Sei sulla pagina 1di 15

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DOM ANDRÉ ARCOVERDE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE VALENÇA


FACULDADE DE DIREITO DE VALENÇA

PROJETO DE PESQUISA
INSTITUIÇÃO FAMILIAR E FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA

Orientadora: Stella Tannure

Valença-RJ
2018
SUMÁRIO

1.RESUMO
2.DESENVOLVIMENTO DO TEMA
3. BIBLIOGRÁFIAS

2
1. RESUMO

O presente trabalho analisará brevemente as mudanças na sociedade brasileira


do século XX, a constante evolução da instituição familiar e a filiação socioafetiva.
Tendo como destaque o vínculo advindo do afeto, tratando-se de um vínculo familiar
que não se limita apenas ao vinculo biológico, caracterizando-se com a exteriorização
do cuidado diante a sociedade, que irá refletir diretamente nas obrigações e deveres
jurídicos.

No mais, destaca-se a grande importância da ação de investigação de


paternidade/maternidade afetiva e a ação adoção, exatamente por reconhecerem o
vínculo estabelecido, surgindo inúmeros reflexos civis, entre outros direitos de família
e sucessões garantidos pela Constituição e pelo Direito de Família.
2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA

INSTITUIÇÃO FAMILIAR NO BRASIL DO SECULO XX – BREVE EVOLUÇÃO


HISTÓRICA E LEGISLATIVA

O conceito de Família vem se adequando conforme o contexto social


brasileiro, que se relativa no tempo diante mudanças históricas e sociais, com reflexos
direto no âmbito jurídico. A entidade familiar no Brasil do século XX, teve como base
os aspectos do Direito Romano e Germânico, tendo seu ápice de mudança apenas
com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

No início do XX, a hierarquia regia as relações familiares, o pai era o detentor


do pátrio poder em relação ao direito dos filhos, e a família se consolidava no
casamento. Acerca do que dispõe o pátrio poder no século XX, assim discorre SILVIO
RODRIGUES:

‘’O pátrio poder é representado por um conjunto de prerrogativas


conferidas ao pater, na qualidade de chefe da organização familiar, e
sobre a pessoa de seus filhos. Trata-se de um direito absoluto,
praticamente ilimitado, cujo escopo é afetivamente reforçar a
autoridade paterna, a fim de consolidar a família romana, célula-base
da sociedade, que nela encontra o seu principal alicerce’’.
(RODRIGUES, Silvio, 2002, P. 395)1

Embora o pátrio poder fosse de forma absoluta, os deveres do pater não eram
diminuídos conforme sua autoridade, pelo contrário, era de grande importância o
pátrio dever, assim discorre SILVIO RODRIGUES:

1
RODRIGUES, SILVIO, 2002, DIREITO DE FAMÍLIA, P. 395
4
‘’Ao lado de direito concedidos ao chefe da família, impõem-se-lhe
muitos e variados deveres para com seus descendentes’’.
(RODRIGUES, Silvio, 2002, P. 397)2

A família patriarcal tinha uma função social com viés moral, as uniões não
legitimadas pelo matrimonio eram descriminadas, as proles eram classificadas como
legítimas e ilegítimas, o preconceito naquela sociedade deitava sobre os filhos que
não eram gerados no casamento. Conforme decorre o autor:

‘’Dentro do regime do Código de 1916, como só os filhos naturais


podiam ser reconhecidos (CC, art. 358), só estes estavam sujeitos ao
pátrio poder. Entretanto, havendo a Lei n. 883/49 permitido o
reconhecimento dos adulterinos, após a dissolução do casamento de
seu progenitor adúltero, ficaram então igualmente sujeitos ao pátrio
poder’’. (SILVIO RODRIGUES, 2002, P. 397)3

A família brasileira passou por avanços em sua estrutura após a metade do


século XX, sendo possível o reconhecimento dos filhos que foram gerados fora do
casamento, conforme a Lei n°883/49, que dispõe sôbre o reconhecimento de filhos
ilegítimos:

Art. 1º Dissolvida a sociedade conjugal, será permitido a qualquer dos


cônjuges o reconhecimento do filho havido fora do matrimônio e, ao
filho a ação para que se lhe declare a filiação.

Importante destacar que, o ápice da mudança no ordenamento jurídico


brasileiro, em relação a instituição familiar, só ocorreu após promulgação da
Constituição Federal de 1988, vedando discriminação, promovendo igualdade de

2
RODRIGUES, SILVIO, 2002, DIREITO DE FAMÍLIA, P. 397
3
IDEM, p. 397
direitos, e a proteção constitucional da prole. Conforme decorre COSTA, Arilton
Leoncio:

“Em relação aos menores, deve ser dada uma outra atenção, posto
que a partir do advento da CR/88 a todos os filhos nascidos deve ser
atribuída uma maternidade e uma paternidade, porque toda prole já
nasce com o direito à filiação, a qual entendo como direito
personalíssimo, o que passou a ser atributo do ser humano. Não mais
se questiona ser o filho natural, adulterino, a matre ou a patre,
incestuoso, posto que depois de 05.10.1988 toda a prole passou a ser
considerada legítima."4

A Constituição Federal de 1988 garantiu ampla proteção à família, conforme


acentua o autor Moraes, Alexandre de:

“A família é a base da sociedade e, constitucional e legalmente,


tem especial proteção do Estado”5

Decorrendo o autor:

“A Constituição Federal garantiu ampla proteção à família,


definindo 3 espécies de entidades familiares: a constituída pelo
casamento civil ou religioso com efeitos civil (CF, art 226, §§1 e
2º); a constituída pela união estável entre o homem e a mulher,
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (CF, art.

4
COSTA, Arilton Leoncio, et al. Alimentos. Visão Contemporânea do Instituto. REVISTA INTERDISCIPLINAR DE
DIREITO da Faculdade de Direito de Valença. Revista da Faculdade de Direito de Valença-RJ 2009. [on-line].
Edição anual. Juiz de Fora: Editora Associada LTDA, Outubro 2009. v. 6, p. 384, Disponível na Internet:
<http://www.faa.edu.br/docs/Direito2009-1.pdf > Acesso 16/05/2017.
5
MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional/Alexandre de Moraes , 17 ed., p. 740 – São Paulo: Atlas, 2005.
6
226, §3º); a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes (CF, art. 226, §4º).6

Ressalte-se ainda que, a Constituição Federal estabeleceu algumas regras de


regência das relações familiares7, como a igualdade dos direitos e deveres referentes
à sociedade conjugal, previu a possibilidade do divórcio direito e sem imputação de
culpa para efetivação do divórcio, o livre planejamento familiar, competindo ao Estado
proporcionar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas, e a
assistência mútua, onde os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice ou
enfermidade.

Com o advento da lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente, houve


maior proteção aos filhos, havendo seu reconhecimento de forma livre, LEI Nº 8.069,
DE 13 DE JULHO DE 1990:

''Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser


reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio
termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem da filiação. Parágrafo
único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou
suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.'' (LEI Nº 8.069,
DE 13 DE JULHO DE 1990) 8

6
IDEM, p. 740 – 741.
7
IDEM, p. 741.
8
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE/1990, Disponível no sítio eletrônico
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm> Acessado em 20 de Maio de 2017.
No início do século XXI, com a entrada em vigor do código civil de 2002, os
vínculos familiares, passou se analisado de forma ampla, englobando os afins, tido
como exemplo, o artigo 1.521 do código Civil de 2002.

Art. 1.521 no código Civil de 2002:

‘’Não podem casar: I – os ascendentes com os descendentes, seja o


parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta; III – o adotante
com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante; IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais,
até o terceiro grau inclusive; V – o adotado com o filho do adotante;’’ 9

Diante as mudanças ocorridas na entidade familiar brasileira, desde a


metade do século XX, com ápice no advento da Constituição de 1988, geraram ao
Estado dever de resguardar a sociedade os seus direitos e deveres inerentes aos
novos conceitos de família e as relações jurídicas que os vinculam, possibilitando
aos brasileiros o reconhecimento de vínculos afetivos e diversas formas de constituir
a instituição familiar.

FILIAÇÃO E A POSSE DO ESTADO DE FILHO

É dever da família, da sociedade e do Estado resguardar os direitos à infância


e à adolescência, integralmente e prioritariamente, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e a Constituição Federal, atribuiu proteção especial às crianças e aos
adolescentes. No que tange das relações familiares, é de grande importância à
Filiação, conforme decorre o autor Moraes, Alexandre de:

9
Código Civil/2002, Disponível no sítio eletrônico
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acessado em 20 de Maio de 2017.
8
“filiação: os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmo direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação. Essa norma
constitucional tem aplicabilidade imediata, garantindo-se imediata
igualdade, sem que possa resistir qualquer prejuízo ao filho adotivo ou
adulterino, que poderá, inclusive, ajuizar ação de investigação de
paternidade e ter sua filiação reconhecida, além de ter o direito de
utilização do nome do pai casado.”10

Da posse de estado de filho, é de grande importância destacar o Enunciado


nº 103 do CJF (Conselho Da Justiça Federal):

O Código Civil reconhece, no artigo 1593 outras espécies de


parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo,
assim, a noção de que há também parentesco civil no vínculo parental
proveniente quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga,
relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material
fecundante, quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse de
estado de filho. (enunciado, CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL)11

A posse do estado de filho é constituída na união de 3 elementos, "o nomen,


a tractacio e a fama (Madaleno, Rolf in:Curso de Direito de Familia, Rio de Janeiro:
Forense, 2011, p.475)”12 o Nome, não sendo considerado o mais importante
pressuposto dos elemento; Trato, este é considerado o mais importante nesta relação
que os vinculam, sendo como base o amor, afeto, cuidado, o exercício da relação
paterna com o filho; Fama, a relação paterno-filial ser mostrada, ter a aparência do
vínculo de afeto verdadeiro para sociedade que os vinculam. O vínculo torna-se
irrevogável, salvo se a criança ou adolescente, que não conhece sua origem biológica,
busque por esse direito personalíssimo e imprescritível, assegurado pela lei ordinária
8069/90:

10
MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional/Alexandre de Moraes , 17 ed., p. 741- 742 – São Paulo: Atlas,
2005.
11
CONSELHO DE JUSTIÇA FEDERAL, ENUNCIADO 103, Disponível em
<http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/734>, Acessado em 22 de Maio de 2017.
12
Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.663.137 – MG (2017/0068293-7). Relatora: Ministra
Nancy Andrighi. Data do julgamento: 15/08/2017.
''Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
o segredo de Justiça.'' (lei ordinária 8069/90 – Estatuto da criança e
do adolescente)13

A FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA E VINCULO DECORRENTE DO AFETO

A filiação socioafetiva não pode ser limitada à um único conceito, tal vinculo
passou ser reconhecido no ordenamento jurídico após a maior possibilidade de
constituir-se novas entidades familiares, conceituar seria limitar a um espaço tempo
de mudança. Embora não haja um conceito, é fundamental saber que a base desta
relação é o afeto, o dever de cuidado e, não depende do vínculo sanguíneo, tem o
afeto familiar como base.

As relações fundadas no afeto e cuidado, não são menos importantes do que


os vínculos os biológicos, relações mantidas entre os genitores e os filhos, os pais
afetivos exercem os deveres, gozam de direitos inerentes ao vinculo criado e mantido,
conforme Tribunal de Justiça de São Paulo:

“Retificação. Adição de nome. Acréscimo do apelido de família do


padrasto da autora. Possibilidade, não vedada pela lei. Relevantes
motivos sociais e familiares invocados. Inteligência do artigo 57 da Lei
dos Registros Públicos. Deferimento do pedido, reformada a sentença.
Apelo provido. Voto vencido. Se a lei não proíbe, mas, ao contrário,
prevê a possibilidade de alteração do nome, em caráter excepcional e
por motivos justificáveis, nada mais razoável do que acolher-se o
pedido, principalmente quando relevantes os motivos sociais e

13
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE/1990, Disponível no sítio eletrônico
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm> Acessado em 22 de Maio de 2017.
10
familiares invocados. (TJSP, Apelação Cível nº 14.708-4 / SP. Primeira
Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Relator Alexandre Germano. Julgado em 10 de março de
1998)”14.

Ainda que a filiação socioafetiva não esteja expressa no ordenamento jurídico,


é caracterizada por visar o reconhecimento dos vínculos que advém do afeto, além do
convívio e o desejo de exercerem a condição de possíveis pais e os pretensos filhos,
não caracterizando apenas o mero auxilio econômico, ou até mesmo psicológico,
deverá ser construído durante todo o convívio, um inequívoco relacionamento
socioafetivo.

O RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES SOCIOAFETIVAS

A filiação socioafetiva é caracterizada como uma relação de fato, ao ser


constituída por elementos concretos e por decisão espontânea, deve ser reconhecida
e respaldada no direito no direito de família, assim como a filiação sanguínea.

- Investigação de paternidade e maternidade

A lei 8560/92 - Estatuto da Criança e Adolescente, estabeleceu a possibilidade


da investigação de paternidade e maternidade pelo interessado, esse direito de ação
advém da proteção constitucional conferida à família e à prole, ressaltando-se os
direitos da personalidade e de caráter patrimonial. O Estatuto da Criança e
Adolescente estabelece que:

“Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito


personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
o segredo de justiça.”

14
GERMANO, Alexandre, em Publicação sobre Decisão acerca da possibilidade de acréscimo do
apelido de família do padrasto, disponível em <https://esaj.tjsp.jus.br>, acessado em 22 de Maio de
2017.
A ação de investigação de paternidade/maternidade, é tida como a busca do
reconhecimento da filiação não reconhecida voluntariamente. Importante ressaltar-se
que, o reconhecimento voluntário pode ser feito no Cartório de Registro Civil, por
diversos meios conforme decorre a, lei Nº 8.560, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992 que
regula a investigação de paternidade :

“Art. 1° O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é


irrevogável e será feito:
I - no registro de nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em
cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o
contém.”
[..]
“§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade,
será lavrado termo de reconhecimento e remetida certidão ao oficial
do registro, para a devida averbação.”15

A ação de investigação de paternidade/maternidade é caracterizada como


ação declaratória e constitutiva, que não prescreve. Ressalta-se que, se o suposto
genitor ou suposta genitora já tenha falecido, a demanda deverá ocorrer em face dos
herdeiros.

Observa-se que, o filho é legitimado para propor a ação de investigação de


Paternidade/Maternidade, com a finalidade de buscar o reconhecimento de um direito
próprio e personalíssimo, não apenas dos genitores sanguíneos, como os pais
afetivos. No mais, é de suma importância destacar que, o filho maior não pode ser
reconhecido sem o seu consentimento.

15
LEI Nº 8.560, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992. Regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do
casamento e dá outras providências de, Disponível no sitio eletrônico
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8560.htm, acessado em 22 de maio de 2017.
12
- Adoção

A adoção tem o viés de inclusão social, com o exercício do direito à família


substituta e garante o direito à convivência familiar e comunitária, sendo reconhecido
constitucionalmente o direito de adotar e ser adotado.

Conforme decorre o autor Moraes, Alexandre de:

“adoção: a adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei,


que está estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte
de estrangeiro.”16

A adoção é um ato jurídico que estabelece um vínculo de filiação e que resulta


na igualdade, não havendo qualquer discriminação à origem.

Importante destacar que, o Superior Tribunal de Justiça reconhece a


possibilidade da Adoção Póstuma (post mortem), havendo inequívoca existência de
uma vinculo familiar real, conforme o ementado:

“ADOÇÃO PÓSTUMA. Prova inequívoca.


O reconhecimento da filiação na certidão de batismo, a que se
conjugam outros elementos de prova, demonstrada a inequívoca
intenção de adotar, o que pode ser declarado ainda que ao tempo da
morte não tenha tido início o procedimento para a formalização da
adoção.
Procedência da ação proposta pela mulher para que fosse decretada
em nome dela e do marido pré-morto a adoção de menino criado pelo
casal desde os primeiros dias de vida.
Interpretação extensiva do art. 42, §5º, do ECA.
Recurso conhecido e provido.”17

16
MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional/Alexandre de Moraes , 17 ed., p. 741 – São Paulo: Atlas, 2005.
17
Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 475.635/PB. Relatora: Ministro Ruy Rosado, 4 Turma. Data
do julgamento: 17/03/2003.
No mais, assim como a Ação de Investigação de paternidade/maternidade com
base em relações socioafetivas, a Adoção pode ser considera uma via para o
reconhecimento do vínculo afetivo, ambas podendo ocorrer pós mortem.

CONCLUSÃO

Considerando as premissas apresentadas no trabalho, concluímos que a


possibilidade do reconhecimento da filiação socioafetiva, no atual ordenamento
brasileiro, tem como o seu principal viés jurídico os interesses das crianças e dos
adolescentes, visando a valorização do afeto.

Percebe-se que a sociedade passou por grandes mudanças em relação à


família e o modo como se relacionavam, o direito sempre acompanhou essas
mudanças, tendo seu ápice de mudança social após a Constituição Federal de 1988,
que libertou a sociedade de um paradigma patrimonial, individualista e deu foco a
solidariedade e ao afeto nas relações.

Ademais, o direito brasileiro sempre acompanhará a sociedade, criando leis


em seu ordenamento com a finalidade da adequação social, ressaltando-se que, a
instituição familiar sempre estará em constante evolução, não podendo ter um
conceito concreto, pois seria uma forma de limitar os vínculos gerados pelo afeto.

3. BIBLIOGRÁFIAS

RODRIGUES, Rodrigues, DIREITO CIVIL – DIREITO DE FAMÍLIA VOLUME 6,


Editora Saraiva, 2002, DIREITO DE FAMÍLIA.

MORAES, Alexandre de, DIREITO CONSTITUCIONAL/ALEXANDRE DE MORAES ,


17 ED.– SÃO PAULO: ATLAS, 2005.

COSTA, Arilton Leoncio, et al. Alimentos. Visão Contemporânea do Instituto.


REVISTA INTERDISCIPLINAR DE DIREITO da Faculdade de Direito de Valença.
Revista da Faculdade de Direito de Valença-RJ 2009. [on-line]. Edição anual. Juiz de

14
Fora: Editora Associada LTDA, Outubro 2009. v. 6, p. 384, Disponível na Internet:
<http://www.faa.edu.br/docs/Direito2009-1.pdf > Acesso 16/05/2017

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE/1990, Disponível no sítio


eletrônico <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm> Acessado em 20 de
novembro de 2016.

Código Civil/2002, Disponível no sítio eletrônico


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acessado em 20 de
novembro de 2016.

CONSELHO DE JUSTIÇA FEDERAL, ENUNCIADO 103, Disponível em


<http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/734>, Acessado em 23 de novembro
de 2016

GERMANO, Alexandre, em Publicação sobre Decisão acerca da possibilidade de


acréscimo do apelido de família do padrasto, disponível em <https://esaj.tjsp.jus.br>,
acessado em 23 de novembro de 2016

_____________ ______________________

Aluna Orientadora

Potrebbero piacerti anche