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Agências Reguladoras

Agências Reguladoras e Reforma do Estado

Profa. Dra. Juliana Oliveira Domingues


Teoria da Regulação Econômica
Introdução
¤  Reforma do Estado na década de 1990.

¤  Processo de privatizações ensejado pelas reformas


constitucionais de 1995

¤  Embora a privatização não tenha relação com a constituição


das agências nos EUA, na Inglaterra e no Brasil, os novos entes
reguladores são produto do processo de privatização.

¤  Programa Nacional de Desestatização aprovado pela Lei


8.031/1990.

¤  Emendas Constitucionais n. 5 a 9 que permitiram, em 1995, a


oferta de serviços públicos por empresas não-estatais,
possibilitando a concessão à iniciativa privada de “diversos
‘monopólios naturais’, ou ‘quase-monopólios’ (empresas
estatais).
Introdução
¤  As Emendas Constitucionais 5 a 9 trataram,
respectivamente, dos mercados de gás canalizado; água;
transportes aéreo, aquático e terrestre; telecomunicações; e
petróleo e gás natural.

¤  Argumentos para a reforma administrativa da década de


1990 podem ser encontrados em documentos do então
Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado −
Mare e na produção acadêmica do ex-ministro Bresser
Pereira (à frente daquele Ministério).
Agências Executivas X Agências
Reguladoras
Conforme Bresser Pereira, as agências executivas diferenciam-
se das reguladoras porque são:

¤  [...] ente públicos mais autônomos em relação ao governo,


uma vez que a elas compete cumprir políticas de Estado, de
caráter mais amplo e permanente, em defesa do cidadão,
não devendo, por isso, estar subordinadas a prioridades e
diretrizes de um governo específico.

¤  Exemplo: nas agências reguladoras, os dirigentes detêm


mandato e devem ser aprovados pelo Congresso. Isso não
ocorre com os dirigentes das agências executivas, que
podem ser nomeados pelo presidente da República
Agências Executivas X Agências
Reguladoras
Para Bresser Pereira:

[…] “agências reguladoras são mais autônomas do que as


agências executivas (...)”

¤  Agências Executivas:
autarquia, fundação pública ou órgão da administração
direta que, por sua natureza, desempenham atividades -
como fiscalização, exercício do poder de polícia, fomento,
segurança interna - que não podem ser delegadas.

¤  Exemplo: INMETRO: autarquia federal, vinculada ao MDIC.


Agências Executivas
¤  Recebem o status de agencia se preenchidas algumas condições como o
contrato de gestão com o ente da Administração Direta a que se acha
vinculada. Nos termos da Lei nº 9.649/98 (que dispõe sobre a organização da
Presidencia da Republica e dos Ministerios, e dá outras providências), art. 51:

¤  Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a


autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento; II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério
supervisor.

¤  § 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da


República.

¤  § 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa


específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de
gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros
para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
PRINCÍPIOS PARA ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO E
REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

¤  Autonomia e independência decisória do ente regulador.

¤  Ampla publicidade das normas pertinentes ao ente regulador,


de seus procedimentos e decisões e de seus relatórios de
atividade, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.

¤  Celeridade processual e simplificação das relações mantidas


entre ente regulador e consumidores, usuários e investidores.

¤  Participação de usuários, consumidores e investidores no


processo de elaboração de normas regulamentares, em
audiências públicas,

¤  Limitação da intervenção do Estado, na prestação de serviços


públicos, aos níveis indispensáveis à sua execução.
OBJETIVOS DA FUNÇÃO REGULATÓRIA

¤  Promover e garantir a competitividade do respectivo


mercado.

¤  Garantir os direitos dos consumidores e usuários dos serviços


públicos.

¤  Estimular o investimento privado, nacional e estrangeiro, nas


empresas prestadoras de serviços públicos e atividades
correlatas.

¤  Buscar a qualidade e segurança dos serviços públicos, aos


menores custos possíveis para os consumidores e usuários.
OBJETIVOS DA FUNÇÃO REGULATÓRIA

¤  Garantir a adequada remuneração dos investimentos


realizados nas empresas prestadoras de serviço e usuários.

¤  Dirimir conflitos entre consumidores e usuários, de um lado, e


empresas prestadoras de serviços públicos, de outro.

¤  Prevenir o abuso do poder econômico por agentes


prestadores de serviços públicos.

A previsibilidade de regras para garantir a estabilidade do


mercado é um dos objetivos da chamada governança
regulatória - uma governança regulatória com autonomia e
sem ingerência política ou corporativa
PROBLEMAS

¤  Não há no Brasil marco regulatório claro a ser seguido pelas


agências reguladoras

¤  Quadro de pessoal diverso e não profissionalizado das agências


reguladoras:

I)  contratações sem concurso público, por meio de cargos


comissionados ou mesmo terceirização, são comuns nas
agências;

II)  multiplicidade de vínculos e a incerteza da permanência de


funcionários precários dificultam as possibilidades de investimento
em qualificação e especialização

Os pontos indicados acima potencializam o risco de captura pelo


estabelecimento de vínculos e compromissos com atores externos à
agência
Agências reguladoras
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

Órgão Superior: Ministério de Minas e Energia

Ato de Criação: Lei n.° 9.427 de 26.2.1996

•  Primeira agência reguladora brasileira

•  Atribuições: A ANEEL tem por finalidade regular e fiscalizar a


produção, transmissão, distribuição e comercialização de
energia elétrica, em conformidade com as políticas e
diretrizes do governo federal. (art. 2)
REGIME ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS CONCESSÕES DE
SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA:

O regime econômico e financeiro da concessão de serviço público de energia


elétrica, conforme estabelecido no respectivo contrato, compreende:

I - a contraprestação pela execução do serviço, paga pelo consumidor final com


tarifas baseadas no serviço pelo preço, nos termos da Lei no 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995 (que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos);

II - a responsabilidade da concessionária em realizar investimentos em obras e


instalações que reverterão à União na extinção do contrato, garantida a
indenização nos casos e condições previstos na Lei N. 8987/95 e na Lei da ANEEL de
modo de assegurar a qualidade do serviço de energia elétrica;

III - a participação do consumidor no capital da concessionária, mediante


contribuição financeira para execução de obras de interesse mútuo, conforme
definido em regulamento;

IV - apropriação de ganhos de eficiência empresarial e da competitividade;

V - indisponibilidade, pela concessionária, salvo disposição contratual, dos bens


considerados reversíveis.
ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica
Competências:

¤  Art. 29, inc. II, III, V, VI, VII, X, XI e XII e art. 30 da Lei n. 8.987/95
(Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da CF, e
dá outras providências.);

¤  Art. 3 da Lei. 9.427/96 (Institui a Agência Nacional de Energia


Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões de
serviços públicos de energia elétrica e dá outras
providências.)
ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica
Audiência Pública - Processo Decisório que afete direitos:

¤  O processo decisório que implicar afetação de direitos dos


agentes econômicos do setor elétrico ou dos consumidores,
mediante iniciativa de projeto de lei ou, quando possível, por
via administrativa, será precedido de audiência pública
convocada pela ANEEL (art. 4 § 3o da Lei 9.427/96)

Nomeação do Direitor-Geral e demais Diretores:

¤  O Diretor-Geral e os demais Diretores serão nomeados pelo


Presidente da República para cumprir mandatos não
coincidentes de quatro anos, ressalvado o que dispõe o art. 29.
A nomeação dos membros da Diretoria dependerá de prévia
aprovação do Senado Federal, nos termos da
alínea "f" do inciso III do art. 52 da CF. (art. 5 da Lei 9.427/96)
ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica
Suspensão de energia - Consumidor que presta serviço
público:

¤  A suspensão, por falta de pagamento, do fornecimento de


energia elétrica a consumidor que preste serviço público ou
essencial à população e cuja atividade sofra prejuízo será
comunicada com antecedência de quinze dias ao Poder
Público local ou ao Poder Executivo Estadual. (Art. 17. )

¤  O Poder Público que receber a comunicação adotará as


providências administrativas para preservar a população
dos efeitos da suspensão do fornecimento de energia
elétrica, inclusive dando publicidade à contingência, sem
prejuízo das ações de responsabilização pela falta de
pagamento que motivou a medida. (  § 1o , art. 17)
ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica
DESCENTRALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES:

¤  A execução das atividades complementares de regulação,


controle e fiscalização dos serviços e instalações de energia
elétrica poderá ser descentralizada pela União para os
Estados e para o Distrito Federal visando à gestão associada
de serviços públicos, mediante convênio de cooperação.
(art 20)

¤  A delegação será conferida desde que o Distrito Federal ou


o Estado interessado possua serviços técnicos e
administrativos competentes, devidamente organizados e
aparelhados para execução das respectivas atividades,
conforme condições estabelecidas em regulamento da
Aneel (art. 20, § 2o )
ANATEL

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações: Compete à


União, por intermédio do órgão regulador e nos termos
das políticas estabelecidas pelo Poderes Executivo e
Legislativo, organizar a exploração dos serviços de
telecomunicações. (Art. 1)

Finalidade Institucional: Regular Telecomunicações


Órgão Superior: Ministério das Comunicações

Ato de Criação: Lei n. 9.472 de 16/7/97.


ANATEL
¤  A CF estabelece a privativa da União para legislar sobre
telecomunicações e radiodifusão (art. 22, IV)

¤  A CF após EC n. 8/95 estabelece a competência da União para


explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de radiodifusão Sonora e de sons e imagens
(art. 21, XII, a) e os serviços de telecomunicações (art. 21, XI).

¤  LGT: trata-se de lei-quadro, de derivação constitucional, que


estabelece os limites dentro dos quais devem inserir-se as demais
normas específicas do setor
ANATEL
Princípios Fundamentais:

(Art. 2) O Poder Público tem o dever de: I - garantir, a toda a população, o acesso às
telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em condições adequadas;

II - estimular a expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações pelos


serviços de interesse público em benefício da população brasileira;

III - adotar medidas que promovam a competição e a diversidade dos serviços,


incrementem sua oferta e propiciem padrões de qualidade compatíveis com a
exigência dos usuários;

V - fortalecer o papel regulador do Estado;

V - criar oportunidades de investimento e estimular o desenvolvimento tecnológico e


industrial, em ambiente competitivo;

VI - criar condições para que o desenvolvimento do setor seja harmônico com as


metas de desenvolvimento social do País
ANATEL

Serviço de Telecomunicações: A Lei Geral das


Telecomunicações – LGT (Lei n.° 9.472, de 16 de julho de
1997):

¤  Define serviço de telecomunicações o conjunto de atividades


que possibilita a oferta de capacidade de transmissão, emissão ou
recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer
outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais,
escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. (art.
60)
ANATEL
¤  A competência do Poder Executivo no setor de telecomunicações

¤  “Art. 1° Compete à União, por intermédio do órgão regulador e


nos termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e
Legislativo, organizar a exploração dos serviços de
telecomunicações.

¤  Parágrafo único. A organização inclui, entre outros aspectos, o


disciplinamento e a fiscalização da execução, comercialização e
uso dos serviços e da implantação e funcionamento de redes de
telecomunicações, bem como da utilização dos recursos de órbita
e espectro de radiofreqüências.
OBS: No espectro eletromagnético as radiações são distribuídas pela
freqüência ou pelo comprimento de onda, que é inversamente
proporcional à freqüência.
ANATEL
¤  A competência do Poder Executivo no setor de telecomunicações

 Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições desta Lei, por meio de decreto:
I - instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente
ou não com sua prestação no regime privado;
II - aprovar o plano geral de outorgas de serviço prestado no regime público;
III - aprovar o plano geral de metas para a progressiva universalização de serviço prestado no regime
público;
IV - autorizar a participação de empresa brasileira em organizações ou consórcios
intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à prestação de serviços de
telecomunicações.

•  Poder Executivo, levando em conta os interesses do País no contexto de suas relações com os
demais países, poderá estabelecer limites à participação estrangeira no capital de prestadora de
serviços de telecomunicações. (art. 18, Parágrafo único)

•  Lei 11.652 de 07 de abril de 2008: conferiu competência também ao Poder Executivo para explorar
os serviços de radiodifusão pública diretamente ou mediante outorga a entidades da
administração direta, no âmbito federal
ANATEL
Criação da ANATEL

¤  Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações,


entidade integrante da Administração Pública Federal indireta,
submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério
das Comunicações, com a função de órgão regulador das
telecomunicações, com sede no Distrito Federal, podendo
estabelecer unidades regionais.

¤  Estrutura: § 1º A Agência terá como órgão máximo o Conselho


Diretor, devendo contar, também, com um Conselho Consultivo,
uma Procuradoria, uma Corregedoria, uma Biblioteca e uma
Ouvidoria, além das unidades especializadas incumbidas de
diferentes funções. (art. 8)
ANATEL
ANATEL - Natureza

¤  § 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é


caracterizada por independência administrativa, ausência de
subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes e autonomia financeira. (art. 8)

¤  Art. 9° A Agência atuará como autoridade administrativa


independente, assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as
prerrogativas necessárias ao exercício adequado de sua
competência. 

¤  “A ANATEL é, portanto, ente descentralizado da Administração


Pública dotado de independência administrativa, ausência de
subordinação hierárquica, autonomia financeira e funcional,
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, o que lhes confere o
caráter especial de desprendimento necessário à regulação
setorial”. (Marques, 2011, p. 35)
ANATEL
Competência da ANATEL

¤  À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do


interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras,
atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e
publicidade, […] (Art. 19).

¤   Dentre as competências especiais destacam-se:

¤  - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de


telecomunicações;

¤  - representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações, sob a


coordenação do Poder Executivo;

¤  - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de


telecomunicações no regime público;

¤  - editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço no


regime público;
ANATEL
Competência da ANATEL*

¤  - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime


público, aplicando sanções e realizando intervenções;

¤  - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços prestados no regime público,
podendo fixá-las nas condições previstas nesta Lei, bem como homologar reajustes;

¤  - administrar o espectro de radiofreqüências e o uso de órbitas, expedindo as respectivas normas;

¤  - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no regime privado;

¤  - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime privado, fiscalizando e


aplicando sanções;

¤  - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência;

¤  - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação de telecomunicações e


sobre os casos omissos;

* entre outras elencadas no art. 19 da LGT

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