Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Aula 1
Indicação Bibliográfica:
1) Alexandre Câmara – Lições de Processo Civil – Ed. Atlas. Volumes 1 e 2
É um curso simples para a graduação.
Contatos:
alexandre@gialluca.com.br
Conceito:
Processo tem vários significados e todas elas se complementam.
Processo
3 acepções da palavra “processo”:
1) Teoria do Direito:
A teoria do Direito se transformou a ponto de dizer que temos uma nova teoria
do Direito. Assim, tenho que compreender o direito através destes novos
paradigmas. Houveram várias transformações, destacando-se 6 delas:
Transformações na Transformações na
Teoria das fontes do direito Hermenêutica
I) Força normativa dos IV) Distinção entre texto e norma
Princípios jurídica
II) Reconhecimento da força V) Quem interpreta cria
normativa da Jurisprudência VI) Surgimento da
III) Técnica Legislativa Proporcionalidade e
razoabilidade como limites à
interpretação.
Dicas de terminologia:
a) nem todo princípio é constitucional. Existem princípios legais, que
não decorrem da constituição.
b) Nem toda norma constitucional é um princípio. Existem normas
constitucionais que são regras. Ex. colégio Dom Pedro II fica sob a
administração da União.
c) Nem toda norma muito importante é um princípio. Há regras que
são muito importantes. Ex. regra da motivação das decisões, sob pena
de nulidade.
d) O Princípio objetiva uma meta, um estado de coisas, sem
estabelecer como se chega a isso.
e) A decisão que se baseia em princípio é uma fundamentação
diferente e mais complexa. Ex. motivar a intempestividade de recurso
é mais fácil do que motivar a união homoafetiva.
Jurisprudência é norma.
É pacífico que a jurisprudência possui eficácia jurídica/força normativa.
Porém, nem toda jurisprudência tem força normativa, mas apenas de alguns
tribunais. Todo o sistema jurídico brasileiro é formado nessa premissa e hoje
nem se discute mais essa questão.
Ex. cláusula geral da função social da propriedade; da boa fé; da função social
do contrato;
Transformações na Hermenêutica:
II) Subjetiva: são direitos que devem ser protegidos. O processo tem
de ser adequado para bem tutelar direitos fundamentais.
Resumindo:
Transformações na Hermenêutica:
IV) Distinção entre texto e norma jurídica
V) Quem interpreta cria
VI) Surgimento da Proporcionalidade e razoabilidade como limites à
interpretação.
Textos da aula 1:
I) Humberto Ávila sobre Neoconstitucionalismo – entre a ciência do
direito e o direito da ciência. Ele discute o abuso dessas premissas.
II) Daniel Sarmento sobre Neoconstitucionalismo
III) Teoria da Katchanga
IV) Ler: cláusulas gerais Processuais (Fredie Didier – no site dele)
V) Judith Martins-Costa – O direito Privado como um sistema em
construção.
Cogentes ou injuntivas: leis de ordem pública que não podem ser modificadas por vontade das partes.
Podem ser:
Supletivas ou permissivas: Regem interesses particulares. Logo, podem ser alteradas por vontade das partes.
Quanto à sanção:
Ex: divorciado que se casa antes de fazer a partilha de bens somente pode se casar no regime de separação
obrigatória de bens.
d) Imperfeitas: São normas que, se forem violadas, não acarretam qualquer sanção.
Aula 02
1) Praxismo/Imanentismo:
É a pré-história da ciência do processo. Há a preocupação das práticas do foro.
Não se examina o processo de uma forma isolada.
O processo e o direito material se confundem.
2) Processualismo:
É a fase do processo material e da construção da ciência do processo. O
propósito era distinguir/afimar o direito do processo frente ao direito material.
Essa fase vai até meados do século XX.
3) Instrumentalismo:
Preocupação com as funções do processo, sobretudo com a efetividade do
processo. Passou-se a preocupar com o funcionamento/ acesso à justiça,
efetividade do processo. Passou a pugnar uma aproximação do processo
com o direito material.
4) Neoprocessualismo/Formalismo-valorativo:
Fase de reconstrução da ciência do processo, tendo em vista as
transformações havidas na ciência jurídica com a
Neopositivismo/Neoconstitucionalismo.
Para Didier é a fase que estamos vivenciando.
Carlos Alberto Alvaro de Oliveiro designou essa fase como formalismo-
valorativo (cai muito em concurso), pois trata-se de um conjunto de
formas que concretizam valores (direitos fundamentais).
Todo processo, por mais simples que ele seja, traz em seu conteúdo um
problema de direito material a ser resolvido.
Ex. se o problema é uma possessória – vai para vara cível com rito específico.
I - CONTRADITÓRIO:
Possui 2 dimensões:
II - PUBLICIDADE:
Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao
presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei.
Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para
apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os
autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa.
IV – EFICIÊNCIA:
É a conjugação do art.37 c/c art.5º (Devido Processo Legal) CF. O art.37 fala
em “qualquer dos poderes”.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Aula 3
I- Princípio da EFETIVIDADE:
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do
processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
II - proceder com lealdade e boa-fé;
Ex. uma execução pode ser realizada de formas eficiente e efetiva por 2
maneiras. Entretanto, eu escolho a mais danosa.
2) Subjetiva:
O processo tem que ser adequado aos sujeitos que vão participar deles.
Ex. Processo próprio para incapazes, pessoas de direito público,
hipossuficientes econômicos, idosos.
Ex. intervenção do MP quando há um incapaz.
3) Teleológica:
É a adequação do Processo aos seus fins/propósitos.
Ex. Não permitir um processo sem fim.
Ex. o juizado não admite perícias complexas, pois está incompatível com o
fim do juizado.
PRECLUSÃO
Conceito:
É a perda de um poder jurídico processual (de um direito). Pode ocorrer
tanto em relação às partes como para o juiz.
Ex. Se o juiz sentencia ele não pode sentenciar de novo.
Fundamentos da preclusão
É uma técnica processual que se fundamenta em 3 Princípios:
a) Princípio da Segurança Jurídica
b) Princípio da Boa Fé Processual
c) Princípio da Duração razoável do Processo
Ex. o julgamento antecipado da lide gera a preclusão lógica, ou seja, não pode
ser julgado pela improcedência por falta de provas. Se faltam provas, não
dispense as provas e julgue antecipadamente.
Aula 04
Preclusão (continuação)
O que fazer no concurso? Depende da banca e como foi formulada. Tem que
saber quais são as correntes e falar qual é majoritária e qual é a minoritária.
MODELOS DE PROCESSO
O devido processo legal estabelece um modelo de processo a ser seguido.
Cada país estruturará o modelo de acordo a sua cultura, ou seja, não é
universal.
Os estudiosos do mundo ocidental costumam dividir o processo de 2 formas. É
uma divisão feita de acordo com a distribuição do trabalho entre juiz e parte:
Como cai em concurso? Não dá pra decorar. Tem que observar o que
perguntou na questão.
Ex. O juiz pode pedir prova de ofício. Isso está de acordo com o Princípio
Inquisitivo.
Ex. O juiz pode agir de acordo com as partes. Isso está de acordo com o
Princípio Dispositivo.
GARANTISMO PROCESSUAL
O ativismo judicial tem a ver com até onde pode ir o juiz na condução do
processo. Ela se revela em 2 dimensões:
a) Material: que se revela com a proliferação das normas abertas (ex.
Proliferação dos Princípios, Cláusulas Gerais, controle das políticas
públicas pelo judiciário, expansão pelo controle de
constitucionalidade.
b) Processual: se revela no incremento de poderes de juiz na condução
de um processo. O reforço dos poderes do juiz na produção do
processo diz respeito ao Princípio Inquisitivo. Nos últimos anos isso tem
fortalecido aqui no Brasil, reforçando a inquisitividade do processo
pátrio.
Aula 05 – 18/02/2013
1)JURISDIÇÃO
Além do juiz ser um terceiro, ele deve ser ainda imparcial. Imparcial é aquele
juiz que não tem interesse na causa, ou seja, ele é um desinteressado. A
ImparCialidade é um dado subjetivo.
Não confundir imparcialidade com neutralidade, pois esta não existe. Ninguém
é despido de valor.
Se limita pelos textos da lei, ou seja, deve decidir conforme o direito. Ele
pode até não aplicar a lei, mas tem que dizer que ela é inconstitucional . O juiz
não pode decidir contra o direito.
Ademais, o juiz se limita a decidir aquele caso concreto.
Criatividade jurisdicional:
Limites: direito e caso.
Manifestões: cria norma jurídica concreta e precedente para casos
futuros.
Aula 06 – Online 01
2)EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
1) Autotutela:
Conceito: é a solução do conflito imposta por um dos conflitantes; submete ao
outro a solução do conflito. É uma forma de fazer justiça com as próprias mãos
e pela força.
Em princípio, a autotutela é proibida. Entretanto, há casos residuais em que se
permite a autotutela.
Ex. legítima defesa, direto de greve, direito de retenção, desforço incontinente
(direito do possuidor reagir para proteger a sua posse); poder da administração
efetivar os seus próprios atos.
2) Autocomposição:
É a solução negocial do conflito. Os sujeitos do conflito põe fim a este de
forma negocial. É considerada a forma mais efetiva de solução de conflito,
tanto que ela é estimulada.
Ex. fazer divórcio e inventário consensuais em cartório.
Autocomposição:
Pode resultar de uma:
Transação
Submissão:
Ela pode ser realizada:
Extrajudicial
Judicial
Modo de chegar a autocomposição (transação e submissão)
Com a participação de um terceiro (mediação e conciliação)
Sem a participação de um terceiro
Submissão judicial:
a) sendo o autor que se submete ao réu há a renúncia ao direito sobre o qual
se funda a ação.
b) Sendo o réu que se submete a vontade do autor fala-se em
reconhecimento da procedência do pedido.
3)ARBITRAGEM
As partes podem optar por uma arbitragem avulsa ou institucional (perante uma
câmara de arbitragem – Ex. Câmara Brasil-Canadá; Câmara da Bahia). Ela é
amplamente utilizada no Brasil.
3) Árbitro e Juiz Estatal:
A decisão arbitral é chamada de sentença arbitral que é título executivo
judicial, ou seja, não precisa ser homologada pelo juiz estatal (até 1996
isso era necessário).
Teoria da dupla porta está ligada a ideia de que a sentença arbitral pode ser
revista através do cumprimento de sentença ou de ação anulatória. Mas
prevalece na jurispudencia que a via mais adequada é a anulatória conforme
art.33 da Lei de Arbitragem.
4) Convenção de Arbitragem:
É o Negócio Jurídico (sempre escrito) pelo qual as partes optam pela
arbitragem. A convenção de arbitragem tem 2 espécies:
a) Cláusula Compromissória.
b) Compromisso Arbitral.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
IX - convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada
neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
4) PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
Casos de Extraterritorialidade:
Obs.1O art.230 CPC é um exemplo de extraterritorialidade, pois admite que um
oficial de justiça de uma cidade vá a uma comarca contigua ou da mesma
região metropolitana para fazer atos de comunicação. Ex. citação, intimação.
Neste só são admitidos atos de comunicação, ou seja não é admitido penhora.
Pode até ocorrer em Estados diferentes. Ex. Juazeiro e Petrolina.
Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma
região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer
delas.(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993)
Obs.2
Art.107 CPC - extraterritorialidade
Ex. um mesmo imóvel está localizado em 2 comarcas diferentes. O juiz de uma
dessas comarcas, ao conhecer da ação terá conhecimento de todo o imóvel.
Ex.1 Estado de RR foi criado e não havia juízes. Foi feito um concurso e só
foram aprovados 04 juízes, sendo que haviam 7 desembargadores. Foi
ajuizada uma ação popular contra todos os desembargadores. O STF entendeu
que não havia juiz natural neste caso, pois todos os juízes recém concursados
estavam em estágio probatório e não havia condições de independência que
garantisse a imparcialidade destes.
Ex.2 é vedado o presidente do tribunal indicar um juiz específico para julgar
determinada causa.
5) JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
a) Atividade integrativa:
Pela jurisdição voluntária o juiz integra a vontade do particular para que
determinados efeitos jurídicos se produza.
b) Atividade de fiscalização
O juiz fiscaliza a prática de uma ato para verificar se este preenche os
requisitos legais necessários para a produção de efeitos jurídicos.
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o Ministério
Público.
Art. 1.106. O prazo para responder é de 10 (dez) dias.
e) Inquisitivo:
O processo de Jurisdição voluntária segue um modelo inquisitivo mais forte que
o da Jurisdição Contenciosa. Se destaca na jurisdição voluntária por 2 razões:
Existem vários procedimentos de jurisdição voluntária que podem
começar ex officio. Vide art.1129, 1142, 1160, 1171 CPC.
Art.1109 CPC – decisão por equidade.
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar
mais conveniente ou oportuna.
Ex. Interdição. Pela lei, antes de o juiz fazer a interdição ele terá que fazer uma
interdição. Entretanto, alguns juizes diante de um interditando em coma
adaptava o procedimento de interdição.
f) Essencialmente Constitutivas:
g) Interdição do MP:
Não necessariamente o MP intervém em todo procedimento de interdição voluntária. Ele só
intervirá se tratar de caso de sua intervenção. Art.82 CPC
Ex. envolve incapaz tem intervenção MP
Ex. homologação de acordo por pessoas capazes não tem intervenção do MP.
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se
ocorrerem circunstâncias supervenientes.
COMPETÊNCIA
1) Conceito: competência é a quantidade de poder atribuída a um órgão; é
uma medida do poder, pois mede a quantidade de poder verificando quanto lhe
foi atribuída.
Ex. competência administrativa, executiva, jurisdicional.
3) Regra da Kompetenzkompetenz:
É a regra que diz que o “juiz é sempre o juiz da sua competência”.
4) Distribuição da competência:
O legislador, através da competência que distribui a competência. A CF faz a 1ª
distribuição de competência. Ela cria 5 justiças:
Justiça Federal
Justiça do Trabalho
Justiça Militar
Justiça Eleitoral
Justiça Estadual (residual)
CF
Distribuição de
Competência
O regimento interno do tribunal não pode criar competência para este, mas
pode distribuir a competência que foi atribuída ao tribunal pelas leis e distribuí-
la internamente (dentre os órgãos do tribunal).
1ª parte art. 87: É a data da propositura da ação que define qual o juízo
competente para determinada causa: a data da distribuição ou despacho inicial
nos casos em que não houver distribuição (há apenas 1 vara). Vide art.263
CPC.
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz,
ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia,
só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente
citado.
2ª parte art. 87: Definido qual é o juízo competente para causa é irrelevante as
modificações de dato ou direito ocorridos posteriormente – cria a perpetuação
da jurisdição: a causa ficará naquela vara independentemente do que ocorrer
posteriormente. É uma regra que tem o objetivo de estabilizar o processo
(evita que o processo fique pulando de vara em vara).
Ela traz 2 exceções (2 fatos supervenientes) que quebram a perpetuação da
jurisdição impondo a remissão dos autos para outro juízo:
a) Supressão do órgão judiciário: quando deixar de existir a
vara/juizado.
b) Quando houver alteração em razão da matéria ou hierarquia.
(leia-se “competência absoluta”).
Caso Histórico: com a EC45 houve uma transformação do Poder Judiciário e
mudou a competência da Justiça do Trabalho, atribuindo a esta causas que iam
antes para a Justiça Estadual. A promulgação da EC45 se tornou um fato
superveniente que alterou a competência absoluta. Assim, muitos processos
que estava correndo na justiça estadual foram para a justiça federal.
Só os processos não sentenciados que poderiam ser enviados, pois os
sentenciados já foram julgados por juiz que era competente a época, ou seja, já
tiveram o seu término. Súmula 367 STJ.
Súmula 367
A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados.
6) Classificação da Competência:
A competência pode se classificar entre:
Originária
Derivada
7) Foro de eleição:
Conceito de Foro de eleição: é um território, uma comarca (não pode ser uma
vara) escolhida pelas partes contratualmente para receber todas as causas
relativas aquele negócio.
Foro tem que ser expresso.
Nada impede que haja dois foro de eleição um foro para uma parte ser
autora e quando a outra parte for autora.
O foro de contrato de adesão é possível, salvo quando for abusivo é
nulo.
Controle da abusividade do foro de eleição.
O juiz pode desconsiderar a cláusula do foro de eleição (se abusiva) e remeter
ao domicílio do réu. Caso nem o juiz nem o réu percebam a cláusula de eleição
de foro abusiva há preclusão da matéria
Territorial Loca/cidade
Ex. A vara da fazenda pública faz com que as causa que tramitem naquela
comarca tramitem na Vara da Fazenda Pública.
Atenção! O fato de não haver vara da fazenda pública na comarca não impede
que ela seja julgada por esta. Do mesmo modo, não há alteração de
competência para outra comarca caso esta possua esta vara específica e a
competente não. Vide Súmula 206 STJ:
Súmula 206 STJ a existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a
competência territorial resultante das leis de processo.
Vertical
Horizontal
Horizontal:
Ex.01 juiz e juri.
Ex.02: Câmara do tribunal tem competência funcional para julgar o recursos, o
órgão especial do tribunal tem competência para julgar a inconstitucionalidade
de uma lei.
Vertical.
Ex.01: o juiz julga a causa e o tribunal julga o recurso.
8.1.3 Critério territorial
É preciso definir em que foro/comarca/território/cidade a causa deve se
ajuizada/tramitar. Em regra a competência territorial é, em regra, relativa.
Existem casos excepcionais de competência territorial absoluta. Alguns
autores quando estão diante de uma regra de competência territorial absoluta
se assustam e tendo em vista desse susto optam por não chamá-la de
competência territorial, mas de competência territorial funcional.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o
dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Toda vez que quero proteger uma pessoa coloco a competência relativa do
domicício desta. Ex. consumidor, idoso individual, alimentando, etc.
Art. 94 A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis
serão propostas,
em regra, no foro do domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for
encontrado ou
no foro do domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro
do domicílio
do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer
deles, à escolha do autor.
art. 95 do CPC Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da
situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não
recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e nunciação de obra nova.
O legislador criou foros concorrentes no art. 95: o autor pode o ajuizar a ação
no foro da situação do imóvel, do seu domicílio ou de eleição. Ex. anticrese,
usucapião, etc.
Em sete situações o autor não pode optar; será o foro da situação da coisa
que terá competência absoluta – foro da situação da coisa
Quando fundar-se:
Propriedade
posse servidão
nunciação de obra nova direito de vizinhança
divisão ou demarcação de terras
9) Conflitos de competência
Conceito: há conflito de competência sempre que dois ou mais órgãos
jurisdicionais discutem sobre a competência para julgar uma ou mais de uma
causa.
9.1 Conflito positivo – ambos se dizem competentes para julgar uma causa.
9.2 Conflito negativo – ambos se afirmam incompetentes para julgar uma
causa.
9.3 Conflito pra julgar uma causa só ou pra julgar várias causas.
1 causa
+ de 1 causa
9.4 Há conflito entre juízes, entre juiz e tribunal e há conflito entre tribunais.
Juiz X Juiz
Juiz X Tribunal
Tribunal X Tribunal
OBS: Não existe conflito entre órgãos jurisdicionais que possuem diferença
hierárquica. Sempre vai prevalecer a competência do órgão superior.
Ex. Nenhum órgão jurisdicional conflita com o STF; TJ não conflita com STJ.
Um TJ pode conflitar com TST/TRE.
Um juiz não conflita com um tribunal ao qual ele esteja submetido, mas ele
pode conflitar com um tribunal ao qual ele não esteja vinculado. Ex. juiz BA
TJSP.
STJ O resto
Juiz estadual investido de jurisdição federal ele deve ser tratado como
se fosse juiz federal.
Súmula 3 do STJ
Súmula 3
COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR CONFLITO DE COMPETENCIA
VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIÃO, ENTRE JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL
INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL.
Súmula 428 do STJ veio substituir a súmula 348 (que dizia o contrário)
Súmula 428
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado
especial federal e juízo federal da mesma seção (região) judiciária.
Decorar:
TRF1: BA, MG, MA, PI GO, MT, Toda Região Norte
TRF2: RJ, ES
TRF3: SP/MS
TRF4: Toda Região Sul
TRF5: SE, AL, PE, PB, RN e CE
O problema é que não é qualquer causa federal que pode tramitar na justiça
estadual. Para que uma causa federal tramite na justiça estadual são
necessários 2 pressupostos:
1) É preciso que não haja sede da justiça federal na comarca.
2) É preciso que haja autorização legislativa expressa.
Essa autorização legislativa expressa se dá em nível constitucional e
infraconstitucional.
Em nível constitucional o legislador já permitiu que causas que envolvem o
INSS e segurado podem tramitar na justiça estadual se não houver sede da
justiça federal no domicílio do segurado.
Além disso, a constituição prevê que leis infraconstitucionais podem autorizar
outras hipóteses em que a justiça estadual pode atuar em causas federais.
Vide art.109, §3º CF.
Súmula 689
O SEGURADO PODE AJUIZAR AÇÃO CONTRA A INSTITUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
PERANTE O JUÍZO FEDERAL DO SEU DOMICÍLIO OU NAS VARAS FEDERAIS DA CAPITAL
DO ESTADO-MEMBRO.
Inciso I:
1ª parte:
Entidade Autárquica Federal é designação genérica, pois não só
engloba as tradicionais autarquias como o INSS, mas também as
Agências Reguladoras federais, as Universidades e Fundações
Federais, os Conselhos de Fiscalização Profissional.
Empresa Pública Federal: Caixa Econômica, Infraero, Correios.
Não há previsão de SEM (Sociedade de Economia Mista): Petrobrás, Banco
do Brasil, Banco do Nordeste são SEM e tramitam na Justiça Estadual
2ª parte:
São causas que mesmo se envolver um desses entes federais, não tramitarão
na justiça federal, ou seja, não são causas da justiça federal:
As causas de falência ou recuperação judicial da empresa – Justiça
Estadual.
Causas de Acidente do Trabalho – Ver explicação abaixo
Causas de Justiça do Trabalho – Justiça do Trabalho
Causas da Justiça Eleitoral – Justiça Eleitoral.
Indenização – Justiça do
Trabalho
Trabalhista
Previdenciário – Justiça
Estadual
ACIDENTE
Indenização - Causador
Outra Natureza
Previdenciário – Justiça
Federal
Inciso II:
São causas que não envolvem entes federais, mas tramitam perante a justiça
federal.
A peculiaridade dessas causas é que os recursos que eventualmente
ocorrerem nestes casos vão para o STJ. O STJ funciona como uma 2ª
instância e não o TRF.
Os Estados estrangeiros só vão ser demandados no Brasil/ submetem a
jurisdição brasileira. em causas que não digam respeito a sua soberania, ou
seja, atuam como ente privado. Ex. despejo; carro da embaixada bateu em
outra pessoa.
Inciso VIII:
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Inciso III:
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
Inciso V-A:
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Inciso X:
Atenção! Não é por que um índio é parte que a competência será da justiça
federal. Esta competência é em relação a matéria e não a pessoa.
Ex. se um índio compra um carro e este vem com defeito, ele vai reclamar na
justiça estadual.
Inciso X:
Súmula 3
COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR CONFLITO DE COMPETENCIA
VERIFICADO, NA RESPECTIVA REGIÃO, ENTRE JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL
INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL.
1) Conceitos:
A palavra “litispendência” pode possuir 2 acepções:
Litispendência: é a pendência de 2 processos de igual conteúdo/
idênticas.
A palavra litispendência pode aparecer na prova de concurso com outra
acepção: significa a pendência de um processo.
Do dia em que o processo nasce até o dia em que o processo morre é também
chamado de litispendência. É o tempo de vida do processo.
A conexão é relevante para o direito, uma vez que é conveniente a reunião dos
processos e seu julgamento simultâneo para haver economia processual e
harmonia das decisões. Em razão disso, ocorre o fenômeno da modificação
da competência, ou seja, a conexão é uma hipótese de modificação legal da
competência. Ela se dá de 2 formas:
Um juiz perde a competência para julgar uma causa.
Outro juiz ganha a competência de uma ação que ele não julgaria.
Observações:
A conexão só pode mudar competência relativa. Assim, se as ações
semelhantes tramitam em juízos de competência absoluta distintas não
podem se reunir. Neste caso, para evitar desarmonia uma das ações
será suspensa.
Ex.1. Uma ação de família e ação cível não podem reunir por falta de
competência absoluta.
Ex.2. Ação cível geralmente espera ação penal.
Ex.3. uma ação tramita em 1ª instância e outra em 2ª instância. Não pode
reunir, pois há competência funcional (absoluta) diferente.
evita que um mesmo conflito de direito material receba disparidade de
soluções (decisões conflitantes) perante o Poder Judiciário; objeto é o pedido
mediato (específico bem da vida sobre o qual o autor
pretende a prestação da tutela jurisdicional); causa de pedir é a próxima e a
remota (fundamentos de fato e de direito que ensejem
a prestação da tutela jurisdicional); assegura a reunião das duas demandas
perante um mesmo órgão jurisdicional, que decidirá uniformemente sobre
ambas; qual dos dois juízos julgará as causas conexas ? (perante o
juízo prevento, 106, 219 e 253); importante destacar que a conexão não
determina a reunião dos processos, se um deles já foi
julgado (Súmula 235 – STJ).
Ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial = prevento
aquele que DESPACHOU EM PRIMEIRO LUGAR (art. 106, CPC).
Ações conexas perante juízes que têm competência territorial diversa = CITAÇÃO
torna prevento o juízo (art. 219, CPC).
Quando há conexão:
O Código conceitua a conexão de maneira restrita. Art.103 CPC
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a
causa de pedir.
Para o art. 103 CPC haverá conexão quando houver semelhança da Causa de
Pedir do Pedido.
Ex. pedido de plano econômico a conta de poupança fosse reajustado. Apesar
por várias pessoas não acarreta conexão, pois são contas diferentes.
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às
partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Partes e causa de pedir são iguais, mas o pedido de uma abrange o de outro.
Ex. em uma ação peço para anular uma cláusula de um contrato em face de
um sujeito. Em outra, peço para anular todo o contrato em face da mesma
pessoa.
As causas tem que ser reunidas no juízo prevento (em que houve prevenção).
Para saber qual o juízo prevento, vide art.106 CPC. Se as causas estiverem
na:
mesma comarca: prevento que despachou primeiro.
comarcas diversas: prevento é o juízo onde primeiro ocorreu a citação.
Art.219 CPC
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e,
ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a
prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Qual critério deve prevalecer nas hipóteses de conexão ou continência? (106 ou 219); o
juízo que despachou em primeiro lugar ou o juízo em que, em primeiro lugar, deu-se a
citação? ; 106 só tem aplicação quando ascausas conexas correm perante juízos com a
mesma competência territorial (juízos do mesmo foro); 219 só se aplica quando a
conexão se dá entre causas que têm trâmite perante juízos de competência territorial
diversa (foros diversos); se a demanda conexa ou continente vier a ser proposta quando
autor já tem conhecimento da existência da anterior, a hipótese é de “conexão
sucessiva”
a distribuição se dará por dependência (I, 253);é o que justifica a redação do 108 e 109.
Em havendo identidade de demandas (p. 2°, 301), o critério é outro, o da mera
distribuição da petição inicial (II e III, 253); a finalidade do II, 253, é a de impedir que o
autor possa burlar as regras de prevenção, apresentando tantas petições iniciais quantas
sejam suficientes para que ela seja distribuída para um juízo integrado por um
magistrado quepossa se manifestar mais propício a acolher o pedido do autor; princípio
do “juiz natural”(XXXVII e LIII, 5°) deve ser garantido.
Conexão e continência:
Igual foro: 106 – despacho inicial
Foro diferente: 219 – citação válida
AÇÃO
I) Direito de Ação:
Ação como Direito de Ação significa o direito de provocar a jurisdição e
decorre do Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição. É o Direito ao
Acesso à Justiça. Trata-se de um Direito autônomo, distinto do direito que se
afirma ter no Judiciário contra o Estado. É um direito abstrato, pois qualquer
direito pode ser levado a proteção/apreciação pelo judiciário, ou seja, não
precisa de um direito material específico.
O direito de ação se desenvolve ao longo do processo, uma vez que não se
esgota com a propositura da ação. Assim, por exemplo, pode-se dizer que o
direito de recurso é um direito de ação.
O direito de ação é um direito de conteúdo complexo (compósito), pois se
refere a um feixe/conjunto/complexo de direitos. Este complexo de direitos
permeia vários direitos, como o de provocar, escolher o procedimento, definir o
réu, direito ao recurso. Ex. direito de ação não se esgota quando protocolo a
ação; ele se desenvolve durante o processo.
Apesar do Direito de Ação ser um tema importante, ele não é estudado nesta
aula, pois já foi visto em Princípio da Inafastabilidade e Princípio do Devido
Processo Legal.
Elementos da Ação:
1- Partes:
É todo aquele que está no processo agindo com parcialidade. As partes
da demanda, que são as partes principais, são o demandante e o demandado
(autor e réu).
Mas há quem seja parte, sem contudo ser parte principal, tal como a
parte auxiliar que é aquele sujeito que nem pede, nem tem contra ele um
pedido, mas atua no processo com parcialidade.
Existe aquele sujeito, ainda, que só é parte em alguns momentos/
pedaços do processo. É o caso da parte do incidente. Ex.: perito; juiz contra o
qual foi arguido incidente de suspeição.
Obs. Parte complexa: em alguns casos para que a pessoa possa ser parte,
ela deve estar acompanhada de um representante (ex.: um menor é a parte,
mas para ingressar em juízo deve estar representado). Não há litisconsórcio,
não há duas partes. O que há é uma parte só que necessita de outro sujeito ao
seu lado para representar.
Se o fato da vida possuir uma hipótese normativa, ela incide sobre o fato e
transforma em um fato jurídico (é um fato da vida que sofreu a incidência de
uma norma). Ele gera uma relação jurídica, que por sua vez possui direitos e
deveres.
O fato jurídico me dá um direito (pilar de fato). Causa de pedir são os
fundamentos de fato e de direito (relação jurídica).
Dica:
Direito: é o ordenamento jurídico.
direito: é o direito que a pessoa demanda.
A causa de pedir tem dois pilares, quais sejam: um fático (fato jurídico) e um
jurídico (relação jurídica).
CP - Causa de Pedir
CPP – Causa de Pedir Próxima – Relação jurídica – direito afirmado -
demanda
CPR – Causa de Pedir Remota – fato jurídico
Teoria da Substanciação:
Causa de Pedir = Fatos + Causa (Fundamento) Jurídica.
Exemplo 2:
Teoria Substanciação
1ª ação: Causas de Pedir
3 – Fato Jurídico é reivindicar a coisa porque são distintas
herdei.
4- A relação jurídica é o direito de reivindicar.
2ª ação
3 – Fato é reivindicar a coisa porque comprei.
4- A relação jurídica é o direito de reivindicar.
Através destes exemplos fica fácil visualizar que o CC2002 adotou a Teoria da
Substanciação.
3- Pedido:
O pedido é o núcleo da demanda. Corresponde ao objeto da tutela
jurisdicional. Será estudado mais à frente.
obs.: Ação real não será somente imobiliária e pessoal não será somente
mobiliária.
Existe ação real sobre móveis
Ex. Reivindicatória sobre um carro;
Ex.Usucapião pode ser sobre bens móveis ou imóveis - ação de usucapião
(ação real) de jóia (bem móvel).
Ex. Hipoteca sobre navios e aviões (são considerados bens móveis segundo
código da aeronáutica).
o fazer
o não fazer
o dar. $ (dinheiro)
A execução direta é mais visível, pois ela é mais ostensiva no sentido de estar
a público e tende a ser uma execução mais cara, pois carece de um aparato
como oficial de justiça, instrumentos.
Ex. penhora uma geladeira/carro/ dinheiro no banco.
Ação declaratória
Ação de prestação
Ação mandamental
Ação executiva em sentido amplo
Obs. Uma outra parcela da doutrina dizia que essa divisão não tinha sentido.
Tudo deveria chamar-se ação condenatória. Ação de prestação = ação
condenatória.
1994:
Aconteceu uma revolução no processo civil brasileiro (foi a grande reforma de
1994). Ela alterou estruturalmente todo o Código de Processo Civil. Por conta
da reformulação do art.461 CPC todas as ações de prestação de fazer ou de
não fazer passaram a ser sincréticas.
De um lado aqueles que diziam que em razão dessa reforma não havia mais
ação condenatória na ação de fazer ou não fazer, pois ela era sincrética.
2002:
O legislador sincretizou as ações de prestação para entrega de coisa. O
mesmo que ele fez em 1994 para as ações de fazer/não fazer, ele fez para as
ações de entrega de coisa.
De um lado a doutrina defendia que não havia ação condenatória para entrega
de coisa. Ex. art.287 CPC.
2005:
Sincretizaram as ações de prestação pecuniária. O problema surgiu, pois as
ações condenatórias estariam extintas segundo a doutrina tradicional.
Para resolver este impasse passou a ser predominante a concepção de que
todas as ações de prestação são condenatórias e sincréticas.
Ação condenatória hoje é ação de prestação que permite a execução no
mesmo processo por via direta ou indireta.
Atualmente:
Maioria: ação condenatória = ação de prestação
meramente declaratória
constitutiva
Mandamentais
Executivas em sentido amplo
Ordem de importância:
1 – Teoria Trinária
2 – Teoria Quinária
3 – Teoria Quartenária.
Resumo:
X Mandamentais Mandamentais
Executivas em sentido Executivas em sentido
X amplo amplo
DIREITO POTESTATIVO
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Resumo: Em regra:
i) Ação de interdição: é uma ação constitutiva que tem por objeto tirar
a capacidade do sujeito. Retira-se a capacidade do sujeito.
Entretanto alguns doutrinadores dizem que o juiz declara a incapacidade do
sujeito. Na verdade, o médico é que faz o diagnóstico e o juiz diante disso
decreta a interdição para proibir o sujeito de agir sozinho.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
Ex. Clarisse Herzorg, viúva de Wladimir Herzog, entrou com uma ação de
declaração da responsabilidade da União para declarar a responsabilização da
morte do marido pela União com base do art.4º §único do CC. WH era um
jornalista que apareceu em uma prisão enforcado com os joelhos dobrados
durante a ditadura. Em seu atestado de óbito constava que ele tinha se
suicidado. Como ele era judeu (e o suicídio é uma afronta para os judeus), foi
enterrado separadamente como suicida.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer,
não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I) Teorias Da Ação:
2) Teoria Concretista:
(Final Século XIX – Início Século XX) Criada por Wach na Alemanha.
Foi a primeira ação que distinguiu direito material e direito de ação.
Havia uma concepção chamada de Teoria Concreta sobe as condições da
ação.
Para essa corrente, direito de ação é direito a um julgamento favorável. Logo,
ter um direito material é pressuposto para ter o direito de ação. O direito de
ação só existe se o direito material existir.
Assim, as condições da ação seriam equivalentes às condições para
julgamento favorável.
Carência de Ação: para essa concepção, é sinônimo de improcedência da
ação. Para tal concepção, tanto a carência como a improcedência são decisões
de mérito.
Crítica da doutrina: a teoria concreta está superada por gerar um contrasenso
quando o julgamento for desfavorável. Caso o sujeito perca a ação, tudo o que
foi discutido no processo até a sentença de mérito seria “inexistente”.
Entretanto, como seria possível haver a movimentação da máquina judiciária
neste ínterim e inexistir “direito de ação”?
Ela reúne a Teoria Concreta e Teoria Abstrata. Para ela o Direito de Ação é o
direito a uma decisão de mérito, devendo preencher as condições da ação para
que o mérito possa ser examinado. Há carência de ação quando falta uma
dessas 3 condições.
Assim, as Condições da Ação devem ser preenchidas para que posteriormente
o mérito possa ser examinado, ou seja, para essa concepção examinar as
condições da ação não se confunde com o mérito. Trata-se de uma matéria de
ordem pública.
Direito de petição (direito de obter uma manifestação de qualquer órgão
público, dentre eles o Poder Judiciário – é amplo, genérico e incondicional) é
diferente do direito de ação (direito a uma decisão de mérito, é condicionado).
Sendo assim, não haveria motivo para a criação de uma 3ª categoria (condição
da ação), pois só haveria as 2 categorias processuais acima citadas.
Ex. sujeito propõe ação de alimentos e juiz descobre que o autor não é filho (há
uma relação de prejudicialidade entre os 2 pedidos). Para Liebman falta
legitimidade (condição da ação) e isso não adentra o mérito; mas para o
juiz não é filho, não tem direito a alimentos, então há verificação do mérito.
Para a teoria eclética a análise das condições da ação deve ser feita a
qualquer tempo enquanto pendentes as questões de mérito. A análise das
condições da ação pode necessitar de prova, ou seja, para Liebman o juiz pode
determinar a realização de prova para verificar as condições da ação. Ex. pode
fazer perícia para interesse de agir; ouvir 3 testemunhas para verificar a
legitimidade.
Didier não concorda com a Teoria Eclética nem a Teoria da Asserção. Para
ele, melhor seria a Teoria Abstrata, pois não é possível haver pressupostos
processuais e condições da ação ao mesmo tempo.
Utilidade: há interesse de agir quando a demanda for útil, ou seja, quando ela
possa propiciar algum proveito para o demandante.
Ex. quando ele perde o objeto do processo, trata-se de falta de utilidade.
Ex. cobro uma dívida, cujo valor não cobre nem as custas do processo. Se falta
utilidade falta interesse de agir.
Obs. O STJ já se pronunciou no sentido de que não existe utilidade prática, e
por consequência interesse de agir, em execução de valor ínfimo pela Fazenda
Pública.
Adequação:
Para Didier e parte da doutrina trata-se de uma dimensão inadequada.
Trata-se da adequação do procedimento a aquilo que se pede. O pedido
formulado pelo autor deve ser apto a resolver o conflito de interesses
apresentado na petição inicial.
Ex. em esbulho possessório não é adequado o juízo petitório
Crítica: Didier não concorda com essa dimensão porque mistura a demanda
com o procedimento. Se escolho o procedimento errado, há um erro de
encaminhamento e não adequação, então não há falta de interesse. Aqui,
basta corrigir o erro. Ex. entra com MS, mas precisa de perícia. Logo, o MS é
inadequado.
Para Daniel Assunção a crítica acima fala inadequação procedimental, que é
diferente de interesse-adequação (inaptidão do pedido)
Obs. Se ainda não existe resistência à pretensão deduzida pelo autor em juízo,
este é carecedor da ação por falta de interesse processual, pois a existência de
litígio constitui condição essencial do processo.
O legitimado extraordinário vai ser a parte do processo. Ele que será o autor
ou o réu. Em relação a ele se vai aferir competência em relação à pessoa.
Ex. OAB entrou com ação civil pública na Justiça Estadual – na verdade ela
tem que entrar na justiça federal.
PRESSUPOSTO PROCESSUAIS
1) Introdução:
Há pressupostos de cada ato processual. (Ex. pressupostos da PI, da Citação,
etc.) e há pressupostos do processo, ou seja, do conjunto dos atos.
Exemplos:
Motivação da sentença – PAP
Competência do juízo – PP
Pressupostos – existência
Requisitos – validade
Mas geralmente nas provas só usa o termo “requisitos” para ambos.
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
1) Pressupostos de Existência:
i) Órgão investido de jurisdição.
ii) Demanda – é um ato inicial que começa por provocação.
iii) Capacidade de ser parte (personalidade judiciária/processual): é a
aptidão de ser parte de um processo. Trata-se de um atributo absoluto. Tem
capacidade para ser parte:
o Pessoas: naturais e Jurídicas
o Outros:
Órgãos: MP, Procon. Defensoria, TCU
Comunidade Indígena
Nascituro
Condomínio
Massa falida
Espolio
Herança Jacente
Nondum Conceptos: filhos não concebidos
Obs. A pessoa natural adquire personalidade jurídica (capacidade de direito) a partir do
nascimento com vida (cf. artigo 2º, do Código Civil) – teoria natalista. Sendo assim, é correto
afirmar que o nascituro, porque ainda não nasceu com vida, não detém personalidade jurídica
(equivale a capacidade de direito), mas detém capacidade de ser parte no processo.
Capacidade de ser parte no processo é diferente de capacidade de fato, pois esta é a
possibilidade da pessoal praticar atos da vida civil sem necessidade de ser intervenção de
terceiro.
Obs. Existem alguns sujeitos que não têm personalidade jurídica (civil), mas que podem ser
parte no processo. Nesse caso, dizemos que gozam de personalidade judiciária.
Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas,
Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade
indígena.
Há uma corrente séria de que os grandes primatas devem ser tratados como
sujeito de direitos incapazes. São eles: Gorilas, Chipanzés, Orangotango,
Bonogo.
Aula 12 – 01/04/2013
Juiz
Imparcialidade
Objetivos
Extrínsecos
I) Capacidade Processual:
Pressupostos Processuais
Capacidade de ser parte Capacidade processual
Personalidade judiciária/ processual ≠
Capacidade judiciária se assemelha a Capacidade de fato
(existência) (validade)
A regra é a de que quem tem capacidade civil tem capacidade processual, mas
é possível imaginar quem tenha a capacidade civil e não tenha capacidade
processual ou quem tenha capacidade processual e não tenha capacidade
civil. Assim, a capacidade civil e processual são autônomas.
Ex.1.uma pessoa casada tem capacidade civil, mas em alguns casos tem a
capacidade processual restringida.
Ex.2. adolescente de 17 anos não tem capacidade civil, mas sendo ele eleitor,
pode entrar com ação popular (tem capacidade processual sem ter capacidade
civil).
Ex.3. o preso tem capacidade civil, mas não tem capacidade processual nos
juizados.
Obs. na relação Estado com seus agentes públicos, o Brasil adota a Teoria da
Imputação ou Teoria do órgão: A vontade do órgão ou do agente é imputada
à pessoa jurídica a cuja estrutura pertence, ou seja, a vontade do agente se
confunde com a vontade do órgão.
Súmula 196
AO EXECUTADO QUE, CITADO POR EDITAL OU POR HORA CERTA, PERMANECER
REVEL, SERA NOMEADO CURADOR ESPECIAL, COM LEGITIMIDADE PARA
APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS
O curador não pode reconvir, denunciar a lide, pois nessas hipóteses não se
está defendendo, mas demandando em juízo. Assim, o curador não pode
demandar, mas somente defender.
O curador especial não é parte, mas representa a parte; a parte é o
curatelado.
Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que
versem sobre direitos reais imobiliários. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: (Parágrafo único
renumerado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
I - reais imobiliárias; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
I - que versem sobre direitos reais imobiliários; (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por
eles; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de
recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; (Redação dada pela
Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre
imóveis de um ou de ambos os cônjuges.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.(Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta (= separação convencional):
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar
futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou
estabelecerem economia separada.
Pode acontecer do consentimento não poder ser dado (ex. sujeito em coma,
auto mar, em guerra) ou o consentimento não foi dado sem justificativa.
Neste caso, o juiz (de família) pode suprir o consentimento através de ação de
jurisdição voluntária.
Se o juiz se depara em uma ação com a falta do consentimento, deve o juiz
intimar o cônjuge preterido, para que este decida o que fazer. O silêncio do
cônjuge preterido significa anuência.
Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que
versem sobre direitos reais imobiliários. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: (Parágrafo único
renumerado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
I - que versem sobre direitos reais imobiliários; (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por
eles; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de
recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; (Redação dada pela
Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre
imóveis de um ou de ambos os cônjuges.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.(Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)
V) Capacidade Postulatória:
Alguns atos processuais exigem além da capacidade processual uma outra
capacidade: a capacidade técnica chamada de capacidade postulatória.
A capacidade postulatória é a capacidade exigida para a prática de atos
postulatórios. No Brasil, a capacidade postulatória é do membro do Ministério
Público, Defensor Público ou advogado.
Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á
lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no
caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver.
Problemas:
Qual é a natureza do ato praticado sem a capacidade
postulatória/sem advogado quando ele é exigido?
R. Neste caso, estamos diante de um ato praticado por um incapaz. Se o ato
é praticado por agente incapaz, este ato é nulo (Art.4º do Estatuto da OAB).
Por isso a capacidade postulatória é pressuposto de validade.
≠
Qual a natureza do ato praticado por advogado sem
procuração?
R. Perceba que este problema não diz respeito à falta de capacidade
postulatória, pois o ato foi praticado por quem tem capacidade postulatória,
mas sem procuração. É um ato que existe, é um ato válido, mas ele não
produz efeito para o suposto representado enquanto ele não o ratificar.
É preciso que o suposto representado ratifique este ato, sob pena de
não produzir efeitos para ele, mas tão somente para o advogado. É como
se o advogado estivesse postulando em causa própria (postulando ad
causam). Para Didier, o art.662 CC expressa de forma correta este
entendimento:
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes,
são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à
data do ato.
Entretanto o art.37 p. único CPC é péssimo, pois disciplina que o ato tem que
ser ratificado, mas caso não seja, será inexistente. Há um problema, pois
como um ato que pode ser ratificado; autorizar perdas e danos e ao mesmo
temo ser inexistente? Há uma aberração técnica. Como o CC é posterior ao
CPC, entende-se que houve revogação deste dispositivo:
Art.37 Parágrafo único CPC. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes,
respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.
Entretanto, a súmula 115 STJ tem por base o art.37, p. único do CPC, e de
igual forma demonstra-se equivocado.
Súmula 115
NA INSTANCIA ESPECIAL É INEXISTENTE RECURSO INTERPOSTO POR ADVOGADO
SEM PROCURAÇÃO NOS AUTOS
Doutrina Minoritária: Para alguns doutrinadores brasileiros (Arruda Alvim e
Tereza Wambier), o §único do art.37 consagra a capacidade postulatória
como pressuposto de existência do processo.
Para Didier isso é um absurdo por 2 motivos:
O §único do art.37 CPC não trata de capacidade postulatória.
Interpretar literalmente este dispositivo é um equívoco.
1) Pressupostos intrínsecos:
Os pressupostos intrínsecos dizem respeito ao procedimento. É o respeito ao
procedimento.
Ex. a petição tem que ser apta; documentos indispensáveis tem que ser
juntados; as custas têm que ser juntadas; a citação deve ser feita.
Citação:
Condição de eficácia do processo para o réu
Requisito de validade da sentença proferida contra o réu.
Ex. Não pode haver litispendência para que o processo seja válido
Ex. Inexistência de coisa julgada.
Ex. Inexistência de convenção de arbitragem.
Para Barbosa Moreira (entendimento minoritário) tem uma visão peculiar, pois
entende que os pressupostos extrínsecos são condições da ação.
LISTISCONSÓRCIO
Aula 13
NÃO
SIM
SIM NÃO
Litisconsórcio Litisconsórcio
Unitário Simples
Clássico concursal:
Para melhor análise é preciso fazer a distinção entre:
Conduta alternativa: é toda conduta que a parte pratica cujo propósito
é melhorar a sua situação no processo. Chama-se alternativa, pois o
fato de praticá-la não significa que a sua ação será acolhida.
Ex. recorrer, alegar, impugnar, contestar.
da comunhão
da conexão
da afinidade
Vide art. 46
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.
Inciso I – Comunhão
Inciso II e III – Conexão
Inciso IV – Afinidade.
Questões de Concurso:
Existe entre nós o litisconsórcio facultativo impróprio?
R. Sim, desde que seja nestes termos, ou seja, não basta a vontade do réu
(código de 73), mas conforme os requisitos do art.46, §único CPC.
A designação é auto-explicativa.
o Litisconsórcio necessário é aquele cuja formação é obrigatória.
o Litisconsórcio facultativo é aquele cuja formação é uma opção.
o Unitário
Litisconsórcio
Necessário
o Quando a lei expressamente o impuser.
Assim, o litisconsórcio necessário por força de lei tende a ser simples, pois se
for unitário entraria na regra geral. Ex. ação popular; ação de usucapião.
Existe litisconsórcio facultativo unitário. Existe unitário que não é necessário.
Assim:
B recusa
A B
X C A X
B C
Unitário Necessário
Simples Facultativo
Assuntos Avulsos:
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a
eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes
necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.
Ex. uma mulher de 25 anos entra com ação, pois quer fazer um concurso, mas
está impedida por edital. Outra mulher de 25 anos pede para ser litisconsorte.
Isso é muito comum na prática forense, pois é uma forma de escolher o juiz.
INTERVENÇÃO DE 3ºs
1) Conceitos fundamentais:
Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do assistente será
deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse jurídico
para intervir a bem do assistido, o juiz:
C (terceiro)
x
A B (réu)
(autor)
Outra relação
C (terceiro) C y B
C tem com B uma relação que não é discutida na ação, mas é ligada a
ela, de modo que a solução do processo entre A e B repercute entre C e B.
Trata-se de um interesse reflexo, por isso mediato.
Ex. sublocatário e do locatário. Se locatário for despejado o sublocatário
sofrerá conseqüências.
Embora seja parte, o assistente simples é parte auxiliar, ou seja, não é
litisconsórcio assistido. O assistente simples fica vinculado com a vontade do
assistido, ou seja, se o assistido quiser renunciar, o assistido não pode se opor.
Nada obstante, o assistente pode ajudar o assistido.
Ex. o assistente pode apresentar contestação pelo réu caso este não tenha
apresentado involuntariamente.
Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; (o assistido impediu o
assistente).
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa,
não se valeu.( o assistido de sacanagem não se defendeu)
Aula 15 – 22/04/13
Coisa Litigiosa Alienada
A coisa discutida em processo judicial é passível de ser alienada. É valida e
eficaz entre as partes que celebram o negócio, mas é ineficaz perante o
processo: é como se o dono da coisa continuasse sendo aquele que alienou a
coisa, para o processo.
Exemplo:
X
A B (alienante)
(adversário)
C (adquirente)
Ex. A está brigando com B por um imóvel. Se aquele quiser vincular a decisão
a 3ºs (C) caso na matrícula do imóvel estiver averbada a pendência de uma
ação, conforme previsão da Lei de Registro Público.
A alienação da coisa litigiosa pode gerar uma sucessão processual, desde que
o adversário de ambos concorde com isso.
X
A C (adquirente)
(adversário)
É possível, ainda, que o alienante em vez de sair do processo, permaneça
neste como assistente simples do adquirente.
Ex. O adversário não aceita que o adquirente suceda o alienante (A não aceita
que C entre no lugar de B).
Nesta hipótese o adquirente intervirá para ser assistente
litisconsorcial do alienante. Aqui B permanecerá no processo em nome
próprio, defendendo interesse alheio. Assim, o alienante (B) – alienante
ordinário - permanece substituto processual ou legitimado extraordinário
(legitimação extraordinária superveniente) de C.
7.3) Oposição:
Exemplo:
X 1
A B A B
2
C A
B
C
Art. 58. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o
opoente.
A oposição é a 1ª coisa a ser julgada, pois se o direito for de C, ele não será
nem de A nem de B. Art.61 CPC:
Art. 61. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação e a oposição, desta conhecerá em
primeiro lugar.
Obs.3: os opostos (A e B) serão citados pelos seus advogados, pois estes tem
autorização para receber citação na oposição.
Audiência Sentença
1 2 3
Incidente do Processo: Processo incidente: Não cabe
Art.59 Art.60 oposição
Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o procedimento ordinário,
sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento
do processo, por prazo nunca superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la conjuntamente
com a oposição.
Não tem nada a ver com embargos de 3º (constrição judicial indevida), mas
apenas há uma intervenção na coisa que está sendo discutida.
Exemplo:
X
A B (chamante)
C (chamado)
Chamante Chamado
Fiador Devedor
Fiador Cofiador
Devedor Devedor
Obs.1 Fornecedor Seguradora
Obs.2: nas ações de alimentos é possível que haja vários alimentantes. Cada
um paga o que puder, ou seja, não é uma obrigação solidária. Não existe uma
obrigação de alimentos com vários devedores, pois são obrigações diversas
entre os alimentantes. Vide Art.1698 CC:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos
respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas
a integrar a lide.
Contrário a este entendimento, Didier afirma que este artigo permite que o
autor da ação de alimentos peça que outros devedores de alimentos integrem a
ação, e não o réu. Assim, não autoriza o chamamento ao processo, mas sim o
acréscimo do pólo passivo da ação pelo autor.
Exemplo:
X
A B
Nesses casos, B não pode declarar-se parte legítima, pois ele sabe quem é, ao
contrário de A interpôs a ação contra B pela aparência, pois mantém com o
nomeado uma relação de subordinação.
A escrita correta é denunciação “da” lide e não denunciação “a” lide. O verbo
denunciar é bitransitivo direto e indireto. O réu denunciou a lide (T.D.) a uma 3ª
pessoa (T.I.). Há aquilo que se denuncia e a quem se denuncia. Não é por que
tem “a” que tem crase.
Exemplo:
X 1
A B A B
(denunciante) 2
B C
C (denunciado)
Características:
A denunciação da lide agrega ao processo um pedido novo e amplia
objetivamente o processo.
Trata-se de uma ação regressiva, em que busca-se do 3º o reembolso
dos prejuízos.
Trata-se de uma ação regressiva eventual, pois a denunciação da lide
ocorre para a hipótese do denunciante vir a perder a causa. É uma ação
de regresso proposta antes do denunciante ter prejuízo.
O juiz vai examinar primeiro a demanda principal, pois se B ganhar
na demanda principal a denunciação da lide sequer será examinada; ela
fica prejudicada.
Clássico concursal:
Qual é a posição processual do denunciado na demanda principal?
R. Na denunciação ele é réu. Existem 3 concepções:
1 – Para o CPC e doutrina majoritária, o denunciado é litisconsorte do
denunciante contra A na demanda principal. Posição majoritária.
Aula 16:
É possível que o juiz condene diretamente o denunciado a ressarcir
o adversário do denunciante?
A B
R. Do ponto de vista do direito material, isso não é possível porque C não tem
relação com A. Entretanto, a jurisprudência criou um caso de condenação
direta, exemplificadamente:
A B (causador do dano)
(vítima)
C (seguradora)
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro
será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.
A B (comprador)
(terceiro)
Evicção
C (vendedor)
Peculiaridades:
A denunciação da lide é uma inovação do CPC de 1973. Antes disso,
não havia denunciação da lide, mas havia evicção – seu instrumento era o
chamamento à autoria (foi extinto em 1973).
Chamamento à autoria: servia para informar ao devedor que ele estava sendo
demandado pela coisa. Trata-se de uma ameaça de futura ação regressiva (“se
eu perder eu me volto com uma ação regressiva contra você).
A denunciação da lide, por sua vez. não é uma ameaça de demanda, mas a
própria demanda.
O vendedor tinha 2 opções: assumir o lugar do comprador ou aguardar o
resultado da ação entre terceiro e comprador e a ação em regresso.
A denunciação da lide é obrigatória? A não denunciação da lide
implica perda do direito de regresso?
R. A resposta desta pergunta passa por 4 etapas:
ii. Desde que o código saiu, a doutrina, praticamente unânime, diz que a
obrigatoriedade só poderia existir nos casos de evicção (art.70,I CPC).
iii. Depois de um tempo a doutrina concluiu que até mesmo nos casos de
evicção é possível cogitar a hipótese em que a evicção não é
obrigatória. Quando a denunciação for proibida ela não será obrigatória:
o juizados especiais – procedimentos sumários – a lei proíbe a
denunciação da lide
o denunciação da lide for impossível, como em um processo
administrativo que comporta evicção. Ex.DETRAN apreende um
carro.
A B (comprador)
(terceiro)
Evicção
C (vendedor)
D (vendedor de C)
E (vendedor de D)
Art. 456 CC. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do
litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as
leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a
procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de
recursos.
Humberto Teodoro por sua vez entende que a denunciação per saltum
é permitida com base no art.456CC, com uma ponderação: todos os
alienantes respondem solidariedade perante o último comprador. Para
Didier, ela é mais coerente.
O art.70,III CPC:
PETIÇÃO INICIAL
Réu:
Se o autor não souber as informações completas colocar como ignorado.
Ex. Nome completo ignorado, estado civil ignorado, etc.
O fundamental é identificar quem é o réu, mesmo que não se saiba quem ele é.
Ex. consignação em pagamento de credor relativo ao imóvel tal relativo a uma
enfiteuse. Aqui tem que citar por edital.
Ex. ação possessória em face de um grupo de 600 pessoas. Se admite que a
ação seja proposta nominando alguns (o líder e o promotor da ocupação, como
o MST) e dizendo que tem todos os outros lá ocupando.
5. Causa de Pedir
6. Pedido (vamos ver posteriormente).
7. Requerimento de citação.
O autor tem que pedir expressamente a citação do réu e a forma como será
citado. Se não dispor a forma , vai ser feito por correio.
Atenção! Jamais coloque na prova “atribui o valor da causa em R$... para fins
meramente fiscais”. Melhor colocar “Atribuo/atribuem o valor da causa no valor
de R$ tal”. Não colocar “Dá-se a causa...
i. Valor da causa por determinação legal: o ator tem que seguir o modo
pelo qual se calcula o valor da causa. Art.259 CPC
Ex. sujeito pede 3 milhões de reais em razão de dano moral. Aqui não cabe
impugnação ao valor da causa, mas impugnação ao pedido, pois este é
absurdo.
Se o pedido é genérico, cabe ao autor arbitrar (o controle será pela
razoabilidade).
I) Emenda
Emendar a petição inicial é reparar, corrigir, retificar a petição inicial em razão
de um defeito. O juiz tem o dever de mandar o autor emendar, ao mesmo
tempo que o autor tem o direito do autor de emendar em 10 dias. O Princípio
da Cooperação se concretiza no artigo 284 CPC.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts.
282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o
consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por
lei.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será
permitida após o saneamento do processo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
A alteração subjetiva pode ser feita até a citação; ela não pode ser feita depois
do saneamento. Entre a citação e o saneamento ela pode ser feita desde que o
réu consinta.
Citação Saneamento
NÃO
SIM SIM, deste que o
réu consinta
III) Aditamento
Aditar é acrescentar algo a petição inicial.
Regra: O aditamento do pedido pode ser feito até a citação. Art.294
Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas
acrescidas em razão dessa iniciativa. (Redação dada pela Lei nº 8.718, de 14.10.1993)
IV) Redução
É retirar alguma coisa da Petição Inicial
Ocorre em várias hipóteses: pode fazer um acordo em relação ao pedido;
renunciar a um pedido; desistir em relação a um pedido. Não existe um acordo
de acordo com a redução.
V) Indeferimento
É peculiar, pois o juízo de rejeição é sempre liminar: o juiz ao indeferir a
Petição inicial não cita o réu.
É uma decisão tomada em favor do réu, mas sem ouvi-lo.
Aula 17
Prescrição e decadência
A improcedência prima facie pode ser:
(art.295,IV e art.269, IV)
Improcedência nas causas
repetitivas
Art. 295. A petição inicial será indeferida: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 269. Haverá resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; (Redação dada pela Lei nº 5.925,
de 1º.10.1973)
Obs.1: O juiz deve conhecer de ofício, pois o réu ainda não foi citado.
Em relação à decadência, o juiz só pode conhecer de ofício de decadência
legal. Decadência convencional não pode ser conhecida de ofício.
Já em relação à prescrição, o código de processo (§5º art.219 CPC) autoriza o
juiz conheça de ofício de qualquer prescrição
§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido
proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. (Incluído pela
Lei nº 11.277, de 2006)
Art. 295. A petição inicial será indeferida: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - quando for inepta; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
III - quando o autor carecer de interesse processual; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da
causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo
de procedimento legal; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Vl - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I) Inépcia da inicial.
É a petição inapta; trata-se de um defeito da petição inicial que se relaciona
com o pedido ou a causa de pedir. O código enumera as causas de inépcia
no § único do art.295 CPC:
i. O pedido ou causa de pedir forem formulados de maneira obscura ou não
existir.
ii. Da narração dos fatos não ocorrer (petição contraditória/incoerente)
iii. O pedido for juridicamente impossível
iv. Quando tiver pedidos incompatíveis entre si. Ex. ao mesmo tempo quer
resolver o contrato ou cumpri-lo.
Na sentença colocar ordem do art. 301 do CPC: “(...) temos que devem as defesas
processuais atender à seguinte sequência: incompetência absoluta, compromisso
arbitral, conexão, coisa julgada, litispendência, incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização, bem como qualquer outro defeito ou
irregularidade que possa autorizar o indeferimento da inicial, falta de caução ou de outra
prestação que a lei exige como preliminar e, por último, carência de ação”.
PEDIDO
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do
fato ilícito;
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado
pelo réu.
I- Ação universal: tem por objeto uma universalidade, ou seja, não se pode
individuar o objeto. Ex. rebanho, biblioteca, videoteca (universalidade de bens),
herança (universalidade jurídica), etc.
III- o autor precisa de documentos que estão com o réu para saber quanto ele
quer.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
Art. 289. É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça
do posterior, em não podendo acolher o anterior.
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder
cumprir a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz Ihe
assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não
tenha formulado pedido alternativo.
Situação 01: mãe e filho em litisconsórcio, sendo que o filho está pleiteando
investigação de paternidade; a mãe requerendo indenização pelas despesas
do parto. Trata-se de uma cumulação de pedidos heterogênea, própria,
sucessiva (a mãe só ganha se a paternidade for reconhecida); há
litisconsórcio em que cada um formula um pedido, em que o pedido de um
depende do outro. Assim se chama litisconsórcio sucessivo.
Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a
cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário.
RESPOSTA DO RÉU
1) CONTESTAÇÃO:
Contestação é um exemplo de resposta do réu e não se confunde com este.
O que é “Exceção”?
R. “Ação” está para petição inicial, assim como “exceção” está para a
contestação. A palavra exceção pode ter 3 acepções:
Ex.3: o direito de retenção. Sujeito lhe pede uma coisa de volta e você se
recusa, alegando que tem o direito de reter até o pagamento das benfeitorias.
Aqui se supõe o direito do demandante, mas não nega o direito do demandado.
Aula 18
Classificação das Defesas (continuação)
2ª classificação) Objeções/Exceções:
Objeções: são defesas que o juiz pode conhecer de ofício. Ex. incompetência
absoluta, carência de ação, conexão, decadência legal, prescrição,
pagamento.
Defesa Direta:
A defesa é direta quando o réu se defende sem acrescentar fato novo. Se a
defesa é direta significa que o ônus da prova é do autor já que o réu não trouxe
fato novo nenhum. Não há aqui necessidade de réplica (manifestação do autor
sobre a contestação). Só há 2 possibilidade de defesa direta:
a) Quando o réu nega os fatos afirmados pelo autor. O réu se limita a isso
e não agrega nenhum fato novo.
b) Quando o réu reconhece a ocorrência dos fatos afirmados, mas nega as
consequências jurídicas. Aqui também não acrescenta fato novo e
chama-se de confissão qualificada.
Ex. funcionários públicos entraram com MS para não bater ponto. Alegaram
que em 15 anos não bateram ponto e o chefe novo passou a exigir esta
conduta.
Defesa Indireta:
Defesa indireta: o réu traz ao processo afirmação nova de fato. Tudo o que não
for defesa direta .
Ex. toda defesa de inadmissibilidade é indireta; as exceções substanciais são
defesas indiretas. O pagamento são defesas indiretas.
Defesa Dilatória:
A defesa dilatória tem por objetivo apenas atrasar o acolhimento do que
o autor pretende.
Ex. alegação de incompetência; alegação de conexão ou de exceção de
contrato não cumprido; direito de retenção.
São defesas de mérito são dilatórias, indiretas e exceção.
Defesa Peremptória:
Defesa peremptória é para destruir/extinguir.
São exemplos de defesas peremptórias: decadência, carência de ação,
pagamento, prescrição.
Em 1973 fazia sentido o MP estar inserido neste rol, pois não havia Defensoria
Pública. Sendo assim, é inaplicável a possibilidade de defesa pelo Ministério
Público realizar defesa por negativa geral, sem atentar ao disposto neste artigo.
iii-
Se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto.
Este inciso impõe uma interpretação sistemática da contestação.
2) REVELIA
I. Revelia - conceito:
Revelia é a não apresentação tempestiva da contestação.
Revel significa desobediente. Historicamente o revel era considerado um
rebelde que não vem ao processo e por isso que é tratada com tanto rigor.
Atenção! Não confundir revelia, que é um fato, com os seus efeitos. Efeitos da
revelia são conseqüências da revelia.
Revelia é o fato de o réu não ter apresentado defesa no prazo. Pode haver
revelia que não produza efeitos.
iii. O art.303 também mitiga os efeitos da revelia já que ele permite que o
réu alegue questões depois do prazo da defesa. As matérias de ordem
pública (objeções) podem ser alegadas a qualquer tempo.
iv. Se o autor quiser alterar o pedido ou a causa de pedir terá de promover
nova citação. Art.321 CPC.
Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir,
nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será
assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias.
viii. Revelia que decorre de citação por edital ou com hora certa não produz
aqueles efeitos, pois nestes casos o juiz terá que nomear curador
especial que realizará a defesa.
Não é qualquer revelia que resulta em nomear curador especial. Deve ser a
revelia por citação com hora certa para isso. Vide Emagis 43.2015 discursivas.
Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de
negócios.
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere
indispensável à prova do ato.
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
xi. Indisponíveis:
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
RECONVENÇÃO
Não pode falar que o réu reconviu, porque não adveio do verbo ver.
Atenção!
a) Reconvenção não é defesa, mas ação.
b) Reconvenção não gera um novo processo. Ela é uma ação em um
processo já existente. Ela apenas amplia o objeto de um processo
existente sem gerar processo novo.
c) Se o juiz indeferir a petição inicial da reconvenção cabe agravo de
instrumento.
d) O réu que reconvém é chamado de reconvinte.
O autor é o reconvindo.
e) A reconvenção será apresentada no prazo da resposta (em 15 dias).
f) A reconvenção deve vir em peças distintas da contestação e deve ser
apresentada concomitantemente a contestação.
Se o sujeito quiser reconvir e contestar ele deve fazer isso ao mesmo
tempo. Se ele contestar no 14º dia, não poderá reconvir no 15º dia, sob pena
de preclusão consumativa.
Obs. no projeto de novo código, a reconvenção fica na peça da contestação.
Obs. Na proposta do novo CPC há uma regra de 15 dias para todos os prazos,
exceto pelos embagos de declaração que serão feitos em 5 dias.
Ação principal
Reconvenção - conexa
ou
Fundamentos de defesa
Súmula 292
A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário.
Pode haver reconvenção proposta pelo réu proposta contra um autor e um 3º?
R. Sim, quando estiver em litisconsórcio necessário.
C
B
A
Ex. reconvenção em ação coletiva. Cabe, desde que o réu faça um pedido
contra o grupo.
Por esta razão, em uma ação declaratória não cabe reconvenção para obter
declaração contrária. Se em uma ação declaratória o autor pleiteia o
reconhecimento de um direito, a sua declaração contrária (não há o direito)
deve ser feita em contestação e não em reconvenção.
Cabe reconvenção em ação declaratória. Não cabe é a declaração contrária,
por ser uma falta de interesse.
Aula 19
Exceções Instrumentais:
O termo exceções instrumentais se justifica pela necessidade de tais defesas
serem veiculadas em peças distintas da contestação, em instrumento próprio.
Exceção:
Incompetência relativa
Impedimento/suspeição
Ex. arguo a suspeição de um juiz alegando que ele é meu inimigo. O tribunal
acata a suspeição e afasta o juiz. Posteriormente eu entro com outra ação e
caio no mesmo juiz.
Prazo e Preclusão:
Em regra, o CPC prevê é um prazo de 15 dias da data do fato para suscitar a
suspeição e impediemento.
Obs.1:Quando o CPC dispõe 15 dias da data do fato, a incompetência relativa
se dá no 1º momento que cabe ao réu falar nos autos, pois não existe
incompetência reativa no meio do processo.
Obs.2:Se o réu tem prazo diferenciado para contestar, há prazo diferenciado
para alegar incompetência relativa (ex. fazenda pública).
1) Providências Preliminares
O juiz possui o poder de sanear o processo, desde o início até o final.
O poder de saneamente do processo pelo juiz pode ser feito a qualquer
momento do processo. Entretanto, há um momento/fase com o propósito de
sanear o processo (averiguar a validade dos atos). Esta fase de saneamente
ou ordenamento ocorre depois da resposta do réu e até o julgamento
conforme o estado do processo. Ela tem por objetivo preparar o processo para
que nele seja proferida uma decisão que se chama “julgamento conforme o
estado do processo”.
O julgamento conforme o estado do processo é a decisão que encerra a
fase de saneamento.
Providências preliminares: são providências que o juiz tem que tomar depois
da resposta do réu para preparar o processo para o momento da decisão.
Ex. na resposta do réu traz uma reconvenção. Deve-se intimar o autor para
contestar a reconvenção, o que é uma providência preliminar.
Ex. o réu denunciou a lide um 3º. O juiz deve determinar a citação do 3º.
Ex. o réu é revel e a citação foi por edital. Há a necessidade de nomear um
curador especial.
Ex. a parte é incapaz. Deve o juiz intimar o MP.
Ex. o réu tem defesa indireta, o autor tem direito à réplica.
As questões incidentes não são o objeto da decisão, mas elas tem de ser
examinadas para que a questão principal seja apreciada.
Questão prévia:
Questão prévia é a questão que tem que ser examinada antes de outra, pois
ela exerce uma subordinação a uma outra questão.
Sendo assim, há a questão prévia (subordinante) e a questão seguinte
(subordinada).
Ex. a paternidade é prejudicial aos alimentos, pois se não for pai não deve
alimentos.
Possível 07 variações:
I) Extinção do Processo sem exame do mérito:
Art.267 CPC:
a) Extinção nas hipóteses de validade: incisos I, IV, V, VI, VII.
b) Morte do autor:
o se o autor morre e o direito é intransmissível, o processo
tem que acabar. Ex. sujeito pede reintegração ao trabalho
na justiça; MS para tomar posse em cargo público.
o Se o direito é transmissível os herdeiros sucedem.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232,
de 2005)
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a
causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a
legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pelo compromisso arbitral;
Vll - pela convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
E o inciso X?
R. há confusão quando a pessoa reúne as mesmas funções de credor e
devedor. De acordo com o CC, a confusão é causa de extinção da obrigação,
se assemelhando à compensação, pagamento, etc.
O CPC diz que a extinção do processo sem exame do mérito não impede a
repropositura da ação
Em uma prova oral/escrita isso não basta.
Há uma hipótese que a extinção sem exame do mérito impede a repropositura:
é a hipótese do inciso V do art.267 CPC. O art.268 CPC traz essa exceção:
Art. 267 V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa
julgada;
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor
intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do
pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Parágrafo único. Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento
previsto no no III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Atenção! Apesar da redação, o juiz pode extinguir de ofício com base no inciso
V do art.267.
Essa interpretação permite que sempre que o processo for extinto por
invalidade, só é permitido voltar a juízo corrigindo defeito que deu causa a
extinção.
Revogação: Desistência
Desistir do processo é abdicar do processo e não do direito material
discutido. Neste caso é renúncia ao direito.
Abandono:
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
Obs.1:Antes de extinguir com base no inciso II, ambas as partes devem ser
intimadas pessoalmente para em 48 horas diligenciarem a ação que vão tomar.
Se juiz não fizer isso a sentença é nula.
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a
causa por mais de 30 (trinta) dias;
Obs.2: se o réu já tiver apresentado resposta, a extinção com base no inciso III
depende do consentimento dele. Vide súmula 240 STJ.
Súmula 240
A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu.
Todos estes 3 são negócios jurídicos que exigem capacidade. Assim, o direito
discutido deve admitir a autocomposição.
2ªc) sentença, embora parcial, seria apelável. O problema é que como a ação
continua não seria possível ela ir para o Tribunal.
3ªc) apelação por instrumento: é uma figura híbrida fruto de uma criação
doutrinária.
1) Conceito:
Proibição de prova ilícita: é uma regra que compõe o devido processo legal.
Se desenvolveu com muita força no processo penal. No processo civil há
pouca discussão sobre o assunto.
A regra se aplica durante o processo civil.
Tudo o que se estudou no processo penal, se aplica ao processo civil.
2) Prova e contraditório:
Não há uma previsão expressa do direito fundamental à prova na CF.
Há direito fundamental há prova?
R. Sim. A garantia do contraditório tem em seu conteúdo o direito fundamental
à prova. É o direito de poder ser ouvido e ter a sua prova apreciada, sob pena
de ser um simulacro do contraditório.
Fato
Premissa menor: indício
Que se liga a outro
Presunção judicial
Presunção judicial: é um raciocínio feito pelo juiz através de um silogismo.
A presunção não é um meio de prova, e sim um resultado do convencimento do
juiz.
O indício, além de ser meio de prova, também é objeto de prova. Destarte,
possui natureza híbrida
1) Objeto da prova
É aquilo que será provado. Trata-se das alegações de fatos. É o fato probando.
Rigorosamente não se prova o fato, e sim a alegação sobre o fato.
O fato probando pode ser qualquer fato (ex. fatos jurídico, fatos simples)
Fato negativo: é o que não aconteceu. Ex. certidões negativas; ontem não
estava na Holanda, mas no Brasil.
Para que um fato seja um fato probando ele tem que ter as seguintes
características:
Fato controvertido
Fato determinado (fato delimitado no tempo e no espaço). Ex. posso
provar que não fui a Holanda naquela data, mas não posso provar que
nunca fui a Holanda.
Fato relevante.
Art. 334 CPC estabelece quais são os fatos que não podem ser objeto de
prova:
a) Fato notório: é aquele que já aconteceu e se reputa de conhecimento
de todos em determinada época e lugar. Ex. o Brasil é pentacampeão
mundial de futebol; Dilma Rousseff é a presidenta do Brasil.
Obs. “As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a
lei exclui a prova testemunhal” – art. 230, CC.
A doutrina costuma dividir as presunções em dois grupos:
a) Presunção legal ou iuris;
b) Presunção comum, simples ou hominis: tal presunção se baseia na
experiência da vida, ou seja, naquilo que ordinariamente acontece.
Estas não são admitidas nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal,
pois nada se prova desacompanhado de outros elementos subsidiários. Esta é
a exegese do art. 230 do CC.
2) Ônus da prova:
Ônus da prova é uma regra que determina quem sofrerá as consequências se
ao final do processo o fato não restar provado.
Na verdade, ônus da prova é o ônus da falta de prova.
Atenção! O ônus da prova não determina quem deve produzir a prova, mas
sim quem responde se não for produzida.
Ex. se eu não fiz nada, mas a prova apareceu, há a desincumbência de quem
tinha o ônus da prova.
DECISÃO JUDICIAL
4) Congruência da Sentença:
É o estudo das validades/requisitos/atributos da sentença. É o estudo da
perfeição da sentença.
Obs.1 Nos juizados especiais toda sentença tem que ser líquida, mesmo se o
pedido for ilíquido.
Obs.2 Procedimento sumário. Se a causa envolver acidente de veículo a
sentença sempre tem que ser líquida, mesmo que o pedido seja ilíquido.
Obs.3 E o pedido for ilíquido. Diante de um pedido ilíquido, a decisão será
líquida.
Obs.4 Se o autor formula um pedido líquido ele terá o direito de exigir que o
juiz profira uma decisão líquida. Súmula 318 STJ
Súmula 318
Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em argüir o
vício da sentença ilíquida.
Congruência externa:
A decisão tem que ser congruente com a postulação das partes. Neste
contexto há as decisões extra, ultra e citra petita. São decisões que
desrespeitam a congruência externas.
Extra petita: O juiz dá o que não se pediu. Ele inventa um pedido que não foi
formulado.
Súmula 453
Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem
ser cobrados em execução ou em ação própria.
Essa súmula é absurda, pois é o mesmo que dizer que há coisa julgada do que
foi julgado. Assim, corrigindo, os honorários podem ser cobrados.
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. (Redação dada pela Lei nº 5.925,
de 1º.10.1973)
Aula
EFEITOS DA DECISÃO
São 4 tipos de efeitos da decisão:
1) Efeitos Principais da Decisão:
São os que decorrem diretamente do conteúdo da decisão; da norma jurídica
individualizada (do caso concreto) que está na decisão e atingem a relação
discutida.
Ex. efeito principal numa sentença condenatória é autorizar a execução do
credor contra o devedor.
Numa sentença constitutiva, o efeito principal é a criação, modificação ou
extinção de uma situação jurídica.
Numa sentença declaratória, o efeito principal é a certeza jurídica de uma
determinada relação discutida.
3) Efeito Probatório:
A sentença é um documento público que faz prova.
Ela prova a sua própria existência, os fatos presenciados pelo juiz e descritos
na sentença.
Ex. Eu, juiz, realizei uma audiência no dia 13 de julho. Isso é importante para
fazer até uma reconstituição dos autos.
Nesses casos a sentença é tratada como se fosse um fato. Nos outros casos a
sentença é tratada como um ato (vontade que faz produzir efeito).
Art. 466. A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em
dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será
ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.
Parágrafo único. A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor;
III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.
Decisão
Fundamentação:
norma geral.
Dispositivo: norma
individual.
Ex. caso mensalão tinha vários réus e vários crimes. Assim deveriam haver por
volta de 120 normas.
Precedente X Jurisprudência:
Efeitos do precedente:
1. Efeito mínimo: força persuasiva. O precedente serve no mínimo como
efeito de convencimento/persuasão; ele variará de acordo com vários
fatores.
Ex. precedente do STF é mais pesado que o precedente de um juiz de direito.
É possível ter recurso, mas não com matéria acerca daquele caso.
Distinguishing ≠ overruling.
Ambos tratam da não aplicação do precedente.
O distinguishing não aplica o precedente, porque o caso concreto não se
adequa ao precedente.
No overruling o precedente está errado e deve ser modificado.
Ex.1: Princípio da igualdade. Todos serão iguais perante a lei. Aqui, lei significa
o direito.
COISA JULGADA
Luiz Eduardo Mourão, por sua vez, entende que coisa julgada material
seria a coisa julgada das decisões de mérito. Para ele, coisa julgada formal é a
coisa julgada em matéria de processo (lembrem-se que foi visto que as
decisões baseadas no art.267 CPC adquirem estabilidade mesmo para fora do
processo, a ponto de defenderem que admite rescisória). Para Didier isso é
brilhante, pois daí se distingue coisa julgada formal da preclusão, uma vez que
esta trata para dentro do processo. Entretanto, não é uma visão majoritária.
Ex. Uma decisão sobre suspeição a um processo se aplica a outros processos.
Esses 2 autores possuem uma grande semelhança. Mourão defende ainda que
há diferenciação entre coisa julgada formal e material. Já Cabral defende que
existe coisa julgada apenas, não diferenciando material de formal.
Observações:
a) Lembre-se de que pela visão atual não há necessidade que a questão
seja de mérito para que haja trânsito em julgado. Assim, decisão sobre
qualquer questão pode gerar coisa julgada (visão atual).
b) Lembre-se de que qualquer decisão tem aptidão para coisa julgada, seja
ela decisão interlocutória, sentença ou acórdão (chama-se decisão
parcial).
c) Despachos não são decisões, por isso não possuem aptidão para a
coisa julgada.
Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas
as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do
pedido.
Obs.2: o que não era deduzível não fica encoberto pela eficácia preclusiva.
São fatos que não haviam acontecido ainda. A eficácia preclusiva não impede
que fatos posteriores à coisa julgada repercutam na coisa julgada.
A coisa julgada funciona segundo a cláusula “rebus sic stantibus”, ou seja, somente enquanto
as coisas permanecerem do modo que estão. Se houver modificação na situação de fato,
aquela coisa julgada deixa de produzir seus efeitos. Confira as palavras do Min. Teori Zavascki:
“É incontroversa a premissa segundo a qual a força vinculativa da coisa julgada atua rebus sic
stantibus. Quer dizer, ao pronunciar juízos de certeza sobre a existência, a inexistência ou o
modo de ser das relações jurídicas, a sentença leva em consideração as circunstâncias de fato e
de direito que se apresentam no momento da sua prolação. Tratando-se de relação jurídica de
trato continuado, a eficácia temporal da sentença permanece enquanto se mantiverem
inalterados esses pressupostos fáticos e jurídicos que lhe serviram de suporte (cláusula rebus
sic stantibus). Dessa forma, não atenta contra a coisa julgada a superveniente alteração do
estado de direito, em que a nova norma jurídica tem eficácia ex nunc, sem efeitos retroativos.”
(AgReg MS 26.980).
Ex. coisa julgada que atinge possível litisconsorte facultativo unitário (a decisão
tem que ser a mesma para todos).
A doutrina ainda fala da coisa julgada erga omnes. Ela vincula a todos. Ex.
coisa julgada na ADIN e ADC.
Alguns livros colocam como exemplo de coisa julgada secundum eventum litis
a coisa julgada nas ações coletivas que versem sobre direitos individuais
homogêneos. Trata-se de um exemplo errado, pois a coisa julgada ocorre
sempre. O que é secundum eventum litis não é a coisa julgada, mas a
extensão da coisa julgada coletiva ao plano individual. O plano coletivo a coisa
julgada ocorre sempre, portanto pro et contra. Se for favorável, ela será
estendida ao plano individual e será secundum eventum litis.
ii. Querela Nulitatis: não tem prazo e serve para questões formais
relacionadas à citação.
§ 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o
título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se
também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato
normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição
Federal. (Redação pela Lei nº 11.232, de 2005)
A coisa julgada no Brasil é relativa ou relativizada, pois ela pode ser desfeita de
várias maneiras.
Este movimento, atualmente, perdeu muito a força, pois tudo poderia ser
manifesta injustiça.
Não obstante, em 2011 o STF decidiu relativizar atipicamente a coisa julgada
em ação de investigação de paternidade.
TUTELA ANTECIPADA
1) Questões Terminológicas:
Temporário é o que não dura para sempre, mas não é provisório. Ela durará
apenas o tempo em que for útil.
Provisório é aquilo que será substituído.
Ex. contrato andaimes depois retiro. Eles são temporários, pois não serão
substituídos quando a obra estiver pronta.
Tutela provisória: tutela fundada em cognição sumária. Tem que ser algo
excepcional. É classificada de acordo com o seu fundamento:
Tutela provisória de urgência: perigo de dano.
Tutela provisória de evidência: não é preciso urgência
1
Nesse contexto, tem-se, claramente, uma distinção entre as
tutelas cautelares e antecipatórias, qual seja: são cautelares as medidas que
tem por escopo evitar que o passar do tempo prive o processo de algum meio
exterior que poderia ser útil à perfeita prestação da tutela jurisdicional; são
antecipatórias, por outro lado, as medidas que vão diretamente à vida das
pessoas e, antes do julgamento da lide, entregam ao autor o bem da vida
pleiteado ao final2[7].
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=7364
Em 1994 foram acrescentados os arts. 273 e 461, §3º CPC. Criou a tutela
antecipada satisfativa genérica. Atualmente, todo o direito pode ser realizado,
permitidos os pressupostos de qualquer direito, sendo satisfativo ou não. A
partir daí surgiu outro problema: a distinção entre a cautelar e antecipada. Isso
gerava uma grande confusão e rigor dos juízes.
Em 2002 foi criado o §7º do art. 273: se entro com satisfativa, mas o juiz
entende que é cautelar, o juiz tem que decidir assim mesmo, e não indeferir.
Criou-se portanto, uma espécie de fungibilidade: é uma tentativa de unificação
2
da tutela antecipada ou satisfativa. Os pressupostos são os mesmos. O projeto
do novo código organiza um único regime jurídico para cautelar/ satisfativa.
O réu pode pedir tutela antecipada até mesmo se o que ele quer é mero pedido
do autor. O réu pode pedir uma antecipação dos efeitos da improcedência. Ex.
improcedência gera o direito para o réu de tirar o seu nome do cadastro.
Se dividem em:
Pressupostos gerais: todos devem ser observados sempre na
concessão da tutela antecipada, em qualquer caso. São eles:
Prova inequívoca das alegações:
Significa que deve haver prova dos autos do que se afirma, prova essa
produzida regularmente. O juiz tem que lastrear sua decisão em prova
produzida regularmente nos autos (não necessariamente documental – ex.
perícia já produzida.) Pressuposto objetivo
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos
cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
INTENSIVO II
Aula 01 – Gajardoni
PROVAS EM ESPÉCIE
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em Art. 343. Quando o juiz não o
qualquer estado do processo, determinar de ofício, compete a cada
determinar o comparecimento pessoal parte requerer o depoimento pessoal
das partes, a fim de interrogá-las da outra, a fim de interrogá-la na
sobre os fatos da causa. audiência de instrução e julgamento.
1.3) Casuística:
(são pequenas observações sobre depoimento pessoal):
Atenção! A parte que for depor deve ser intimida sob pena expressa de
confissão caso não compareça (art.343, §1º, do CPC). Caso a intimação não
contenha este aviso, não será possível aplicar a confissão.
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que Ihe for
perguntado (recusa direta), ou empregar evasivas (recusa indireta), o juiz, apreciando as
demais circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de
depor.
Seção III
Da Confissão
Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse
e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.
Como recai sobre um fato ela não é vinculante (não leva necessariamente a
procedência ou improcedência de um pedido).
Ex. confesso que bati na traseira de um carro - o juiz pode entender que este
fato não implica nos pedidos do autor.
2) Direito Disponível
A confissão só pode recair sobre direito disponível. (art.213 CC e 351 do CPC).
A renúncia ao estado de pessoas não é possível. É um caso a ser considerado,
mas não resulta em confissão.
Não é certo falar que a confissão judicial é mais forte do que a extrajudicial.
Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a
mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será
livremente apreciada pelo juiz.
Parágrafo único. Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei
não exija prova literal.
Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como
prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á,
todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de
defesa de direito material ou de reconvenção.
3.1) Conceito:
É o instrumento para obtenção da prova documental.
A doutrina critica o tratamento do tema dado no CPC, pois exibição de
documento ou coisa não é meio de prova, mas mecanismo para obter a prova
documental – prova é o documento.
Art. 399. O juiz requisitará às repartições públicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição:
I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, o
Estado, o Município, ou as respectivas entidades da administração indireta.
Parágrafo único. Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável
de 30 (trinta) dias, certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou
de ofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem.
§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 30
(trinta) dias, certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou de
ofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem. (Renumerado pela Lei nº
11.419, de 2006).
§ 2o As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico
conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que
consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado. (Incluído pela Lei nº 11.419, de
2006).
Ex. caso em que MP solicita dados diretamente a receita, mas esta se recusa
alegando que só pode ser feita pelo judiciário.
Atenção! Há situações em que a recusa não é aceita de jeito nenhum
(exceção da exceção). Art.358 CPC.
3.4) A súmula 372 do STJ (originariamente foi moldada para a ação “cautelar
exibitória – art.844 CPC)
Súmula 372 do STJ – razão desta súmula é que há uma medida bem melhor
presunção de veracidade.
Súmula 372
Na ação de exibição de documentos (art.844 CPC), não cabe a aplicação de multa
cominatória.
Crítica: tem casos que não é possível aplicar presunção a todos os casos. Ex.
expurgos inflacionários.
Obs. Informativo 539 do STJ - Não é cabível a multa cominatória, caso o autor
tenha ingressado com pedido, incidental ou autônomo, de exibição de
documento relativo a direito DISPONÍVEL.
Em caso de processos que tratam sobre direitos indisponíveis, o STJ tem
admitido a cominação de astreintes.
STJ. 2ª Seçãã o. REsp 1.333.988-SP, Rel. Min. Pãulo de Tãrso Sãnseverino, julgãdo em
9/4/2014 (recurso repetitivo).
Importante!!!
A multa diária prevista no § 4º do art. 461 do CPC, devida desde o dia em que configurado o
descumprimento, quando fixada em antecipação de tutela, somente poderá ser objeto de
execução provisória após a sua confirmação pela sentença de mérito e desde que o recurso
eventualmente interposto não seja recebido com efeito suspensivo.
STJ. Corte Especiãl. REsp 1.200.856-RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgãdo em 1º/7/2014 (recurso
repetitivo) (Info 546).
Pedido de exibiçãã o de documentos:
ã. Incidentãl:
I. Disponíível: nãã o cãbe ãstreintes. Cãbe presunçãã o de
verãcidãde dos fãtos ãlegãdos;
II. Indisponíível: cãbe ãstreintes.
b. Autoô nomo:
Disponíível: soí cãbe buscã e ãpreensãã o.
Indisponíível: cãbe ãstreinte.
Em outras palavras, a presunção de veracidade só ocorre no caso de recusa
em exibição incidental e desde que se trate de direitos disponíveis.
Podemos concluir, portanto, que, na AÇÃO DE EXIBIÇÃO, se a parte se recusa
a entregar o documento, o único meio admitido para a efetivação do pedido é a
busca e apreensão.
Subseção I
Da Força Probante dos Documentos
Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o
escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença
Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra
prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Prazo (art.390):
a) Para o réu na contestação se os documentos foram apresentados na
inicial.
b) Para os demais documentos juntados no curso do processo (inclusive na
contestação): 10 dias a partir da juntada do documento.
Atenção! Decorrido o prazo, não fica impedido o reconhecimento da falsidade,
mas ela ocorrerá apenas em caráter incidental (sem coisa julgada). Portanto,
trata-se de prazo preclusivo (ação declaratória de falsidade).
Procedimentos:
Ambos suspendem o curso do processo até final julgamento da declaratória
incidental – art. 394 do CPC).
i. ADI incidental antes de encerrada a instrução (art. 391 CPC): o
incidente é processado nos próprios autos da ação principal.
ii. ADI incidental (art.393): o incidente é processado em apenso.
Recurso:
Se julgada junto com a principal: apelação (Princípio da
unirrecorribilidade) – não interessa se foi processada em apenso ou nos
próprios autos.
Se julgada antes do principal (não interessa se no apenso ou nos
principais). Prevalece que cabe agravo de instrumento. (Fungibilidade).
Documento tem que ser narrativo/testemunhal. Ex. BO, recibo,
etc. (contrato não pode, pois ele é negocial).
Não pode implicar desconstituição de situação jurídica (v.g.
não serve para desconstituir quitação declarada em recibo).
(STJ, REsp 1.024.640, DF e Resp 354.529 – MT).
Subseção I
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal
Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz
indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte; (são provas muito mais idôneas e
seguras)
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
5.2) A questão do art. 401 a 403 do CPC: versa sobre a limitação da validade
de testemunho nos contratos superiores a 10 salários.
Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não
exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram
celebrados.
Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:
I - houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra
quem se pretende utilizar o documento como prova;
II - o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da
obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel.
Art. 403. As normas estabelecidas nos dois artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento e à
remissão da dívida.
Atenção!
a) Pode prova testemunhal nesses casos, se houve início de prova
documental (Súmula 419 STJ).
b) O que não pode provar só por testemunha é o contrato (cláusulas, multa,
pena, prazo de entrega). Mas a obrigação e as questões relativas ao
cumprimento, inexecução, etc., pode.
1) Conceito de Recurso
O pedido de reformar é alegar que a decisão está errada/ foi ruim. Sempre
que a decisão for injusta é necessário a reforma, ou seja, que ela seja
recorrigida. Entretanto a injustiça só ocorre se a decisão for de mérito. Esse
pedido de reforma se chama de erro in iudicando.
O erro in iudicando é a causa de pedir recursal quando se pleiteia a
reforma de uma decisão.
A constituição prevê alguns recursos. Estes não podem ser eliminados pelo
legislador. Exs. RE, REsp, RO para STF e STJ.
Não cabe recurso especial contra acórdão que indefere a atribuição de efeito
suspensivo a agravo de instrumento. A decisão colegiada que entende pela ausência
dos requisitos necessários à atribuição do efeito suspensivo a agravo de instrumento
não resulta em decisão de única ou última instância, como previsto art. 105, III, da CF.
Há necessidade de que o Tribunal julgue, definitivamente, o agravo de instrumento em
seu mérito para que a parte vencida possa ter acesso à instância especial.
STJ. 2ª Turmã. REsp 1.289.317-DF, Rel. Min. Humberto Mãrtins, julgãdo em 27/5/2014 (Info
541). – Vide suí mulã 86 STJ
Recurso é total quando o recorrente impugna tudo quanto ele poderia ter
impugnado.
Recurso parcial é o recurso que impugna apenas parte daquilo que deveria ser
impugnado.
Decisões de juiz:
Decisões interlocutórias (Ag Retido ou Instrumento)
Sentença (apelação)
Decisões em tribunal:
Decisões unipessoais (monocráticas):
o Relator (Ag regimental)
o Presidente/vice-presidente do tribunal (ag.
Interno ou agravo do 544)
Acórdãos.
(Embargos infringentes, REsp, RE, Embargos de divergência e RO)
Decisões do juiz:
Contra as decisões interlocutórias decididas pelo juiz cabe agravo retido ou
agravo de instrumento.
Contra sentença cabe apelação.
Obs.2: lei de execução fiscal fala que sentenças em execução fiscal de até 50
ORTN (aprox. R$500,00) não são impugnáveis por apelação, mas por
embargos infringentes de alçada. É um recurso que vai para o próprio juiz
fiscal. Art.34 da Lei de Execução Fiscal.
p.ú do art. 527 CPC: dispõe que caso convertido agravo instrumento em agravo
retido não cabe agravo interno. Assim, caberia MS em 120 dias. Diante deste
problema, passou-se a admitir agravo interno em 5 dias.
ii. Todo mundo sabe que cabem embargos infringentes contra acórdão que
julga apelação
Cabe embargos infringentes contra acórdão que julga agravo
interno?
R. Se o julgamento do agravo interno tiver natureza de apelação, cabem
embargos infringentes.
iii. Todo mundo sabe que cabem embargos de divergência contra acórdão que
julgue RE ou REsp.
Súmula 316
Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide recurso
especial.
Desse modo, atualmente, caso o Presidente (ou Vice) do Tribunal de origem (juízo a quo)
negue seguimento ao RE ou REsp, o recurso cabível contra essa decisão é o AGRAVO NOS
PRÓPRIOS AUTOS (art. 544 do CPC).
Resumindo:
Cabem embargos de declaração contra a decisão do Presidente do Tribunal de origem que
nega seguimento a REsp?
Regra geral: NÃO. Se interpuser embargos, estes não terão efeito interruptivo e a parte
perderá o prazo do art. 544 do CPC.
Exceção: é possível a oposição de embargos quando a decisão do Presidente do Tribunal foi
excessivamente deficitária (muito genérica).
Obs.3: há recursos que permitem que o juízo a quo se retrate. Eles permitem
que o mérito dele possa ser aprecido pelo a quo. Ex. agravos de instrumento e
retido, apelação contra sentença que indefere a petição inicial, apelação contra
sentença que julga improcedente causas repetitivas (Art.285-A), apelação nos
casos do procedimento do ECA. O nome desse recurso é efeito de retratação
ou efeito regressivo.
Requisitos intrínsecos:
Cabimento
Legitimidade
Interesse
Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos. (obs. Barbosa
Moreira coloca como intrínseco, mas em alguns livros aparece como
extrínsecos).
Requisitos extrínsecos:
Tempestividade
Preparo
Regularidade Formal.
I) Cabimento:
Ministério Público
Ministério Público aqui, é o custus legis (fiscal da lei).
3º prejudicado:
Admite-se recurso de 3º, ou seja, alguém que não faz parte do processo pode
recorrer. O recurso de terceiro é outra espécie de intervenção de terceiro.
Não confundir: o assistente recorre como parte, enquanto o recurso de terceiro
é quando alguém de fora da relação entra no processo.
Pode ingressar com esta ação todo aquele que poderia ter feito parte do
processo, mas não o fez, pode recorrer como terceiro.
Ex. aquele que poderia ter sido denunciado, poderia ter sido chamado ao
processo.
Também pode recorrer o litisconsorte necessário não citado.
Qual o prazo para o terceiro, uma vez que ele não sabe quando foi
publicada a decisão?
R. É o mesmo prazo para as partes. Terceiro não tem prazo especial.
Aquele que poderia ter sido opoente, mas não foi pode recorrer
como terceiro?
R. Pode, se for para anular a decisão. O opoente recorre como parte, mas
aquele opoente que poderia ser opoente, mas não foi recorre apenas para
anular.
EX. havia um RESP no STJ pautado para julgar na terça seguinte. Na segunda
o recorrente desistiu do recurso. A min. Nancy Andrighi não aceitou a
desistência e julgou o recurso, o que foi um absurdo.
V) Aceitação da Decisão.
Sujeito que aceita a decisão não pode recorrer depois. A aceitação pode ser
expressa ou tácita.
Tácita: quando o sujeito pratica atos que são incompatíveis com a vontade de
recorrer.
a) Regularidade formal:
Recurso tem que ser escrito, salvo agravo retido oral.
O recurso deve ter fundamentação. Recurso sem fundamentação é recurso
inepto.
A doutrina costuma dizer que a exigência de fundamentação na elaboração
dos recursos decorre do Princípio da Dialeticidade do Recurso: recurso tem
que ser interposto com as suas razões, permitido o contraditório.
b) Preparo.
É o pagamento dos valores relativos ao processamento dos recursos. Esse
valor se compõe de 2 parcelas:
Despesas tributárias.
Portes de remessa e de retorno dos autos às despesas postais.
O preparo deve ser feito antes do recurso. Este deve ser preparado antes de
ser interposto. Na interposição do recurso, cabe ao recorrente comprovar que
fez o preparo. Recurso interposto sem preparo é recurso deserto (abandono).
Se o preparo for insuficiente, diz o código que deve o juiz mandar o recorrente
a complementar o preparo. O preparo insuficiente não gera imediatamente
deserção, ocorrendo esta apenas se o sujeito não complementar.
O STJ decidiu em um caso que esta regra de complementar o preparo
A lei de custas da justiça federal autoriza que nos recursos contra sentença na
justiça federal a comprovação do preparo possa ser feita até 5 dias após a
interposição do recurso. Isso é um absurdo, pois só se aplica aos recursos
contra a sentença na justiça federal.
O projeto do novo CPC acaba com isso. Ele ainda permite que o preparo seja
feito em 48h nos juizados especiais.
Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-
lhe prazo para efetuar o preparo. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
Parágrafo único. A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-
lhe a legitimidade. (Incluído pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
Súmula 484
Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição
do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário.
Súmula 178 STJ.- o INSS (autarquia federal) não pode isentar um tributo
estadual.
Súmula 178
O INSS NÃO GOZA DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS E EMOLUMENTOS, NAS
AÇÕES ACIDENTARIAS E DE BENEFICIOS, PROPOSTAS NA JUSTIÇA ESTADUAL.
3) TEMPESTIVIDADE:
O recurso para ser admissível tem que ser tempestivo.
OBS.:
Fazenda Pública e MP: tem prazo em dobro para recorrer, mesmo
sendo 3º prejudicado.
O prazo é em dobro para recorrer, mas simples em contrarrazoar.
Esta dobra de prazos não se aplica aos juizados especiais.
O MP nas causas do ECA tem prazo simples.
Obs. O STJ tem entendimento de que esta dobra de prazo para litisconsortes
com advogado diferente não se aplica ao agravo do art.544 CPC (agravo
quando não admitidos RE e Resp). Aqui o caso é simples.
Obs. O art. 191 do CPC não se aplica ao 475-J (multa por execução de quantia
certa) cumprimento de sentença.
Não há precedente do STJ sobre a aplicação do art.191 do CPC no
cumprimento de sentença. Entretanto, considera-se majoritariamente que o
cumprimento de sentença é uma fase do processo sincrético, e a impugnação
ao cumprimento de sentença é matéria de defesa. Logo aplicaria o art. 191 do
CPC.
Art. 507. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte
ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de força maior, que suspenda o curso do processo,
será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem
começará a correr novamente depois da intimação
Súmula 256
O sistema de "protocolo integrado" não se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de
Justiça. (*)
Ex. Foi proferida uma sentença em 2006. Foi interposto apelação. Em 2010 foi
proferido acórdão que não conheceu apelação.
Não existe recurso que não possa conceder efeito suspensivo. Pode pedir e o
relator negar.
Aula 04
Uma decisão judicial pode ter mais de um capítulo e o recorrente pode decidir
por impugnar toda a área da decisão ou uma área menor.
Ex. danos morais e materiais. Sujeito só recorre dos danos morais. O tribunal
entende que o juízo é absolutamente incompetente. Essa decisão do tribunal
que reconhece a incompetência não atinge o capítulo dos danos materiais, mas
tão somente do dano moral. Ele estará decidindo extrapetita (rescisória de
ofício), sendo necessário interpor Resp.
RECURSOS EM ESPÉCIE
1) APELAÇÃO:
Trata-se de um recurso contra a sentença, tem prazo de 15 dias.
Boa parte dos problemas relacionados à apelação já foram mencionados e
dizem respeito ao cabimento da apelação, preparo, efeito devolutivo
É possível que a sentença tenha efeito suspensivo para uma parte e para outra
não.
A regra é que a apelação tenha efeito suspensivo automático. Sendo assim, a
apelação não tem efeito suspensivo automático quando (art.520 CPC – mas
pode ser pleiteado):
i. Demarcação de terras
ii. Alimentos
iii. Processo cautelar
iv. Ex. uma sentença tem capítulo cautelar e outro não. A sentença não terá
efeito suspensivo no efeito cautelar.
v. Embargos à execução
vi. Instituição de arbitragem
vii. Confirmação dos efeitos da tutela. São possíveis 3 situações:
O juiz em sentença confirma uma tutela antecipada já
concedida a tempos atrás.
O juiz concede na sentença a tutela antecipada
O juiz revoga na sentença a tutela antecipada
Nos 2 primeiros casos a sentença produz efeito imediatos. Assim, a
antecipação de tutela na sentença é apelável e esta não possui efeito
suspensivo.
No 3º caso, se a apelação tiver efeito suspensivo, a revogação vai ficar
suspensa, e assim a tutela antecipada vai se manter, embora a sentença seja
improcedente, o que geraria uma situação esdrúxula. Assim, a apelação contra
sentença que revoga tutela antecipada também não tem efeito suspensivo. A
tutela antecipada cai. O projeto de novo CPC deixa tudo isso claro.
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,
recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei
nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - condenar à prestação de alimentos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada
pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de
23.9.1996)
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
Ocorre que em 2006 surgiu o art. 587 CPC que contraria a súmula.:
Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto
pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando
recebidos (embargos de execução) com efeito suspensivo (art. 739). (Redação dada pela Lei
nº 11.382, de 2006).
Apesar do art.587 ser contrário à súmula 317, ela não foi cancelada. O art. 587
torna provisória uma execução definitiva que foi confirmada pela sentença, o
que é um absurdo, pois o exequente está tendo a sua situação piorada. O
projeto do novo CPC corrige isso.
Também é possível alegar, se o fato é velho, mas por justo motivo a questão
não foi suscitada anteriormente. Art. 517 CPC.
Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode
julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em
condições de imediato julgamento. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar
vista ao apelado para responder. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
§ 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade
com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado
pela Lei nº 11.276, de 2006)
§ 2o Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dos pressupostos
de admissibilidade do recurso. (Incluído pela Lei nº 11.276, de 2006)
2) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
Trata-se de um recurso com prazo de 5 dias, não tem preparo, é um recurso
que será julgado pelo mesmo juízo que proferiu a decisão recorrida. Portanto,
vai ficar no mesmo nível.
Ex. embargo de decisão de turma, é turma que vai julgar os embargos.
Ex. embargo de decisão de relator, é o juiz que vai julgar.
Aula 05
2.2) Efeito interruptivo dos embargos de declaração:
Obs.2: Lei dos juizados especiais: A lei dos juizados é de 1995, portanto se
baseava no CPC anterior a reforma de 94. Entretanto, neste período já
transitava o projeto da 9.099/95. A lei dos juizados fala que os embargos de
declaração suspendem o prazo para recurso (repete o que o CPC falava à
época).
O Supremo entendeu que embargos de declaração contra acórdão de turma
recursal nos juizados interrompem.
Obs. O STJ, há uns 3 anos atrás, decidiu que não cabem terceiros embargos
de declaração sucessivos.
Multa do art. 538, parágrafo único Indenização prevista nos arts. 17, VII, e
18, § 2º
Tem caráter eminentemente administrativo. Tem natureza reparatória, ou seja, de
Pune a conduta do recorrente que ofende indenizar a parte contrária pelos prejuízos
a dignidade do tribunal e a função pública que ela sofreu diante da prática da
do processo. litigância de má-fé.
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma
retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil
reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que
a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação
dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de
30.11.1995)
Para saber qual agravo interpor, há 03 situações nesta ordem em que cabe
agravo de instrumento (se não couber instrumento, cabe retido):
Obs: novo CPC acaba com agravo retido, e consolida as 3 regras supracitadas
como cabimento do agravo de instrumento.
As interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento passariam ser
impugnadas na apelação.
3) Agravo retido:
Características do agravo retido:
Ele é interposto no juízo a quo.
É um recurso que não tem preparo.
É um recurso que permite juízo de apelação
É um recurso que precisa ser confirmado por ocasião da
apelação ou das contrarrazões de apelação. Se isso não ocorrer, o recurso cai
(é como se tivesse desistido do recurso).
Se houver ratificação, o tribunal examinará o agravo retido preliminarmente a
apelação.
4) Agravo de Instrumento:
Características:
Prazo de 10 dias
É por escrito.
Pode ou não ter preparo (depende da lei estadual de custas)
É interposto diretamente no órgão ad quem (é o único recurso com esta
característica).
É preciso reproduzir no tribunal um conjunto de peças processuais, que
formará um instrumento que instruem o agravo para que o tribunal
controle a decisão. Cabe ao recorrente montar o instrumento. O próprio
advogado do agravante pode reputar as peças autênticas
Obs.1: às vezes não há nos autos procuração, seja porque é um ente público,
seja porque a outra parte não advogado nos autos constituídos.
É preciso juntar a certidão de inexistência destes documentos.
Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de
cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como
a relação dos documentos que instruíram o recurso. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de
30.11.1995)
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado
pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. (Incluído pela Lei nº 10.352, de
26.12.2001)
EMBARGOS INFRINGENTES
Características:
São cabíveis contra acórdão não unânime (decisão dos tribunais).
Seu objetivo é fazer com que o voto vencido prevaleça.
Não tem o propósito de gerar unanimidade. (é fazer com que o voto
vencido prevaleça - é um estimula à divergência).
É preciso que seja um acórdão não unânime em julgamento de
apelação ou julgamento de ação rescisória.
O julgamento de apelação deve ter reformado sentença de mérito. Não
inclui sentença terminativa.
Obs.4: Cabem embargos infringentes contra acórdão que julgar agravo retido,
desde que versem sobre o mérito. Súmula 255 STJ.
Súmula 255
Cabem embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando
se tratar de matéria de mérito.
Obs.5: Por conta desta súmula, se entende que cabem embargos infringentes
contra acórdão que julgou agravo de instrumento, desde que verse sobre o
mérito.
Obs.9: Nos 3 votos da apelação não houve maioria. Cada um disse uma coisa:
houve um dissenso geral que pode ser quantitativo ou qualitativo.
Exemplos de dissenso quantitativo: um julgador deu 30 mil, outro 40 mil, outro
70 mil.
Quando a divergência é quantitativa, a solução será lavrar a decisão pelo voto
médio. Não se trata da média dos votos, mas 1 dos 3 votos que ficou entre
os extremos. Ex. 40 mil.
Lavrando o acórdão pelo voto médio, cabem embargos infringentes do
acórdão?
R. Sim, cabem com uma característica peculiar: é possível diminuir para 30 e
para aumentar para 70.
1ª) Contra acórdão não proferido por TJ ou TRF que julgou APELAÇÃO e REFORMOU a
unânime (por maioria) sentença de mérito.
2ª) Contra acórdão não proferido por Tribunal (de que julgou a tendo julgado
unânime (por maioria) 2ª instância ou superior) AÇÃO RESCISÓRIA PROCEDENTE essa
ação rescisória.
Aula Online
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS
Histórico: até a CF88, não havia STJ. O STF possuía dupla competência de
uniformização: funcionava como tribunal superior tanto para matérias
constitucionais quanto par matéria legal. Neste contexto, utilizava-se o Recurso
Extraordinário para ambos os casos.
Com a CF/88 foi criado o STJ para uniformizar a interpretação de matérias
legais. Assim, o antigo RE foi diminuído. Assim, o Resp nada mais é que o
antigo RE, mas dirigido ao STJ.
Dividiremos em 3 partes;
1. Parte geral dos recursos extraordinários – RE e Resp
2. Resp
3. RE
2) Parte Geral dos Recursos Extraordinários:
2.1) Considerações:
O prazo de ambos é o mesmo: 15 dias.
Os recursos extraordinários não possuem efeito suspensivo automático,
ou seja, á preciso pedir o efeito suspensivo.
Agravo é o gênero
“Agravo” pode ser entendido como um gênero, do qual decorrem cinco diferentes
espécies.
Em outras palavras, existem cinco tipos de agravo:
Agravo retido – art. 522 1ª parte CPC
Agravo de instrumento – art. 522 2ª parte
Agravo regimental contra decisões interlocutórias proferidas no Tribunal
Agravo contra decisão denegatória de REsp ou RE; - art.544 CPC
Agravo interno (ou regimental) contra decisões monocráticas finais do relator. – art.
557 CPC
Neste diapasão, o efeito da suspensão estão previstos nas súmulas 634 e 635
STF - competência será do respectivo tribunal superior (aplica-se também ao
STJ).
Súmula 634
NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONCEDER MEDIDA CAUTELAR
PARA DAR EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE AINDA NÃO FOI
OBJETO DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM.
Súmula 635
CABE AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIR O PEDIDO DE MEDIDA
CAUTELAR EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO AINDA PENDENTE DO SEU JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE.
No novo projeto não haverá mais embargos infringentes, então não terá mais
este problema.
2.2)
Os Recursos Extraordinários são de fundamentação vinculada, com base na
CF. Eles só cabem nas hipóteses previstas na CF.
Estes recursos só cabem pleiteando questões de direito:
Constitucional: recorre ao STF
Lei Federal: recorre ao STJ
Por este motivo, são chamados de recursos de estrito direito. Por este
motivo, não se admitem recursos extraordinário para discutir questão de
fato. Ademais, não se admite recursos extraordinários para pedir reexame de
prova. Súmula 7 STJ.
Súmula 7
A PRETENSÃO DE SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL
Súmula 5
A SIMPLES INTERPRETAÇÃO DE CLAUSULA CONTRATUAL NÃO ENSEJA RECURSO
ESPECIAL
2.3) Prequestionamento:
Diante de todo o exposto, surge a questão do prequestionamento:
o Ele é uma parte do exame do cabimento dos recursos extraordinários
(juízo de admissibilidade).
Por esta razão, o recurso extraordinário deve ser elaborado com um item
dedicado a demonstrar a existência de um préquestionamento.
o A exigência de prequestionamento decorre da CF que quando fala em
RE e Resp, a CF usa a expressão: causas decididas.
Obs.2: Súmula 320 STJ – se a questão estiver no voto vencido, não haverá
prequestionamento.
Súmula 320
A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do
prequestionamento.
Assim, se recurso versar apenas o reexame de prova ele nem será conhecido.
Entretanto, se interposto o recurso e este for conhecido, o tribunal superior
poderá fazer análise de provas. Súmula 456 STF. Esta súmula foi incorporada
ao regimento interno do STF e do STJ (há o efeito translativo).
Súmula 456
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, CONHECENDO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO,
JULGARÁ A CAUSA, APLICANDO O DIREITO À ESPÉCIE.
Súmula 126
E INADMISSIVEL RECURSO ESPECIAL, QUANDO O ACORDÃO RECORRIDO ASSENTA
EM FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL, QUALQUER DELES
SUFICIENTE, POR SI SO, PARA MANTE-LO, E APARTE VENCIDA NÃO MANIFESTA
RECURSO EXTRAORDINARIO.
3) RECURSO ESPECIAL:
Resp só cabem contra acórdão de TJ ou TRF. Por isso que não cabem
contra decisões de juizados especiais.
Súmula 640-STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e
criminal.
Vale ressaltar que, somente caberá RE contra acórdão da Turma Recursal se a causa
envolver questão constitucional.
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Sempre que o tribunal entender que ato de governo local (municipal ou
estadual) prepondera face a Constituição Federal, cabe Resp.
Se o acórdão do tribunal recorrido entender que lei local prevalece sobre lei
federal a situação é outra: aqui cabe RE, pois está diante de um conflito de
competência legislativa, portanto, matéria constitucional. Art.102, III, “d”, CF.
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
O STJ é chamado para uniformizar o entendimento sobre a legislação federal:
neste caso cabe Resp. Seu pressuposto é a divergência entre tribunais da
aplicação da lei federal.
Obs.1: Cabe contra qualquer decisão, desde que seja a última decisão no juízo
competente. Por isso cabe:
o No âmbito trabalhista, eleitoral, juizados etc.
o Cabe inclusive contra decisão de juiz (ex. embargos infringentes em
execução fiscal cabe RE).
o Cabe também contra decisão do STJ, se tiver violado a CF.
Obs.2: Súmulas 733 e 735 STF.
Súmula 733
NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃO PROFERIDA NO
PROCESSAMENTO DE PRECATÓRIOS.
Súmula 735
NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA
LIMINAR.
O Supremo entende que não há causa decidida que autoriza a interposição do
RE.
Súmula 636
NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE, QUANDO A SUA VERIFICAÇÃO PRESSUPONHA
REVER A INTERPRETAÇÃO DADA A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PELA DECISÃO
RECORRIDA
O controle difuso é subjetivo, mas pode ser objetivado. Ex. pessoa entra com
RE, e o seu julgamento gera precedentes vinculativos em matéria
constitucional. Desta forma é necessária a análise de repercussão geral no
RE.
Art.543-A CPC:
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral,
nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 1o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os
interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 2o O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do
Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de
2006).
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou
jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
Cria 2 casos de presunção absoluta de repercussão geral:
o Decisão contrariar súmula STF.
o Decisão contrariar jurisprudência dominante do STF.
§ 4o Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos,
ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 5o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre
matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 6o O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros,
subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
Observações:
Caberá a intervenção de amicus curae, pois a tese firmada vale para
todos.
Um processo que tenha peculiaridades que escapam perante aquela
tese do tribunal superior (suspensão indevida). Neste caso caberá
agravo regimental contra o presidente do tribunal local.
Se for preciso tutela de urgência no processo suspenso, esta deve ser
feita no tribunal local. Trata-se de agravo interno contra decisão do
tribunal local que indevidamente suspendeu.
O recurso selecionado como representativo pode ser regulado:
STJ entende que já não cabe mais desistência do recurso, pois há interesse
público na tese (trata-se de uma justificativa incorreta, pois o recurso é meu e
posso desistir a hora que eu quiser. O correto seria que a desistência não afeta
a fixação da tese - novo CPC entende assim).
STF/STJ podem não acolher a tese do recurso, e todos os recursos
suspensos serão improvidos/prejudicados.
Caso eles acolham a tese, todos os recursos tem que ser providos. Assim, o
tribunal poderá se retratar. O acolhimento da tese nos Recursos repetitivos
permite (mas na verdade impõe) a retratação pelo tribunal recorrido.
INTRODUÇÃO
O objetivo da exigência da “repercussão geral” foi o de evitar que o STF julgasse recursos
extraordinários de menor relevância, contribuindo, assim, para a redução do volume de
processos na Corte.
Diz-se que há repercussão geral no recurso extraordinário quando existem questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassam os interesses
subjetivos da causa.
Quando houver uma grande quantidade de recursos extraordinários que versem sobre o
mesmo tema, o STF poderá fazer a análise da repercussão geral por amostragem. Dito de
forma mais simples, o STF seleciona um ou alguns poucos recursos extraordinários, debate a
tese ali apresentada, chega a uma conclusão e aplica a mesma solução para todos os demais
recursos semelhantes.
Procedimento
O procedimento encontra-se delineado no art. 543-B do CPC e no regimento interno do STF e
pode ser assim resumido:
1) Quando for protocolado ou distribuído no STF um recurso extraordinário cuja questão ali
discutida puder ser também encontrada em múltiplos outros processos, o Presidente do
Tribunal ou o Ministro Relator, de ofício ou a requerimento da parte interessada, deverá
comunicar esse fato aos Tribunais ou Turmas de juizado especial para que, a partir de
então, seja observado o procedimento do julgamento por amostragem (art. 543-B do
CPC);
2) Assim, os Tribunais de origem (TJ, TRF, Turmas recursais etc.) irão selecionar um ou mais
recursos que estejam lá esperando e que bem representem a controvérsia discutida e
deverão encaminhá-los ao STF para servirem de “amostra” dos argumentos para os
Ministros. Os demais recursos que tratam sobre a matéria irão ficar sobrestados, ou seja,
ficarão em um arquivo nos tribunais de origem aguardando o pronunciamento definitivo
da Corte Suprema.
4) Vale ressaltar que o Tribunal de origem não emitirá juízo de admissibilidade sobre os
recursos extraordinários já sobrestados, nem sobre os que venham a ser interpostos, até
que o Supremo decida. Repetindo, os recursos ficam lá sobrestados.
6.1) Se o acórdão do tribunal de origem (e que foi atacado pelo RE) estiver de acordo com o
que decidiu o STF: o recurso extraordinário será julgado prejudicado (não adiantaria mais nada
ser remetido ao STF).
6.2) Se o acórdão do tribunal de origem estiver contrário ao que decidiu o STF: o tribunal
poderá retratar-se, ou seja, modificar sua decisão para adequá-la ao entendimento firmado
pelo STF.
6.3) Se o acórdão do tribunal de origem estiver contrário ao que decidiu o STF, mas o tribunal
não quiser se retratar: nesse caso, o recurso extraordinário que estava sobrestado deverá ser
enviado ao STF. Lá chegando, o Ministro poderá cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão
contrário à orientação firmada. Desse modo, é mais producente o tribunal de origem se
retratar.
AÇÃO RESCISÓRIA
1) Introdução:
Trata-se do principal instrumento para revisar a coisa julgada no Brasil. Ela é
muito abrangente, pois permite a revisão da coisa julgada por questões formais
(validade) ou por questões de injustiça.
Assim, dizer que rescisória não corrige injustiça é errado. Entretanto, ela não
corrige qualquer invalidade ou injustiça. Ela se apresenta como instrumento
muito peculiar em razão de injustiça.
2) Conceito: Ação rescisória é ação autônoma de impugnação, cujo
objetivo é rescindir decisão judicial transitado em julgado e,
eventualmente, proceder a novo julgamento da causa. Trata-se de uma
ação desconstitutiva negativa que se sujeita a prazo decadencial de 2
anos.
3) Pressupostos:
São 04 pressupostos da ação rescisória:
Decisão rescindível
Prazo para a ação rescisória
Legitimidade da ação rescisória
Rescindibilidade da Ação Rescisória
Obs1:
Cabe rescisória de decisão interlocutória?
R.Sim, desde que seja uma decisão interlocutória de mérito.
Obs.3: não cabe rescisória de decisão proferida em ADI, ADC e ADPF por
expressa previsão legal.
Obs.6: sentença arbitral não pode ser alvo de ação rescisória. Ela pode ser
alvo de ação anulatória prevista na lei de arbitragem a ser proposta no prazo
de 90 dias.
Obs.7: Súmula 514 STF é muito dúbia. Ela quer dizer que a ação rescisória
pressupõe apenas que a decisão tenha transitado em jugado e não que haja o
esgotamento de todos os recursos cabíveis antes do trânsito em julgado.
Súmula 514
ADMITE-SE AÇÃO RESCISÓRIA CONTRA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, AINDA
QUE CONTRA ELA NÃO SE TENHA ESGOTADO TODOS OS RECURSOS.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232,
de 2005)
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Aula 07
(continuação da ação rescisória)
O TST é o principal tribunal que julga ação rescisória, pois o faz como recurso
ordinário.
O TST dá uma interpretação muito peculiar ao modo como se conta o prazo
para ação rescisória nos casos de colusão das partes. Vide Súmula 100, VI
TST – o prazo para mover ação rescisória inicia-se da ciência da colusão das
partes. O novo projeto de CPC consagra este entendimento.
CAPÍTULO IV
DA AÇÃO RESCISÓRIA
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre
as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja
provada na própria ação rescisória;
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou
a sentença;
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente
um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem
pronunciamento judicial sobre o fato.
Art. 1.030. É rescindível a partilha julgada por sentença:
I - nos casos mencionados no artigo antecedente;
II - se feita com preterição de formalidades legais;
III - se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja.
Súmula 343
NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, QUANDO A
DECISÃO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO
CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS.
Trata-se de uma súmula muito tradicional do STF que ao longo do tempo foi
mitigada. Se a divergência de interpretação for uma divergência em tema
constitucional, mas o Supremo já firmou interpretação sobre o assunto, caberá
rescisória para fazer prevalecer o pensamento do Supremo.
A rescisória serve como instrumento do Supremo prevaleça sobre matéria
constitucional.
Obs. Rescisória por violação a lei exige que o autor da lei aponte o dispositivo
violado. Se não o fizer a petição será inepta por falta de causa de pedir. Assim,
como a petição é inepta, o juiz deve mandar emendar.
Obs. O TST trata a rescisória por violação a lei como se ela fosse um recurso
extraordinário. Assim, ele exige um prequestionamento para a rescisória: o
dispositivo violado deve ter sido analisado na decisão rescindenda. Súmula 298
TST.
O STJ, por sua vez, não exige este prequestionamento
Pode o Tribunal dizer que o artigo apontado não foi apontado, mas
apontar outro em seu lugar?
R. Não. O tribunal não pode mudar a causa de pedir.
Ex. sujeito alega que o art.70 foi violado, mas na verdade era o art.90 (o que
não foi apontado).
Súmula nº 408 - TST - Res. 137/05 - DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 32 e 33 da SDI-II
Ação Rescisória - Petição Inicial - Causa de Pedir - Capitulação - "Iura Novit Curia"
Não padece de inépcia a petição inicial de ação rescisória apenas porque omite a subsunção
do fundamento de rescindibilidade no art. 485 do CPC ou o capitula erroneamente em um de
seus incisos. Contanto que não se afaste dos fatos e fundamentos invocados como causa de
pedir, ao Tribunal é lícito emprestar-lhes a adequada qualificação jurídica ("iura novit curia"). No
entanto, fundando-se a ação rescisória no art. 485, inc. V, do CPC, é indispensável expressa
indicação, na petição inicial da ação rescisória, do dispositivo legal violado, por se tratar de
causa de pedir da rescisória, não se aplicando, no caso, o princípio "iura novit curia". (ex-OJs
nºs 32 e 33 - ambas inseridas em 20.09.00)
Obs. STJ julga suas causas e há uma peculiaridade: ele julga sentença de juiz
federal das causas internacionais art. 109,II CF, 88.
Há uma orientação de que a interpretação dada pelo inciso III, de que qualquer
comportamento da outra parte contrária a boa fé objetiva permite a rescisória.
Ler Editorial 103 do Didier.
Súmula nº 403 - TST - Res. 137/05 - DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 111 e 125 da SDI-II
Ação Rescisória - Dolo da Parte
I - Não caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III, do CPC, o simples fato de a parte
vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrários a ela, porque o procedimento, por si
só, não constitui ardil do qual resulte cerceamento de defesa e, em conseqüência, desvie o juiz
de uma sentença não-condizente com a verdade. (ex-OJ nº 125 - DJ 09.12.03)
II - Se a decisão rescindenda é homologatória de acordo, não há parte vencedora ou vencida,
razão pela qual não é possível a sua desconstituição calcada no inciso III do art. 485 do CPC
(dolo da parte vencedora em detrimento da vencida), pois constitui fundamento de
rescindibilidade que supõe solução jurisdicional para a lide. (ex-OJ nº 111 - DJ 29.04.03)
Obs.4: a falsidade material pode ser tanto uma falsidade material quanto
ideológica.
Obs.2: não é qualquer documento novo que autoriza a rescisória. Tem que ser
um documento novo que por si só altere a decisão tamanha a sua força
probatória. (por isso exame de DNA passou a ser admitido).
Considerações prévias:
Sentenças homologatórias são aquelas que homologam negócios de
autocomposição como a transação, renúncia e o reconhecimento da
procedência do pedido. São sentenças de mérito (art.269 CPC) e sentenças
rescindíveis.
Trata-se de uma rescisão da sentença não por nulidade desta, mas pelo
problema de validade no qual ela se baseou, no caso a nulidade da confissão,
desistência ou transação.
Desistência não gera decisão de mérito. Assim, deve-se ler renúncia.
Ademais deve-se acrescentar o pedido de reconhecimento da procedência
do pedido, pois o inciso VIII é omisso neste ponto.
Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente
homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
Art. 486. Os atos processuais da parte ou do servidor, que não dependem de sentença, ou em
que esta for meramente homologatória, podem ser anulados, como os atos jurídicos em geral,
nos termos da lei civil.
Assim, o art. 486 CPC cuida de uma ação para anular ato da parte. Ele não
tem nada a ver com ação rescisória.
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada:
I - por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita; (não há coisa julgada)
II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único
fundamento. (há coisa julgada)
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de propor a ação, nos casos de que trata este
artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros.
Atenção! O caput do art. 352 CPC foi revogado pelo CC. O CC transformou
em:
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro de fato ou coação, pode ser anulada:
Só haverá erro de fato quando não tiver havido controvérsia acerca do fato, ou
seja, ninguém levantou a possibilidade.
Por isso há rescisória por erro de fato é muito utilizado por quem foi revel uma
vez que não houve controvérsia sobre o fato.
Vide §§1º e 2º do art.485 CPC:
Ex. rescisória por incompetência absoluta, mas não anula todos os atos,
modulando os efeitos.
1) Conceito:
Reclamação é uma ação autônoma de impugnação. Pela reclamação objetiva-
se impugnar uma decisão judicial (assim como a rescisória).
2) Competência:
Trata-se de uma ação de competência de tribunal que é muito mais utilizada no
STF e STJ.
O Supremo já a decidiu que é possível que as constituições estaduais possam
prever reclamação para os tribunais de justiça. Entretanto isso não seria
possível para os TRF’s, o que Didier discorda, pois para ele seria uma espécie
de competência implícita (o projeto de CPC prevê reclamação para qualquer
tribunal).
3) Peculiaridades processuais da reclamação:
O procedimento da reclamação é semelhante ao do MS:
A reclamação pressupõe prova pré-constituída (documental).
A reclamação permite liminar.
A reclamação é necessário ouvir a autoridade reclamadora para prestar
informações na reclamação.
A intervenção do MP é obrigatória na reclamação.
Não se admitem embargos infringentes na reclamação.
É necessário ouvir o contraditório a parte que se beneficia do ato. É uma
garantia do contraditório.
A reclamação permite decisão monocrática do relator se a reclamação
veicular tema que esteja consagrado na jurisprudência do tribunal,
cabendo agravo interno contra esta decisão.
Um julgado do Supremo permitiu que MP que atua em 1ª ou 2ª instância
(promotor, procurador de justiça) pode entrar com reclamação no
Supremo (isso permite a autonomia do MP). O PGR atua como fiscal.
Vide editorial 119 do Didier.
Reclamação não é recurso, ou seja, não tem prazo para ser ajuizada.
Entretanto não é possível entrar com reclamação que transitou em julgado,
pois não é uma rescisória.
Exceção! De três anos pra cá o STJ passou a admitir reclamação para o
STJ contra decisão de turma recursal de juizados especiais. Essa
reclamação possui prazo de 15 dias, uma vez que é neste prazo há o
trânsito em julgado da decisão.
4) Objetivos da reclamação:
Premissa: a reclamação é uma ação típica. Significa dizer que não é possível
entrar com reclamação sob qualquer fundamento, ou seja, é uma ação com
fundamentação vinculada.
A reclamação é uma ação que somente pode ser proposta por 2 fundamentos:
Reclamação por usurpação de competência.
Reclama-se ao tribunal alegando que foi usurpada a competência do tribunal
perante o qual o sujeito reclama.
Ex. Resp é interposto na Bahia, ele é admitido, mas não é remetido ao STJ.
Com a omissão, o presidente do TJBA está usurpando a competência do STJ.
Ex. quando a maioria absoluta de um tribunal é suspeita, mas não remete os
autos ao Supremo.
Reclamação por desrespeito à autoridade da decisão.
O órgão jurisdicional reclamado está desrespeitando a autoridade do tribunal.
Essa é a mais utilizada.
Ex. tribunal determina que execução se processe de uma maneira, mas juiz faz
diferente.
Ex. juiz desrespeita o que se decidiu em ADIN, ADC, ADPF, mesmo que essa
decisão seja liminar. É o que ocorre quando juiz aplica lei inconstitucional. É o
que mais ocorre na prática.
Ex. desrespeito à sumula vinculante.
Ponderação: pode ser uma reclamação contra ato administrativo. A diferença é
que a reclamação por desrespeito à súmula vinculante pressupõe que se
esgote as instâncias administrativas.
Ex. reclamação contra acórdão de turma recursal que vai para o STJ. Há prazo
de 15 dias e cabe quando decisão de turma recursal contrariar súmula ou
julgamento de recursos repetitivos do STJ.
Em alguns precedentes o STJ decidiu que essa reclamação só cabe em tema
de direito material. Para Didier essa é uma decisão absurda, tanto que em
algumas decisões o STJ admite exceções e admite questão processual, como
multa diária (vide editorial 136).
Em um caso concreto o Supremo julgou ADIN de uma lei estadual que feria a
competência da União declarando-a inconstitucional. Ocorre que uma lei de
outro Estado com o mesmo teor foi aplicada em caso concreto. Foi movida uma
uma reclamação alegando que a questão já foi decidida anteriormente pelo
Supremo anteriormente. O supremo admitiu a reclamação, pois os motivos que
justificavam a inconstitucionalidade daquela lei transcendia para outros casos
semelhantes o que se chama de Transcendência dos motivos
determinantes. Entretanto, o Supremo mudou este entendimento (editorial
168).
Aula 08
TEORIA GERAL DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
A ação declaratória é uma sentença intransitiva, pois ela tem carga eficacial
completa, o que significa dizer que não há execução de sentença
declaratória (ela sujeita o réu à potestatividade do direito do autor).
Sentença Declaratória
Regra geral: efeito ex tunc.
Regra geral: as ações que pretendem uma sentença declaratória são
imprescritíveis.
Sentença Constitutiva
Regra Geral: efeito ex nunc.
Regra Geral: estão sujeitos a prazo decadencial.
(ler Agnela Amorim)
Sentença condenatória
Regra Geral: efeito ex tunc.
Regra Geral: estão sujeitos a prazo prescricional.
02 formas:
a) Formação de um processo de execução.
Nova relação jurídica processual com autonomia.
Ex. ganhei uma ação de conhecimento e começo um novo processo de
execução.
02 técnicas:
a) Execução Direta:
Por sub-rogação, substituição da parte renitente.
Ex. ação reconhece entregar o carro para o autor. Devedor descumpre. Juiz
determina a apreensão do carro.
b) Execução Indireta:
Trata-se de execução por coerção, cujos principais mecanismos são a multa e
a prisão.
Eles atuam sobre a vontade do devedor.
Ex. Vizinho não para de fazer barulho. Juiz determina multa.
Ex. Alimentos. Prendo o devedor para que ele seja solto.
2) Execução e Autonomia:
2.2) Execução autônoma (novo processo, mas pode ser nos mesmos autos):
Há 05 casos:
a) Títulos extrajudiciais (Livro III).
b) títulos judiciais paraestatais/parajudiciais (art.475-N,II, IV e VI):
Sentença penal condenatória.
Sentença arbitral.
Sentença estrangeira (art.475, N, p.ú)
A opção por esta forma se justifica, pois não há juízo cível estatal nacional. Não
há ação de conhecimento para continuar
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a
ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.
(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Conclusão:
04 são execuções autônomas de títulos judiciais.
01 é execução de título extrajudicial.
Assim, existe execução autônoma de título judicial.
Atenção! Quando aplica-se sanção de pena de prisão civil do art.733 CPC não
é possível aplicar a multa supracitada, pois a primeira já é uma sanção muito
complexa.
4.1) Sentença que reconhece obrigação de pagar, dar fazer e não fazer
(art.475-N,I, CPC).
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer,
não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Esse é o título executivo por excelência, pois em 90% das ações de execução
versam sobre esta matéria.
04 observações:
Onde se lê “sentença” é melhor ler “decisão judicial” (acórdão, decisões
interlocutórias como a tutela antecipada etc.).
A sentença de improcedência e a extintiva sem julgamento do mérito
também pode ser executada, no capítulo da sucumbência.
Reconhecem-se obrigações de dar, fazer e pagar fora do processo de
conhecimento que também são executáveis.
Há excepcionalmente ações cautelares e processos de execução que podem
desaguar em reconhecimento de obrigação.
Ex. execução do art.601 CPC – litigância de má fé, pode executar.
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz,
em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução,
sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá
em proveito do credor, exigível na própria execução.(Redação dada pela Lei nº 8.953, de
13.12.1994)
Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar
qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor
pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios. (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
Ex. cautelar dos alimentos provisionais – art.852 CPC – prevê que juiz julgará a
cautelar e determinará o pagamento de alimentos.
Aula 09
4.4) Sentença arbitral (art.475-N, IV CPC)
A sentença arbitral é um dos três títulos parajudiciais, paraestatais.
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título
executivo.
Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; (Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral ou de sentença estrangeira. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo
juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do
executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Tem 03 regras:
5.1) Competência Originária (art. 475-P,I,CPC):
Competência funcional absoluta: competente é o próprio Tribunal que julgou a
ação originária. Ex. execução de honorários a rescisória, MS etc.
Art. 811. Sem prejuízo do disposto no art. 16, o requerente do procedimento cautelar responde
ao requerido pelo prejuízo que Ihe causar a execução da medida:
I - se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável;
II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação
do requerido dentro em 5 (cinco) dias;
III - se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808,
deste Código;
IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do
direito do autor (art. 810).
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar.
Seja qual for a posição adotada, todos são expressos ao afirmar a natureza
cognitiva (e não executiva) da liquidação da sentença.
1.4) Competência:
Segue a regra do art.475-P,I , II e III do CPC.
Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; (Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral ou de sentença estrangeira. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Atenção! Não é possível se aplicar o art.475-P, p.ú do CPC já na fase de
liquidação (são as causas modificativas voluntárias de competência).
Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo
juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do
executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Resumindo:
Não será necessária a liquidação.
Quando a determinação do valor
Não é o contador do juízo quem faz o cálculo.
da condenação depender apenas
O próprio credor deverá apresentar a memória discriminada e
de cálculo aritmético.
atualizada do cálculo.
a) quando o juiz desconfiar que a memória apresentada pelo credor
O juiz deverá determinar que o esteja errada;
cálculo seja feito pela contadoria
b) quando o credor for beneficiário da justiça gratuita (presume-se
do juízo em duas situações:
que ele não pode contratar alguém para fazer os seus cálculos).
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a
individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a
entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou
imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461. (Incluído pela
Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
o Art.459 do CPC
Art. 459. O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido
formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz
decidirá em forma concisa.
Parágrafo único. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir
sentença ilíquida (Atenção! Esse p.ú., sofre uma atenuação jurisprudencial de seu rigor
em casos excepcionais em que o pedido certo e determinado que há sentença ilíquida).
Aula 10
II) Liquidação por ARBITRAMENTO (art.475-C e D do CPC):
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando: (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo
para a entrega do laudo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo
de dez dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência. (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO
POR ARBITRAMENTO POR ARTIGOS
Ocorre quando for necessária a Ocorre quando for necessário alegar e
realização de uma PERÍCIA para se provar um FATO NOVO para se descobrir
descobrir o quantum debeatur. o quantum debeatur.
É utilizada quando forem necessários
outros meios de prova para se determinar
o valor da condenação, além da perícia.
Resumindo:
Quando a determinação do Não será necessária a liquidação.
valor da condenação Não é o contador do juízo quem faz o cálculo.
depender apenas de O próprio credor deverá apresentar a memória
cálculo aritmético. discriminada e atualizada do cálculo.
a) quando o juiz desconfiar que a memória apresentada
O juiz deverá determinar pelo credor esteja errada;
que o cálculo seja feito pela
b) quando o credor for beneficiário da justiça gratuita
contadoria do juízo em
(presume-se que ele não pode contratar alguém para
duas situações:
fazer os seus cálculos).
Liquidações verdadeiras:
Por arbitramento: fixação do valor já está no processo
Por artigos: tem que provar fatos novos.
Liquidações falsas:
Por contador: não há grau de indeterminação.
Liquidação da pretensão individual correspondente (individuais
homogêneos) ou decorrentes (difusos e coletivos)
1.12) Sucumbência:
Regra geral não há sucumbência, pois não há resistência à apuração do
quantum.
Entretanto, alguns autores, com razão, apontam que pode haver sucumbência
na liquidação por artigos, desde que haja resistência da parte liquidada.
Art. 475-H. Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
É por essa razão que não é possível inserir na fase de liquidação juros
remuneratórios ou capitalizados, bem como honorários advocatícios, omitidos
na sentença – deveria ter embargado na sentença. Súmula 453 STJ.
Art. 475-G do CPC. É defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que
a julgou. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Súmula 453
Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem
ser cobrados em execução ou em ação própria.
2.2) Percentual:
Prevalece largamente o entendimento que este valor (10%) não pode ser
alterado para mais nem para menos
Trata-se de uma diferença nítida da astreinte do art.461 do CPC, pois quem
define o valor é o juiz.
Em entendimento minoritário, Marcelo Abelha defende que uma vez que o
caráter da multa é coercitivo, ela não incide se o devedor comprovar se deixou
de pagar não por vontade própria, mas sim porque não tinha condições.
2.3) Incidência:
A multa do art. 475-J do CPC incide sobre todas as obrigações de pagar
constantes de título executivo judicial, inclusive nas sentenças paraestatais
(art.475-N, p.ú. do CPC) – elas são execuções autônomas (precisam ser
distribuídas e devedor é citado).
02 Exceções (02 títulos judiciais de pagar que não há incidência da multa):
Execução de alimentos do art.733 do CPC (na do art.732 do CPC incide
a multa – REsp 1.177.594- RJ).
Execução de pagar contra a Fazenda Pública. (art.730 do CPC e art.100
da CF – o pagamento da Fazenda pública em obrigação de pagar é por
precatório). Fazenda é citada apenas para embargar: se ela não pagar
entra na fila de precatórios.
Atenção! Não incide multa no título extrajudicial.
Obs.1: se o réu foi condenado à revelia não será intimado do início do prazo de
15 dias (art.322 do CPC).
Aula 11
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
II – inexigibilidade do título; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – penhora incorreta ou avaliação errônea; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV – ilegitimidade das partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V – excesso de execução; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.
(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o
título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
§ 2o Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia
superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende
correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Para o STJ, trata-se de mero incidente processual (REsp 1134186/RS). Obs: existem posições
diferentes na doutrina.
Obs.3: Termo inicial do prazo nos casos em que o devedor garante o juízo
através do depósito para impugnar.
Resp 965475/SP – Relator Luiz Felipe Salomão: nos casos de depósito, o
prazo de 15 dias conta do depósito sem outra formalidade.
Para todos os fins, é como se o diário oficial apenas houvesse circulado na própria
segunda-feira, sendo o 1º dia do prazo o dia útil subsequente, in casu, a terça-feira acaso
seja dia útil. É o que se depreende de uma leitura conjunta do art. 240, parágrafo único
(“As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem
ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.”) e 184, § 2º (“Os prazos
somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação [art. 240 e parágrafo
único
De acordo com os §§ 3º e 4º do art. 4º da Lei 11.419/06, o dia em que o DJe é
disponibilizado não é considerado como a data da publicação, que sempre recai no dia
útil subsequente. Por corolário, o 1º dia do prazo será no 2º dia útil subsequente ao da
disponibilização. Eis dispositivos legais referidos:
“Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio
da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos
próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado
como data da publicação.”
Importante!!!
Se o devedor apresentar impugnação ao cumprimento de sentença alegando que há excesso de
execução e que o credor está pleiteando quantia superior a que é devida, ele deverá apontar,
na petição da impugnação, a parcela incontroversa do débito, bem como as incorreções
encontradas nos cálculos do credor. Caso não faça isso, o juiz deverá rejeitar liminarmente a
impugnação (§ 2º do art. 475-L), não sendo permitido que o devedor faça a emenda da inicial
da impugnação para corrigir essa falha.
STJ. Corte Especiãl. REsp 1.387.248-SC, Rel. Min. Pãulo de Tãrso Sãnseverino, julgãdo em 7/5/2014
(recurso repetitivo).
Aula 12
1) Aspectos gerais:
1.6) Aplicação com alguma limitação mínima (Lei 9494/97 e art.7º,§2º, da Lei
12.016/2009), dos arts. 461 e 461-A do CPC no cumprimento de
sentença de fazer, não fazer e dar proferida contra o Poder Público:
O regime jurídico de fazer ou não fazer e dar no Poder Público é o mesmo que
o particular. Ex. dar medicamentos. Por isso ela funciona.
Não se aplica aqui o regime do art.730 do CPC e art.100 da CF (obrigação de
pagar é feita pelo precatório, o que é muito ineficiente).
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação
dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Diferença entre tutela específica e resultado prático equivalente:
Tutela específica: é o adimplemento perfeito da obrigação. Ex.
determinar que o escritor escreva o livro; determinar que o empreiteiro
entregue a casa.
Resultado prático equivalente: consiste no deferimento pelo juiz de
medida que embora não seja o adimplemento perfeito da obrigação, alcance o
efeito prático semelhante. Ex. garagens a menos em um prédio de
apartamentos. Loteador fez 40 apartamentos com apenas 40 vagas de
garagem. Houve uma briga com quem vai ficar a garagem. Eles não queriam
dinheiro para compensar. Assim, houve um sorteio e os perdedores entraram
na justiça. Assim, o juiz determinou um manobrista 24 horas.
O STJ admite que a pessoa abra mão do título extrajudicial e entre com uma
ação de conhecimento. A razão é que as medidas executivas do cumprimento
de sentença (execução de título judicial) são melhores das que existentes na
execução de título extrajudicial, a ver a obtenção do resultado prático.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à
custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização
judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Ex. contrato alguém para arrumar a calha, mas não aparece. Com urgência
contato um 3º para fazer.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Ex. vizinho constrói muro que não podia. Mando uma pessoa destruir o muro
2.2.1) Perdas e danos é como regra a última opção e só será devida se a tutela
específica ou o resultado prático forem frustrados, bem como quando o credor
assim preferir.
Contudo, para o exercício dessa última opção (credor pedir perdas e danos),
deverá, por primeiro, aguardar o decurso do prazo, fixado pelo juiz, para o
cumprimento in natura da decisão, para só após ser requerida a conversão em
perdas e danos.
Ex. show Beyoncé. Juiz determina que ela venha sob pena de multa. Primeiro
tem que dar a oportunidade dela cantar para depois converter em perdas e
danos.
2.2.2) Exceção à regra geral de que perdas e danos é a última opção (será a
única opção): obrigações de não fazer instantâneas descumpridas.
A obrigação de não fazer permanente uma vez descumprida (o sujeito fez) tem
como voltar atrás. Ex. não fazer barulho; não construir um muro; não se instala
em determinado local.
Não tem nada a ver com execução, pois fala em tutela antecipada se
localizando em local errado.
Aula 13
Assim, a multa pode ser cobrada em qualquer situação: fazer/ não fazer, dar,
pagar etc. O art.287 não faz nenhuma restrição.
Ex. juiz fixou multa de R$1.500,00 contra a telefônica, mas foi ineficaz e subiu
para R$3.000,00.
Ex. dono de mercadinho (devedor) está tentando cumprir obrigação de boa-fé e
requere a redução da multa, porque está muito alta.
Para o STJ o valor da multa/astreinte, não faz coisa julgada material, podendo,
portanto, a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado da sentença
que reconheceu a obrigação, ser alterado.
2.4.12) Duty to mitigate the loss (EUA) - Teoria do dever de mitigar, diminuir o
próprio prejuízo e Supressio (Itália) – perda de uma situação jurídica de
vantagem pelo seu não exercício em tempo razoável.
Se o réu, voluntariamente, deixou de comunicar ao juízo o descumprimento da
obrigação, com o objetivo de acumular o valor da multa/astreinte, é lícito ao juiz
vedar tal conduta, tornando inexigível ou reduzido o valor da multa/acumulada.
Ex. juiz fixa uma multa para o devedor cumprir uma obrigação. O credor, de má
fé, não avisa o juiz que o devedor não está cumprindo a obrigação para ganhar
o valor da multa.
2.5.2) É possível que o juiz com base no §5º decretar a prisão pelo
descumprimento da obrigação de fazer ou não fazer?
R. 02 posições:
1ª) Marinoni e Ada: SIM. Prisão é mecanismo de execução indireta a bem do
cumprimento da obrigação, de modo que cumprida o executado é solto - “Faça
sob pena de prisão” – não se prende por inadimplemento, mas porque não está
cumprindo a determinação judicial.
2ª) Medina e o STJ (RHC35,253, j. 05.03.2013): NÃO. Isso constituiria prisão
civil não autorizada pela CF.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
Por isso tanto Dinamarco como Cássio Scarpinella sustentam que não é
possível resultado equivalente prático, até porque só interessa ao credor
aquela coisa específica, única capaz de satisfazê-lo. Do contrário é perdas e
danos.
3.3) Art.461-A §1º - concentração nas obrigações para entrega de coisa incerta:
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a
individualizará na petição inicial (não tem petição inicial), se lhe couber a escolha; cabendo
ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela
Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
1) Princípios:
Vamos falar dos principais princípios da execução que também são aplicáveis
ao cumprimento de sentença e execução e título judicial:
Atenção! Para alguns poucos autores, esse princípio sofre exceções a partir
do momento em que se admite a execução da decisão antecipatória de tutela e
da monitória (execução sine título). Já para outros autores, não se trata de
exceção já que a decisão antecipatória de tutela e da monitória são títulos
executivos provisórios.
Ex. art.666, §1º do CPC – a regra é o bem não ficar com o devedor.
§ 1o Com a expressa anuência do exeqüente ou nos casos de difícil remoção, os bens
poderão ser depositados em poder do executado. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Exceções:
Art.733 do CPC – dívida de alimentos.
Atenção! Este dispositivo está mal posicionado no CPC, vez que ele deveria
estar no capítulo da responsabilidade patrimonial (art.591 e ss. do CPC).
Afinal, o legitimado passivo para a execução é a empresa/pessoa jurídica
(débito), sendo o sócio que agiu com excesso de poderes apenas o
responsável peço pagamento da dívida (responsabilidade).
Cuidado! O STJ entende que se o sócio já constar da CDA ele é
devedor/responsável (art.568,I do CPC), cabendo a ele provar que não agiu
com excesso de poderes (art.135 CTN). Mas se o sócio não constar da CDA
para que ele seja responsabilizado compete ao fisco provar o excesso de
poderes (art.135 CTN) para que ele possa ser responsabilizado (STJ,
Resp.924.442/RS)
Aula 14
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das
partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo
foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.
§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
Conclusão:
Regra legal: local do cumprimento da obrigação.
Regra contratual: foro de eleição
Em ambas as hipóteses pode optar pelo domicílio do devedor.
Obs.5: o STJ tem entendido que o eventual protesto do título fora do local
indicado no foro de eleição não significa renúncia a ele.
Ex. contrato: São Paulo (domicílio do devedor), Franca (domicílio do credor) e
Campinas (local da obrigação) e o foro de eleição foi SP – a favor do devedor.
O protesto não é condição de execução do título extrajudicial. Assim, se o
credor protesta em franca não significa que a execução do título vai modificar.
Obs.6: caso haja ação prévia a execução ajuizada pelo devedor para discutir a
existência/inexistência da obrigação constante do título extrajudicial (anulatória
de débito, declaratória negativa etc.), isso não impede o credor de promover a
execução (art.585, §1º do CPC). Contudo, essa execução necessariamente
deverá ser ajuizada perante o juízo da ação declaratória negativa que está
prevento para o julgamento, também da execução (conexão por
prejudicialidade) – art.253, I, do CPC. Portanto, nesse caso pode ficar
eventualmente prejudicada a regra do art.100,IV, “d” do CPC. (questão clássica
CESPE).
Art.585 § 1o A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não
inibe o credor de promover-lhe a execução. (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Art. 582. Em todos os casos em que é defeso a um contraente, antes de cumprida a sua
obrigação, exigir o implemento da do outro (Não há inadimplemento), não se procederá à
execução, se o devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos
pelo juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo,
recusar a oferta.
Parágrafo único. O devedor poderá, entretanto, exonerar-se da obrigação, depositando em
juízo a prestação ou a coisa; caso em que o juiz suspenderá a execução, não permitindo que o
credor a receba, sem cumprir a contraprestação, que Ihe tocar.
Art.615, IV do CPC:
Art. 615. Cumpre ainda ao credor:
IV - provar que adimpliu a contraprestação, que Ihe corresponde, ou que Ihe assegura o
cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a
contraprestação do credor.
Obs. A obrigação e não o título tem que ser certo, líquido e exigível.
Ex. cheque
Quem deve? Devedor
Para quem deve? Credor
O que deve? $
Como deve? Título à vista.
Ex. contrato de compra e venda de vacas. Gajardoni deve para credor, 03
vacas, mas não há contraprestação (à vista, à prazo etc.). Assim, não é título
executivo.
Ex. título executivo não vencido (a ser pago em 2014 e ainda é 2013). O título é
certo, líquido, mas não exigível.
Ex. títulos judiciais sujeitos a recurso com efeito suspensivo são inexigíveis,
pois tolhem a eficácia da sentença.
Ex. promessa de doação de apartamento caso filha case. Depois dela casar o
pai não cumpre a promessa. Para executar o contrato, a filha tem que provar
com a cópia de certidão de casamento que cumpriu a condição.
Última observação: à exceção dos títulos judiciais ilíquidos (que podem ser
liquidados conforme art.475 e ss. CPC), a ausência dos caracteres certeza,
liquidez e exigibilidade desnatura o documento como título executivo.
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
vi. O STJ, exatamente pela crítica do item anterior, admite que o detentor
do título extrajudicial se valha do documento para instruir processo de
conhecimento (ele pode optar).
Razão: as medidas executivas do título judicial é melhor do que o título
extrajudicial.
(Cássio Scarpinela é totalmente contra a este entendimento - minoritário).
Antes o entendimento era de que se havia título executivo era obrigatório ação
de execução, sob pena de falta de interesse de agir. O STJ superou este
entendimento.
Títulos em espécie:
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (Redação dada
pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
c) Duplicata:
Só pode ser emitida pelo credor em se tratando de compra e venda ou
prestação de serviço mercantil (só comerciante pode emitir) – art.1º e
20 da Lei 5.474/68
A duplicata não pode ser emitida por pessoa física, mas pode ser emitida por
empresário individual, MEI etc.
Obs. o cheque promissória ou duplicata aceita são títulos que não necessitam
de protestar para serem executados.
d) Cheque:
O cheque só é título executivo contra o emitente, ainda que a conta seja
conjunta (a solidariedade na conta conjunta se dá perante o banco e não
a terceiros).
O cheque pós datado não perde a exigibilidade podendo ser executado
de imediato antes do prazo avençado.
O cheque pós datado é um contrato entre as partes, mas não retira o fato de
ser título de pagamento a vista. Em razão disso, o emitente pode reclamar
indenização por danos (súmula 370 do STJ).
Prescrição da executoriedade do cheque: o STJ pacificou entendimento
de que a prescrição do cheque é de 6 meses contados do término do prazo
para sua apresentação ou da 2ª devolução, considerando a data da emissão
do cheque ainda que pós datado.
Ex. o “bom para”, pós pagamento não deve ser considerado no prazo
prescricional.
A prescrição de 6 meses começa a contar do fim do prazo da apresentação
(prazo de 30 ou 90 dias dependendo da praça).
A partir do momento que apresento 2 vezes, a partir da 2ª devolução escoa o
prazo de 6 meses.
Ex. executo cheque sem falar a origem da dívida. O devedor tem que provar
isso.
Observações:
a. De todos os títulos extrajudiciais este é o mais aberto (obs. as cambiais
são fechos). Pode ser obrigação de fazer, pagar etc.
b. Documento particular assinado por 02 testemunhas. O STJ entende
que essas 02 testemunhas são meramente instrumentais, de modo que
não precisam presenciar o ato, tampouco serem identificadas em
detalhes.
c. Documento particular: limitações sumulares a respeito do tema –
súmulas 233, 247 e 300 STJ.
Contrato de abertura de conta corrente é o contrato mais utilizado no Brasil (é o
contrato de cheque especial). Ocorre que o STJ decidiu que não é um título
extrajudicial (não há liquidez) e isso retirou um grande poder dos bancos. Seria
necessário entrar com ação de conhecimento.
Súmula 233
O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é
título executivo.
Assim, o STJ voltou atrás e admitiu ação monitória, mas mesmo assim os
bancos não ficaram satisfeitos.
Súmula 247
O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de
débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução (na verdade é fiança),
bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Observações:
a) Caução/fiança: para a validade da fiança/caução é necessária outorga
uxória (art.1.647,III do CC).
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta (= separação convencional):
III - prestar fiança ou aval;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Foro (anuidade) e laudêmio (pagamento pela venda) estão ligados a enfiteuse
que não existem mais no CC/02. Aqueles são valores que o enfiteuta para o
senhorio. Ambos são títulos executivos extrajudiciais.
Observação:
a. Sem necessidade de testemunhas.
b. Não confundir o art.585, V do CPC com o art.275,II, “b” do CPC –
cobrança de condomínio.
Se for ação do condomínio X o condômino locador/locatário pelas despesas de
condomínio ação de cobrança pelo rito sumário (art.275,II, “b”, CPC).
Se for ação condômino/locador X locatário pelas despesas do condomínio (já
adimplido em comprovado documentalmente): execução (art.585,V, CPC).
6.8) Art.585, VII, CPC – CDA (certidão de dívida ativa) – art.202 do CTN e
art.2º,§5º, da Lei 6.830
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
02 questões:
Todos os bens do devedor presentes e futuros respondem pela
execução?
R. Não. O legislador por questões de política legislativa, exclui alguns bens da
responsabilidade patrimonial:
i) Bens impenhoráveis protegidos pelos art.649 e 650 do CPC; Lei
8.009/90; Art.1.711 do CC; Art. 100 da CF.
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado,
salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um
médio padrão de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria,
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, observado o disposto no § 3 o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de
poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.
(Incluído pela Lei nº 11.694, de 2008)
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do
próprio bem. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 2o O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para
pagamento de prestação alimentícia. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens
inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia. (Redação dada pela
Lei nº 11.382, de 2006).
Bem de família convencional
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não
ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras
sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
03 situações:
a. Art.135 do CTN e 568, V do CPC: são as hipóteses em que o sócio age
com excesso de poder ou ilegalidade.
Ex. sócio que ao invés pagar tributos, divide o lucro – tem que pagar com seu
próprio patrimônio.
Se o sócio já constar como devedor da CDA, compete ao sócio (embargos à
execução) provar que estão ausentes os requisitos do art.135 CTN.
Se, entretanto, o sócio não constar na CDA compete ao fisco provar os
requisitos do art.135 CTN para que o juiz permita eu a execução alcance o
patrimônio do sócio.
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação
respondem pela dívida;
Essas hipóteses estão previstas em lei: art.1.643 e 1.644 CC
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente
ambos os cônjuges.
Mas há também casuística jurisprudencial a respeito: súmula 251 STJ
Súmula 251
A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o
enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal.
03 observações:
Súmula 375
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou
da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados,
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação
dada pela Lcp nº 118, de 2005)
A) Requisitos:
Vide Art.282, 614 e 615 do CPC.
3 requisitos obrigações em todas as execuções de pagar:
a. Custas/ taxa judiciária (exceto se justiça gratuita).
b. Deve ser distribuído com o título.
c. Se for obrigação de pagar, cálculo do débito atualizado da propositura.
Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a
petição inicial:
I - com o título executivo extrajudicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se
tratar de execução por quantia certa; (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
III - com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572). (Incluído pela
Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Aula
Juiz pode:
a. Indeferir a inicial executiva (art. 282 c/c 618, CPC): Ex.: cheque
prescrito, falta de título.
b. Determinar a emenda da Petição Inicial se esta tiver vícios
sanáveis (art. 616, CPC): Ex.: juntar o cálculo da quantia devida.
c. Admitir a petição inicial: Diante da admissão da execução teremos
4 ocorrências, quais sejam: Despacho inicial -> interrompe-se a prescrição do
título (art. 617 do CPC). A interrupção da prescrição retroage à data da
distribuição.
Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor (é automático), arrestar-lhe-á tantos
bens quantos bastem para garantir a execução.
Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça
procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.
Art.652 O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida.
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exeqüente, determinar, a qualquer tempo, a
intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora. (Incluído pela Lei nº 11.382,
de 2006).
Essa intimação é sob pena de multa de ato atentatório à dignidade da justiça. A
indicação de bens penhoráveis pelo devedor é uma obrigação, pois se trata de
um dever.
Importante!!!
Mudança de entendimento!
Atualize seu livro de 2013
O art. 649 do CPC estabelece um rol de bens que não podem ser objeto de penhora.
O inciso IV do art. 649 prevê que as verbas salariais são absolutamente impenhoráveis.
O STJ, no entanto, confere interpretação restritiva a esse inciso e afirma que a
remuneração a que se refere o dispositivo é a última percebida, perdendo esta
natureza a sobra respectiva, após o recebimento do salário ou vencimento seguinte.
Assim, se a pessoa recebe seu salário na conta bancária, mas não o utiliza no mês e o
deixa lá depositado, tal quantia perderá o caráter de impenhorabilidade.
O inciso X do art. 649 estabelece que é impenhorável a quantia depositada em
caderneta de poupança, até o limite de 40 salários mínimos. O STJ decidiu que é
possível aplicar a proteção desse inciso, por intepretação extensiva, para outras formas
de investimento. Desse modo, é impenhorável a quantia de até 40 salários mínimos
depositada em fundo de investimento, desde que seja a única aplicação financeira do
devedor e não haja indícios de má-fé, abuso, fraude, ocultação de valores ou sinais
exteriores de riqueza.
As verbas rescisórias trabalhistas são consideradas impenhoráveis, nos termos do
inciso IV, por terem a natureza de verba salarial (alimentar). No entanto, se a pessoa
recebe a verba trabalhista e deposita esse dinheiro em um fundo de investimento, por
longo período, a quantia perderá o caráter de impenhorabilidade do IV já que não foi
utilizada para suprimento de necessidades básicas do devedor e sua família. Por outro
lado, essa verba poderá ser considerada impenhorável com base no inciso X, até o
limite de 40 salários mínimos, desde que seja a única aplicação financeira do devedor e
não haja indícios de má-fé, abuso, fraude, ocultação de valores ou sinais exteriores de
riqueza.
STJ. 2ª Seçãã o. REsp 1.230.060-PR, Rel. Min. Mãriã Isãbel Gãllotti, julgãdo em 13/8/2014 (Info
547).
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria,
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, observado o disposto no § 3 o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
Inciso IV tem exceção o §2º - pensão alimentícia pode ir o salário inteiro do
cara.
§ 2o O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para
pagamento de prestação alimentícia. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.
(Incluído pela Lei nº 11.694, de 2008)
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do
próprio bem. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
c) Cônjuge:
Só nos casos de bens imóveis e casamento diversos do regime de separação
total de bens – art.655, §2º do CPC c/c súmula 134 do STJ. A finalidade é que
o cônjuge apresente embargos à execução e de terceiro.
Estudar em casa:
Execução de título extrajudicial de fazer/ não fazer e dar;
Embargos à execução;
Execução contra a fazenda pública.
Proposta a ação de execução contra a FP, esta é citada para, no prazo de 30 dias 3,
opor embargos.
Aos embargos da FP não se aplica o disposto no art. 739-A, §1º, do CPC. Como
a CF exige o trânsito em julgado para a expedição de precatório ou de RPV, deduz-se
que os embargos da FP sempre terão efeito suspensivo. Por outro lado, conforme
Leonardo Cunha aponta, o STJ entende aplicável à FP o disposto no art. 739-A, §3º do
CPC, segundo o qual, se os embargos forem parciais, a execução prossegue quanto à
parte não embargada. É dizer, quanto à parcela incontroversa, já pode ser expedido o
precatório, sem que se configure o fracionamento vedado no art. 100, §8º da CF.
Recebidos os embargos, deve o juiz determinar a intimação do exequente para
oferecer resposta, no prazo de 15 dias.
Pode o juiz também rejeitar os embargos liminarmente, nas hipóteses do art. 739
do CPC: se forem intempestivos, se inepta a petição, ou se manifestamente
protelatórios. O mesmo se dá caso os embargos não se atenham às matérias elencadas
no art. 741 do CPC.
ATENÇÃO: a sentença que rejeita os embargos da FP não se sujeita a reexame
necessário (STJ AgRg no REsp 1079310/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/11/2008).
Recebidos os embargos e processados na forma do art. 740 do CPC, seu
julgamento final se faz por sentença, a ser impugnada por apelação. Essa apelação será
3 Esse prazo foi instituído pela MP 2.180-35. O STF, na ADC 11, proferiu medida cautelar para suspender
todos os processos nos quais se discute a constitucionalidade dessa alteração.
recebida no duplo efeito, não importa se os embargos tenham sido acolhidos ou
rejeitados (nesse último caso, portanto, não se aplica o art. 520, V, do CPC, pois a
expedição de precatório, recorde-se, depende de trânsito em julgado).
Conteúdo dos embargos da FP – art. 741 do CPC: verifica-se que a FP só pode
alegar vícios relativos à execução ou causas impeditivas, modificativas ou extintivas da
obrigação supervenientes à sentença. Questões anteriores à sentença já estão
acobertadas pela preclusão, exceto a falta ou nulidade da citação, se o processo correu à
revelia da FP.
No tocante ao art. 741, V, do CPC, se a FP fizer tal alegação nos embargos, tem
o ônus de declarar o valor que entende correto, demonstrando o excesso, sob pena de
rejeição liminar.
Quanto ao art. 741, VI, do CPC, exemplo de causa superveniente é a
compensação (“É admissível a discussão quanto à compensação de valores restituídos
em ajuste anual de imposto de renda com o valor objeto de execução contra a Fazenda
Pública fundada em título judicial” – STJ EDcl no REsp 910.692/DF, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/09/2008).
Em relação ao art. 741, VII, do CPC, cumpre asseverar que se cuida da
incompetência do juízo da execução, pois quanto ao processo de conhecimento já se
operou a coisa julgada. Ainda que a sentença tenha sido proferida por juízo
absolutamente incompetente, isso não poderá ser discutido nos embargos, mas tão
somente em ação rescisória (STJ CC 45.159/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2006, DJ 27/03/2006 p. 137).
Quanto ao parágrafo único do art. 741 do CPC, é contemplada hipótese de
rescisão da sentença, com desconstituição da coisa julgada material, quando estiver
fundada em preceito tido por inconstitucional pelo STF ou quando se tenha conferido a
este preceito interpretação tida pelo STF como inconstitucional – COISA JULGADA
INCONSTITUCIONAL. É a harmonização da garantia da coisa julgada com o primado
da Constituição.
Se a Fazenda Pública não embargou a execução, ela, mesmo assim, será condenada a pagar
honorários advocatícios ao exequente?
Regra geral: NÃO. O art. 1º-D da Lei n. 9.494/97 afirma que “não serão devidos
honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções não embargadas.”
EXCEÇÃO: a Fazenda Pública será condenada a pagar honorários ao exequente, mesmo
que não apresente embargos à execução, caso a dívida cobrada seja enquadrada como
de pequeno valor (§ 3º do art. 100 da CF).
Resumindo:
o art. 1º-D da Lei n. 9.494/97 é válido apenas para as execuções contra a Fazenda
Pública envolvendo a sistemática de precatórios (art. 100, caput);
o art. 1º-D da Lei n. 9.494/97 NÃO se aplica no caso execuções contra a Fazenda
Pública cobrando dívidas de pequeno valor (§ 3º do art. 100 da CF/88), nas quais o
precatório é dispensado.
Fazenda não
embargou. Será
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
condenada em
honorários?
Cobrando dívida superior ao previsto no art. 87 do ADCT
NÃO
(sistemática do precatório).
Cobrando dívida inferior ao previsto no art. 87 do ADCT (pequeno
SIM
valor – dispensa de precatório).
O exequente iniciou a execução cobrando dívida superior ao
previsto no art. 87 do ADCT, mas depois renunciou ao excedente NÃO
para receber em RPV.
7.4.3. Precatório.
Precatório é ordem, documentada por um ofício (“ofício requisitório”). Há uma
sentença transitada em julgado que condena a Fazenda Pública a pagar determinada
quantia. O magistrado incumbido da execução da sentença não se dirige ao devedor,
determinando o pagamento sob pena de penhora. Ele, juntando cópia da sentença e
demais peças pertinentes, oficia ao presidente do tribunal a que está vinculado,
solicitando as providências cabíveis no sentido não da requisição da importância
necessária à satisfação do débito, mas de sua previsão orçamentária. De posse da
solicitação do juiz, o presidente do tribunal envia à Fazenda Pública competente um
ofício, dito ‘ofício requisitório’, para que faça a inclusão, no orçamento, do numerário
destinado a salvar o débito. O ofício requisitório é, pois, um documento pelo qual se
requisita do Poder Executivo que inclua no orçamento dotação suficiente para o
pagamento do valor que ele estipula.
A CF exige, para a expedição do precatório, o trânsito em julgado da sentença,
de modo que, no tocante à obrigação de pagar quantia certa, não se admite execução
provisória contra a FP.
7.4.7. Sequestro
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a
decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do
credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou
de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o
sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).
Antes da EC 62/09, só era possível o sequestro no caso de preterição da ordem
de inscrição do precatório. Ademais, também era previsto o sequestro quando houvesse
o vencimento do prazo sem pagamento, nas hipóteses de moratória do art. 78 do ADCT.
Agora, incluiu-se a possibilidade de sequestro quando não houver alocação
orçamentária do valor necessário à satisfação do débito.
A doutrina assevera a impropriedade da designação dessa medida como
sequestro, pois se cuida, em verdade, de um arresto. De qualquer sorte, seria um arresto
de caráter satisfativo, e não cautelar.
O sequestro pode recair tanto sobre a quantia indevidamente recebida pelo
credor beneficiado (em caso de quebra da ordem de preferência), como sobre as rendas
da FP (STF).
7.4.8. Intervenção
Em se tratando de não-pagamento de precatório no momento previsto
constitucionalmente, é possível a decretação de intervenção no ente federativo
inadimplente, tendo em vista a desobediência à ordem judicial (CF, art. 34, VI e art. 35,
IV).
Só o Tribunal local tem legitimidade para encaminhar ao STF o pedido de
intervenção baseado em descumprimento das suas próprias decisões (STF, IF 234-6/SP,
rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU 14.06.1996, p. 21.036), devendo a parte dirigir-se
diretamente ao Tribunal local, e não ao STF (STF, IF 135-8/RJ, rel. Min. Sepúlveda
Pertence, DJU 24.11.1995, p. 40.735, RTJ 142/371). Julgado procedente o pedido
interventivo, o Presidente da República formalizará a intervenção através de decreto
interventivo (CF, art. 84, inciso X), o qual, uma vez publicado, tornar-se-á,
imediatamente, eficaz, legitimando a prática dos demais atos consequentes à
intervenção. Após, para fins do controle político, o decreto presidencial deverá ser
submetido em vinte e quatro horas ao Congresso Nacional, que deverá rejeitá-lo, ou,
mediante decreto legislativo, aprová-lo (CF, art. 49, inc. IV). Mas se a suspensão do ato
impugnado pelo decreto presidencial for suficiente para restabelecer a normalidade, o
controle político será dispensado (CF, art. 36, §3º).
Todavia, a rigidez do artigo 34, VI, da CF, foi abrandada pelo STF, que afasta a
intervenção quando haja descumprimento involuntário ou justificado por inexistência de
recursos financeiros (“O Tribunal, por maioria, indeferiu o pedido de intervenção
federal, por entender não configurado o descumprimento voluntário ou injustificado da
decisão judicial por parte do Estado de São Paulo, haja vista a inexistência de recursos
financeiros para tanto” (STF, IF 2.915-SP e IF 2.953-SP, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/
acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 03.02.2003, Informativo STF 296).
No que concerne especificamente à intervenção estadual nos Municípios por
falta de pagamento de precatório, esta só pode dar-se na hipótese prevista no art. 35, IV.
Aqui, só o Governador pode decretar a intervenção, dependendo de ação julgada
procedente pelo Tribunal de Justiça. Neste caso específico, dispensa-se o controle
político pela Assembléia Legislativa.
Há quem entenda que ao credor prejudicado pelo não-pagamento do precatório,
frente à falta de consignação de verba necessária, cabe impetrar mandado de segurança
para obrigar o chefe do poder executivo a fazer a competente dotação.
Obs. Para as condenações envolvendo a União, pequeno valor equivale a 60 salários mínimos
(art. 17, § 1º, da Lei n. 10.259/2001).
E se o ente federado não editar a lei prevendo o quatum do “pequeno valor”?
Nesse caso, segundo o art. 87 do ADCT da CF/88, para os entes que não editarem suas leis,
serão adotados, como “pequeno valor” os seguintes montantes:
I - 40 salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal;
II - 30 salários mínimos para Municípios.
Tais entes, ao editarem as leis próprias, podem fixar limites inferiores ou
superiores ao estabelecido nesse dispositivo, conforme já decidiu o STF. Todavia, a EC
62 passou a exigir um limite mínimo:
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
Aula online 01
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Bibliografia:
Cautelares e especiais – Gajardoni.
Antônio Carlos Marcato (mais conservador).
Cursos de Processo Civil (Marinoni, Dinamarco etc.)
1) Processo X Procedimento:
Em outros países essa diferença não tem utilidade, pois em ambos os casos
quem legisla sobre a matéria é a União.
No Brasil essa distinção é útil pois quem legisla sobre cada um deles são
diferentes.
Aula Online 02
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até
que o depositante o reclame.
Súmula 259
A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular
de conta-corrente bancária.
2. Regime jurídico da prestação de contas:
3. Competência territorial:
Quando se tratar de incidência de prestação de contas a competência é
do juízo que nomeou o administrador. Essa competência é absoluta e
funcional.
Quando for ação autônoma de prestação de contas, aplica-se a regra
do art. 100, V, “b” do CPC. A competência é a do foro do lugar onde se deu a
gestão ou administração. Trata-se de uma regra de competência relativa
(pode ser prorrogada).
Art. 100. É competente o foro:
V - do lugar do ato ou fato:
b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios.
Ação de dar contas (art. 916 do CPC): Essa é mais rara. É a ação que
o administrador propõe para prestar contas ao administrado.
Atenção! Nos termos do art. 918 do CPC a ação de prestação de contas nas
duas modalidades é dúplice.
Art. 918. O saldo credor declarado na sentença poderá ser cobrado em execução forçada.
Ex. entro com ação contra advogado para que este preste contas porque não
administrou bem o patrimônio. No mesmo processo da ação de prestação
executa o valor que ele o autor perdeu.
a) Legitimação:
b) Cumulação de pedidos:
c) Prescrição:
1ª FASE: tem por objetivo definir o dever de prestar contas e obrigar o réu
a fazê-lo. Nela temos:
Petição inicial (a única diferença é que possui pedido genérico com
base no art. 286, III do CPC);
a) Legitimidade:
Art. 917. As contas, assim do autor como do réu, serão apresentadas em forma mercantil,
especificando-se as receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo; e
serão instruídas com os documentos justificativos.
ii. Ação de prestação de contas X ação de cobrança: A definição entre
uma ação ou outras se dá pela ciência ou não da existência saldo
credor.
AÇÕES POSSESSÓRIAS
Aula Online 3
Ex.1: ação ex empto (art. 500, CC) é petitória, porque pede-se a área faltante
porque eu sou dono.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se
determinar a respectiva área (COMPRA E VENDA AD MENSURAM), e esta não corresponder,
em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir A) o
complemento da área (AÇÃO EX EMPTO), B) e, não sendo isso possível, o de reclamar a
resolução do contrato (AÇÃO RESOLUTÓRIA) C) ou abatimento proporcional ao preço (AÇÃO
QUANTI MINORIS).
Art. 1210, § 1°: O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além
do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
a) Reintegração de posse;
b) Manutenção de posse e
c) Interdito proibitório.
3.2. Ação de Força NOVA e de Força VELHA (havia previsão nos artigos
508 e 523 do CC/16):
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente
repelido.
Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da
coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e
nunciação de obra nova.
3.5. Legitimidade:
3.5.1. Ativa:
a) Possuidor direto;
3.5.2 – Passiva:
a) Esbulhador/turbador/ameaçador;
b) Sucessor do esbulhador/turbador, desde que tenha ciência do vício (art.
1212, CC);
Como se faz a citação (há duas posições): i) a citação é feita nos líderes do
movimento; ii) por edital (posição dominante);
Obs1: Luiz Edson Fachin entende, com fundamento no art. 1228, §1° do
CC e 170 da CF, que é requisito da inicial da possessória a prova do exercício
da função social da posse/propriedade (posição minoritária) - não adotar na
prova de magistratura. Pode adotar na prova da Defensoria Pública.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Obs3: Não cabe liminar inaudita altera partes na possessória contra o poder
público.
Art. 928, Parágrafo único: Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a
manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes
judiciais.
Art. 925. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou
reintegrado na posse (BENEFICIÁRIO DA LIMINAR) carece de idoneidade financeira para, no
caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco)
dias para requerer caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa.
b) Natureza jurídica dúplice, ou seja, ainda que o réu não peça o juiz pode
dar.
Nas ações possessórias, o réu poderá fazer pedido contraposto conforme prevê o
art. 922 do CPC: “É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua
posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.”
Apesar de o art. 922 do CPC não prever expressamente a remoção de coisas, pessoas
ou o desfazimento de construção ou plantação (remoção do ato ilícito), tal
providência poderá ser determinada pelo magistrado. Isso porque vigora
atualmente, em nosso sistema processual, o princípio da atipicidade dos meios de
tutela das obrigações de fazer, não fazer e de entrega de coisa (arts. 461 e 461-A do
CPC). Por força desse princípio, o juiz, a requerimento da parte ou até mesmo de
ofício, poderá conceder a medida executiva que lhe parecer mais adequada ao caso
concreto ainda que não expressamente tipificada na lei.
STJ. 3ª Turmã. REsp 1.423.898-MS, Rel. Min. Pãulo de Tãrso Sãnseverino, julgãdo em
2/9/2014 (Info 548).
Aula Online 4
AÇÃO MONITÓRIA
(art. 1.102-A e ss do CPC)
Art. 1.102.a - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de
determinado bem móvel.(Incluído pela Lei nº 9.079, de 14.7.1995)
d) Casuística:
Súmula 299
É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
Vale (“caderneta no mercado, posto”): é um documento unilateral
do devedor.
Obs. caderneta só assinada pelo credor pode ser documento para monitória,
se isso for prática no local (em cidade pequena é muito utilizada).
4.1. Petição inicial: art. 282 do CPC + prova escrita. Regra geral, a monitória
tem que ter causa de pedir (fundamentos de fato e de direito, ou seja, deve
justificar a relação prévia existente). Entretanto, o STJ, de modo pacífico,
entende que na monitória lastreada em cheque prescrito não é necessária a
declinação da causa de pedir (origem da dívida), embora possa o devedor
em sua defesa levantá-la e discuti-la (STJ Resp 848.072-MS). Percebe-se assim
que, na ação monitória, há inversão da iniciativa do contraditório, cabendo ao
demandado a faculdade de opor embargos à monitória, suscitando toda a matéria de
defesa, visto que recai sobre ele o ônus probatório.
Atenção! Também para o STJ tem prevalecido o entendimento de que o
cheque prescrito só pode ser utilizado para fins de cobrança (por monitória ou
por procedimento comum) no prazo de 5 anos (art. 206, §5° do CC).
§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
Súmula 503-STJ:
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
Obs: a parte mais importante e inovadora do enunciado é o termo inicial do
prazo quinquenal, acima grifado. Isso porque existiam inúmeras vozes
defendendo que o prazo da monitória seria contado do dia em que se
consumasse a prescrição da ação executiva, tendo esse entendimento sido
superado.
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem
prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados
no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa
julgada em relação a terceiros.
Considerações:
a) Isso é competência funcional (absoluta);
Súmula 46
NA EXECUÇÃO POR CARTA, OS EMBARGOS DO DEVEDOR SERÃO DECIDIDOS NO
JUIZO DEPRECANTE, SALVO SE VERSAREM UNICAMENTE VICIOS OU DEFEITOS
DA PENHORA, AVALIAÇÃO OU ALIENAÇÃO DOS BENS.
3.1. Artigo 1.046 do CPC (espécie típica): Defesa da posse em geral (99%
das vezes).
Ex. expropriação do possuidor que comprou imóvel do devedor da ação. O
possuidor entre com embargos de terceiro para defender a sua posse
Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus
bens por ato de apreensão judicial, em casos como (ROL EXEMPLIFICATIVO) o de penhora,
depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha,
poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.
Exceção: Hipótese de não cabimento nessa situação nessa hipótese do art.
1046 CPC - não cabe embargos de terceiro em sede de desapropriação (art.
31 do DL 3365/41), porque qualquer discussão sobre a posse/propriedade do
bem recai sobre o preço pago pelo expropriante.
Atenção! Para o exercício desse direito é mister que o credor com garantia
real indique outros bens do devedor que possam ser penhorados. Do contrário
o bem com garantia real será expropriado na execução alheia, garantindo-se
ao credor com garantia real, contudo, a preferência pelo recebimento do
crédito.
Ex. credor quirografário penhora casa do devedor. O art.615 CC prevê que
tem que dar ciência ao credor hipotecário. Este entra com embargos de terceiro
para evitar que o bem penhorado seja executado. Crítica: bastaria uma mera
petição.
4- Legitimidade:
Súmula 134
EMBORA INTIMADO DA PENHORA EM IMOVEL DO CASAL, O CONJUGE DO EXECUTADO
PODE OPOR EMBARGOS DE TERCEIRO PARA DEFESA DE SUA MEAÇÃO.
Ex. estou sendo executado e credor não acha bens a serem penhorados.
Neste caso, o devedor indica carro da sogra. A sogra entra com embardos de
terceiro contra o credor e o devedor ao mesmo tempo (ambos serão réus).
Aula
PROCESSO CAUTELAR
Bibliografia:
Posição dominante:
Humberto Deodoro Júnior;
Posição minoritária:
Pontes de Miranda;
Ovídio Batista.
Marinone.
1- Generalidades:
4.4 – Urgência:
Essa é a principal característica do processo cautelar. Todas as
verdadeiras cautelares são fundadas no periculum in mora. Essa característica
é o que diferencia a tutela cautelar da tutela antecipada, vez que lá há hipótese
de tutela antecipada sem periculum (sem urgência) – art. 273, II do CPC.
Obs.2: Fred Diddier sustenta que tem coisa julgada na cautelar, mas
apesar disso não se impede a rediscussão em ação principal. Pois para ele, o
pedido e a causa de pedir da cautelar são um e o da ação principal é outro
(posição isolada!).
6.1 – Conceito:
Trata-se de um poder supletivo (ou integrativo de eficácia global da
atividade jurisdicional) através do qual o legislador, reconhecendo sua
incapacidade de prever, de antemão, todas as hipóteses de urgência, concede
ao juiz poderes para, presentes os requisitos das cautelares (fumus boni iuris e
periculum in mora), conceder medidas protetivas ou conservativas.
Trata-se, portanto, do fundamento para a figura das cautelares
inominadas/atípicas.
Art. 542,§ 3°: O recurso extraordinário, ou o recurso especial, quando interpostos contra
decisão interlocutória em processo de conhecimento, cautelar, ou embargos à execução ficará
retido nos autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição
do recurso contra a decisão final, ou para as contra-razões.
Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao
juiz competente para conhecer da ação principal.
04 observações:
Obs.1: a competência nas cautelares preparatórias é feito um prognóstico de
qual juiz seria competente para a ação principal.
Ex. separação de corpos. A ação principal seria do domicílio da mulher, assim,
a separação de corpos será ajuizada no domicílio da mulher, porque o divórcio
será interposto neste local.
Ex. arresto será ajuizada em local da agência sacada no caso de a ação
principal ser um cheque.
Súmulas 634 e 635 do STF: muitas vezes a cautelar é utilizada para dar efeito
suspensivo em Recurso Extraordinário e Especial.
Em regra, se a 2ª instância já fez o juízo de admissibilidade e admitiu o RE ou
Resp. cabe ao STJ e ao STF apreciar a cautelar.
Se em 2ª instância (TJ/TRF) não fez o juízo de admissibilidade, cabe a este
julgar a cautelar.
Súmula 634
NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONCEDER MEDIDA CAUTELAR
PARA DAR EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE AINDA NÃO FOI
OBJETO DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM.
Súmula 635
CABE AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIR O PEDIDO DE MEDIDA
CAUTELAR EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO AINDA PENDENTE DO SEU JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE.
b) Arbitragem:
Competência para as cautelares preparatórias em sede de juízo arbitral (STJ
REsp. 1247.974/RS, Relatora Nancy Andrighi).
A Lei 9.307/96 (LA) determina que quando o direito for disponível as partes
podem convencional o juízo arbitral. O problema é que a LA prevê que a
arbitragem só tem início quando os árbitros aceitam o encargo.
Enquanto os árbitros não julgam o conflito pode haver cautelar.
Quem é competente?
STJ decidiu que antes da instalação do juízo arbitral, a competência será do
órgão judiciário que em tese seria competente para ação principal.
O juiz estatal trabalha em cooperação com o juiz arbitral. Uma vez instaurado o
juízo arbitral, a competência para ratificação da cautelar é do árbitro, para
quem serão remetidos os autos da cautelar (inclusive pode cassar a decisão do
juiz estatal).
Obs.2: Excepcionalmente essa liminar pode ser dada inaudita altera partes
(sem oitiva da parte contrária), quando avisar o requerido pode comprometer a
eficácia da medida.
Ex. separação de corpos não pode citar, porque senão homem mata a mulher.
Ex. sequestro de bens não pode citar porque o ex-cônjuge está sumindo com
tudo.
Obs.1: não cabe reconvenção em cautelar, pois ela não define direitos, mas
conserva direitos.
Obs.2: cabe exceção de incompetência na cautelar em dias. Cabe exceção de
impedimento e suspeição também com o prazo pela regra geral.
Obs.3: aplicam-se os arts.188 e 191 do CPC. Assim há prazo em quadruplo
(Fazenda Pública) e dobro (litisconsorte com procuradores diferentes).
11.7) Sentença:
Feitas as provas há sentença da cautelas. Tem sucumbência.
Assim, há sucumbência da cautelar e da ação principal.
11.8) Apelação:
Cabe apelação nos termos do art.520, IV CPC – ela não tem efeito suspensivo.
Atenção! Muitos juízes dão uma sentença só para ação cautelar e principal.
Formalmente é uma sentença só, mas materialmente são duas.
STJ ED663.570 entendeu que quando tiver apelação da sentença que julga ao
mesmo tempo a cautelar e principal, a apelação interposta contra ela terá
efeitos cindidos: na parte do pedido principal duplo efeito e na parte da
cautelar apenas efeito devolutivo.
É Medida
executiva
(quando ela
for simples
ato da ação
de execução
para entrega
de coisa).
Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
I - prova literal da dívida líquida e certa;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Atenção! A existência da dívida para o arresto prescinde de prova
escrita/documental (escrita). Significa que não necessariamente tem que ser
título executivo, mas tem que ser escrito
II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
O arresto exige prova de dilapidação do patrimônio – vide art.813 CPC. Já a
prova da dilapidação pode ser feita por documento ou por prova oral.
Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão
de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao
pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. (Redação dada
pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
É possível pedir arresto em sentença pendente de recurso.
Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.
D) Busca e apreensão:
Guardar:
Arresto e sequestro são sempre cautelares.
Busca e apreensão depende.
B. Exibição de Documentos:
Art. 844. Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial:
I - de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em
conhecer;
II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou
devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante,
testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios;
III - da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos
expressos em lei.
Ex. correntista do banco tem direito de ver o contrato que firmou com banco.
Ex. sujeito tem direito de ter exibido um carro que sabe que bateu em seu
veículo.
C. Justificação:
Ex. sujeito quer provar que todo dia viu fulano de tal passar por determinada
rua. É como se fosse uma certidão.
É como se o judiciário fizesse de cartório.
Ex. testemunha declara que sujeito trabalhou por tanto tempo em tal lugar.
Art. 861. Quem pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para
simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo regular,
exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
Art. 866. A justificação será afinal julgada por sentença e os autos serão entregues ao
requerente independentemente de traslado, decorridas 48 (quarenta e oito) horas da decisão.
Parágrafo único. O juiz não se pronunciará sobre o mérito da prova, limitando-se a verificar se
foram observadas as formalidades legais.
**** Obs.4: não confundir “cautelar” de justificação com audiência de
justificação (art.804 do CPC), esta com a finalidade exclusiva de colher prova
oral para fins de eventual concessão da liminar cautelar.
Bibliografia:
Professor não indicou bibliografia, porque os livros específicos são muito
profundos e os manuais são superficiais.
Ele sugere estudar enunciados, a lei dos juizados e o caderno.
1) GENERALIDADES:
Previsão Legal:
a. Art.98,I e §1º da CF: fala de causas de menor complexidade.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;
b. Lei 9.099/95 (JEC e JECRIM);
c. Lei 10.259/2001 (JEF);
d. Lei 12.153/2009 (JEFP)
Previsão Administrativa:
Provimento nº 07/2010 do CNJ trata de uniformizar os procedimentos
sobre juizados no Brasil.
Resolução STJ nº 12/2009 disciplina a reclamação contra decisões dos
Juizados Especiais Cíveis Estaduais contrárias à súmula ou precedente
do art.543-C do CPC do STJ.
Ex. art.59 da Lei 9.099/95 – não cabe rescisória nos juizados especiais cíveis e
criminais. Também não cabe rescisória nos JEFP e JEF porque são omissos.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído
por esta Lei.
Ex. Rito sumaríssimo previsto na Lei 9.099/95. Aplica-se ao JEF e JEFP diante
da omissão normativa.
Ex. Lei 12.153/09, art.15. Cabe juiz leigo nos JEF porque é omisso.
Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal,
conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as
atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de
2 (dois) anos de experiência.
§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados
Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho de
suas funções.
Art. 6o Podem ser partes no Juizado Art. 5o Podem ser partes no Juizado
Especial Federal Cível: Especial da Fazenda Pública:
I – como autores, as pessoas físicas e I – como autores, as pessoas físicas e
as microempresas e empresas de as microempresas e empresas de
pequeno porte, assim definidas na Lei pequeno porte, assim definidas na Lei
no 9.317, de 5 de dezembro de 1996; Complementar no 123, de 14 de
II – como rés, a União, autarquias, dezembro de 2006;
fundações e empresas públicas II – como réus, os Estados, o Distrito
federais. Federal, os Territórios e os
Municípios, bem como autarquias,
fundações e empresas públicas a
eles vinculadas.
Ex. art.13, §2º da Lei 9.099/95 – não tem que ser necessariamente por
precatória. Pode ser por e-mail.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para
as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
idôneo de comunicação.
b. JEF - NÃO
A Lei 10.259/01 versa que onde estiver instalado JEF a competência é
absoluta, de modo que os juízes das varas federais comuns, constatando que o
valor do pedido é de até 60 salários mínimos, vão reconhecer a
incompetência de ofício e mandar o feito para os JEF. Por isso não há
renúncia tácita do excedente pelo ajuizamento da ação no juízo
incompetente (enunciado nº16 do FONAJEF) – juiz declara incompetente,
mas a parte pode expressamente renunciar.
Enunciado nº16
Não há renúncia tácita nos Juizados Especiais Federais para fins de fixação de competência.
c. JEFP – NÃO
Art.2º da Lei 12.153/2009 estabelece que onde estiver instalado juizado
especial da Fazenda Pública ou onde o TJ tiver designado juiz da Vara da
Fazenda Pública, JEC ou Cível para tocar o processo do JEFP, a competência
é absoluta (segue o regime do item anterior).
Dica: apesar do JEFP ser do juízo comum, a Lei 12.153 se assemelha muito
mais ao JEF.
Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados no prazo de até 2 (dois)
anos da vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamento total ou parcial das estruturas das
atuais Varas da Fazenda Pública.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no
inciso I deste artigo.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados;
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo,
observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza
alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho
patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito
excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Atenção! A renúncia tácita ao que exceder o teto (art.3º, §3º da Lei 9.099/95)
só ocorre com a abertura de audiência de instrução (art.21 da Lei 9.099/95)
para fins de conciliação pode haver homologação de acordo acima do teto.
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as
vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,
especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.
A lei autoriza, no critério material, que o despejo seja feito apenas para uso
próprio (enunciado n.04 FONAJE).
ENUNCIADO 4 - Nos Juizados Especiais só se admite a ação de despejo prevista no art. 47,
inciso III, da Lei 8.245/1991.
A. Critério de cabimento:
Há apenas o critério valorativo: competência de 60 salários mínimos. Tem
várias observações:
São processadas nos JEF e JEFP se a anualidade delas (somatória das 12)
não superar o teto de 60 salários mínimos.
Ex. recebo 3 salários mínimos por mês. Multiplico por 12. Dá 38 salários
mínimos. É possível entrar no juizado.
Ex. recebo 6 salários mínimos. Multiplico por 12. Dá 72 salários mínimos. Não
é possível entrar nos juizados.
Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o
juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da audiência.
Aula Online 06
3.2) JEF:
Não há previsão específica da competência territorial na Lei 10.259/2001.
A solução é a aplicação do sistema dos juizados atrelado à CF. Como se trata
de ação contra a União, autarquias, fundações etc. é necessário aplicar a CF.
a) 02 situações:
1ª situação: ações contra as empresas públicas federais. Ex. CEF, correios.
Como ela é sujeita ao regime de direito privado, segue a regra do art.4º da Lei
9;099/95 (sistema dos juizados).
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades
profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
escritório;
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano
de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no
inciso I deste artigo.
Atenção! Seja nas ações contra empresa pública, seja na União e autarquias,
aplica-se o art.20 da Lei 10.259/01.
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial
Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
4) PARTES:
4.1) JEC:
a) Legitimidade ativa (art.3º,§1º da Lei 9.099/95):
i. Pessoa Física capaz.
Superveniência da morte ou incapacidade gera extinção em caso de não
habilitação tempestiva dos sucessores (art.51, IV e V da Lei 9.099/95).
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo
de trinta dias;
iii. Espólio:
É uma personalidade judiciária; é uma ficção legal. Desde que não haja
interesse de incapaz é possível participarem dos juizados (enunciado 148
FONAJE).
ENUNCIADO 148 (Substitui o Enunciado 72) - Inexistindo interesse de incapazes, o Espólio
pode ser parte nos Juizados Especiais Cíveis (XXIX Encontro – Bonito/MS).
iv. Condomínio:
Também é uma ficção jurídica. Sim, mas apenas para a cobrança dos encargos
condominiais (art.275, II, “b”, do CPC) – enunciado 09 FONAJE.
Ex. pode cobrar condomínio atrasado, mas não pode cobrar custas de acidente
dentro do prédio.
b) Legitimidade passiva:
Regra geral é sem limitação.
Exceção (hipóteses em que certas pessoas não podem ser demandadas):
Pessoa jurídica de direito público. Ex. Estado, DF e respectivas autarquias.
Atenção! Cabe JEC contra EP (estadual e municipal) e SEM (inclusive com
participação federal – ex. BB e Petrobrás).
b) Legitimidade passiva:
JEF: art.6º, II, Lei 10.259/01 – União, autarquias federais e Empresas
públicas federais, fundações públicas federais. INCRA, FUNAI,
FUNASA, universidades federais.
Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.
7) JUIZ:
a. Juiz leigo (art.7º, 37 e 40 da Lei 9.099/95).
Nem todo Estado tem a figura do juiz leigo (ex. no RJ o juiz leigo é escolhido
por concurso). A pessoa indicada deve ser um advogado com formação
jurídica, portanto, que tem os mesmos poderes que um juiz togado, com uma
única diferença: suas decisões ficam sujeitas à homologação do juiz togado.
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos
fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que
genérico o pedido.
Da decisão que concede ou não tutela de urgência (cautelar ou
antecipatória) qual é a medida cabível?
R. são 03 posições:
1º) STF RE 576.847, Rel. Min. Eros Grau, Pleno, DJE 07.08.2009 – não cabe
nenhuma medida, vez que no sistema dos juizados as interlocutórias são
irrecorríveis.
2ª) STJ Súmula 376 – versa que apesar de não caber agravo, é possível
interpor mandado de segurança contra ato judicial. Esse MS será julgado pelo
colégio recursal.
Súmula 376
Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado
especial.
3º) É cabível agravo de instrumento – enunciado 15 FONAJE e 107
FONAJEF.
ENUNCIADO 15 - Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo, exceto nas
hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC. (nova redação - XXI Encontro – Vitória/ ES).
Enunciado nº107
Fora das hipóteses do artigo 4º da Lei 10.259/2001, a impugnação de decisões interlocutórias
proferidas antes da sentença deverá ser feita no recurso desta (art. 41 da Lei nº 9.099/95).
ii. Requisitar documentos necessários para instrução da causa (art.11 da
Lei 10.259/01 e art.9º da Lei 12.153/2009).
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha
para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes de ilícito criminal (arts.
71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da entidade que
comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.
d. O termo inicial dos prazos conta do ato, e não da juntada aos autos do
AR ou do mandado (diferente do CPC) – enunciado 13 do FONAJE.
ENUNCIADO 13 - Os prazos processuais nos Juizados Especiais Cíveis, contam-se da data
da intimação ou ciência do ato respectivo, e não da juntada do comprovante da intimação,
observando-se as regras de contagem do CPC ou do Código Civil, conforme o caso (nova
redação - XXI Encontro – Vitória/ES).
a) Nos JEF e JEFP tem que ser observado o prazo mínimo de 30 dias
entre a citação e o ato (art.9º da Lei 10.259 e art.7º da Lei 12.153).
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
b) Não é ato obrigatório. Portanto pode ser dispensado pelo juiz
(especialmente nos JEF E JEFP).
c) Esse ato pode ser presidido por juiz leigo ou conciliador (art.22 da Lei
9.099/95). O art.16, §2º da Lei 12.153/09 e enunciado 45 FONAJEF, permitem
que o conciliador possa ouvir informalmente testemunhas.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua
orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo
Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
Enunciado nº45
Havendo contínua e permanente fiscalização do juiz togado, conciliadores criteriosamente
escolhidos pelo Juiz, poderão para certas matérias, realizar atos instrutórios previamente
determinados, como redução a termo de depoimentos, não se admitindo contudo, prolação de
sentença a ser homologada.
ENUNCIADO 28 - Havendo extinção do processo com base no inciso I, do art. 51, da Lei
9.099/1995, é necessária a condenação em custas.
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto
argüição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em
vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido
em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que
constituem objeto da controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou
requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Ex. demando contra a empresa cachorrinhos ltda. Porque o meu cachorro
morreu 2 dias depois que eu comprei. A empresa faz e sua defesa e como
pedido contraposto alega que não paguei o cachorro. Note que o juizado
admite que uma limitada faça pedido contraposto nos juizados.
Agora, se for JEFP E JEF, o réu (a Fazenda Pública), não pode fazer pedido
contraposto (enunciado 12 do FONAJEF).
Enunciado nº12
No Juizado Especial Federal, não é cabível o pedido contraposto formulado pela União
Federal, autarquia, fundação ou empresa pública federal.
8.6) Sentença:
a. a sentença do juizados não precisa de relatório (art.38 da Lei
9.099/95);
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que
genérico o pedido.
8.7) Recursos:
Aula 01
Peculiaridades:
Citação pessoal das pessoas que forem encontradas e por edital
das que não forem. Elas tem que ser procuradas no mínimo uma
vez, antes de serem citadas por edital.
Intervenção do MP e defensoria para pessoas hipossuficientes.
Necessidade de conciliação. Privilegia as relações humanas, a
solidariedade social etc.
Necessidade de conciliação:
Posse velha (mais um ano e dia): para concessão de liminar deve o juiz
designar necessariamente audiência de conciliação.
No caso de posse nova o juiz que conceder liminar, mas esta durar mais de um
ano e dia deve haver conciliação também.
Art. 563. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até
trinta dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.
§ 1º Depois de concedida a liminar, se esta não for executada no prazo de um ano, a contar da
data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º
deste artigo.
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência; a Defensoria Pública
será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária
à efetivação da tutela jurisdicional.
4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou
do Distrito Federal, e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados
para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse na causa e a existência de
possibilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
Participação obrigatória ou não do cônjuge (art. 73 NCPC) – correlação
1647 CC.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de
bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, constituição ou extinção de ônus sobre imóvel de
um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3º Aplica-se o
disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I– ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
B) Nas ações de família o réu é citado (pessoa natural), mas não há cópia
da petição inicial. Isso não acarreta violação do contraditório.
Art. 515. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da
lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 521.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de três dias e indicará o nome
e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a
data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3º O executado que tiver proposto
ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua
responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz,
mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de três dias, contado da data de protocolo
do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
Interdição:
Legitimidade: amplia o rol que antes era só do MP.
cônjuge ou companheiro (não previu o da concumbina);
parentes ou tutores;
representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
MP quando houver doença mental grave.
Aula 02
Novo CPC e Direito Administrativo:
O impacto do NCPC se dá de 2 formas: pode ser administrativo estrito
(administração judiciária) e quanto a processualização das causas
administrativas.
O art. 8º do NCPC reproduz quase que integralmente o texto do art.37 CF e
incorpora o Princípio da Eficiência.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
O juiz terá que ser o gestor de um processo eficiente, mas é ainda necessário
construir este conceito.
MARINELA:
Trata-se de um código democraticamente construído e muito criterioso
em termos técnicos.
O Direito Administrativo não tem legislação própria no que tange o
processo.
O que mais fala de processo administrativo é a Lei 9784/99. Sendo assim, o
direito administrativo se utiliza muito do CPC.
Inclusive na gestão do processo (judiciário administrando o processo) é
necessário recursos
Outra vertente é o NCPC na Fazenda Pública.
Art.88 CPC falava dos prazos na Fazenda Pública.
Agora tanto na contestação quanto nos recursos com prazos genéricos será,
em regra, o dobro. Entretanto, quando tiver um prazo específico na lei será ele
e não em dobro.
Ex. ECA prevê que MP vai recorrer em 10 dias e não em dobro.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
Intimação pessoal.
O ente Público em regra era intimado na pessoa do gestor. Entretanto, este
trâmite gerava morosidade. Sendo assim, as intimações e citações serão feitas
diretamente na advocacia pública.
Processo eletrônico:
Atualmente os advogados já estão mais acostumados, mas os ógãos públicos
não estão preparados, pois não atuam de forma constante.
O NCPC fala da obrigatoriedade do cadastro do meio é eletrônico. Empresas e
entes públicos e privados precisam se preparar, mantendo um cadastro
permitindo a intimação por meio eletrônico.
Exceção: ME e EPP não precisam ter este cadastro.
Reexame necessário:
As regras do art. 475 CPC foram alterados. Houve uma escalonamento de
valores para cada ente, ou seja, os valores não são iguais.
Art. 494. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito público; II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os
embargos à execução fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, ultrapassado o prazo sem que a apelação tenha sido
interposta, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal; se não o fizer, o presidente do
respectivo tribunal avocá-los-á. Em qualquer desses casos, o tribunal julgará a remessa
necessária.
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico
obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – mil salários mínimos para União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – quinhentos salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público, e os Municípios que constituam capitais dos
Estados;
III – cem salários mínimos para todos os demais municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público.
§ 3º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I –
súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Sempre que haver parecer, súmula, orientação vinculante, não haverá remessa
necessária. Isso dá um grande poder aos entes da administração e a
jurisprudência administrativa do órgão. Isso exige uma maior organização da
adminsitração
Ex. Súmulas da AGU.
Ação monitória:
A jurisprudência já defendia que era possível a ação monitória em face da
Fazenda Pública.
Art. 699. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova
escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro; II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de
bem móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente
nos termos do art. 379.
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
– a importância devida, instruindo-a com memória
de cálculo;
– o valor atual da coisa reclamada;
– o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido pelo autor.
§ 3º O valor de causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 328, a petição inicial será indeferida quando não atendido o
disposto no § 2º.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade da prova documental apresentada pelo autor, o juiz
intimá-loá para, querendo, emendar a petição inicial para adaptá-la ao procedimento comum.
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7º Na ação monitória admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o
procedimento comum.
Art. 371. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu
direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa, relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada. Neste caso, o juiz deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
- recair sobre direito indisponível da parte;
- tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Há artigos que são textos novos, mas a norma é antiga. São pseudo
novidades.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O NCPC também tem normas simbólicas que possuem uma alta carga política.
Ex. Reafirmação do papel do CNJ como curador do NCPC.
Art. 1067. O Conselho Nacional de Justiça promoverá, periodicamente, pesquisas estatísticas
para avaliação da efetividade das normas previstas neste Código.
5) Prova emprestada:
Poderá ocorrer, inclusive no processo administrativo.
7) Litisconsórcio eventual:
Formula 2 pedidos, sendo cada um destinado a réus diferentes.
FABRÍCIO BOLZAN:
Tratará de pontos específicos da Administração Pública.
Art. 84 § 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários
observará os critérios
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido até duzentos salários mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de duzentos salários mínimos até dois mil salários mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de dois mil salários mínimos até vinte mil salários mínimos;
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de vinte mil salários mínimos até cem mil salários mínimos;
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de cem mil salários mínimos.
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:
I– os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo quando for líquida
a sentença;
- não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos dos referidos incisos,
somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III – não havendo condenação principal ou não
sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á
sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que
estiver em vigor na data da decisão de liquidação. § 5º Quando, conforme o caso, a
condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o
valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de
honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim
sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja
o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou extinção do processo sem
resolução do mérito.
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que
enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o
valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2º.
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá
sobre a soma das prestações vencidas com mais doze prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao
processo.
§ 11. O tribunal, ao julgar o recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em
conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto
nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos
ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para
a fase de conhecimento.
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções
processuais, inclusive as previstas no art. 77.
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados
improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito
principal, para todos os efeitos legais.
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em
caso de sucumbência parcial.
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja
efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se
à hipótese o disposto no § 14.
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a
partir da data do trânsito em julgado da decisão.
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. § 18. Caso a
decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é
cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.
Art. 977. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre
aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado, incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica,
julgar
a) Juiz poderá notificar agências reguladoras para
Art. 1.037 § 6º Se o recurso tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,
permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à
agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes
sujeitos a regulação, da tese adotada.
NATÁLIA MASSON:
1) A explosão de litigiosidade no Brasil é um grande impasse na justiça
atual.
Atualmente caíram 50% das ações no STF principalmente em razão das
súmulas vinculantes e repercussão geral. Sendo assim, o NCPC passa a
instrumentalização da constitucionalização do direito.
A CF/88 é prolixa, pois abarca em seu texto todos os ramos do direito, típico de
democracias tardias.
Toda axiologia constitucional irradia para os demais ramos do direito. Neste
contexto, faz-se necessário a análise da Teoria Geral do Processo no novo
CPC que reproduz em muitas partes a CF/88.
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
CIVIL
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Ex. Habeas Data exige como condição da ação o interesse de agir, qual seja,
negativa da administração ou omissão na resposta.
Isso não representa violação na inafastabilidade da jurisdição.
4) Princípio da Celeridade:
Para Natalia a nomenclatura ideal é razoável duração do processo.
Art. 4º As partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída
a atividade satisfativa.
A razoável duração do processo é um desdobramento do devido processo
legal substantivo.
Deve-se considerar para isso o aparelhamento judiciário (ex. não tinha fax em
cartório); o juiz como gestor de processo (deve administrar o cartório) o que
atrapalha a atividade judicial.
Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
– as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência
liminar do pedido;
– o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos;
– o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 483 e 931;
– o julgamento de embargos de declaração;
– o julgamento de agravo interno; VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Justiça;
– os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham
competência penal;
– a causa que exija urgência no julgamento assim reconhecida por decisão fundamentada.
5) Princípio do Contraditório:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no
art. 309, incisos II e III; III – à decisão prevista no art. 700.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Decisão de ofício não significa que o juiz não tenha que ouvir as partes.
A CF consagra o contraditório e ampla defesa de ampla defesa de maneira
genérica restrigindo-se ao seu aspecto formal. O NCPC é uma aplicação
específica do contraditório no aspecto substancial.
6) Princípio da Isonomia:
Uma das grandes preocupações do NCPC é explicitar qual recurso cabível
especificamente.
O incidente de demandas repetitivas permite isso.
Não há mais agravo retido no NCPC.
7) Princípio da Publicidade
11, 188
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada somente a presença
das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 188. Os atos processuais são públicos. Tramitam, todavia, em segredo de justiça os
processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável,
filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
Parágrafo único. O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça
e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. O terceiro que
demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem
como de inventário e partilha resultante de divórcio ou separação.
9) Princípio da Fundamentação:
Outra faceta do Princípio da Segurança Jurídica é a segurança das decisões. O
NCPC diz o que não é fundamentação.
Art. 486 §1
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
III– invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV– não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar
a conclusão adotada pelo julgador;
V– se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos;
VI– deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada
e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos
e em conformidade com o princípio da boa-fé.
10)Recursos:
Art. 1.023§3
§ 3º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o
direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de
quinze dias, contados da intimação da decisão dos embargos de declaração.
1) Condições da Ação:
O atual CPC traz o PIL com a influência do Liebman. O próprio Liebman
entendeu que a possibilidade jurídica do pedido poderia se dividir em interesse
de agir ora como pressuposto processual. Assim, restaram o interesse e a
legitimidade como condições da ação, o que foi refletido no NCPC.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
2) Princípio da Cooperação:
Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se tenha
decisão de mérito justa e efetiva.
Masson: essa ideia é complicada, pois o réu muitas vezes busca uma
prescrição ou adiar uma condenação. Ademais a celeridade do processo não
acarretaria a supressão de garantias.
Não é possível que o réu colabore com a sua própria condenação em termos
práticos.
3) Provas:
Art. 370. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-
lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Trata-se de uma prova atípica, pois ela é um documento, mas em seu conteúdo
há uma prova testemunhal.
No CPP como será feito o contraditório.
Ex. ação de improbidade administrativa. O MP conduz inquérito civil. Algumas
vezes o MP se utiliza o inquérito civil em ações penais.
Távora alega que não havia disciplina sobre prova emprestada. O NCPC foi
vanguardista ao trazer o supracitado dispositivo, o que será utilizado no CPP.
Obs. A gravação telefônica não poderia ser utilizada como prova emprestada
para todas as situações. A Lei 9296 expressamente dispõe que deve ser feita
em processo penal. Assim, ela é a ultima ratio, então deve ser feita apenas
com regulamentação legal.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
– não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
A fundamentação suficiente foi substituída pela fundamentação exauriente.
Daniel acha isso absurdo.
Foi publicada na sexta-feira (14/11/2014), a Lei n. 13.043/2014, que trata sobre uma
infinidade de assuntos. Para terem uma ideia, a título de curiosidade, vejam o tamanho
da ementa da Lei:
Como visto acima, a Lei n. 13.043/2014 tratou sobre diversos assuntos. Neste post irei
analisar apenas a alteração promovida pela novidade legislativa na EXECUÇÃO
FISCAL (Lei n. 6.830/80).
Para que fique melhor de entender o que mudou, vou começar explicando em que
consiste a execução fiscal, qual é o seu procedimento e, assim, quando chegarmos nas
partes alteradas eu destaco para você.
EXECUÇÃO FISCAL
Conceito
Execução fiscal é...
- a ação judicial proposta pela Fazenda Pública (União, Estados, DF, Municípios e suas
respectivas autarquias e fundações)
- para cobrar do devedor
- créditos (tributários ou não tributários)
- que estão inscritos em dívida ativa.
A execução fiscal é regida pela Lei nº 6.830/80 (LEF) e, subsidiariamente, pelo CPC.
Petição inicial
A execução fiscal começa com a petição inicial proposta pela Fazenda Pública, que é
uma peça processual muito simples, normalmente de uma ou duas páginas indicando
apenas:
I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
A petição inicial deverá ser instruída com a Certidão da Dívida Ativa (CDA), que dela
fará parte integrante, como se estivesse transcrita.
A petição inicial e a CDA poderão constituir um único documento, preparado inclusive
por processo eletrônico.
Opções do executado:
Depois de citado, o executado terá um prazo de 5 dias para adotar uma das seguintes
opções:
1º) pagar a dívida cobrada;
2º) garantir a execução;
3º) não pagar nem garantir.
Opção 1: pagamento
Se o executado decidir pagar o valor cobrado, a execução é extinta.
O pagamento deve ser feito por meio de depósito em conta bancária vinculada ao juízo.
Opção 2: se o executado decidir garantir a execução, o que significa isso? Como ele
faz?
O executado deve escolher essa opção quando ele não concordar com a dívida que está
sendo cobrada e desejar se defender no processo, demonstrando que não deve aquele
valor.
Para isso, o devedor não precisa pagar a dívida imediatamente, mas deverá oferecer uma
garantia de que, se perder a demanda, terá como quitar o débito.
Oferecendo a garantia, o executado tem duas vantagens:
• Evita que a Fazenda Pública indique bens do devedor que serão penhorados;
• Ganha o direito de poder oferecer uma defesa no processo chamada de “embargos à
execução” (§ 1º do art. 16), que é um instrumento de defesa mais amplo que a exceção
de pré-executividade (que dispensa a garantia do juízo).
Quais as formas por meio das quais o devedor poderá oferecer a garantia do juízo?
Antes da Lei n. 13.043/2014, o devedor poderia oferecer a garantia do juízo de três
modos:
a) DEPÓSITO EM DINHEIRO: o executado faz o depósito em dinheiro do valor
cobrado em uma instituição bancária oficial de crédito (ex: Caixa Econômica Federal);
b) FIANÇA BANCÁRIA: o executado apresenta uma fiança bancária, documento no
qual o banco assume o compromisso de ser o fiador do devedor em relação ao valor
cobrado;
c) NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA: o próprio executado já oferece bens para
que sejam penhorados e que fiquem à disposição do juízo para serem alienados caso ele
não pague a dívida.
A Lei n. 13.043/2014 alterou o inciso II do art. 7º da LEF e previu expressamente mais
uma forma de garantia do juízo: o SEGURO GARANTIA.
Assim, depois da Lei n. 13.043/2014, o devedor poderá oferecer a garantia do juízo de
quaro modos:
a) DEPÓSITO EM DINHEIRO.
b) FIANÇA.
c) NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA.
d) SEGURO GARANTIA (novidade)
De igual forma, com a nova Lei n. 13.043/2014, o juiz poderá deferir ao executado, em
qualquer fase do processo, a substituição da penhora por seguro garantia.
A mudança foi importante porque o STJ possuía entendimento pacífico de que o seguro
garantia não servia como garantia da execução fiscal em virtude da ausência de previsão na
LEF:
(...) A orientação consolidada das Turmas que integram a Primeira Seção do STJ é no
sentido que não é possível a utilização do "seguro garantia judicial" como caução à
execução fiscal, por ausência de norma legal específica, não havendo previsão do
instituto entre as modalidades previstas no art. 9º da Lei 6.830/1980. (...)
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1423411/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 05/06/2014.
Obs: no âmbito federal, mesmo antes da Lei n. 13.043/2014 a Procuradoria da Fazenda
Nacional possuía Portaria (164/2014) aceitando o seguro garantia como garantia do
juízo, desde que cumpridos certos requisitos. Mesmo assim, a alteração legislativa foi
importante porque essa possibilidade passou a constar expressamente na LEF, além do
fato de que muitos Municípios e Estados-membros não concordavam com essa espécie
de garantia.
Resumindo:
Antes da Lei n. 13.043/2014 ATUALMENTE
O seguro garantia não era previsto como O seguro garantia passou a ser previsto
garantia do juízo pela LEF. expressamente como garantia do juízo
pela LEF. A garantia da execução, por
meio de seguro garantia, produz agora
os mesmos efeitos da penhora.
Caso já tivessem sido penhorados bens do Existe previsão expressa de que o juiz
devedor, a substituição da penhora por poderá deferir ao executado, em
seguro garantia não era possível, salvo se qualquer fase do processo, a
a própria Fazenda Pública concordasse. substituição da penhora por seguro
garantia.
A execução fiscal é uma ação e sendo ela proposta pela União, por autarquia ou
fundação federal deve ser julgada pela Justiça Federal.
Competência delegada
Havia, no entanto, uma hipótese muito interessante.
Se a Fazenda Pública federal fosse ajuizar uma execução fiscal contra pessoa
domiciliada em comarca que não possuísse sede de Vara Federal, a competência para
processar e julgar essa execução era da Justiça ESTADUAL.
Em outras palavras, se a União, autarquia ou fundação federal propusesse execução
fiscal contra um indivíduo que morasse em uma cidade na qual não havia Justiça
Federal instalada, essa execução seria intentada e iria tramitar perante o juízo de direito
da comarca.
A Justiça estadual possuía, portanto, uma delegação de competência para julgar a
execução fiscal proposta pela Fazenda Pública federal contra devedor que morasse em
cidade na qual não existisse Justiça Federal.
E quem julgará agora a execução fiscal proposta pela Fazenda Pública federal
contra um devedor que more em cidade onde não haja vara federal?
Essa execução fiscal será julgada pela vara da Justiça Federal que, mesmo não estando
fisicamente localizada nesta cidade, tiver competência sobre ela.
Nos últimos anos, a Justiça Federal passou por um movimento de interiorização, tendo
sido criadas diversas varas federais em cidades do interior dos Estados. Essas varas
federais interiorizadas, que chamamos de subseções judiciárias, são instaladas nos
municípios de grande e médio porte do interior dos Estados.
Assim, por exemplo, recentemente foi instalada uma vara federal em Tefé (município de
médio porte do interior do Amazonas). A subseção judiciária que fica localizada
fisicamente em Tefé tem competência para atuar não apenas nesta cidade, mas também
nos processos judiciais federais relacionados com nove Municípios menores e que ficam
próximos a Tefé (Alvarães, Carauari, Coari, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Maraã, Tapauá,
Uarini).
Logo, se a União ajuizar uma execução fiscal contra um devedor de Alvarães (AM),
onde não existe vara federal, essa ação, antes da Lei n. 13.043/2013, era processada
pelo juízo de direito de Alvarães. Atualmente, será julgada pelo juízo federal de Tefé.
O que acontece com as execuções fiscais de créditos federais que já tinham sido
propostas antes da Lei n. 13.043/2014 e estão tramitando na Justiça Estadual por
força da competência delegada? O juízo estadual deverá declinar da competência e
remetê-las para a Justiça Federal?
NÃO. A Lei n. 13.043/2014 determinou que a revogação da competência delegada
NÃO deve alcançar as execuções fiscais da União e de suas autarquias e fundações
públicas ajuizadas na Justiça Estadual antes da vigência desta Lei (art. 75).
Em outras palavras, o fim da competência delegada só vale para execuções fiscais
propostas a partir de 14/11/2014. As execuções fiscais propostas perante o juízo de
direito antes dessa data deverão ser por ele sentenciadas e o eventual recurso é dirigido
ao Tribunal Regional Federal.
QUADRO-RESUMO DA NOVIDADE:
As execuções fiscais que tiverem sido As execuções fiscais que forem propostas
propostas até o dia 13/11/2014 perante o a partir de 14/11/2014 devem ser
Juízo de Direito deverão ser por eles ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque,
sentenciadas. Ele não poderá declinar a como já dito, acabou a competência
competência. delegada para os casos de execução fiscal.
Os recursos contra as decisões e sentenças
do juiz de Direito serão julgadas pelo TRF
(e não pelo Tribunal de Justiça).
Bom meus amigos, no que diz respeito à execução fiscal, essas foram as principais
alterações promovidas pela Lei n. 11.043/2014. Daqui a pouco irei publicar
importantes mudanças operadas pela nova Lei com relação à alienação fiduciária.
I – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Conceito
“A alienação fiduciária em garantia é um contrato instrumental em que uma das partes,
em confiança, aliena a outra a propriedade de um determinado bem, ficando esta parte
(uma instituição financeira, em regra) obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi
alienado quando verificada a ocorrência de determinado fato.” (RAMOS, André Luiz
Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. São Paulo: Método, 2012, p. 565).
Regramento
O Código Civil de 2002 trata de forma genérica sobre a propriedade fiduciária em seus
arts. 1.361 a 1.368-B. Existem, no entanto, leis específicas que também regem o tema:
• alienação fiduciária envolvendo bens imóveis: Lei nº 9.514/97;
• alienação fiduciária de bens móveis no âmbito do mercado financeiro e de capitais:
Lei nº 4.728/65 e Decreto-Lei nº 911/69. É o caso, por exemplo, de um automóvel
comprado por meio de financiamento bancário com garantia de alienação fiduciária.
Resumindo:
Alienação fiduciária de
Alienação fiduciária de
bens MÓVEIS infungíveis
bens MÓVEIS fungíveis e
quando o credor Alienação fiduciária de
infungíveis quando o
fiduciário for pessoa bens IMÓVEIS
credor fiduciário for
natural ou jurídica (sem
instituição financeira
ser banco)
Lei nº 4.728/65 Código Civil de 2002
Lei nº 9.514/97
Decreto-Lei nº 911/69 (arts. 1.361 a 1.368-B)
1) NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR:
No contrato de alienação fiduciária, a mora decorre do simples vencimento do prazo
para pagamento, mas a lei exige que o credor (mutuante) demonstre a ocorrência desse
atraso notificando o devedor.
Assim, o credor deverá fazer a notificação extrajudicial do devedor de que este se
encontra em débito, comprovando, assim, a mora. Essa notificação é indispensável para
que o credor possa ajuizar ação de busca e apreensão. Confira:
O objetivo da alteração foi o de reduzir o custo da notificação, permitindo que seja feita
por mera emissão de carta via Correios, evitando assim que a instituição financeira
tenha que pagar os emolumentos para os titulares de Cartórios.
O aviso de recebimento da carta (AR) precisa ser assinado pelo próprio devedor?
NÃO. A Lei n. 13.043/2014 alterou o § 2º do art. 2º do DL 911/69, deixando expresso
que não se exige que a assinatura constante do aviso de recebimento seja a do próprio
destinatário.
Portanto, a alteração legislativa confirma a solução que já havia sido dada pelo STJ ao
tema.
2) AJUIZAMENTO DA AÇÃO:
Após comprovar a mora, o mutuante (Banco “X”) poderá ingressar com uma ação de
busca e apreensão requerendo que lhe seja entregue o bem (art. 3º do DL 911/69). Essa
busca e apreensão prevista no DL 911/69 é uma ação especial autônoma e independente
de qualquer procedimento posterior.
3) CONCESSÃO DA LIMINAR:
O juiz concederá a busca e apreensão de forma liminar (sem ouvir o devedor), desde
que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor (art. 3º do DL 911/69).
Apesar de a nova redação do art. 3º utilizar a expressão “podendo ser apreciada”, o que
poderia indicar uma faculdade do juiz, a leitura mais adequada do dispositivo é a de
que, estando presentes os requisitos legais, o magistrado tem o poder-dever de apreciar
e conceder a liminar.
Se o bem objeto da alienação fiduciária for um veículo, caso seja concedida a liminar na
busca e apreensão, uma medida de grande eficácia para conseguir localizar e recuperar o
bem é inserir uma restrição judicial no “registro” do veículo.
Dessa forma, quando o juiz decreta a busca e apreensão, ele próprio, com sua senha,
deverá inserir diretamente a restrição judicial no RENAVAM. Caso ele não tenha acesso
à base de dados, deverá expedir um ofício ao DETRAN para que:
I - registre o gravame referente à decretação da busca e apreensão do veículo; e
II - retire o gravame após a apreensão do veículo.
Caso o bem seja localizado em comarca diferente da qual onde está tramitando a ação
(ex: o processo tramita em Belo Horizonte e o carro foi encontrado em Lavras), a parte
interessada poderá requerer diretamente ao juízo dessa comarca pedindo a apreensão do
veículo, bastando que em tal requerimento conste a cópia da petição inicial da ação e,
quando for o caso, a cópia do despacho que concedeu a busca e apreensão do veículo (§
12 do art. 3º do DL 911/69, acrescentado pela Lei n. 13.043/2014).
Art. 3º (...)
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário,
cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de
registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do
ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931/2004)
§ 2º No prazo do § 1º, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida
pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na
qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931/2004)
O que se entende por “integralidade da dívida pendente”? Para que o devedor tenha
de volta o bem, ele deverá pagar todo o valor do financiamento ou somente as
parcelas já vencidas e não pagas (purgação da mora)?
Ex: Antônio financiou o veículo em 60 parcelas. A partir da 20ª prestação ele
começou a não mais pagar. Estão vencidas 5 parcelas.
Para ter de volta o bem ele terá que pagar somente as 5 parcelas vencidas (purgação
mora) ou todo o financiamento restante (40 parcelas)?
Todo o débito.
Segundo decidiu o STJ, a Lei n. 10.931/2004, que alterou o DL 911/69, não mais
faculta ao devedor a possibilidade de purgação de mora, ou seja, não mais permite que
ele pague somente as prestações vencidas.
Para que o devedor fiduciante consiga ter o bem de volta, ele terá que pagar a
integralidade da dívida, ou seja, tanto as parcelas vencidas quanto as vincendas (mais os
encargos), no prazo de 5 dias após a execução da liminar.
Em nosso exemplo, Antônio terá que pagar, em 5 dias, as 40 parcelas restantes.
O devedor purga a mora quando ele oferece ao devedor as prestações que estão vencidas
e mais o valor dos prejuízos que este sofreu (art. 401, I, do CC). Nesse caso, purgando a
mora, o devedor consegue evitar as consequências do inadimplemento. Ocorre que na
alienação fiduciária em garantia, a Lei n. 10.931/2004 passou a não mais permitir a
purgação da mora.
Vale ressaltar que o tema acima foi decidido em sede de recurso repetitivo, tendo o STJ
firmado a seguinte conclusão, que será aplicada em todos os processos semelhantes:
Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/2004, que alterou o art. 3º, §§ 1º e
2º, do Decreto-lei 911/1969, compete ao devedor, no prazo de cinco dias após a
execução da liminar na ação de busca e apreensão, pagar a integralidade da dívida –
entendida esta como os valores apresentados e comprovados pelo credor na inicial –,
sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto de alienação fiduciária.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.418.593-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/5/2014 (recurso repetitivo).
7) CONTESTAÇÃO:
No prazo de 15 dias após o cumprimento da liminar (apreensão do bem), o devedor
fiduciante apresentará resposta (uma espécie de contestação).
Obs1: a resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha decidido pagar a
integralidade da dívida, caso entenda ter havido pagamento a maior e deseje a
restituição.
Obs2: nesta defesa apresentada pelo devedor, é possível que ele invoque a ilegalidade
das cláusulas contratuais (ex: juros remuneratórios abusivos). Se ficar provado que o
contrato era abusivo, isso justificaria o inadimplemento e descaracterizaria a mora.
8) VENDA DO BEM
Se houve o inadimplemento ou mora e o bem foi apreendido, o credor (proprietário
fiduciário) poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta
pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo
disposição expressa em contrário prevista no contrato (art. 2º do DL 911/69).
O preço da venda, isto é, o valor apurado com a alienação, deverá ser utilizado para
pagar os débitos do devedor para com o credor e também para custear as despesas
decorrentes da cobrança dessa dívida.
Se após o pagamento da dívida ainda sobrar dinheiro esse saldo apurado deverá ser
entregue ao devedor.
Caso o credor tenha optado por recorrer à ação executiva serão penhorados, a critério do
autor da ação, tantos bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução (art. 5º
do DL 911/69, com redação dada pela Lei n. 13.043/2014).
A Lei n. 6.099/74 dispõe sobre o tratamento tributário das operações de arrendamento
mercantil, mas não trata, de forma detalhada, a respeito das regras e procedimentos
aplicáveis nos casos de leasing.
Pensando nisso, a Lei n. 13.043/2014 determinou que o procedimento adotado pelo DL
911/69 para o caso de inadimplemento do devedor na alienação fiduciária, inclusive o
regramento sobre a ação de busca e apreensão deveria ser também aplicado para o
arrendamento mercantil.
Importante:
Assim, a partir de agora, os procedimentos previstos no art. 2º, caput e § 2º e no art. 3º
do DL 911/69 (regras relacionadas com a alienação fiduciária) deverão ser aplicadas às
operações de arrendamento mercantil (leasing).
O Código Civil traz regras sobre a alienação fiduciária de bens MÓVEIS infungíveis
quando o credor fiduciário for pessoa natural ou jurídica (sem ser banco).
A Lei n. 13.043/2014 promoveu duas mudanças nessas regras do CC-2002. Vejamos:
ANTES DEPOIS
Como já visto acima, a alienação fiduciária em caso de bens imóveis é regida pela Lei
n. 9.514/97.
A alteração promovida pela Lei n. 13.043/2014 na alienação fiduciária de imóveis foi
muito singela e teve como objetivo apenas deixar claro que o prazo para purgação da
mora é contado da última publicação do edital. Compare:
ANTES DEPOIS
Art. 26 (...) Art. 26 (...)
§ 4º Quando o fiduciante, ou seu § 4º Quando o fiduciante, ou seu
representante legal ou procurador cessionário, ou seu representante legal ou
regularmente constituído se encontrar em procurador encontrar-se em local
outro local, incerto e não sabido, o oficial ignorado, incerto ou inacessível, o fato
certificará o fato, cabendo, então, ao será certificado pelo serventuário
oficial do competente Registro de Imóveis encarregado da diligência e informado ao
promover a intimação por edital, oficial de Registro de Imóveis, que, à vista
publicado por três dias, pelo menos, em da certidão, promoverá a intimação por
um dos jornais de maior circulação local edital publicado durante 3 (três) dias, pelo
ou noutro de comarca de fácil acesso, se menos, em um dos jornais de maior
no local não houver imprensa diária. circulação local ou noutro de comarca de
fácil acesso, se no local não houver
imprensa diária, contado o prazo para
purgação da mora da data da última
publicação do edital.