de coda complexa, as possibilidades no PB são ainda
mais limitadas, e, em final de vocábulo, elas, praticamente, não
existem;
Em posição medial, é interessante observar que a segunda posição
será sempre preenchida pelo segmento “s”, e, quando em posição
final pelo “x” [ks] como se vê abaixo:
Os Róticos
Os róticos, na Língua Portuguesa e nas demais línguas do mundo,
têm um comportamento extremamente variável, apresentando uma
multiplicidade de variantes, principalmente se em posição medial;
Estudos realizados acerca dos róticos no Brasil, que datam da
primeira metade do século XX;
Alguns destes trabalhos são relatos de observações, principalmente
os primeiros; outros resultam de pesquisa sistemática, seguindo uma
metodologia variacionista, como é o caso dos estudos realizados por
Oliveira (1983); Callou, Moraes e Leite (1996) e Monaretto (1997).
Os problemas que envolvem a variação dos róticos, salientados
nesses trabalhos, são mais abundantes do que aqueles voltados para
seu apagamento;
Alguns deles mencionam o aspecto estigmatizante que algumas
variantes carregavam na primeira metade do século XX,
principalmente em estados da região Nordeste;
Bueno (1944, p. 22-23) afirma que em vários meses de observação
nos estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e na cidade do Rio de
Janeiro, muitas pessoas, principalmente com nível intelectual baixo,
realizam o rótico com som aspirado;
Oliveira (1983, p. 89) afirma que relatos sobre o apagamento do
rótico estão mais relacionados à sua posição de coda em final de
palavra. Há apenas três deles que mencionam seu apagamento em
posição interna;
O primeiro deles é o de Jucá-Filho (1937, p. 112), que afirma haver
uma tendência no Português do Brasil ao apagamento de consoantes
em final de sílaba, mesmo quando ocorrem internamente. Os
exemplos dados são: ca(r)naval, me(s)mo e ma(r)melada. Para ele, a
nasal condiciona o apagamento;
A segunda referência é encontrada em Chaves de Mello (1976, p.
57), para quem o pagamento do rótico é um processo que pode afetar
até os erres que fecham uma sílaba na posição interna. Um de seus
exemplos é o nome de família Albuque(r)que;
O terceiro relato é fornecido por Marroquim (1945, p.90), onde a
possibilidade de ocorrer supresa x surpresa sugere o apagamento do
rótico interno;
Em se tratando do apagamento do rótico, em linhas gerais, Oliveira
(1983, p. 93) afirma que:
Vogal Exemplo
/a/ m[a]to
/e/ m[e]do
// m[]tro
/o/ m[o]rro
// m[o]to
/i/ m[i]co
/u/ m[u]ro
Podemos observar, então, que as vogais tônicas assumem um quadro
categórico, composto de sete vogais /i, e, , a, , o, u / distribuídas
em todas as posições possíveis; (ver vídeo 4)
Saindo da posição tônica, o quadro de vogais sofre uma redução,
dependendo do processo de neutralização de cada posição;
Vale lembrar que proeminência da sílaba que tem representação na
vogal, torna-se mais débil à medida que sai da posição tônica;
E é importante salientar que entre as posições pretônica e postônica,
a posição postônica é mais débil do que a pretônica;
As posições pretônica e postônica podem nos dar um outro quadro
de vogais. Em se tratando desta última, temos que considerar ainda a
diferenciação entre as finais e as não-finais;
Antes de passarmos para as vogais pretônicas, consideremos ainda o
comportamento das vogais tônicas em um contexto específico: o de
consoante nasal;
A presença de uma consoante desse tipo na sílaba seguinte à vogal
tônica elimina as vogais médias baixas, como podemos constatar nos
exemplos em:
al[e]gria al[i]gria
b[e]bida b[i]bida
p[e]dido p[i]dido
pr[e]guiça pr[i]guiça
desc[o]berta desc[u]berta
c[o]ruja c[u]ruja
p[o]der p[u]der
c[o]lher c[u]lher
Havíamos dito que onde prevalecem para os falares do sul e do
sudeste as vogais médias altas, para o nordeste, norte e centro-oeste
prevalecem as médias baixas;
Esta disposição das vogais pretônicas não é algo tão tranquilo,
principalmente quando se trata da região nordeste. Podemos
encontrar nessa região uma variação muito grande;
É importante, sobretudo, conhecer o funcionamento variável das
vogais, uma vez que nossa realidade de ensino exige que
trabalhemos conscientemente ante a nossa língua, no sentido de
reconhecer as diferenças e saber lidar com elas.
As Vogais Postônicas
Quando se trata das vogais postônicas, a primeira consideração a ser
feita é que elas podem estar no meio da palavra (são as postônicas
não-finais) ou no final (são as postônicas finais);
Diferentes das pretônicas, as vogais postônicas, tanto em posição
não-final como final, apresentam uma configuração mais homogênea
de norte a sul. E os estudos sobre essa questão ainda não são muito
numerosos.
núm[e]ro *núm[i]ro
pér[o]la pér[u]la
xícara xicra
árvore arvre
chácara chacra
óculos oclus
véspera vespra
pílula piula
príncipe prinspe
sábado sabo
católico catoico
relâmpago relampo
estômago estombo
Postônicas Finais
O sistema vocálico apresentado por Câmara Jr. é o mais reduzido.
Das sete vogais em posição tônica, passamos a três: /i, a, u/: