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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
Em nossa última aula demos início a análise da competência e entendemos que este tema serve para definir o
juízo competente para julgar determinados crimes. Vimos que há 4 passos para a determinação da competência.
Crimes eleitorais
Eleitoral
e conexos
Só crimes
Justiça Especial Militar
militares
não tem
Trabalhista competência
Justiça
penal
Competente
Justiça Comum
Estadual Residual
Se sim processo iniciará diretamente em tribunal e não em 1º grau! O tribunal vai variar de acordo com a
função exercida pelo réu.
Se não inicia em 1º grau.
*A CF não deu prerrogativa aos Deputados Estaduais. Quem prevê isso são as Constituições Estaduais. Em geral, a
CE dá a estes a competência do TJ. Note que o Governador fica um grau acima do parlamentar da mesma esfera!
Cuidado para não confundir isso!
** A CF e as CEs (em geral) também não preveem prerrogativa de função para os vereadores.
Obs. sobre o quadrinho: nas esferas municipal e estadual, o chefe do poder executivo, fica um grau de jurisdição
acima do parlamentar da mesma esfera.
Prefeitos são julgados de acordo com o art. 29, X, CF – serão julgados pela justiça comum estadual.
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X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
(Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de
1992)
E se o prefeito cometer crime da justiça federal? Ele continua perante o TJ ou migra para a justiça federal?
Ex.: prefeito sonega tributo federal, por exemplo, imposto de renda. Quem o julga?
De acordo com o STF a prerrogativa do prefeito é de que tenha que ser julgado pelo segundo grau. Se justiça
estadual, TJ. Se federal, TRF.
Assim, a súmula 702 do STF estabelece as seguintes competências:
Justiça Comum Estadual Tribunal de Justiça
Justiça Comum Federal Tribunal Regional Federal
2º grau da justiça eleitoral Tribunal Regional Eleitoral
Segundo o STF a prerrogativa de função de prefeito consiste em ser julgado no tribunal de 2º grau da justiça
competente, seja ele o TJ, o TRF ou o TRE.
E se o prefeito matar alguém – é de competência do júri ou o tribunal? Concorrendo a prerrogativa de função que
manda ser julgado em 2º grau ou em júri, qual deve prevalecer?
Resposta: depende. Quanto ao tema, vale ler a súmula 721 STF.
Crime doloso contra a vida competência será do Júri – é prevista pelo art. 5º, XXXVIII, “d”, CF – trata-se de
norma geral.
Por prerrogativa de função fala que deve ser julgado em 2º grau. Mas onde isso está previsto? Note, isso pode
ser previsto na CF ou na CE.
Ex.: presidente, tanto a previsão de prerrogativa de função quanto a do júri vêm previstas pela CF. Daí, entende-
se que prevalece a norma mais especial. A especial é o dispositivo referente à prerrogativa de função.
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Assim, se ambas as previsões vêm da CF, prevalece a prerrogativa de função sobre o júri, dada sua especialidade.
Ex.2. delegado geral de polícia. Segunda a constituição do Estado de SP, será julgado perante o TJ. Note que a CF
está acima da E00stadual, logo a CF prevalece. Assim, praticando doloso contra a vida, este delegado será julgado
pelo Júri.
Se ambas as competências (a de prerrogativa de função e a do júri) são prevista nas CF (mesmo hierarquia) deve
prevalecer a prerrogativa de função por se tratar de norma especial.
Quando a competência pela prerrogativa de função for prevista apenas em constituição estadual, deve prevalecer
a competência do júri, pois situada na CF (norma de hierarquia superior).
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O CPP adotou a teoria do resultado, pois é no local da consumação que costumam ficar os vestígios do crime.
Exceção: crime de ação penal privada – para prestar queixa, o querelante tem direito de opção entre o local da
consumação ou do domicilio do réu (art. 73, CPP).
Contravenções penais e crimes puníveis com pena máxima até ou igual a 2 anos.
Art. 63, Lei 9099/95
Note: o que a lei quer dizer com o local onde foi “praticada”?
Prevalece para a doutrina que “praticada” seria a conduta, ou seja, local da ação ou omissão. Adotou-se a teoria
da atividade (Ada Pelegrini, Antonio Magalhães).
Obs.: o professor Tourinho Filho entende que “praticada” significa consumada. Para ele adotou-se a teoria do
resultado (atenção esta é teoria minoritária). Já o professor Guilherme Nucci entende que se aplicaria a teoria
mista (também corrente minoritária).
4. Competência do juízo
Resolve-se pela matéria.
E se houver duas ou mais varas com a mesma competência material?
Neste caso a competência será definida pela livre distribuição ou sorteio.
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1. Definir a
justiça
competente
Sim: 2o grau
2. Há
prerrogativa de
função?
Não: 1o grau
Competência
Comarca
3. Competencia
territorial
Seção judiciária
4. Competência
do juízo (da
vara)
TEORIA GERAL DAS PROVAS
1. Prova Ilícita
A CF não a define, apenas trata dela no art. 5, inc. LVI, CF, falando que ela é inadmissível no processo.
CF/88 – Art. 5º
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos;
Ex.: art. 5, XII, CF – interceptação de comunicação telefônica – para fins penais. Exige-se para essa medida uma
autorização judicial.
De acordo com o STF, a CPI não tem poderes para autorizar interceptação de comunicação telefônica, nem busca
e apreensão domiciliar (art. 5º, XI, XII, CF): tais medidas se sujeitam a denominada cláusula de reserva de
jurisdição.
CF/88 – Art. 5
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
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último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
Ex.2. Confissão obtida mediante tortura viola norma legal – violação ao art. 1º, caput, I, a, Lei de tortura (lei
9455/97).
CF/88 - Art. 5º
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos;
CPP – 157
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às
partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
E a prova derivada?
Prova derivada é aquela que em si mesma é perfeita, havendo vício fora, em sua origem. Ela deriva de uma prova
ilícita. O vício está fora dela.
A ilicitude da origem contamina a prova derivada, de acordo com o art. 157, parágrafo 1º, CPP.
Torna-se ilícita por derivação ou contaminação. Esta derivação decorre de um vício na origem a contamina.
Se entrar no processo, deverá ser desentranhada.
A teoria que justifica essa contaminação é a teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree).
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CPP – 157
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras,
ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Neste sistema, o juiz não tem liberdade alguma na apreciação da prova, cabendo-lhe apenas a apuração dos
valores pré-fixados em lei.
Este sistema foi fixado durante o sistema inquisitivo da igreja católica.
A confissão neste sistema tem valor absoluto.
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investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão
observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)
São 3 teorias:
a) Teoria da fonte independente
O código fala dela no art. 157, parágrafo 1º, na parte final (in fine), CPP: “salvo quando provier de fonte
independente...”. Ocorre quando para um mesmo fato temos 2 fontes concretas e diversas para a prova.
Ex.: caso específico, uma prova tinha duas fontes diferentes (caso mensalão). Uma era o MP, que requisitou a
quebra do sigilo bancário do réu. Note que como não houve autorização judicial para esse pedido, essa prova era
ilícita. Ocorre que simultaneamente havia pedido de uma CPI para quebra de sigilo bancário. Esse pedido da CPI
foi licito. Deste modo, houve uma legitimação da prova, pois esta foi conseguida de forma lícita não contaminada.
Mantiveram as provas no autos, abstraindo a existência do pedido do MP.
b) Descoberta inevitável
Uma fonte real e outra hipotética.
Aqui há 2 fontes, porém uma é concreta e a outra não, não passando de uma probabilidade.
Caso que espelha esta teoria foi adotada na Alemanha, com a morte de um menino de uma cidade pequena. A
polícia capturou um suspeito e, mediante tortura obteve a confissão.
Fonte concreta: confissão mediante tortura, que permitiu a descoberta do corpo. Em tese a confissão era prova
ilícita. Deste modo, a descoberta do corpo deveria ser desconsiderada.
Ocorre que, antes mesmo da confissão, a população já tinha se dividido para buscar o corpo na cidade e era
questão de tempo até que fosse encontrado. Note, a descoberta seria inevitável, daí ter-se ignorado a fonte
ilícita. Entende-se que, mesmo sem a confissão ilícita, o corpo seria eventualmente descoberta em mais uma hora
de busca. Note, é uma fonte hipotética. Ela serviria para afastar a relevância causal da prova ilícita.
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c) Teoria do nexo causal atenuado ou mitigado (também chamado de mancha lavada ou tinta diluída)
Caso: houve uma prisão ilegal de A. Após preso, A confessa seu crime e ainda entrega o crime de B. Este foi preso
e também confessou sua participação. Note, o que gera a prisão de A torna a confissão prova ilícita, pois feita por
meio de prisão ilegal. A prisão e confissão de B gerou prova derivada, de acordo com os americanos. Foi então
liberado o B. Ocorre que, depois de liberado e solto, na presença de seu defensor, B faz nova confissão. Note,
pode essa nova confissão ser aceita? Sim, pois ela ficou tão longe da fonte ilícita, entendeu-se que esta nova
confissão não resguarda ligação com as provas ilícitas. Assim, entende-se que a nova confissão lava a mácula
anterior, de modo que a origem ilícita fica tão remota, que afasta a relevância causal da prova ilícita.
4. Ônus da prova
(art. 156, caput, CPP)
O ônus da prova cabe a quem alega.
Em geral, quem alega de início no processo pena é a acusação. Deste modo, a acusação tem que provar que o réu
é culpado. Se não provar a culpa, ela não se desincumbiu do ônus. Deste modo, não provada, deverá o juiz
resolver em favor do réu diante do princípio da presunção de inocência. A inocência é presumida.
Na falta de prova, deve o juiz resolver a dúvida em favor do réu.
Fundamentos em falta de prova: art. 386, em seus incisos II (falta prova da existência do fato), V (falta prova da
autoria ou participação) e VII (falta de prova em geral), art. 386, CPP.
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Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente
aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
III - aplicará medida de segurança, se cabível.
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