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RASTREABILIDADE E COORDENAÇÃO DOS SISTEMAS

AGROINDUSTRIAIS

Gilberto José da Cunha1


Maria Sylvia Macchione Saes2

RESUMO – O artigo apresenta o conceito de rastreabilidade e sua importância para a coor-


denação dos Sistemas Agroindustriais (SAGs), estando dividido em três partes. A primeira
parte discute a coordenação dos sistemas agroindustriais como uma estratégia competitiva e
aponta a rastreabilidade como uma forma de coordenação que permite reduzir custos de tran-
sação. Na segunda, o conceito de rastreabilidade, os tipos e as formas são apresentados. Por
fim, são apontadas algumas tendências e implicações do uso da rastreabilidade nos SAGs.

Palavras-chave: rastreabilidade, sistema agroindustrial, coordenação

AGRI-INDUSTRIAL SYSTEMS COORDINATION AND


TRACEABILITY

ABSTRACT – The paper presents the traceability concept and its importance to the agri-
industrial systems coordination (SAGs) and is divided into three parts. The first one discusses
the agri-industrial systems coordination as a competitive strategy signaling traceability as a
coordination form for reducing transaction costs. The second one presents the concept of
traceability, its types and forms. The third part shows some tendencies and implications of
using traceability in agri-industrial systems.

Keywords: traceability, agri-industrial system, coordination

1
Bacharel em Ciências da Computação, Doutorando em Engenharia Elétrica pela Escola Politécni-
ca. gjcunha@usp.br.
2
Economista, Profª. Drª. da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. ssaes@usp.br.
1,2
Universidade de São Paulo.
30 Cunha e Saes

1 INTRODUÇÃO saudável, nos diversos conceitos requeridos


pelas preferências dos consumidores.
A Comunidade Européia define a
rastreabilidade de produtos agropecuários De outro, a rastreabilidade represen-
como sendo a capacidade de rastrear e seguir ta ganhos competitivos para todos os agentes
um alimento, ração, insumos de origem a- da cadeia produtiva, seja no sentido de adi-
nimal ou outras substâncias que devem ser, cionar valor ao produto ao atender as de-
ou espera-se que sejam, incorporadas em mandas dos consumidores, seja no sentido
algum alimento ou ração em quaisquer dos de reduzir custos de transação ao longo da
estágios de produção, processamento ou cadeia.
distribuição (EC, 2002). O objetivo do artigo, portanto, é a-
Uma definição abrangente de rastre- presentar o conceito de rastreabilidade e sua
abilidade é dada pela norma ISO 9001 importância para a coordenação dos Siste-
(2000), como sendo a capacidade de rastrear mas Agroindustriais (SAGs).
o histórico, uso ou localização de uma enti- O artigo está dividido em três partes,
dade através de informação documentada. além dessa breve introdução. A primeira
Nesta definição uma entidade pode ser ativi- parte discute a coordenação dos sistemas
dade ou processo; produto ou organização agroindustriais como uma estratégia compe-
ou pessoa. Para um produto a rastreabilidade titiva e aponta a rastreabilidade como uma
se refere à origem dos materiais e partes; ao forma de coordenação que permite reduzir
histórico dos processos aplicados ao produto custos de transação. Na segunda, o conceito
e a distribuição e localização do produto de rastreabilidade, os tipos e as formas são
após a entrega. apresentados. Por fim, na conclusão, são
A questão da rastreabilidade dos a- apontadas algumas tendências e implicações
limentos está diretamente relacionada à co- do uso da rastreabilidade nos SAGs.
ordenação dos Sistemas Agroindustriais
(SAGs), que envolve uma nova dinâmica de 2 COORDENAÇÃO DOS SISTEMAS
desenvolvimento dos mercados globais. AGROINDUSTRIAL
De um lado, a rastreabilidade repre- A necessidade da coordenação dos
senta um imperativo da Segurança dos Ali- sistemas agroindustriais decorre de uma
mentos, já que o crescimento dos mercados nova dinâmica de desenvolvimento dos mer-
e das redes de relacionamento entre os agen- cados mundiais. Tal dinâmica está relacio-
tes produtivos de diversas características nada ao processo histórico de desenvolvi-
torna necessário o acompanhamento siste- mento das economias capitalistas e, particu-
mático do caminho percorrido pela mercado- larmente, do setor agrícola que se caracteriza
ria levada à mesa do consumidor. A identifi- pela globalização dos mercados, mudança
cação desse caminho visa identificar pron- nos padrões de consumo, forte aumento da
tamente as características requeridas pelo concorrência mundial e, portanto, lucros
consumidor, principalmente no que diz res- efêmeros.
peito à qualidade e garantia de um alimento

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 31

O trabalho de Davis e Goldberg, A dentro do sistema, que via de regra, decorri-


Concept of Agribusiness, publicado 1957, am da estrutura de mercado em que cada
foi um marco na análise da coordenação, segmento está inserido. Assim, embora con-
uma vez que propunha investigar o desem- tendo objetivos teóricos distintos do propos-
penho das cadeias produtivas norte- to por Goldberg, estes conceitos têm em
americanas a partir das relações de depen- comum o enfoque metodológico: tratar o
dência entre a indústria de insumo, produção setor agrícola sob uma perspectiva interseto-
agropecuária, indústria de alimentos e o rial, ao enfatizar as complexas relações de
sistema de distribuição. Os autores alerta- interdependência entre a agricultura, o setor
vam para o fato de que o crescimento da industrial e o de serviços.
interdependência da agricultura com os ou-
Na década de 1990, tendo como
tros segmentos da atividade econômica, sem
problemática a questão da competitividade e
o correspondente desenvolvimento de estru-
com o enfoque teórico da Nova Economia
turas adequadas (suportes técnicos, distribu-
Institucional, os estudos realizados pelo
ição, capacidade gerencial, etc.), estava le-
PENSA3 apresentam o conceito de Sistema
vando a economia americana a perder com-
Agroindustrial (SAG) que é definido como
petitividade internacional. A conclusão ex-
“um conjunto de relações contratuais entre
traída deste fato conduzia à necessidade de
as empresas e agentes especializados, cujo
planejamento e formulação de políticas que
objetivo final é disputar o consumidor de
percebessem este desequilíbrio sob a pers-
determinado produto” (ZYLBERSZTAJN,
pectiva dos sistemas agroindustriais e não
2000, p.13).
somente da agricultura. Este trabalho, influ-
enciado pelos estudos das matrizes de insu- Nessa visão, o SAG comporta os se-
mo-produto de Leontief, deu ensejo a uma guintes elementos: os agentes, as relações
linha de pesquisa alternativa aos enfoques entre eles, os setores, as organizações de
tradicionais da economia agrícola. apoio e o ambiente institucional, conforme
ilustra a Figura 1.
Entretanto, a mudança de paradigma
de uma visão focada na análise da dinâmica Admite-se, portanto, que as redes de
da agricultura para a investigação sistêmica, relações (tecnológicas, financeiras, organi-
isto é, com enfoque em todo o agronegócio, zacionais, institucionais e estratégicas) esta-
só ocorreu mais intensamente a partir do belecem que a dinâmica de cada segmento
final dos 1960. produtivo influencia e é influenciada pelos
padrões de mudança tecnológica dos outros
Na Europa, esse enfoque teórico foi
segmentos, por meio da difusão de inova-
introduzido a partir do conceito de filière
ções, mudança em preços relativos, e de
(MORVAN, 1985; MALASSIS, 1973) e no
demanda derivada.
Brasil com a literatura de complexos agroin-
dustriais (KAGEYAMA, 1987; KAGEYA-
MA; SILVA, 1988; SILVA, 1991). De uma
forma geral, os dois enfoques tinham preo- 3
Programa de Estudos dos Sistemas Agroindus-
cupação com as relações de dependência triais, da Universidade de São Paulo.

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Ambiente Institucional

INSUMOS AGRICULTURA INDÚSTRIA ATACADO VAREJO CONSUMIDOR

Ambiente Organizacional

Figura 1. Cadeia Agroindustrial e Transações Típicas.


Fonte: ZYLBERSZTAJN; NEVES (2000, p.14).

A principal problemática explorada te. Ou surgem no mercado instituições, tal


é as estratégias empresariais ou corporativas como o sistema de rastreabilidade, que per-
no âmbito nacional ou internacional. Portan- mite a identificação dos agentes minimizan-
to, no bojo da análise está a competitividade do os custos de transação na cadeia. A evo-
destas cadeias produtivas, que é determinada lução das relações nos SAGs será apresenta-
pelo grau de coordenação entre os seus seg- da adiante.
mentos. Ou seja, considerando a interdepen-
dência entre as etapas produtivas, as cadeias 2.1 A COORDENAÇÃO COMO
mais eficientes seriam aquelas que viabiliza- ESTRATÉGIA COMPETITIVA DOS
riam a perfeita coordenação, no sentido de SAGS
transmitir adequadamente as informações,
estímulos e controle ao longo de seus seg- Historicamente, o crescimento da in-
mentos. ter-relação entre os segmentos das cadeias
de alimentos foi um processo que se inicia
As formas de coordenação das ca- no pós-guerra com o aumento da dependên-
deias produtivas são chamadas de estruturas cia do segmento agrícola de insumos indus-
de governança e podem ser realizadas pelas trializados. O produtor agrícola que se carac-
seguintes categorias analíticas: mercado, terizava pela sua autonomia produtiva passa
firma (integração vertical), ou redes de con- então cada vez mais a depender dos insumos
tratos (WILLIANSOM, 1985). Dependendo industriais para atender a demanda crescente
das características intrínsecas de cada produ- e mundial de alimentos.
to (decorrentes do grau de especificidade do
ativo ou da incerteza) uma destas formas Se até os anos 1950, o sucesso das
será a mais eficiente. Quando não há neces- vendas estava focado na escala de produção,
sidade de identificar as partes envolvidas na ou seja, em atender a demanda reprimida por
cadeia produtiva, o mercado é a estrutura alimentos, na década de 60 e 70, uma nova
mais eficiente, pois o preço é o instrumento configuração do mercado começa a apontar.
de coordenação que provê maior incentivo. Há uma modificação rápida da demanda
De outro lado, quando há necessidade de com sinais de saturação provocada pelo
identificação, a relação contratual ou a inte- aumento significativo da produção mundial
gração vertical passa a ser a forma dominan- e produtividade, que dobrou em 25 anos,

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 33

com pouco aumento de área (TRIENIKENS; gem um maior controle das etapas produti-
ZUUBIER, 2000). vas e da informação entre elas.
Dentro dessa nova dinâmica, as Além disso, a preocupação com a
grandes empresas de alimento passam a segurança do alimento toma parte importan-
adotar novas estratégias, em que o ganho te das estratégias das empresas que podem
competitivo estava na criação de barreiras à de um dia para o outro ficar sem consumi-
entrada e planos para combater os rivais. dor, se não souberem exatamente detectar
Observa-se, então, a consolidação de marcas (ou rastrear) onde está o problema, ou se
de alimentos, investimentos em marketing e ocorrer uma indisposição qualquer com um
o início de uma estratégia de aproximação consumidor que adquiriu um alimento em
com o segmento agrícola como forma de uma cadeia de fast-food.
obter vantagens na aquisição de seus insu- O Quadro 1 apresenta uma pesquisa
mos. realizada com os consumidores na Europa,
“O sistema agroalimentar, antes ca- na qual destaca-se a importância dos requisi-
racterizado pela autonomia do produtor / tos saudável, natural e sem substâncias agro-
consumidor, derivou para produção agríco- tóxicas.
la em maior escala, primeiro em nível local,
Denota-se, assim, a preocupação dos
e finalmente, nacional ou mesmo regional.
consumidores com a qualidade do alimento,
Agora o sistema de alimentos está rapida-
o que requer um controle maior das etapas
mente se deslocando para um sistema inter-
produtivas. Isso significa que a coordenação
ligado com uma grande variedade de rela-
dos sistemas agroindustriais está diretamente
cionamentos complexos” (TRIENIKENS;
relacionada com a competitividade do mes-
ZUUBIER, 2000, p. 400).
mo.
Nos anos 1980, a concorrência se a-
Desta forma, uma das importantes
cirra e os ganhos competitivos dependem da
fontes de ganhos competitivos é a adminis-
capacidade dos agentes de entender e aten-
tração integrada da cadeia produtiva, que
der às demandas específicas de um consu-
reflete em uma nova abordagem de relacio-
midor com maior poder de barganha e mais
namento entre os processos comerciais (ou
exigente.
entre os segmentos produtivos). A adminis-
Não é por acaso que no mercado de tração integrada pressupõe a coordenação
alimentos há gama enorme de produtos vari- dos agentes produtivos, do fornecedor de
ados para atender a estrutura de demanda insumos até o consumidor final, passando
individual, tais como: diet, light, protéicos, por todos os segmentos da cadeia, de forma
energéticos, orgânicos, social, etc., que exi- a gerar valor agregado aos clientes (ZYL-
BERSZTAJN; NEVES, 2000).

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Quadro 1 - Principais requisitos requeridos pelos consumidores de alimentos na Europa (%).


Atributos Países do Norte Países do Sul
Natural 46,6 73,1
Saudável 73,1 48,6
Nutritivo 26,7 35,0
Barato 9,1 4,7
Sem substância Agrotóxica 64,8 57,6
Vitaminas e sais minerais 38,9 28,1
Fonte: CAIXETA, 2000.

Num sentido mais amplo, as rela- reduzir incertezas ao identificar os agentes


ções verticais levam a ganhos competitivos da cadeia e possibilitar ao mesmo tempo
graças à otimização dos fluxos produtivo e reduzir os custos de transação entre os seg-
operacional, o que reduz os custos de transa- mentos produtivos. Isso porque ele permite
ção entre segmentos, uma vez que os fluxos controlar e monitorar todas as movimenta-
de matéria-prima, financiamento e informa- ções nas unidades, de entrada e de saída,
ções estão coordenados. Permitem também objetivando a produção de qualidade e com
construir estratégias para atender nichos origem garantida, sem que sejam criadas
específicos de mercado que demandam in- estruturas complexas de coordenação, como
vestimentos específicos cada vez mais pre- será analisado na seção seguinte.
sentes nas gôndolas dos supermercados.
Estruturas de governança inadequa- 3 A RASTREABILIDADE: FORMAS,
das geram sub-investimento ou incapacidade FUNÇÕES E PROCESSOS
de manter compromissos com o mercado e 3.1 O GATILHO DA RASTREABILI-
inviabilizam estratégias competitivas. A DADE
coordenação deve, então, permitir que os
agentes recebam, processem, difundam e A crise européia ocasionada pela
utilizem informações de modo a definir e “doença da vaca louca” (BSE - Bovine
viabilizar estratégias competitivas (inovação Spongiform Encephalopathy), no início dos
de produto e processo, diferenciação, seg- anos 90, levou o consumidor a duvidar da
mentação, controle de qualidade etc), efetuar qualidade e segurança dos alimentos, princi-
ajustes, e reagir a mudanças no meio ambi- palmente com relação à carne vermelha. O
ente. A administração adequada da cadeia de receio do consumidor foi o “gatilho” de toda
suprimento garante um prêmio de eficiência a discussão sobre a rastreabilidade, já que na
que não pode ser obtido por estruturas de época os sistemas de controle de qualidade
governança alternativas. dos produtos agroindustriais não identifica-
vam problemas como a BSE, que é gerado
Dentro deste enfoque, o sistema de na fazenda (DICKINSON; BAILEY, 2002).
rastreabilidade surge como uma forma de

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 35

A Segurança e Qualidade Alimenta- A assimetria de informação dos atri-


res foram, portanto, a motivação para o de- butos extrínsecos ocasiona problemas de
senvolvimento de novos sistemas de monito- credibilidade. Ou seja, o consumidor pode
ramento alimentar tendo a rastreabilidade confiar na informação do produtor? Muitas
como requisito básico e abrangendo todo o vezes este tipo de assimetria é minimizado
Sistema Agroindustrial (BAILEY, 2002). A pela freqüência das relações entre as partes,
Inglaterra, onde se originou a BSE, foi um que leva a criação de reputação do fornece-
dos países que mais avançou na discussão, dor ou, então, em função da marca um de-
legislação e implementação de rastreabilida- terminado produtor.
de agroindustrial (GODDARD, 2002).
Os produtores, entretanto, necessi-
tam de processos e meios para informar o
3.2 QUALIDADE, SEGURANÇA consumidor da presença dos atributos extrín-
ALIMENTAR E ASSIMETRIA secos, o que gera maiores custos de produ-
DA INFORMAÇÃO ção. A implantação ou utilização desses
processos pode ser feita por iniciativa do
A qualidade/segurança alimentar
produtor, pela demanda dos agentes à jusan-
pode ser percebida e verificada por meio de
te da cadeia produtiva ou para atender de-
atributos intrínsecos e extrínsecos (BAILEY,
terminada legislação.
2002). Os atributos intrínsecos são aqueles
percebidos pelos sentidos como aparência, Algumas iniciativas do setor privado
cheiro, ou sabor. São também denominados passam por certificação, para identificar a
bens de experiência, pois o atributo pode ser presença de atributo extrínseco, e rotulagem
avaliado depois da experimentação ou con- voluntária dos produtos gerando valorização
sumo. Os extrínsecos não são percebidos desses produtos pela demonstração de quali-
pelos sentidos ou experiência. São chamados dade e segurança. Alguns exemplos de em-
de bens de crença já que o comprador não presas que agem por iniciativa própria: Tra-
consegue com facilidade avaliar o atributo cesafe (Reino Unido), van Drie Group (Ho-
por ele desejado, por exemplo, produtos landa) e Maple Leaf Foods (Canadá), que
orgânicos, produtos que adotam processo de utiliza rastreabilidade de DNA para suínos
produção que respeita o meio ambiente ou (HOBBS, 2005).
bem estar dos animais, produtos livres de Na Europa a principal motivação pa-
transgênicos, entre outros. ra efetuar a rastreabilidade está relacionada à
Os atributos extrínsecos ocasionam qualidade e segurança alimentar, devido à
assimetria da informação, isto é, os consu- crise da BSE. Surgiram iniciativas legislati-
midores não conseguem percebê-los ou i- vas e sistemas complexos para rastrear de
dentificá-los. Apenas os produtores possuem ponta a ponta o Sistema Agroindustrial:
a informação da presença (ou atendimento) produção, passando pelo processamento, até
desses atributos. a distribuição, principalmente da carne ver-
melha (LIDDELL; BAILEY, 2001).

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Algumas iniciativas legislativas eu-


ropéias são: 3.3 FUNÇÕES DE UM SISTEMA DE
• Rotulagem da carne (EC 1760/2000); RASTREABILIDADE
• Rastreabilidade Geral de Alimentos (EC De acordo com Hobbs (2005), as
178/2002); principais funções para um sistema de ras-
• Rotulagem e rastreabilidade de Alimen- treabilidade são:
tos Geneticamente Modificados.
Reatividade
Nos EUA, ao contrário da Europa, a • Permite a recuperação do histórico dos
motivação vem da questão de se o consumi- produtos caso haja um problema de segu-
dor deseja ou não pagar a mais para consu- rança alimentar (tracing);
mir produtos rastreados e certificados
• Protege as firmas que trabalham de forma
(DICKINSON; BAILEY, 2002). O sistema
correta da ação dos “caronas” (free ri-
americano é baseado nos conceitos de ras-
ders)4;
treabilidade (traceability), transparência
(transparency) e garantias adicionais (extra • Não fornece informação adicional para os
Assurances), gerando o índice TTA (LID- consumidores.
DEL e BAILEY, 2001), principalmente no Esta função está presente na
setor de carne vermelha. Na conceituação maior parte dos sistemas de rastreabili-
acima rastreabilidade é entendida como a dade animal.
capacidade de rastrear os componentes
utilizados para a produção de produtos Efetividade da lei de Responsabilidade
alimentares até a sua fonte (upstream ao Civil
longo do SAG); a transparência refere-se à • Incentiva as firmas, por meio de penali-
disponibilidade da informação de todos os dades legais e perda de reputação, a pro-
procedimentos e práticas utilizadas para a duzirem alimentos seguros;
produção dos produtos alimentares em cada • Reduz custos de monitoramento e de
ponto do SAG; Garantias Adicionais refe- ações judiciais para consumidores e fir-
rem-se à criação de normas de qualidade e mas à jusante.
segurança em cada ponto do SAG bem como
à verificação dessas normas através de sis- Redução do Custo de Informação para os
temas de teste e auditorias (LIDDELL apud Consumidores
LIDDELL; BAILEY, 2001). • Rotula a presença de atributos extrínse-
cos;
Os EUA perdem para seus parceiros
comerciais no provimento de sistemas de
rastreabilidade (LIDDELL e BAILEY,
2001) e receberam o menor índice TTA
4
quando comparados com Dinamarca, Reino Free rider: uma firma conta com a possibilida-
Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, de de beneficiar-se da ação coletiva das de-
Japão (DICKINSON e BAILEY, 2002). mais, sem ter os custos da participação (“pega
carona”).

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 37

• Possibilita a proatividade no fornecimen- • Bottom-up: capacidade de localizar pro-


to de informação e verificação da quali- dutos, a partir de qualquer ponto da ca-
dade. deia, utilizando um ou mais critérios de-
finidos – forma de lidar com recall e/ou
O atendimento dessas funções per-
retirada de produtos.
mite reduzir a assimetria de informação do
consumidor em relação aos atributos extrín- • Top-down: capacidade para descobrir a
secos e sinaliza a necessidade de auditoria e origem e as características de um produ-
certificação. Os sistemas de rastreabilidade to, a partir de qualquer ponto do SAG, u-
podem, portanto, servir a diversos propósi- tilizando um ou mais critérios definidos –
tos, funcionando como uma ferramenta de forma de lidar com o estabelecimento da
comunicação e disponibilizando informação causa de um problema de qualidade.
ao longo do SAG, que pode ser utilizada
• Upstream: descreve os procedimentos e
para uma ampla variedade de propósitos.
ferramentas implementadas de forma a
No caso da segurança alimentar a in- localizar um evento que tenha ocorrido
formação pode ser utilizada para rastrear a num ponto anterior do SAG antes que o
fonte e causas dos problemas (upstream ao agente, com o qual tenha aparecido o
longo do SAG), de forma a eliminar o pro- problema, seja responsabilizado pelo
blema ou prevenir que ele aconteça nova- produto problemático.
mente. O sistema de rastreabilidade também
• Downstream: descreve os procedimentos
pode ser utilizado para descobrir produtos
e ferramentas implementadas de forma a
que já foram movidos downstream no SAG,
localizar um evento ocorrido após a
caso haja necessidade de recolhê-los ou efe-
transferência do produto de um agente
tuar um recall (CIES, 2005).
para outro, num ponto posterior do SAG.
A rastreabilidade, principalmente
• Interna: descreve a rastreabilidade im-
pelo aspecto da segurança alimentar, é uma
plementada por todo o processamento ou
questão de ética e responsabilidade comerci-
transformação efetuada por agentes par-
al. Um produto com boa qualidade e segu-
ceiros a um determinado produto, dentro
rança faz com que o consumidor aumente
de um dos nós do SAG.
sua confiança na marca e na firma, gerando
maior fidelização. • Produto: descreve o follow-up qualitati-
vo dos produtos – favorece o descobri-
3.4 FORMAS DE RASTREABILIDADE mento das causas de uma falha de quali-
dade.
O guia GENCOD – “Traceability in • Logística: descreve o follow-up quantita-
the Supply Chain” (GENCOD, 2001) identi- tivo dos produtos – favorece a localiza-
fica as seguintes formas de rastreabilidade: ção de produtos, determinando origem e
destino relativos a retirada ou recall de
produtos.

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A Figura 2 ilustra as formas de ras- Sistema Agroindustrial, onde cada nó pode


treabilidade aplicadas na cadeia produtiva do ser composto por uma rede de agentes.

Figura 2. Formas de rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva do SAG.


Fonte: adaptada de SCHULZE, 2004.

3.5 PAPÉIS FUNCIONAIS DA RAS- SAG (cadeia de fornecimento alimentar)


TREABILIDADE e testados para verificar a presença de
uma ampla gama de resíduos, como pes-
A UK Food Standards Agency ticidas. Um sistema de rastreabilidade é
(2002) identificou os seguintes Papéis Fun- essencial para rastrear os pontos no SAG
cionais para a rastreabilidade em uma cadeia (cadeia de fornecimento) responsáveis
de fornecimento alimentar: pelo resíduo excessivo.
• Incidentes de Segurança Alimentar: a • Avaliação de Risco pela Exposição
rastreabilidade deve facilitar uma rápida Alimentar: a rastreabilidade deve facili-
resposta a incidentes com segurança ali- tar o acesso à informação relacionada a
mentar, permitindo ações de suporte co- alimentos ou ingredientes, componentes
mo retirada e recall de produtos. de um determinado produto, que podem
• Vigilância de Resíduo Alimentar: a- estar relacionados a questões de seguran-
mostras de alimento são coletadas em ça alimentar.
pontos distribuídos ao longo de todo o

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 39

• Reclamação de Rotulagem: a rastreabi- • Captura,


lidade pode ajudar a resolver pendências • Armazenagem,
relativas a alegações de rotulagem falsa e
• Recuperação,
a estabelecer a integridade do SAG (ca-
deia de fornecimento) com relação a re- • Gerenciamento, e
clamações relacionadas a produtos ali- • Comunicação de Dados ao longo do
mentares. SAG.
• Fraude: a rastreabilidade efetiva, audito- Um sistema de rastreabilidade deve
ria regular e medidas de reconciliação permitir a identificação (unívoca) de unida-
podem auxiliar na inibição de fraudes. des e conjuntos de todos os ingredientes que
estão presentes num determinado produto,
• Desperdício de Alimento: a rastreabili- além do próprio produto. Além disso, deve
dade e o controle de qualidade podem ser armazenar e prover informação de quando e
aplicados à redução do desperdício ao onde um determinado produto foi transfor-
longo do SAG. mado ou movido, permitindo a ligação entre
• Higiene da Carne: a rastreabilidade a identificação e a informação. Isso significa
ajuda a obrigar e suportar a higiene da que um sistema de rastreabilidade deve pos-
carne ao longo do SAG (da fazenda ao suir procedimentos de identificação e arma-
consumidor). zenagem de dados que mostrem o caminho
percorrido por um determinado produto (ou
3.6 PROCESSOS DE ingrediente) desde a sua fonte até o consu-
RASTREABILIDADE midor final, passando por todos os estágios
intermediários de processamento, conside-
A rastreabilidade é um conjunto rando também a transformação do produto
complexo de processos atingindo todos os- original pelo acréscimo de ingredientes,
componentes do Sistema Agroindustrial distribuídos ao longo do SAG, utilizando
(SAG), no qual os diferentes agentes devem formas de identificação que facilitem a leitu-
colaborar de forma a otimizar as interfaces ra por equipamento informatizado como
determinadas pelas diversas direções, papéis etiquetas de código de barras e de rádio fre-
funcionais, formas, áreas de atuação e pro- qüência (UK FOOD STANDARDS A-
cessos. GENCY, 2002).
A Figura 3 ilustra o SAG onde os A complexidade de composição do
nós da cadeia produtiva e os ambientes insti- SAG, com diversos nós formados por redes
tucional e organizacional podem ser com- de agentes e grandes fluxos de dados, aliada
postos por redes de agentes. As setas indi- às necessidades de um sistema de rastreabi-
cam o fluxo de dados e informações. lidade, torna evidente que os processos aci-
Podem-se identificar como proces- ma precisam ser suportados por Tecnologia
sos de um sistema de rastreabilidade: da Informação, sem a qual não há a mínima
chance de implantação de um sistema eficaz
• Identificação Única dos Produtos; e completo de rastreabilidade.

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Figura 3. Redes de agentes compondo o SAG.

3.7 USO DA TI COMO APOIO À RAS- • Sistema ligando todos esses dados.
TREABILIDADE
Portanto, os sistemas de rastreabili-
As características e necessidades da dade são conjuntos de rotinas e procedimen-
rastreabilidade apresentadas nos itens ante- tos para captura e armazenamento de dados
riores (funções, formas, papéis funcionais e que também mostram o caminho percorrido
processos), aliadas à complexidade dos por uma particular unidade (ou lote) do pro-
SAGs (Figura 3) mostram a dimensão adqui- duto (ou ingrediente) desde o fornecedor (ou
rida pela TI para permitir a implantação de fornecedores), através de todos os estágios
sistemas de rastreabilidade. intermediários que processam ou combinam
ingredientes em novos produtos, prosse-
Segundo a UK Food Standards
guindo pela cadeia de fornecimento, até
(2002) as características básicas dos siste-
chegar aos consumidores.
mas de rastreabilidade são:
O uso de identificadores de leitura
• Identificação sobre unidades/lotes de
automática, como códigos de barras e identi-
todos os ingredientes e produtos;
ficadores por radiofreqüência (RFID), vem
• Informação sobre quando e onde eles substituindo etiquetas manuais, permitindo
foram movidos ou transformados; maior armazenamento de informação a ser
transferida.

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Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais 41

A quantidade de informação a ser 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


manipulada por um sistema de rastreabilida-
de é variável, dependendo da natureza do O objetivo do artigo foi apresentar
produto, das práticas na fazenda e no pro- alguns conceitos básicos sobre rastreabilida-
cessamento, especificações de consumidores de e discuti-la como forma de coordenação
e requisitos legais (UK FOOD STAN- dos SAGs. Como se evidenciou, a rastreabi-
DARDS, 2002). lidade envolve uma série de questões com-
plexas que dizem respeito à introdução de
Os sistemas devem possuir meca- mecanismos de controle interno a cada seg-
nismos confiáveis que facilitem a captação e mento do SAG e de interface entre os seg-
validação das informações, garantindo que mentos. Por esse motivo, a rastreabilidade é
elas possam ser atualizadas e compartilhadas uma forma de coordenação do SAG que
ao longo de todo o SAG. Esta é uma caracte- propicia redução dos custos de transação e
rística importante, pois como o SAG é com- que permite a utilização de formas menos
posto por muitos agentes interagindo entre complexas de governança.
si, existem muitos sistemas diferentes em
uso e que devem se comunicar, trocando A rastreabilidade também é uma
dados e informações, de maneira confiável e questão complexa e abrangendo todos os
eficiente. A intercomunicação entre os sis- níveis do SAG e necessita da utilização de
temas é ponto chave para a implantação de TI para ser implementada de forma completa
um sistema de rastreabilidade ao longo do e abrangente.
SAG. É necessária a aplicação de auditori-
As necessidades acima determinam as e certificação para manter a credibilidade
algumas componentes da TI necessárias aos dos sistemas de rastreabilidade bem como há
sistemas de rastreabilidade: a necessidade de qualificação do pessoal que
irá interagir com esses sistemas.
• Captura de Dados/Informações: códi-
gos de barras, identificadores por radio- A utilização da TI é essencial para a
freqüência (RFID); existência de sistemas de rastreabilidade,
• Armazenamento e Troca de Dados/ sendo que as características de intercomuni-
Informações: arquivos (ASCII, RDBMS, cação entre os diferentes sistemas é ponto
XML, etc); chave para a implantação de um sistema de
rastreabilidade ao longo de todo o SAG.
• Comunicação de Dados/Informações:
Protocolos (FTP, HTTP, E-mail, etc). Finalmente, deve-se ressaltar que a
Outra aplicação da TI é dada por rastreabilidade não é apenas uma forma de
Cunha; Massola; Saraiva e Lobão (2006) identificação, nem sua utilização sozinha
que discutem sobre a utilização das ferra- pode garantir a qualidade dos produtos a-
mentas e técnicas de modelagem usadas em gropecuários.
TI para levantar informações e requisitos de
rastreabilidade ao longo do SAG.

Revista Brasileira de Agroinformática, v. 7, n. 1, p.29-43, 2005


42 Cunha e Saes

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