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Exmo.

Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da


Comarca de Curitiba - Pr.

GARANTE SERVIÇOS DE APOIO S.C. LTDA., pessoa jurídica de direito


privado, situada na Rua Riachuelo, 31, 3º andar, nesta Capital, neste ato representado
pela sua procuradora judicial, infra-assinada, notificada da RECLAMAÇÃO n.º
2002/5746-0, feita pôr RAQUEL CARVALHO MARTINS, vem muito
respeitosamente perante V.Sa., apresentar a sua DEFESA, pelas seguintes razões de
fato e de direito:

DOS FATOS.

Efetivamente esta com taxas de condomínio em atraso do Apartamento nº 81, onde


reside, e obviamente deve pagar os acréscimos legais, ou seja, atualização monetária
(INPC), juros de mora e honorários advocáticios.

A cobrança de correção monetária, juros de mora e honorários advocatícios é


perfeitamente legal, pois, é prevista no Regimento Interno do Condomínio artigo 7º, e
na Lei do Condomínio - Lei 4.591/64.

Ocorre que a autora está em atraso com as taxas dos meses de outubro de 2001 até
fevereiro de 2002. O não pagamento das taxas de condomínio na data fixada acarreta
na cobrança de multa de 20%, juros, correção monetária e honorários advocáticios,
calculado sobre o valor total do débito.
A impontualidade do autor acarreta grandes dificuldades para o condomínio, gerando
com isso, prejuízos aos demais condôminos.

Dever de pontualidade, das despesas, na forma usual (via banco, resgate no escritório
do síndico ou administrador etc...) constitui dever moral de solidariedade, lealdade e
honradez de cada um dos condôminos para com os demais, visto como tem por fim o
custeio da manutenção do edifício, que é a morada de todos eles. No conceito de
pontualidade integra-se o dever de pagar no dia e local de praxe, de sorte que não
fica a critério do devedor pagar sob forma diferente, como por exemplo, mediante
depósito bancário, quando o local estabelecido é o escritório do sindico, ou outro
designado por ele. O pagamento só se considera juridicamente eficaz para elidir a
mora se feito de forma habitual. E o atraso importa em autêntico parasitismo, visto
que para pagar despesas inadiáveis tem o síndico de fazer rateio extra junto aos
demais condôminos pontuais, assim forçados a suprir o caixa condominial e a se
tornarem financiadores compulsórios dos faltosos.

Não discutindo o fato do reclamante estar com taxas de condomínio em atraso,


cumpre-nos esclarecer acerca da possibilidade da cobrança de honorários
advocáticios mesmo não havendo ajuizamento de ação judicial, isto porque, é sabido
que o trabalho do advogado não reside apenas no ajuizamento de ações judiciais,
abrangendo também outras atividades tais como: consultoria, analises de contratos e
mesmo cobranças extrajudiciais pelo que é completamente admissível a cobrança de
seus honorários.

Este é também, o entendimento da Ordem do Advogados do Brasil - OAB, e de


nossos Tribunais, senão vejamos:

“Não configura infração disciplinar a conduta do advogado que, ao obter o


pagamento de divida em favor de seu cliente por via de composição extrajudicial,
acrescenta ao valor corrigido da obrigação o percentual de 10% (dez por cento),
referente a honorários profissionais, desde que não cobre, simultaneamente, de
seu cliente pelo serviço prestado, salvo convenção contratual expressa”. Decisão
do Tribunal de Ética E Disciplina da OAB/Pr., Acórdão n.º 94/97, TED 169/97, J.
07/04/97, Relator: Antonio Acir Breda.

“HONORÁRIOS COBIMENTO. ATIVIDADE EXTRAJUDICIAL. Honorários


advocáticios. São devidos mesmo quando a atividade do advogado se limita ao
procuratório extrajudicial não conduz, ao resultado patrimonial desejado pelo
cliente”. (TACRJ. Ementário: 36/83, n.º ementa: 21.487, Apelação Cível n.º 85222
- Reg. 1562, 6ª Câm., unânime, Juiz Marden Gomes.

Os valores cobrados pela Garante, são somente aqueles permitidos pela Lei 4.591/64,
juros de mora de 1% ao mês, correção monetária pelo INPC, honorários advocáticios
de acordo com o capitulo IX, item II da tabela dos honorários da Ordem dos
Advogados do Brasil - Seccional do Paraná, aprovada em 05.08.91, vigente até a
presente data.

Hoje é pacífico o entendimento dos nossos Tribunais, sendo inclusive objeto da


Súmula 616, do STF, no sentido de "É permitida a cumulação da multa contratual
com os honorários de advogado após o advento do CPC". Consequentemente, neste
ponto, pelo menos, deve ser entendida como revogada a primeira parte do artigo 20 e
parágrafos, da Li 5.869, d 11.01.73.

Dispõe o artigo 71, da Lei 4215/63:

" a advocacia compreende, além da representação em qualquer juízo ou


tribunal,... o procuratório extrajudicial,..."

E o artigo 96, da mesma Lei 4215/63 complementa que:

"A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na Ordem o direito


aos honorários contratados..."

É indiscutível o direito dos Advogados ao recebimento de honorários pela prestação


de serviços profissionais, mesmo que no exercício do procuratório extrajudicial.

Finalmente, não pode deixar de ser observada a contradição ética que decorria da
oneração do credor pela impontualidade do devedor.
Eqüivaleria a indução da impontualidade a inversão dos valores éticos.

Nem se confunda a defesa do consumidor, que se refere aquele lesado de boa-fé, com
o apenamento do credor, igualmente de boa-fé lesado pelo devedor impontual.

Ainda, com intenção de elucidar definitivamente a legitimidade dos acréscimos legais


cobrados (correção monetária, juros de mora) e inclusive honorários advocatícios.
A Reclamante esta agindo de má-fé quando quer pagar valores vários meses após o
vencimento, como se estivessem no prazo para pagamento sem os acréscimos,
previstos, ou seja, esta tentando pagar valor menor do que os condôminos que
quitaram suas taxas na data do vencimento.

Descabe totalmente a pretensão da requerente, visto que os documentos juntados


pela próprio reclamante provam a sua conduta de devedora, a qual paga suas com
atraso, e agora tenta também usar o Poder Judiciário, para não pagar os acréscimos
legais de uma divida legitima, como se não fosse ela quem deu causa. É evidente que
pessoas que efetuam pagamento com atraso sejam onerados com multa, juros e
honorários advocatícios, mesmo em cobrança extrajudicial, pois é absurdo
imaginarmos aquele que paga em atraso pleitear a devolução de todos os encargos se
utilizando assim do poder Judiciário para enriquecimento ilícito.

DO PEDIDO.

POSTO ISTO, requer a V. Exa., tendo em vista os argumentos e fundamentos legais


mencionados, que se digne a julgar improcedente o pedido, e determine que a
autora pague o débito, com seus acréscimos legais (multa de 20%, juros de mora de
1% ao mês e honorários advocatícios, bem como determine o arquivamento da
presente reclamação.

N. Termos
P. Deferimento.
Curitiba 17 de abril de 2003.

Manoel Alexandre S. Ribas


Advogado.

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